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PRESSÕES ATMOSFÉRICAS ANORMAIS - HIPERBARISMO


À medida que a PRESSÃO aumenta, os volumes corpóreos diminuem
e os GASES, que ficam dentro do corpo tendem a transformar-se
em LÍQUIDOS, misturando-se com o sangue, como o de maior
percentual é o nitrogênio, consequentemente, é o que mais se
dissolverá. No entanto, o NITROGÊNIO induz a um processo de
SONOLÊNCIA, conhecido como NARCOSE, levando a um processo de
apagamento.
Quando, por exemplo, o mergulhador sobre abruptamente, sem ser por etapas, as bolhas dos gases surgem mais rapidamente e
maiores, podendo obstruir a circulação sanguínea e causar o fenômeno de DESCOMPRESSÃO RÁPIDA. Outro fenômeno além
desses, são os BAROTRAUMAS, já que os volumes corpóreos tendem a diminuir com o aumento da pressão, ao subir rapidamente
e aumentar o volume, os alvéolos estouram, gerando o barotrauma pulmonar e, posteriormente edema pulmonar.
Os trabalhadores que suportam altas pressões estão sujeitos a esses eventos.

DESCRIÇÃO DE ATIVIDADES HIPERBÁRICAS


Diversas funções são realizadas sob condições hiperbáricas, sendo que 90% estão ligadas a MANUTENÇÃO DE NAVIOS de
produção e PLATAFORMAS e 10% focam na INSTALAÇÃO DE CABOS SUBMARINOS, GRADES DE CONTEÇÃO DE RIOS etc.

MERGULHO CIVIL E MILITAR


• Livre
- Sem equipamentos de proteção
• Raso
- Dependente
- Autônomo
• Profundo
- De intervenção
- De saturação
• Convencional
• Operações militares

CONTRUÇÃO CIVIL

• Tubulão pneumático
- É um tubo com ar comprimido.
- Necessários na construção de pontes para a água não entrar nos lençóis freáticos
onde estão trabalhando.
• Túnel pressurizado

Tubulão pneumático

MEDICINA
• Descompressão terapêutica Oxigenoterapia hiperbárica
• Oxigenoterapia hiperbárica
- Nos tecidos lesionados hipóxicos, a oxigenoterapia hiperbárica, além de
contribuir para a reversão desta hipóxia, estimula também a formação da
matriz de colágeno, essencial para a angiogênese e cicatrização.
- É realizada em câmaras hiperbáricas.

Indicações da oxigenoterapia hiperbárica:


Recomendações tipo I
➢ Intoxicação por monóxido de carbono (CO)
➢ Síndrome de esmagamento
➢ Prevenção da osteoradionecrose após extração dentária
➢ Osteoradionecrose (mandíbula)
➢ Radionecrose de tecidos moles (cistite)
➢ Acidente descompressivo
➢ Embolia gasosa
➢ Infecções bacterianas por anaeróbios ou mistas anaeróbicas
Recomendações tipo II
➢ Lesão do pé diabético
➢ Retalho de pele ou musculocutâneo comprometido
➢ Osteoradionecrose (outros ossos que não mandíbula)
➢ Proctite/enterite radio-induzida
➢ Lesões dos tecidos moles radio-induzidas
➢ Cirurgia e implante em tecidos irradiados (ação preventiva)
➢ Surdez súbita

➢ Úlcera isquêmica
➢ Osteomielite crônica refratária
➢ Neuroblastoma estádio IV
Recomendações do tipo III
➢ Encefalopatia pós-anóxica
➢ Radionecrose laríngea
➢ Lesão do SNC radio-induzida
➢ Sídrome de reperfusão pós procedimento vascular
➢ Reimplantação de membro
➢ Queimaduras de 2º grau em mais de 20% da superfície corporal
➢ Doenças oftálmicas isquêmicas agudas
➢ Feridas selecionadas de difícil cicarização secundária a processos inflamaórios

BAROTRAUMAS
Fatores essenciais para ocorrer o barotrauma:
• Cavidades pneumáticas com paredes rígidas ou semirrígidas
• Variação de pressão
• Sem comunicação com o meio externo
• Penetração vascular ou de membrana

LEI DE DALTON
Recaptulando, o GÁS SE TRANFORMA EM LÍQUIDO e se dissolve na
circulação, principalmente o NITROGÊNIO, provocando a NARCOSE.
LEI DE HENRY
Ao subir abrupatamente, os gases que estavam dissolvidos,
borbulham no sangue, podendo gerar a DOENÇA DESCOMPRESSIVA.
LEI DE BOYLE
Ao se diminuir a pressão na subida, aumenta-se o volume e o ar
que estava nos pulmões expande, gerando o BAROTRAUMA
PULMONAR e FRATURAS DENTÁRIAS.
EFEITOS DIRETOS OU PRIMÁRIOS
Efeitos mecânicos ocasionados diretamente pelo aumento da pressão.
• Barotraumas – Lei de Boyle
• Hiperdistensão pulmonar

• Embolia arterial gasosa – EAG


EFEITOS INDIRETOS OU SECUNDÁRIOS
Efeitos fisiológicos, bioquímicos e biofísicos exercidos pelos componentes de misturas gasosas sobre determinados tecidos.
• Intoxicações – Lei de Dalton
• Mal descompressivo – Lei de Henry

MERGULHO CIVIL
Mergulho Livre
Caracteriza-se por ser praticado APENAS COM O AR DOS PULMÕES, sem a ajuda de equipamentos respiratórios.
• Limitado no tempo – 20min e na profundidade – 20m.
• Prática menos segura devido a vários afogamentos
• Ex: Caça submarina, soleta de madrepérolas

Mergulho Raso
Praticado até 50m com auxílio de equipamentos respiratórios. Mergulho Raso Dependente
O mergulhador recebe um suprimento de ar da superfície
• Duração de até 1h por meio de um compressor de ar, chegando ao
• Grande aplicação profissional mergulhador através de sinais e puxões no umbilical.
• Ex: fotografias e exploração de ambientes submarinos Limitado até 30m.
• A equipe conta com 5 profissionais de mergulho raso:
- 1 supervisor de mergulho Mergulho Raso Autônomo
- 1 técnico hiperbárico Consiste essencialmente em um suprimento de mistura
- 3 mergulhadores respiratória que é fornecido por uma válvula redutora,
seguida de válvula de demanda e peça bucal. O ar
expirado é liberado na água e o suprimento de ar é um
cilindro. Dá boa mobilidade ao mergulhador.

Mergulho Profundo
Realizado em profundidades maiores que 50m.
• Demanda equipamentos profissionais e equipe especializada.

• Ficam dentro de sinos fechados.


• A mistura respiratória é o HELIOX
• É necessário o emprego de complexo hiperbárico, que é um navio de apoio, constituído de
câmaras, sino de mergulho fechado e unidades de controle das câmaras.
De intervenção Sino Fechado
Executados em pequenos períodos de tempo de não mais
que 60min, requerendo um período de descompressão
de muitas horas.
Câmara hiperbárica de
Utiliza-se o sino fechado com 2 mergulhadores. descompressão

De saturação
Mergulhadores (4 a 6) ficam sujeitos a saturados com gás
inerte para trabalhar por um longo período. O trabalho é
feito em duplas no sino fechado e a descompressão dura
dias.

CLASSIFICAÇÃO DO MERGULHO QUANTO AO TIPO DE EQUIPAMENTO E MISTURAS


GASOSAS UTILIZADAS
QUANTO AO TIPO DE EQUIPAMENTO
AUTÔNOMO:
• O mergulho autônomo caracteriza-se pela fonte de ar estar junto om o mergulhador.
CIRCUITO ABERTO
O ar exalado pelo mergulhador é liberado para o ambiente. É um reservatório de ar a
alta pressão, ligado ao mergulhador por meio de uma válvula redutora de pressão e
reguladora de demanda.
SCUBA

CIRCUITO FECHADO
Apresenta como principal característica a utilização de misturas respiratórias artificiais, como O2 a 100% ou oxigênio
com nitrogênio em proporções diferentes das do ar. No circuito fechado, a mistura gasosa circula continuamente entre
o mergulhador e o equipamento, não havendo descarte de gases para o ambiente. O gás só escapa do regulador
quando o mergulhador está retomando a superfície, mesmo assim em quantidades mínimas, o gás expirado retoma ao
compartimento de origem, tendo antes passado por um filtro de CO2.
CICUITO SEMI FECHADO

Parte da mistura respiratória recircula e parte é descarregada. Semelhante ao circuito fechado, o mergulhador continua
expelindo pequenas bolhas intermitentes, porém em menor volume do que no aparelho de mergulho autônomo
convencional.

DEPENDENTE:
• A fonte de gás está na superfície e a mistura respiratória chega ao mergulhador por meio de uma mangueira.
NARGUILE
O umbilical do mergulhador está ligado diretamente à superfície.
SINO ABERTO
O umbilical do mergulhador está ligado a uma campânula com a parte inferior aberta e provida de estrado, possui um
sistema próprio de comunicação e suprimento de gás da superfície. Tem como objetivo conduzir o mergulhador até a
profundidade aproximada do trabalho. A pressão interna equivale a pressão ambiente.
SINO FECHADO
É muito semelhante ao sino aberto, só que a campânula é fechada. A pressão interna é diferente da pressão
ambiente. Estas duas pressões só equalizam quando o sino atinge a profundidade de trabalho.

QUANTO AO TIPO DE GÁS RESPIRADO EM RELAÇÃO A PROFUNDIDADE


RASO:
• Mergulho realizado até 50m de profundidade, normalmente, utiliza-se ar comprimido, contudo a profundidade além
dos 30m obtém-se níveis de pressão parcial de N2 que produzem efeitos tóxicos perigosos a segurança do
mergulhador.
• Ultimamente, tem se utilizado misturas gasosas em mergulho raso desportivo, a mais comum é o NITROX, que
diminuem a porcentagem do nitrogênio na mistura gasosa, aumentando o tempo de fundo sem descompressão e
diminuindo o risco do Mal Descompressivo.

PROFUNDO:
• É aquele realizado a uma profundidade maior que 50m, onde não se respira ar comprimido e sim uma mistura de
hélio ou hidrogênio com gases inertes no lugar do nitrogênio, com o oxigênio. O hidrogênio (HIDROX) é pouco usado
porque é muito explosivo, o hélio (HELIOX) embora muito mais caro, é o mais seguro, e normalmente mais utilizado
no mergulho comercial. Atualmente, o TRIMIX (hélio + nitrogênio + oxigênio) tem se popularizado no mergulho técnico
em profundidades abaixo de 40m.

APLICAÇÕES DO HIPERBARISMO NA ENGENHARIA


TUBULÃO PNEUMÁTICO
Estrutura tubular vertical que se estende abaixo da superfície da água, possuindo um compartimento superior (campânula),
através do qual os trabalhadores entram na estrutura e são pressurizados.

TÚNEL PRESSURIZADO
Necessidade de contrabalancear a pressão externa oferecida pelo lençol freático do
terreno, evitando desmoronamentos.

APLICAÇÕES DO HIPERBARISMO NA MEDICINA


RECOMPRESSÃO TERAPÊUTICA
Consiste na administração de O2 a 100% por várias horas em câmara pressurizada fechada a > 1atm, gradualmente abaixado
pela pressão atmosférica. Em mergulhadores, essa terapia é usada primariamente para tratar doença da descompressão e
embolismo gasoso arterial.

DOENÇAS PROFISSIONAIS
BAROTRAUMAS
BAROTRAUMA DA ORELHA MÉDIA
Ocorre quando o mergulhador inicia a descida e a pressão externa a orelha começa a aumentar. O ar respirado, passando da
nasofaringe pela tuba auditiva, atingindo a orelha média e equilibrando a pressão exercida exatamente no tímpano. Qualquer
obstrução da tuba auditiva impede essa passagem de ar, e a pressão na orelha média permanece mais baixa, já que não é
equilibrado pelo ar vindo da faringe. A pressão na orelha externa passa a deformar a membrana timpânica, que sofre um
abaulamento, podendo romper-se com facilidade, mas pode ocorrer com ou sem ruptura de tímpano.
CAUSAS:
• velocidade de descida do mergulhador
• Proximidade da superfície
• Hábito e treinamento
• Infecção nas vias aéreas superiores
• Otites agudas ou crônicas
PROFILAXIA:
• Nunca force uma manobra de Valsalva
• Nunca mergulhar gripado
• Nunca mergulhar com tampões de ouvido ou capuz muito apertado (barotrauma de orelha externa)
SINTOMAS:
• Tonteiras
• Desorientação

• Dor de ouvido
PROCEDIMENTO:
• Esperar um pouco até passar a tonteira
• Soltar o cinto de chumbo
• Subir lentamente

BAROTRAUMA DA ORELHA EXTERNA


Se o mergulhador usa um capuz muito justo ou tampões obstruindo por completo o conduto auditivo forma, na descida, câmara
aérea isolada no meato acústico. Ocorre o abaulamento do tímpano para fora, que pode acarretar traumatismos leves ou até
mesmo a ruptura e os tampões são empurrados para dentro do conduto auditivo.

BAROTRAUMA SINUSAL
Os seios da face comunicam-se com a faringe por condutos que permitem o equilíbrio da pressão do meio ambiente em variação
com a pressão do seu interior. A obstrução num destes condutos por um processo inflamatório ou por muco, impede o equilíbrio
da pressão ambiente com a do interior dos seios, causando problemas tais como edemas e hemorragias.

BAROTRAUMA DENTAL
É um barotrauma de rara incidência, não tendo suas causas seguramente definidas. Presume-se que isso ocorra devido a
pequenas bolhas gasosas que estariam no interior da polpa dentária ou em tecidos moles adjacentes.
• Na subida, como a pressão diminui e o volume aumenta, o ar se expande de causa lesão.

BAROTRAUMA DE MÁSCARA
A pressão no interior da máscara facial devera ser mantida equilibrada com a pressão exterior, o que é possível pela sua
comunicação com as fossas nasais. Caso contrário, a pressão relativamente menor no interior da máscara a transformaria em
uma ventosa, causando lesões ao redor do globo ocular e nos tecidos da face.

BAROTRAUMA PULMONAR
À medida que o mergulhador submerge, a cada 11m, dobra-se a pressão e reduz-se o volume pulmonar pela metade. A partir
de um determinado ponto, a flexibilidade da caixa torácica impede aos pulmões de continuarem reduzindo o seu volume e se o
mergulhador prosseguir, haverá uma congestão e passagem de transudato para o interior dos alvéolos, que pode gerar edema
agudo de pulmão e rompimento dessas estruturas.

EMBOLIA ARTERIAL GASOSA (EAG)


É um acidente que ocorre com o mergulhador que, tendo respirado ar comprimido no fundo, retém esse ar durante a subida com
o aumento da pressão intrapulmonar, distensão e ruptura alveolar e penetração do ar na circulação sanguínea, interrompendo a
irrigação de estruturas importantes do organismo.

O ar no alvéolo estourado poderá causar o seguinte:


• Enfisema do mediastino
• Enfisema subcutâneo
• Pneumotórax

OS EFEITOS INDIRETOS DA PRESSÃO NO ORGANISMO


NARCOSE
Efeito narcótico provocado por gases inertes ao se difundirem no SNC. A ocorrência depende da pressão parcial do nitrogênio e
da sua solubilidade nos tecidos. É semelhante à embriaguez causada pelo álcool 59 ou efeito de gases anestésicos.

INTOXICAÇÃO POR OXIGÊNIO


O oxigênio puro torna-se tóxico já a partir dos 9 metros de profundidade. O sintoma clássico é o surgimento súbito de uma
redução progressiva do campo visual.

INTOXICAÇÃO POR DIÓXIDO DE CARBONO


O impedimento de uma correta respiração, com a adequada eliminação do CO2, provoca sintomas que acusam a depressão do
SNC.

DOENÇA DESCOMPRESSIVA
Devido a uma DIFERENÇA SÚBITA DA DIMINUIÇÃO DE PRESSÃO AO SUBIR A SUPERFÍCIE provocado pelo excesso de NITROGÊNIO
DISSOLVIDO que se expandem. Relaciona-se com a profundidade, a duração e o tempo de descompressão do mergulho.

Tipo 1
Dores articulares que se apresentam dentro de 1h após a exposição. Há prurido, eritemas em razão da formação de microbolhas
teciduais.

Tipo 2
Mal estar súbito que aparece 10 a 30min após a exposição. Evoluindo insidiosamente ao longo de vários dias. Ocorrem parestesias
que evoluem a anestesia e paraplegia. Há acometimento medular.
EAG X DOENÇA DESCOMPRESSIVA
A EAG são bolhas de ar na circulação sanguínea originado
da ruptura alveolar pulmonar, causada pela retenção do ar
durante a subida.

A Doença Descompressiva são bolhas de nitrogênio nos vasos sanguíneos, causada por falta de descompressão adequada quando
o mergulhador está retomando a superfície.

OSTEONECROSE ASSÉPTICA
É causada pela OCLUSÃO DE PEQUENAS ARTÉRIAS E CAPILARES ÓSSEOS, seguida de
infarto e área envolvida por bolhas de nitrogênio formadas durante o processo de
descompressão.
A maior parte dos casos de osteonecrose asséptica são ASSINTOMÁTICOS, sendo
encontrados durante estudos radiológicos efetuados periodicamente em grupos de
indivíduos expostos.
• Geralmente, os sintomas não se manifestam, a menos que a lesão se localize na superfície justa-articular, quanto
assume características de dor artrítica, localizada, irradiando-se para o resto do membro afetado.

ORIENTAÇÕES DE SEGURANÇA

PCMSO

INSALUBRIDADE E APOSENTADORIA ESPECIAL


PPRA

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