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CONFLITOS
E JURISDIÇÃO
INTERNACIONAL
Aula 04

CONFLITOS E JURISDIÇÃO INTERNACIONAL

COMO RESOLVER OS CONFLITOS?


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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
¤ A guerra não há vencedores.
¤ Papel da ONU no pós-guerra
¤ CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS
Todos os Membros deverão resolver suas controvérsias
internacionais por meios pacíficos, de modo que não sejam
ameaçadas a paz, a segurança e a justiça internacionais. (ART.2)

2. FORMAS DE RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS


¤ Pacíficas: meios diplomáticos, políticos, jurisdicionais.
¤ Não pacíficas: Empregam o uso da força pelas partes
envolvidas.
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2. FORMAS DE RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS


n OBS 01: Não há hierarquia entre eles e que cabe às partes
escolhê-los, segundo os seus critérios de avaliação e a situação
de fato e de direito em que estejam essas partes envolvidas.
n OBS 02: Os conflitos em questão podem se dar entre dois
Estados, um grupo de Estados, bem como entre os demais
sujeitos do direito internacional público, tais como as
organizações internacionais.

3. INSTRUMENTOS NÃO JURISDICIONAIS


¨ MEIOS DIPLOMÁTICOS
¤ Os melhores resultados em solução de conflitos por sua
informalidade.

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3. INSTRUMENTOS NÃO JURISDICIONAIS


¨ MEIOS DIPLOMÁTICOS
¤ Dependem do diálogo direto entre as partes, de maneira a
se chegar a um objetivo ou acordo.
¤ Podem ter ou não a intervenção de terceiros.

¤ Frise-se que o parecer resultante da negociação não pode


obrigar as partes.
¤ NEGOCIAÇÕES DIPLOMÁTICAS

n São realizadas mediante comunicação diplomática, tanto


oralmente quanto por meio de troca de notas entre
chancelaria (Ministério das Rel. Ext) e embaixada.
n Podem ser bilaterais ou multilaterais e as partes são
equivalentes.
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3. INSTRUMENTOS NÃO JURISDICIONAIS


¨ MEIOS DIPLOMÁTICOS
¤ NEGOCIAÇÕES DIPLOMÁTICAS

n São realizadas mediante comunicação diplomática, tanto


oralmente quanto por meio de troca de notas entre
chancelaria (Ministério das Rel. Ext) e embaixada.
n Podem ser bilaterais ou multilaterais e as partes são
equivalentes.
¤ NEGOCIAÇÕES DIPLOMÁTICAS INTERMEDIADAS - BONS OFÍCIOS

n Um terceiro pode ajudar nesta composição amigável, por meio dos


bons ofícios. É uma tentativa de amistosamente abrir via às
negociações dos Estados ou partes interessadas, bem como de
reatar as negociações que foram rompidas.
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3. INSTRUMENTOS NÃO JURISDICIONAIS


¨ MEIOS DIPLOMÁTICOS
¤ CONCILIAÇÃO
n Realizada por meio de uma comissão integrada tanto por membros
dos Estados litigantes, quanto por membros neutros, que irão
analisar o caso concreto e apresentar uma solução. Essa solução,
contudo, não é obrigatória, sendo facultado seu acatamento pelas
partes.
¤ CONSULTAS
n Sistema preventivo. Nele as partes previamente combinam de se
consultarem periodicamente, para tratarem de um assunto
determinado, levantando questões, possíveis descontentamentos e a
propositura de soluções.
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3. INSTRUMENTOS NÃO JURISDICIONAIS


¨ MEIOS POLÍTICOS
¤ Pode-se dar por influência da Assembleia Geral e o
Conselho de Segurança das Organização das Nações
Unidas (ONU).
¤ Intervenção política possui limitado impacto visto que
dependem dos Estados-membros para sua aplicação em
caso de descumprimento, além dos questionamentos de sua
limitação ante à soberania dos Estados conflitantes.
4. INSTRUMENTOS JURISDICIONAIS
¤ Neles há a existência de uma jurisdição, com foro especializado e
independente, que tem por função proferir decisões de
executoriedade obrigatória.
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4. INSTRUMENTOS JURISDICIONAIS
¨ ARBITRAGEM
¤ O compromisso arbitral e deve conter, no mínimo, o objeto do litígio, o
compromisso de submeter questão à arbitragem e o método de
formar o tribunal e o seu número de árbitros.
¤ O prazo para que se sentencie é o que consta do compromisso,
havendo a possibilidade de que, em havendo necessidade, se
prorrogue o prazo original.
¤ Frise-se que as deliberações do tribunal correm em sigilo.

¤ A arbitragem, por suas peculiaridades, é usualmente empregada em


assuntos que não necessitam de interferência da Corte Internacional de
Justiça (CIJ) ou quando as partes necessitam de celeridade na
resolução do conflito.
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4. INSTRUMENTOS JURISDICIONAIS
¨ JURISDIÇÃO
¤ A solução judiciária consiste em se submeter o litígio a um tribunal
judiciário composto de juízes independentes, com investidura pretérita
ao litigio, que estabelece a solução do conflito.
¤ A solução judiciária necessita ser previamente requisitada pelas partes.

¤ A solução judiciária é exercida pelas cortes internacionais, que são


permanentes. A CIJ é o tribunal internacional mais importante da
atualidade.

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5. A CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA


¤ Criada em 1946 por determinação da Carta das Nações
Unidas
¤ Tem sua sede em Haia/Palácio da Paz, Holanda
¤ Além da solução jurisdicional tradicional, emite pareceres
consultivos para as solicitações apresentadas pelo Conselho
de Segurança ou pela Assembleia Geral da ONU.
¤ Engloba todos os Estados soberanos existentes, bastando
apenas que os interessados manifestem expressamente a
intenção de se submeter à sua jurisdição.
¤ Caso emblemático: Austrália x Japão

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ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
¨ Contextualização
¨ O que é o Tribunal Penal Internacional?
¤ Trata-se de um tribunal com personalidade jurídica internacional,
vinculado às Nações Unidas, com sede em Haia (Holanda) e que tem
por objetivo o julgamento de indivíduos que praticaram graves crimes.

¨ Antecedentes Históricos
¤ Tribunal de Nuremberg (1945-1946)
¤ Tribunal de Tóquio (1946)
¤ Tribunal Ad Hoc da ex-Iugoslávia (Bósnia - 1993)
¤ Tribunal Ad Hoc de Ruanda (1994)

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CARACTERÍSTICAS GERAIS

¨ Entrada em vigor
¤ Dependia da adesão de 60 países ao instrumento de
acordo com o Estatuto de Roma.
¨ Composição
¤ Composto por 18 juízes, com mandato de 9 anos.

¨ Motivo para sua criação

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CARACTERÍSTICAS GERAIS
¨ Estrutura
A) Presidência;
B) Uma Seção de Recursos, uma Seção de Julgamento em
Primeira Instância e uma Seção de Instrução;
C) O Gabinete do Procurador;
D) A Secretaria.
¨ Jurisdição
¤ É condicionada à adesão do país ao tratado, ou seja, é necessário
que o Estado reconheça expressamente a jurisdição internacional.
¤ Note-se que a ratificação do tratado não comporta reservas,
devendo o Estado ratificá-lo na íntegra e sem ressalvas.
¨ Atuação subsidiária (omissão) ou atuação irregular (incapacidade)
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CONDIÇÕES GERAIS PARA SER PARTE NOS PROCESSOS


INTERNACIONAIS
¤ Polo Ativo x Passivo
n Polo Passivo
n Integram o pólo passivo somente indivíduos.
n Os réus precisam ter mais de 18 anos.
n É irrelevante o reconhecimento da função oficial do
réu.
n Polo Ativo
n Não se permite que indivíduos integrem o pólo ativo da
demanda. Somente Estados ou órgãos legitimados.

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CONDIÇÕES GERAIS PARA SER PARTE NOS PROCESSOS


INTERNACIONAIS
¤ Polo Ativo x Passivo
n Polo Ativo
n Admite-se a figura de pessoas somente no pólo ativo somente
na condição de assistentes ou amicus Curie.
¤ Algumas possibilidades de denúncia de um caso
ao TPI
n Conselho de Segurança remete o caso ao TPI
n Estado-parte envia o caso ao TPI
n Promotor atua de ofício instaura uma investigação com base
em informações recebidas
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CRIMES JULGADOS PELO TPI


¨ Genocídio
¤ Consiste em práticas que tendem a intenção de destruir, no todo ou em
parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso.
¤ Ex: Dragomir Milosevic – Bósnia/Sarajevo
¨ Crimes crime contra a humanidade
¤ Condutas praticadas que gerem um ataque, generalizado
ou sistematizado, contra qualquer população civil.
¤ Ex: Tortura, escravidão, deportação, esterilização forçada.

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CRIMES JULGADOS PELO TPI


¨ Crimes de guerra
¤ São condutas que violam o direito internacional humanitário.
¤ Ex: Forçar prisioneiro de guerra a servir forças armadas de potência
inimiga, atacar intencionalmente instalações de missão de assistência
humanitária
¨ Agressão
¤ Consiste em ações de planejamento, preparação, iniciação ou
execução, por uma pessoa numa posição de exercício de controle ou
direção da ação política ou militar de um Estado, de um ato de
agressão que pelo seu caráter, gravidade ou escala constitui manifesta
violação da Carta das Nações Unidas
¤ Observação: Prescrição Criminal
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DADOS IMPORTANTES
¨ Penas
¤ Reclusão
¤ Prisão Perpétua
¤ Multa
¤ Sequestro dos Bens

¨ Sanções Civis: Reparação dos danos causados


¨ Cumprimento da Pena: A pena privativa de liberdade
será cumprida em um Estado designado pelo Tribunal, a partir
de uma lista de Estados que tenham manifestados dispostos a
receber os condenados.
¨ Conflito do Estatuto com o Direito Interno
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TPI no Brasil
¨ Legislação Relacionada
¤ Decreto Legislativo 112/02: Congresso Nacional
aprovou o Estatuto de Roma
¤ Decreto 4388/02: Promulgou o Estatuto de Roma

¤ Emenda Constitucional 45/04

¨ Conflito das disposições do TPI com a CF


¤ Entrega de nacionais para o Tribunal Penal Internacional
(art. 89) e a extradição de nacionais (art. 5º, LI, CF)

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TPI no Brasil

¨ Conflito das disposições do TPI com a CF


¤ Previsão de Prisão Perpétua (art. 77,1, b do Estatuto)
(art. 5º, XLVII, b, CF)

¨ Comentário Final
¤ Tribunal Penal Internacional ≠ Corte Internacional de
Justiça

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