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A OTAN (do inglês North Atlantic Treaty Organization, ou do francês Organisation du traité de
l'Atlantique Nord) é uma aliança militar intergovernamental, criada no contexto da Guerra Fria.
Desde a sua criação, a Organização passou - e segue passando - por uma série de desafios, da
sua existência e relevância até como ela deve se portar frente às mudanças no cenário
internacional. Nesse Kderno, a equipe do Clipping buscou resumir os principais tópicos desse
assunto. Bora começar?
Origem
A ideia que guia a relação entre os Aliados, a defesa coletiva, está consagrada no Artigo V.
Artigo 5º - As Partes concordam em que um ataque armado contra uma ou várias delas na Europa
ou na América do Norte será considerado um ataque a todas, e, consequentemente, concordam
em que, se um tal ataque armado se verificar, cada uma, no exercício do direito de legítima
defesa, individual ou coletiva, reconhecido pelo artigo 51.° da Carta das Nações Unidas, prestará
assistência à Parte ou Partes assim atacadas, praticando sem demora, individualmente e de
acordo com as restantes Partes, a ação que considerar necessária, inclusive o emprego da força
armada, para restaurar e garantir a segurança na região do Atlântico Norte.
Estrutura da Organização
Em meio à sua divisão interna, o Conselho Atlântico Norte (North Atlantic Council) é o principal
órgão político e decisório, sendo o único estabelecido pelo Tratado de Washington, em seu
artigo 9º, e o único capaz de criar órgãos subsidiários. Ele conta com um representante de cada
Aliado (atualmente são 30, sendo a Macedônia do Norte o membro mais recentemente), e suas
decisões são baseadas no consenso.
O quartel-general da OTAN, em Bruxelas. Neste prédio está alocado o "componente civil" da Aliança, além de ser a
sede do Conselho do Atlântico Norte, principal órgão decisório. O componente militar da Organização, com o
quartel-general das Operações do Comando Aliado, está localizado em Mons, também na Bélgica
Reunião do Conselho Atlântico Norte (NAC) na sede da OTAN.
Um aspecto interessante da OTAN é que ela NÃO possui um exército próprio. Os Estados
Membros/Aliados contribuem com suas tropas, e são responsáveis por todos os gastos
relacionados a elas. Além disso, os Aliados precisam contribuir com uma parte de seu orçamento
destinado à defesa para a manutenção dos custos da Organização. Esta contribuição, inclusive,
tem sido objeto de diferenças de opinião e críticas entre os Estados Unidos e os membros
europeus.
Membros
Oficialmente, a Aliança reconhece como aspirantes a Aliados três países: Bósnia e Herzegovina,
Geórgia e Ucrânia. Há debates em outros países sobre a acessão à OTAN, como Suécia, Finlândia
e Sérvia. O processo de adesão à Aliança é gerenciado pelo artigo 10 do Tratado de Washington,
e conduzido pelo Conselho Atlântico Norte.
Artigo 10.º
As Partes podem, por acordo unânime, convidar a aderir a este Tratado qualquer outro Estado europeu
capaz de favorecer o desenvolvimento dos princípios do presente Tratado e de contribuir para a segurança
da área do Atlântico Norte. Qualquer Estado convidado nesta conformidade pode tornar-se Parte no
Tratado mediante o depósito do respectivo instrumento de adesão junto do Governo dos Estados Unidos
da América. Este último informará cada uma das Partes do depósito de cada instrumento de adesão.
Para a Organização, existe um conjunto de critérios a serem seguidos pelos Aspirantes para que
sua adesão possa ser aceita (processo também realizado por consenso):
Atuação da OTAN
Em 7 décadas, a Aliança buscou garantir a paz dentro do território de seus Aliados. Com o fim
da Guerra Fria (que definiu os 40 primeiros anos da OTAN com sua agenda de segurança
coletiva), houve o senso de que os objetivos da Organização foram atingidos. No entendimento
da Aliança, o fim do conflito trouxe, no entanto, uma nova era de instabilidade. Aderindo a um
novo papel de gerenciamento de crises internacionais, os Aliados participaram em uma série de
iniciativas. Podem ser citadas 3 operações de destaque da OTAN desde sua criação:
“NATO’s commitment to a stable and secure Bosnia and Herzegovina was enshrined in the
Dayton accords 20 years ago and remains intact today. We came to help secure the peace at the
end of a horrendous conflict. _Today, Bosnia and Herzegovina is a very different place. Peaceful,
stable and moving towards a better future on the path to Euro-Atlantic integration,(...) We seek
a Western Balkans where people are able to live as neighbours, in peace and with respect for
the rights of all communities.” (Jens Stoltenberg, Secretário-Geral da OTAN, por ocasião da
comemoração dos 20 anos da IFOR, 2015)
A IFOR foi lançada como instrumento de cumprimento dos Acordos de Dayton, em 1995, que
resolveriam o conflito que ocorria na Bósnia. De um componente essencialmente político, a
missão da OTAN acabou por receber um caráter militar relevante, chegando a atuar com 60mil
tropas, sob o auspício do Capítulo VII da Carta da ONU e com mandato expedido pelo Conselho
de Segurança. A IFOR é um marco por ser a primeira missão da Organização a atuar fora do
território da Aliança.
Sob a orientação da Resolução 1244 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, uma missão
de paz liderada pela OTAN chegou ao Kosovo, ensejando o fim do conflito entre tropas sérvias
e rebeldes albaneses-kosovares. Com avanços e recuos, a missão segue presente e atuando na
resolução da questão.
https://www.youtube.com/watch?v=num7UD4oAME&feature=emb_imp_woyt
Materiais complementares
https://www.youtube.com/watch?t=305&v=snXhtOpSXtI&feature=emb_imp_woyt
"NATO: Still relevant in a Dangerous World", por Lyndsay Lloyd, que disserta sobre a relevância
da OTAN, desde o fim da Guerra Fria. Para o autor, a organização soube se reinventar e buscar
uma nova utilidade, mas mantendo seu compromisso com valores de proteção da segurança
internacional, dentro e fora do território da Aliança.
https://www.bushcenter.org/catalyst/global-challenges/lloyd-nato-still-relevant-in-a-
dangerous-world.html
Fontes
"What is NATO, why does it still exist, and how does it work?" [Canal da OTAN no YouTube]