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Conflitos Internacionais
➔ Conflito ou litígio internacional é todo “desacordo sobre certo ponto de direito ou de fato”.
● Diferença de interpretação de uma norma expressa em tratado;
● Desacordo sobre a aplicação do direito preexistente;
● Disputas diplomáticas;
● Confrontação armada etc.
➔ Até o início do século XX, a guerra era uma opção perfeitamente legítima para resolver
pendências entre os Estados. Por isso o DIN clássico abrigou amplo e pormenorizado estudo da
guerra e da neutralidade.
● Não há hierarquia entre estes meios. Assim, é inexato supor que os meios diplomáticos
constituem preliminar das vias jurisdicionais, ou que o apelo aos meios políticos devem vir
antes ou depois de uma iniciativa diplomática.
2. MEIOS DIPLOMÁTICOS
Art. 33.1 Carta da ONU
➔ O desacordo resolve-se mediante negociação entre as partes, sem que terceiros intervenham
caso não haja razão;
➔ Chega-se a bom termo quando as partes mutuamente chegam a um acordo ou quando uma delas
acaba por reconhecer a validade das razões da outra.
➔ Entendimento direto entre as partes, entretanto facilitado pela ação amistosa de um terceiro -
o prestador de bons ofícios;
➔ Embora participe da resolução, cabe ao terceiro apenas a aproximação entre as partes conflitantes
visando a facilitação do diálogo, não cabendo assim a imposição nem mesmo a proposta de uma
solução ao conflito, uma vez que o terceiro sequer tomará conhecimento do teor da
divergência;
➔ Entendimento direto e programado. As consultas não são feitas de improviso. Neste sistema
não há a intervenção de terceiros, apenas consiste em encontros previamente estipulados,
normalmente previstos em tratados, onde as partes trazem à tona os temas controvertidos,
almejando assim a solução para tais conflitos.
➔ Exemplo: Na Carta da OEA, vigente desde 1951, as reuniões de consulta dos chanceleres integram
a estrutura orgânica da entidade.
2.4. Mediação
➔ Diferentemente dos bons ofícios, o mediador toma conhecimento do desacordo e das razões de
cada uma das partes, para finalmente propor-lhes uma solução;
➔ Em essência, o desempenho do mediador não difere daquele do árbitro ou juiz, salvo que o
parecer – ou a proposta – do mediador não obriga as partes;
➔ Esta via só terá êxito se as partes entenderem satisfatória a proposta e decidirem agir na sua
conformidade;
2.5. Conciliação
➔ Variante da mediação. Com maior aparato formal. O seu exercício é coletivo;
➔ Não há um conciliador, mas uma comissão de conciliação, integrada por representantes dos
Estados em conflito e elementos neutros, em número total ímpar (geralmente 5);
➔ Toma-se decisões por maioria, desde aquelas pertinentes ao procedimento até a decisão final,
qual seja o relatório. A exemplo do parecer do mediador, o relatório não tem força obrigatória
para as partes.
➔ Conv. Viena sobre direito dos tratados (art. 66) e Conv. Da ONU sobre o direito do mar (art.
284).
2.6. Inquérito
➔ Não tem por encargo propor o que quer que seja. Tem a atribuição apenas investigativa, onde
uma comissão formada por representantes dos Estados conflitantes e investigadores imparciais,
busca apurar determinados fatos até então controversos e que são de grande importância para a
posterior resolução de determinado conflito;
3. MEIOS POLÍTICOS
➔ Tanto a assembleia geral quanto o conselho de segurança podem ser utilizadas como instâncias
políticas de solução de conflitos internacionais.
➔ Devem ser convocados por conflitos de certa gravidade, que constituam pelo menos uma ameaça
ao clima de paz.
➔ Pode ser assumida havendo revelia de uma das partes (estados) – quando a outra toma a
iniciativa de dirigir-se à assembleia geral ou ao conselho de segurança – e até quando há
revelia de ambas quando a iniciativa da convocação para o julgamento é do secretário geral
(chefe administrativo) da ONU ou de um terceiro Estado.
➔ A Liga dos Estados Árabes (1945) e a Organização dos Estados Americanos (1951) dispõem de
mecanismos semelhantes aos da ONU para solução pacífica de litígios entre seus integrantes (em
uma região).
➔ Os membros não são obrigados a acatar as recomendações e propostas, assim como na assembleia
geral da ONU.
4. MEIOS JURISDICIONAIS
● jurisdição: os meios jurisdicionais diferem dos antecedentes, pois neles há um compromisso de
fato, ou seja, as decisões são obrigatórias e feitas a partir do direito, qualquer forma de resistir,
a tentativa de não seguir a sentença, configura um ilícito internacional, a busca da solução do
conflito se faz conforme o direito vigente.
4.1. arbitragem
➔ a vara arbitral não tem permanência: proferida a sentença, termina para o árbitro o trabalho
judicante que lhe haviam confiado.
➔ É uma lista permanente de pessoas qualificadas para funcionar como árbitros, a indicação é
feita pelos Estados que mantêm a Corte arbitrária. Cada Estado pode indicar até quatro nomes. A
lista tem mais de 200 pessoas.
➔ Para que a arbitragem tenha eficácia, é preciso que antes de tudo, os países em CONFLITO celebrem
um compromisso arbitral, que nada mais é que um contrato bilateral, onde as partes se obrigam
a cumprir todas as determinações necessárias para o bom andamento do processo, e acima de
tudo, acatar a sentença proferida, que tem caráter definitivo.
➔ Esse compromisso pode ser assumido, mesmo antes de se configurar um conflito. Neste caso, ao
ser celebrado um tratado, as partes estipulam que na ocorrência de uma desavença, a solução
virá por uma sentença arbitral, é a chamada cláusula arbitral.
➔ Existe ainda, o tratado geral de arbitragem, onde os Estados escolhem esta como a via de solução
de conflitos, caso estes ocorram no futuro. O próprio tratado se regula, estabelecendo as suas
regras e prazos.
➔ É uma decisão jurisdicional. Deixar de cumprir significa incorrer em ato ilícito (criminoso).
➔ Pode haver “pedido de interpretação” que ocorre quando há obscuridade, omissão, contradição
ou ambigüidade pelo árbitro ou quando este comete uma falta grave, age com dolo,
prejudicando uma das partes em benefício da outra.
➔ O GRANDE PROBLEMA ENCONTRADO NOS MEIOS JURISDICIONAIS É A CARÊNCIA DE EXECUÇÃO POIS A
SENTENÇA Embora definitiva e obrigatória, CABE ÀS PARTES A BOA FÉ DE CUMPRI-LA, CONSIDERANDO
QUE CADA ESTADO É SOBERANO E NENHUM PODER COERCITIVO PODE OBRIGÁ-LO A FAZER O QUE NÃO
QUEIRA.
➔ A solução Judiciária tem alcance mundial, ela atinge Estados, empresas e entidades de direito
público e até indivíduos particulares, e assim como a arbitragem, precisa ser requisitada pelas
partes.
➔ O que faz com que a sentença tenha caráter definitivo e obrigatório, é exatamente esta sujeição
das partes perante as cortes permanentes. Sem este requisito, a sentença não tem validade, pois
nenhum Estado soberano é obrigado a se obrigar a uma decisão contra a sua vontade,
devendo assim existir a sua pré-aceitação.
➔ Esta aceitação prévia pode ser por meio de tratados bilaterais, quando as partes entram em um
acordo para se submeterem ao julgamento da corte, ou ainda, dentro deste caso, combinam que
quando houver ocorrência do litígio qualquer uma pode procurar pela corte.