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CONTABILIDADE BÁSICA

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1. Conhecendo a Contabilidade

A Importância da Contabilidade.
- Contabilidade?
- Fala sério !!!! Você deve ser louco !!!! Só vê matemática não é?

A parábola acima é dita 7 vezes em cada 10 comentários quando alguém fica sabendo que você entrou na
faculdade para estudar contabilidade.

A realidade diz justamente ao contrario, ao entrar numa faculdade de contabilidade você não passará 4 anos
de sua vida estudando somente matemática.

Poucos sabem que um dos objetivos da contabilidade é simplesmente o de preparar relatórios para os
gestores (administradores) afim de ajudar na analise e nas decisões da empresa.

Objetivo este atualmente totalmente distorcido pelo fisco (atualmente um contador passa mais de 70% do
seu tempo cumprindo obrigações impostas pelos governos, tais como preenchimento de declarações).
Portanto não saia pensando que o seu contador não faz alguns tipos de relatórios por que não quer, às vezes
não sobra tempo, para ajudar no gerenciamento.

Um contador de uma empresa média pode chegar a ter que fazer mais ou menos 47 declarações durante um
ano, algumas simples outras mais complexas, algumas até com mais de 100 folhas, dependendo do tipo de
atividade da empresa.

Abaixo vou colocar um exemplo simplificado de como a contabilidade/contador pode ajudar na gestão de
uma empresa, mais antes se faz necessário chamar sua atenção para o seguinte:

Se o objetivo da contabilidade é o de ajudar na administração da empresa através de relatórios porque


quase que a maioria dos empresários não a utiliza?

A resposta? Porque não possuem pouquinho de conhecimento de contabilidade.

Você talvez tenha ou conhece alguém que tenha uma empresa, pergunte a ele se ele entende aquele monte
de números chamado balanço patrimonial que o contador manda para ele assinar no final do ano.

O que esse empresário faz com esse balanço?

Assina, afinal não foi isso que o contador pediu?

O Sebrae divulga constantemente que a maioria das empresas que “quebram” é devido a uma má gestão.

Agora vamos ao conveniente, você tem uma empresa, faz dela o seu ganha pão, assim como o sustento da
sua família. Você paga todo mês os honorários do seu contador e ele tem condições de fazer todos os
relatórios. Porque não usar esses relatórios para melhorar o gerenciamento da sua empresa ????

No decorrer desses tutoriais vamos adquirir alguns conhecimentos básicos para permitir que você possa
entender e analisar um balanço patrimonial de uma empresa assim como dos demais relatórios contábeis,
para isso necessitaremos adquirir esses conhecimentos básicos e iremos discuti-los um a um, no final tenho
certeza de que você, quando ver um balanço patrimonial de uma empresa vai encara-lo com outros olhos.

Acima eu disse que colocaria um exemplo de auxilio contábil para a gestão, vamos exemplificar o que mais
preocupa os empresários a carga tributária, o valor dos impostos.

Vale ressaltar que se trata de um exemplo hipotético !!!

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Suponhamos que você descobriu como se faz um telefone especial, um telefone que lhe avisa 5 minutos
antes de tocar quem vai te ligar. Esse aparelho é a febre do momento, todo mundo quer comprar um.

O custo para você produzir esse aparelho é de R$ 60,00.

Você tem um amigo que montou uma loja de produtos eletrônicos, e ficou sabendo que ele paga por um
aparelho igual à quantia de R$ 100,00.

A primeira coisa que você pensaria seria: “bom se eu gasto R$ 60,00 para produzir o telefone especial, e as
lojas estão comprando ele por R$ 100,00. Eu poderia vender por R$ 85,00 e ganhar muito dinheiro, assim
eu vou viajar, trocar de carro e principalmente largar meu emprego”.

Ai você começa a produzir e fecha um grande contrato com uma rede de lojas, ela quer comprar de você
10.000 aparelhos desses. Contrato fechado. No primeiro mês a loja quer 1.000 aparelhos.

Qual o seu primeiro procedimento?

Calcular quanto você vai ganhar com esses 1.000 aparelhos no primeiro mês.

Bom se você gasta R$ 65,00 por produto e você produziu 1.000, você gastou R$ 65.000,00 para produzi-los.
Certo?

Você vendeu a R$ 85,00, então você ganhou R$ 85.000,00.

Diminuindo os seus gasto de R$ 65.000,00 sobra para você R$ 20.000,00.

Mesmo antes de receber você já começou a gastar, largou seu emprego, trocou de carro, viajou com a
família e etc.

Você se esqueceu de perguntar ao seu contador quanto você pagaria de imposto com a venda desses
produtos e como era o calculo deles.

Passa-se um mês, você produziu e entregou os 1.000 aparelhos prometidos e recebeu a quantia combinada.

Lá esta você na sua fabrica, quando chega o boy do seu contador com os impostos para você pagar. Quando
você vê os valores você quase cai para trás, sua primeira reação é ligar para o contador e dizer que ele
errou nos cálculos e que tem que ter alguma coisa errada com esses valores.

Então começa o contador a te explicar como ele chegou aos valores, ele começa:

• Olha o imposto X é 8% do seu faturamento, o imposto Y é 3% do seu faturamento e o imposto Z é


15% do seu lucro.

Então você faz os seus cálculos: 8 + 3 + 15 = 26


26% de R$ 20.000,00 (que foi o que você ganhou) = R$ 5.200,00

Ai você confere com os cálculos do contador cujo total dos impostos foi de R$ 12.350,00.

Nessa hora você já esta com raiva do contador, e pergunta:

• Como você chegou a esses valores?


• Não disse que estava errado? Você está maluco? Se eu pago esses R$ 12.350,00 como eu iria pagar
o aluguel da fábrica, meus funcionários, a conta de luz, a conta de telefone, o IPTU, o seguro e
outras despesas e ainda sobrar algum dinheiro para mim?

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O contador começa a te explicar:

• O imposto X é 8% do seu faturamento: seu faturamento foi de R$ 85.000,00, então 8% de


85.000,00 é igual a R$ 6.800,00.
• O imposto Y é 3% do seu faturamento: seu faturamento foi de R$ 85.000,00, então 3% de
85.000,00 é igual a R$ 2.550,00.
• O imposto X é 15% do seu lucro: seu lucro foi de R$ 20.000,00, então 15% de 20.000,00 é igual a
R$ 3.000,00.
• Totalizando: 6.800,00 + 2.550,00 + 3.000,00 = 12.350,00
• Entendeu? Está certo os meus cálculos.

Você mais uma vez achando que seu contador esta errado:

• Meu querido contador (com ar nervoso), você esta fazendo os cálculos errados, meu faturamento
não foi de R$ 85.000,00, meu faturamento foi de R$ 20.000,00, eu faturei somente R$ 20.000,00
que é a diferença de R$ 85.000,00 – R$ 65.000,00.

Nesse momento o contador entende seu equivoco e diz:

• Ah !!!!! Você esta confundindo faturamento com lucro, a faturamento a lei diz que é tudo o que
você recebeu, independente de quanto você gastou. O Lucro sim é quanto você ganhou ou seja, a
diferença do seu Faturamento menos os seus custos.

Você então bate o telefone na cara do contador e lembra que o tio da prima do filho do seu amigo é
contador também, e pede para ele refazer o calculo do seu imposto, e para sua surpresa o valor total é: R$
12.350,00.

E agora, você ainda tem que pagar aluguel da fabrica, os funcionários, a conta de luz, a conta de telefone, o
IPTU, o seguro e as outras despesas.

Lembrando que você já gastou dinheiro trocando de carro, viajando com a família e até mesmo investindo
em sua fabrica.

Será que se você tivesse conversado com o seu contador antes, essa situação poderia ter sido evitada?

Lógico que estamos partindo de um exemplo hipotético, que a realidade pode ser diferente desses valores,
mais vale lembrar que certos tipos de produtos tais como o cigarro, a carga tributaria chega a mais de 80%
do preço de venda.

O exemplo é de carga tributária, mais poderíamos fazer a seguinte pergunta, por quanto eu deveria ter
vendido os 1.000 aparelhos para que me sobre R$ 20.000,00, depois de eu ter pago todos os meus
impostos?

A contabilidade também pode ajudar nessa questão chamada de FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA.

Lembrando que o exemplo acima é um pouco mais complexo pois envolve carga tributaria, o que não será o
foco nesse tutorial. Vamos no principio aprender o que é um Balanço Patrimonial, o que é Ativo e Passivo,
como funciona o mecanismo de débito e crédito na contabilidade, como se contabiliza compras, vendas e
pagamentos, como é dividido o Balanço Patrimonial, vamos conhecer e entender as outras demonstrações
contábeis tudo isso aos poucos.

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Principais Usuários da Contabilidade

Não só os administradores se utilizam dos relatórios que a Contabilidade fornece, outras pessoas, órgãos e
empresas também a utilizam como ferramenta.
Vamos entender o porque de outras pessoas terem interesse nos relatórios contábeis.

O Balanço Patrimonial de uma empresa é como se fosse uma fotografia da empresa num determinado
momento.

Imagine uma foto sua, através dela outras pessoas poderão saber como você esta, se o seu cabelo cresceu,
se sua aparência esta mais nova, ou mais velha e etc, até mesmo lhe conhecer.

Com o balanço de uma empresa você também consegue extrair informações parecidas com essas, só que
como a empresa é uma pessoa jurídica (uma pessoa jurídica é aquela que foi formada através de um
contrato, daí o termo jurídico, e que através desse contrato ela pode adquirir obrigações como comprar a
prazo. A pessoa normal como nós é chamada de pessoa física). Baseado no conceito acima podemos afirma
que você não consegue “enxergar” fisicamente uma empresa, porque ela não existe no sentido de se poder
tocar com as mãos, ela não possui matéria.

Não podemos confundir o prédio onde uma empresa esta instalada como sendo a empresa em si, a natureza
de ambos é totalmente diferente, o prédio continuará existindo, independente de você ter uma empresa
instalada dentro dele ou não.

Como você não consegue enxergar a aparência física da empresa, o balanço patrimonial (foto da empresa)
nos mostrará números, e através deles, podemos analisar como a empresa está, semelhante seria se você
relacionasse num papel todo o dinheiro que você possui num determinado dia, seja ele depositado no banco,
dentro da sua carteira, ou no cofre da sua casa, e comparássemos esses números com toda a divida que
você possui, ora se você tem mais dinheiro do que divida podemos dizer que a sua saúde financeira é boa,
mas ao contrario poderíamos dizer que sua saúde financeira não esta legal. Com uma empresa a situação é
a mesma, pode estar com uma boa saúde financeira ou não.

Agora se imagine no outro lado da situação se um amigo seu lhe pede R$ 1.000,00 em dinheiro emprestado
para pagamento daqui a 3 meses, e você conseguiu uma foto da saúde financeira dele e viu que ele está
devendo R$ 5.000,00 além disso, você ficou sabendo que ele ganha R$ 400,00 por mês, deixe a parte
emocional de lado, você emprestaria esse dinheiro baseado nessas informações acima? Você acha que o seu
amigo vai ter condições de no final dos 3 meses lhe pagar?

Mas e se você não tivesse visto a foto da sua financeira dele (o balanço patrimonial do seu amigo), como
você chegaria a essa analise?

Lógico que o exemplo acima é hipotético mais uma vez, para fazer uma analise por completo você precisa
além desses dados, outros do tipo:

Ele tem mais alguma coisa para receber além do salário nesses 3 meses?

Essa divida dele de R$ 5.000,00 vence quando? Ora se vencer nos próximos 3 meses, e ele não tem mais
valores a receber se não o salário, tanto faz se essa divida vence integralmente ou parcialmente,
provavelmente ele deixará de pagar alguém.

Acontece que analisando um balanço você tem condições tomar conhecimento de praticamente quase todas
essas informações.

Baseado nessas e outras situações diversas pessoas tem interesses nos relatórios contábeis, tais como:

Os donos da empresa que não participam de sua administração.


Para que? Para poder saber quanto a empresa esta conseguindo lucrar.

Os administradores da empresa.
Para que? Para saber a sua saúde financeira e como melhora-la.

Os Bancos e Financeiras.

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Para que? Para saber se concederem um empréstimo a uma empresa, ela terá condições de pagar.
Os sindicatos.
Para que? No caso de um sindicato dos empregados para saber se podem pedir um percentual de aumento
maior para os funcionários.

O Governo em geral.
Para que? Para saber se podem tributar mais, ou se devem reduzir a tributação.

Até mesmo você.


Para que? Imagine que você quer comprar ações de uma empresa, quer investir, objetivando obter um
retorno financeiro através de lucros, numa analise você poderá saber se essas empresas deram lucro nos
anos passados e assim prever se dará lucro no futuro.

Podemos dizer que a maior parte dos interessados na contabilidade está incluída nessa lista, os objetivos de
cada um desses interessados podem diferenciar de varias maneiras.

Por exemplo:

O Ministério do Trabalho (Governo) exige que a empresa informe mensalmente através de uma declaração
chamada CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), quais e quantas foram às pessoas que
as empresas admitiram e demitiram no mês passado.
É com base nessa declaração e que você escuta no Jornal Nacional que o emprego na industria ou no
comercio cresceu tantos por cento, ou que diminuiu tantos por cento.

A fim de terminar a maior parte teórica para que no próximo tutorial já comecemos a ver um pouco a parte
pratica vamos discutir rapidamente sobre mais dois assuntos importantes na contabilidade, a origem da
contabilidade e a importância da constante atualização.

Origem da Contabilidade.
Existem vestígios da prática da contabilidade por volta de mais de 7.000 anos antes de Cristo, descobriram
que havia numa caverna um desenho de um animal parecido com um carneiro, e um monte de “pauzinhos”
ao seu lado, havia um espaço na pedra e logo depois um outro desenho de um outro carneiro e mais alguns
“pauzinhos” porem agora com uma quantidade de “pauzinhos” diferentes do primeiro desenho.

A prática desses tracinhos com certeza lhe lembrou a infância quando na escola você fazia 10 tracinhos e um
risco em cima deles para dizer que havia ali uma dezena não foi?

Essa descoberta não parece uma contagem? Se coloque do outro lado da historia: Você cria carneiros um
monte deles, se você quiser fazer uma analise do crescimento da sua criação de carneiros com certeza você
terá que fazer uma contagem e após algum tempo faze-la novamente não?

Se você tinha 200 carneiros e agora na segunda contagem tem 205, nasceram 5 carneiros não foi?

Podemos aproveitar o embalo dessa situação e ressaltar mais uma vez a importância dos relatórios
contábeis, com a seguinte questão:

Nasceram somente 5 carneiros? Não morreu nenhum?

Olha a importância de termos ai um controle contábil eficiente, vamos supor que nasceram 200 carneiros e
morreram 195. Um número alarmante de mortes. Se você não tiver um controle para saber quantos
nasceram e quantos morreram você com certeza não poderia fazer melhorias na criação, de posse desse
relatório, você tomaria conhecimento do numero de mortes, e poderia investigar a causa delas e tentar
inverter essa situação, a fim de controlar esses grandes números de mortes.

Voltando a era das pedras, o que nosso primo pré-histórico fez, foi anda mais nada menos do que uma
contagem física, atualmente no meio contábil chamado de inventário. (veremos mais sobre o conceito de
inventario nos próximos tutoriais, o importante é você entender que foi feito uma contagem em um
determinado período e após foi feito outra contagem).

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Com base nessas e outras descobertas acredita-se que a contabilidade é uma das ciências mais antigas que
existem.

Vamos um pouquinho mais adiante no tempo. Antigamente não existia o dinheiro como hoje ele é. Tudo
funcionava a base da troca, você SÓ tinha duas maçãs e trocava por uma galinha. Muito inconveniente isso
não? Pois necessitava haver interesse mutuo de ambas as partes, ou seja, você teria que querer a galinha e
a outra pessoa tinha que ter a galinha e querer por ela duas maçãs. Mais e se o dono da galinha quisesse 3
maçãs?

Um pouco mais adiante foi inventada a moeda, que funciona como um meio de troca, só que não precisa
haver o interesse de ambas as partes (maçãs x galinhas), pois se você tem a moeda, compra a galinha e a
outra pessoa pode comprar pêras, por exemplo.

Com a invenção da moeda, mais uma vez foi necessário haver um controle (contábil), o saldo de moedas
que você possuía, pois nem sempre uma moeda correspondia aquilo que você necessitava. Vamos
exemplificar para ficar mais fácil:

100 moedas = 1 galinha


3 galinhas = 300 moedas

Imagine você ficar contando 100 moedas para comprar uma galinha e depois conferir quantas moedas que
você tem para poder comprar 1 maçã. Após comer a maçã você ficou com vontade de comer pêras, lá vai
você contar quantas moedas você tem para saber se pode comprar as pêras.

Passou então a haver um controle de quantas moedas você tinha, quantas você usou e quantas você
ganhou. Tipo um extrato bancário de hoje. Não é muito mais fácil você olhar o extrato bancário e saber
quanto você tem de dinheiro do que ter que ficar contando sempre? Olha a facilidade que um controle
bancário lhe proporciona.

Vamos piorar essa situação um pouquinho, imagine se você sofresse de perda de memória constantemente?

Pois é, desde antigamente já podemos entender a importância dos controles contábeis.

A Importância da Constante Atualização.


A constante atualização não é importante somente na Contabilidade, em todas as áreas ela se faz
imprescindível. Um engenheiro que esta em constante atualização tem condições de elaborar um projeto
com o menor custo devido a novidades tecnológicas. Imagine a maravilha que é quando um médico
descobre um novo método de operar um paciente, este método por se menos doloroso permite que o
paciente volte para casa no mesmo dia, e ainda assim pode diminuir o custo da operação em virtude de que
o cliente não precisará arcar com a despesa de internação no hospital.

Se fosse você que esta para operar, por qual optaria?

Na contabilidade, assim como nas demais áreas, essa importância se dá de duas formas:

1 – Você como profissional é responsável pela elaboração de toda a parte burocrática de uma empresa,
imagine fazer algo errado que traga grandes prejuízos ao seu cliente? Imagine fornecer um relatório errado,
ou fazer um cálculo de um imposto errado?
Friso também que o Brasil é um países que mais se elaboram leis, para se ter uma idéia são elaboradas mais
de 3.000 atos normativos (leis, decretos, resoluções e outros).

2 – Você como usuário da contabilidade, não basta somente ter conhecimento, você precisa saber as
mudanças ocorridas, imagine que você sabe tudo sobre balanço patrimonial, e de repente o Balanço
Patrimonial é trocado por outro relatório. Você só se da conta disso depois de muito tempo, até você
conseguir adquirir todo o conhecimento necessário com certeza terá algum inconveniente. Imagine que o
governo inventa que todo o dinheiro que esta na conta bancaria tem que ser colocado pelo triplo no balanço,
o que aparecia antes como R$ 1.000,00 agora aparece como R$ 3.000,00. Você com certeza irá imaginar
que a empresa tem R$ 3.000,00 reais no banco, mais na verdade ela só tem R$ 1.000,00.

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Parece estranho não? Mais na pratica isso ás vezes acontece. Não com o saldo bancário, mais com outros
tipos de contabilização.
Quando falarmos sobre Avaliação de Investimentos pelo Método de Equivalência Patrimonial, mostrarei que
nem tudo o que parece é, mas pode ser. Mas isso é assunto para mais adiante.

Conclusão

Nesse primeiro tutorial, tratamos de demonstrar a importância da contabilidade, sua origem, os principais
usuários e outros pontos teóricos considerados relevantes. Nos próximos já vamos começar com um pouco
da parte pratica e com alguns exercícios de fixação. Até a próxima.
LISTA DE TODOS OS TUTORIAIS DISPONÍVEIS

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2. Primeiras Noções de
Contabilidade

Os demais objetivos da Contabilidade


No ultimo tutorial eu disse que UM DOS OBJETIVOS da Contabilidade era o de auxiliar os gestores e mostrei
um exemplo sobre isso, as outras funções da contabilidade são:

• Função de Controle
• Função de Apurar o resultado

Nesse tutorial vamos falar um pouco sobre a função de controle e deixemos a função de apurar o resultado
para mais tarde.

A função Controle
O a função controle tem extrema importância, vejamos:

Se eu lhe perguntar hoje, qual seria o seu patrimônio você com certeza me diria que é tudo aquilo que você
possui. Por exemplo: uma casa, um carro, uma ilha, um iate, etc ..., e um saldo de R$ 100.000,00 em sua
conta bancária, suponhamos que a soma disso tudo totalize R$ 300.000,00.

Supondo que você não efetuou nenhum deposito e nem fez nenhum saque em sua conta bancaria, não
comprou mais nenhum bem. Se eu lhe perguntasse qual seria o seu patrimônio daqui a um mês, qual seria a
sua resposta? Os mesmos R$ 300.000,00 certo? Será que é mesmo?

E se o banco lhe debitar uma tarifa de R$ 1.000,00?

O que antes era R$ 100.000,00 (saldo do banco), agora passou a ser R$ 99.000,00, houve uma diminuição
no seu patrimônio não? Seu patrimônio passou a ser de R$ 299.000,00 agora.

A função controle é assim parecida, só que na contabilidade o termo patrimônio compreende mais do que
somente os bens, ele é assim conceituado:

Definição de Patrimônio, Bens, Direitos e


Obrigações.
PATRIMÔNIO = conjunto de bens, direitos e obrigações.

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BENS = qualquer coisa palpável, tipo um computador, prédio, casa, carro, dinheiro em sua mão, maquinas e
etc ...

DIREITOS = valores que é seu por natureza, mais que está de posse de outra pessoa, tipo: uma venda feita
a prazo (é direito seu receber esse dinheiro, como esse dinheiro ainda não esta contigo, ele não é um bem, e
sim um direito, direito de recebe-lo), o dinheiro no banco (ele não esta com você) entre outros.

Podemos entender que o que diferencia BENS de DIREITO é a posse não? Pois na verdade tudo que esta nos
dois exemplos acima podem ser avaliados em dinheiro, o que diferencia é se esta ou não com você.

E o que seria obrigações?

OBRIGAÇÕES = é o inverso de DIREITOS, ou seja é algo avaliável em dinheiro que não lhe pertence mais
esta contigo, tipo:

COMPRA A PRAZO – seu fornecedor lhe vendeu mercadorias a prazo, é um direito dele receber e uma
OBRIGAÇÃO sua pagar, em troca dessa OBRIGAÇÃO foi adquiriu mercadorias.

UM EMPRESTIMO – é um direito do banco ou financeira por exemplo e uma OBRIGAÇÃO sua pagar.

UM CARRO EMPRESTADO – é um bem de outra pessoa mais por algum motivo esta de sua posse.

Então o patrimônio na contabilidade é o conjunto desses 3 itens (BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES)

Com base nessa teoria acima, vamos mais uma vez ao exemplo acima, no caso do saldo bancário vamos
supor que dos R$ 100.000,00, R$ 95.000,00 são de sua mãe que depositou esse valor na sua conta, ele (o
dinheiro) passa então a não ser mais patrimônio seu, e sim de sua mãe, correto? Mais você tem a posse
dele, afinal ele esta em sua conta, mais em contra-partida você também tem a obrigação de devolve-lo a
sua mãe, logo você tem uma obrigação com ela.

Ora se você tem R$ 95.000,00 em sua conta e deve R$ 95.000,00 esses valores se anulam não?

Por isso a contabilidade considera as obrigações como parte do conjunto que perfazem o PATRIMONIO, para
que você consiga apurar o seu PATRIMONIO LIQUIDO (veremos o conceito de PATRIMONIO LIQUIDO MAIS
ADIANTE)

Parece até simples dizer que é isso que a Contabilidade faz não? Só que na contabilidade qualquer fato que
altere ou não o seu patrimônio ele é registrado, e por escrito para não haver possibilidade de esquecimento,
imagine a quantidade de transações que uma entidade faz por dia? Compras, vendas, trocas, pagamentos e
outros.

Primeiras Noções de Balanço Patrimonial


Se você ficar controlando o seu patrimônio somente de cabeça, com certeza você nunca o terá controlado
certinho. Para você pode até não fazer sentido ter tudo isso controlado Tim Tim por Tim Tim.

Só que para uma empresa isso faz muito diferença, afinal tem muitas pessoas interessadas no seu
PATRIMONIO, se lembra da historio do amigo que lhe pediu dinheiro? É bem parecido. Só que nesse caso o
interesse era seu.

Mais como a contabilidade faz esse controle patrimonial?

Primeiro ela registra esses dados, depois processa os relatórios e demonstrações. Uma das principais
demonstrações é chamada de Balanço Patrimonial.

O Balanço Patrimonial é uma demonstração que evidencia todo o patrimônio de uma entidade em um
determinado momento, ou seja ela vai mostrar todos os BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES numa certa data.

Mais para ficar mais apresentável, ao invés de misturar tudo, ela preocupou-se em deixar isso de uma
maneira mais fácil de se entender.

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O primeiro passo foi chamar de ATIVO o conjunto de BENS e DIREITOS e de PASSIVO suas obrigações ou
deveres.

Mais para ficar mais bonito ainda ela resolveu que o ativo ficaria do lado ESQUERDO e o PASSIVO ficaria do
lado DIREITO da demonstração (em alguns casos, por falta de espaço ao lado, ele pode aparecer abaixo).

Vamos exemplificar, para ficar mais fácil, imagine que você relacionou tudo o que você tem de direito e bens
e tudo o que você tem de obrigação e relacionou assim papel:

DIVIDA COM CARTAO DE CREDITO – R$ 800,00


CARRO – R$ 15.000,00
COMPRAS COM CHEQUE PRE DATADO – R$ 550,00
DIVIDA DE EMPRESTIMO COM O TIO – R$ 372,00
DINHEIRO NO BANCO – R$ 15,00
DINHEIRO NA CARTEIRA – R$ 7,00
MEU COMPUTADOR – R$ 1.300,00
FINANCIAMENTO DO MEU CARRO (SALDO A PAGAR) – R$ 13.500,00
TELEVISAO DO QUARTO – R$ 350,00
COLECAO DE REVISTAS – R$ 100,00
DINHEIRO EMPRESTADO AO MELHOR AMIGO – R$ 80,00

E assim por diante.

Você até entende porque a lista acima não é exaustiva, agora vamos fazer como a contabilidade e organizar
isso? Ficaria mais ou menos assim

Ativo (Bens e Direitos) Passivo (Obrigações ou Deveres)


Coleção de Revistas 100,00 Financiamento 13.500,00
Televisão do Quarto 350,00 Divida com o Tio 372,00
Computador 1.300,00 Cheques pré Datado 550,00
Dinheiro na carteira 7,00 Divida com Cartão 800,00
Dinheiro no Banco 15,00
Carro 15.000,00

Não fica mais fácil de se entender? Claro que sim. Mais isso porque você agora sabe que Ativo são bens e
direitos e Passivo são obrigações e deveres.

Mas porque o ativo fica do lado esquerdo e o passivo fica do lado direito?

Porque ficou convencionado que seria assim, ou seja, um monte de gente se reuniu e disse a partir de hoje
isso é assim e pronto.

Para que?

Para ficar mais fácil assim você sabe que tudo o que estiver do lado esquerdo desse relatório pertence ao
Ativo e tudo que tiver do lado direito ao Passivo, assim passou a adotar esse método em vários paises, e não
só no Brasil, até balanços internacionais são desta forma. Poucas são as exceções tais como a França (se eu
não me engano).

Bom então o Balanço Patrimonial possui somente os grupos Ativo e o Passivo?

Não !!!

Ainda existe mais um grupo de Chamado de Patrimônio Liquido, que fica no lado do passivo, então a
demonstração acima ficaria assim:

Ativo Passivo + Patrimônio Liquido

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Coleção de Revistas 100,00 Financiamento 13.500,00
Televisão do Quarto 350,00 Divida com o Tio 372,00
Computador 1.300,00 Cheques pré Datado 550,00
Dinheiro na carteira 7,00 Divida com Cartão 800,00
Dinheiro no Banco 15,00
Carro 15.000,00

Falamos que o Ativo são bens e direito, e o Passivo são as obrigações ou deveres, e o que seria o Patrimônio
Liquido?

Bom o Patrimônio Liquido de uma empresa entre outras possibilidades que veremos mais adiante, se faz
pelo seguinte: Quando se abre uma entidade/empresa ela precisa de dinheiro para as primeiras operações,
esse dinheiro vem através dos sócios mediante a entrega de uma parcela de dinheiro para que a empresa
possa começar a andar com as próprias pernas. Logo esse dinheiro não é da empresa e sim dos donos delas,
logo ela tem um obrigação de devolver esse dinheiro aos sócios.

Mas se o que esta acima é verdade qual o sentido de se diferenciar Passivo do Patrimônio Liquido? Não é
tudo obrigação?

Sim é tudo obrigação, mais tem um porém o que esta no Passivo vai ser exigido em alguma data tipo: o
FINANCIAMENTO todo mês tem o seu prazo de vencimento, que é quando se exige uma parte desse valor, A
DIVIDA COM O TIO da mesma forma, ou seja no dia combinado que você pagaria o seu tio ele pode te
cobrar, O CHEQUE PRE DATADO também no dia combinado ele vai “bater” na sua conta, assim como A
DIVIDA COM O CARTAO DE CREDITO no dia do vencimento da sua fatura o cartão estará lhe cobrando.

Já com as Obrigações do Patrimônio Liquido não, ou seja, o sócio deu dinheiro para a empresa mais não
pode cobrar dela quando bem quiser, se não a empresa acabará. Pode até haver uma diminuição em seu
valor, mais nunca será o dinheiro dado pelos sócios cobrando integralmente.

Então se fez necessário criar o Patrimônio Liquido para destacar que aquele valor não será cobrado ou
exigido.

Assim sendo temos então 3 grandes grupos num balanço patrimonial ATIVO, PASSIVO e PATRIMONIO
LIQUIDO.

Arrumando melhor o Balanço Patrimonial acima ficaria assim:

Ativo Passivo
Coleção de Revistas 100,00 Financiamento 13.500,00
Televisão do Quarto 350,00 Divida com o Tio 372,00
Computador 1.300,00 Cheques pré Datado 550,00
Dinheiro na carteira 7,00 Divida com Cartão 800,00
Dinheiro no Banco 15,00 Patrimônio Liquido
Carro 15.000,00 XXXXXXX XXX,XX

Eu disse que o relatório acima se chama BALANÇO PATRIMONIAL, patrimônio nos já sabemos o que é, e o
que significaria o termo Balanço?

Balanço na Contabilidade tem o sentido de masculino de balança.

Bom balança traz logo uma idéia de medida de peso, ou se não tiver medindo a idéia de igualdade não?

O termo balanço na Contabilidade se equipara a igualdade, assim pressupõem se que o Ativo é igual a soma
do Passivo mais o Patrimônio Liquido (A = P + PL).

Complicado não? Mais como assim o A = P + PL?

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Na contabilidade nos trabalhamos com as chamadas partidas dobradas, o que seria isso? Quer dizer
registramos o mesmo valor duas vezes mais em contas diferentes, ora se efetuamos o mesmo valor sempre
duas vezes e em contas diferentes, por exemplo teremos 1.000,00 numa conta e 1.000,00 na outra conta
certo? E assim por diante, você sempre registrara 2 valores iguais mais em contas diferentes. SEMPRE
SEMPRE SEMPRE !!!!

Vamos exemplificar para ficar melhor.


Você montou uma empresa e para ela começar você entrou com a quantia de R$ 10.000,00 que foi
depositada na conta da empresa.

Seu primeiro balanço após essa operação ficaria assim:

Ativo Passivo
Deposito no Banco 10.000,00
Patrimônio Liquido
Capital Social 10.000,00

Vamos analisar o que aconteceu: 1.º Você deu a empresa R$ 10.000,00 para que ela tenha dinheiro para
começar a trabalhar, esse primeiro dinheiro que o sócio coloca na empresa é chamado de CAPITAL
SOCIAL. 2.º Em contra partida a esse registro houve um aumento de saldo no banco para R$ 10.000,00 (o
mesmo valor em duas contas diferentes).

Lembre-se porque que o CAPITAL SOCIAL ficou no grupo do Patrimônio Liquido, porque ele não pode ser
exigido por você se não a empresa acaba, a não ser que seja seu interesse em fazer isso. Mas vamos supor
que não é.

Essa operação acima em termos técnicos é chamada de integralização de capital.

Vamos a segunda operação.


A empresa precisa de um carro para fazer as entregas, e compra um por R$ 2.000,00 e pagou com cheque
para o mesmo dia.

O Balanço ficaria assim:

Ativo Passivo
Deposito no Banco 8.000,00
Veiculo 2.000,00 Patrimônio Liquido
Capital Social 10.000,00

Você comprou um carro (um bem), então ele ficará em seu ativo, o valor dele foi de R$ 2.000,00, então
você registra os R$ 2.000,00 sob o nome de veículos, para que? Para que quando as pessoas olhem para o
seu balanço saibam que você possui um veiculo que custou R$ 2.000,00.

Mas você pagou esse veiculo com um cheque a vista, então o saldo que era de R$ 10.000,00 depois de pago
o cheque ficou sendo R$ 8.000,00.

Se você somar todos os itens do seu ativo, ou seja, depósitos no banco + veiculo você tem R$ 10.000,00 no
seu ativo e se você somar o conjunto do Passivo mais o Patrimônio Liquido você também tem R$ 10.000,00?
É uma balança, uma igualdade que não se altera não é?

Vamos a terceira operação:

Para começar a vender você comprou mercadorias à vista pelo valor de R$ 2.000,00 também com cheque.

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Então você adquiriu um bem (mercadorias), pagou com o dinheiro que estava no banco, vê se você não
concorda comigo que ficaria assim:

Ativo Passivo
Deposito no Banco 6.000,00
Veiculo 2.000,00 Patrimônio Liquido
Mercadorias 2.000,00 Capital Social 10.000,00

Lembre-se que você tinha R$ 8.000,00 na banco, que era os R$ 10.000,00 menos os R$ 2.000,00 que você
pagou pelo carro.

Vamos a quarta operação:

Você viu que toda a hora que você quer comprar algo você precisa passar um cheque e resolve então deixar
um dinheiro na empresa (chamado de Caixa), para que não haja mais esse inconveniente. Então você tira do
banco R$ 500,00 e deixa ele dentro da empresa.

Seu balanço fica assim:

Ativo Passivo
Deposito no Banco 5.500,00
Veiculo 2.000,00 Patrimônio Liquido
Mercadorias 2.000,00 Capital Social 10.000,00
Caixa 500,00

Some o Ativo e depois compare com o total do Passivo e veja que os valores ainda continuam a totalizar R$
10.000,00 cada um.

Bom, com exceção da primeira operação, até aqui só fizéssemos operações que alterassem o ativo não foi?
Isso foi para chamar a sua atenção de que o Deposito no Banco é um direito da empresa (o dinheiro esta lá
mais na hora que você quiser pode saca-lo) e que o Veículo, as Mercadorias o dinheiro que esta dentro da
empresa (Caixa) são bens que a empresa possui.

Vamos agora com mais cuidado a quinta e a sexta operação.

Quinta operação:

Você comprou mais R$ 2.000,00 de mercadorias só que dessa vez o seu fornecedor já olhou o seu balanço e
viu que você tem condições de pagar esses R$ 2.000,00, então esse fornecedor lhe vendeu essa mercadoria
a prazo com 30 dias para pagar.

Seu balanço fica assim:

Ativo Passivo
Deposito no Banco 5.500,00 Fornecedores 2.000,00
Veiculo 2.000,00 Patrimônio Liquido
Mercadorias 4.000,00 Capital Social 10.000,00
Caixa 500,00

Percebeu que houve um aumento de R$ 2.000,00 em mercadorias e que também houve um aumento de R$
2.000,00 em Fornecedores, este por ser uma obrigação ficou no passivo.

E porque ficou no Passivo e não no Patrimônio Liquido?

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Porque com o passar dos 30 dias esse fornecedor vai te cobrar. E se ele vai cobrar não pode ficar no
Patrimônio Liquido.

Quanto fica a soma do seu Ativo?

Resposta: 5.500,00 + 2.000,00 + 4.000,00 + 500,00 = 12.000,00

E quanto fica a soma do seu Passivo e mais o Patrimônio Liquido?


2.000,00 (Passivo) + R$ 10.000,00 (Patrimônio Liquido)
Resposta: 2.000,00 + 10.000,00 = 12.000,00

Agora tanto o ativo como o passivo passaram a totalizar R$ 12.000,00

Sexta operação:

Você se deu conta que sem informática não dá para trabalhar, então resolve comprar um computador
financiado, esse computador custou R$ 3.000,00.

Como fica o seu Balanço Patrimonial?

Ativo Passivo
Deposito no Banco 5.500,00 Fornecedores 2.000,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 3.000,00
Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Liquido
Caixa 500,00 Capital Social 10.000,00
Computador 3.000,00

SOMA DO ATIVO 15.000,00 SOMA DO PASSIVO 15.000,00

Analisemos juntos

Você comprou um computador, logo é um bem seu então fica no ativo, só que você comprou ele financiado
então também adquiriu uma obrigação, a de pagar as prestações desse computador.

OBS.: Já coloquei o total do ativo e do passivo, para uma melhor analise.

Vamos a ultima operação:

Você pagou R$ 200,00 com o dinheiro que estava no banco a 1.ª prestação da compra do computador.

Veja o Balanço:

Ativo Passivo
Deposito no Banco 5.300,00 Fornecedores 2.000,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 2.800,00
Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Liquido
Caixa 500,00 Capital Social 10.000,00
Computador 3.000,00

SOMA DO ATIVO 14.800,00 SOMA DO PASSIVO 14.800,00

Vejamos

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Você pagou R$ 200,00 pela 1.ª prestação então você ficou com R$ 200,00 a menos no banco, em contra
partida a sua divida do financiamento também diminuiu os mesmos R$ 200,00.

Note que nessa operação houve uma diminuição no valor do ativo e do passivo

Vamos parar por aqui, mais tente resolver as operações colocadas abaixo, faça como fizemos até agora a
cada operação faça um balanço, no próximo tutorial colocarei as respostas. E continuaremos com mais
conceitos, teorias e exercícios.

Operações

A. Pagamento de mais R$ 200,00 da parcela do computador, com o dinheiro do caixa.


B. Pagamento com cheque de R$ 500,00 para o fornecedor.
C. Compra de moveis para o escritório, com cheque no valor de R$ 1.000,00.
D. Aumento do Capital Social da empresa em R$ 3.000,00 o dinheiro ficou no caixa.
E. Deposito de R$ 2.500,00 no banco.
F. Pagamento de mais uma parcela do financiamento, mediante débito em conta.
G. Pagamento de mais R$ 300,00 para o fornecedor.

Até a próxima.

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3. Mecanismo da Contabilidade –
1.ª Parte

Correção do Exercício

No ultimo tutorial, ficou a seguinte proposta de exercícios de fixação:

• Pagamento de mais R$ 200,00 da parcela do computador, com o dinheiro do caixa.


• Pagamento com cheque de R$ 500,00 para o fornecedor.
• Compra de moveis para o escritório, com cheque no valor de R$ 1.000,00.
• Aumento do Capital Social da empresa em R$ 3.000,00 o dinheiro ficou no caixa.
• Deposito de R$ 2.500,00 no banco.
• Pagamento de mais uma parcela do financiamento, mediante débito em conta.
• Pagamento de mais R$ 300,00 para o fornecedor.

Vamos a correção:

A) Pagamento de mais R$ 200,00 da parcela do computador, com o dinheiro do caixa.

Ativo Passivo
Deposito no Banco 5.300,00 Fornecedores 2.000,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 2.600,00
Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Liquido
Caixa 300,00 Capital Social 10.000,00
Computador 3.000,00

SOMA DO ATIVO 14.600,00 SOMA DO PASSIVO 14.600,00

Justificativa:

Você fez o pagamento da prestação com o dinheiro que estava no caixa, logo este deve diminuir, ou seja
você tinha R$ 500,00, pagou R$ 200,00 e ficou com R$ 300,00. Logo, você também diminuiu a sua divida do
financiamento do computador em R$ 200,00 também.

B) Pagamento com cheque de R$ 500,00 para o fornecedor.

Ativo Passivo
Deposito no Banco 4.800,00 Fornecedores 1.500,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 2.600,00

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Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Liquido
Caixa 300,00 Capital Social 10.000,00
Computador 3.000,00

SOMA DO ATIVO 14.100,00 SOMA DO PASSIVO 14.100,00

Justificativa:

A operação B, foi idêntica a operação A, só que com contas diferentes, o que antes foi pago com o dinheiro
que estava no Caixa, agora foi pago com o dinheiro que estava no Banco (através de um cheque). E o que
antes era Financiamentos, agora foi a conta de Fornecedores.

C) Compra de moveis para o escritório, com cheque no valor de R$ 1.000,00.

Ativo Passivo
Deposito no Banco 3.800,00 Fornecedores 1.500,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 2.600,00
Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Liquido
Caixa 300,00 Capital Social 10.000,00
Computador 3.000,00
Móveis de Escritório 1.000,00

SOMA DO ATIVO 14.100,00 SOMA DO PASSIVO 14.100,00

Justificativa:

Nesse caso abrimos uma conta nova intitulada de Moveis de Escritório, somente para melhor transparência,
pois fica muito mais fácil você identificar assim que a empresa nesse caso gastou R$ 1.000,00 em compras
de moveis de escritório, em contra-partida houve uma diminuição no saldo da conta bancaria no mesmo
valor, R$ 1.000,00.

D) Aumento do Capital Social da empresa em R$ 3.000,00 o dinheiro ficou no caixa.

Ativo Passivo
Deposito no Banco 3.800,00 Fornecedores 1.500,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 2.600,00
Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Liquido
Caixa 3.300,00 Capital Social 13.000,00
Computador 3.000,00
Móveis de Escritório 1.000,00

SOMA DO ATIVO 17.100,00 SOMA DO PASSIVO 17.100,00

Justificativa:

A operação acima foi um aumento no capital social da empresa (quem não se lembra, capital social é o valor
que os sócios “dão” a empresa para que ela tenha condições de começar a trabalhar sozinha), logo houve
um aumento na conta de Capital Social pelo valor de R$ 3.000,00, ou seja, o que antes era R$ 10.000,00

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agora ficou sendo R$ 13.000,00. O dinheiro entrou no caixa, conforme enunciado, então nota-se que houve
um aumento no saldo da conta Caixa.

E) Deposito de R$ 2.500,00 no banco.

Ativo Passivo
Deposito no Banco 6.300,00 Fornecedores 1.500,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 2.600,00
Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Liquido
Caixa 800,00 Capital Social 13.000,00
Computador 3.000,00
Móveis de Escritório 1.000,00

SOMA DO ATIVO 17.100,00 SOMA DO PASSIVO 17.100,00

Justificativa:

Vejamos bem, um deposito de R$ 2.500,00 no banco, diante do balanço acima podemos presumir que a
empresa estava de posse desse dinheiro (caixa), pois ela não tem outros valores a receber, o restante dos
itens do seu ativo são os VEICULOS, MERCADORIAS, COMPUTADOR e MOVEIS DE ESCRITORIO. Logo
podemos entender que o dinheiro saiu do caixa e entrou na conta bancaria.

F) Pagamento de mais uma parcela do financiamento, mediante débito em conta.

Ativo Passivo
Deposito no Banco 6.100,00 Fornecedores 1.500,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 2.400,00
Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Liquido
Caixa 800,00 Capital Social 13.000,00
Computador 3.000,00
Móveis de Escritório 1.000,00

SOMA DO ATIVO 16.900,00 SOMA DO PASSIVO 16.900,00

Justificativa:

Nessa operação, não foi dito valor do pagamento, regra geral quando você faz um financiamento, os valores
das parcelas são sempre os mesmo, então nessa operação deveríamos considerar o mesmo valor da
operação A (R$ 200,00). Assim sendo, como foi mediante debito em conta, houve a redução de R$ 200,00
no saldo da conta bancaria, e uma redução na conta de Financiamentos no Passivo.

G) Pagamento de mais R$ 300,00 para o fornecedor.

Ativo Passivo
Deposito no Banco 6.100,00 Fornecedores 1.200,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 2.400,00
Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Liquido
Caixa 500,00 Capital Social 13.000,00

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Computador 3.000,00
Móveis de Escritório 1.000,00

SOMA DO ATIVO 16.600,00 SOMA DO PASSIVO 16.600,00

Justificativa:

Nessa operação eu não disse de onde iria sair o dinheiro para o pagamento, pouco importa nessa operação
se você tirou o dinheiro do Banco ou do Caixa, o saldo do Ativo e do Passivo ficarão iguais. (Pouco importa
nesse exemplo, é importante ressaltar que estamos conhecendo a função controle da Contabilidade, então o
correto seria fazer o lançamento na conta certa, SE EU TIVESSE DITO QUAL ERA CONTA).

Fiz assim para chamar a sua atenção pelo seguinte: Quem fez o lançamento como o meu acima, retirando o
dinheiro do caixa, refaça o lançamento e retire agora o dinheiro do banco e compare com o balanço, você
verá que apesar de o ativo e o passivo serem iguais, o saldo da conta BANCO e o saldo da conta CAIXA são
diferentes, lógico que estamos num modelo simplificado aqui, mais imagine se você é o contador e o
responsável pela área financeira, ai o seu gerente pergunta para você se tu tens idéia de quanto de dinheiro
tem no caixa da empresa, ai você lembra de que acabou de fazer o balanço e diz: - Olha tem R$ 800,00 com
certeza acabei de olhar o balanço.

Ai o seu diretor pede que você pegue esse dinheiro que esta no caixa, todo ele e pague o fornecedor que
esta porta cobrando.

Ai você conta e vê que só tem R$ 500,00, e agora?

Entende o motivo de ter o controle certinho?

Bom antes de começarmos a falar sobre o assunto principal desse 3.º tutorial, gostaria de colocar mais 2
exercícios só agora ao contrario eu vou colocar o balanço já pronto depois dos lançamentos e vocês tem que
identificar que lançamento foi. Vou colocar um exemplo:

Ativo Passivo
Deposito no Banco 5.900,00 Fornecedores 1.200,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 2.400,00
Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Liquido
Caixa 700,00 Capital Social 13.000,00
Computador 3.000,00
Móveis de Escritório 1.000,00

SOMA DO ATIVO 16.600,00 SOMA DO PASSIVO 16.600,00

Vamos analisar:

O primeiro passo seria você identificar com base no balanço anterior qual foram as contas que houverem
modificações, ou seja, que mudaram o saldo delas, assim feito você vê que somente a conta CAIXA E
BANCO foram alteradas.

Confrontando o saldo de cada conta do balanço antigo, com o saldo de cada conta do balanço novo. Você
identifica que ambas tiverem um alteração de R$ 200,00.

Ou seja, o CAIXA tinha R$ 500,00 e agora tem R$ 700,00, houve então um aumento de R$ 200,00. E o
BANCO tinha R$ 6.100,00 e agora ficou com R$ 5.900,00.

De posse dessas informações da para entender que foi feita uma retirada do banco e esse dinheiro entrou no
caixa da empresa, logo a operação foi uma RETIRADA, idêntico quando você tira dinheiro da sua conta
bancaria (SAQUE).

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OK ?

Tente identificar agora:

Ativo Passivo
Deposito no Banco 5.900,00 Fornecedores 1.200,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 2.000,00
Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Liquido
Caixa 300,00 Capital Social 13.000,00
Computador 3.000,00
Móveis de Escritório 1.000,00

SOMA DO ATIVO 16.200,00 SOMA DO PASSIVO 16.200,00

Qual foi a operação feita?

Vamos a segunda operação:

Ativo Passivo
Deposito no Banco 6.900,00 Fornecedores 1.200,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 2.000,00
Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Liquido
Caixa 300,00 Capital Social 14.000,00
Computador 3.000,00
Móveis de Escritório 1.000,00

SOMA DO ATIVO 17.200,00 SOMA DO PASSIVO 17.200,00

Qual a operação feita agora?

OBSERVAÇÃO: Lembre-se que partimos sempre do saldo que consta no balanço anterior.

No próximo tutorial colocarei as respostas.

O Mecanismo da Contabilidade -
Introdução
Vimos até agora que o total do ATIVO e do PASSIVO, sempre serão iguais.

Mas você não concorda comigo que esse método que utilizamos é bem inconveniente? Sempre que você tem
um operação, você tem que fazer um novo balanço, e sempre colocando as contas que não houveram
mudanças, ou seja um balanço sucessivo, um após cada operação, ai depois você tem que somar todas as
contas para saber se o ATIVO e o PASSIVO estão iguais, (caso não esteja, o lançamento que você fez com
certeza esta errado, reveja-o).

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CONTABILIDADE

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Ora isso é ridículo imagine você fazer a contabilidade de qualquer negocio que tenha uma gama de
operações que acontecem freqüentemente e todos os dias, seria impossível você ficar fazendo um balanço
após cada operação.

Imagine a loucura que seria se no mesmo dia você tivesse dezena de recebimentos, pagamentos, compras,
depósitos, e retiradas isso a toda hora.

Então desenvolveu-se um método para facilitar isso, vamos conhece-lo.

Bom sabe que uma conta qualquer pode sofrer aumentos e reduções, como no caso do BANCO, nas retiradas
de dinheiro temos a diminuição do seu saldo e nos depósitos temos o aumento do seu saldo.

Então foi feito o seguinte:

Cada conta foi dividida em dois lados, lado direito e lado esquerdo.

Usamos para isso uma representação gráfica, conforme abaixo, essa representação é chamada de CONTA
EM T, ou RAZONETE.

Essa representação é usada para facilitar o aprendizado, na pratica veremos depois que isso é feito através
de um livro chamado de Livro Razão, daí o nome de RAZONETE, o qual prefiro chamar assim ao invés de
CONTA EM T.

Vamos entender que cada T desse é uma conta. E para identifica-la colocamos na parte superior, logo acima
do T o nome da conta. Assim a representação gráfica, ou razonete da conta banco ficaria assim:

Bancos

O razonete da conta VEICULOS ficaria assim:

Veículos

E o da conta FORNCEDORES assim:

Fornecedores

Bom com isso conseguimos dividir cada conta em dois lados.

O lado esquerdo foi chamado de lado do DÉBITO e o lado direito da conta chamamos de lado de CRÉDITO,
vejamos;

Bancos

Lado do Débito Lado do Crédito

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Essa parte de lado esquerdo é o lado de DEBITO e lado direito é o lado de CREDITO, deve ser muito bem
decorado, sem isso será impossível continuar lendo os próximos tutorias.

O próximo passo é identificar pelo nome da conta se ela é do ATIVO ou do PASSIVO. Assim de posse do
conhecimento que você adquiriu no 2.º tutorial, sabemos que a conta BANCO acima é uma conta de ATIVO.

E podemos identificar também que a conta de FORNECEDORES nos balanço colocados acima é uma conta de
PASSIVO, a conta CAPITAL SOCIAL, é uma conta do grupo do PATRIMONIO LIQUIDO mais que fica do lado
do PASSIVO no Balanço.

O importante é você identificar se a conta é de ATIVO ou PASSIVO, pois é com base nessas informações que
poderemos identificar em que lado será feito cada lançamento.

Por enquanto vamos ficar por aqui, o próximo tutorial será o maior desafio até agora, iremos entender
melhor porque desse negocio de lado de DEBITO e lado de CREDITO, e o porque dele.

Até a próxima.

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4. Mecanismo da Contabilidade
– 2.ª Parte

Correção do Exercício
No ultimo tutorial, deixei 2 exercícios de analise, o qual eu deixei o balanço e vocês teriam que identificar a
operação efetuada, vamos a correção.

O primeiro passo seria dispor do balanço anterior a operação, que segue abaixo:

Ativo Passivo
Deposito no Banco 5.900,00 Fornecedores 1.200,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 2.400,00
Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Liquido
Caixa 700,00 Capital Social 13.000,00
Computador 3.000,00
Móveis de Escritório 1.000,00

SOMA DO ATIVO 16.600,00 SOMA DO PASSIVO 16.600,00

E depois o balanço já registrando a 1.ª operação, que é o seguinte:

Ativo Passivo
Deposito no Banco 5.900,00 Fornecedores 1.200,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 2.000,00
Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Liquido
Caixa 300,00 Capital Social 13.000,00
Computador 3.000,00
Móveis de Escritório 1.000,00

SOMA DO ATIVO 16.200,00 SOMA DO PASSIVO 16.200,00

Agora temos que analisar as alterações em cada conta de cada balanço.

Podemos identificar que no lado do Ativo só houve alteração na conta Caixa, o seu saldo anterior (1.º
Balanço), era de R$ 700,00 e no balanço atual (Balanço acima), é de R$ 300,00. Concluímos então que
houve uma diminuição no seu saldo de R$ 400,00.

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E no lado do Passivo, também só houve um alteração de R$ 400,00, diminuindo o saldo da conta de
Financiamentos.

Diminuindo o dinheiro do caixa, e conjuntamente diminuindo a divida com o financiamento, a operação


acima foi o pagamento de mais uma prestação do computador.

Vamos a segunda operação.

O balanço anterior à operação era o seguinte:

Ativo Passivo
Deposito no Banco 5.900,00 Fornecedores 1.200,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 2.000,00
Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Liquido
Caixa 300,00 Capital Social 13.000,00
Computador 3.000,00
Móveis de Escritório 1.000,00

SOMA DO ATIVO 16.200,00 SOMA DO PASSIVO 16.200,00

E o balanço já registrando a segunda operação era o seguinte:

Ativo Passivo
Deposito no Banco 6.900,00 Fornecedores 1.200,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 2.000,00
Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Liquido
Caixa 300,00 Capital Social 14.000,00
Computador 3.000,00
Móveis de Escritório 1.000,00

SOMA DO ATIVO 17.200,00 SOMA DO PASSIVO 17.200,00

Agora teremos que fazer a analise de cada conta e identificar as que tiveram alterações.

Podemos concluir então que somente houve alteração nas contas Caixa e Capital Social, e cada uma
registrou um aumento de R$ 1.000,00.

Conseqüentemente, a operação acima foi mais um aumento do capital da empresa.

Resumo:

O ponto principal desse exercício, era o de fazer você conseguir olhar para um balanço e identificar a
operação efetuada, lógico que no dia a dia, isso não existe, pois o balanço geralmente só é feito (levantado,
como se chama na contabilidade) uma vez por ano, e nesse meio tempo, basicamente todas as contas
sofrem alterações. A idéia era a de fazer você conseguir identificar a alteração, e com base nelas, concluir
qual foi o lançamento, ou seja, se houve aumento no caixa, entrou dinheiro, ao contrario, havendo uma
diminuição saiu dinheiro, e assim por diante.

Se você não conseguiu fazer essa identificação, aconselho a reler os tutorias passados. Porém veremos mais
adiante, tem mais modos de identificar essas alterações.

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Mecanismo da Contabilidade – 2.ª Parte

Vimos no final do tutorial anterior que cada conta tem dois lados, uma lado chamado de LADO DO DEBITO, e
o outro chamado de LADO DE CREDITO. Então continuemos:

Um lado vai registrar os aumentos e o outro vai registrar as diminuições.

Porém o que vai definir qual lado da conta que aumenta e qual lado da conta que diminui é a natureza da
conta, ou seja, se ela é uma conta que pertence ao ativo ou se pertence ao passivo.

Nas contas do Ativo (Bancos, Caixa, Veículos, Computador e etc...), o lado que vai representar os aumentos
será o lado do Débito (lado esquerdo), e o lado que vai registrar as diminuições será o lado do crédito (lado
direito).

Nas contas do Passivo ou do Patrimônio Liquido (tendo em vista que ambas ficam do mesmo lado no
balanço), será justamente o contrário, o lado que representara os aumentos será o lado do crédito, e o que
representara as diminuições será o lado do Débito.

Lembrando que o lado do débito fica na parte esquerda do razonete, e o lado do crédito fica na parte direita
do razonete, assim:

Contas de Passivo ou Patrimônio


Contas de Ativo
Líqüido

Lado do Débito
Lado do Crédito Lado do Débito Lado do Crédito
Lançamentos
Lançamentos Lançamentos Lançamentos desse
desse lado
desse lado diminui desse lado diminui lado aumenta o
aumenta o saldo da
o saldo da conta o saldo da conta saldo da conta
conta

Vale lembrar que o lado do débito e o lado do crédito, será sempre os mesmo, tanto faz se a conta é de
Ativo ou de Passivo. O que diferencia em cada uma é qual o lado que aumenta e qual o lado que diminui,
porém o lado do débito e o lado do crédito, sempre existirão e sempre serão os mesmos.

Como regra de memorização, para saber qual lado se aumenta e qual lado se diminui, lembre-se sempre do
lado que fica o grupo, assim, se a conta é do grupo do ativo, ela fica do lado esquerdo do balanço, então
seus aumentos serão sempre do lado esquerdo, logicamente as diminuições serão sempre do lado direito.

E o inverso com as contas do Passivo e do Patrimônio Liquido, como elas ficam do lado direito do Balanço,
aumentos nos razonotes são registrados desse lado, e as diminuições no lado esquerdo.

Vamos exemplificar:

Uma entrada de dinheiro no valor de R$ 1.000,00 no Caixa da empresa ficaria assim:

Caixa

1.000,00

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Uma saída no caixa da empresa no valor de R$ 200,00, por exemplo, um pagamento de mais um prestação
do computador, ficaria assim:

Caixa

200,00

Vamos aos exemplos numa conta de Passivo: Uma compra de mercadorias a prazo, no valor de R$
2.000,00, assim se você comprou mercadorias e não pagou por elas a vista, você tem uma obrigação com o
seu fornecedor naquele valor, logo a sua divida com ele aumento.

Fornecedores

2.000,00

Vamos exemplificar com essa mesma conta, como ficaria uma diminuição numa conta do Passivo, um
pagamento no valor de R$ 300,00, ficaria assim:

Fornecedores

300,00

Lembre-se que nas contas de Passivo e do Patrimônio liquido o mecanismo é o mesmo, os aumentos são
registrados no lado direito da conta (lado do Crédito) e as diminuições são registradas no lado esquerdo da
conta, é só você lembrar de que lado fica a conta no balanço.

Essa parte pode parecer no inicio um pouco complicada, mais com a pratica de exercícios com certeza se
tornara de fácil assimilação, vamos fazer um rápido resumo:

Resumo do Mecanismo

Cada conta tem uma representação gráfica, essa representação se parece um T .

Em cima do T, vem o nome da conta.

Cada T tem dois lados, um lado chamado de débito (lado esquerdo) e outro chamado de crédito (lado
direito).

Nas contas de Ativo, o aumento se registra no lado de débito, as diminuições no lado do crédito. E o inverso
nas contas de Passivo ou de Patrimônio Liquido, os aumentos se registram no lado do crédito e as
diminuições no lado do débito.

LEMBRE-SE DE QUE LADO FICA CADA GRUPO DE CONTA NO BALANCO, SE O ATIVO FICA DO LADO
ESQUERDO DO BALANCO, OS AUMENTOS TAMBÉM SERÃO DO LADO ESQUERDO, E O INVERSO COM AS
CONTAS DE PASSIVO E DE PATRIMONIO LIQUIDO.

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Ou seja, tem que se saber antes de qualquer coisa se a conta é de Ativo ou de Passivo / Patrimônio Liquido.

Finalidade do Mecanismo
A finalidade do mecanismo é a de podermos fazer vários lançamentos. E quando quisermos fazer um
balanço, basta somar os dois lado, diminuir um do outro e o saldo é o que aparecerá no balanço.

Bem mais pratico do que ficar fazendo um balanço a cada operação não é?

Veja a facilidade, com uma mesma conta em T podemos levantar quantos balanços forem necessários.

Vamos tentar passar uma idéia de como funciona, do seguinte modo:

Imagine o seu extrato bancário no inicio do mês, com um saldo de R$ 1.000,00. Perceba que se sua conta
esta com um saldo positivo, logo esses R$ 1.000,00 devem aparecer do lado esquerdo do razonete,
representando que a sua conta tem saldo positivo. Ficaria assim:

Minha conta Bancária

1.000,00

No decorrer do mês, aconteceram as seguintes operações:

1 – O banco te descontou uma tarifa de R$ 10,00.


2 – Entrou dinheiro nela, um depósito de R$ 100,00.
3 – Bateu o cheque que você passou para uma loja, no valor de R$ 50,00.
4 – Tiraram da sua conta a CPMF (imposto), no valor de R$ 3,80.
5 – Você fez um saque de R$ 50,00.
6 – Sua irmã pediu dinheiro emprestado, e você fez uma transferência no valor de R$ 200,00.
7 – Alguns dias depois sua irmã te pagou, uma parte do valor emprestado, R$ 100,00.
8 – Mais uma tarifa de R$ 15,00
9 – Outro cheque compensado no valor de R$ 100,00.
10 – Você recebeu o salário e o depositou em sua conta, no total de R$ 500,00.

Imagine fazer um balanço após cada operação. !!!!!!

Agora vamos mostrar como fica mais fácil com o uso do razonete:

Minha conta Bancária


10,00 (1)
50,00 (3)
1.000,00 (S)
3,80 (4)
100,00 (2)
50,00 (5)
100,00 (7)
200,00 (6)
500,00 (10)
15,00 (8)
100,00 (9)

O primeiro passo foi colocar o saldo inicial de R$ 1.000,00, a letra S entre ( ), significa que esse valor era o
saldo.

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Cada operação tem o seu respectivo numero que a identifica entre os parênteses. Vamos analisar uma a
uma:

A primeira operação, foi uma tarifa de R$ 10,00, logo é uma saída de dinheiro, portanto fica no lado direito
da conta (lado do crédito), já que a conta Bancos, partindo do principio de que a conta é sua então o
dinheiro que esta nela, representa um direito que você tem contra o banco, o direito de quando bem quiser
receber esse dinheiro.

A segunda operação, foi um depósito de R$ 100,00, então entrou dinheiro, lado esquerdo. Lembre se que a
conta do grupo de Ativo fica do lado esquerdo do balanço então os aumentos são registrados do lado
esquerdo da conta.

A terceira operação foi uma saída de dinheiro no valor de R$ 50,00 (lado direito, lado do crédito). Saída de
dinheiro diminui o saldo.

A quarta operação foi outra saída de dinheiro, agora a titulo de CPMF, logo esse registro também ficara do
lado direito da conta.

A quinta operação foi saque que você efetuou, portanto também foi saída de dinheiro da conta.

A sexta operação foi outra saída de dinheiro, só que dessa vez, foi um empréstimo a sua irmã, portanto:
LADO DIREITO.

A sétima operação foi uma entrada de dinheiro na sua conta, por conta do empréstimo que você fez a sua
irmã, logo se ela te devolveu uma parte do dinheiro que você a emprestou, você recebeu dinheiro, se
recebeu, teve um aumento, se teve aumento numa conta que representa um direito seu, o registro fica no
lado esquerdo.

A oitava e a nona operação foram idênticas a primeira e a terceira, respectivamente.

A décima operação entrou dinheiro na sua conta, então teve um aumento na sua conta, registro feito no lado
esquerdo, porque esse lado é onde fazemos os aumentos.
LEMBRE-SE: que o exemplo acima foi para facilitar a assimilação de que lado aumenta e que lado diminui
cada conta. Na prática para cada lançamento desses acima você teria que ter feito um outro lançamento de
igual valor.

Antes de deixar alguns exercícios de fixação, vamos simplificar esse negocio de lançamento feito do lado
esquerdo e lançamento feito do lado direito.

Na contabilidade, abreviamos muitas expressões. Assim é muito comum ao invés de alguém falar BALANCO
PATRIMONIAL, a pessoa diz BP. Ao invés de DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO (veremos em
breve), a pessoa diz DRE. E assim por diante. É bem parecido com os apelidos carinhosos, ao invés de
Rodrigo, dizem DIGO, ao invés de Luciana, dizem LU e outros.

Com o mecanismo da contabilidade aconteceu o mesmo, ao invés de você falar que no lançamento da tarifa
do item 1 do exercício, você fez o LANCAMENTO NO LADO DO CREDITO, falamos que CREDITAMOS a conta
em R$ 10,00.

O mesmo acontece quando a um aumento, ao invés de O LANCAMENTO FOI FEITO NO LADO DO DEBITO,
dizemos que DEBITAMOS a conta em tantos reais.

Assim quando falarmos que CREDITAMOS uma conta de Ativo, queremos dizer que ela foi diminuída, e
quando falarmos que DEBITAMOS uma conta de Ativo queremos dizer que o saldo dela teve um aumento.

Lembre-se que ao contrario acontecerá quando falarmos de uma conta do PASSIVO. Quando eu CREDITO
uma conta DE PASSIVO eu quero dizer que aumentei o seu saldo, mas porque? Lembre-se que o lado do
CREDITO fica do lado direito do razonete, e que esse lado registra os aumentos e o lado do DEBITO que
registra as diminuições fica do lado esquerdo do razonete.

Passivo / Patrimônio Líqüido


Lado do Crédito
Lado do Débito

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Aumentos
Diminuições

Vocês conseguem ver como esse mecanismo facilita e muito?

Sinceramente, quando eu vi esse negocio pela primeira vez eu disse que não !!!!!..

Mas na verdade estamos esquecendo o seguinte, se lembra que cada lançamento e registrado pelo mesmo
valor em duas contas diferentes?

Essa é uma das vantagens. Você nunca ficará fazendo os registros num razonete e depois ira fazer os
registros em outros razonotes, na verdade você faz os lançamentos simultaneamente, com esse mecanismo
você altera o saldo de duas contas ao mesmo tempo.

No próximo tutorial faremos um exercício completo, e você verá como será muito mais fácil desse modo.

Somente para fixação, vou deixar um exercício, deve ser feito no mesmo exemplo do de cima que foi feito
com a conta bancária, só que agora você deve analisar a natureza da conta e determinar se ela é de Passivo
ou Ativo, e verificar em que lado deve ser feito cada lançamento.

O primeiro exercício é o seguinte:

A conta que nos vamos fazer os lançamentos será a conta de Fornecedores, o seu saldo inicial é de R$
1.000,00.

1.ª Operação – Compra de mais mercadorias a prazo no valor de R$ 500,00


2.ª Operação – Pagamento de R$ 300,00.
3.ª Operação – Foi um desconto dado pelo fornecedor no valor de R$ 100,00, se você pagasse naquela hora
o valor de mais uma fatura, no valor de R$ 300,00
4.ª Operação – Pagamento de mais R$ 450,00.
5.ª Operação – Pagamento de toda a divida que você possui com o fornecedor.
O segundo exercício é o seguinte:

A conta que utilizaremos será a conta Caixa, e o saldo inicial é de R$ 100,00.

1.ª Operação – Recebimento de R$ 200,00 de um cliente.


2.ª Operação – Pagamento de R$ 80,00 da conta de Luz.
3.ª Operação – Retirado do dinheiro que estava no banco, e que foi colocado no caixa no valor de R$ 150,00
4.ª Operação – Qual é o saldo do caixa até o momento?
5.ª Operação – Pagamento de R$ 30,00 de conta de telefone.
6.ª Operação – Pagamento de R$ 130,00 de salário do funcionário.
7.ª Operação - Qual foi o saldo final da conta caixa?

Tente fazer, em caso de duvida releia os tutoriais passados. No próximo estarei fazendo as correções.

Até a próxima.

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5. Mecanismo da Contabilidade –
3.ª Parte

Correção do Exercício
Vamos a correção dos exercícios deixados no ultimo tutorial:

Os exercícios eram os seguintes:

1.º) A conta que nos vamos fazer os lançamentos será a conta de Fornecedores, o seu saldo inicial é de R$
1.000,00.

1.ª Operação – Compra de mais mercadorias a prazo no valor de R$ 500,00


2.ª Operação – Pagamento de R$ 300,00.
3.ª Operação – Foi um desconto dado pelo fornecedor no valor de R$ 100,00, se você pagasse naquela hora
o valor de mais uma fatura, no valor de R$ 300,00
4.ª Operação – Pagamento de mais R$ 450,00.
5.ª Operação – Pagamento de toda a divida que você possui com o fornecedor.

O primeiro passo é fazer a representação gráfica da conta, ou seja, montar o razonete e colocar o nome da
conta na parte superior do mesmo. Fica assim:

Fornecedores

Já os segundo passo seria colocar (registrar) o chamado saldo inicial, esse valor vai representa quanto era a
nossa divida, e que segundo o exercício deixado era de R$ 1.000,00.

Atente ao seguinte: Já sabemos que a conta de fornecedores representa uma obrigação, ou seja,
compramos a prazo e temos que pagar, logo essa conta é uma conta do Passivo, então o seu saldo (R$
1.000,00), deve aparecer do lado direito do razonete (lado do crédito), pois é no lado direito do Balanço
Patrimonial que relacionamos as nossas obrigações. Vejamos:

Fornecedores
1.000,00 (S)

Feito isso podemos começar a efetuar as operações, onde a primeira é uma compra de mercadorias no valor
de R$ 500,00. Então:

Fornecedores
1.000,00 (S)

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500,00 (1)

Justificativa:

O lançamento foi efetuado no lado direito da conta, ou seja creditamos ela no valor de R$ 500,00, referente
a compra da mercadoria.

Porque fizemos um crédito nessa conta?

Porque os aumentos na conta de Passivo são registrados desse lado. Assim se quisermos saber a nossa
divida com o fornecedor nesse exato momento ela seria de R$ 1.500,00, pois basta somar os valores em
cada lado é diminuir um do outro.

Vamos a segunda operação que era: Pagamento de R$ 300,00

Fornecedores
1.000,00 (S)
300,00 (2)
500,00 (1)

Justificativa:

Fizemos um débito nessa conta de R$ 300,00, para representar que o saldo dela foi diminuído nesse valor. A
divida com o fornecedor nesse exato momento, é de R$ 1.300,00.

Lembre-se que foi feito, um débito porque a conta é de Passivo e é nesse lado onde registramos as
diminuições (lado esquerdo da conta). Ora se no lado direito da conta, que é o lado que fica o Passivo no
Balanço representa o lado onde são feitos os aumentos, então o outro lado será o lado onde é registrado as
diminuições dessa conta.

Terceira operação: Foi um desconto dado pelo fornecedor no valor de R$ 100,00, se você pagasse naquela
hora o valor de mais uma fatura, no valor de R$ 300,00.

Temos que perceber que agora, num mesmo momento, temos dois registros a serem feitos, um, pelo
pagamento, e outro pelo desconto dado pelo fornecedor, ou seja no total diminuímos a conta em R$ 400,00,
sendo R$ 300,00 do pagamento de mais uma parcela da divida e R$ 100,00 referente ao desconto que ele
nos concedeu por termos feito o pagamento. Assim tanto faz se o lançamento foi feito pelo valor global de
R$ 400,00, ou individualizado em dois lançamentos um de R$ 300,00 e o outro de R$ 100,00, o saldo da
divida depois do lançamento será o mesmo nas duas hipóteses, mas lembro que estamos partindo de um
modelo simplista para um modelo mais completo, no futuro veremos que quanto mais analítico foi o registro
efetuado melhor será para uma analise posterior.

O razonete poderia ficar das seguintes formas:

Fornecedores
300,00 (2) 1.000,00 (S)
400,00 (3) 500,00 (1)

Saldo da conta no momento – R$ 800,00

Sendo (300,00 + 400,00)-(1.000,00 + 500,00)


Observação: Não se importe com o sinal negativo no resultado.

Ou assim:

Fornecedores

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300,00 (2)
1.000,00 (S)
100,00 (3.1)
500,00 (1)
300,00 (3.2)

Saldo da conta no momento – R$ 800,00

Quarta operação: Pagamento de mais R$ 450,00

Fornecedores
300,00 (2)
100,00 (3.1) 1.000,00 (S)
300,00 (3.2) 500,00 (1)
450,00 (4)

Justificativa: Idêntica a da segunda operação efetuamos. Saldo da conta no momento é de R$ 350,00.

Quinta operação: Pagamento de toda a divida que você possui com o fornecedor.

Sabemos pelo ultimo lançamento que o saldo da nossa divida era de R$ 350,00. Então se pagamos ela
integralmente o lançamento deve ser no valor de R$ 350,00, no lado esquerdo do razonete, então faremos
um lançamento a débito nessa conta no valor de R$ 350,00.

Fornecedores
300,00 (2)
100,00 (3.1)
300,00 (3.2) 1.000,00 (S)
500,00 (1)
450,00 (4)

350,00 (5)

Justificativa: Lançamento igual ao anterior, porem agora foi necessário conhecermos o valor da divida.

E o saldo dessa conta no momento? Vamos conferir?

Basta somar os registros efetuados em cada lado e diminuir um do outro.

Vamos ver:

Soma dos registros do lado esquerdo do razonete (lado do débito, lado que diminui a conta):
300,00 + 100,00 + 300,00 + 450,00 + 350,00 = 1.500,00

Soma dos registros do lado direito do razonete (lado do crédito, lado que aumenta a conta):
1.000,00 + 500,00 = 1.500,00

Apuração do saldo da conta:


1.500,00 – 1.500,00 = 0,00

Assim o saldo final dessa conta é de R$ 0,00.

Logo chamamos essa conta de ZERADA, sendo uma conta que não possui saldo, não tem lógica informamos
ela no balanço, portanto as contas que não tem saldo não aparecem no balanço, pois seria redundância,

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tanto não informa-la como informa-la com valores zerados. A idéia a ser passada é que não temos mais
dividas com fornecedores nesse exato momento.

Vamos a correção do segundo exercício:

2.º) - A conta que utilizaremos será a conta Caixa, e o saldo inicial é de R$ 100,00.

1.ª Operação – Recebimento de R$ 200,00 de um cliente.


2.ª Operação – Pagamento de R$ 80,00 da conta de Luz.
3.ª Operação – Retirado do dinheiro que estava no banco, e que foi colocado no caixa no valor de R$ 150,00
4.ª Operação – Qual é o saldo do caixa até o momento?
5.ª Operação – Pagamento de R$ 30,00 de conta de telefone.
6.ª Operação – Pagamento de R$ 130,00 de salário do funcionário.
7.ª Operação - Qual foi o saldo final da conta caixa?

Bom, a primeira analise a ser feita, é qual a natureza da conta, sendo ela uma conta que representa o
dinheiro que a empresa tem no momento em suas mãos, CONTA CAIXA, já sabemos que um BEM que ela
possuiu, logo é uma conta de ATIVO, sendo uma conta de ATIVO o saldo inicial aparece do lado esquerdo da
conta, e os registros vão sendo feitos de acordo com o mecanismo que diz que nas contas de ativos os
aumentos são registrados no lado do débito e as diminuições no lado do credito, de posse dessas
informações basta fazer a analise da operação, identificar o que cada operação desta ocasionará no saldo do
caixa e fazer o registro.

Vou mostrar como ficaria todos os lançamentos e faremos a correção analisando cada um deles:

Caixa
80,00 (2)
100,00 (S)
200,00 (1)
30,00 (5)
150,00 (3)
130,00 (6)

Vamos analisar:

O primeiro procedimento foi registrar o saldo da conta no valor de R$ 100,00 e com um S entre parênteses
(S), para representar que esse valor se refere ao saldo. Os demais números representam a ordem dos
lançamentos segundo o exercício.

A primeira operação foi um registro de um recebimento, no valor de R$ 200,00. Temos que fazer a analise
da operação e identificar o lado que registraremos, sendo um recebimento esse aumenta o saldo do caixa da
empresa e se aumenta, o registro deve ser feito do lado esquerdo da conta (lado que representa os
aumentos na conta de Ativo).

A segunda operação foi um pagamento da conta de luz, então houve uma diminuição no saldo da conta, o
registro foi efetuado no lado direito do razonete.

A terceira operação foi um aumento de caixa, no valor de R$ 150,00 sendo o que originou esse lançamento
foi uma retirada de R$ 150,00 do banco e que ficou no caixa da empresa, logo debitamos a conta em R$
150,00.

A quarta operação era identificar qual era o saldo da conta nesse momento, para isso basta somarmos os
registros efetuados até a quarta operação. Assim:

Lado do débito: 100,00 (S) + 200,00 (1) + 150,00 (3) = 450,00


Lado do Crédito : 80,00 (2) = 80,00

E diminuirmos um do outro: R$ 450,00 – R$ 80,00 = R$ 370,00.


Esse é o saldo da conta no momento.

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Os lançamentos 5 e 6 são efetuados de maneira idêntica, apesar de cada um ter a sua natureza, um se
refere ao pagamento de uma conta telefônica e o outro de um pagamento de salário, mas ambos diminuem
o saldo do caixa, portanto creditamos a conta em cada um dos valores.

A sétima operação era novamente o de saber qual era o saldo da conta no momento, que para isso basta
somarmos os lançamento efetuados ate o momento em cada lado e diminuirmos um do outro, sem se
importar com o sinal que dará o resultado.

O saldo é de R$ 210,00.

Mecanismo da Contabilidade –
3.ª Parte

Natureza do SALDO de cada conta.


Vamos nos aprofundar um pouquinho mais nos conceitos da contabilidade?

Para isso vou usar como exemplo a conta CAIXA de uma empresa, já sabemos só pelo nome, que ela
representa o dinheiro que esta dentro da empresa e que ela pertence ao ATIVO, sabemos também que os
aumentos nessa conta são efetuados do lado esquerdo do razonete que a representa, e que as diminuições
são efetuadas do lado direito.

Sabemos também, pela correção do exercício acima que quando uma conta esta com o seu saldo zerado,
não apresentamos ela no balanço, com isso, a pessoa que estiver analisando já vai saber que não existe
valor nessa conta a ser apresentado.

O caixa da empresa é como se fosse a sua carteira (que você carrega no bolso ou na bolsa), é um dinheiro
que esta com você no momento, bem idêntico ao dinheiro que esta na empresa a única diferença que a
empresa não fica transitando com o dinheiro.

Baseado nas informações acima podemos dizer que a conta Caixa, sempre terá um saldo no lado esquerdo
do razonete, lado do débito, ou não terá valor nenhum (saldo zero).

Ela NUNCA poderá ter o saldo no seu lado direito do razonete, lado do crédito, que é o lado que representa
as diminuições.

Mas por que isso?

Vamos exemplificar isso usando o razonete da conta caixa.

Caixa
30,00 (1)
100,00 (S)

Imagine que a conta possui um saldo inicial de R$ 100,00.

O primeiro registro foi um pagamento de R$ 30,00 referente a uma conta de telefone. O saldo no momento
é de R$ 70,00, ou seja você tinha R$ 100,00 pagou R$ 30,00.

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100 – 30 = 70

Somente para ilustrar vamos abrir um novo razonete, agora somente com o saldo.

Caixa
70,00 (Saldo Inicial =
Si)

O razonete acima nada mais é do um resumo da representação abaixo.

Caixa
100,00 (Si)
70,00 (Saldo no 30,00 (1)
Momento = 100-30)

Imagine agora, com o saldo de R$ 70,00, que você possui, se eu pedisse para você fazer um pagamento de
R$ 100,00 referente a uma conta de luz, ficaria assim:

Caixa
100,00 (1)
70,00 (S)
30,00 (S atual)

O seu saldo no momento seria de R$ 30,00 no lado do crédito certo? Se sua resposta foi positiva, você fez o
lançamento correto.

Porém na pratica isso é impossível, imagine você com R$ 70,00 na carteira, e querer pagar R$ 100,00 de
uma conta, não tem como você ficar devendo R$ 30,00 a sua carteira.

É impossível você ter um saldo de R$ 30,00 no lado direito do razonete, ou R$ 30,00 a crédito.

Identificado essa situação, deu-se naturezas aos saldos das contas, ou seja, o saldo da conta caixa, se
houver, sempre estará no lado do débito, dizemos então que esse saldo é devedor.

Será o mesmo com o restante da outras contas do ativo, pois todas elas quando apresentarem saldo, este
estará sempre no lado do débito do razonete, assim todos os saldos das contas do Ativo tem natureza
DEVEDORA, ou é um saldo DEVEDOR.

Dizemos o mesmo das contas de passivo e do patrimônio liquido, se todos os saldos que aparecem nela, tem
que estar no lado direito do razonete, lado do crédito, dizemos que o saldo da conta tem natureza
CREDORA, ou é um saldo CREDOR.

Mas o porque disso?

É simples, nos balanços que fizemos até agora, os saldos sempre foram positivos, e nunca houve uma
distinção entre eles, ou seja, se um saldo estava no lado do crédito ou no lado do débito.

Só que aprendemos agora, que tem certas situações onde o próprio saldo da conta pode mostrar se tem
algum registro feito errado, como no caso acima, onde você só possuía R$ 70,00 e fez um pagamento de R$
100,00 (Registro Impossível)

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Acontece que se não nos atentássemos para isso, simplesmente colocaríamos os R$ 30,00 no balanço, sem
distinção de que ele esta no lado do crédito do razonete. E quando você somasse o lado do ativo e somasse
também e lado do passivo, veria que eles não seriam iguais.

Vamos tentar analisar a situação para melhor compreender:

Suponhamos que você tenha o seguinte balanço:

Ativo Passivo
Caixa 1.500,00 Fornecedores 1.000,00
Veiculo 300,00 Patrimônio Liquido
Mercadorias 1.200,00 Capital Social 2.000,00

SOMA DO ATIVO 3.000,00 SOMA DO PASSIVO 3.000,00

Suponhamos que na conta de Fornecedores, eu tenha feito os seguintes lançamentos, e que em todos os
pagamentos, o dinheiro saiu do caixa:

Fornecedores
1.000,00 (Saldo
700,00 (1) Inicial)
400,00 (2)
100 (Sf) 300,00 (Saldo após o
1.° lançamento)

1.º Você tinha um saldo na conta de R$ 1.000,00 (S), depois você fez uma pagamento de R$ 700,00. O seu
saldo no momento é de R$ 300,00 no lado do crédito do razonete, ou R$ 300,00 Credor.

Vamos combinar o seguinte, a partir de agora toda vez que eu colocar um sublinhado em algum lugar do
razonete, quero dizer que logo abaixo estarei colocando o saldo naquele momento.

Vejamos o Balanço como ficou, após o primeiro pagamento.

Ativo Passivo
Caixa 800,00 Fornecedores 300,00
Veiculo 300,00 Patrimônio Liquido
Mercadorias 1.200,00 Capital Social 2.000,00

SOMA DO ATIVO 2.300,00 SOMA DO PASSIVO 2.300,00

Percebeu que houve uma diminuição de R$ 700,00 no saldo do caixa?

Até aqui tudo bem.

2.º Logo após um outro pagamento foi feito, agora no valor de R$ 400,00. O saldo nesse momento na conta
acima seria de R$ 100,00 no lado do débito, ou R$ 100,00 devedor.

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Fornecedores
1.000,00 (Saldo
700,00 (1) Inicial)
400,00 (2)
100 (Sf) 300,00 (Saldo após o
1.° lançamento)

Vejamos o balanço como ficou agora:

Ativo Passivo
Caixa 400,00 Fornecedores 100,00
Veiculo 300,00 Patrimônio Liquido
Mercadorias 1.200,00 Capital Social 2.000,00

SOMA DO ATIVO 1.900,00 SOMA DO PASSIVO 2.100,00

Viu como o balanço não confere, ou seja, o total do ativo é diferente do total do passivo?

Isso aconteceu porque não houve uma distinção do saldo das contas.

Ora mais não ficou claro mais acima que uma conta de Passivo, obrigatoriamente terá o seu saldo igual a
zero, ou qualquer valor, desde que no lado do crédito?

Sim, acontece o seguinte, se você fez um pagamento a maior ao seu fornecedor, por qualquer motivo que
seja, esse valor não pode mais aparecer no Passivo, afinal você não esta mais devendo ao fornecedor. Muito
pelo contrário agora o fornecedor tem que lhe devolver esses R$ 100,00 que por acaso foi pago a maior, ou
seja, você tem um DIREITO de receber esses 100,00 de volta.

Ora se é um direito, é um ATIVO não?

Sendo um ativo, e este aparece no lado direito do balanço, o seu saldo no razonete também tem que
aparecer no lado direito também, certo? E onde esta aparecendo o saldo na conta Fornecedor?

Logicamente você tem que transferir o seu saldo para uma conta que represente esse direito contra o
fornecedor. Vamos mostrar como ficaria o balanço após a transferência do saldo.

Ativo Passivo
Caixa 100,00
Veiculo 100,00 Patrimônio Liquido
Mercadorias 1.700,00 Capital Social 2.000,00
Pagto a maior de Fornecedores 100,00

SOMA DO ATIVO 2.000,00 SOMA DO PASSIVO 2.000,00

Agora os saldos tanto do Ativo como o do Passivo são iguais.

Não se importe com o registro da transferência agora, o ponto relevante é que você tenha compreendido
que cada saldo tem sua natureza (Devedora ou Credora).

E que a natureza desses saldos são mais um mecanismo da função de controle na contabilidade.

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Assim se por acaso você perceber que num balanço uma conta de Passivo (por exemplo) apareceu, um saldo
DEVEDOR, aconteceu alguma coisa nessa conta, para que o seu saldo esteja inverso, e você terá que fazer a
analise individual dela para detectar o que ocorreu, pode ser que tenha sido efetuado um pagamento a
maior como no exemplo, nesse caso transfira para o Ativo, ou que você tenha esquecido de ter feito um
registro de uma compra, ou que era um lançamento na conta de Financiamentos e que sem querer você o
efetuou na conta de Fornecedores e assim por diante.

E o mesmo com as contas de Ativo, já que a natureza do saldo de cada uma delas, é devedora, se aparecer
alguma conta com o saldo credor, tem algum lançamento efetuado errado.

Aqueles que já possuem algum conhecimento em contabilidade sabem, que tem certas ocasiões em que as
contas podem aparecer com a natureza de saldo inverso, mais são casos específicos e raros que veremos
mais adiante.

Veremos nos próximos tutoriais, um exercício mais completo, que facilitará muito a compreensão, o
importante agora é que você fixe bem esses conceitos. Ok?

Adiante faremos um exercício de analise, onde colocarei os registros efetuados errados e teremos que
identificar o que aconteceu.

Somente para estimular, vou deixar a seguinte interrogação:

Aprendemos, que nas contas de ativo a natureza do saldo é DEVEDOR, ou seja, o saldo tem que aparecer no
lado do débito do razonete, lado esquerdo.

A conta BANCOS, também é uma de ativo, se representar o dinheiro que nos temos e que esta depositado
na instituição, certo?

Lógico também será que ela sendo uma conta de ativo a natureza do saldo também deverá ser DEVEDORA,
ou seja, o saldo também terá que aparecer no lado esquerdo do razonete, lado do débito.

E que os lançamentos que aumentam essa conta são lançamentos a debito, efetuados no lado esquerdo do
razonete.

Se isso tudo é verdade, pense numa resposta para o seguinte, no próximo tutorial estarei colocando a
resposta:

Porque quando efetuamos um deposito em nossa conta bancaria, o banco nos mostra no extrato que fez um
CREDITO na nossa conta?

Até a próxima.

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6. Mecanismo da Contabilidade
– 4.ª Parte

Correção da Reflexão
No ultimo tutorial, deixei a seguinte proposta de reflexão:

Porque quando efetuamos um deposito em nossa conta bancaria, o banco nos mostra no extrato que fez um
CREDITO na nossa conta?

Essa é uma questão que mais faz confusão na pessoa que esta aprendendo contabilidade, afinal, passamos
anos entendendo que um crédito feito em nossa conta bancaria aumenta o seu saldo.

E no ultimo tutorial, eu disse que um CRÉDITO numa conta de ativo (lembre-se que banco, no grupo do
ativo, representa o dinheiro que você possui depositado na instituição), representava uma diminuição em
seu saldo.

Totalmente ao contrario do vivenciamos durante anos.

A resposta para essa questão é bem simples, o seu dinheiro, para o banco, é uma obrigação (obrigação que
ele tem de lhe devolver quando você quiser), portanto para o banco, esse dinheiro é um Passivo, ou seja,
nesse exato momento em que você fez o deposito o banco passou a estar lhe devendo esse valor.

E nas contas de passivo, os créditos efetuados aumentam o saldo, portanto o banco esta lhe dizendo que
pela ótica dele, ele fez um crédito. Aumentando a divida (passivo) dele com você.

Mecanismo da Contabilidade – 4.ª Parte


Vamos tentar assimilar os conceitos adquiridos no ultimo tutorial?

Bom, eu disse no ultimo tutorial, que as contas quando aparecem no balanço com o saldo invertido, assim
entendido como:

As contas de Ativo, as quais os saldos devem ser DEVEDOR, aparecem com o saldo CREDOR, ou as contas
de Passivo, as quais os saldos devem ser CREDOR, aparecem como DEVEDOR.

Provavelmente estão com algum lançamento efetuado errado, e que temos que analisar ela com mais
detalhes para ver onde esta o erro. (salvo as ocasiões previstas, as quais veremos futuramente)

Mas como sabemos que a conta esta com o saldo invertido?

No ultimo tutorial, fizemos um exemplo, e vimos que quando acontece esse fato, o total do ativo e do
passivo, não são iguais. (em termos técnicos, dizemos que o balanço não esta FECHANDO).

Mas só isso não basta, temos que ter um algo mais para nos ajudar nessa identificação da conta que esta
errada. Imagine um balanço com milhares de contas. !!!

Para tal a partir de agora faremos assim, ao levantarmos um balanço, colocaremos ao lado de cada valor, a
abreviatura do seu saldo, assim se o saldo da conta Caixa esta DEVEDOR, colocaremos ao lado do valor a
sigla DV, ou se o saldo da conta Fornecedor está CREDOR colocaremos a sigla CR.

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Lembre-se que para as demais contas faremos o mesmo.

Vejamos como ficará:

Ativo Passivo
Caixa 1.500,00 DV Fornecedores 1.000,00 CR
Veiculo 300,00 DV Patrimônio Liquido
Mercadorias 1.200,00 DV Capital Social 2.000,00 CR

SOMA DO ATIVO 3.000,00 DV SOMA DO PASSIVO 3.000,00 CR

Ou podemos fazer da seguinte forma:

Ativo Passivo
Caixa 1.500,00 Fornecedores 1.000,00
Veiculo 300,00 Patrimônio Liquido
Mercadorias 1.200,00 Capital Social 2.000,00

SOMA DO ATIVO 3.000,00 SOMA DO PASSIVO 3.000,00

Quando aparecer um balanço assim, sabemos que todas contas de ativo estão com o saldo devedor, e todas
as contas de passivo estão com o saldo credor.

Mas quando aparecer assim, POR EXEMPLO !!!

Ativo Passivo
Caixa 1.500,00 Fornecedores 1.000,00
Veiculo 300,00 Patrimônio Liquido
Mercadorias (1.200,00) Capital Social XXX,XX

SOMA DO ATIVO XXX,XX SOMA DO PASSIVO XXX,XX

Sabemos que o saldo da conta de mercadorias, esta CREDOR, e que essa conta merece uma analise, pois
certamente ela está com algum erro. OK?

Nos demais exemplos desse tutorial, usaremos o segundo modelo, pois além de mais prático, é mais técnico
também, pois na pratica raramente acontece de colocarem a sigla ao lado do saldo.

Sendo mais comum, colocarmos entre parênteses o valor do saldo, quando este esta ao contrario de sua
natureza, assim se a natureza do saldo da conta de Ativo é devedora, quando o valor aparecer entre
parênteses queremos dizer que o saldo dela esta CREDOR, e quando numa conta de Passivo, aparecer o
saldo entre parênteses ficará evidente que o saldo dela esta DEVEDOR, quando deveria ser CREDOR.

Vamos gravar esse conceito, somente para a feitura (levantamento) do balanço, nos razonetes não
deveremos colocar o saldo entre parênteses e nem com as siglas ao lado, simplesmente vamos aprender a
analisar o saldo de acordo com o lado do razonete em que ele aparecer, se esta no lado direito ou esquerdo
de acordo com cada conta.

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Mas vale a pena entender também o conceito das siglas acima, pois quando falarmos sobre livros contábeis
eles serão úteis, pois nesses os lançamentos aparecerão com as siglas. Ok?

Vamos deixar de lado, aquele método de ficar fazendo (levantando, em termos técnicos), um balanço após
cada operação, pois já vimos que isso é inviável. No exemplo abaixo faremos um exemplo de contabilização
através dos razonetes.

As operações foram:

1 – Integralização do capital no valor de R$ 5.000,00, através do caixa.


2 – Compra de um computador no valor de R$ 1.000,00 financiado.
3 – Compra de utensílios para o escritório (fax, maquinas de calcular e etc) no valor de R$ 200,00 a vista.
4 – Pagamento de R$ 100,00 referente a compra do computador.
5 – Abertura de uma conta bancaria, com um deposito de R$ 1.000,00.
6 – Compra de mercadorias no valor de R$ 500,00 em dinheiro, retirado do caixa.
7 – Foi feita uma aplicação financeira no valor de R$ 1.000,00.
8 – Levantamento do Balanço.

Vamos fazer o balanço através dos razonetes, analisando cada lançamento:

A partir de agora, vamos entender como os lançamentos são feitos simultaneamente em duas contas. Para
isso temos que analisar a situação ocorrida e identificarmos quais as contas serão utilizadas.

Veja também, que obrigatoriamente, faremos sempre um lançamento com o mesmo valor, em duas contas,
em uma das contas o lançamento será feito no lado do débito e o outro será feito no lado do crédito, caso o
contrario o balanço não “fechará”.

O primeiro lançamento a ser feito é o da integralização do capital, através do caixa, analisando o


lançamento, já sabemos uma das duas contas utilizadas a conta CAIXA, pois foi nela que o dinheiro da
integralização entrou no balanço, e a outra conta identificamos através da própria operação também, pois
como se trata de uma integralização de capital, sabemos que esse registro é representado na conta de
CAPITAL SOCIAL que figura no balanço patrimonial no grupo do PATRIMONIO LIQUIDO.

Vamos então abrir dois razonetes, um intitulado de CAIXA e o outro de CAPITAL SOCIAL, assim:

Caixa Capital Social

Feito isso, partimos para os registros propriamente ditos, já sabemos que os lançamentos que aumentam o
saldo na conta CAIXA são feitos a DÉBITO (aumentam o saldo). E que os lançamentos que aumentam as
contas de Passivo ou do Patrimônio Liquido, são feitos a CREDITO. Sabemos também que independente da
conta o lado do débito fica na parte esquerda do razonete e que o lado do crédito fica na parte direita, então
os lançamentos já nas duas contas ficariam assim:

Caixa Capital Social


5.000,00 5.000,00

Se nesse exato momento quiséssemos levantar o balanço, ficaria assim:

Ativo Passivo
Caixa 5.000,00
Patrimônio Liquido

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Capital Social 5.000,00

SOMA DO ATIVO 5.000,00 SOMA DO PASSIVO 5.000,00

Lembre-se que o saldo da conta caixa, esta devedor, pois no razonete ele aparece do lado esquerdo, lado do
débito, e que na conta de capital social o saldo esta credor, pois no razonete ele esta no lado do credito.
Como já sabemos as naturezas dos saldos de cada conta, sabemos que os lançamentos, em termos de
saldo, estão feitos de forma correta.

Atente que o total do ativo e do passivo, são iguais, ou sejam são iguais.

Nota: Levantamos o balanço somente para demonstração, a partir de agora, trabalharemos somente com os
razonetes até o momento em que quisermos fazer o balanço, nada de ficarmos fazendo balanço após cada
lançamento.

Eu disse acima, que os lançamentos são sempre efetuados (OBRIGATORIAMENTE) em uma conta no lado do
débito e na outra ao lado do crédito, vamos analisar o lançamento efetuado errado, para ver como ficaria:

Imagine que em ambas as contas fizéssemos os lançamentos no lado do débito, ficaria assim nos razonetes:

Caixa Capital Social


5.000,00 5.000,00

O lançamento feito errado está destacado.

Somente olhando para o razonete, de acordo com o conhecimento que adquirimos até agora, sabemos que o
saldo na conta CAPITAL SOCIAL esta ao contrario, nesse lançamento, ele deveria estar no lado do crédito
não? Afinal nas contas de Patrimônio Liquido (abreviadamente, em termos técnicos, chamamos de conta do
PL), os aumentos são registrados no lado do credito (lado direito) da conta.

Se levantássemos um balanço agora, ficaria assim:

Ativo Passivo
Caixa 5.000,00
Patrimônio Liquido
Capital Social (5.000,00)

SOMA DO ATIVO 5.000,00 SOMA DO PASSIVO (5.000,00)

Apesar dos valores serem iguais ambos são de R$ 5.000,00, um está entre parênteses, e o outro não, seria
como falássemos que um está com R$ 5.000,00 positivo e o outro está com R$ 5.000,00 negativo. Portanto
o ativo e o passivo não estão iguais, assim tem um lançamento que foi feito errado.

Na pratica, toda a contabilidade é feita através de programas de computador, veremos um exemplo mais
adiante de como é feito esse registro, portanto o próprio programa (de acordo com a qualidade do
programa), nos mostrara através do balanço que o saldo da conta esta invertido, seja colocando ele entre
parênteses, ou colocando a sigla ao lado do valor da conta.

Portanto em nosso caso, será necessário a analise visual de onde esta o saldo da conta. Assim no exemplo
acima, teremos que olhar para o razonete, ver em que lado esta o saldo de cada conta e quando fizermos o
balanço, atentarmos para o saldo, ou seja, se ele é devedor ou se é credor, e colocarmos da mesma forma
no balanço.

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O exemplo acima foi só para demonstrarmos como ficaria um balanço com o saldo errado, e para
atentarmos que mesmo os valores sendo iguais temos que prestar a atenção para a natureza do saldo.
O balanço acima poderia estar com R$ 10.000,00 no ativo e (R$ 10.000,00) no passivo, apesar de serem
ambos R$ 10.000,00 um é “positivo” e o outro é “negativo”. Portanto não são iguais.

Vamos continuar:

Feito isso, vamos ao segundo lançamento, que é:

2 – Compra de um computador no valor de R$ 1.000,00 financiado.

Vejamos nessa operação, trabalharemos com mais duas contas, uma chamada de Computador sendo ela
uma conta de ativo, afinal você acabou de adquirir um bem, e outra chamada de Financiamentos, portanto
teremos que abrir mais duas contas razonetes, com os respectivos nomes ficaria assim:

Caixa Capital Social


5.000,00 5.000,00

Computador Financiamentos
1.000,00 1.000,00

Percebam que mesmo não mexendo nas contas CAIXA e CAPITAL eu as repeti, isso porque a partir de agora,
só estaremos trabalhando com elas, fiz isso para ficar mais fácil a analise, no próximo lançamento veremos
que mexeremos nos saldo de algumas contas que já foram “abertas”, o que eu quero dizer é que você não
precisa ficar abrindo um razonete para a mesma conta, basta utilizar a que você já “abriu” antes, pois caso
contrário não teria lógica trabalharmos com razonetes, pois simplesmente estaríamos trocando os balanços
por razonetes, ou seja ao invés de ficarmos fazendo um monte de balanço, estaríamos fazendo um monte de
razonetes, seria simplesmente um inconveniente menor.

Vamos analisar a estrutura do lançamento? Na conta COMPUTADOR fizemos um débito de R$ 1.000,00 e na


conta de FINANCIAMENTOS, fizemos um crédito de R$ 1.000,00, repare que como eu disse acima, haverá
sempre um DEBITO e um CRÉDITO no mesmo valor e em contas diferentes.

Fizemos um débito na conta de COMPUTADOR, porque ela é uma conta de ativo, afinal você não comprou o
computador? Portanto ele passou a ser um bem seu. E o ativo é representado pelo conjunto de BENS e
DIREITOS não?

E porque fizemos um crédito na conta de FINANCIAMENTOS no mesmo valor de R$ 1.000,00?

Porque mediante a compra do computador por R$ 1.000,00, fizemos uma divida de R$ 1.000,00 também, ou
seja, adquirimos uma obrigação de R$ 1.000,00. Uma obrigação é um passivo e nas contas de passivo os
lançamentos a créditos aumentam o valor, veja que nossa divida “aumentou”, antes tínhamos R$ 0,00 de
divida de financiamentos e agora temos R$ 1.000,00 de divida, portanto houve um aumento.

Vamos ao terceiro lançamento:

3 – Compra de utensílios para o escritório (fax, maquinas de calcular e etc) no valor de R$ 200,00 a vista.

Ficaria assim nos razonetes:

Caixa Capital Social

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5.000,00 200,00 5.000,00

Computador Financiamentos
1.000,00 1.000,00

Utensílios
200,00

Perceba que “abrimos” mais um razonete, chamado de UTENSILIOS, fizemos isso para que fique mais fácil a
analise do balanço, pois basta a pessoa olha-lo, para que identifique que a empresa possuiu R$ 200,00 de
utensílios. E nessa conta fizemos um lançamento a débito, e se tratando de uma conta de ativo sabemos que
estamos aumentando do saldo dela.

Em contra partida, fizemos um lançamento a crédito, na conta caixa, diminuindo o seu saldo, perceba que
no razonete da conta Caixa, o valor de R$ 200,00, aparece no lado direito da conta (lado do crédito).

Vamos ao quarto lançamento:

4 – Pagamento de R$ 100,00 referente a compra do computador .

Caixa Capital Social


200,00
5.000,00 5.000,00
100,00

Computador Financiamentos
1.000,00 100,00 1.000,00

Utensílios
200,00

Nesse lançamento não abrimos conta nenhuma, pois ambas as contas utilizadas já estavam abertas.

Os registros foram feitos, da seguinte forma: Fizemos um crédito na conta Caixa, para registrar o
pagamento e fizemos um débito no mesmo valor para diminuir a conta de Financiamentos.

Os créditos na conta de Ativo diminuem o saldo. E os débitos na conta de Passivos também diminuem o
saldo.

Quinta operação:

5 – Abertura de uma conta bancaria, com um deposito de R$ 1.000,00.

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Caixa Capital Social


200,00
100,00
5.000,00 5.000,00

1.000,00

Computador Financiamentos
1.000,00 100,00 1.000,00

Utensílios Bancos
200,00 1.000,00

Nesse lançamento tivemos que abrir o razonete que representaria a conta Bancos. Nela fizemos um
lançamento a débito, aumentando o saldo dessa conta, e em contra-partida fizemos um lançamento a
crédito na conta de Caixa, diminuindo o seu saldo.

Sexta operação:

6 – Compra de mercadorias no valor de R$ 500,00, a vista, em dinheiro retirado do caixa.

Caixa Capital Social


200,00
100,00

5.000,00 5.000,00
1.000,00

500,00

Computador Financiamentos
1.000,00 100,00 1.000,00

Utensílios Bancos
200,00 1.000,00

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Mercadorias
500,00

Abrimos mais uma conta, MERCADORIAS, fizemos um lançamento a débito de R$ 500,00 para representar o
aumento efetuado nela, mediante a aquisição das mercadorias. E para registrar a saída do dinheiro fizemos
um crédito na conta Caixa de igual valor.

Sétima Operação:

7 – Foi feita uma aplicação financeira no valor de R$ 1.000,00.

Caixa Capital Social


200,00
100,00

5.000,00 5.000,00
1.000,00

500,00

Computador Financiamentos
1.000,00 100,00 1.000,00

Utensílios Bancos
200,00 1.000,00 1.000,00

Mercadorias Aplicações Financeiras


500,00 1.000,00

Abrimos mais uma conta, agora chamada de APLICACOES FINANCEIRAS, e lançamos a débito, o valor de R$
1.000,00, pois trata-se um dinheiro nosso só que alem de estar no banco, ainda esta rendendo, abrimos
uma conta especifica, para mais uma vez melhorar a analise, pois somente olhando para o balanço, sabemos
que além do valor que esta no banco ainda temos mais algum dinheiro, aplicado.

E diminuímos R$ 1.000,00 no saldo da conta Bancos, para isso tivemos que fazer um lançamento a crédito
nela.

A oitava operação é:

8 – Levantamento do Balanço.

Essa é a parte que mais nos interessa agora, como fazer o balanço somente com o uso dos razonetes, o
primeiro passo seria dispor de todas as contas razonetes. Assim sendo:

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Caixa Capital Social


200,00
100,00

5.000,00 5.000,00
1.000,00

500,00

Computador Financiamentos
1.000,00 100,00 1.000,00

Utensílios Bancos
200,00 1.000,00 1.000,00

Mercadorias Aplicações Financeiras


500,00 1.000,00

O próximo passo seria achar o saldo que cada conta tem no momento, vamos lá:

A primeira conta que temos é a conta caixa que possuiu os seguintes lançamentos:
R$ 5.000,00 a débito ou R$ 5.000,00 DV
R$ 1.800,00 a crédito (200 + 100 + 1.000 + 500) ou R$ 1.800,00 CR

Agora é só fazer uma conta simples de diminuição:

5.000,00 DV
- 1.800,00 CR
3.200,00 DV

Assim percebemos que a conta caixa, após todas as operações, ainda ficou com o saldo de R$ 3.200,00
devedor ou R$ 3.200,00 DV, se o saldo é devedor sabemos que ele esta no lado esquerdo do razonete, lado
do débito. E sabendo também a natureza, só olhando para o saldo, sabemos que aparentemente esta tudo
bem, pois o saldo numa conta de ativo tem que ser DEVEDOR.

Faremos isso com todas as contas, perceba que tem conta que não teremos que fazer contas, pois elas só
possuem um lançamento, logo o saldo dela, será o que esta sendo apresentado nos razonetes. São elas:

Computador Utensílios
1.000,00 200,00

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Mercadorias Aplicações Financeiras
500,00 1.000,00

Capital Social
5.000,00

Basta uma simples analise nelas e veremos que as contas Computador, Utensílios, Mercadorias e Aplicações
Financeiras são contas de Ativo, seu saldo tem que ser devedor, ou seja, estar no lado do débito (lado
esquerdo) do razonete, e estão. Já a conta Capital Social, é uma conta do PL (Patrimônio Liquido), que fica
no mesmo lado do Passivo, portanto seu saldo tem que ser credor (lado direito) do razonete, e que esta
correto, pois o saldo esta no lado do crédito.

Analisando a conta bancos, vemos que ela possui R$ 1.000,00 de lançamento a débito, e R$ 1.000,00 de
lançamento a crédito, portanto R$ 1.000,00 DV – R$ 1.000,00 CR = R$ 0,00. E já sabemos que uma conta
quando esta com o seu saldo zerado não precisamos apresenta-la no balanço.

A conta Financiamentos possui R$ 100,00 DV e R$ 1.000,00 CR, seu saldo é de R$ 900,00 CR. Sabemos que
a conta Financiamentos nesse caso representa uma obrigação, pois temos que pagar esse valor, que foi
referente a compra do nosso computador.

De posse desses dados já podemos fazer o nosso balanço, que ficaria assim:

Ativo Passivo
Caixa 3.200,00 Financiamentos 900,00
Computador 1.000,00 Patrimônio Liquido
Utensílios 200,00 Capital Social 5.000,00
Mercadorias 500,00
Aplicações Financeiras 1.000.00

SOMA DO ATIVO 5.900,00 SOMA DO PASSIVO 5.900,00

Veja que nosso balanço “fecha”, ou seja, o total do ativo é igual ao total do passivo.

Nos próximos tutoriais, faremos as contas para apurar o saldo diretamente no razonete para ficar mais fácil.

Não esqueça de colocar sua avaliação sobre o tutorial na parte superior desta pagina, assim como o seu
comentário, seja uma critica, sugestão, dúvida ou elogio, será com base nelas que poderemos melhorar a
qualidade da informação que estamos tentando passar.

Até a próxima.

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7. Mecanismo da Contabilidade
– Final

Exercício de Fixação:
Considere o seguinte Balanço Patrimonial:

Ativo Passivo
Caixa 1.000,00 Fornecedores 1.000,00
Veiculo 700,00 Patrimônio Liquido
Mercadorias 300,00 Capital Social 1.000,00

SOMA DO ATIVO 2.000,00 SOMA DO PASSIVO 2.000,00

Faça o registro das seguintes operações nos razonetes e após faca o balanço patrimonial.

1 – Compra de um veiculo no valor de R$ 500,00


2 – Abertura de uma conta bancaria com depósito de R$ 100,00
3 – Compra de Mercadorias a vista no valor de R$ 200,00
4 – Pagamento de R$ 150,00 referente a compra de mercadoria.
5 – Aumento do Capital para R$ 2.000,00, efetuado no caixa

Ficaria assim na abertura dos razonetes e registro dos saldos iniciais.


Os valores com S entre parênteses, significam os saldos iniciais de cada, conta conforme estavam no
balanço inicial, já o numero de cada valor significa o lançamento a que se refere.

Caixa Veículo
1.000,00 (S) 700,00 (S)

Mercadorias Fornecedores
300,00 (S) 1.000,00 (S)

Capital Social
1.000,00 (S)

Ficaria assim nos registros já efetuados.

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Caixa Veículo
1.000,00 (S) 500,00 (1) 700,00 (S)
1.000,00 (5) 100,00 (2) 500,00 (1)
2.000,00 200,00 (3) 1.200,00
1.050,00 (SF) 150,00 (4) 1.200,00 (SF)
950,00

Mercadorias Fornecedores
300,00 (S)
200,00 (3) 1.000,00 (S)
150,00 (4)
500,00 1.000,00
150,00
500,00 (SF) 850,00 (SF)

Capital Social Bancos


1.000,00 (S)
100,00 (2)
1.000,00 (5)
100,00
2.000,00
100,00 (SF)
2.000,00 (SF)

Percebam que em cada lado do razonete que houve lançamento, há uma linha logo abaixo do ultimo
lançamento de cada lado, e embaixo dessa linha, tem um valor que se vocês perceberem será a soma dos
registros efetuados nesse lado da conta, assim os R$ 2.000,00 no lado do crédito da conta Capital Social,
representa que o total dos lançamentos a crédito somado com o saldo inicial, totalizaram R$ 2.000,00. E
assim com as demais contas.

E Logo abaixo desse valor, temos um outro com a sigla SF que significa Saldo Final, que nada mais é do o
resultado das somas de um lado diminuído da soma do outro lado. Assim na conta Caixa eu tive R$ 2.000,00
a débito, e R$ 950,00 a crédito, o valor de R$ 1.050,00 é o resultado de R$ 2.000,00 – R$ 950,00.
Lembrando que temos que atentar para o saldo, no caso em questão vimos que o saldo é devedor, ou seja,
ficou no lado do débito.

Logo, nosso balanço ficaria da seguinte forma:

Ativo Passivo
Caixa 1.050,00 Fornecedores 850,00
Veiculo 1.200,00 Patrimônio Liquido
Mercadorias 500,00 Capital Social 2.000,00
Banco 100,00

SOMA DO ATIVO 2.850,00 SOMA DO PASSIVO 2.850,00

Baseado no balanço acima vamos fazer mais algumas operações.

1 – Pagamento de R$ 350,00 de fornecedores.


2 – Obtenção de um empréstimo bancário no valor de R$ 4.000,00
3 – Compra de um equipamento no valor de R$ 3.000,00 com cheque.
4 – Pagamento de uma parcela do empréstimo no valor de R$ 300,00.

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Faremos da mesma forma do anterior, ou seja, faremos o registro nos razonetes, e depois levantaremos o
Balanço Patrimonial.

Abrindo os razonetes:

Caixa Veículo
1.050,00 (S)
1.200,00 (S)

Mercadorias Fornecedores
500,00 (S) 850,00 (S)

Capital Social Bancos

2.000,00 (S)
100,00 (S)

Percebam que agora nos não colocamos mais os registros das outras operações, e começamos com o saldo
inicial que é igual ao saldo final dos razonetes anteriores. OK?

Caixa Veículo

1.050,00 (S) 1.200,00 (S)


350,00 (1)
1.050,00 1.200,00
350,00
700,00 (SF) 1.200,00 (SF)

Mercadorias Fornecedores
500,00 (S) 850,00 (S)
500,00 350,00 (1)
850,00
500,00 (SF) 350,00
500,00 (SF)

Capital Social Bancos

2.000,00 (S) 100,00 (S) 3.000,00 (3)


2.000,00 4.000,00 (2) 300,00 (4)
2.000,00 (SF) 4.100,00 3.300,00
800,00 (SF)

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Empréstimos Equipamentos
300,00 (4) 4.000,00 (2) 3.000,00 (3)
300,00 4.000,00 3.000,00
3.700,00 (SF) 3.000,00 (SF)

Nesses lançamentos houve uma operação nova, a aquisição de um empréstimo bancário, o dinheiro
referente ao empréstimo entrou no banco, portanto debitamos a conta banco pelo valor do empréstimo. E ao
mesmo tempo, adquirimos uma divida de empréstimo, essa conta empréstimo, por ser uma obrigação,
constará no balanço no lado do Passivo.

O Balanço fica assim:

Ativo Passivo
Caixa 700,00 Fornecedores 500,00
Veiculo 1.200,00 Empréstimos 3.700,00
Mercadorias 500,00 Patrimônio Liquido
Banco 800,00 Capital Social 2.000,00
Equipamentos 3.000,00

SOMA DO ATIVO 6.200,00 SOMA DO PASSIVO 6.200,00

Conclusão:
Aprendemos nesses tutoriais sobre o Mecanismo da Contabilidade, que cada lançamento terá um débito e
um crédito no mesmo valor, em contas diferentes, nos próximos tutoriais veremos, que para facilitar o
trabalho podemos num mesmo lançamento fazer vários débitos e vários créditos ao mesmo, porém a soma
dos créditos será igual a soma dos débitos sempre. O lançamento que utiliza um débito e um crédito, é
chamado de PRIMEIRA FORMULA. Veremos os lançamento de SEGUNDA, TERCEIRA E QUARTA FORMULA,
somente em termos de aprendizado, pois nosso objetivo aqui por enquanto é ensinar os conceitos de
contabilidade.

A partir de agora, ao trabalharmos com razonetes faremos sempre da forma acima, ou seja, apuraremos os
saldo a débito e a crédito e colocaremos o saldo final em cada conta.

Faremos sempre o balanço patrimonial com base nesse saldo, e conforme o exercício acima, após fizermos o
balanço, e termos mais alguns lançamentos posteriores, abriremos os razonetes somente com o saldo que
constava no balanço, esse saldo agora, será o saldo inicial. (que nada mais é do que o saldo final que estava
no razonete antes de fazermos o balanço).

Fazendo assim ficará mais fácil, pois nos próximos tutorias, falaremos da ultima função da contabilidade, a
FUNÇÃO DE APURAR O RESULTADO, que além de mais complicada, e também a que mais interessa a
maioria dos usuários pois é através dela que saberemos o quanto uma empresa deu de lucro ou prejuízo.

Lembre-se que o razonete é uma representação gráfica que facilita o aprendizado, na pratica não existe
razonetes como os acima, existe um livro chamado LIVRO RAZÃO, o qual sua metodologia para escrituração
é bem parecido, com os razonetes, estaremos conhecendo o livro RAZAO no próximo tutorial.

Para concluir a parte de Mecanismo da contabilidade, vamos aproveitar o conhecimento adquirido até agora
e analisar os Balanços abaixo.

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Vamos ao primeiro:

1 – Analise o balanço abaixo e identifique o que está errado.

Ativo Passivo
Caixa 200,00 Fornecedores 900,00
Móveis e Utensílios 1.000,00 Empréstimos 1.200,00
Mercadorias 800,00 Patrimônio Liquido
Aplicações Financeiras 300,00 Capital Social 1.000,00
Equipamentos 1.000,00

SOMA DO ATIVO 3.300,00 SOMA DO PASSIVO 3.100,00

Vamos ao segundo:

2 – Analise o balanço abaixo, identifique o que esta errado, e a provável causa para o erro.

Ativo Passivo
Caixa 200,00 Fornecedores 900,00
Móveis e Utensílios 1.000,00 Empréstimos 1.400,00
Mercadorias 800,00 Patrimônio Liquido
Aplicações Financeiras (300,00) Capital Social 1.000,00
Equipamentos 1.000,00

SOMA DO ATIVO 2.700,00 SOMA DO PASSIVO 3.300,00

Terceiro:

Analise o balanço.

Ativo Passivo
Caixa 200,00 Fornecedores 900,00
Móveis e Utensílios 1.000,00 Empréstimos 1.400,00
Mercadorias 800,00 Patrimônio Liquido
Aplicações Financeiras 300,00 Capital Social 1.000,00
Equipamentos 1.000,00

SOMA DO ATIVO 3.300,00 SOMA DO PASSIVO 3.300,00

Agora analise esse:

Ativo Passivo
Caixa 1.500,00 Fornecedores 900,00

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Móveis e Utensílios 1.000,00 Empréstimos 1.400,00
Mercadorias 800,00 Patrimônio Liquido
Equipamentos 1.000,00 Capital Social 2.000,00

SOMA DO ATIVO 4.300,00 SOMA DO PASSIVO 4.300,00

Compare um balanço com o outro e tente identificar quais as operações que foram feitas. Foram feitas duas
operações.

Correção:

1 – Analise o balanço abaixo e identifique o que está errado.

Ativo Passivo
Caixa 200,00 Fornecedores 900,00
Móveis e Utensílios 1.000,00 Empréstimos 1.200,00
Mercadorias 800,00 Patrimônio Liquido
Aplicações Financeiras 300,00 Capital Social 1.000,00
Equipamentos 1.000,00

SOMA DO ATIVO 3.300,00 SOMA DO PASSIVO 3.100,00

RESPOSTA: Analisando o balanço, já vemos logo de cara que o valor do ativo e do passivo não são iguais
ou seja o balanço não fecha.

Correção do segundo exercício.

2 – Analise o balanço abaixo, identifique o que esta errado, e a provável causa para o erro.

Ativo Passivo
Caixa 200,00 Fornecedores 900,00
Móveis e Utensílios 1.000,00 Empréstimos 1.400,00
Mercadorias 800,00 Patrimônio Liquido
Aplicações Financeiras (300,00) Capital Social 1.000,00
Equipamentos 1.000,00

SOMA DO ATIVO 2.700,00 SOMA DO PASSIVO 3.300,00

RESPOSTA: Já vemos logo de inicio que o balanço não fecha, além disso, a conta Aplicações Financeiras
está com o saldo Credor quando deveria ser Devedor, provalvemente foi feito algum lançamento errado
nessa conta, que pode ser um crédito sem o respectivo débito. Porém para sabermos o que realmente de
fato aconteceu somente analisando todos os lançamentos.

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Correção do Terceiro exercício.

Analise o balanço.

Ativo Passivo
Caixa 200,00 Fornecedores 900,00
Móveis e Utensílios 1.000,00 Empréstimos 1.400,00
Mercadorias 800,00 Patrimônio Liquido
Aplicações Financeiras 300,00 Capital Social 1.000,00
Equipamentos 1.000,00

SOMA DO ATIVO 3.300,00 SOMA DO PASSIVO 3.300,00

Agora analise esse:

Ativo Passivo
Caixa 1.500,00 Fornecedores 900,00
Móveis e Utensílios 1.000,00 Empréstimos 1.400,00
Mercadorias 800,00 Patrimônio Liquido
Equipamentos 1.000,00 Capital Social 2.000,00

SOMA DO ATIVO 4.300,00 SOMA DO PASSIVO 4.300,00

Compare um balanço com o outro e tente identificar quais as operações que foram feitas. Foram feitas duas
operações.

RESPOSTA: Para tal, precisamos analisar o primeiro balanço, e compara-lo com o segundo, podemos notar
que no primeiro balanço, tínhamos um Capital Social de R$ 1.000,00, e no segundo temos um capital de R$
2.000,00. Concluímos então que houve um aumento de capital, logo foi feito um crédito no valor de R$
1.000,00 na conta de Capital Social, como não existe crédito sem o respectivo débito e vice-versa, temos
que ver também onde foi efetuado a contra-partida do lançamento.

As únicas contas que alteram o saldo do primeiro balanço, para o segundo, foram as contas de Caixa e
Aplicações Financeiras, na conta caixa, houve um aumento de R$ 1.300,00, e na conta aplicação financeira
houve uma diminuição de R$ 300,00.

Partindo dessa analise, podemos concluir que a entrada de dinheiro, que foi a contra-partida do aumento de
capital, provavelmente entrou no caixa, fizemos um lançamento a crédito na conta de Capital Social, e
temos que fazer um lançamento a débito no mesmo valor em alguma conta, lançamento esse que foi feito
na conta Caixa.

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Após esse lançamento poderíamos representar o balanço assim:

Balanço Antigo:

Ativo Passivo
Caixa 200,00 Fornecedores 900,00
Móveis e Utensílios 1.000,00 Empréstimos 1.400,00
Mercadorias 800,00 Patrimônio Liquido
Aplicações Financeiras 300,00 Capital Social 1.000,00
Equipamentos 1.000,00

SOMA DO ATIVO 3.300,00 SOMA DO PASSIVO 3.300,00

Balanço com o registro do aumento de capital:

Ativo Passivo
Caixa 1.200,00 Fornecedores 900,00
Móveis e Utensílios 1.000,00 Empréstimos 1.400,00
Mercadorias 800,00 Patrimônio Liquido
Aplicações Financeiras 300,00 Capital Social 2.000,00
Equipamentos 1.000,00

SOMA DO ATIVO 4.300,00 SOMA DO PASSIVO 4.300,00

Na análise vimos também que houve uma diminuição no saldo da conta Aplicações Financeiras, que era de
R$ 300,00 e no segundo balanço, era de zero. Portanto houve um crédito nessa conta, logo tem que haver
um débito em alguma outra conta.

Sabemos também que houve alteração na conta Caixa de R$ 1.300,00, antes era R$ 200,00 e agora passou
a ser R$ 1.500,00, já identificamos que R$ 1.000,00 é proveniente a um aumento de capital e os outros R$
300,00, seria o do resgate da Aplicação Financeira, tiramos o dinheiro da aplicação e deixamos ele no caixa,
aumentando assim o seu saldo em mais R$ 300,00, que agora totaliza R$ 1.500,00.

Ok?

Não esqueça de colocar sua avaliação sobre o tutorial na parte superior desta página, assim como o seu
comentário, seja uma critica, sugestão, dúvida ou elogio, será com base nelas que poderemos melhorar a
qualidade da informação que estamos tentando passar.

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Até a próxima.

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8. Apurando o Resultado – 1.ª


Parte

Introdução:
Nos tutoriais passados, aprendemos algumas das finalidades da contabilidade: A de auxiliar na gestão da
empresa, e a de efetuar o controle patrimonial.

Porém, a maioria das empresas é constituída para gerar lucros, com exceção de algumas tais como
associações, sindicatos, cooperativas e etc, que não serão o nosso foco nesse momento.

E apurar o resultado de uma empresa, saber se ela gerou lucro ou prejuízo, é outra função da contabilidade
que aprenderemos nessa série de tutoriais.

Num primeiro momento, pode até parecer fácil, saber se uma empresa deu lucro ou prejuízo, bastaria você
saber quanto custou algo, e por quanto a empresa o vendeu.

Assim, por exemplo, se uma cadeira, custou R$ 100,00 e você vendeu ela por R$ 200,00, você teve um
lucro de R$ 100,00 (200,00 – 100,00 = 100,00).

Só que nem sempre é assim, uma empresa tem várias outras despesas, tais como aluguel, telefone, luz,
água, IPTU, impostos, salários e etc. Usando o mesmo exemplo acima, e considerando que as despesas
expostas atrás totalizem R$ 250,00. Nesse caso a empresa teria um prejuízo de R$ 150,00.

Que foi apurado da seguinte forma:

Preço de Venda R$ 200,00


(-) Custo da Mercadoria R$ 100,00
Lucro Bruto R$ 100,00
(- ) Despesas R$ 250,00
Prejuízo R$ 150,00

Mas uma vez, pode continuar parecendo ser fácil apurar o resultado, porém no decorrer dos tutoriais,
veremos que mesmo uma empresa dando prejuízo, ela pode melhorar a sua saúde financeira, mesmo uma
empresa dando prejuízo não quer dizer que ela perdeu dinheiro e outros pormenores que veremos, que
fazem a contabilidade ser algo interessante.

E extremamente importante apurar o lucro de forma correta pelo seguinte motivo, alguns de vocês já devem
ter ouvido falar que alguns impostos tais como o IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA JURICA, e a
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LIQUIDO, são calculados em cima do lucro. Esses impostos são
calculados de acordo com um percentual sobre o lucro apurado pela contabilidade.

Logo, se houver algum erro na apuração do lucro, haverá algum erro no pagamento do imposto, e se por
algum motivo o lucro errado ficou a menor, o imposto também foi pago a menor, a empresa fica sujeita a
uma multa da RECEITA FEDERAL (contabilmente chamamos de FISCO, para designar não só a RECEITA
FEDERAL, mais também qualquer outro fiscal, seja ele do estado no caso do ICMS, ou do município no caso
do ISS)

Se a empresa pagou a maior, houve um desperdício de dinheiro, e qualquer pessoa sabe o quanto é difícil
ganhar dinheiro, e logicamente não está afim de ficar pagando imposto a maior.

Para iniciarmos nos conceitos de apuração do resultado, usaremos como exemplo, uma empresa comercial,
assim entendido como aquela que compra e vende mercadorias, diferente daquela que fabrica e vende

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seus produtos (empresa industrial), e diferente também daquela que só presta serviços, estas duas
ultimas serão vistas em tutoriais próprios.

Novas Contas:
Aprendemos que existem 3 tipos de grupos de contas, ATIVO, PASSIVO e PATRIMONIO LIQUIDO.

A partir de agora, conheceremos mais 3 tipos de grupos de contas que são as contas de RECEITA, DESPESA
e CUSTO.

Aprendemos que as contas de ativo, passivo e patrimônio liquido, tem cada uma a sua respectiva finalidade.

E qual seria a finalidade das contas de receita, despesa e custo?

Essas contas são chamadas contas de temporárias ou transitórias, chamamos elas assim porque em alguma
data elas serão zeradas propositalmente com a finalidade de permitir a apuração do resultado. Assim
essas contas nunca aparecerão no balanço.

Quando exemplificarmos ficará mais fácil a assimilação.

Receita – são grupos de contas que registram as operações que ocasionam um aumento no patrimônio
(AUMENTO DE DINHEIRO, OU DE DIREITOS TAIS COMO CONTAS A RECEBER).

Custos – são grupos de contas que registram as operações que ocasionam uma redução no patrimônio,
porém os custos estão diretamente associados às vendas. Assim ocorre um custo quando há diminuição de
um ativo (geralmente mercadorias).

Despesas - são grupos de contas que registram as operações que ocasionam uma redução no patrimônio,
porém as despesas não estão diretamente associadas às vendas. Identicamente haverá uma diminuição de
um ativo (geralmente dinheiro).

Para diferenciar melhor Custo de Despesa, temos que nos atentar ao seguinte: os custos estão diretamente
associados às vendas e as despesas não.

Vejam como: Quando você faz uma venda de mercadoria, você entrega a mercadoria (DIMINUIÇÃO DO
ATIVO MERCADORIAS) e em contrapartida você terá o recebimento de dinheiro pela venda. Nesse caso
temos um custo, que é o custo de mercadorias vendidas, pois a saída da mercadoria esta associada a venda
efetuada.

Já o pagamento (DIMINUIÇÃO DO ATIVO DINHEIRO) do aluguel é uma despesa, pois não esta associada à
venda, ou seja, você pagará o aluguel independente de ter efetuado uma venda ou não.

Para melhor assimilar o conceito de receita pense assim: uma empresa quando vende algo, tem em mente,
obter um lucro. Se você vendeu uma mercadoria que custou R$ 300,00 por R$ 500,00, você terá um
aumento no seu patrimônio de R$ 200,00, (UM LUCRO DE R$ 200,00) em vista que R$ 300,00 referente ao
custo, não foi aumento no patrimônio e sim uma troca, você trocou uma mercadoria que custou R$ 300,00,
por dinheiro em igual valor monetário (R$ 300,00)

Outro conceito muito importante é que as contas de Receitas serão creditadas nos aumentos e debitadas nas
diminuições.

Já as contas de Despesas e Custos, serão debitadas nos aumentos e creditadas nas diminuições.

Vamos ao exemplo:

Considere o seguinte balanço:

Ativo Passivo
Caixa 2.000,00 Fornecedores 1.000,00

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Mercadorias 3.000,00 Patrimônio Liquido
Capital Social 4.000,00

SOMA DO ATIVO 5.000,00 SOMA DO PASSIVO 5.000,00

Vamos a operação:

A empresa vendeu todo o seu estoque de mercadorias, e recebeu a vista a quantia de R$ 5.000,00. E após a
venda foi feita a apuração do resultado.

Vamos primeiro contabilizar a venda da mercadoria:

Primeiramente abriríamos todos os razonetes com os respectivos saldos. Ficaria assim:

Caixa Capital Social


2.000,00 (S)
4.000,00 (S)

Mercadorias Fornecedores
3.000,00 (S) 1.000,00 (S)

Agora teríamos que ir registrando passo a passo a operação.

Primeiramente faríamos o registro do valor da VENDA, que foi de R$ 5.000,00. Vimos no enunciado que a
venda foi feita à vista, assim entrou dinheiro no caixa da empresa, logo houve um débito na conta caixa.

Sabendo que fizemos um débito de R$ 5.000,00 temos que fazer um crédito de R$ 5.000,00 em alguma
outra conta. Essa outra conta que registrará o crédito será uma conta de Receita, chamada de Receita de
Vendas.

Logo nossos razonetes após os registros ficariam da seguinte forma:

Caixa Capital Social


2.000,00 (S)
5.000,00 4.000,00 (S)

Mercadorias Fornecedores
3.000,00 (S) 1.000,00 (S)

Receita de Vendas
5.000,00

Feito o registro da venda, temos agora que fazer o registro da saída da mercadoria, tendo em vista que a
empresa vendeu todo o seu estoque de mercadorias. Portanto deixou de ter as mercadorias.

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Primeiro item importante a ser notado, e saber que a empresa vendeu TODO o seu estoque, logo, temos que
saber quanto a empresa tinha de estoque de mercadorias, que pode rapidamente ser identificado olhando o
saldo inicial no razonete ou mesmo a conta MERCADORIAS no balanço, assim identificamos que a empresa
tinha R$ 3.000,00 de estoques de mercadorias.

Logo, temos que registrar uma diminuição na conta de estoque. Sendo ela uma conta de ativo, temos que
fazer um registro de R$ 2.000,00 a crédito nessa conta. E se fizemos um registro a crédito, temos que ter
um registro a débito também que será na conta que registrará o Custo da Mercadoria Vendida,
abreviadamente chamaremos de CMV.

Nossos razonetes agora ficariam da seguinte forma:

Caixa Capital Social


2.000,00 (S)
5.000,00 4.000,00 (S)

Mercadorias Fornecedores
3.000,00 (S) 3.000,00 1.000,00 (S)

Receita de Vendas Custo da Merc. Vendida (CMV)


5.000,00 3.000,00

Feito isso contabilizamos a operação da venda.

Notem que como eu disse acima, a conta de Receita foi credita e a conta de Custo foi debitada.

Esse crédito na conta de Receita e o débito na conta de Custo, tem um sentido, vamos tentar entende-lo.

Vendemos a R$ 5.000,00, porém custou R$ 3.000,00, temos então um lucro de R$ 2.000,00.

Esse valor (R$ 2.000,00) de lucro ficará registrado no Patrimônio Liquido, numa conta intitulada de Lucros
Acumulados.

Mas porque esse lucro fica no Patrimônio Liquido da empresa?

Por exclusão podemos dizer que não é uma obrigação ou um dever, logo não pertence ao passivo. Não
temos a obrigação de num prazo certo devolver esses R$ 2.000,00.

Nem é um direito e nem um bem da empresa, logo também não ficará no ativo. Bem não pode ser porque
não é palpável, ou algo material, esse registro simplesmente é um valor.

Na verdade esse valor R$ 2.000,00, já está no caixa da empresa, tendo em vista que ela vendeu se estoque
que era de R$ 3.000,00 e recebeu R$ 5.000,00, podemos dizer então que dos R$ 5.000,00 que ela recebeu,
R$ 3.000,00 são da mercadoria, e os R$ 2.000,00 é o lucro obtido.

Logo também não pode haver o registro de um mesmo ativo 2 vezes. Não existe como você registrar R$
1,00 duas vezes no ativo, se isso ocorrer você não terá um R$ 1,00 e sim R$ 2,00.

Sobra apenas o grupo do Patrimônio Liquido.

O lucro é um dinheiro que a empresa ganhou. Porém como a empresa tem dono, o lucro que ela gerou com
essa operação será no futuro distribuído aos sócios. Como eu disse esse dinheiro não vai ser exigido dela tão
cedo.

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Nas contas do Patrimônio Liquido, os aumentos não são registrados a créditos? Logo a conta de Receita
também será registrada a crédito. E as diminuições não são registradas a débito? Logo as contas de
despesas, por reduzirem o lucro, são registradas a débito.

Bom como a operação acima foi bem simples, já vimos que o lucro gerado nessa operação foi de R$
2.000,00.

Mas vamos ver como na contabilidade chegamos a esse valor?

Acima eu tinha dito que as contas de Receitas, Despesas e Custos são as contas transitórias ou temporárias,
assim elas não aparecem no balanço, elas só possuem saldo até o momento em que queremos apurar o
resultado, quando fazemos a apuração essas contas tem o seu saldo transferido para outra conta, é nesse
momento que falamos que essas contas são zeradas.

Então para apurar o resultado faremos o seguinte:

Primeiro abriremos uma conta chamara APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO, que abreviadamente
chamaremos ela de ARE.

Assim nossos razonetes ficariam da seguinte forma agora:

Caixa Capital Social


2.000,00 (S)
5.000,00 4.000,00 (S)

Mercadorias Fornecedores
3.000,00 (S) 3.000,00 1.000,00 (S)

Receita de Vendas Custo da Merc. Vendida (CMV)


5.000,00 3.000,00

Ap. Resultado do Exercício (ARE)

O segundo passo agora é identificar quais das contas acima, são contas de RECEITA, DESPESA e CUSTO.

Sabemos que as contas, CAIXA. MERCADORIAS, CAPITAL e FORNECEDORES. São contas de ativo (as 2
primeiras), passivo e patrimônio liquido.

Logo, somente sobraram as contas RECEITA DE VENDAS e CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (CMV).
Estas são contas de RESULTADOS.

Identificadas as contas de resultado, o próximo passo é zerar elas, transferindo o seu saldo para a conta de
ARE.

Nossos razonetes agora ficariam assim:

Caixa Capital Social

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2.000,00 (S)
5.000,00 4.000,00 (S)

Mercadorias Fornecedores
3.000,00 (S) 3.000,00 1.000,00 (S)

Receita de Vendas Custo da Merc. Vendida (CMV)


5.000,00 (R) 5.000,00 3.000,00 3.000,00 (R)

Ap. Resultado do Exercício (ARE)


3.000,00 5.000,00

Percebam que para efetuar o zeramento na conta de RECEITA DE VENDAS, fizemos um débito no valor que
constava de saldo nela (R$ 5.000,00 Credor). Assim se tínhamos R$ 5.000,00 CR para zerar essa conta
temos que fazer um lançamento de R$ 5.000,00 Devedor ou a débito. E o crédito correspondente foi feito na
conta ARE. Coloquei em parênteses um R de Resultado, para facilitar a identificação do lançamento na conta.

E para zerar o saldo da conta de Custo, no nosso caso, a conta de CMV, fizemos um crédito de R$ 3.000,00.
Pois o saldo que tínhamos nela era de R$ 3.000,00 devedor.

Agora, tanto a conta de CMV como a conta de Receita de Vendas estão com o saldo zerado.

Para conferir, vamos apurar o saldo de todas as contas dos razonetes, ficaria assim:

Caixa Capital Social


2.000,00 (S)
4.000,00 (S)
5.000,00
7.000,00 (SF)
4.000,00 (SF)

Fornecedores
Mercadorias
3.000,00 (S) 3.000,00 1.000,00 (S)

0,00 0,00 1.000,00 (SF)

Receita de Vendas Custo da Merc. Vendida (CMV)


5.000,00 (R) 5.000,00 3.000,00 3.000,00 (R)

0,00 0,00 0,00 0,00

Ap. Resultado do Exercício (ARE)

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5.000,00
3.000,00
2.000,00 (SF)

Assim, a conta caixa ficou com um saldo final de R$ 7.000,00, referente ao saldo inicial de R$ 2.000,00 mais
os R$ 5.000,00 recebidos referente à venda efetuada.

A conta Capital Social e Fornecedores, não tiveram os seus saldos alterados.

A conta Mercadorias tinha um saldo inicial de R$ 3.000,00, porém todo esse valor foi vendido, logo ficou com
um saldo final de R$ 0,00.

A conta Receita de Vendas, tinha R$ 5.000,00 Credor, que era referente ao registro da venda efetuada, e foi
zerada com um lançamento de R$ 5.000,00 a débito, que foi transportado para a conta ARE, para apuração
do resultado. Nessa entrou como um crédito.

A conta CMV tinha R$ 3.000,00 Devedor, que era referente ao registro da baixa na conta de mercadorias,
devido a venda efetuada, conseqüentemente para seu zeramento foi efetuado um lançamento a credito no
mesmo valor, R$ 3.000,00. Que foi transferido para a conta ARE. Nessa entrou com um débito.

Assim as contas de Receita de Vendas e de CMV, também ficaram com o seu saldo zerado.

Todas as contas que estão com o saldo zerado não aparecerão no balanço.

A conta de APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO (ARE), esta com um saldo de R$ 2.000,00, que é
referente ao registro de R$ 5.000,00 a crédito que veio transferido da conta de Receita de Vendas menos os
R$ 3.000,00 a débito que veio transferido da conta de CMV.

Nesse exato momento, terminamos os registros de apuração do resultado. Sendo o resultado, o valor de R$
2.000,00 a crédito que consta na conta ARE.

Valor igual ao que apuramos acima.

Como eu disse o resultado do período, fica dentro do grupo do patrimônio liquido, assim temos que
identificar que quando o saldo na conta ARE esta no lado do crédito, ou seja, um saldo credor. Teremos um
LUCRO. Pois zeraremos a conta de ARE com um débito e creditaremos a conta de LUCRO DO EXERCICIO,
lembrando que as contas de Patrimônio Liquido são aumentadas com Créditos. Logo houve um aumento no
patrimônio da empresa.

Assim abriremos uma conta intitulada de LUCRO DO EXERCICIO no grupo do Patrimônio Liquido.

Essa conta receberá os R$ 2.000,00 que estão no saldo da conta ARE, logo, teremos que fazer mais um
registro de transferência, além de abrimos um razonete para a conta LUCRO DO EXERCICIO.

Veja como fica.

Caixa Capital Social


2.000,00 (S)
4.000,00 (S)
5.000,00
7.000,00 (SF)
4.000,00 (SF)

Fornecedores
Mercadorias

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3.000,00 (S) 3.000,00 1.000,00 (S)

0,00 0,00 1.000,00 (SF)

Receita de Vendas Custo da Merc. Vendida (CMV)


5.000,00 (R) 5.000,00 3.000,00 3.000,00 (R)

0,00 0,00 0,00 0,00

Ap. Resultado
do Exercício Lucro do Exercício
(ARE)
3.000,00 5.000,00
2.000,00 2.000,00 2.000,00 (T)
(T) (SF)
0,00 0,00

Feito isso temos o nosso resultado apurado, e podemos agora levantar o balanço patrimonial da empresa,
lembrando que as contas que estão com o saldo zerado não aparecerão no balanço, que ficará assim:

Ativo Passivo
Caixa 7.000,00 Fornecedores 1.000,00
Patrimônio Liquido
Capital Social 4.000,00
Lucro do Exercício 2.000,00

SOMA DO ATIVO 7.000,00 SOMA DO PASSIVO 7.000,00

Mais uma vez eu volto a lembrar que hoje em dia a contabilidade é feita através de computadores, assim o
sistema se encarregará de efetuar o zeramento das contas de resultado e bem como da transferência para o
Patrimônio Liquido, porém convém saber como é feito esses lançamentos.

Tente fazer o seguinte exercício e no próximo tutorial estaremos fazendo a correção.

Considere o seguinte balanço:

Ativo Passivo
Caixa 2.000,00
Mercadorias 500,00 Patrimônio Liquido
Capital Social 2.500,00

SOMA DO ATIVO 2.500,00 SOMA DO PASSIVO 2.500,00

A operação foi a venda de metade do estoque, por R$ 2.000,00, a vista.

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Até a próxima.

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9. Apurando o Resultado – 2.ª


Parte

Correção do Exercício:
No tutorial passado ficou a seguinte proposta de exercícios:

Considere o seguinte balanço:

Ativo Passivo
Caixa 2.000,00
Mercadorias 500,00 Patrimônio Liquido
Capital Social 2.500,00

SOMA DO ATIVO 2.500,00 SOMA DO PASSIVO 2.500,00

A operação foi a venda de metade do estoque, por R$ 2.000,00, a vista.

O primeiro passo como sempre, é abrir os razonetes

Caixa Capital Social


2.000,00 (S)
2.500,00 (S)

Mercadorias

500,00 (S)

Feito isso começamos a efetuar os registros, sabendo que: Foi vendido metade do estoque que a empresa
tem por R$ 2.000,00. Logo metade do estoque que a empresa tem, equivale a R$ 250,00. O recebimento da
venda foi a vista.

Vamos contabilizar primeiro a parte do recebimento.

Caixa Capital Social


2.000,00 (S)
2.000,00 2.500,00 (S)

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Mercadorias Receita de Vendas


500,00 (S)
2.000,00

Os lançamentos efetuados referente ao recebimento da venda estão em destaque na cor azul.

Percebam que houve um aumento no saldo da conta caixa, referente ao dinheiro que entrou pela venda de
mercadorias, no valor de R$ 2.000,00, logo debitamos essa conta. Houve Também um crédito na conta
Receita de Vendas no valor de R$ 2.000,00. Creditamos essa conta por que as contas de receitas aumentam
o patrimônio liquido, e as contas de Patrimônio Liquido são aumentadas com créditos.

Vamos agora contabilizar a baixa do estoque.

Caixa Capital Social


2.000,00 (S)
2.000,00 2.500,00 (S)

Mercadorias Receita de Vendas

500,00 (S) 250,00 2.000,00

CMV

250,00

A empresa vendeu metade do estoque que possuía, R$ 250,00, então efetuamos um crédito na conta
Mercadorias, para registrar a diminuição nesta conta.

E efetuamos um débito na conta de CMV (Custo das Mercadorias Vendidas), sabendo que nas contas de
Custo ou Despesa, os débitos aumentam o seu saldo, aumentamos o saldo da conta em R$ 250,00.

Vamos agora a contabilização para apurar o resultado, e após a transferência deste para o Patrimônio
Liquido.

Caixa Capital Social


2.000,00 (S)
2.000,00 2.500,00 (S)

Mercadorias Receita de Vendas


250,00
500,00 (S) 2.000,00
2.000,00

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CMV ARE

250,00 250,00 250,00 2.000,00


1.750,00 1.750,00

Lucro do Exercício
1.750,00

Analisemos o que foi feito:

Sabemos que as contas de despesas, custos e de receitas são contas transitórias ou temporárias, assim e
algum momento elas terão os eu saldo zerado, com a finalidade de possibilitar a apuração do resultado. Os
lançamentos em azul feitos nos razonetes são referentes aos lançamentos para apuração do resultado.

Percebam que a conta CMV tinha um saldo de R$ 250,00 devedor, para zera-la tivemos que fazer um
lançamento a crédito nela, na verdade um lançamento de transferência para a conta ARE, percebam que
esta recebeu a débito o mesmo valor que constava na conta de CMV.

Fizemos o mesmo conta a conta de Receita de Vendas, ou seja, ela tinha o saldo de R$ 2.000,00 credor,
fizemos um debito no mesmo valor para zera-la e conseqüente transferirmos o seu saldo para a conta ARE,
então esta recebeu a crédito os R$ 2.000,00 que tinham na conta de Receita de Vendas.

Feito isso nossas contas de Receitas e Despesas e Custos, estão todas zeradas. Nesse exato momento a
conta ARE tem de saldo R$ 1.750,00 no lado do crédito, assim podemos dizer que temos um lucro de R$
1.750,00, pois o saldo na conta ARE a crédito, significa que quando a transferirmos para o Patrimônio
Liquido, este será aumentado, o aumento no patrimônio liquido significa um lucro.
Após fizemos o lançamento de transferência para ao Patrimônio Liquido. Então abrimos uma conta de Lucros
do Exercício, e transferimos o saldo que tinha na conta ARE para a conta Lucros do Exercício. (lançamento
efetuado em marrom).

Feito isso conseguimos zerar a conta de ARE, e podemos agora fazer o nosso balanço. Que ficará assim:

Ativo Passivo
Caixa 4.000,00
Mercadorias 250,00 Patrimônio Liquido
Capital Social 2.500,00
Lucros do Exercício 1.750,00

SOMA DO ATIVO 4.250,00 SOMA DO PASSIVO 4.250,00

Continuação:
No tutorial passado iniciamos o aprendizado sobre como a contabilidade apura o resultado de uma empresa,
ou seja, como a contabilidade diz que a empresa teve lucro ou prejuízo.

Porém em todos os exemplos, a empresa sempre apurou lucro, vamos aprender agora como fica quando a
contabilidade apura um prejuízo, e mais alguns conceitos.

Considere o seguinte balanço:

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Ativo Passivo
Caixa 500,00 Fornecedores 1.600,00
Mercadorias 3.500,00 Patrimônio Liquido
Capital Social 2.400,00

SOMA DO ATIVO 4.000,00 SOMA DO PASSIVO 4.000,00

Vamos primeiro analisar o balanço.

A empresa tem R$ 500,00 em dinheiro no momento. Possui ainda R$ 3.500,00 em mercadorias no seu
estoque.

Tem um divida com o fornecedor de R$ 1.600,00 e possui um capital de R$ 2.000,00.

Considerando que a divida com o fornecedor vence daqui a 5 dias, e que ela não possui dinheiro para paga-
lo aceitou vender metade do seu estoque, por R$ 1.500,00 a vista.

Já podemos ver que ela vendeu com prejuízo, pois metade do seu estoque equivale a R$ 1.750,00. Superior
ao valor que ela receberá (R$ 1.500,00).

Vamos a contabilização.

Caixa Capital Social


500,00 (S)
1.500,00 (1)
2.400,00 (S)
2.000,00

Mercadorias Fornecedores
3.500,00 (S) 1.750,00 (2)
1.750,00 1.600,00

CMV Receita de Vendas

1.750,00 (2) 1.750,00 (3) 1.500,00 (3) 1.500,00 (1)

ARE
1.750,00 (3)
1.500,00 (3)
250,00

Feito isso temos a contabilização até a apuração do resultado.

Percebam que toda a contabilização foi feita de imediato, para que não tenhamos que ficar abrindo um
monte de razonetes, pois nos tutoriais passados já aprendemos que utilizamos sempre os mesmos
razonetes, assim numerei os registros para melhor compreensão.

A operação de numero 1, foi o registro da venda, assim houve um débito na conta caixa, de R$ 1.500,00 é
um crédito na conta de Receita de Vendas.

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A operação numero 2, foi a baixa do estoque vendido de R$ 1.750,00 a crédito, e R$ 1.750,00 a débito da
conta de CMV.

A operação 3, foi o zeramento das contas de resultados com a respectiva transferência para a conta ARE.

Percebam que nesse momento, a conta ARE ficou com um saldo DEVEDOR de R$ 250,00. O saldo devedor
nesta conta indica que a empresa teve um prejuízo. Agora temos que fazer a transferência desse saldo para
o patrimônio liquido, agora ao invés de abrirmos uma conta de Lucros do Exercício, a conta será Prejuízo do
Exercício.

Vamos a contabilização, e após faremos o balanço para verificar como ficou. E já vamos começar a dar as
primeiras analisadas no balanço, com senso critico.

Caixa Capital Social


500,00 (S)
1.500,00 (1)
2.400,00 (S)
2.000,00

Mercadorias Fornecedores
3.500,00 (S) 1.750,00 (2)
1.750,00 1.600,00

CMV Receita de Vendas

1.750,00 (2) 1.750,00 (3) 1.500,00 (3) 1.500,00 (1)

ARE Prejuízo do Exercício


1.750,00 (3) 1.500,00 (3)
250,00 (4)
250,00 250,00 (4)

Fizemos assim, o lançamento de transferência do saldo da conta ARE para a conta Prejuízo do Exercício, eu
digo transferência porque o saldo de R$ 250,00 devedor, vai para a conta prejuízo do exercício do mesmo
modo, ou seja, R$ 250,00 devedor, assim o lançamento de transferência, quer dizer que você tirou o saldo
de uma conta e o pôs em outra.

Vamos ao balanço.

Ativo Passivo
Caixa 2.000,00 Fornecedores 1.600,00
Mercadorias 1.750,00 Patrimônio Liquido
Capital Social 2.400,00
Prejuízo do Exercídio (250,00)

SOMA DO ATIVO 3.750,00 SOMA DO PASSIVO 3.750,00

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Vejam que a empresa ficou com R$ 2.000,00 de saldo em caixa, R$ 1.750,00 de saldo em mercadorias. Os
mesmos R$ 1.600,00 em fornecedores, e os mesmos R$ 2.400,00 em Capital.

De novidade agora temos a conta Prejuízo do Exercício que aparece dentro do grupo Patrimônio Liquido com
o valor de R$ 250,00 Devedor, logo colocamos o saldo dela entre parênteses, para demonstrar que o saldo
esta ao DEVEDOR num grupo de contas (patrimônio Liquido), onde o normal é o saldo ser Credor.

Essa é uma das possibilidades, onde mesmo o saldo da conta (devedor) estando diferente da natureza do
saldo do grupo (credor), não quer dizer que o saldo dela está errado.

Mas porque que o prejuízo fica dentro do grupo do patrimônio liquido?

No tutorial passado eu disse que o lucro ficava dentro do patrimônio liquido, aumento o saldo deste, e que
no futuro esse lucro seria distribuído aos sócios.

Quando a empresa tem prejuízo é a mesma coisa, ou seja, os sócios terão que suporta-lo, ou seja, saber
que perderam R$ 250,00 nesse caso.

Quando se monta uma empresa, o objetivo principal, é ter lucro, mais pode acontecer de ter um prejuízo
também.

Agora vamos dar a nossa primeira analisada num balanço. Usaremos o exemplo acima.

Ativo Passivo
Caixa 2.000,00 Fornecedores 1.600,00
Mercadorias 1.750,00 Patrimônio Liquido
Capital Social 2.400,00
Prejuízo do Exercídio (250,00)

SOMA DO ATIVO 3.750,00 SOMA DO PASSIVO 3.750,00

No inicio a empresa só tinha R$ 500,00 de saldo em caixa, e tinha que pagar R$ 1.600,00 ao fornecedor.
Como a empresa não tinha dinheiro, aceitou vender metade do seu estoque por um preço inferior ao que
comprou, obtendo assim um prejuízo, o qual apuramos que foi de R$ 250,00.

Porém no tutorial passado eu disse que nem sempre um prejuízo, poderia ser algo prejudicial, À SAUDE
FINANCEIRA DA EMPRESA.

Vejam que agora a empresa tem dinheiro para pagar ao fornecedor. Mais será que a atitude de vender
metade do estoque com prejuízo, foi uma boa solução? Ai dependeria de vários fatores externos, tais como:

Suponhamos que se a empresa não pagasse ao fornecedor na data combinada, a multa fosse de 20%. Assim
a divida que era de R$ 1.600,00 passaria a ser de R$ 1.920,00. Nesse caso a empresa perderia R$ 320,00.
Com a venda do estoque com prejuízo, ela perdeu R$ 250,00.

Poderíamos ainda supor a possibilidade da empresa, buscar um empréstimo num banco, para pagar ao
fornecedor, como ela já tinha R$ 500,00 e precisava pagar R$ 1.600,00 ela precisaria de R$ 1.100,00.
Suponhamos que o custo desse empréstimo (os juros que o banco cobraria fosse de 10%), assim a empresa
teria que pagar ao banco na data combinada R$ 1.210,00, nesse caso o prejuízo dela seria de R$ 110,00.
Porém tem alguns detalhes que deveriam ser analisados, tais como: e se o banco não quisesse emprestar o
dinheiro. Se a taxa de juros do banco fosse superior a 23%, nesse caso a empresa perderia no mínimo R$
253,00.

Sem contar que a empresa ficaria sem o seu saldo de caixa, ou seja, ficaria sem dinheiro nenhum, se tivesse
que pagar uma passagem, uma conta de luz ou telefone ficaria em atraso também.

Vejam que vendendo com o prejuízo, a empresa pode pagar ao fornecedor, e ainda fica com um saldo de
caixa de R$ 400,00. Tendo assim dinheiro para qualquer outra situação.

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Até mesmo para vender o restante do estoque, os quais lógico que terá custos diversos, tais como
passagens dos vendedores, pagamento de taxas de entrega das mercadorias e etc.

Lógico que prejuízo, é sempre ruim para uma empresa, pois vimos acima, através do balanço, que ele
reduziu o patrimônio liquido da empresa (antes era de R$ 2.400,00, e agora ficou R$ 2.150,00 que é igual a
R$ 2.400,00 – R$ 250,00), porém a venda com prejuízo, entre outras opções pode ter sido a melhor saída
no caso acima.

Tente fazer um exercício parecido, considerando os mesmos dados inicias do exercício que fizemos, só que
agora a empresa vendeu R$ 1.000,00 de mercadorias que tinha no estoque, por R$ 950,00 que recebeu a
vista. Logo a empresa terá um prejuízo de R$ 50,00.

No próximo tutorial, faremos a correção.

Até a próxima.

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10. Apurando o Resultado – 3.ª


Parte

Correção do Exercício:
No tutorial passado ficou a seguinte proposta de exercícios:

Tente fazer um exercício parecido com o ultimo, considerando os mesmos dados iniciais do exercício
passado, só que agora a empresa vendeu R$ 1.000,00 de mercadorias que tinha no estoque, por R$ 950,00
que recebeu a vista. Logo a empresa terá um prejuízo de R$ 50,00.

Logo os dados iniciais seriam o seguinte:

Ativo Passivo
Caixa 500,00 Fornecedores 1.600,00
Mercadorias 3.500,00 Patrimônio Liquido
Capital Social 2.400,00

SOMA DO ATIVO 4.000,00 SOMA DO PASSIVO 4.000,00

Primeiro passo como sempre, é abrir os razonetes:

Caixa Capital Social


500,00 (S)
2.400,00 (S)

Mercadorias Fornecedores
3.500,00 (S)
1.600,00 (S)

Feito isso podemos começar a efetuar os registros, faremos inicialmente o registro da venda, e depois o
registro da baixa do estoque:

Para tal, precisamos abrir mais um razonete chamado de Receita de Vendas.

Logo, nossos razonetes agora ficariam assim, já com o registro da venda efetuado, lembrando que a venda
foi por R$ 950,00, a vista. Os registros estão em destaque.

Caixa Capital Social

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500,00 (S)
950,00 (1) 2.400,00 (S)

Mercadorias Fornecedores
3.500,00 (S)
1.600,00 (S)

Receita de Vendas
950,00 (1)

O próximo passo agora, é dar baixa no estoque, e fazer o registro do Custo da Mercadoria Vendida. Logo,
mais um razonete chamado de Custo das Mercadorias Vendidas será aberto, abreviadamente chamamos
ele de CVM.

Nossos razonetes, já com os lançamento efetuados estariam da seguinte forma:

Caixa Capital Social


500,00 (S)
950,00 (1) 2.400,00 (S)

Mercadorias Fornecedores
3.500,00 (S) 1.000,00 (2)
1.600,00 (S)

Receita de Vendas CMV

950,00 (1)
1.000,00 (2)

Lembre-se que efetuamos um crédito na conta de Mercadorias, tendo em vista que mediante a venda, houve
uma diminuição no saldo dessa conta, pela entrega da mercadoria ao comprador, e houve um débito na
conta de CMV, para registrar o custo dessa mesma mercadoria.

Feito isso podemos apurar o resultado, que seria feito da seguinte forma, primeiramente abrindo uma conta
de Apuração do Resultado do Exercício, abreviadamente chamamos de ARE, e transferindo todos os
saldos das contas transitórias ou temporárias, assim entendidas as contas de RESULTADO, cujo objetivo dela
é somente permitir que seja apurado o resultado.

Vamos a contabilização:

Caixa Capital Social


500,00 (S)
950,00 (1) 2.400,00 (S)

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Mercadorias Fornecedores
3.500,00 (S) 1.000,00 (2)
1.600,00 (S)

Receita de Vendas CMV


950,00 (3) 950,00 (1)
1.000,00 (4) 1.000,00 (2)

ARE
1.000,00 (4)
950,00 (3)
50,00

Feito isso temos contabilizada a operação de apurar o resultado, veja que o saldo da conta ARE é de R$
50,00 no lado do débito, já indicando que houve um prejuízo.

Vamos agora a transferência do prejuízo para a conta de Prejuízos Acumulados, e conseqüentemente fazer o
balanço patrimonial.

Caixa Capital Social


500,00 (S)
950,00 (1) 2.400,00 (S)

Mercadorias Fornecedores
3.500,00 (S) 1.000,00 (2)
1.600,00 (S)

Receita de Vendas CMV


950,00 (3) 950,00 (1)
1.000,00 (4) 1.000,00 (2)

ARE Prejuízos Acumulados


1.000,00 (4) 950,00 (3)
50,00 (5)
50,00 50,00 (5)

Agora podemos fazer o balanço, lembrando que as contas com o saldo zerado não serão apresentadas no
balanço que ficaria da seguinte forma:

Ativo Passivo
Caixa 1.450,00 Fornecedores 1.600,00

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Mercadorias 2.500,00 Patrimônio Liquido
Capital Social 2.400,00
Prejuízos
(50,00)
AcumuladosSocial

SOMA DO ATIVO 3.950,00 SOMA DO PASSIVO 3.950,00

Continuação:
Nos tutoriais passados, vimos como é feita a apuração do lucro, e do prejuízo na contabilidade, nesse
tutorial, aprenderemos, mais alguns conceitos, entre eles como é contabilizado a venda a prazo, e como é
feito a contabilização de seu posterior recebimento.

Para tal partiremos do seguinte balanço.

A primeira operação foi a venda de R$ 1.300,00 de mercadorias, pelo valor de R$ 2.000,00, que foi recebido
da seguinte forma, R$ 600,00 a vista e R$ 1.400,00 a prazo.

Vamos a contabilização, agora efetuaremos todos os registros nos mesmos razonetes, ou seja, de um modo
direto. Após faremos o balanço.

Ficaria da seguinte forma:

Vamos fazer uma rápida analise:

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Na conta Caixa, houve um débito de R$ 600,00 referente a parcela da venda que foi efetuada a vista, logo
seu saldo aumentou e no momento é de R$ 1.600,00.

A conta Capital Social, e Fornecedores, não houve alterações.

A conta Mercadorias houve um crédito, em R$ 1.300,00 indicando uma redução dela, ocasionada pela venda
da mercadoria, tendo em vista que você deixou de ter a mercadoria, o referido credito indica a transferência
da mercadoria, ou seja, pela venda a mercadoria deixou de ser da empresa, e passou a ser do comprador. O
Saldo final da conta de mercadorias, podemos dizer que é de R$ 700,00, que são os R$ 2.000,00 de estoque
inicial que tínhamos, menos o registro de R$ 1.300,00 efetuado pela baixa.

A conta de Receita de Vendas, inicialmente teve um crédito de R$ 2.000,00 (indicado pelo numero 1 entre
parênteses), posteriormente foi feita a transferência do saldo de R$ 2.000,00 que estava credor, para a
conta de Apuração do Resultado do Exercício, logo, fizemos um débito nessa conta, no valor de R$ 2.000,00
e um crédito na conta de ARE, no mesmo valor, assim a conta de Receita de Vendas ficou com o saldo
zerado.

A conta de Custo com a Mercadoria Vendida recebeu, um débito de R$ 1.300,00 que é de igual valor ao
crédito que a conta de Mercadorias recebeu, indicando que houve um aumento na conta de Custo, e uma
diminuição na conta de Mercadorias. Tal lançamento esta indicado com o numero 2 entre parênteses,
posteriormente, foi feito um crédito na conta de CMV, para registrar a transferência para a conta de ARE,
ficando então a conta de CMV com o saldo zerado.

A conta ARE, que recebeu os R$ 2.000,00 a crédito, transferidos da conta de Receita de Vendas, e mais R$
1.300,00 a débito que recebeu mediante transferência do saldo que estava na conta de CMV. Logo ficou com
o saldo final de R$ 700,00, indicado no razonete pela sigla Sf entre parentes, posteriormente, foi feita a
transferência para a conta de Lucro do Exercício.

A novidade nesse lançamento é a conta Clientes, que pertence ao grupo do ativo, pois ela registra, os
valores que a empresa tem a receber. Logo um direito.

Vejam que a conta, sendo de ativo, recebeu a débito R$ 1.400,00, referente ao registro da venda efetuada,
aumento assim o seu saldo que antes era zero, porque a conta não existia no balanço.

Podemos notar que o registro a crédito na conta de Receita de Vendas, tem duas contras partidas, sendo
elas, a conta caixa no valor de R$ 600,00 e conta clientes no valor de R$ 1.400,00, em ambas temos o
numero 1 entre parênteses indicando o registro, em tal lançamento podemos indicar que houve um
lançamento de 3 formula, onde há 2 registros a débito e 1 registro a crédito.

Nesse momento o nosso balanço ficaria da seguinte forma:

O valor da venda poderia ter sido integralmente a prazo, onde o valor total da venda seria registrado a
débito na conta de Clientes pelo seu valor total, nesse caso teríamos a conta de Clientes com o saldo de R$
2.000,00, e conta caixa com o saldo de R$ 1.000,00, podemos notar que o ativo continuaria totalizando R$
3.700,00.

Conclusão:
Vimos na operação que empresa efetuou uma venda a prazo, fator muito comum no dia a dia, logo
entendemos que a conta de Clientes, registra o valor que a empresa tem a receber referente as vendas de
mercadorias (no exemplo), que foram efetuadas a prazo.

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Exemplo:
Vamos agora conhecer como e feito o recebimento dessa venda, suponhamos que dos R$ 1.400,00 que a
empresa tinha a receber, o cliente pagou a primeira parcela no valor de R$ 700,00 que entrou no caixa da
empresa.

Para tal registro podemos observar que só utilizaremos duas contas a Conta de Clientes, e a Conta Caixa,
para tanto por motivos de simplicidade vamos abrir somente tais razonetes, e levantaremos um balanço
após a operação considerando os mesmos saldos das demais contas.

Abrimos os razonetes e indicamos os saldos iniciais, sendo estes os mesmos que constavam no balanço
anterior, vamos agora efetuar o registro do recebimento propriamente dito.

Ficaria da seguinte forma:

Vejam que houve um crédito na conta de Clientes, no valor de R$ 700,00, sendo uma conta de ativo, como
dito acima, os créditos diminuem o seu saldo. Tal crédito foi efetuado para registrar o pagamento da
primeira parcela que o cliente efetuou, assim estamos demonstrando no razão que registramos um
recebimento.

Em contra partida, houve um débito na conta Caixa, indicando um aumento no seu saldo, que é referente ao
recebimento da primeira parcela da venda efetuada.

Nosso balanço no momento ficaria assim, considerando que vamos repetir os mesmos saldos que estavam
no balanço anterior referente as contas que não utilizamos para registro na operação do recebimento.

Ok?

No próximo tutorial, aprenderemos como é contabilizada uma despesa, o pagamento de tal despesa, e como
fica quando seu pagamento for a prazo, e aprenderemos o primeiro principio da contabilidade. O principio da
Competência.

Até a próxima.

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11. Apurando o Resultado – 4.ª


Parte

Contabilização de Despesas:
No presente tutorial, falaremos sobre despesas e sua forma de contabilização.

Despesas são diferentes de Custo pelo seguinte: Custos estão associados às vendas, as despesas não.

As despesa podemos dizer que irá ocorrer independente de a empresa ter efetuado um venda ou não.

Para melhor compreender, imagine que e empresa comercial que venda veículos compre material de
limpeza, na intenção de deixar seu estabelecimento sempre limpo.

Vejam que o gasto com o material de limpeza vai ocorrer independente da venda.

Já uma empresa especializada em prestar serviços de limpeza (você contrata a empresa, ela vai até o seu
estabelecimento ou sua empresa e limpa tudo), que compra materiais de limpeza para prestar seu serviço,
ou seja, usar no estabelecimento para qual ela foi contrata para limpar, nesse caso será custo, pois o
consumo do material de limpeza está ligado diretamente a uma receita.

Podemos dizer também que o custo é variável com a venda, ou seja, quando mais a empresa vender, maior
será o seu custo, assim ele tem relação direta com a receita.

Como exemplo podemos citar uma empresa que vende televisores, e os compra a R$ 200,00, e os vende a
R$ 500,00. Se a empresa vende 2 televisores, o seu custo será de R$ 400,00, se vende 3 o seu custo será
de R$ 600,00 e assim por diante.

Já com a despesa não, suponhamos o condomínio como despesa, independente de a empresa vender 2, 3 ou
4 televisores a despesa com o condomínio será a mesma.

Imagine uma empresa comercial, o aluguel, também é uma despesa, pois ocorrerá independente da venda.

Podemos citar também como exemplo, o salário do porteiro da empresa, é uma despesa da mesma forma,
pois não precisa ocorrer uma venda para que a empresa tenha o gasto com o salário do porteiro.

A despesa reduz o lucro, da mesma forma como estávamos fazendo com o CMV nos tutoriais, passados,
fazemos a distinção da DESPESA para o CUSTO, para melhor interpretação de alguns outros demonstrativos
contábeis que veremos nos próximos tutoriais.

No decorrer dos demais tutoriais veremos que essa distinção entre CUSTO e DESPESA é muito importante.

A despesa então é contabilizada da mesma forma que o custo, ou seja, debitamos quando aumentamos o
seu saldo, e creditamos para diminuir, ou transferir para a conta de ARE.

Outro ponto principal é que a atual legislação, diz que a despesa deve ser contabilizada no mês em que
ocorrer, independente do mês em que se efetivou seu pagamento.

Tal regra é um principio contábil, chamado de Principio da Competência, ele diz que:

“as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem.”

Vejam que a regra do principio da competência, não se aplica somente à despesa, mas também a receita.

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Os princípios da Contabilidade, na íntegra, podem ser encontrados na Resolução do Conselho Federal de


Contabilidade numero 750 do ano de 1993. Porém no decorrer dos demais tutoriais abordaremos com
detalhes tais princípios, um a um. No total são 7 princípios.

Vamos tentar exemplificar para melhor entendermos tal principio.

Uma maneira bem simples de entendermos o princípio da competência no caso de uma despesa é
utilizarmos como exemplo, o salário de um funcionário.

Veja bem: O empregado de uma empresa trabalho todo o mês de Julho e só recebe o salário durante o mês
de agosto, para ser mais exato, até o quinto dia útil do mês de agosto no máximo.

Logo podemos ver que a despesa ocorreu durante o mês de Julho, mais o pagamento ocorrerá no mês de
Agosto.

Segundo o principio da competência, tal despesa (com salário), deve ser contabilizado no mês de Julho, pois
foi o mês em que ela efetivamente ocorreu (aconteceu), e não em Agosto, pois este é o mês de seu
pagamento.

Pode parecer loucura num primeiro momento, mais se contabilizarmos a despesa com o salário no mês de
Agosto (no mês que houve o seu pagamento), estaríamos demonstrando um lucro a maior durante o mês de
Julho, pelo fato de não termos contabilizado tal despesa. Só que essa despesa já ocorreu.

Imagine que uma empresa sem contabilizar o salário no mês de ocorrência, esteja apresentando um lucro de
R$ 30.000,00. Pode parecer uma empresa com uma lucratividade excelente para se investir.

Baseado no lucro apresentado uma pessoa, se interessa e resolve investir nela.

Depois fica sabendo que durante o mês de agosto, foi contabilizado o salário do mês de Julho no valor total
de R$ 40.000,00 suponhamos. Logo vemos que o lucro apresentado no balanço do mês de Julho, não
correspondia a realidade. E ocasionou uma interpretação errada pelo investidor.

Na verdade então a empresa não tinha um lucro de R$ 30.000,00 e sim um prejuízo de R$ 10.000,00.

Outro fator importante, é que o IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA JURIDICA (IRPJ), é calculado com base no
lucro apurado na contabilidade, tal imposto via de regra, pode chegar a ser de 25% sobre o lucro. Podemos
dizer que no caso acima a empresa teria pago R$ 7.500,00 de imposto sem ser devido. Isso porque estamos
considerando somente o Imposto de Renda, na verdade existe mais um imposto que é calculado com base
no lucro que a chamado de CONTRIBUICAO SOCIAL SOBRE O LUCRO LIQUIDO, abreviadamente
identificamos por CSLL. Esse imposto também é um percentual sobre o lucro apresentado na contabilidade,
atualmente tal percentual pode chegar a 9%, logo a empresa teria pago mais R$ 2.700,00 sem ser devido
também.

Chegamos a conclusão que a empresa teria pago a mais R$ 10.200,00 sem nenhuma necessidade.

Além do mais que conforme vimos no tutorial sobre livros contábeis a legislação do Imposto de Rendas
manda observar as normas contábeis.

Ou seja, trata-se de uma imposição legal. Uma obrigação que deve ser seguida.

Lógico que o imposto de renda não lhe multará porque você pagou a mais, mais como vimos acima, o
princípio se aplica também as receitas.

Vamos ver como ficaria no caso de uma receita.

Imagine que a empresa alugue uma parte de seu estabelecimento, alugou durante o mês de Julho por R$
2.000,00, e recebeu tal aluguel no mês de agosto.

Segundo o principio, o correto e reconhecer a receita no próprio mês de Julho, e não no mês de Agosto.

Tal fato nós chamamos de postegar uma receita, ou seja, reconhecer ela adiante, e não no mês devido.

Esse procedimento é um perigo enorme, primeiro pelo fato de mais uma vez, você não estar apurando o
lucro correto na contabilidade, e segundo pelo fato de que sobre a receita auferida (ganha) em Julho, você

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deveria pagar o imposto no mês de Agosto. Como a empresa só reconheceu a Receita em Agosto, o imposto
só será pago em Setembro, ou seja, houve uma postergação do pagamento do imposto, você jogou o
pagamento um mês para frente, tal fato gera multa pelo fiscal.

E não adianta nem tentar dizer que você também só reconhece as suas despesas no mês de pagamento,
tentando igualar as situações, dizendo que só reconheceu a sua despesa com salário de Julho no mês de
Agosto que foi quando você fez o pagamento, o fiscal simplesmente falará dirá a empresa, que ela fez isso
porque quis.

Existem situações em que você pode até reconhecer a despesa no mês de pagamento, ou a receita no mês
do recebimento, mais são casos isolados. Por exemplo, imagine que você efetuou uma venda em Julho a
prazo, reconhecendo no próprio mês de Julho a receita, e o pagamento deveria ocorrer no dia 15 de Agosto,
porém no dia 15 de Agosto seu cliente não efetua o pagamento, somente o fazendo no dia 20, o qual o faz
mediante um deposito a maior, relativo aos juros que a empresa cobra, nesse exemplo, podemos
contabilizar a receita com juros no mês de recebimento, pois dentro do mês de julho não havia como você
saber que o cliente iria pagar com atraso.

Podemos também em alguns casos reconhecer a despesa no mês de pagamento. Imagine que a empresa em
Janeiro de 2005 tenha tirado algumas xerox na papelaria que totalizaram, R$ 1,10. E como o dono da
papelaria conhece o dono da empresa, não se incomodou que este fizesse o pagamento depois, só que o
dono da empresa esqueceu que tinha tirado as xerox, e só se lembrou quando retornou a papelaria, e foi
lembrado pelo dono desta do débito que tinha no valor de R$ 1,10, isto já em Abril. E se desculpando pelo
ocorrido fez o pagamento na hora, ou seja, em Abril.

Em tal caso podemos contabilizar a despesa no mês do pagamento, ou seja, no mês em que efetuamos o
pagamento.

Tal fato poderia ser ao contrário, vamos supor que a empresa, na mesma papelaria comprou 1 lápis para o
escritório por R$ 1,00 e pagou a vista, vamos supor ainda que o lápis durou 2 meses, poderíamos dizer
então que a despesa com o lápis foi de R$ 0,50 centavos em cada mês. Nessa caso a empresa pode sem
problemas contabilizar como despesa os R$ 1,00 do lápis no momento em que fez o pagamento.

Estamos falando de fatos relevantes, aqueles que causem impacto na apuração do resultado. E não meros
centavos ou reais.

Agora, vamos a analisar a situação de outro modo, um salário de R$ 100,00 é relevante?

Pelo valor não, mais o salário na verdade gera um monte de outras despesas para uma empresa, tais como
FGTS, INSS, Férias, 13.º Salário, Vale Transporte, Ticket Refeição entre outros, que poderíamos citar como
exemplo.

O que faz algo ser relevante, não é o valor em si, mais sim o impacto que ocasiona.

Bom deixemos a parte teórica e vamos a parte pratica.

Imagine o seguinte balanço:

Percebam que agora temos uma data acima do balanço (JULHO DE 2005), isso indica que o balanço
apresentado foi feito em Julho de 2005, provavelmente no ultimo dia. Poderia aparecer a data na parte
superior do balanço (31/07/2005). A informação seria a mesma.

O importante é que se o balanço fosse levantado em 15/07/2005, deveria assim constar no cabeçalho.

Isso é importante por que vamos agora, começar a efetuar os registros observando o principio da
competência, logo temos que ter uma data base para nos guiar.

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As operações ocorreram em agosto e foram as seguintes:

1) 02/08/2005 – Pagamento de R$ 300,00 ao fornecedor.


2) 03/08/2005 – Venda no valor de R$ 500,00, a prazo. A mercadoria vendida custou a empresa R$ 200,00.
3) Recebimento de R$ 300,00 de um cliente em 10/08/2005
4) Venda de metade do estoque que a empresa tinha por R$ 1.600,00 a vista. Em 19/08/2005
5) Compra de R$ 400,00 de mercadorias, a vista em 23/08/2005.
6) Compra de lanche para os funcionários que ficaram até mais tarde trabalhando no valor de R$ 29,50 em
24/08/2005 a vista.
7) A empresa sabe que no dia 05/09/2005, terá que pagar o aluguel no valor de R$ 400,00 e mais o
condomínio no valor de R$ 50,00, ambos referentes ao mês de Agosto.

Vamos fazer a contabilização, apuração do resultado, e levantamento do balanço em 31/08/2005.

Contabilização:

Feito isso temos todas as operações contabilizadas.

Vamos fazer uma rápida analise:

O primeiro passo foi abrirmos o razonetes e indicarmos os saldos iniciais (S).

O segundo passo, foi proceder a contabilização propriamente dita.

A primeira operação foi o pagamento de R$ 300,00 ao fornecedor, logo debitamos a conta de fornecedor, e
creditamos a conta caixa.

A Segunda operação foi a venda de R$ 500,00 de mercadorias, a prazo, tais mercadorias custaram para a
empresa o valor de R$ 200,00. Primeiramente registramos a venda, assim debitamos a conta de clientes em
R$ 500,00 para o registro do direito de receber tal valor, e creditamos a conta de Receita com Vendas,
contabilizada a venda, partimos para a contabilização do custo da mercadoria, logo debitamos a conta de

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CMV, e creditamos a conta de Mercadorias, indicando assim uma diminuição na conta que registra as
mercadorias que a empresa tem.

A terceira operação foi o recebimento de R$ 300,0 de clientes, logo debitamos a conta caixa, para indicar
que houve um aumento no saldo dela, e creditamos a conta de clientes, para demonstrar a sua diminuição.

A Quarta operação foi a venda de metade do estoque a empresa tinha por R$ 1.600,00, o importante aqui
era identificar quanto a empresa tinha em estoque no momento, vejam que ela começou com R$ 3.000,00
de mercadorias, na primeira venda que ela fez, baixou como custo R$ 200,00, logo nesse momento a
empresa tinha R$ 2.800,00 em estoque. Metade desse estoque é igual a R$ 1.400,00, esse foi o valor que
foi baixado como custo. Assim os lançamentos foram, debito na conta de clientes, no valor de R$ 1.600,00 e
credito na conta de Receita de Vendas pelo mesmo valor. E um debito na conta de CVM, e um crédito na
conta de Mercadorias.

A Quinta operação foi a compra de R$ 400,00 em mercadorias a vista, logo debitamos a conta de
mercadorias, e creditamos a conta Caixa. Nesse exato momento a empresa tem R$ 1.800,00 de mercadorias
em estoque.

A Sexta operação foi a compra de lanches, no valor de R$ 29,50 a vista para os funcionários que ficaram até
mais tarde trabalhando, podemos perceber que a compra de lanches, não aumenta com as vendas, logo ela
é uma despesa. Assim abrimos o razonete de Despesa com Lanches, debitamos R$ 29,50 nela e creditamos
o mesmo valor na conta Caixa.

A sétima operação foi o registro dos valores de aluguel e condomínio no valor de R$ 400,00 e R$ 50,00
respectivamente. Ambos são do mês de Agosto com pagamento previsto para 05/09/2005, como a despesa
pertencem ao mês de Agosto, a contabilidade, observando o principio da Competência, tem que fazer o
registro nesse mês e não no mês de setembro que será o seu pagamento. Tal lançamento chamamos de
provisão.

Assim mais duas contas de Despesas foram abertas, Despesa com Alugueis, e Despesa com Condomínio.
Onde o valor de cada item (aluguel e condomínio) foram debitados nela.

Abrimos também mais duas contas de Passivo, Aluguéis a Pagar e Condomínio a Pagar. E creditamos o valor
de cada item nelas.

Terminamos assim a contabilização das operações.

Nota: É muito comum ver por ai, a abertura de uma só conta intitulada de Despesas, onde todas as
despesas são registradas nela. Nesse caso teríamos uma conta Despesas a Pagar no passivo.

Não gosto desse método, pois não auxilia na gestão, imagine depois de um ano, o dono da empresa chega
para você e pede que faças um levantamento de todas os valores de aluguéis que a empresa pagou durante
o ano, pois o proprietário esta com ele no telefone e estão negociando uma redução no valor.

E para piorar ele precisa disso de imediato.

Vale lembrar que com a abertura de uma só conta para registro para despesa, você terá vários lançamentos
nessa conta.

Na certa, você terá que buscar o livro razão, ir analisando item por item e ir procedendo a soma, quando
terminar ao levar para o dono da empresa, ele pega o seu demonstrativo lhe agradece e manda você passar
no Departamento Pessoal, com sua carteira de trabalho para assinar sua demissão. Não acha ??

Com a abertura e respectiva contabilização em uma conta especifica, ficaria muito mais facil, pratico e
rápido.

Feito isso, vamos fazer os lançamentos para a apuração do resultado ( 8.ª operação), lembrando que temos
que zerar somente as contas de despesas, custos e receitas e transferir o saldo de cada uma para a conta de
ARE, após verificarmos se o resultado apurado foi lucro ou prejuízo e transferi-lo para a devida conta.

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Vejam que transferimos os saldos de todas as contas de despesas, receitas e custos, para a conta de ARE
(Apuração do Resultado do Exercício), as transferências, a débito (1.600,00 + 29,50 + 400,00 + 50,00),
totalizaram R$ 2.079,50 e as transferências a crédito totalizaram R$ 2.100,00, logo restou um saldo na
conta de R$ 20,50 CREDOR, indicando que houve um lucro de tal valor.

Após efetuamos a transferência de tal valor para a conta de Lucros do Exercício.

Podemos assim, fazer o balanço que ficaria da seguinte forma:

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Percebam que a separação das despesas a pagar, em aluguéis e condomínio a pagar, torna o balanço mais
transparente e de fácil interpretação. Identificamos de imediato que o lucro da empresa no período de
Agosto foi de R$ 20,50.

E se contabilidade não tivesse observado o principio da competência, assim não contabilizando as despesas
de alugueis e condomínio, no mês correto (no caso em Agosto), deixando para contabiliza-las diretamente
como despesa no mês de Setembro, que é quando ocorrerá seu pagamento, qual teria sido o lucro ou
prejuízo que a empresa teria apresentado no mês de Agosto?

No próximo tutorial estaremos colocando a resposta.

Até a próxima.

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12. Apurando o Resultado – 5.ª


Parte

Correção do Exercício:
No último tutorial ficou a seguinte proposta de exercício:

E se contabilidade não tivesse observado o principio da competência, assim não contabilizando as despesas
de aluguéis e condomínio, no mês correto (no caso em Agosto), deixando para contabilizá-las diretamente
como despesa no mês de Setembro, que é quando ocorrerá seu pagamento, qual teria sido o lucro ou
prejuízo que a empresa teria apresentado no mês de Agosto?

Vamos a correção.

Sabendo que o valor do aluguel é de R$ 400,00 e do condomínio de R$ 50,00. O total dessas despesas
somam R$ 450,00.

Se a empresa não tivesse contabilizado tais despesas no mês de ocorrência (Principio da Competência), para
contabilizá-las no mês de pagamento, logicamente o lucro apresentado no balanço de agosto seria maior em
R$ 450,00, assim podemos dizer que o lucro que a empresa apresentaria seria de R$ 470,50. Que seria
apurado na contabilidade da seguinte forma:

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Vejam que todos os lançamentos são quase os mesmos do último exercício, com exceção da contabilização
das despesas de aluguel e condomínio que deixou de ser feita nessa caso.

Logo nosso balanço final ficaria assim:

Em caso de duvida releia o tutorial passado.

Vamos continuar com nosso aprendizado na apuração do resultado.

Continuação:
Nos tutoriais passados, aprendemos a contabilizar custos, despesas e receitas, essa última referente as
vendas efetuadas.

Na realidade existem várias outras formas de se obter uma receita, que nem sempre provém de venda.

Vejam que no balanço acima, a empresa tem R$ 2.170,50 em caixa, além disso, ainda tem R$ 1.200,00 de
clientes para receber, e mais R$ 1.800,00 em estoque de mercadoria. E apresenta como obrigação somente,
R$ 700,00 de fornecedores (lógico que nós sabemos que ela ainda tem mais R$ 450,00 de aluguel e
condomínio a pagar, que não estão contabilizados).

Já considerando essas obrigações, aluguel e o condomínio e mais a dívida com o fornecedor, poderíamos
dizer que a empresa dispõe de R$ 1.020,50 de dinheiro no caixa, que esta livre, ou seja, não tem obrigações
a pagar relativos a esse dinheiro.

Vamos fazer o cálculo para ficar melhor:

Feito o cálculo dos pagamentos que a empresa tem a vencer, e o caixa que dispõe, chegamos a conclusão
que a empresa ainda dispõe de R$ 1.020,50.

No mundo dos negócios, dizemos que dinheiro parado (em caixa) é desperdício, mas porque isso?

Porque na verdade, a empresa se tem dinheiro sobrando, pode aplicar tal sobra no mercado financeiro, ou
mesmo numa poupança, a fim de obter ganhos com juros certo? Ou poderia investir comprando máquinas,
veículos ou até mesmo mais estoque, se assim fosse a estratégia da administração da empresa, vamos
considerar que não seja o caso agora.

Entendido que a empresa dispõe de R$ 1.020,50 sem compromissos vamos supor que a administração
resolveu aplicar tal dinheiro num banco a fim de ganhar juros, para efeitos de simplificação vamos supor que
a empresa aplicou R$ 1.000,00, no banco A, e este oferece um rendimento de 5% ao mês. Tal aplicação foi
efetuada no dia 01 de Setembro.

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Vamos contabilizar toda a operação, até o rendimento da aplicação. Para tal consideraremos o último
balanço efetuado o qual já constava contabilizado o aluguel e o condomínio a pagar. Que é esse:

A primeira operação logicamente seria a abertura de uma conta bancaria no banco A. Com um deposito no
valor de R$ 1.500,00.

A segunda seria a aplicação de R$ 1.000,00 num fundo de investimento do Banco A.

A terceira é o pagamento do aluguel e do condomínio, agora como a empresa já tem conta em banco, o
pagamento foi efetuado com cheque.

A quarta e ultima operação seria a contabilização do rendimento que a aplicação financeira gerou.

Para efeitos de simplificação consideraremos que não foi feita mais nenhuma operação.

O primeiro passo como sempre seria a abertura dos razonetes com os saldos iniciais, e depois a
contabilização propriamente dita.

Analisemos somente as contas que tiveram movimentos.

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A conta caixa tinha um saldo inicial de R$ 2.170,50, como a empresa abriu uma conta no Banco A, e para
tal, fez um depósito no valor de R$ 1.500,00, concluímos que a houve uma diminuição no saldo da conta
Caixa em R$ 1.500,00, logo creditamos tal conta, em contra partida houve um aumento na conta Banco A,
que registra um direito que a empresa tem contra o banco, logo uma conta de Ativo, assim houve um débito
nessa conta de R$ 1.500,00, aumentando assim o seu saldo.

A segunda operação seria o registro da aplicação financeira. Percebam que abrimos uma outra conta
chamada de Aplicações Financeiras – Banco A.

Isso porque algumas aplicações financeiras exigem um prazo mínimo de permanência. Assim o dinheiro que
esta na conta corrente bancária, e o dinheiro que está aplicado não se “misturam”, mesmo estando no
mesmo banco, ou seja, a empresa fica sem possibilidade de usá-lo durante tal prazo, além do mais, fica mas
fácil de interpretar o balanço separando a conta de aplicação financeira da conta corrente da empresa.

Basta você olhar o balanço e identificar quanto você tem na conta e quanto você tem na aplicação, se fosse
contabilizado tudo junto (SALDO DE CONTA + SALDO DE APLICACAO), na mesma conta, no nosso caso a
conta seria BANCO – A, caso quiséssemos saber quanto temos aplicado teríamos que recorrer ao extrato
bancário, para identificar o que está aplicado, do que esta depositado na conta corrente da empresa.

Assim como a empresa fez uma aplicação de R$ 1.000,00, creditamos a conta BANCO – A em tal valor, e
debitamos a conta de Apl. Financeiras – Banco A no mesmo valor, registrando assim a diminuição no saldo
da conta bancaria e o aumento na saldo da conta de aplicação financeira.

Após foi feito o registro do pagamento do aluguel e do condomínio da empresa, debitamos a conta de
Aluguel e Condomínio a Pagar, e creditamos a conta Banco – A, porque o pagamento foi feito com cheque.

Percebam que nesse caso, fizemos um lançamento de terceira fórmula, ou seja, 2 contas debitadas (Aluguel
e Condomínio a Pagar) e uma conta creditada (Banco – A). Dessa forma simplificamos o lançamento. Os
registro estão com o numero 3 entre parênteses para melhor identificação.

Passado um mês, o dinheiro aplicado rendeu juros, e chegou a hora da contabilidade reconhecer tal
rendimento, assim abrimos uma conta chamada de RENDIMENTO DE APLICACÕES FINANCEIRAS, uma conta
de RECEITA, para registrar nela o rendimento (ganho) que a empresa teve. Se foi um ganho sabemos que
aumentará o patrimônio liquido da empresa, logo essa conta deve ser creditada. Como o rendimento foi de
5% sobre o valor aplicado (R$ 1.000,00) calculamos que o rendimento foi de R$ 50,00 e registramos tal
valor a crédito nessa conta, e em contra partida aumentamos a débito o saldo da conta de APL.
FINANCEIRAS – BANCO A, no mesmo valor.

Esse lançamento no final do mês é feito com a intenção de obedecermos ao Principio da Competência, pois o
rendimento que a empresa ganhou, foi referente ao mês de Setembro, logo já estamos a reconhecendo no
mês de ocorrência.

Caso não fosse observado tal princípio o rendimento seria reconhecido pela contabilidade no mês de resgate,
assim entendido o mês em que a empresa retira o dinheiro da aplicação. Porém já aprendemos que isso é
errado.

O registro do rendimento é feito, com base no extrato da aplicação financeira, que banco envia pelo correio,
ou que a empresa retira pela internet.

Somente para efeitos de demonstração vamos demonstrar como seria um tipo de extrato.

Seria mais ou menos da forma acima um extrato de uma aplicação financeira, logicamente que teria alguns
outros dados, mas que não nos interessam no momento.

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Esse extrato funciona como uma conta razão, na contabilidade, ou seja, os mesmos lançamentos devem
contar tanto no extrato, como nos lançamentos contábeis. Vejamos, temos no extrato como a primeira
operação a aplicação financeira no valor de R$ 1.000,00, como segundo lançamento o rendimento no valor
de R$ 50,00, e temos os mesmos lançamentos no conta do razonete na contabilidade. Esse extrato
comparado com o razonete da contabilidade demonstra que todos os lançamentos estão corretos, e ainda
temos como ultima conferencia o registro do saldo final em 30/09/2005, que tanto no extrato como no
razonete estão idênticos.
Feito isso temos todas as operações contabilizadas e podemos apurar o resultado, que será feito zerando as
contas de resultado e transferindo o saldo para lucros ou prejuízo no patrimônio liquido da empresa
conforme o caso.

Vamos a apuração:

Só temos uma conta de resultado para zerar o saldo que é a conta de Rendimentos de Aplicações
Financeiras, para zerá-la fizemos um lançamento de R$ 50,00 a débito, identificado pela letra R entre
parênteses, e transferimos tal valor para a conta de ARE, nesta o registro da transferência foi feito a crédito
(se debitamos a conta de Rendimento de Aplicações Financeiras temos que fazer um crédito no mesmo valor
em outra conta).

Após como já sabemos que o saldo da conta de ARE é de R$ 50,00 CREDOR, que identifica que foi o um
lucro, zeramos o saldo dela também e transferimos para a conta de Lucros do Exercício. Identifiquem o
lançamento com o T entre parênteses.

Feito isso temos a contabilização do resultado efetuada e podemos fazer o balanço para saber como ficou.

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Percebam que a data do balanço agora é Setembro, indicando que o balanço foi feito no ultimo dia desse
mês.

Considerações:
Utilizamos no exemplo a nomeação de Rendimento de Aplicações Financeiras para a conta que registra
o ganho na aplicação, na prática tal conta pode ter vários nomes tais como: RENDIMENTO OBTIDOS,
GANHOS DE RENDA VARIAVEL, JUROS ATIVOS e etc.

O que determinará a nomenclatura da conta será a necessidade de informações adicionais, a vivência do


contador e outros fatores.

No meu ponto de vista tenho como muito interessante separar ao máximo (lógico que dentro da medida do
possível e do conveniente) os tipos de contas que registram as receitas, despesas e custos, pois isso traz um
benefício em informações.

Vamos supor que a empresa usa a conta de JUROS GANHOS, para registro de todas as receitas de juros, tais
como juros por atraso, juros de aplicações e etc.

Isso torna difícil a interpretação, pois para saber qual o rendimento de uma aplicação numa determinada
data teríamos que buscar o livro razão e ficar somando os valores que queremos (referente aos juros da
aplicação), e separando os que não nos interessam.

Daqui a alguns poucos tutoriais, aprenderemos uma nova demonstração contábil, chamada de
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO, cuja finalidade é justamente essa de demonstrar de uma
maneira prática como o lucro apurado foi obtido (TANTO FOI DE VENDA, TANTO FOI DE JUROS POR ATRASO
E TANTO FOI DE JUROS DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS e etc), e essa separação das diversas receitas, se
torna útil na interpretação dessa demonstração.

E para conseguirmos chegar a esse ponto, precisamos saber identificar e contabilizar os vários tipos de
receitas de uma empresa.

Até a próxima.

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13. Demonstração do Resultado


do Exercício – 1.ª Parte

Introdução:
No ultimo tutorial, fizemos 2 exercícios bem completos, e o no final fiz uma colocação dizendo que olhando o
balanço temos como saber quanto um empresa tem de lucro, mas não como ela chegou aquele lucro.

Sendo mais especifico, vamos analisar juntos o último balanço efetuado:

Sabemos que a empresa tem de lucro a quantia de R$ 2.305,00.

Mas quanto foi o lucro de fevereiro e quanto foi o de Janeiro? Sabemos que a empresa foi aberta em Janeiro.

Quanto a empresa vendeu?

Quanto é o seu custo?

Quais são as suas despesas normais?

Quanto foi o rendimento de aplicação financeira no mês de Fevereiro?

Essas questões são impossíveis de se responder somente analisando o balanço.

Para tal temos uma demonstração especifica chamada de Demonstração do Resultado do Exercício, que
aprenderemos a partir deste tutorial.

Antes de começarmos é importante frisarmos que a Demonstração de Resultado do Exercício, também


possui sua abreviação que é DRE.

Primeiros Conceitos:
Para tomarmos as primeiras noções vamos levantar um balanço simples, com uma única operação.

Considere o seguinte balanço, as operações são relativas a Março de 2005, após levantaremos o balanço.

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A operação realizada foi a venda de metade do estoque por R$ 6.000,00, recebidos a vista.

Vamos a contabilização, apuração do resultado, e levantamento do balanço de Março de 2005.

Feitos os lançamentos, apurado o resultado e transferido este para a conta de Lucros do Exercício, chegamos
a demonstração acima, sabemos muito bem como chegamos ao lucro de R$ 3.500,00, pois fomos nós que
fizemos a contabilização, logo sabemos que tivemos um receita de vendas de R$ 6.000,00, e custo de R$
2.500,00, chegando assim aos R$ 3.500,00 de lucros mostrados no balanço.

Porém quem não fez a contabilização não sabe como.

Para tal a DRE, se encarrega. Vejamos como ficaria a nossa demonstração no exemplo acima:

Vejam, que logo no inicio da demonstração temos o nome dela, e abaixo temos o período compreendido,
esse período quer dizer que a demonstração esta se referindo aquele espaço de tempo somente, ou seja, de

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01 de Março a 31 de Março. Diferentemente do Balanço Patrimonial, que compreende a situação financeira
da empresa até aquela data na qual ele foi efetuado.

Outro ponto importante é que o Balanço Patrimonial mostra apenas as contas patrimoniais, já a DRE
demonstra somente as contas de Resultados ou Transitórias.

Podemos ver então que a DRE é um complemento do Balanço, pois mostra as contas que aquele não mostra.

Por exemplo, a nossa DRE acima esta mostrando as contas de RECEITAS DE VENDAS, CUSTO DAS
MERCADORIAS, já o balanço não mostra essas contas, em compensação mostra todas as outras.

Vejam que o valor que aparece na linha de RECEITA DE VENDAS é o valor que essa conta (razonete) tinha
de saldo antes do seu zeramento, assim se houvessem 10 lançamentos de receitas de vendas na conta
razonete a linha de RECEITA DE VENDAS na DRE estaria mostrando o saldo acumulado dos 10 lançamentos.
A mesma coisa aconteceu com a conta de CMV.

Mais abaixo temos o valor do LUCRO DO EXERCICIO, que é idêntico (e sempre terá que ser), ao apurado no
razonete. Nem sempre será igual ao mostrado no Balanço Patrimonial, pois este pode vir a ter lucros de
outros períodos, que estão fora do demonstrado na DRE.

Podem notar que a DRE é uma cópia da conta de ARE porém mas organizada.

Primeiro vem a RECEITA DE VENDAS, depois o CMV, e por último o lucro do exercício que é o resultado da
RECEITA menos o CVM.

Essa demonstração é uma grande ferramenta de análise, por exemplo:

A taxa de lucratividade da empresa acima, é de 58,33% (= Lucro do Exercício / Receita de Vendas). Ou


seja, de todo o valor que ela vendeu, 58,33% sobrou de lucro. Ou a cada R$ 100,00 de vendas a empresa
ganha R$ 58,33 de lucro.

Considerando a taxa acima poderíamos dizer que a empresa tem uma excelente taxa de lucratividade.

Várias outras analises podem ser feita com base na DRE, porém estamos partindo de um modelo
simplificado até chegarmos ao modelo completo. E conforme formos avançando veremos mais algumas
análises que essa demonstração proporciona.

Exercício:

Vamos agora fazer um exercício simples como o de cima, só que com duas operações de vendas.

Vamos considerar o balanço anterior (Março) como ponto de partida, as operações são relativas ao mês de
Abril de 2005.

1.ª Operação: Compra de R$ 3.500,00 de Mercadorias a vista.


2.ª Operação: Venda de R$ 2.000,00 de Mercadorias por R$ 3.500,00 reais a vista.
3.ª Operação: Venda todo o estoque que a empresa tem por R$ 5.000,00, a vista.

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Observação: Na 3.ª operação, a venda de todo estoque é R$ 4.000,00, pois a empresa tinha R$ 2.500,00
comprou R$ 3.500,00 logo ficou com R$ 6.000,00 na segunda operação, vendeu R$ 2.000,00, nesse exato
momento ela tem de estoque R$ 4.000,00.

Temos as operações contabilizadas e o balanço patrimonial feito. Vamos fazer a DRE do período.

A primeira coisa seria o titulo da demonstração que ficaria assim:

A segunda seria demonstrarmos a que período essa DRE está se referindo, no nosso caso seria o mês de
Abril, logo nossa demonstração ficaria assim agora:

Lembrando que o período é muito importante pois ele esta dizendo que só esta demonstrando o resultado
que a empresa gerou naquele espaço de tempo, ou seja, abril.

Diferente do Balanço Patrimonial que esta demonstrando a situação da empresa até aquela data, ou seja,
até 30/04/2005.

Vamos supor que a empresa acima tivesse sido constituída em 01/01/2005. O Balanço Patrimonial estaria
mostrando a situação da empresa em Abril, ou seja, desde quando ela começou até o mês de Abril.

Já a DRE só esta mostrando o período de 01/04/2005 a 30/04/2005.

Vamos colocar agora o nome da empresa

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Agora vamos começar a demonstração propriamente dita a primeira linha será o total das vendas da
empresa.

Se olharmos o razonete de RECEITA DE VENDAS:

Sabemos que a primeira venda foi de R$ 3.500,00 e a segunda de R$ 5.000,00, isso totaliza R$ 8.500,00.
Esse valor é o que será demonstrado na DRE. Ou seja, o total acumulado das vendas até onde foi feito o
zeramento. Que nada mais é do que o valor do próprio lançamento de zeramento que efetuamos (R$
8.500,00).

Agora nossa demonstração ficaria assim:

Faremos agora a mesma coisa que fizemos conta a Receita de Vendas para apurarmos o valor do CMV que
iremos colocar na DRE.

A primeira venda gerou de custo R$ 2.000,00 e a segunda R$ 4.000,00. Logo o CMV total da empresa foi de
R$ 6.000,00.

Nossa demonstração ganha mais uma linha.

Lembrando que agora o valor da conta de CMV vai aparecer entre parênteses, indicando um valor
“negativo”, ou a ser diminuído dos demais, ou tecnicamente dizendo UM VALOR A DÉBITO OU DEVEDOR.

Agora por para terminar, podemos fazer a linha de Lucro do Exercício, que é o resultado da RECEITA DE
VENDAS, menos o CMV.

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Nosso lucro confere com o apurado nos razonetes.

Porém o lucro que consta no BP (Balanço Patrimonial) não está mais igual ao lucro apurado na DRE, isto
porque uma parte do lucro que esta no balanço, é referente a Março (R$ 3.500,00), que somados com o
Lucro de Abril (R$ 2.500,00), totalizam os R$ 6.000,00 que o balanço esta mostrando.

Bom vamos fazer aquela rápida analise.

A taxa de lucratividade em Abril foi de:

Comparando a taxa do mês de Abril com a taxa de Março, podemos notar que houve uma grande redução,
antes era de 58,33%, agora é de 29,41%, uma redução de 28,92 pontos percentuais.

Concluímos então que o CMV da mercadoria aumentou muito no mês de Abril.

Como sabemos a taxa de lucratividade do mês anterior, e como em ambos os meses, foram poucas
operações, só temos duas causas possíveis para que a Taxa de Lucratividade da empresa tenha reduzido
tanto assim:

A primeira é que a empresa tenha abaixado o seu preço de venda (custava 60 e ela venda dia a 100, agora
continua custando 60 porém ela vende a 80), o que faria reduzir a sua taxa de lucratividade.

A segunda hipótese seria um aumento no preço da mercadoria, (vendia a 100 o que custava 60, agora
continua vendendo a 100 o que custa 80), sem repassar a diferença ao cliente, ou seja, sem aumentar o
preço de venda.

Podemos notar como essa demonstração é interessante, não?

Agora temos mais informações do que somente com o balanço.

Faça o exercício abaixo para melhor compreensão, no próximo tutorial estarei dando a resposta dele e
fazendo comentários.

Lembrando que a partir de agora, ficará cada vez mais difícil continuar seguindo os próximos tutoriais sem
ter entendido o anterior.

Exercício:
Considere o balanço a seguir, e faça a contabilização das operações abaixo, após apure o resultado, levante
o novo balanço (mês de Maio), e faça a DRE do período (mês de Maio).

O balanço a ser considerado é esse:

As operações são as seguintes:

1.ª - Pagamento de R$ 1.500,00 ao fornecedor.

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2.ª - Compra de R$ 1.000,00 de Mercadoria a vista.
3.ª - Compra de R$ 2.000,00 de mercadoria a prazo.

4.ª - Venda de R$ 500,00 de mercadorias por R$ 1.300,00 a vista.


5.ª - Venda de R$ 1.000,00 de mercadorias por R$ 1.800,00 a prazo.
6.ª - Venda de R$ 1.000,00 de mercadorias por R$ 2.200,00 a vista.

Até a próxima.

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14. Demonstração do Resultado


do Exercício – 2.ª Parte

Introdução:
No ultimo tutorial, começamos a falar sobre a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício), e ficou um
exercício, que vamos corrigi-lo agora.

O exercício era esse:

Considere o balanço a seguir, e faça a contabilização das operações abaixo, após apure o resultado, levante
o novo balanço (mês de Maio), e faça a DRE do período (mês de Maio).

O balanço a ser considerado é esse:

As operações são as seguintes:

1.ª - Pagamento de R$ 1.500,00 ao fornecedor.


2.ª - Compra de R$ 1.000,00 de Mercadoria a vista.
3.ª - Compra de R$ 2.000,00 de mercadoria a prazo.
4.ª - Venda de R$ 500,00 de mercadorias por R$ 1.300,00 a vista.
5.ª - Venda de R$ 1.000,00 de mercadorias por R$ 1.800,00 a prazo.
6.ª - Venda de R$ 1.000,00 de mercadorias por R$ 2.200,00 a vista.

Contabilização:

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Contabilizados os lançamentos das operações, os lançamentos para apuração do resultado, e para a


transferência deste, podemos agora elaborar o Balanço Patrimonial do mês de Maio de 2005.

Feito o BP, agora é a vez de fazermos a DRE do período de Maio de 2005.

Na linha de Receita de Vendas pegamos o saldo da conta de Receita de Vendas, ou seja, o valor de todas as
vendas efetuadas no mês.

Após pegamos o valor de todos os custos das mercadorias no mês.

E diminuímos as vendas do custos, para acharmos o lucro do exercício, lembrando que este terá que sempre
igual ao lucro apurado no razonete. E na maioria das vezes nem sempre será igual ao lucro apresentado
no balanço, pois neste contempla lucros de outros períodos.

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Continuação:
A partir deste tutorial, vamos aprendendo mais alguns conceitos de despesas. Como elas são contabilizadas,
e como são apresentadas no balanço, e na DRE.

A próxima despesa que aprenderemos será a despesas com impostos.

Vamos considerar o ultimo balanço o de Maio de 2005.

Vamos trabalhar com poucas operações.

A partir de agora como vamos considerar os impostos que incidem nas vendas, para efeitos de simplificação,
vamos considerar que a cada venda efetuada a empresa pague 10% de imposto, SOBRE O VALOR DA
VENDA.

As operações foram referentes ao mês de Junho, e são as seguintes:

1 – Compra de R$ 5.000,00 de mercadoria, a vista.


2 – Venda de R$ 1.000,00 de mercadorias por R$ 2.000,00 a prazo.
3 – Venda de R$ 1.500,00 de mercadorias por R$ 3.000,00 a prazo.

Vamos fazer os lançamentos, observando que a cada venda, além do registro do custo e da venda, teremos
agora, também o registro dos impostos. Pois os impostos precisam da venda para ocorrer da mesma forma
que o custo, ou seja, teremos agora um efeito de lançamentos em cadeia, onde uma única operação vai
gerar vários lançamentos.

Primeiro passo como sempre é abrir os razonetes, nesse primeiro momento vamos fazer logo o lançamento
numero 1, que é referente a compra das mercadorias.

Agora vamos contabilizar as vendas, nos atentando para os registros dos impostos, os registros das vendas
e dos custos, já sabemos como é feito.

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Feitos os lançamentos, vamos analisar, os registros referentes as operações 2 e 3.

Na operação 2, vendemos R$ 1.000,00 de mercadoria por R$ 2.000,00, a prazo. Logo para efeito do registro
do custo creditamos a conta de mercadorias, para demonstrarmos sua diminuição e debitamos a conta de
CMV. Para o registro da venda, debitamos a conta clientes, e creditamos a conta de Receita com Vendas.

Como eu disse acima, os impostos são 10% sobre o preço de venda. Logo na primeira operação o valor do
imposto foi de R$ 200,00.

Que é igual a R$ 2.000,00 x 10%.

A contabilização do imposto é igual a contabilização de qualquer despesa, abrimos uma conta chamada de
DESPESAS COM IMPOSTOS, e para aumentarmos o seu valor fizemos um débito de R$ 200,00 nela, e como
geralmente o imposto de um mês só é pago no outro fizemos um crédito numa conta de Passivo chamada de
IMPOSTOS A PAGAR no valor de R$ 200,00 também. Tal registro débito em despesa e crédito no passivo, é
em observância ao principio da competência, onde a despesa do mês deve ser contabilizado no mês em que
ocorrer e não no mês de seu pagamento.

O terceiro lançamento seguiu a mês regra, porem o valor do imposto no caso foi R$ 300,00 pois a venda foi
de R$ 3.000,00.

Feito isso podemos agora, fazer os lançamentos de apuração do resultado, e levantarmos o BP de Junho de
2005.

Lembrando que agora temos mais uma conta de despesa, a conta de DESPESAS COM IMPOSTOS, que
também deve ser zerada.

Os lançamentos ficariam assim:

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Feito isso podemos fazer o balanço patrimonial (BP) de Junho de 2005, que ficaria da seguinte forma:

Vamos agora elaborar a DRE, que ficaria da seguinte forma:

Percebam que agora temos uma linha a mais na nossa DRE, que a linha que indica a despesa com
IMPOSTOS. Ou seja, uma informação a mais, que indica quanto à empresa teve de despesas com impostos
no período.

Essa informação será muito útil quando começarmos a analisar a DRE.

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Outro ponto importante também é que fizemos um lançamento para registrar a despesa com o imposto a
cada venda, isso não é muito comum no dia a dia, em virtude da enorme quantidade de vendas que uma
empresa pode vir a fazer.

Na prática, costuma-se somar o total das vendas, apurar o imposto, e fazer um único lançamento que
englobasse todas as vendas, assim no exemplo acima, no ultimo dia do mês de Junho, somaríamos todas as
vendas efetuadas, que totalizaram R$ 5.000,00, multiplicamos por 10% que resulta em R$ 500,00 e
fazemos um único lançamento no final do mês, debitando a conta de despesas com impostos e creditando a
conta de impostos a pagar no passivo, dessa forma tanto o nosso balanço como a nossa DRE ficaria da
mesma forma, porém simplificamos a quantidade de lançamentos, ao invés de fazermos dois lançamentos
faríamos um único lançamento.

A partir de agora, faremos sempre desse modo.

Partindo do balanço feito acima vamos fazer o exercício abaixo no próximo tutorial corrigiremos.

As operações foram relativas ao mês de Julho.

1 – Venda de R$ 1.000,00 de mercadorias, por R$ 2.000,00 a prazo.


2 – Compra de R$ 1.500,00 de mercadorias, a vista.
3 – Recebimento de R$ 3.000,00 de clientes.
4 –Venda de R$ 2.000,00 de mercadoria por R$ 4.000,00, sendo metade recebido a vista e metade a prazo.
5 – Pagamento de R$ 1.500,00 de fornecedores.
6 – Pagamento do valor total do impostos referentes ao mês de Junho.
7 – Venda de R$ 1.000,00 de mercadorias, por R$ 1.500,00 a prazo.

Faça todas as contabilizações, não se esquecendo de apurar o imposto AO FINAL, pela alíquota de 15%
sobre o valor das vendas, após apure o resultado, faça o balanço e a DRE.

Até a próxima.

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15. Demonstração do Resultado


do Exercício – 3.ª Parte

Correção do Exercício:
No tutorial passado ficou a seguinte proposta de exercício:

Considerando o balanço abaixo:

As operações foram relativas ao mês de Julho.

1 – Venda de R$ 1.000,00 de mercadorias, por R$ 2.000,00 a prazo.


2 – Compra de R$ 1.500,00 de mercadorias, a vista.
3 – Recebimento de R$ 3.000,00 de clientes.
4 –Venda de R$ 2.000,00 de mercadoria por R$ 4.000,00, sendo metade recebido a vista e metade a prazo.
5 – Pagamento de R$ 1.500,00 de fornecedores.
6 – Pagamento do valor total do impostos referentes ao mês de Junho.
7 – Venda de R$ 1.000,00 de mercadorias, por R$ 1.500,00 a prazo.

Faça todas as contabilizações, não se esquecendo de apurar o imposto AO FINAL, pela alíquota de 15%
sobre o valor das vendas, após apure o resultado, faça o balanço e a DRE.

Contabilizações:

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Feito isso temos todas as operações contabilizadas, os lançamentos de apuração do resultado feitos. E
podemos levantar o balanço do período.

Para não deixarmos de fazermos uma rápida análise, tendo em vista a maioria dos lançamentos já são
conhecidos, vamos ressaltar alguns pontos.

O lançamento de número 4 merece um destaque, veja que vendemos R$ 2.000,00 de mercadoria, por R$
4.000,00 sendo que recebemos metade a vista e metade a prazo. O lançamento para apuração do custo é
igual, debitamos a conta de CMV em R$ 2.000,00 e creditamos a conta de mercadorias em R$ 2.000,00, na
primeira registramos o aumento com um débito e na segunda uma diminuição com um crédito.

No registro da venda, creditamos a conta de Receita de Vendas em R$ 4.000,00 e fizemos mais 2 débitos,
um na conta de clientes, no valor de R$ 2.000,00 e o outro na conta Banco também no valor de R$
2.000,00, pois do valor da venda metade (4.000,00 : 2 = 2.000,00), foi recebido a vista e o restante a
prazo.

Logo trabalhamos com um lançamento de 3 fórmula, onde temos 2 contas debitadas e 1 conta creditada.

No lançamento de número 6 fizemos o pagamento do valor total dos impostos do mês de Junho, logo
tínhamos como saldo de junho nessa conta a quantia de R$ 500,00, então fizemos um débito na conta de
Impostos a Pagar e um crédito na conta Banco.

Por ultimo pedi que apurássemos o valor do imposto pelo total das vendas efetuadas no mês, sendo que o
imposto seria igual a 15% do valor total das vendas. O primeiro passo seria saber qual era o total das
vendas no mês, apurando o saldo da conta de Receita de Vendas, chegamos ao valor de R$ 7.500,00 de
vendas efetuadas no mês, logo 15% desse valor é igual a R$ 1.125,00.

Apurado o valor do imposto faltava o lançamento, que fizemos debitando a conta de despesas com
Impostos, e creditando a conta de impostos a pagar no passivo.

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Lembrando que GERALMENTE, os impostos de um mês são pagos no mês seguinte, com raras exceções. Por
isso tempos que provisionar o valor do imposto no seu mês de ocorrência, para que respeitemos o principio
da Competência.

Feito isso zeramos as contas de resultado para a apuração do mesmo.

O próximo passo seria, efetuar o Balanço Patrimonial do mês de Julho, que ficaria da seguinte forma:

Agora podemos montar a nossa DRE que ficaria da seguinte forma:

Continuação:
Vamos agora, fazer um outro exercício, só que vamos agora adicionar, as seguintes despesas: DESPESAS
COM ALUGUEL, DEPESAS COM SALARIOS, DESPESAS DE CONSERVAÇÃO, e as seguintes receitas: RECEITAS
DE JUROS, RECEITAS DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS, além das demais receitas, despesas e custos que
estamos constantemente trabalhando.

A intenção aqui é somente mostrar como ficam essas despesas e receitas na DRE, portanto faremos um
exercício com poucos lançamentos.

Considerando o balanço acima, elaborado no final de Julho, vamos fazer a contabilização das seguintes
operações:

1 – Compra de R$ 1.000,00 de mercadorias, a vista;


2 – Pagamento do valor total dos impostos do mês de Julho.
3 – Aplicação financeira de R$ 6.000,00.
4 – Venda de R$ 1.200,00 de mercadorias por R$ 3.000,00 a vista.
5 – Recebimento de R$ 2.500,00 de clientes, sendo R$ 2.000,00 referentes às vendas e R$ 500,00 de juros.
6 – A empresa fez uma melhoria, pintando a parede do seu estabelecimento e gastou para tal R$ 400,00 em
tintas (DESPESAS DE CONSERVAÇÃO), com pagamento a vista.
7 – A empresa contratou um funcionário no mês de Agosto, com o salário de R$ 250,00 (que será pago em
Setembro), porém a despesa com o salário como já sabemos pertence ao mês de Agosto.
8 – Contabilização da despesa com aluguel no valor de R$ 300,00 que será pago em Setembro.
9 – Apuração do valor do imposto a pagar pelo percentual de 15% sobre as vendas.
10 – Contabilização do rendimento da aplicação financeira que foi de R$ 240,00.

Vamos a contabilização:

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Vamos fazer um rápido comentário sobre os lançamentos novos.

O terceiro lançamento foi a realização de uma aplicação financeira, logo debitamos uma conta chamada de
aplicação financeira e creditamos a conta banco, para registrar a diminuição no saldo desta.

O quinto lançamento recebimento de R$ 2.500,00 sendo R$ 2.000,00 das vendas e R$ 500,00 de juros,
debitamos a conta bancos em R$ 2.500,00 e fizemos dois créditos, um de R$ 2.000,00 na conta de clientes,
e outro de R$ 500,00 na conta de Receita de Juros.

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O sexto lançamento foi um gasto que a empresa fez (UMA DESPESA), pintando o seu estabelecimento, logo
ela gastou R$ 400,00 em tintas. Então abrimos uma conta de DESPESAS COM CONSERVAÇÃO e debitamos
essa em R$ 400,00 e creditamos a conta bancos em R$ 400,00, pois o pagamento foi a vista.

O sétimo lançamento foi o registro da despesa de salário do mês de agosto, porém ela só será paga no mês
de setembro, mas respeitando o principio da competência temos que registrar ela no mês de ocorrência.
Então debitamos a conta de despesa com salário e creditamos a conta de salários a pagar.

O décimo lançamento foi o registro da receita de aplicações financeiras, no valor de R$ 240,00, logo
debitamos a conta de aplicações financeiras, e creditamos a conta de Receita com Aplicações Financeiras.

Os demais lançamentos foram iguais aos que sempre fizemos.

Nosso Balanço Patrimonial de Agosto ficaria da seguinte forma:

E nossa DRE ficaria da seguinte forma:

Na DRE fizemos uma linha para cada tipo de despesa e de receita, isso facilita a nossa análise, pois como
sabemos o balanço patrimonial nos mostra a situação da empresa em um determinado momento (SITUAÇÃO
ESTÁTICA).

Percebam também que as Receitas de Juros e de Aplicações Financeiras são somadas e as despesas são
diminuídas.

Então partimos do valor da Receita de Vendas que é de R$ 3.000,00 diminuímos os R$ 1.200,00 de CMV, e
as outras despesas sucessivamente, quando chegamos a Receitas de Juros começamos a somar, e assim
fizemos com a Receita de Aplicação Financeira e chegamos ao lucro liquido, se após a Receita de Aplicações
Financeiras houvesse mais alguma despesa diminuiríamos se houve mais alguma receita somaríamos.

Sabemos também que o balanço só nos mostra as contas patrimoniais (AS CONTAS QUE MOSTRAM OS
BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES), nos omitindo as contas de resultados (RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS),
que será na DRE que essas contas são demonstradas.

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Então a DRE e o Balanço Patrimonial se completam, ou seja, o que um não mostrar o outro mostra.

O Balanço nos mostra que a empresa tem R$ 14.315,00 de lucro do exercício, porém a DRE nos diz que
desse lucro todo somente R$ 1.140,00 foram gerados no mês de Agosto.

A DRE esta nos mostrando EXATAMENTE como a empresa chegou a esse lucro, partindo das vendas,
diminuindo o custo, diminuídos as demais despesas e somando as demais receitas, até chegarmos ao lucro
liquido.

Então essa DRE está nos mostrando com uma boa quantidade de informações para sabermos como a
empresa chegou a esse resultado.

Imagine que a empresa ao invés de separar todas as despesas e receitas apresentasse a seguinte DRE.

Bem pobre em termos de informações não?

Essa é a importância principal de expormos aos mínimos detalhes como a empresa chegou ao resultado
apresentado.

Além do mais veremos depois que tanto a DRE como o BP tem uma estrutura (uma forma de apresentação,
um jeito certo) de ser apresentado, que facilita muito a nossa análise, que por motivos de facilitar o
aprendizado não estamos nos preocupando com isso agora.

Porém do jeito que está sendo apresentado já conseguimos tirar algumas conclusões consideradas boas,
quando arrumarmos as duas demonstrações ficará melhor ainda.

Vamos fazer uma análise das duas demonstrações, respondam as perguntas no próximo tutorial colocarei as
respostas.

Antes lembrem-se que o balanço patrimonial é divido em dois lados, um (o lado esquerdo) mostra o ativo, e
o outro, (o lado direito) mostra o Passivo e o Patrimônio Liquido. Esses últimos, Passivo e Patrimônio
Liquido, são totalmente diferentesum do outro, o Passivo mostra a divida que a empresa tem com
outras pessoas que não são os sócios, já o Patrimônio Liquido mostra a “divida” que a empresa tem com os
sócios. Eles só ficam do mesmo lado, porém não se misturam.

1 – Quando a empresa deve ao Fornecedor?


2 – Quando a empresa deve de Passivo (Ver observação acima)?
3 – Somente com o saldo que a empresa tem no banco ela consegue pagar o seu Passivo? E sobra quanto?
Com esse dinheiro que sobrou a empresa consegue pagar alguma coisa do seu Patrimônio Liquido?
4 – Quanto à empresa tem em estoque?
5 - Quanto à empresa tem a receber de clientes? E quanto tem aplicado no mercado financeiro?
6 – Qual foi o rendimento da aplicação financeira de agosto?
7 – Qual o valor que os donos da empresa investiram inicialmente, para que a empresa tivesse dinheiro para
começar a trabalhar?
8 – Quanto foi à despesa com salário?
9 – Qual a sua opinião sobre a saúde financeira da empresa?

Deve estar parecendo fáceis as perguntas acima, afinal vocês acompanharam e fizeram as operações, na
verdade esse exercício vai funcionar como uma “alavanca”, um empurrãozinho, pois no próximo tutorial
colocarei um Balanço e uma DRE já prontos para que vocês façam uma análise.

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Lembrando que essa análise que estamos fazendo é uma coisa superficial, na verdade falaremos depois,
bem depois, sobre análise das demonstrações contábeis, que nesse momento sim será bem aprofundado no
assunto.

No próximo tutorial veremos também como fica a DRE e o BP (Balanço Patrimonial) quando a empresa tem
um prejuízo.

Não deixem de colocar sua avaliação sobre o tutorial na parte superior desta página, assim como o seu
comentário, seja uma crítica, sugestão, dúvida ou elogio, será com base nelas que poderemos melhorar a
qualidade da informação que estamos tentando passar.

Até a próxima.

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16. Demonstração do Resultado


do Exercício – 4.ª Parte

Correção do Exercicio:
No tutorial passado ficou um exercício de analise, para demonstrarmos a importância a DRE em conjunto
com o balanço, e a quantidade de informações que conseguimos extrair das duas em conjuntos.

E mesmo estando ainda num modelo simples de BO e DRE, já podemos conseguir algumas informações
importantes.

Vamos a correção:

Tínhamos esse balanço e essa DRE abaixo.

As perguntas eram:

1 – Quando a empresa deve ao Fornecedor?


2 – Quando a empresa deve de Passivo (Ver observação acima)?
3 – Somente com o saldo que a empresa tem no banco ela consegue pagar o seu Passivo? E sobra quanto?
Com esse dinheiro que sobrou a empresa consegue pagar alguma coisa do seu Patrimônio Liquido?

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4 – Quanto à empresa tem em estoque?
5 - Quanto à empresa tem a receber de clientes? E quanto tem aplicado no mercado financeiro?
6 – Qual foi o rendimento da aplicação financeira de agosto?
7 – Qual o valor que os donos da empresa investiram inicialmente, para que a empresa tivesse dinheiro para
começar a trabalhar?
8 – Quanto foi à despesa com salário?
9 – Qual a sua opinião sobre a saúde financeira da empresa?

Lembrando que tínhamos a seguinte observação:

“Antes lembrem-se que o balanço patrimonial é divido em dois lados, um (o lado esquerdo) mostra o ativo, e
o outro, (o lado direito) mostra o Passivo e o Patrimônio Liquido. Esses últimos, Passivo e Patrimônio
Liquido, são totalmente diferentesum do outro, o Passivo mostra a divida que a empresa tem com
outras pessoas que não são os sócios, já o Patrimônio Liquido mostra a “divida” que a empresa tem com os
sócios. Eles só ficam do mesmo lado, porém não se misturam.”

Vamos as respostas:

1 – Quando a empresa deve ao Fornecedor?

Resposta: Esse era fácil até demais, bastava olhar o balanço no lado do passivo sob a rubrica FORNCEDOR,
para acharmos o valor que é de R$ 1.000,00.

2 – Quando a empresa deve de Passivo (Ver observação acima)?

Resposta: Bastava somar os valores de Fornecedores, Impostos, Salários e Alugueis, que constavam no
Passivo da empresa, e chegamos a quantia de R$ 2.000,00. Lembrando que Passivo é tudo o que será
exigido em uma data certa, e o Patrimônio Liquido, é como se fosse uma divida da empresa com os sócios, e
que não tem data certa para pagamento.

3 – Somente com o saldo que a empresa tem no banco ela consegue pagar o seu Passivo? E sobra quanto?
Com esse dinheiro que sobrou a empresa consegue pagar alguma coisa do seu Patrimônio Liquido?

Resposta: Olhando o balanço, sabemos que a empresa tem R$ 6.475,00 no banco, logo se o seu passivo é
de R$ 2.000,00, ela consegue com o saldo que está no banco pagar todo o seu passivo, ainda sobra R$
4.475,00. E ainda consegue pagar o valor do Capital Social que esta no Patrimônio Liquido, cujo valor é de
R$ 4.000,00. O valor dos lucros do exercício ela não consegue pagar pois este é de R$ 14.315,00.

4 – Quanto à empresa tem em estoque?

Resposta: R$ 300,00 em estoque.

5 - Quanto à empresa tem a receber de clientes? E quanto tem aplicado no mercado financeiro?

Resposta: De clientes ela tem a receber a quantia de R$ 7.300,00 e aplicado no mercado financeiro tem R$
6.240,00. (R$ 6.000,00 da aplicação inicial mais os R$ 240,00 que foram os juros gerados no mês de
Agosto)

6 – Qual foi o rendimento da aplicação financeira de agosto?

Resposta: Basta olhar a linha correspondente na DRE, e chagamos ao valor de R$ 240,00.

7 – Qual o valor que os donos da empresa investiram inicialmente, para que a empresa tivesse dinheiro para
começar a trabalhar?

Resposta: O valor do investimento que os donos da empresa investem para que ela tenha condições de
pagar suas primeiras operações é chamado de Capital Social, e fica no grupo do Patrimônio Liquido, seu
valor é de R$ 4.000,00.

8 – Quanto foi à despesa com salário?

Resposta: Basta olhar a linha correspondente na DRE, seu valor é de R$ 250,00.

9 – Qual a sua opinião sobre a saúde financeira da empresa?

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Resposta: Essa questão exige um pouco mais de análise, vejamos a empresa tem um passivo de R$
2.000,00 porém tem dinheiro suficiente no banco para pagá-lo e ainda sobra uma quantia que dá para
“pagar” o capital social, e ainda sobra um pouquinho.

Se somente com o dinheiro que ela tem no banco paga todo o seu passivo, já podemos chegar a conclusão
que sua saúde financeira é boa, mas temos que analisar os demais itens.

Para que ela “pague” o valor dos Lucros do Exercício, ela dispõe do saldo na aplicação financeira, do saldo
que ela tem a receber de clientes, e ainda de um pouquinho de mercadoria.

Porém aqui fica uma incógnita: Será que todos os seus clientes irão pagar? Vejam que o valor dos clientes, é
o maior dentro do Ativo.

Mas levando em consideração as demais informações acima, podemos dizer que a empresa tem uma boa
saúde financeira.

Vamos continuar nosso aprendizado.

No tutorial passado disse que veríamos a partir deste tutorial como fica quando uma empresa apresenta um
prejuízo.

Pois até aqui estávamos sempre trabalhando com lucros, atrás de lucros.

O prejuízo na contabilidade.
Vamos fazer um exemplo de exercício, bem simples para demonstrar como fica um prejuízo na DRE e como
é apresentado no balanço.

Considere o seguinte balanço, e vamos fazer as operações abaixo, relativas ao mês de Setembro:

1 – Venda de R$ 300,00 de mercadorias, por R$ 1.000,00 a prazo.


2 – Pagamento do aluguel, do salário e do imposto do mês de Agosto.
3 – Contabilização do aluguel (R$ 300,00), do salário (R$ 250,00) do mês de setembro.
4 – Apuração do Imposto do mês de Setembro, 15% sobre o valor das vendas.
5 – Pagamento do total da divida com os fornecedores.
6 – Pagamento de despesas bancarias no valor de R$ 200,00.
7 – Pagamento de despesas de Correio no valor de R$ 50,00 a vista.

Vamos a contabilização, e apuração do resultado.

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Vamos aquela básica analise, sobre os lançamento mais importantes.

O segundo lançamento, pagamento de: Impostos, salários e aluguéis, totalizaram R$ 1.000,00 (R$ 450,00
de impostos mais R$ 250,00 de salários mais R$ 300,00 de aluguel), então debitamos as contas de
IMPOSTOS A PAGAR, SALARIOS A PAGAR e ALUGUEL A PAGAR, em cada um de seus valores, e creditamos a
conta banco pelo valor total, R$ 1.000,00. Registramos assim a diminuição em cada uma dessas contas.
Fizemos um lançamento de 3.ª Formula, onde temos 2 ou mais contas debitadas (IMPOSTOS, SALARIOS E
ALUGUEL) e uma conta creditada (BANCO).

O terceiro lançamento, registro das despesas de salário (R$ 250,00) e de aluguel (R$ 300,00), fizemos da
seguinte forma debitamos a conta de DESPESA COM SALARIOS e creditamos a conta de SALARIO A PAGAR,
no valor de R$ 250,00 para registro da despesa de salário. E para o registro da despesa de aluguel,
debitamos a conta de DESPESA COM ALUGUEL, e creditamos a conta de ALUGUEIS A PAGAR. Percebam que
fizemos 2 débitos e 2 créditos em um mesmo lançamento, logo fizemos um lançamento de 4.ª Formula.

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Nos lançamentos 6 e 7 tivemos duas novas despesas (DESPESAS BANCARIAS, e DESPESAS COM
CORREIOS). A despesa bancaria não há o que se falar na sua forma de pagamento, pois ela é debitada
diretamente no saldo da conta bancaria, então é considerada como paga a vista (no exemplo que estamos
trabalhando). Já a despesa com CORREIOS foi paga a vista, então creditamos a conta bancos em tal valor.
Feito isso zeramos todas as contas de resultados, transferindo o saldo de cada uma para a conta ARE
(APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO), que serve para apurar o resultado.

Após transferimos o saldo de cada uma das contas de despesas e receitas, para a conta, temos que somar o
saldo de cada lado da conta ARE, se somarmos veremos que o lado do débito tem de saldo R$ 1.250,00 e no
lado de crédito tem de saldo R$ 1.000,00.

Agora tem um ponto importante, sabemos que a conta ARE serve para apurarmos o resultado, sabemos
também que o saldo dessa conta será transferido para uma conta no grupo do patrimônio liquido (nos
exemplos anteriores sempre a conta de LUCROS DO EXERCICIO), e que esse grupo por ficar do mesmo lado
do passivo, os lançamentos a credito aumentam o seu saldo, e os lançamentos a débito diminuem o seu
saldo.

Vimos também que quando a conta ARE apresenta um saldo final credor (saldo na coluna de crédito maior
do que o saldo na coluna de débito), a empresa apurou lucro. Então temos que complementar o valor na
coluna de debito até que zeremos essa conta, então fazemos um lançamento a debito. E se fazemos um
lançamento a débito, temos que fazer um lançamento a crédito em alguma outra conta, que no caso será a
conta de LUCROS DO EXERCICIO. Se estamos creditando essa conta, e essa conta fica no Patrimônio
estamos aumentando o seu saldo. Então estamos aumentando o Patrimônio Liquido da empresa.

Mas voltando ao exercício, o nosso caso agora é ao contrário temos um saldo maior no lado do débito na
conta ARE, o que indica que a empresa teve prejuízo, afinal se quando o saldo no lado do crédito é maior a
empresa tem lucro, quando o saldo no lado do débito é maior a empresa tem ????????? PREJUIZO.

A conta ARE é uma conta transitória, que não deve ser apresentada no balanço, então devemos zerar o seu
saldo, e para zerar o seu saldo temos que fazer um lançamento a credito de modo que os valores a débitos e
a credito sejam iguais, e se fizemos um lançamento a crédito temos que fazer um lançamento a débito em
outra conta.

No exemplo acima a empresa tem um Lucro do Exercício de R$ 14.315,00, logo o prejuízo apurado agora vai
diminuir esse valor, agora a empresa não tem mais R$ 14.315,00.

Ela tem R$ 14.065,00, que é igual a R$ 14.315,00 menos R$ 250,00 de prejuízo de Setembro.

Vamos ver como ficou nos razonetes.

Vejam que somamos todos os lançamentos a débito na conta ARE e que eles totalizam R$ 1.250,00.
Somamos também, apuramos pois só tem um lançamento, o saldo no lado do crédito da conta ARE que é de
R$ 1.000,00.

Nosso saldo na conta esta maior no lado do débito em R$ 250,00, como disse acima a conta ARE não deve
aparecer no balanço, então temos que zera-la, e para tal, precisamos fazer um lançamento nela de modo
que a soma dos lados do débito e do crédito sejam iguais.

Se no lado do débito temos R$ 1.250,00 e no lado do crédito temos R$ 1.000,00. Temos que fazer um
lançamento no lado do credito para complementarmos o seu valor até que ele chegue ao mesmo valor que
está no lado do débito (R$ 1.250,00), então fizemos um lançamento a crédito na conta ARE de R$ 250,00.

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Se fizemos um crédito na conta ARE temos que fazer um débito em algum lugar que no nosso exemplo será
na conta de Lucros do Exercício, só que essa conta por estar no lado passivo os débitos diminuem o seu
saldo, logo diminuindo o patrimônio, logo tendo um PREJUIZO.

Nosso saldo final na conta de Lucros do Exercício é de R$ 14.065,00.

Caso tenha ficado alguma dúvida sobre a apuração do prejuízo na contabilidade, não se preocupe, nos
próximos exercícios, vamos alterar entre lucros e prejuízos o que vai fazer exercitar o aprendizado.

Vamos ver como fica o nosso balanço agora:

Se compararmos um balanço com o outro, veremos que houve uma diminuição na conta de Lucros do
Exercício. Antes o saldo dela era de R$ 14.315,00, e agora é de R$ 14.065,00.
Vamos ver como fica a nossa DRE.

Partindo do mesmo raciocínio, onde demonstramos o valor das vendas, diminuímos os custos, e as demais
despesas, chegamos ao final da DRE, demonstrando que a empresa apresentou um prejuízo de R$ 250,00
no período. Percebam que o valor do prejuízo esta entre parentes, é assim que deve ser apresentado o
prejuízo na DRE.

Como eu disse acima, os demais exercícios iremos alternando entre prejuízos e lucros, o que fará
exercitarmos.

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Um outro ponto interessante aqui, é que os PAGAMENTOS, das dos valores que já estavam provisionados no
passivo, não influenciam no resultado, por exemplo, o pagamento de fornecedores, não alterou em nada no
lucro, bem como o PAGAMENTO DOS IMPOSTOS, SALARIOS E IMPOSTOS, que já estavam no passivo.

Isso porque já tínhamos reconhecido tais valores como despesa no mês de ocorrência, em obediência ao
principio da Competência. Mas para ficar mais claro, refaça o exercício acima, partindo do mês balanço, mas
desconsiderando as operações de simples pagamento, vou colocar abaixo as operações que devem ser feitas
para ficar mais fácil.

Estou dizendo que o prejuízo será o mesmo, porém o balanço será diferente. É só para mostrar que somente
afetam o resultado da empresa, as operações que envolvam despesas e receitas do período.

Então considere o seguinte balanço:

E faca as seguintes operações do mês de setembro (veja que eliminei as operações de simples
recebimentos, se houvesse, e de simples pagamentos)

1 – Venda de R$ 300,00 de mercadorias, por R$ 1.000,00 a prazo.


2 – Contabilização do aluguel (R$ 300,00), do salário (R$ 250,00) do mês de setembro.
3 – Apuração do Imposto do mês de Setembro, 15% sobre o valor das vendas.
4 – Pagamento de despesas bancarias no valor de R$ 200,00.
5 – Pagamento de despesas de Correio no valor de R$ 50,00 a vista.

Faca a contabilização e a apuração do resultado, e verá que o prejuízo será o mesmo, porém o balanço
ficará diferente, isso não é importante, o importante é que vocês cheguem ao mesmo resultado. (prejuízo de
R$ 250,00).

No tutorial passado eu disse que colocaria um exercício, de analise para a interpretação do balanço, pois o
exercício passado pode ter parecido ser fácil, pois afinal vocês fizeram a contabilização.

Então analise o balanço e a DRE abaixo, e respondam as perguntas.

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Perguntas

1 – Qual é o total do passivo da empresa?


2 – Qual é o total da Patrimônio Liquido da empresa?
3 – Quanto a empresa tem de estoque?
4 – Quais são os bens que a empresa tem? E quanto valem?
5 – Quais são os direitos que a empresa tem? E quanto valem?
6 – Qual o total da divida de impostos da empresa?
7 – Qual o total da despesa com imposto no período da empresa?
8 – Qual o total da divida de aluguel da empresa?
9 – Qual o total da despesa com aluguel da empresa?
10 – Você acha que a empresa está atrasando o pagamento dos impostos? E o pagamento dos Alugueis?
11 – O custo da mercadoria é muito alto?
12 – A empresa tem algum empréstimo? De quanto?
13 – E quanto custou esse empréstimo a empresa no período?
14 – Se não tivesse esse empréstimo quanto seria o lucro da empresa?

No próximo tutorial estarei colocando as respostas e fazendo alguns comentários sobre os dois exercícios.

Lembrem-se: não deixem de colocar sua avaliação sobre o tutorial, assim como o seu comentário, crítica,
sugestão, dúvida ou elogio, será com base nelas que poderemos melhorar a qualidade da informação que
estamos tentando passar.

Até a próxima.

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17. Demonstração do Resultado


do Exercício – 5.ª Parte

Correção do Exercício:
Vamos corrigir os dois exercícios deixados no tutorial passado.

O primeiro era esse:

Então considere o seguinte balanço:

E faca as seguintes operações do mês de setembro (veja que eliminei as operações de simples
recebimentos, se houvesse, e de simples pagamentos)

1 – Venda de R$ 300,00 de mercadorias, por R$ 1.000,00 a prazo.


2 – Contabilização do aluguel (R$ 300,00), do salário (R$ 250,00) do mês de setembro.
3 – Apuração do Imposto do mês de Setembro, 15% sobre o valor das vendas.
4 – Pagamento de despesas bancarias no valor de R$ 200,00.
5 – Pagamento de despesas de Correio no valor de R$ 50,00 a vista.

Faca a contabilização e a apuração do resultado, e verá que o prejuízo será o mesmo, porém o balanço
ficará diferente, isso não é importante, o importante é que vocês cheguem ao mesmo resultado. (prejuízo de
R$ 250,00).

Vamos abrir os razonetes, e proceder a contabilização:

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Resumo: No presente exercício, foi idêntico ao efetuado no tutorial passado, a única diferença é que
desconsideramos os pagamentos das despesas que já haviam sido provisionadas, para demonstrar que não
influenciam no resultado, ou seja, os pagamentos e os recebimentos de valores já provisionados não alteram
o lucro ou prejuízo do mês corrente.

Vamos ao segundo exercício:

Então analise o balanço e a DRE abaixo, e respondam as perguntas.

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Perguntas

1 – Qual é o total do passivo da empresa?


2 – Qual é o total do Patrimônio Liquido da empresa?
3 – Quanto a empresa tem de estoque?
4 – Quais são os bens que a empresa tem? E quanto valem?
5 – Quais são os direitos que a empresa tem? E quanto valem?
6 – Qual o total da divida de impostos da empresa?
7 – Qual o total da despesa com imposto no período da empresa?
8 – Qual o total da divida de aluguel da empresa?
9 – Qual o total da despesa com aluguel da empresa?
10 – Você acha que a empresa está atrasando o pagamento dos impostos? E o pagamento dos Alugueis?
11 – O custo da mercadoria é muito alto?
12 – A empresa tem algum empréstimo? De quanto?
13 – E quanto custou esse empréstimo a empresa no período?
14 – Se não tivesse esse empréstimo quanto seria o lucro da empresa?

Correção:

1 – Qual é o total do passivo da empresa?

Resposta: Apesar do Patrimônio Liquido ficar no mesmo lado do passivo no balanço, não podemos confundir
um com o outro, passivo é passivo, patrimônio liquido é outra coisa, para responder tal pergunta basta
somar o saldo de todos os valores que compõem o passivo da empresa, ou seja, o valor de:
FORNECEDORES, IMPOSTOS A PAGAR, SALÁRIOS A PAGAR, ALUGUEIS A PAGAR, E DE EMPRESTIMOS que
totalizam R$ 14.600,00.

2 – Qual é o total do Patrimônio Liquido da empresa?

Resposta: Basta somarmos os saldos das contas que compõem esse grupo, que são CAPITAL SOCIAL E
LUCROS DO EXERCICIO, o resultado é R$ 7.200,00

3 – Quanto a empresa tem de estoque?

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Resposta: R$ 15.500,00 (bem fácil essa não?)

4 – Quais são os bens que a empresa tem? E quanto valem?

Resposta: Primeiramente temos que nos atentar que o ATIVO é grupo que registra o BENS E DIREITOS, logo
temos dois item, o que nos interessa na pergunta são os bens, temos como BENS apresentados no balanço,
CAIXA, MERCADORIAS e VEICULOS, logo a soma deles totalizam R$ 19.800,00. Em caso de duvida quanto a
bem e direito, reveja os primeiros tutoriais.

5 – Quais são os direitos que a empresa tem? E quanto valem?

Resposta: A empresa apresenta um único DIREITO em seu balanço, demonstrado pelo saldo da conta de
CLIENTES, que totaliza R$ 2.000,00.

6 – Qual o total da divida de impostos da empresa?

Resposta: R$ 2.450,00

7 – Qual o total da despesa com imposto no período da empresa?

Resposta: A despesa com imposto do período é a que foi demonstrada na DRE, e não no balanço. O total é
de R$ 1.000,00. Isso indica que a empresa não pagou alguns impostos de outros meses, pois o saldo da
conta no balanço é de R$ 2.450,00.

8 – Qual o total da divida de aluguel da empresa?

Resposta: R$ 900,00

9 – Qual o total da despesa com aluguel da empresa?

Resposta: R$ 300,00.

10 – Você acha que a empresa está atrasando o pagamento dos impostos? E o pagamento dos Alugueis?

Resposta: A principio podemos dizer que sim, pois vemos que houve um acumulação no total dos dois itens,
a despesa de aluguel do mês é de R$ 300,00, porém a empresa esta demonstrando que a divida dela é de
R$ 900,00. O mesmo acontece com os impostos, a despesa do mês dela com impostos foi de R$ 1.000,00, e
a divida apresentada no balanço é de R$ 2.450,00.

11 – O custo da mercadoria é muito alto?

Resposta: O custo da mercadoria foi de R$ 3.000,00, enquanto que a venda foi de R$ 5.000,00. Fazendo
uma análise podemos perceber que do preço de venda, o custo da mercadoria corresponde a 60%. Sem
entrarmos em mais detalhes, poderíamos dizer que o custo da mercadoria esta num nível bom.

12 – A empresa tem algum empréstimo? De quanto?

Resposta: Sim, de R$ 2.600,00.

13 – E quanto custou esse empréstimo a empresa no período?

Resposta: O empréstimo custou R$ 500,00 (dados extraído da DRE, na linha de Juros sobre Empréstimos)

14 – Se não tivesse esse empréstimo quanto seria o lucro da empresa?

Resposta: Bastaríamos somar ao lucro liquido o valor da dívida de juros, pois se assim fosse, a empresa
deixaria de ter uma despesa, como a despesa diminui o lucro, concluímos que se retirássemos uma despesa,
aumentaríamos o lucro, logo chegaríamos a quantia de R$ 520,00.

Conclusão

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Apesar de um exercício simples, podemos ver que conseguimos extrair uma grande quantidade de
informações dos demonstrativos contábeis acima, com o passar do tempo e o decorrer dos demais tutoriais,
começaremos a analisar os demonstrativos mais profundamente. O que gerará uma quantidade de
informações adicionais.

Afim de finalizar a série de tutoriais sobre a Demonstração do Resultado, vamos fazer juntos, mais dois
exercícios, bem simples com poucos lançamentos pois a idéia aqui é desmistificar um assunto polemico.

É bem comum as pessoas que não tem conhecimento de contabilidade associarem o lucro com dinheiro, isto
que quer dizer que, as pessoas quando percebem que a empresa deu lucro no período acham logo que ela
aumentou a quantidade de dinheiro dentro da empresa, só que não é bem assim.

Podemos dizer o mesmo quando uma empresa tem prejuízo, as pessoas acham que aquela empresa está
ficando sem dinheiro.

Vamos fazer os exercícios, como esse exercício será somente para analise do exposto acima, vamos
somente contabilizar, e apurar o resultado e efetuar o balanço sem montar a DRE.

Considere o seguinte balanço.

Em Fevereiro foram efetuadas as seguintes operações:

1 – Venda de R$ 500,00 de mercadoria por R$ 1.700,00 a prazo.


2 – Pagamento de R$ 2.300,00 de fornecedores.
3 – Pagamento dos Impostos e salários que estavam a pagar.
4 – Compra de moveis para o escritório por R$ 1.000,00 a vista.
5 – Contabilização das despesas de impostos, 10% sobre as vendas.
6 – Contabilização da Despesa de Aluguel, R$ 300,00.

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Percebam que conforme apurado, a empresa teve um lucro de R$ 730,00. O que não quer dizer que ela
aumentou seu dinheiro no mesmo valor, muito pelo contrario houve uma grande diminuição do dinheiro, no
inicio (balanço de janeiro), ela tinha R$ 4.000,00 em dinheiro através da conta Banco, e no final de fevereiro
ela só tinha R$ 50,00.

Mas porque isso ocorreu? Podemos notar que 3 grandes fatores ajudaram a isso ocorrer, o primeiro foi o
pagamento de parte da divida com o fornecedor, no valor de R$ 2.300,00. O segundo foi a compra de
móveis a vista, no valor de R$ 1.000,00. E o terceiro foi que a venda que a empresa fez, foi totalmente a
prazo, assim ela deixou de receber R$ 1.700,00.

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Lógico que a soma desses três fatores não resulta num no valor exato da diminuição do dinheiro em caixa,
para demonstrar tal situação teremos uma outra demonstração contábil que veremos mais adiante. O
objetivo aqui foi demonstrar que nem sempre uma empresa que teve lucro aumenta o seu dinheiro em
caixa.

Vamos agora demonstrar o contrario que nem sempre quando a empresa tem prejuízo, quer dizer que houve
uma diminuição de dinheiro.

Para tal vamos considerar o balanço acima, para fazer os seguintes lançamentos no mês de março, após
faremos os lançamentos, a apuração do saldo, e o balanço, para vermos como é que ficou agora.

1 – Recebimento de R$ 2.000,00 de clientes.


2 – Pagamento de toda a divida com o fornecedor.
3 – Venda de R$ 300,00 de mercadoria por R$ 500,00 a vista.
4 – Contabilização da despesa de aluguel no valor de R$ 300,00
5 – Contabilização das despesas de impostos no valor de R$ 100,00.

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Conforme apuramos, houve um prejuízo de R$ 200,00 no mês de Março. E o dinheiro da empresa aumentou
bastante, o que antes de R$ 50,00 agora passou a ser R$ 1.300,00. O que contribuiu para esse aumento de
dinheiro foi o recebimento de R$ 2.000,00 de clientes. Provando que nem sempre quando uma empresa
apresenta um prejuízo ela esta sem dinheiro.
Nos próximos tutoriais começaremos com alguns conceitos novos, acrescentando novas despesas, novos
itens nos balanços, e fazendo comentários quando for necessário.

O exercícios irão sempre alternando entre lucros e prejuízos, e faremos sempre que necessário a DRE para
fixarmos o aprendizado.

Ok?

Lembrem-se: não deixem de colocar sua avaliação sobre o tutorial, assim como o seu comentário, crítica,
sugestão, dúvida ou elogio.

Até a próxima.

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19. Balancete de Verificação –


1.ª Parte

Introdução:
Nos primeiro tutoriais após cada lançamento fazíamos um balanço patrimonial, depois de algum tempo,
percebemos que esse procedimento era inadequado devido à quantidade de operações que uma empresa
pode efetuar num único dia, se considerarmos um mês inteiro então, seriam centenas e mais centenas de
balanços.

Então começamos a trabalhar com os razonetes e só fazíamos os balanços quando era solicitado.

Porém fazer o balanço algumas vezes também tem o seu inconveniente, vocês já perceberam?

Que é o de ter que ficar zerando os saldos das contas de despesas e receitas, transferindo-os para a conta
de Apuração do Resultado do Exercício, e após para finalizar transferíamos para a uma conta dentro do
Patrimônio Liquido, que podia ser a conta de Lucros do Exercício ou Prejuízos do Exercício.

Isso é trabalhoso não?

Feito o balanço, só tínhamos apresentadas as contas de ativo, passivo e patrimônio liquido, faltavam as
contas de resultado (CUSTOS, DESPESAS e RECEITAS). Ai tínhamos que elaborar a DRE.

Ou seja, é um trabalho atrás de outro trabalho não?

Para resolver tal impasse temos um outro demonstrativo contábil, que e chamado de BALANCETE DE
VERIFICAÇÃO ou BALANCETE.

Mas o que seria o balancete de verificação?

O balancete de verificação é uma demonstração parecida com balanço no inicio, ou seja, apresenta o saldo
todas as contas patrimoniais, e ainda apresenta o saldo das contas de resultado, num único demonstrativo.

Antigamente ainda tínhamos um outro impasse que era resolvido com a utilização do Balancete de
Verificação, sabemos que para cada valor a debito teremos um credito em igual valor certo?. Logo, todos os
lançamentos a créditos devem ser iguais a todos os lançamentos a debito. Certo? E que é esse mecanismo
que faz o balanço fechar, ou seja, ativo é igual ao passivo.

No passado a contabilidade era feita manualmente, não tínhamos sistemas informatizados como os de hoje,
então estávamos sujeitos a muito mais erros (troca de valores, erros de valores e etc) que ocasionavam de
a soma dos débitos não serem iguais a soma dos créditos, conseqüentemente o balanço não fechava.

Então o que contador fazia, pegava todos os saldos finais das contas no livro razão (razonetes não existe na
pratica só para fins de aprendizagem), e para cada conta colocava o seu respectivo saldo e ainda indicava se
era credor ou devedor, assim na conta caixa, ele indicava o seu saldo final de R$ 1.000,00 DV (por exemplo)
e assim com todas as demais contas.

Quando acabasse esse procedimento, bastava somar todos os saldos finais CREDOR e depois todos os saldos
finais CREDOR, se um fosse igual ao outro, caso ele efetuasse o zeramento das contas de resultado naquela
hora o balanço teria que fechar, a não ser que ele errasse em algum lançamento na hora de zerar as contas.

Parece meio complicado não, mais vamos exemplificar:

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Considere o seguinte balanço inicial.

Faca as seguintes operações:

1 – Compra a prazo de R$ 500,00 de mercadoria a prazo.


2 – Pagamento de R$ 900,00 de fornecedores
3 – Venda de R$ 400,00 de mercadorias por R$ 700,00 a vista.

Após apure o resultado e faca o novo balanço patrimonial, e depois a DRE.

Os lançamentos ficariam assim:

Bem, até aqui temos todas as operações contabilizadas, somente para efeito de melhor compreensão do
balancete de verificação vamos fazer os lançamentos de apuração do resultado em novos razonetes, já
considerando os lançamentos efetuados.

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Vamos agora fazer o balanço patrimonial e ver como ficará:

Agora a DRE:

Bom vamos aprender agora como é feito o Balancete de Verificação, e compararemos as semelhanças entre
ambos.

Balancete de Verificação:

O primeiro passo para elaborar o balancete de verificação é dispor de todos os razonetes com todas as
operações contabilizadas, que são os primeiros razonetes que fizemos, acima, onde deixei uma observação
dizendo que seriam para facilitar a feitura do balancete.

O objetivo disso é demonstrar que para fazermos o balancete de verificação temos que partir desse ponto.

Vejamos os razonetes com todas as operações contabilizadas (antes do zeramento das contas de resultado).

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O segundo passo é acharmos o saldo de cada conta, e indicar se ela é credora ou devedora. Achar o saldo da
conta no momento, não é mais mistérios nenhum basta somarmos os lançamentos de cada lado do razonete
e diminuir o maior saldo do menor. O saldo será devedor ou credor, se o resultado encontrado estiver no
lado do débito ou do crédito.

Por exemplo, o saldo da conta Bancos é de R$ 800,00 DEVEDOR, ou R$ 800,00 DV.

Como achamos esse saldo, primeiro eu somei todos os lançamentos que estavam no lado do debito do
razonete (1.000,00 de saldo inicial + 700,00 do lançamento n.º 3), totalizando R$ 1.700,00 DEVEDOR.

Após eu somei todos os lançamentos a crédito na conta, que na verdade é só um lançamento, porem se
fosse mais teríamos que somar, logo, chegamos ao saldo de R$ 900,00 CREDOR.

Diminuindo o maior (R$ 1.700,00 DEVEDOR), do menor (R$ 900,00 CREDOR), temos um saldo de R$ 800,00
DEVEDOR.

Entendido isso podemos apurar o saldo de todas as contas, por enquanto utilizaremos as siglas CR para
indicar um saldo credor e a sigla DV para indicar um saldo devedor.

Vamos apurar o saldo de todas as contas.

Esse modelo acima de Balancete de Verificação podemos dizer que seria um Tiranossauro-Rex, dos
balancetes, bem pré-histórico, na verdade existe outras formatações que veremos mais adiante, mais já
serve para entendermos a finalidade do balancete.

O primeiro ponto a ser reparado, e quanto abrangência, vejam que apresentamos todas as contas de ativo,
passivo, receita e custo, se houve conta de despesa essa seria apresentada.

Ou seja, no balancete temos uma parte das informações que aparecem no balanço, vejam que o saldo das
contas de BANCOS, MERCADORIAS, CLIENTES, FORNECEDORES E CAPITAL SOCIAL, são idênticas as
apresentadas no balanço.

Temos também uma boa parte das informações que estavam na DRE percebam que o valor apresentado nas
contas de RECEITA DE VENDAS e CMV são os mesmo que estavam na DRE.

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Qual foi a conta que tem no balanço que o balancete de verificação não mostrou? A conta de Lucros do
Exercício.

E qual a conta que tem na DRE que o balancete não mostrou? A conta de Lucros do Exercício.

Ou seja, uma única conta que não foi mostrada, que é comum aos dois demonstrativos. Voltaremos a falar
dessa diferença depois.

Vamos continuar, com a nossa analise.

Outro ponto é quanto a forma de apresentação, vejam que primeiro foi apresentada as contas de ATIVO,
depois as contas de PASSIVO e PATRIMONIO LIQUIDO. Essas contas devem ser apresentadas sempre nessa
ordem primeiro ativo e depois passivo e patrimônio líquido.

Logo depois apresentamos as contas de Receita e Custo, se houvesse conta de DESPESA também seria
apresentada, aqui não tem ordem para apresentação, porém é mais comum apresentarmos primeiro a
Receita depois o Custo depois a Despesa, pois fica até parecido com a DRE, mais isso é caso a caso.

Vamos agora quanto ao ponto crucial, como saberíamos que se apurássemos o resultado, nosso ativo seria
igual ao passivo?

Vejam que ao lado de cada valor temos a sigla da natureza do saldo da conta CR para CREDOR e DV para
DEVEDOR, basta somarmos todos os saldos devedores, e depois somarmos todos os saldos credores, os
resultados devem ser iguais.

Vamos ver?

Saldos devedores:

Com saldos devedores, temos as contas de Bancos, Clientes, Mercadorias e CMV, que somando os saldos
temos R$ 3.800,00 DEVEDOR.

Somando os saldos credores teríamos R$ 3.800,00 CREDOR, que é a soma dos saldos das contas de
Fornecedores, Capital Social e Receita de Vendas.

Isso indica que se efetuarmos os lançamentos de apuração do resultado, nosso balanço fecharia.

Mas vamos entender por que podemos dizer que o balanço fechará.

Primeiro já vimos que as contas patrimoniais (BANCO, CLIENTES, MERCADORIAS, FORNECEDORES e


CAPITAL SOCIAL), estão com o mesmo saldo, tanto no balanço quanto no balancete, isso porque fizemos o
balancete já considerando todas as operações do mês. E além do mais essas contas não são envolvidas na
apuração do resultado, onde zeramos somente as contas de resultada (CUSTOS, DESPESAS e RECEITAS).

O primeiro ponto que faz diferença são as contas de RECEITA, CUSTOS e DESPESAS, se percebemos bem, a
diferença do balanço para o balancete, é que no balancete essas contas são mostradas pelos seus saldos
totais, e que no balanço essas contas não são mostradas pelos saldos totais e sim pela diferença entre elas,
assim no balanço temos um único valor que mostra a diferença entre as contas de resultado, no balanço,
mostramos a conta de Lucros do Exercício com o saldo de R$ 300,00 que é a diferença do saldo da conta de
Receita de Vendas menos o saldo da conta de CMV (700,00 – 400 = 300).

Então se pegássemos o nosso balancete:

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Somássemos todos os valores devedores, teríamos R$ 3.800,00 diminuindo o saldo da conta de CMV que é
de R$ 400,00 temos um total de R$ 3.400,00, isso porque na verdade o CMV vai ser apurado contra o saldo
da conta de Receita de Vendas, e o resultado vai ser demonstrado numa conta dentro do PATRIMÔNIO
LIQUIDO, no nosso caso Lucros do Exercício.
Esse total de R$ 3.400,00 já se iguala ao total do ativo que apuramos no balanço.

Vamos agora fazer o mesmo nos saldos credores, temos um total de R$ 3.800,00, diminuindo o saldo da
conta de Receita de Vendas (700,00), temos um total de R$ 3.100,00, que não é igual ao total do nosso
passivo, que é de R$ 3.400,00, ou seja, temos uma diferença de R$ 300,00.

Essa diferença é justamente o valor que sobrará se diminuirmos o valor da conta de RECEITA DE VENDAS,
menos o valor da conta de CMV. Que resultará em R$ 300,00, que nada mais é do que o LUCRO DO
EXERCICIO que apuramos acima, lembrando que esse valor apurado, é de natura CREDORA, ou seja o seu
saldo é CREDOR, voltamos agora aos R$ 3.100,00 CREDOR, se somássemos com mais os R$ 300,00
CREDOR, teríamos R$ 3.400,00 CREDOR, agora o nosso saldo CREDOR, fica igual ao nosso passivo.

Isso acontece por causa do mecanismo da contabilidade onde temos que ter sempre um débito e um crédito
de igual valor.

Resumindo o Balancete de Verificação mostra que temos R$ 3.800,00 em valores a débito independente se
tais valores são de contas de ativo ou não, e o mesmo contas as contas credoras, independente se esses
saldos são de contas do passivo e patrimônio liquido ou não.

Nos próximos tutoriais, vamos aprender outros modelos de Balancetes de Verificação e conforme formos
prosseguindo, os exercícios ajudarão a entender isso melhor.

Mais somente por curiosidade vamos ver se que o vimos acima é verdade, agora vamos utilizar um
balancete com os valores a débitos diferentes dos valores a créditos:

Vejam que é o mesmo balancete do outro exercício, a única alteração foi que diminui R$ 100,00 do saldo da
conta de CMV.

Somando os saldos, devedores temos R$ 3.700,00 e os saldos credores temos R$ 3.800,00.

Tentem fazer o balanço, a apuração do resultado e vejam se o balanço fecha, no próximo tutorial
“corrigiremos”.

Lembrem-se que as contas de Ativo, Passivo e Capital Social já estão contabilizadas, logo a única coisa que
deve ser feita é apurar o lucro ou prejuízo, colocar no grupo do patrimônio liquido, e ver se o balanço esta
fechando.

Até a próxima.

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20. Balancete de Verificação –


2.ª Parte

Introdução:
No tutorial passado aprendemos os primeiros conceitos sobre o Balancete de Verificação, no presente
tutorial vamos aprofundar um pouco mais em outros conceitos,

Vamos corrigir o “exercício” deixado no ultimo tutorial.

Correção do Exercício:
O exercício era esse:

Mais somente por curiosidade vamos ver se que o vimos acima é verdade, agora vamos utilizar um
balancete com os valores a débitos diferentes dos valores a créditos:

Vejam que é o mesmo balancete do outro exercício, a única alteração foi que diminui R$ 100,00 do saldo da
conta de CMV.

Somando os saldos, devedores temos R$ 3.700,00 e os saldos credores temos R$ 3.800,00.

Tentem fazer o balanço, a apuração do resultado e vejam se o balanço fecha, no próximo tutorial
“corrigiremos”.

Lembrem-se que as contas de Ativo, Passivo e Capital Social já estão contabilizadas, logo a única coisa que
deve ser feita é apurar o lucro ou prejuízo, colocar no grupo do patrimônio liquido, e ver se o balanço esta
fechando.

Correção:

Como dito acima, os saldos apresentados no balancete já estão contemplados todos os lançamentos, logo
não há necessidade de abrirmos os razonetes para efetuarmos lançamentos tendo em vista que todos os
lançamentos já estão feitos.

Podemos então fazer logo de imediato o balanço

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O saldo da conta de Bancos, Clientes, Mercadorias, Fornecedores e Capital Social, é o mesmo que estava
apresentado no Balancete, isso porque quando fazemos o balancete, todos os lançamentos já estão
efetuados.

A única diferença é em relação as contas de Receita de Vendas e CMV, os quais temos que apurar o lucro ou
prejuízo e incluir no balanço, no caso acima foi um lucro de R$ 400,00. (700-300).

Como havia dito o balanço não vai fechar, pois houve um erro no saldo da conta de CMV, que esta inferior
em R$ 100,00.

Conseqüentemente tal diminuição no Custo das Mercadorias Vendidas aumentou o lucro em R$ 100,00, ele
deveria ser de R$ 300,00, o faria o nosso balanço fechar em R$ 3.400,00 tanto no ativo quanto no passivo.
Em relação a esse aumento o saldo da conta de Lucros do Exercício aumento R$ 100,00, portanto o nosso
passivo aumentos em R$ 100,00, por isso ele esta com o valor de R$ 3.500,00.

É importante entender essa questão, pois toda vez que elaborarmos um balancete e a soma dos débitos não
for igual a soma dos créditos, tem alguma coisa errada e precisamos rever os lançamentos.

Vamos continuar o nosso aprendizado.

Balancete de Verificação com


Duas Colunas:
O Balancete que aprendemos o tutorial passado é bem simples, na verdade existe varias formas de
apresentação de balancetes.

Vamos aprender agora como é a forma do balancete de duas colunas.

Esse balancete se apresenta da seguinte forma:

Existem duas diferenças básicas em relação ao balancete anterior, a primeira é que os valores a débitos são
apresentados em sua coluna especifica o mesmo com os valores a crédito, isso torna mais limpo a aparência
do balanço, e permite que seja apurado o total lançado a débito e a crédito, como pode ser visto na última
linha, como é o computador que elabora tais somatórios isso evita que tenhamos que ficar somando os
valores para se achar os totais.

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Vale ressaltar que é importante entender o balancete de uma única coluna, pois esse é o modelo que na
maioria das vezes é utilizado nas provas de concurso, e quase sempre não há a indicação se os valores são a
debito ou a crédito.

Quando digo uma única coluna, estou me referindo a uma única coluna para os saldos, pois o primeiro
balancete, tinha duas colunas, mas somente uma era para o saldo, a outra indicava a natureza do saldo da
conta, ok?

Esse balancete, de uma única coluna também pode ser apresentado assim:

Na maioria das vezes o balancete apresentado em concursos é assim:

O candidato tem que saber que saldos são a débito ou a crédito.

Temos ainda o balancete de 4, 6 e 8 colunas, mais para chegarmos a esses, necessitaremos de um exercício
suporte, que vamos faze-lo agora.

Exercício:
Vamos começar do zero, desde a abertura de uma empresa:

As operações foram as seguintes:

1 – Integralização do Capital Social em dinheiro no valor de R$ 20.000,00.


2 – Abertura de uma conta corrente com deposito inicial de R$ 19.000,00.
3 – Compra de Moveis para o Escritório da Empresa no valor de R$ 3.000,00 a vista, com cheque.
4 – Compra de um Veiculo no valor de R$ 10.000,00, sendo 30% a vista (em cheque) e o restante
financiado em parcelas de R$ 500,00.
5 – Compra de R$ 1.000,00 de mercadorias, a vista com dinheiro do caixa.
6 – Compra de R$ 500,00 de mercadorias, a prazo.

Vamos contabilizar todas as operações e fazer primeiro o balancete simples de uma única coluna e com a
indicação do saldo.

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Contabilizada todas as operações podemos fazer o balancete, que ficaria da seguinte forma:

Vamos fazer alguns comentários:

Primeiro percebam que efetuamos o balancete, após todos os lançamentos estarem efetuados. Segundo que
a conta caixa, devido a estar com o seu saldo zerado, NESSE MODELO de balancete não é mostrada. E que a
soma dos débitos confere com a soma dos créditos em R$ 27.500,00.

Vamos agora, com o mesmo exercício efetuar o balancete de duas colunas, que ficaria assim:

Balancete de Verificação com


Quatro Colunas:
Para entendermos o balancete de 4 colunas, vamos fazer um outro exercício partindo dos saldos
apresentados no balancete acima, após faremos o balancete de uma coluna indicando o saldo, e o de duas
colunas depois veremos como é feito o balancete de 4 colunas.

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As operações foram as seguintes:

1 – Pagamento com cheque de uma parcela do veiculo (R$ 500,00) como dito no exercício anterior.
2 – Pagamento com cheque de R$ 100,00 da divida com o fornecedor.
3 – Venda de R$ 100,00 de mercadorias por R$ 300,00 a prazo.
4 – Retirada de dinheiro do banco, para recompor o caixa da empresa no valor de R$ 500,00.
5 – Compra de mais R$ 200,00 em moveis a vista.

O primeiro passo é abrir os razonetes, tendo em vista que faremos novos lançamentos, indicando o saldo
inicial e numerando as operações, somente os lançamentos sem efetuarmos os zeramentos das contas de
resultado.

Feito isso podemos fazer os balancetes solicitados.

O Balancete de 1 coluna ficaria assim:

Somem os valores a débitos e a credito e vejam que totalizam R$ 27.200,00.

Vamos agora fazer o balancete de duas colunas, que ficaria assim:

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Vamos aprender agora como é o balancete de 4 colunas.

Esse balance se apresenta da seguinte forma:

Vejam que na primeira coluna temos o nome da conta, nas linhas abaixo preencheremos com o nome de
cada conta, por exemplo BANCOS, MERCADORIAS, FORNECEDORES e assim sucessivamente até acabarmos
com todas as contas.

Na coluna ao lado, temos o saldo anterior, nessa coluna preencheremos com o saldo da conta antes de
começarmos a fazer os lançamentos, que no nosso exemplo acima, pode ser tanto o saldo final do ultimo
balancete que fizemos como o primeiro valor que esta indicado no razonete como Saldo Inicial (Si), por
exemplo na conta Bancos seria de R$ 13.000,00 e ainda nessa coluna colocaremos a sigla do saldo no caso
DV.

Na próxima coluna de titulo MOVIMENTOS, temos duas sub-colunas, uma A DEBITO e a outra A CREDITO.
Na coluna a debito indicaremos o total de todos os lançamentos que foram efetuados a debito na conta em
questão, no nosso exemplo da conta BANCOS, preencheríamos com 0,00 ou -, pois não foi efetuado nenhum
lançamento a debito nessa conta no exercício passado, já na coluna a credito preencheríamos com R$
1.100,00, pois esse foi o total dos lançamento a créditos que fizemos nessa conta.

Na coluna saldo atual, preencheríamos com o valor do saldo final da conta, indicando a sigla do saldo, assim
por exemplo a conta bancos e a conta Caixa ficariam da seguinte forma no balancete de 4 colunas:

Para melhor compreensão olhem os respectivos razonetes acima.

Vejam que na conta Caixa, como o saldo anterior era R$ 0,00, não indicamos a sigla, percebam que
podemos chegar ao saldo final de outra forma também da seguinte forma:

Na conta caixa tínhamos R$ 0,00 de saldo, fizemos débitos de R$ 500,00 (logo, aumentamos o seu saldo em
R$ 500,00), e fizemos créditos de R$ 300,00 (logo, diminuímos o seu saldo em R$ 300,00), se tínhamos
nada, aumentamos 500,00 e diminuímos 300,00 ficamos com? 200,00.

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O mesmo com a conta de fornecedores tínhamos 13.000,00 aumentamos nada, e diminuímos 1.100,00
ficamos com 11.900,00.

Na ultima linha temos o TOTAL que somente é preenchido para as sub-colunas de MOVIMENTOS, é só somar
todos os valores a débito e na outra sub-coluna todos os valores a crédito, no exemplo acima, como não
preenchi todas as contas o somatório dos débitos não será igual ao dos créditos, porem quando efetuarmos
o completo preenchimento, esses valores tem que ser iguais.

A vantagem desse balancete em relação aos de 1 e 2 colunas é na quantidade de informações, pois vejam
que ele mostra o saldo que você tinha no balancete anterior, os movimentos a débito, a crédito e o saldo
final, nos outros balancetes só tínhamos o saldo final.

Esse modelo de balancete é o mais comum nos programas de contabilidade, pois gera uma boa quantidade
de informações e ocupa mais ou menos uma folha completa, os balancetes com de 6 e 8 colunas exigem um
papel bem maior na hora da impressão, ou então vão reduzir tanto as letras que alguém que não enxergue
direito não conseguirá ver nada.

Tentem terminar o preenchimento do balancete acima, no próximo tutorial corrigiremos e continuaremos


nosso aprendizado.

Até a próxima.

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21. Balancete de Verificação –


Parte Final

Correção do Exercício:
No tutorial passado terminamos aprendendo como é o balancete de 4 colunas, e ficou a proposta de que
tentassem terminar o preenchimento do mesmo, vamos a correção:

O balancete já tinha duas linhas preenchidas, bastava terminar, estava da seguinte forma:

Vamos continuar:

Agora preenchendo a linha referente a conta Moveis.

Tínhamos um saldo inicial, ou do balancete anterior de R$ 3.000,00 DV, fizemos um lançamento a débito
nessa conta, aumentando assim o seu valor, em R$ 200,00, referente a operação N.º 5., não houve
lançamento a créditos nela, e o nosso saldo Atual, é de R$ 3.200,00, que é os R$ 3.000,00 iniciais, mais os
R$ 200,00 referentes a compra.

Vamos agora preencher a linha de Veículos.

Tínhamos um saldo inicial de R$ 10.000,00 DV, não tivemos movimentos a débito nessa conta, e nem a
crédito, ou seja, não aumentamos e nem diminuímos nada nessa conta, logo o nosso saldo atual ou final, é
os mesmos R$ 10.000,00 DV.

Vamos agora preencher o balancete por completo.

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Feito isso temos o nosso balancete de 4 colunas preenchidos por completo, reparem que os LANCAMENTOS a
débito conferem com os lançamentos a credito, indicando que o nosso balanço caso seja encerrado as contas
de resultado, o ativo e o passivo serão iguais.

Se perceberem, os saldos finais, são iguais aos últimos balancetes feitos no tutorial passado, a única
diferença é que o modelo de 4 colunas, apresentam o saldo inicial, e os totais de movimentos efetuados a
crédito e a débito em cada conta.

E em comum aos demais balancetes de 1 e 2 colunas, temos o saldo Atual ou Final.

Somente para não ficar passar em branco, vamos demonstrar duas análises que o balancete de 4 colunas
permite fazer.

O Saldo Inicial da conta de mercadorias é de R$ 500,00, temos no balancete que essa conta só foi
movimentada a crédito, indicando que diminuímos o saldo dela (motivada pela venda efetuada). Logo
podemos concluir que não houve compras de mercadorias no período abrangido pelo balancete. E realmente
não houve compras não foi?

Mas vamos supor que tivéssemos feito uma compra no valor de R$ 200,00, logo no balancete acima
teríamos OBRIGATORIAMENTE que estar apresentando um movimento a débito no valor de R$ 200,00 na
linha da conta de Mercadorias. Isso indicaria que ou o lançamento não foi efetuado, ou foi efetuado a débito
em alguma outra conta, indicando nesse caso que houve um erro de identificação na conta, isso é muito
comum de acontecer no dia a dia.

Vamos agora ver como é apresentado o balancete de 6 colunas.

Balancete de 6 Colunas:
O balancete de 6 colunas não tem mistério nenhum, a única diferença em relação ao de 4 colunas, é que os
Saldos anteriores, e os saldos Atuais, são separados em colunas de acordo com a sua natureza idêntico
como fazemos com os movimentos, Vamos ver o mesmo balancete que fizemos com 4 colunas, só que agora
apresentado no modelo de 6 colunas.

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Outro item adicional é somatório ao final de cada coluna.

Balancete de 8 Colunas:
A diferença dos demais balancetes para o balancete de 8 colunas, é que este apresenta sob a coluna de
Movimento os valores lançados a débito e a crédito, bem como os saldos Finais de um determinado período.

Sua estrutura é a seguinte:

Vamos somente exemplificar esse modelo de balancete.

Vamos supor que estamos no mês de Outubro, e que queremos analisar o balancete de Agosto.

O nosso balancete de 8 colunas ficaria da seguinte forma:

Percebam que o balancete se refere ao mês de Agosto.

Na coluna de balancete anterior estamos apresentando o saldo final do balancete anterior, que no caso em
questão se refere ao balance de Julho, sob a coluna movimentos do período, temos os movimentos a debito
e a crédito das contas Caixa e Fornecedores, bem como o saldo final referente ao mês de Agosto, e na
coluna de Balancete Atual, temo o saldo final do mês que estamos, que é referente ao mês de OUTUBRO.

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Na linha de TOTAL, todas as colunas devem ser somadas e é lógico que os valores devem ser iguais em
todas elas.

Para fazermos esse balancete, precisaríamos dos saldos finais do balancete do mês de Julho, do balancete
de 6 colunas do mês de Agosto, e do Balancete de Outubro.

Esse balancete é utilizado para comparar o crescimento de uma conta de um período para o outro. Porém
para esse caso é mais conveniente utilizarmos os balancete comparativo.

Balancete Comparativo:
Esse balancete serve para vermos como e quanto cada conta se alterou durante um período, vejamos como
ele é apresentado:

Esse balancete basicamente simples, somente apresenta os saldos finais de cada período.

Como dito acima ele serve basicamente para análise do comportamento de cada conta durante o período.

O período apresentado pode ser o mais diverso possível, desde 2 meses até um ano inteiro ou mais.

Vejam que no item Mercadorias o estoque aumentou muito de um mês para o outro, em Abril ele era R$
2.000,00 e em maio passou para R$ 9.000,00.

Vários fatores podem ter contribuído para isso, tal como um desconto em compras de grandes valores, ou
até mesmo uma expectativa de vendas elevadas, isso é comum em empresas que tem uma sazonalidade
mais acentuada, assim entendido aquelas empresas em que determinados meses vendem mais do que em
outros, por exemplo, é comum um supermercado pequeno comprar mais quantidades no inicio do mês, que
é onde as pessoas costumam fazer suas maiores compras, ou poderíamos supor uma loja de roupas, no mês
de Dezembro é comum elas aumentarem os seus estoques, e assim por diante.

A conta de Moveis, manteve o mesmo saldo durante 3 meses, depois aumentou em R$ 200,00 passando a
ter um saldo de R$ 3.200,00, indicando que naquele mês foi efetuada uma compra de algum móvel.

A conta Veículos manteve o mesmo saldo durante todo o período, indicando que não houve alterações nela
durante tal período.

Considerações Importantes:

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Todo balancete deve ser identificado no seu cabeçalho pelo nome da empresa e período que esta
abrangendo, assim:

Ou assim:

Ou ainda:

No exemplo acima o saldo Atual se refere ao final do mês de Outubro, os valores da coluna de Saldo Anterior
se referem aos saldos finais do mês de Setembro, e os movimentos se referem aos que ocorrem durante o
mês de Outubro.

Resumo:
Os balancetes de verificação servem para análise, são muitos mais práticos do que ficarmos fazendo
balanços e DRE´s.

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Apresentei acima os balancetes mais comuns, porém o que vai determinar o modo de apresentação de cada
balancete é a necessidade de informações que os gestores necessitam, assim se for necessários os
balancetes podem ser diários, de 1, 2, 4, 6, 8 e etc .... colunas.
Para efeitos de aprendizado nos próximos tutoriais, utilizaremos os balancetes de 4 ou 6 colunas.

OK?

Lembrem-se: não deixem de colocar sua avaliação sobre o tutorial, assim como o seu comentário, crítica,
sugestão, dúvida ou elogio, será com base nelas que poderemos melhorar a qualidade da informação que
estamos tentando passar.

Até a próxima.

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CONTABILIDADE COMERCIAL

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1. Operações com Mercadorias – 1.ª


Parte

Introdução:

Nos tutoriais passados, aprendemos como é contabilizada a venda de uma


mercadoria, porém eu sempre dizia qual era o valor da mercadoria que tinha sido
vendida (venda de R$ 500,00 de mercadorias, por R$ 1.000,00), por exemplo.

Era com base nesse valor que dizia que era apurado o Custo das Mercadorias
Vendidas, o CMV.

Logicamente que o valor que eu dava era chutado, porém na prática você deve ter
um controle das suas mercadorias que foram vendidas de modo a identificar o
valor do custo de cada uma delas.

Imagine que você tenha uma empresa que venda cadeiras, você compra mais de
100 tipos de cadeiras diferentes por mês, cada cadeira dessas tem o seu preço de
custo, que nada mais é do que o preço que você pagou ou pagará por ela.

Logicamente cada cadeira dessas terá o seu próprio preço de venda.

E como faríamos para identificar o custo de cada cadeira dessa, já que vimos que
cada uma tem o seu custo?

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Esse é um dos assuntos que serão tratados nessa série de tutoriais.

Para resolvermos tal impasse temos que ter um controle de todas as mercadorias
que temos no estoque, de modo que nos facilite a identificar o custo de cada
mercadorias que foi vendida. Esse controle é chamado de CONTROLE DE
ESTOQUE.

Controle de Estoques:

Controlar os estoques é uma operação de extrema importância nas empresas de


qualquer tamanho.

Imagine que você tenha uma empresa que venda qualquer coisa, se você não
tiver um controle de estoque, ficará sujeito a roubos de mercadorias, e detalhe
nunca ficará sabendo que foi roubado, pois você não tem controle sobre elas.

Outro fator importante quanto ao controle de estoque é para determinamos o custo


correto da mercadoria, saber apurar o custo correto é vital para qualquer empresa,
se você não souber quanto te custa uma mercadoria como é que você saberá o
valor que você pode vende-la? Imagine que um cliente entra em sua loja e quer
comprar 100 cadeiras de uma só vez e pagando a vista, só que ele quer um
desconto, ora se você não sabe quanto cada cadeira dessa te custou, como você
poderá saber o desconto que você pode dar para o seu cliente?

Temos ainda o controle de estoque para fins gerenciais, este é de extrema


importância. Pois pode acontecer de sua empresa comprar tanta mercadoria a
prazo e quando chegar na data de pagamento você ainda não ter vendido o

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suficiente para pagar ao seu fornecedor, se você tiver dinheiro em caixa tudo bem
você até consegue pagar mais vai ficar sem dinheiro para outras situações, ou
seja, você vai ficar sem capital de giro.

Logo, se você tem um bom controle de estoque você pode determinar o seu
PONTO DE PEDIDO, que nada mais é do que o nível mínimo de estoque que
você pode ter, quando chegar a esse ponto, você deve comprar mais mercadorias
até chegar ao nível normal de mercadorias, que nada mais é do que a quantidade
de mercadoria, que você consegue vender antes de ter que pagar ao seu
fornecedor. Veremos mais sobre esses assuntos quando falarmos de
contabilidade Gerencial.

Vamos continuar.

Tipos de Controle de Estoques:

Os controles de estoques também são chamados de inventários.

Existem dois tipos inventário, o inventário permanente e o periódico.

O inventário nada mais é do que você relacionar todas as mercadorias que você
possuiu numa determinada data.

Outro fator importante é que a elaboração do inventario é uma obrigação legal, ou


seja, é lei.

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As empresas são obrigadas a fazer um inventário ao menos uma vez no ano, e
tem mais são duas leis que obrigam a fazer isso tanto a lei do estado, quanto a lei
a nível federal.

O estado, tem interesse no inventário pois cobra o ICMS que é um imposto sobre
a circulação de mercadorias.

E a lei a nível federal porque cobra o imposto sobre o lucro da empresa, é já vimos
que o custo da mercadoria reduz o lucro de uma empresa.

Se não tivéssemos a obrigação de fazer um inventário, a Receita Federal (que


cobra os impostos a nível federal), não teriam como saber se o custo das
mercadorias que você diminuiu do seu lucro foi o correto.

E o Estado que cobra o ICMS não teria como saber se você realmente pagou o
seu ICMS direitinho.

Isso porque com base no inventário quando tiver uma fiscalização na empresa,
eles conseguem chegar a quantidade correta que o seu estoque tem que ter de
mercadorias e com base nisso eles conseguem chegar a uma conclusão sobre os
seus impostos.

Mais adiante veremos como é que eles chegam a essa conclusão.

Vamos voltar aos inventários, vamos inicialmente falar do inventário periódico.

Inventário Periódico:

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O próprio nome já diz como ele é feito, de tempo em tempo ou periódico.

O inventário periódico é aquele em que numa determinada data, você relaciona


todas as suas mercadorias.

Vamos exemplificar para ficar mais fácil:

Sua empresa só vende um tipo de mercadoria e cada mercadoria dessas custa R$


20,00.

Então durante um mês você fez compras nos seguintes valores:

R$ 100,00 (compra de 05 mercadorias)


R$ 500,00 (compra de 25 mercadorias)
R$ 80,00 (compra de 04 mercadorias)

Isso totaliza R$ 680,00 em mercadorias que equivalem a 34 unidades.

Só que chega no final do mês você começar a fazer o seu inventário periódico
(que nada mais é do que a contagem de quantas unidades de mercadorias você
tem), terminada a contagem você chega a conclusão de que tem 10 mercadorias
em estoque, ora se o preço de cada uma delas equivale a R$ 20,00, você tem em
seu estoque a quantia de R$ 200,00.

Então chega-se a conclusão de que R$ 480,00 (680,00 – 400,00), foi o seu custo
das mercadorias no mês.

Vamos exemplificar para ficar melhor, primeiramente vamos fazer o exercício igual
a como fazíamos antigamente.

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Considere o seguinte balanço:

Contabilize as seguintes operações:

1 - Compra de R$ 100,00 de mercadorias a vista.


2 – Compra de R$ 500,00 de mercadorias a vista.
3 – compra de R$ 80,00 de mercadorias a vista.
4 – Venda de mercadorias que custaram R$ 480,00 por R$ 1.000,00 a vista.

A contabilização seria da seguinte forma:

Nosso balanço agora ficaria da seguinte forma:

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Agora vamos fazer o mesmo exercício, só que agora esqueceremos do valor que
foi dado referente ao custo das mercadorias.

Pois sabemos que a empresa só vende um único tipo de produto, sabemos que
ela vez compras no valor de R$ 680,00 que totalizavam 34 mercadorias, e que no
levantamento do inventário periódico ela identificou que ainda sobraram 10
mercadorias em seu estoque que totalizam então R$ 200,00. A diferença (R$
480,00) de quanto nós compramos e de quanto sobrou em nosso estoque é o
nosso Custo das Mercadorias Vendidas, esse valor de R$ 480,00, que é a
diferença encontrada é que lançaremos no final do mês como custo.

Vejamos como ficaria:

Considere o seguinte balanço:

Contabilize as seguintes operações:

1 - Compra de R$ 100,00 de mercadorias a vista.


2 – Compra de R$ 500,00 de mercadorias a vista.
3 – compra de R$ 80,00 de mercadorias a vista.

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4 – Venda R$ 1.000,00 a vista.

OBSERVAÇÃO: Percebam que a operação de numero 4 não tem mais o valor do


custo, para ser lançado, isso porque conforme comentamos acima, de acordo com
o nosso inventário periódico, já sabemos que o nosso custo das mercadorias é de
R$ 480,00.

Vamos fazer todas as contabilizações exceto a do custo das mercadorias.

Ficaria da seguinte forma:

Temos então todas as nossas operações contabilizadas.

E como já sabemos que o custo das nossas mercadorias vendidas é de R$


480,00, podemos fazer o lançamento do CMV.

Os nossos razonetes ficariam da seguinte forma:

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Agora podemos fazer os lançamentos para apuração do resultado, que ficariam da


seguinte forma:

Logicamente que o exercício é o mesmo do anterior o nosso balanço vai ter que
ser o mesmo que o feito anteriormente, e tem que ficar da seguinte forma:

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Ou seja, o resultado encontrado foi o mesmo, seja contabilizando o custo das


mercadorias a cada operação como contabilizando o custo com base no inventário
periódico.

Lógico que fizemos um exercício com um único lançamento, agora vamos supor
que num exercício com 10 lançamentos de vendas, e a cada lançamento mais um
de Custo, se comparássemos com o único lançamento efetuado com base no
inventário periódico estamos economizando 9 lançamentos.

No próximo tutorial, introduziremos novos conceitos, e com o passar do tempo e


dos exercícios, vamos ter um pouco mais de domínio em relação ao inventário
periódico.

Exercícios:

1 – Uma empresa fez compras durante um mês que totalizaram R$ 1.000,00, ao


elaborar o inventario periódico encontrou-se que o estoque final era de R$ 150,00.
Qual foi o custo das mercadorias vendidas no mês?

2 – Uma empresa tem 420,00 de estoque final, sabendo que cada mercadoria
custou R$ 8,00. Quantas unidades de mercadorias a empresa possui em seu
estoque?

3 – Considere o seguinte balanço:

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Contabilize as seguintes operações:

1 – Recebimento de clientes no valor de R$ 200,00


2 – Compra de 20 unidades de mercadorias por R$ 2.000,00 a prazo.
3 – Venda no valor de R$ 200,00 a vista.
4 – Venda no valor de R$ 600,00 a prazo.
5 – Venda no valor de R$ 300,00 a prazo.
6 – Venda no valor de R$ 500,00 a vista.

OBSERVAÇÂO: Na elaboração do inventário periódico, sobraram em estoque 5


unidades de mercadorias. (Lembrem-se que cada unidade de mercadoria custou
R$ 100,00, logo temos que apurar quanto tem de estoque final).

Façam as contabilizações acima e apurem o CMV de acordo com os dados do


inventário periódico acima. Após façam o Balanço Patrimonial da empresa no
período.

No próximo tutorial estaremos corrigindo.

Até a próxima.

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2 .Operações com Mercadorias –


2.ª Parte

Introdução:
No tutorial passado aprendemos o principio básico do inventário periódico, no presente tutorial vamos
aprofundar um pouco mais sobre tal tipo de inventario.

Correção do Exercício:
No tutorial passado ficaram os seguintes exercícios, vamos corrigi-lo.

1 – Uma empresa fez compras durante um mês que totalizaram R$ 1.000,00, ao elaborar o inventario
periódico encontrou-se que o estoque final era de R$ 150,00. Qual foi o custo das mercadorias vendidas no
mês?

Resposta: Se a empresa comprou R$ 1.000,00 em mercadorias, e ao elaborar o seu inventário periódico


percebeu que ainda lhe restaram o equivalente a RS 150,00, ou seja, ela não vendeu o equivalente a R$
150,00. Logo a diferença R$ 1.000,00 – R$ 150,00 = R$ 850,00 é o que a empresa vendeu, ou seja, o seu
CMV ou Custo das Mercadorias Vendidas.

2 – Uma empresa tem 420,00 de estoque final, sabendo que cada mercadoria custou R$ 8,00. Quantas
unidades de mercadorias a empresa possui em seu estoque?

Resposta: se a empresa possui R$ 420,00 em mercadorias, e cada mercadoria custa R$ 8,00. Podemos dizer
que a empresa tem em estoque a quantidade 52,5, ou seja, 52 unidades e meia. Mas como isso pode
acontecer ?????

Imagine que você tenha uma distribuidora de bebidas, e que no inventário periódico você percebeu que lhe
sobraram 52 caixas cheias e uma caixa que só tinha a metade das cervejas.

Vamos voltar nesse exercício ainda neste tutorial.

3 – Considere o seguinte balanço:

Contabilize as seguintes operações:

1 – Recebimento de clientes no valor de R$ 200,00


2 – Compra de 20 unidades de mercadorias por R$ 2.000,00 a prazo.

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3 – Venda no valor de R$ 200,00 a vista.
4 – Venda no valor de R$ 600,00 a prazo.
5 – Venda no valor de R$ 300,00 a prazo.
6 – Venda no valor de R$ 500,00 a vista.

OBSERVAÇÂO: Na elaboração do inventário periódico, sobraram em estoque 5 unidades de mercadorias.


(Lembrem-se que cada unidade de mercadoria custou R$ 100,00, logo temos que apurar quanto tem de
estoque final).

Façam as contabilizações acima e apurem o CMV de acordo com os dados do inventário periódico acima.
Após façam o Balanço Patrimonial da empresa no período.

Até esse ponto temos contabilizada todas as nossas operações.

Para efetuarmos o encerramento do período (também conhecido como zeramento das contas de resultado),
precisaríamos saber quanto foi o Custo das Mercadorias Vendidas (CVM), como não sabemos diretamente
esse valor (nos exercícios anteriores era passado o mesmo), temos que chegar a ele através dos dados do
inventário.

O primeiro passo seria saber quanto nós temos em estoque final, pelo enunciado acima sabemos que temos
5 unidades. Sabendo que a empresa comprou 20 unidades por R$ 2.000,00, sabemos que cada unidade
custou a empresa R$ 100,00.

De posso dos dados acima, podemos chegar ao CMV de duas maneiras, a primeira pela quantidade das
mercadorias, e a segunda pelo valor.

Vamos achar o CMV pelas quantidades primeiros:

Tínhamos 20 unidades, e agora temos 5, significa que foram vendidas 15 unidades, se cada unidade custou
R$ 100,00 o Custo das Mercadorias Vendidas foi de R$ 1.500,00

Achando o CMV pelo valor, seria assim:

Temos 5 unidades em nosso estoque, que totalizam R$ 500,00. Se tínhamos R$ 2.000,00 em mercadorias,
significa que R$ 1.500,00 em mercadorias foram vendidas. Ou seja, nosso CMV foi de R$ 1.500,00.

Feito isso já sabemos o valor do nosso CMV, podemos fazer o lançamento e zerar as contas de resultados
que ficaria da seguinte forma:

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Feito isso podemos fazer o balanço patrimonial que ficaria da seguinte forma:

Vamos continuar nosso estudo sobre o inventário permanente.

Avaliação do Estoque:
No exercício acima disse que iríamos voltar a falar dele, para melhor compreensão segue ele abaixo.

2 – Uma empresa tem 420,00 de estoque final, sabendo que cada mercadoria custou R$ 8,00. Quantas
unidades de mercadorias a empresa possui em seu estoque?

Resposta: se a empresa possui R$ 420,00 em mercadorias, e cada mercadoria custa R$ 8,00. Podemos dizer
que a empresa tem em estoque a quantidade 52,5, ou seja, 52 unidades e meia. Mas como isso pode
acontecer ?????

Imagine que você tenha uma distribuidora de bebidas, e que no inventário periódico você percebeu que lhe
sobraram 52 caixas cheias e uma caixa que só tinha a metade das cervejas.

Vamos voltar nesse exercício ainda neste tutorial.

Percebam que eu disse que a empresa tinha R$ 420,00 de estoque final em mercadorias, só que na verdade
isso não é assim, ou seja, a pessoa conta as mercadorias e diz: - “olha eu tenho 52,5 caixa de cerveja em

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estoque”. E cabe ao contador avaliar tal estoque, isso porque existem regras claras quanto a avaliação dos
estoques, as quais veremos mais adiante.

Mas como o contador faz a avaliação do estoque? Acima eu disse que cada mercadoria custava R$ 8,00, mas
como se chega a esse valor?

Para complicar ainda mais a situação imagine que uma empresa fez as seguintes compras, e todas as
compras são referentes a um único tipo de mercadoria, por exemplo, caixa de cervejas:

No dia 02 – Compra de 100 caixas de mercadorias por R$ 1.000,00


No dia 03 – Compra de 300 caixas de mercadorias por R$ 3.500,00
No dia 05 – Compra de 100 caixas de mercadorias por R$ 1.200,00
No dia 10 – Compra de 400 caixas de mercadorias por R$ 3.800,00
No dia 20 – Compra de 100 caixas de mercadorias por R$ 1.300,00
No dia 25 – Compra de 80 caixas de mercadorias por R$ 640,00.

Podemos perceber que em cada compra cada caixa de cerveja teve um valor diferente, na compra do dia 02
cada caixa custou R$ 10,00, na compra do dia 03 cada caixa custou R$ 11,67, na compra do dia 10, cada
caixa custou R$ 9,50 e assim por diante até a ultima.

Quando fazemos o inventário periódico consideramos que as ultimas unidades são referentes as ultimas
compras, fazemos assim basicamente por dois motivos, a primeira é por uma imposição legal, ou seja,
somos obrigados (vamos entender por que disso nos próximos tutoriais) e o outro motivo é por facilidade,
pois basta que você ache a ultima nota de compra do mês, para que você possa avaliar o seu estoque
(imagine uma empresa com mais de 1.000 notas ficais durante um mês, é muito mais fácil você achar a
ultima nota do que a uma nota fiscal no meio ou do inicio do mês).

Bom, já sabendo que no inventário periódico o estoque é avaliado pelo ultima compra, no exercício acima eu
disse que tinha sobrado R$ 420,00 em mercadorias, e que cada mercadoria custava R$ 8,00, igual ao
exemplo de compras acima, 80 caixas dividido pelo preço que é de R$ 640,00 que resulta em R$ 8,00 cada
caixa (será assim que será calculado o inventário a partir de agora).

Na contagem física do estoque chegamos a quantidade de 52 caixa e meia, sabendo que cada caixa custa R$
8,00, 52 caixa é igual a R$ 416,00 e se cada caixa custa 8, meia caixa custa R$ 4,00, a soma dos dois é
igual a R$ 420,00.

Agora vamos considerar que sobraram 100 caixas, como vamos avalia-la?

Se sobraram 100 caixas, de acordo com a regra acima podemos dizer que as 80 caixas da ultima compra
ainda estão no estoque, ou seja, ainda não foram vendidas, já identificamos 80 caixas das 100 faltam 20
caixas, que serão avaliadas pela penúltima compra que foi 100 caixas por R$ 1.300,00, nessa ultima compra
cada caixa custou 13,00.

Bom sabendo que da última compra não foi vendido nada, podemos dizer as 80 caixas avaliadas a R$
640,00 ainda estão no estoque e que 20 caixas a R$ 13,00 cada totalizam R$ 260,00. Logo nosso estoque
final é de R$ 900,00 que é igual a soma de R$ 640,00 mais R$ 260,00. Certo?

Para complicar ainda mais, de acordo com os dados das compras acima, imagine que cada caixa possui 20
garrafas de cervejas, e que sobraram em estoque 210 caixas e mais 4 unidades (garrafas) quanto seria o
nosso estoque final?

Bom, 80 caixas custaram R$ 640,00.


100 caixas custaram R$ 1.300,00.

Já temos 180 caixas avaliadas. Faltam 30 caixas e 4 unidades.

Temos que ir então até a compra do dia 10 que foi de 400 caixas por 3.800,00, logo cada caixa custou R$
9,50, 30 caixas dessa compra equivale a R$ 285,00.

Falta ainda as 4 unidades, simples, sabendo que cada caixa possui 20 garrafas e que cada caixa custou R$
9,50, se dividirmos a quantidade de 20 garrafas pelo preço de cada caixa temos o valor de cada unidade que
é igual a R$ 0,48 (aproximadamente), logo, 4 unidades é igual a R$ 1,92.

Nosso estoque final é de R$ 2.226,92 (640,00 + 1.300,00 + 285,00 + 1,92).

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O importante é lembrar que temos que ir avaliando cada unidades ou grupo (caixa) de mercadoria de acordo
com a ultima compra, se for necessário temos que ir retroagindo a penúltima, antepenúltima compra e
assim por sucessivamente até conseguirmos avaliarmos todo o nosso estoque. Ok?

Afim de terminarmos o presente tutorial, vamos aprender a calcular o CMV, considerando agora a situação
de quando a empresa já possui um estoque inicial.

Considere o seguinte:

Uma empresa não tinha nada de estoque, e num determinado mês uma empresa comprou R$ 2.000,00 em
mercadorias, de acordo com os dados levantados no inventário periódico no final do mesmo mês, o contador
chegou a conclusão de que o estoque final era de R$ 100,00. Podemos chegar a conclusão de que o CMV no
período foi de R$ 1.900,00.

No outro mês as compras da mesma mercadoria foi de R$ 1.000,00, e o estoque final foi avaliado por R$
200,00. Quanto foi o CMV desse mês?

O CMV desse mês foi de R$ 900,00.

Mas porque?

Para explicar isso vamos exemplificar de duas maneiras, a primeira fazendo a contabilização num razonete e
a segunda utilizando unidades ao invés de valores, vamos a primeira exemplificação:

Inicialmente a empresa não tinha nada de estoque, logo nosso razonete ficaria da seguinte forma:

Ai ela fez uma compra de R$ 2.000,00, nosso razonete ficaria da seguinte forma:

No final do primeiro mês, chegamos a conclusão de que só haviam R$ 100,00 em estoque, chamamos tal
valor de estoque final ou Ef, de acordo com o inventário periódico, logo o nosso CMV foi de R$ 1.900,00,
assim nosso razonete ficaria da seguinte forma:

Os R$ 100,00 acima de Estoque Final, é o resultado das compras (R$ 2.000,00) menos o CMV (R$
1.900,00).

Agora já no outro mês a primeira operação que aconteceu foi a compra de mais R$ 1.000,00 em
mercadorias, nosso razonete ficaria da seguinte forma:

Percebam que o nosso estoque inicial agora é de R$ 100,00 que é o mesmo valor do estoque final do mês
anterior. O total de mercadorias que temos em estoque agora é de R$ 1.100,00.

Chega o final do mês e chegamos a conclusão que temos R$ 200,00 de estoque final desse mês. Bom se
tínhamos R$ 1.100,00 de mercadorias em estoque e sobraram somente R$ 200,00, chegamos a conclusão
de que o nosso CMV do período foi de R$ 900,00 (1.100 – 200 = 900).

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Certo?

Outro modo de explicar isso seria usando unidades de mercadorias, imagine que você não tenha nenhuma
unidade de mercadoria, comprou 20, ai você vendeu algumas dessas unidades e no final do mês percebe
que só lhe sobraram 1 unidades, logo você vendeu 19 unidades.

Você tem 1 unidades comprou mais 10, ficou com 11 unidades, no final do mês você tem somente 2
unidades, quer dizer que você vendeu 9 unidades.

Certo?

Tentem resolver o seguinte exercício, no próximo tutorial faremos a correção:

Exercício:
1 – Uma empresa fez as seguintes compras durante um mês:

100 unidades por R$ 300,00


50 unidades por R$ 250,00
40 unidades por R$ 500,00
80 unidades por R$ 600,00

Responda as seguintes questões:

A. Se só sobraram 20 unidades quanto é o valor do estoque final?


B. Considerando os dados da questão A, de quanto foi o CMV do período?
C. Sobraram 140 unidades, quanto é o estoque final e quanto foi o CMV?
D. Sobraram 173 unidades, quanto é o estoque final e quanto foi o CMV?

2 – Uma empresa fez as seguintes compras durante o mês?

100 unidades por R$ 300,00


50 unidades por R$ 250,00
50 unidades por R$ 500,00
80 unidades por R$ 600,00

A. O CMV do período foi de 950,00, quanto foi o estoque final?


B. No outro mês a empresa fez mais as seguintes compras:

50 unidades por R$ 120,00


40 unidades por R$ 180,00
60 unidades por R$ 120,00
80 unidades por R$ 150,00

C. O estoque final desse outro mês foi de R$ 190,00, quanto foi o CMV?
D. E quantas unidades de mercadorias sobraram?

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Até a próxima.

3. Operações com Mercadorias –


3.ª Parte

Correção do Exercício:
Vamos corrigir os exercícios do tutorial passado, o primeiro exercício era o seguinte:

1 – Uma empresa fez as seguintes compras durante um mês:

100 unidades por R$ 300,00


50 unidades por R$ 250,00
40 unidades por R$ 500,00
80 unidades por R$ 600,00

Responda as seguintes questões:

A) Se só sobraram 20 unidades quanto é o valor do estoque final?


B) Considerando os dados da questão A, de quanto foi o CMV do período?
C) Sobraram 140 unidades, quanto é o estoque final e quanto foi o CMV?
D) Sobraram 173 unidades, quanto é o estoque final e quanto foi o CMV?

Respostas:

Letra A) Nosso estoque final é de R$ 150,00, pois sabendo que só sobrou 20 unidades, e que o estoque final
no inventário periódico é avaliado de acordo com as ultimas compras, estamos presumindo que todas as
primeiras compras já foram vendidas, e o que nos restou de estoque final se refere as ultimas, logo, se na
ultima compra adquirimos 80 unidades a R$ 600,00 cada unidade custou R$ 7,50. Então 20 unidades é igual
a R$ 150,00 (R$ 7,50 x 20)

Letra B) Se temos que considerar os dados da questão A, sabemos que nosso estoque final foi de R$ 150,00.
Temos então que calcular o CMV, para tal temos que saber tudo o que a empresa comprou no período (e se
tivéssemos estoque inicial, consideraríamos o mesmo também), o total das compras no mês é igual a R$
1.650,00 (300,00 + 250,00 + 500,00 + 600,00). Se só sobraram R$ 150,00 significa que vendemos R$
1.500,00 (1.650,00 – 150,00), logo, os R$ 1.500,00 é o nosso CMV do período.

Letra C) Temos que responder essa questão por partes, antes de calcular o CMV temos que saber quanto é o
nosso estoque final. Sabendo que sobraram 140 unidades, e que a ultima compra foi de 80 unidades,
podemos dizer que todas as mercadorias da ultima compra ainda estão no estoque, logo, essa quantidade
totaliza R$ 600,00. Já identificamos 80 unidades, faltam identificarmos mais 60 unidades, temos que ir
então até a penúltima compra, nessa compramos 40 unidades, como temos que identificar quanto custou 60
unidades, podemos dizer que essa compra inteira ainda esta no estoque logo ela é avaliada por R$ 500,00.
Mas ainda faltam identificar 20 unidades, temos que ir então até a antepenúltima compra que foi de 50
unidades por R$ 250,00, como temos que identificar 20 unidades, e nessa compra adquirimos 50, as 20
unidades que faltam identificarmos são referentes a essa compra, cada unidade dessa compra equivale
então a R$ 5,00, 20 unidades somam R$ 100,00. Temos então todas as 140 unidades valorizadas e
totalizam elas a quantia de R$ 1.200,00.

Feito isso podemos agora achar o nosso CMV do período, como já sabemos que o total das compras acima
foi de R$ 1.650,00, e sobraram R$ 1.200,00, podemos dizer que o nosso CMV do período foi de R$ 450,00
(1.650 – 1.200).

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Letra D) Agora sobraram 173 unidades, temos que achar o estoque final e depois o CMV, partindo do mesmo
principio da resposta da letra C, a ultima compra de 80 unidades é igual a R$ 600,00, a compra anterior de
40 unidades totaliza R$ 500,00, a compra anterior de 50 unidades totaliza R$ 250,00, temos até agora
identifica 170 unidades que totalizam R$ 1.350,00, se sobraram 173 faltam identificar 3 unidades, que
logicamente pertencem a primeira compra onde adquirimos 100 unidades a R$ 300,00, cada unidade custou
então R$ 3,00, 3 unidades custaram então R$ 9,00. Logo 173 unidades é igual a R$ 1.359,00.

Nosso CMV do período foi de R$ 291,00 (1.650 – 1359).

Vamos ao segundo exercício.

2 – Uma empresa fez as seguintes compras durante o mês?

100 unidades por R$ 300,00


50 unidades por R$ 250,00
50 unidades por R$ 500,00
80 unidades por R$ 600,00

A) O CMV do período foi de 950,00, quanto foi o estoque final?


B) No outro mês a empresa fez mais as seguintes compras:

50 unidades por R$ 120,00


40 unidades por R$ 180,00
60 unidades por R$ 120,00
80 unidades por R$ 150,00

C) O estoque final desse outro mês foi de R$ 190,00, quanto foi o CMV?
D) E quantas unidades de mercadorias sobraram?

Respostas

Letra A) Se o nosso CMV foi de R$ 950,00, a soma das nossas compras no período totalizam R$ 1.650,00,
nosso estoque final é de R$ 700,00.

Letra C) Lembrando que a Letra B é o enunciado dessa questão.

O estoque final do corrente mês é de R$ 190,00. Para apurarmos o CMV temos que saber quanto foi as
compras do mês, que soma a quantia de R$ 570,00, temos que nos lembrar que de acordo com a questão A
tivemos um estoque final no primeiro mês de R$ 700,00, logo esse estoque final do mês anterior virou o
estoque inicial do mês seguinte, então temos que soma-lo as compras para saber quanto foi o total de
mercadorias que a empresa teve em estoque no mês, que soma a quantia de R$ 1.270,00, se o nosso
estoque final foi de R$ 190,00 o nosso CMV do período foi de R$ 1.080,00.

Vamos colocar essa questão num razonete para ficar mais fácil.

Inicialmente a empresa não tinha nada no estoque (nosso razonete estaria em branco), durante o primeiro
mês fez compras de R$ 1.650,00. Determinado que o CMV desse mês foi de R$ 950,00, nosso estoque final
foi de R$ 700,00. Nosso razonete nesse mês ficaria assim:

No outro mês, iniciamos o razonete com um estoque inicial de R$ 700,00 que foi o estoque final do mês
anterior. Logo nosso razonete ficaria da seguinte forma:

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Feito a contabilização das compras nosso razonete da conta de mercadorias ficaria da seguinte forma:

Sabendo que o nosso estoque final foi de R$ 190,00, achamos o nosso CMV no valor de R$ 1.080,00, que
diminuindo da soma do estoque inicial mais as compras do mês, resulta num estoque final de R$ 190,00.

Estoque final igual a R$ 190,00 (700+570 – 1080)

Letra D) Sabendo que sobraram R$ 190,00 de mercadorias em estoque, queremos agora identificar quantas
mercadorias sobraram. Bem a ultima compra de 80 unidades totaliza R$ 150,00, concluímos então que ela
ainda esta no estoque, falta identificarmos R$ 40,00 em mercadorias, vamos a penúltima compra de 60
unidades a R$ 120,00 (se compramos 120 e temos que identificar 40, sabemos que esta nessa compra),
cada unidade custou R$ 2,00, se temos que achar R$ 40,00 em unidades e sabendo que cada unidade
custou R$ 2,00, basta dividirmos os R$ 40,00 por R$ 2,00 que acharemos 20 unidades. Então nosso estoque
final totaliza 170 unidades, 150 unidades da última compra e mais 20 unidades da penúltima compra.

Continuação:
Corrigido o exercício vamos, continuar o nosso aprendizado.

Vamos entender como é apurado o Resultado com Mercadoria (RCM).

Resultado com Mercadorias:


A formula do Resultado com é RCM = V – CMV.

RCM = Resultado com Mercadorias


V = Vendas
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas.

A formula acima vai indicar se demonstrar se houve lucro ou prejuízo nas compras e vendas de mercadorias,
em outras palavras é se a empresa consegue vender um produto, obtendo lucro considerando somente o
preço de venda e o custo da mercadoria.

Apesar de parecer ridículo, pois é fácil demais saber isso, afinal se você compra a 50 e vende a 100,
logicamente o seu RCM, será positivo em 50 (100-50), indicando que houve um lucro.

Porém na prática isso não funciona bem assim, imagine que você venda mais de 100 itens de mercadorias.
Apesar de em algumas mercadorias, você conseguir obter lucro em outras pode ser que esteja havendo um
prejuízo.

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Imagine o seguinte, que você venda o produto A por 100 e que ele lhe custou 70. Seu RCM com essa
mercadoria é 30. Até aqui ok.

Só que para vender esse produto, é necessário a venda de um outro produto chamado de produto B. Esse
produto lhe custa 20.

Se não houver aumento no preço, na verdade você estará vendendo o produto A e B por 100, e a soma dos
custos deles, totalizam 90. Logo o seu RCM agora é de 10. Indicando que mesmo assim, você ainda
consegue um resultado com mercadorias positivo em 10.

Agora se o produto B, aumentar para 32, o seu RCM no caso será de –2. Indicando que venda das
mercadorias A e B não estão pagando o seu custo de aquisição.

Mas percebam que o RCM do produto A é positivo em 30 o que está ocasionando o prejuízo na venda do
conjunto é o custo do produto B.

Logo o RMC pode ser apurado individualmente por produto e em conjunto

O RCM é demonstrado na própria DRE, vocês se lembram ????

Vamos ver uma estrutura de uma DRE.

A DRE acima foi de um exercício que já fizemos nos tutoriais passados.

Vejam que temos todos os dados para a apurarmos o RCM na DRE acima, temos as vendas, o Custo, e o
próprio RCM (no caso acima).

Se aplicássemos a formula RCM = V – CMV, ficaria da seguinte forma: 5.300 – 2.500 = 2.800.

O que acontece acima é que entramos naquele mérito de que uma empresa pode estar vendendo um ou
outro produto com prejuízo, pois na DRE temos o total de todos os itens (VENDAS e CMV), logo por ela não
sabemos por exemplo quanto dos 5.300 é referente a algum tipo de produto

Falaremos mais sobre o RCM quando falarmos sobre contabilidade gerencial.

Exercícios:
Com base no que aprendemos acima calcule o RCM, de acordo com o solicitado, no próximo tutorial
estaremos colocando a resposta.

1 – Calcule o RCM.

Uma empresa comprou 100 unidades por R$ 15,00 cada unidade, e vendeu R$ 900,00, sabendo que não
havia estoque inicial, e que a compra acima foi a única do período, calcule o RCM considerando que
sobraram no estoque 25 unidades.

2 – Calcule o RCM e o CMV.

Considerando o estoque final do exercício acima, que agora será o estoque inicial apure o RCM e o CMV, de
acordo com os seguintes dados.

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Compra de 20 unidades, por R$ 12,00 cada.

Compra de 40 unidades, por R$ 15,00 cada.


Venda no valor de R$ 1050,00.
Estoque final de 45 unidades apurado de acordo com o inventário periódico.

3 – Considerando a formula Ei + C – Ef = CMV (estoque inicial mais as compras menos o estoque final é
igual ao CMV), responda as questões.

3.1 - Estoque inicial de R$ 100,00


Compra de R$ 300,00
Estoque final de R$ 400,00

Qual o valor do CMV?

3.2 - Compras de 500,00


Estoque final de R$ 200,00
CMV de R$ 300,00

Qual o valor do Estoque Inicial?

3.3 – CMV de R$ 700,00.


Estoque Inicial de R$ 600,00
Estoque Final de R$ 300,00

Qual o valor das Compras?

No próximo tutorial começaremos a falar sobre o inventário permanente.

Até a próxima.

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4. Operações com Mercadorias –


4.ª Parte
Correção do Exercício:

Vamos corrigir os exercícios do tutorial passado:

1 – Calcule o RCM.

Uma empresa comprou 100 unidades por R$ 15,00 cada unidade, e vendeu R$ 900,00, sabendo que não
havia estoque inicial, e que a compra acima foi a única do período, calcule o RCM considerando que
sobraram no estoque 25 unidades.

Resposta: Antes de mais nada temos que saber que para calcular o RMC precisamos do valor das vendas e
do valor do CMV, o valor das vendas nós já temos, falta o CMV que não temos mais podemos calcula-lo de
acordo com os dados passados.

Se não havia estoque inicial, nossas compras foram de 100 unidades a R$ 15,00 totalizando R$ 1.500,00. E
nosso estoque final foi de 25 unidades, que valorizadas totalizam R$ 375,00 (25 x R$ 15,00), podemos
achar o CMV que é igual a R$ 1.125,00.

Logo o RCM do período foi de R$ -225,00 (900-1.125). Indicando que a empresa vendeu seus produtos
abaixo do preço de custo.

Vamos a segunda questão.

2 – Calcule o RCM e o CMV.

Considerando o estoque final do exercício acima, que agora será o estoque inicial apure o RCM e o CMV, de
acordo com os seguintes dados.

Compra de 20 unidades, por R$ 12,00 cada.

Compra de 40 unidades, por R$ 15,00 cada.

Venda no valor de R$ 1050,00.

Estoque final de 45 unidades apurado de acordo com o inventário periódico.

Resposta: Temos que calcular o RCM e o CMV, já sabemos que para calcular o RCM temos que ter o CMV
primeiro.

Para calcular o CMV vamos agora utilizar a forma Ei + C – Ef = CMV.

Estoque Inicial é igual ao estoque final do período anterior que no nosso caso é o estoque final do exercício
anterior que é igual a R$ 375,00.

As Compras do período totalizam R$ 840,00.

R$ 600,00 referente a ultima compra do mês, 40 unidades a R$ 15,00. E mais R$ 240,00 da primeira
compra 20 unidades a R$ 12,00.

O Estoque final temos que acha-lo. Sabendo que sobraram 45 unidades, temos agora que valorizar essas 45
unidades, 40 unidades dessas são da ultima compra logo toda ela ainda esta no estoque isso totaliza R$
600,00. Falta 5 unidades, temos que ir então até a penúltima compra que foi a de 20 unidades a R$ 12,00. 5
unidades dessa compra é igual a R$ 60,00.

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Somando o valor da ultima compra e mais as 5 unidades da penúltima compra temos o valor de R$ 660,00.
Esse valor é o nosso estoque final.

Feito isso podemos calcular o nosso CMV, que vai ser de R$ 555,00 (375+840-660).

Agora podemos calcular o RCM que é as vendas menos o custo da mercadoria, e vai ser igual a R$ 495,00.

3 – Considerando a formula Ei + C – Ef = CMV (estoque inicial mais as compras menos o estoque final é
igual ao CMV), responda as questões.

3.1

Estoque inicial de R$ 100,00


Compra de R$ 300,00
Estoque final de R$ 400,00

Qual o valor do CMV?

Resposta: Aplicando a formula Ei + C – Ef = CMV, temos que este foi de R$ 0,00 indicando que não houve
venda de mercadoria no período.

Ei + C - Ef = CMV

100 + 300 - 400 = 0

3.2

Compras de 500,00
Estoque final de R$ 200,00
CMV de R$ 300,00

Qual o valor do Estoque Inicial?

Resposta: Aplicando a formula agora, vai nos falta o Ei, reorganizando a formula ficaria da seguinte forma:

C - CMV - Ef = Ei

500 - 300 - 200 = 0

Chegamos ao resultado de que não havia estoque inicial do período. Percebam que a única coisa feita na
formula foi transferir o CMV de um lado para outro da formula, e alocando o Ei ao resultado da formula.
Sempre que tivermos faltando um dado na formula temos que fazer essa transferência. Temos que nos
lembrar sempre de trocar os sinais.

3.3

CMV de R$ 700,00.
Estoque Inicial de R$ 600,00
Estoque Final de R$ 300,00

Qual o valor das Compras?

Resposta: A questão aqui é idêntica a anterior só que agora esta nos faltando o valor das compras,
reorganizando a formula, ficaria assim:

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Ei - CMV - Ef = C

600 - 700 - 300 = 400

Vamos refazer as contas de outro modo para comparar o resultado, a empresa tinha 600 de estoque inicial,
comprou mais 400 ficou com 1000, vendeu 700 ficou com 300 de estoque final.

Vamos continuar o nosso aprendizado, falaremos agora sobre o outro tipo de inventário, o inventário
permanente.

Inventário Permanente:

Ao contrário do inventário periódico, o permanente é feito constantemente, mas precisamente todos os dias
é atualizado esse controle.

Inicialmente vamos tentar explicar o porque desse controle permanente.

Quando se trabalha somente com o inventário periódico, temos um inconveniente que é o de não termos um
controle bem preciso sobre o estoque de mercadorias.

Vamos exemplificar para ficar melhor.

Considere:

Estoque Inicial de R$ 1.000,00


Compras de R$ 2.000,00
Estoque Final de R$ 1.500,00

Logo o nosso CMV do período é de R$ 1.500,00. Certo?

Agora vamos supor que um funcionário maldoso roube o equivalente a R$ 500,00 em mercadorias, quando
levantássemos o inventário periódico (nessa altura já sabemos que o inventário periódico é feito contando a
quantidade de mercadorias que sobraram e avaliando-as), chegaríamos a conclusão de que só temos em
estoque a quantia de R$ 1.000,00. Logo o nosso CMV do período seria de R$ 2.000,00 ao invés de R$
1.500,00.

E como descobriríamos que houve um roubo?

Não descobriríamos.

Podemos até descobrir se pegássemos o funcionário num flagrante, mais nunca teremos como saber quanto
ele roubou no passado.

A vantagem do inventário permanente é justamente a resolução desse problema, pois como ela vai nos
apontar quanto temos que ter em mercadoria no nosso estoque, qualquer diferença encontrada entre o
inventário permanente e a contagem física logo demonstrará a falta de mercadorias.

O que eu quero dizer é o seguinte, o inventário permanente vai lhe dar mais trabalho, sem duvida. Pois
afinal você terá que além de fazer o controle permanente, de certo em certo tempo efetuar uma contagem
física para conferir com o inventário permanente e assim identificar a diferença.

Por exemplo: o seu inventário permanente aponta que você tem 10 mercadorias em estoque, porém a sua
contagem física revela que só tem no estoque 7, logo há uma diferença de 3 unidades. Nesse momento você
“-Opâ calma ai, tá faltando 3 unidades” e ai começa a rotina para identificar o que pode ter acontecido. Pode
ter sido um roubo, um erro na contagem física ou, no próprio controle de inventário permanente, na emissão
da nota fiscal e etc...

Então o inventário permanente vai servir como um mecanismo de controle. No ramo de Auditoria isso se
chama CONTROLE INTERNO, e é um dos maiores pontos onde se identificam fraudes dentro de uma

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empresa, e olha que o objetivo de uma Auditoria não é identificar fraudes, veremos mais detalhes sobre
auditoria mais pra frente.

Geralmente as micros e pequenas empresas trabalham com o inventário periódico, e as médias e grandes
sempre possuem o inventário permanente.

Mas me lembrou de uma ocasião onde parei num barzinho para tomar uma cerveja com o meu tio, e nesse
barzinho vendida churrasco. Estávamos sentados bem perto do balcão quando passou um garçom com uma
bandeja de churrasquinhos na mão, e avisou a um rapaz que estava no balcão que era para ele anotar que
tinha retirado 30 espetinhos de churrascos da geladeira.

Logo presume-se que o rapaz do balcão fazia um controle de inventário permanente dos churrasquinhos.

Agora se não houvesse um controle desses, o garçom poderia muito bem DAR alguns churrasquinhos que o
rapaz do balcão nem perceberia.

Como ele tem o controle permanente, provavelmente ele sabia que tinha uns X espetinhos na geladeira e
que anotando a saída dos espetinhos ele chegará a um estoque final, havendo divergência com o que ele
tem na geladeira tem algum problema acontecendo.

Logicamente que o controle acima é meio falho (veremos com mais detalhes as falhas básicas, ainda nessa
série de tutoriais), mais já valeu a intenção do rapaz do balcão em tentar controlar o estoque.

Da mesma forma acima o controle permanente é atualizado a cada entrada ou saída de mercadoria.

Esse controle em sua forma mais primitiva é realizado em uma ficha e em sua forma mais moderna através
de um programa de computador ou uma planilha.

Vamos trabalhar sempre com a ficha de controle de estoque. Pois o sistema de um computador trabalha da
mesma forma que trabalharemos com ficha, só que com a vantagem de ser automatizado.

Outro detalhe importante é que haverá uma ficha de controle para cada tipo, espécie ou modelo de
mercadoria, afinal a idéia básica do inventário permanente é proporcionar um maior controle sobre o
estoque.

Assim se vendermos 3 tipo de blusa, por exemplo. Blusa A, blusa B e blusa C, cada tipo terá a sua ficha de
controle de estoque. Lógico que toda regra tem sua exceção, se as blusas A, B e C são do mesmo modelo e
custaram o mesmo valor, só tendo de diferença a cor da blusa, talvez isso não importe na hora de
efetuarmos o controle de estoque, mais isso fica a critério do responsável, por enquanto vamos sempre
trabalhar com uma ficha para cada tipo de mercadoria.

Ficha de Controle de Estoques:

Um modelo simples de ficha de controle de estoque é mais ou menos assim:

Percebam que temos o titulo da Ficha na primeira linha e o tipo de produto ou mercadoria, que
controlaremos no caso acima a ficha de controle de estoque é para as mercadorias BLUSAS.

Na linha seguinte, temos o mês que estamos apurando.

Na linha seguintes, temos 4 colunas, DATA, ENTRADA, SAIDA E SALDO.

As colunas ENTRADA, SAIDA E SALDO, são dividas em sub-colunas, cada uma com 3 sub-colunas
QUANTIDADE, R$ E TOTAL.

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Abaixo temos uma linha intitulada de SALDO INICIAL.

Na coluna DATA preencheremos com a data que ocorrer a transação assim, uma compra efetuada no dia 05
de março na coluna data, preencheremos com 05/03.

Essa coluna será preenchida sempre que ocorrer uma operação seja de entrada de mercadoria ou saída de
mercadoria, tanto faz se foi compra, devolução, vendas ... será sempre preenchida.

Nas sub-colunas QUANTIDADE, R$ E TOTAL, preencheremos respectivamente com a quantidade de


mercadorias, com o valor unitário de cada uma e com o valor total referente a operação (entrada ou saída).

Vamos simular uma operação para melhor compreender.

Imagine que uma empresa não tenha estoque inicial, e que fez uma compra em 10 de Março de 100
unidades de blusas a R$ 22,00 cada unidade. Nossa ficha de controle de estoque ficaria da seguinte forma:

Percebam que como a empresa não tinha estoque inicial a linha que contem o SALDO INICIAL, ficou com
traçinhos ( - ), indicando que os valores estão zerados.

Logo abaixo, na coluna DATA preenchemos com a data da operação que foi 10 de Março. Após sob a coluna
de entrada preenchemos com 100 a coluna de quantidade pois foi 100 unidades de blusas que entraram em
estoque, ao lado sob a coluna R$ (que quer dizer preço unitário), preenchemos com R$ 22,00 que é o valor
de cada blusa, e na coluna TOTAL preenchemos com o valor de R$ 2.200,00 que foi o valor total da
operação ou seja, 100 blusas a R$ 22,00 cada uma, totaliza R$ 2.200,00.

Preenchemos a operação na coluna de entrada, porque na compra de mercadorias, ocorre uma entrada de
mercadorias no nosso estoque.

As sub-colunas da coluna saldo preenchemos com 100 unidades, R$ 22,00 e R$ 2.200,00, a quantidade, o
valor unitário e o total, essa coluna esta indicando quantas, quanto custou cada uma e quanto no total
temos de blusas em estoque nesse momento.

Vamos exemplificar uma saída de mercadoria agora, considerando a mesma planilha acima, vamos supor
que no dia 11 de Março vendemos 80 blusas, nossa planilha ficaria da seguinte forma agora:

Inicialmente preenchemos com a data, as sub-colunas da coluna entrada preenchemos com traçinhos para
indicar zeros, afinal se a operação é uma venda de mercadoria, existe uma saída de mercadorias do estoque
e não uma entrada.

Nas sub-colunas da coluna saída: Na sub-coluna Quantidade, preenchemos com a quantidade vendida, que
no nosso caso foi 80 unidades, na sub-coluna R$ que indica o preço preenchemos com o preço de CUSTO de
cada mercadoria NUNCA COM O PRECO DE VENDA, assim no caso acima preenchemos com R$ 22,00 pois foi

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o preço de custo de cada blusa vendida, conforme a ultima compra efetuada. E na sub-coluna TOTAL o
resultado da multiplicação de 80 unidades a R$ 22,00 cada totalizando R$ 1.760,00.

Agora é o mais importante, na coluna SALDO, percebam que na quantidade temos 20, isso porque se
compramos 100 e vendemos 80 ficamos com 20. Na sub-coluna de preço unitário temos R$ 22,00, que é o
valor de custo dessas 20 unidades que sobraram no estoque, e na sub-coluna total, temos R$ 440,00 que é
a multiplicação de 20 unidades a R$ 22,00 cada uma.

Logo podemos perceber que a coluna SALDO é a que nos indica quanto temos em nosso estoque após cada
operação.

As outras colunas também nos servirão veremos para que mais adiante, o importante agora é aprendermos
como se preenche a planilha / ficha de controle de estoque.

Tem resolver a questão abaixo no próximo tutorial colocarei as repostas e continuaremos o nosso
aprendizado.

Exercícios:

Considere que uma empresa não nada em estoque preencha a planilha de estoque a seguir de acordo com
as operações efetuadas no mês de Abril de 2005.

- Compra de 200 unidades de camisas, pelo valor total de R$ 2.000,00, logo cada camisa custou R$ 10,00
no dia 01.
- Venda de 20 camisas no dia 03.
- Venda de 50 camisas no dia 05.
- Venda de 30 camisas no dia 10.

Até a próxima.

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5. Operações com Mercadorias –


5.ª Parte
Correção do Exercício:

Vamos corrigir os exercícios do tutorial passado:

O exercício era o seguinte:

Considere que uma empresa não nada em estoque preencha a planilha de estoque a seguir de acordo com
as operações efetuadas no mês de Abril de 2005.

- Compra de 200 unidades de camisas, pelo valor total de R$ 2.000,00, logo cada camisa custou R$ 10,00
no dia 01.
- Venda de 20 camisas no dia 03.
- Venda de 50 camisas no dia 05.
- Venda de 30 camisas no dia 10.

Vamos preencher a planilha primeiro, e depois teceremos alguns comentários.

Inicialmente preenchemos o produto e o mês de referencia da planilha e como não temos estoque inicial,
preenchemos o campo respectivo com traçinhos para indicar que não havia valor no estoque. Nossa planilha
ficou da seguinte forma:

Após preenchemos a primeira operação no dia 01 de abril, que é referente a compra de 200 unidades de
camisas por R$ 10,00, totalizando R$ 2.000,00. Nesse momento nossa planilha ficou da seguinte forma:

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Na coluna data, preenchemos com a data da operação, em nosso caso 01 de abril.

Sob a coluna entrada preenchemos com a quantidade, o valor unitário e o valor total, referente a operação.

Na coluna SALDO que simboliza a nossa quantidade no estoque no dado momento, preenchemos com o
valor que ficou o nosso estoque após a operação. Lógico que como foi a nossa primeira operação e que não
tínhamos estoque anterior a coluna de SALDO será preenchida com os mesmos valores da coluna de
entrada.

Vamos agora ver como preenchemos a segunda operação.

Na coluna data, sem mistério nenhum, a data da operação, no caso acima 03/04.
Como a operação é uma saída de mercadorias, na coluna de entradas preenchemos com traçinhos para
indicar que não tem nada preenchido.

Na coluna de SAIDA, a sub-coluna quantidade, preenchemos com a quantidade de mercadoria que foi
vendida, conseqüentemente a quantidade de mercadoria que saiu do estoque. Na sub-coluna R$ que indica o
preço unitário de cada mercadoria que saiu do estoque, ou seja, o custo de CADA mercadoria vendida,
preenchemos com R$ 10,00. Pois é o custo de cada unidade vendida, pois estamos vendendo a mercadoria
referente à compra do dia 01. Na sub-coluna Total da coluna SAIDA, a multiplicação das unidades vendidas
pelo preço de custo que totaliza R$ 200,00.

Por ultimo temos que preencher a coluna SALDO, nessa coluna temos que tomar um pouco mais de atenção
na hora do preenchimento e lembrar que essa coluna vai representar o que realmente temos em estoque.

Na sub-coluna quantidade, tínhamos 200 se vendemos 20 ficamos com 180. Na sub-coluna de valor unitário
preenchemos com o valor do custo de aquisição que no nosso caso é R$ 10,00, pois estamos vendendo
mercadoria referente a primeira compra. E na sub-coluna total, temos o valor do nosso estoque final, ou
seja, após a operação. Que é o resultado da multiplicação de 180 unidades vezes o custo unitário de R$
10,00, totalizando assim a quantia de R$ 1.800,00.

A terceira e a quarta operação são idênticas a segunda, o resultado final tem que ser idêntico a primeira
tabela.

Entendido como funciona o preenchimento da tabela, vamos continuar o nosso aprendizado.

Métodos de Contabilização de Estoques:

Existem vários métodos de contabilização dos estoques de mercadorias para revenda, vamos aprender os 3
mais conhecidos que são o PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai), o UEPS (Ultimo a Entrar, Primeiro a
Sair) e Custo Médio.

Inicialmente vamos falar sobre o PEPS.

Primeiro que Entra, Primeiro que Sai:

Esse método considera que a primeira mercadoria que entrou no estoque, é a primeira que vai sair na
ocasião da venda, esse critério é muito comum quando se trabalha com produtos perecíveis, que tem data
de validade, pois logicamente temos que vender os que estão com a validade quase se esgotando.

Imagine que:

No dia 01 você comprou 50 unidades.

No dia 02 você comprou 30 unidades.

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Até agora você possui no estoque 80 unidades.

Ai você faz uma venda de 20 unidades, então considerando o critério do PEPS, a mercadoria que você vai
baixar no estoque será referente a primeira compra (a de 50 unidades).

Logo depois você vendeu mais 10 unidades, então a mercadoria que será baixada será também referente a
primeira compra.

Nesse momento referente a primeira compra você ainda tem em estoque 20 unidades.

Logo depois, você faz uma venda de 30 unidades. Pelo critério do PEPS você terá que baixar do seu estoque
20 unidades referentes a primeira compra e as 10 unidades que faltam referente a segunda compra.

Vamos colocar isso na ficha de controle de estoque para vermos como ficará:

As operações foram as seguintes, todas referentes ao mês de Maio, e Não havia estoque inicial na empresa.

Os produtos são camisas.

Dia 02/05 – Compra de 80 unidades de camisas a R$ 10,00 cada.


Dia 03/05 – Compra de 20 unidades de camisas a R$ 15,00 cada.
Dia 04/05 – Venda de 50 unidades.
Dia 08/05 – Venda de 40 unidades.

A planilha preenchida referente a operação do dia 01, ficaria assim:

Até aqui tudo bem não tem mais mistério nenhum o preenchimento.

Vamos então a segunda operação.

Nossa planilha nesse momento ficaria da seguinte forma:

Agora surge uma novidade, veja que após o preenchimento da operação, ficamos com dois lotes de
mercadorias, com valores diferentes em nosso estoque, e de acordo com critério de contabilização de
estoque pelo PEPS, a primeira mercadoria que entra tem que ser a primeira mercadoria que vai sair, temos
então que manter um registro que possamos identificar cada grupo de estoques, pois na próxima operação
que será a venda de mercadoria, teremos que baixar do estoque a mercadoria que foi referente a primeira
compra.

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Por isso se faz necessário abrirmos uma outra linha chamada de MERCADORIAS EM ESTOQUE NO
MOMENTO, e relacionarmos todo o nosso estoque, vamos ver a próxima operação que é referente a baixa da
mercadoria que ficará mais fácil de entendermos.

Após o registro da operação do 04 de Maio, nossa planilha ficará da seguinte forma:

Vejam que após o registro da operação do dia 04 de Maio, continuamos com dois lotes de mercadorias em
estoque, só que o lote referente a compra do dia 02 que antes tinha 80 unidades, agora ficou com 30. E o
lote referente a compra dia 03 continua com a mesma quantidade. Isso porque como dito antes estamos
trabalhando com o critério de contabilização do PEPS que é PRIMEIRO QUE ENTRA É O PRIMEIRO QUE SAI.
Assim se a mercadoria do dia 02 foi a primeira a entrar no estoque ela terá que ser a primeira a sair dele.
Percebam também que a total das mercadorias que temos no estoque nesse momento e a soma de quanto
restou em cada lote de mercadoria, temos então em nosso estoque nesse exato momento a quantia de R$
600,00 de mercadorias.

Vamos a operação do dia 8 – Venda de 40 unidades.

Nossa planilha agora ficaria da seguinte forma:

Vejam que a venda do dia 08 foi de 40 unidades, então tivemos que baixar 30 unidades, referentes ao
primeiro lote de mercadorias assim zeramos esse lote, vendendo todas as suas mercadorias, porém
vendemos 40 e só baixamos 30 unidades, faltam ainda baixar mais 10 unidades, que será do segundo lote
de compra de mercadorias (as referentes ao dia 03), se nesse lote tínhamos 20 unidades e baixamos 10
ficamos com 10 unidades em estoque ainda.

O importante é frisar bem que temos que manter um controle de cada lote do estoque de modo que permita
identificar o primeiro lote de mercadoria que entrou no estoque, para que possamos baixa-lo nas vendas,
observando assim o critério do PEPS.

Continuando a ficha de controle do estoque acima, vamos os registros de mais essas operações:

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Dia 10/05 – Compra de 10 unidades por R$ 18,00
Dia 11/05 – Compra de 5 unidades por R$ 10,00
Dia 16/05 – Venda de 16 unidades.

Nossa tabela com a operação do dia 10/05 ficaria da seguinte forma:

Vejam que agora temos no estoque novamente 2 lotes de mercadorias, 10 unidades referente a compra do
dia 03, e mais 10 unidades referente a compra do dia 10. Logo nosso estoque de mercadorias no momento é
de R$ 330,00, e temos no estoque 20 unidades.

Vamos a operação dia 11/05, que é a compra de mais 5 unidades a R$ 10,00 cada. Nossa tabela ficaria
assim:

Agora temos 3 lotes de mercadorias em nosso estoque. Temos 25 unidades. E elas totalizam R$ 380,00 de
mercadorias em estoque.

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Vamos agora a operação dia 16/05 – Que é a venda de 16 unidades. Nossa planilha ficará da seguinte
forma:

Vejam que como a venda foi de 16 unidades, tivemos que baixar as 10 unidades que tínhamos no estoque
mais antigas que eram referentes a compra do dia 08, faltava ainda dar baixa em mais 6 unidades, que
foram retiradas do estoque do dia 10/08 ficando assim referente a essa compra do dia 10/08 ainda 4
unidades no estoque.

Para terminar vamos deixar um exercício, no próximo tutorial faremos a correção, um rápido comentário
sobre porque trabalhar com o método PEPS, e uma comparação dele em relação ao inventário periódico. E
após começaremos a ver o outro tipo de critério de contabilização.

Exercícios:

Continuando a mesma tabela acima, continue a preencher a ficha de estoque conforme operações a seguir.

Dia 17/05 – Venda de 4 unidades.


Dia 18/05 – Venda de 3 unidades.
Dia 20/05 – Compra de 15 unidades a R$ 10,00 cada.
Dia 21/05 – Compra de 20 unidades a R$ 12,00 cada.
Dia 22/05 – Venda de 17 unidades.
Dia 23/05 – Venda de 5 unidades.
Dia 24/05 – Compra de 10 unidades a R$ 13,00 cada.

No próximo tutorial faremos a correção.

Até a próxima.

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6. Operações com Mercadorias –


6.ª Parte
Correção do Exercício:

Vamos corrigir os exercícios do tutorial passado:

O exercício era o seguinte:

Continuando a mesma tabela acima, continue a preencher a ficha de estoque conforme operações a seguir.

Dia 17/05 – Venda de 4 unidades.


Dia 18/05 – Venda de 3 unidades.
Dia 20/05 – Compra de 15 unidades a R$ 10,00 cada.
Dia 21/05 – Compra de 20 unidades a R$ 12,00 cada.
Dia 22/05 – Venda de 17 unidades.
Dia 23/05 – Venda de 5 unidades.
Dia 24/05 – Compra de 10 unidades a R$ 13,00 cada.

Inicialmente vamos reproduzir a tabela para que possamos continuar a correção.

A tabela era essa:

A primeira operação foi a venda de 4 unidades no dia 17/05. Nossa tabela nesse momento ficaria da
seguinte forma:

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Observação: Reproduzi somente a parte da tabela que nos interessa no momento, por questões de espaço.

Percebam que baixamos do nosso estoque 4 unidades, como estamos trabalhando com o método PEPS,
temos que dar baixa na mercadoria mais antiga que consta em nosso estoque, então demos baixa nas 4
unidades referentes a compra do dia 10.

A ultima linha preenchida da nossa planilha nos indica quanto de mercadorias ainda temos em estoque no
momento, ou seja, 5 unidades que custaram R$ 10,00 cada , que totaliza R$ 50,00. Esse lote de mercadoria
será o próximo a ser dado baixa.

Vamos apresentar agora a planilha preenchida por completo.

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Temos assim todas as operações registradas na nossa planilha de estoque.

Temos que observar sempre que quando vendemos mais mercadorias do que o primeiro lote em nosso
estoque, temos que dar a baixa em dois lotes diferentes e que sempre que comprarmos mais mercadorias, e
já existir mercadorias em nosso estoque temos que abrir um novo lote. Qualquer erro nessa operação fará
com que toda a nossa planilha fique errada.

Ok?

Vamos agora continuar o nosso estudo.

Abrindo uma nova planilha

Vamos supor agora que acabou o mês de maio, e temos que começar a registrar as operações do mês de
Junho, logo, teremos que fazer uma nova planilha para o mês de Junho, a consideração importante a ser
feita aqui, é observar o estoque final que tivemos no mês de Maio, olhando a planilha acima, podemos
identificar que ficamos com dois lotes de mercadorias em nosso estoque, um com 15 unidades a R$ 12,00
cada, totalizando R$ 180,00 e o outro com 10 unidades, a R$ 13,00 cada, totalizando R$ 130,00.

Ora, se partimos do pressuposto que não tivemos mais operações com mercadorias, no mês de maio, essas
mercadorias, continuaram no estoque no inicio do mês de Junho certo?

Então esse lote de mercadorias é chamado de estoque inicial, e ele deve ser assim representado na planilha:

Ok?

E devemos continuar desse ponto o registro das operações que ocorrerão em Junho.

Isso porque existe uma lógica em separar a planilha por mês.

Sabemos que temos na planilha 4 colunas: DATA, ENTRADAS, SAIDAS E SALDO.

E que as 3 últimas colunas, tem uma sub-coluna chamada TOTAL, no final do mês, vamos efetuar uma soma
na ultima linha para somar esses valores, pois eles nos serviram para conferencia. Veremos isso com mais
detalhes adiante.

E para facilitar essa soma vamos modificar o modo de fazermos a nossa planilha.

Nova formatação da Planilha

A partir de agora vamos fazer uma planilha mais técnica, isso porque, na verdade essa linha de
MERCADORIAS EM ESTOQUE NO MOMENTO não existe na prática, isso estávamos fazendo para facilitar na
hora de identificar qual o lote de mercadoria mais antigo, na prática temos que olhar para a planilha e saber
qual o lote temos que dar baixa.

Então nossa planilha mais técnica ficaria da seguinte forma:

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Vejam que eliminamos uma grande quantidade de linhas em nossa planilha, o detalhe agora ficará na
interpretação da planilha, pois como dito, não temos mais a distinção, como antes, de cada lote que temos
após cada operação.

Em programas de computador, essa informação pode até continuar aparecendo a cada operação, mas não é
muito comum.

O importante será vocês saberem interpretar as duas planilhas.

Vamos fazer algumas explicações importantes.

No primeiro lançamento:

Podemos notar logo de cara, que não tínhamos nenhuma mercadoria em estoque, e que fizemos uma
compra de 80 unidades, a R$ 10,00 cada, totalizando R$ 800,00, vejam que o estoque final agora aparece
na mesma linha do lançamento que indica a compra, destaquei ele na tabela acima, para melhor
identificarem.

Vamos ao segundo lançamento:

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O segundo lançamento foi a compra de 20 unidades, a R$ 15,00 cada, totalizando R$ 300,00, vejam que
agora na mesma linha do lançamento referente a compra do dia 03, temos o primeiro lote do estoque
(destaquei em azul).

E logo abaixo temos a linha que identifica o segundo lote de mercadorias, que foi o referente a compra do
dia em questão destaquei em vermelho.

Isso quer dizer o que? Que você sempre demonstrará que o primeiro lote de mercadorias, é o que esta na
linha do seu lançamento, e que ele deverá ser dado baixa primeiro.

Vamos a terceira operação:

Agora a operação foi a venda de 50 unidades, já sabemos que trabalhando o método PEPS, temos que dar
baixa nas primeiras unidades que entraram em nosso estoque.

Percebam que na linha do lançamento do dia 4, que antes era 80 unidades agora virou 30, isso quer dizer
que do primeiro lote, após o registro dessa operação ainda restaram 30 unidades que devem ser as
primeiras a serem baixadas do estoque (destaque em azul) e que ainda sobram 20 unidades, do segundo
lote para se dado baixa, ou seja.

Vamos agora analisar a quarta operação:

A quarta operação, dia 08/05, foi a venda de 40 unidades, temos que nos atentar que conforme o nosso
preenchimento da planilha da operação anterior, o primeiro lote só tem 30 unidades, então vamos baixar as
30 unidades dele, e complementar com o que falta, das mercadorias que constam no segundo lote.

Vejam que na linha do lançamento do dia 08, o saldo final ficou zerado, indicando que aquele lote, que
constavam como primeiro, foi zerado no próprio dia 08, pela saída registrada (destaque em azul) e que do

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segundo lote, onde tínhamos 20 unidades, agora só temos 10, pois baixamos 10 unidades, referentes a
venda do dia (destaque em vermelho).

Vamos analisar agora a quinta e a sexta operação.

A quinta operação foi do dia 10/05, fizemos uma compra de 10 unidades, a R$ 18,00 cada, totalizando R$
180,00, ficamos agora com dois lotes de mercadorias diferentes, ambos com 10 unidades, mas cada um com
o seu próprio preço unitário e logicamente com o seu total, percebam que o primeiro lote, ficou na mesma
linha do lançamento da compra do dia 10, indicando que esse lote deverá ser baixado primeiro. (destaque
em vermelho)

A sexta operação foi uma outra compra agora no dia 11/05, nesse momento ficamos então com 3 lotes de
mercadorias distintos. (destaque em azul)

Vamos agora analisar o lançamento do dia 16.

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Pelo preenchimento da planilha acima podemos ver que a operação nesse dia foi a venda de 16 unidades, o
primeiro passo foi identificar quantos lotes de mercadorias tínhamos, sabemos que na operação do dia
anterior (dia 11), tínhamos 3 lotes de mercadorias, dois lotes com 10 unidades, e um lote com 5 unidades,
temos que dar baixa em 16 unidades, então demos baixa no lote de 10 unidades mas antigos, e ainda
faltavam 6 unidades, que demos baixa no outro lote de 10 unidades. Nesse momento ficamos somente com
2 lotes de mercadorias, um com 4 unidades, e o outro com 5 unidades. (destaque em vermelho)

Vamos a operação do dia 17, vimos que foi a venda de 4 unidades, como o nosso lote mais antigo tem
somente 4 unidades, basta baixarmos esse valor e indicar na mesma linha do lançamento que esse estoque
foi zerado. (destaque em azul) Ficamos ainda com 1 lote com 5 unidades.

Os demais lançamentos seguirão essa regra.

É um modelo simples de planilha, em programas de computador ou até mesmo outras planilhas, podem ser
inseridos alguns outros dados, tais como numero do nota fiscal de venda, no caso de saída de mercadoria,
ou numero da nota fiscal de entrada, no caso de compras.

Pode aparecer ainda o saldo de mercadoria após cada lançamento em linhas separadas e etc.

O importante é sabermos olhar para a planilha e identificar o que aconteceu, e em qual mercadoria temos
que dar baixa.

Outro detalhe importante é que na coluna de saída, temos que nos atentar que o preenchimento
dela, não será com o valor da venda e sim com o valor que a mercadoria constava no lote que
esta sendo baixado. Esse é um erro muito comum no inicio.

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Acima eu disse que esse modo de preenchimento, facilita a nossa conferencia, para demonstrarmos isso e no
próximo tutorial já vermos o outro método de contabilização de estoque, vou deixar um exercício para ser
feito com pouco lançamento que servirão somente como suporte a explicação que será dada . Ok?

O exercício é o seguinte:

Considere o seguinte balanço:

As operações foram:

1 – Recebimento de R$ 500,00 de clientes no banco.


2 – Pagamento de R$ 400,00 ao fornecedor com cheque.
3 – Compra de R$ 500,00 de mercadorias.
4 – Venda de R$ 250,00 de mercadorias, por R$ 600,00 a prazo.
5 – Venda de R$ 100,00 de mercadorias, por R$ 300,00 a vista.

Façam as contabilizações, como antigamente, ao final da contabilização elabore um balancete de 4 colunas.


No próximo tutorial estaremos corrigindo e partiremos dele para ver como que a planilha de estoque nos
ajudará a conferir.

Ok?

Até a próxima

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7. Operações com Mercadorias –


Parte Final
Correção do Exercício:

Vamos corrigir os exercícios do tutorial passado:

O exercício era o seguinte:

Considere o seguinte balanço:

As operações foram:

1 – Recebimento de R$ 500,00 de clientes no banco.


2 – Pagamento de R$ 400,00 ao fornecedor com cheque.
3 – Compra de R$ 500,00 de mercadorias.
4 – Venda de R$ 250,00 de mercadorias, por R$ 600,00 a prazo.
5 – Venda de R$ 100,00 de mercadorias, por R$ 300,00 a vista.

Façam as contabilizações, como antigamente, ao final da contabilização elabore um balancete de 4 colunas.


No próximo tutorial estaremos corrigindo e partiremos dele para ver como que a planilha de estoque nos
ajudará a conferir.

Resposta:

O primeiro passo como sempre é abertura dos razonetes, e fazer os lançamentos:

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Contabilizadas todas as operações, podemos agora elaborar o nosso balancete de 4 colunas, que ficaria da
seguinte forma:

Feito isso temos corrigido o exercício proposto.

Vamos agora, fazer uma planilha de controle de estoques, para ver como ela pode ajudar na conferencia dos
lançamentos.

Conferindo os lançamentos com a Planilha de Controle de Estoques.

Vamos elaborar uma planilha de controle de estoques, com as seguintes operações do mês de Abril de 2005.

1 – Compra de 50 unidades de bermudas a R$ 10,00 cada, no dia 10.


2 – Venda de 25 unidades, no dia 15.
3 – Venda de 10 unidades, no dia 17.

Nossa planilha ficaria da seguinte forma:

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Feito isso, temos a nossa planilha de estoque preenchida.

Vamos agora adicionar um novo item, em nossa planilha, que será uma linha de total sempre no final da
planilha. Ficaria da seguinte forma:

Destaquei em azul, o total na última linha da planilha, o detalhe é que faremos a totalização, somente dos
valores de entrada, saída e saldo final. Não vamos somar as quantidades, ou os valores unitários ok?

Vamos agora ver como a planilha nos ajuda a conferir os lançamentos efetuados.

Vamos conferir a planilha com o balancete efetuado.

Balancete:

Planilha:

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A primeira conferência que podemos fazer, é quanto ao saldo inicial, veja que no nosso balancete não temos
saldo inicial na linha de mercadorias, e também não temos saldo inicial na nossa planilha de estoque. O que
inicialmente indica que está tudo correto.

A segunda conferencia, é quanto as entradas, veja que em nossa planilha temos um total de R$ 500,00 de
entradas no mês (ultima linha da ficha). Agora vamos voltar ao balancete, vimos nos tutoriais passados, que
quando compramos um bem para a empresa, ele é registrado numa conta de ativo, e nesta quando
aumentamos o saldo dela, temos que fazer um débito. Certo?

Conferindo com o balancete, na linha de mercadorias, podemos ver que temos um débito de 500,00 na
coluna de Movimentos a Débito, indicando que o valor lançado no balancete confere com o que temos na
planilha.

A terceira conferência é na linha de saídas, veja que temos totalizado R$ 350,00, indicando que demos baixa
no estoque em tal valor, vamos tentar lembrar para onde vai esse valor quando damos baixa no estoque
............... lembrou? Para a conta de CMV não?

Quando vendemos mercadorias, fazemos um crédito na conta de Mercadorias, e um débito na conta de CMV
certo?

Vamos ver se esse valor aparece no nosso balancete? Percebam que na linha de mercadorias, na coluna de
lançamento a crédito, temos o valor de R$ 350,00 indicando que diminuímos a conta de mercadorias em tal
valor. E na linha do CMV, temos R$ 350,00 a débito indicando que aumentamos essa conta em tal valor.

A última conferência é na linha de saldo final, vejam que temos na planilha a quantia de R$ 150,00 em
mercadorias, ou seja, em estoque final, e que no nosso balancete consta o mesmo valor.

Essa analise indica que tanto na planilha quanto nos razonetes, e conseqüentemente no balancete fizemos
todos os lançamentos de modo correto, ou seja, pelo valor certo.

Pode até parecer irrelevante num primeiro momento esse controle, mas a conferência entre um e outro
permite identificar erros, por exemplo se errássemos na hora de lançar no razonete um valor, tal como ao
invés de baixar R$ 125,00 em mercadorias, baixássemos R$ 152,00, um erro típico de inversão de valores, o
saldo que estaria no nosso estoque final do razonete não seria igual ao saldo que constaria em nossa
planilha nas linhas de estoque final e de na linha de totais dos valores de saídas. Logo esse controle e a
conferência a parte permite identificar qualquer coisa errada.

Esse sistema de conferência é chamado de controle interno, é um dos itens mais analisados quando uma
empresa está sendo auditada.

Auditada é quando a contabilidade de uma empresa esta sendo conferida por auditores independentes.
Vamos rapidamente explicar o que seria uma auditoria, para uma melhor compreensão.

Algumas das grandes empresas são Sociedades Anônimas, ou abreviadamente S/A. Uma sociedade anônima
é uma empresa que não tem sócios fixos, ou seja, os sócios dela serão qualquer um que comprar ações
dessas companhias. Por exemplo, a PETROBRAS, o BRADESCO, o ITAU são sociedades anônimas. Qualquer
pessoa pode comprar ações dessas companhias.

Se uma pessoa tem dinheiro sobrando, pode investir comprando ações, por exemplo uma pessoa compra
uma ação hoje a R$ 10,00, de acordo com os lucros que a companhia venha a ganhar, os valores das ações
podem ir subindo, assim depois de algum tempo essa mesma ação que foi comprada a R$ 10,00 pode estar
valendo R$ 20,00, ou R$ 5,00, pois vai depender dos lucros que a empresa ganhar, ela pode vir a ter
prejuízos também diminuindo o valor das ações.

Um investidor precisa saber se vale a pena investir numa empresa ou não, e para isso a melhor forma é a
analise dos demonstrativos contábeis, tais como BALANCO PATRIMONAL, a DEMOSNTRAÇÃO DO
RESULTADO DO EXERCICIO, e outros.

Como a contabilidade de uma empresa é efetuada por ela mesma, essa empresa poderia muito bem inventar
valores, e dizer que o lucro dela é bem maior, pois assim um investidor compra ações e esse dinheiro da
compra vai para a empresa, e ela ganha capital (Dinheiro) para as suas atividades (comprar mercadorias,
fazer pagamento e etc.).

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Então o que garante ao investidor que os valores que estão nos relatórios contábeis são reais é o parecer de
um auditor independente, ele vai até a empresa e confere se tudo o que ela demonstra no relatório está
correto ou não, através de métodos e técnicas de auditoria.

E uma das formas dessa conferência é a analise dos controles internos de uma empresa, veremos mais
detalhes quando falarmos de auditoria.

Então se o auditor vai numa empresa e esta não tem os controles internos adequados, o auditor diz em seu
parecer que não pode conferir tais valores, pois a empresa não tinha os controles internos, e assim o
investidor quando ver o parecer dos auditores independentes, já vai olhar com outros olhos a empresa.

Resumindo esses controles internos são muito importantes.

Para terminar vou deixar um exercício, esse exercício contém um erro, a analise do balancete, e da ficha de
controle de estoque permitirá identificar o erro. No próximo tutorial demonstrarei a resposta.

Exercício

A ficha de controle de estoque é essa:

O Balancete apresentado é esse:

No próximo tutorial farei a correção e alguns comentários. E começaremos a ver os outros métodos de
avaliação de estoque.

Até a próxima

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8. Avaliação de Mercadorias –
1.ª Parte
Correção do Exercício:

Vamos corrigir os exercícios do tutorial passado:

No tutorial passado ficou um exercício com um erro, e devíamos analisar a planilha de controle de estoque e
o balancete e identificar qual era o erro.

O exercício era o seguinte:

A ficha de controle de estoque é essa:

O Balancete apresentado é esse:

Resposta:

Inicialmente, como temos um balancete de 4 colunas, temos que ver se na planilha e no balancete o valor
do estoque inicial são idênticos, e são, logo o saldo inicial esta correto, tanto no balancete quanto na planilha
de controle de estoques.

Vamos agora verificar o débito no balancete: Vejam que o valor é de R$ 3.500,00, débito numa conta de
ativo (mercadoria) indica um aumento no saldo da conta, na conta de estoque logicamente indicará uma
compra, assim temos que ter os mesmo R$ 3.500,00 em entradas de mercadorias, na nosso planilha.
Podemos ver então que ambos estão idênticos logo corretos.

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Na coluna de crédito no balancete temos R$ 4.000,00, indicando saídas de mercadorias, em nossa planilha
temos que ter o mesmo valor a títulos de saídas, só que na planilha esse valor não confere, temos R$
4.500,00. Já identificamos uma diferença.

Conseqüentemente o saldo final de nosso balancete e de nossa planilha não serão iguais.

Identificado o erro, temos varias hipóteses para o mesmo, a primeira poderia ser a não contabilização da
venda do dia 07, cujo valor é de exatamente R$ 500,00, que é a mesma quantia que resulta a diferença
entre os R$ 4.500,00 da planilha menos os R$ 4.000,00 do balancete.

Pode acontecer também de terem preenchido a planilha errada.

Ou até mesmo, de no primeiro lançamento de saída de mercadorias, do dia 05/01 terem lançado na planilha
R$ 500,00 a menor.

O importante é verificar que com o confronto dos dois saldos, podemos identificar possíveis erros, e para
identificar o que originou o erro, temos que recorrer aos documentos (as notas fiscais de saída no caso).

OK?

Vamos continuar o nosso aprendizado.

Métodos de Avaliação de Estoque:

Nos primeiros passados aprendemos como é feito o controle das mercadorias, o preenchimento das planilhas
de controle de estoques, o que é um inventário, seus tipos (Permanente e Periódico), como a ficha de
controle de estoque ajuda na conferencia e etc.

Porém como já foi dito, existem várias formas de se avaliar um estoque, cada método desses terá um
impacto diferente na contabilidade.

O primeiro método é o que estávamos trabalhando, o chamado PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai),
onde tínhamos que dar baixa nas mercadorias vendidas, pelo valor da primeira mercadoria que entrou no
estoque.

Vamos a partir desse tutorial conhecer as outras formas de se avaliar o estoque e como é feito o seu
preenchimento na planilha, após veremos os métodos faremos uma comparação entre eles e os outros
métodos.

O segundo método, que vamos ver agora, é chamado de UEPS (Ultimo que Entra, Primeiro a Sair)

Ultimo que Entra, Primeiro a Sair:

Nesse método, a mercadoria a ser dada baixa será que entrou no estoque por ultimo.

Vamos exemplificar para ficar mais fácil.

Inicialmente considere as seguintes operações, as mercadorias são camisas:

1 – A empresa não tem estoque inicial de mercadorias.


2 - Compra de 50 unidades a R$ 10,00, no dia 02 de Maio.
3 – Compra de 10 unidades a R$ 12,00, no dia 03 de Maio.
4 – Venda de 5 unidades, no dia 05/05.

Vamos ver como fica a nossa planilha preenchida:

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Vejam que o nosso saldo inicial é zero.

Que no dia 02 de Maio fizemos uma compra de 50 unidades, a R$ 10,00 cada unidades, que totalizou R$
500,00, como não tínhamos saldo inicial, o nosso estoque no presente momento, é o valor das compras que
fizemos nesse dia, 50 unidades a R$ 10,00 cada, totalizando R$ 500,00. Até aqui sem mistérios.

No dia 03 de Maio tivemos mais uma compra, agora de 10 unidades a R$ 12,00 cada, totalizando R$ 120,00,
percebam que nesse exato momento temos dois lotes de mercadorias, um com 50 unidades e o outro com
10 unidades.

Vamos agora a operação do dia 05 de Maio que a venda, aqui é que temos que prestar a atenção, pois agora
estamos trabalhando com outro método de avaliação de estoque o UEPS, onde temos que dar baixa primeiro
na ultima mercadoria que entrou em nosso estoque.

A ultima mercadoria que entrou em nosso estoque, foi a do dia 03/05 com 10 unidades a R$ 12,00. Como a
nosso venda foi de 5 unidades, baixamos as unidades desse lote, e ainda ficamos com mais 5 unidades do
mesmo lote no estoque. Assim na coluna de saída, em quantidade será preenchido 5, em valor unitário R$
12,00 e em valor total R$ 60,00, e na coluna de SALDO, ficamos ainda com 2 lotes de mercadorias, o
primeiro que entrou que ainda esta integralmente no estoque com as 50 unidades, e o ultimo que entrou
que agora ficou com 5 unidades somente.

Ok?

Vamos continuar analisando mais algumas operações, continuando o preenchimento da planilha acima.

Considere agora as seguintes operações.

1 – Compra de mais 20 unidades a R$ 15,00, no dia 08/05.


2 – Venda de 15 unidades, no dia 09/05.

Nossa planilha nesse momento ficaria da seguinte forma:

Vamos analisar:

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O nosso estoque inicial antes da operação do dia 08 era de dois lotes de mercadorias, uma com 50 e o outro
com 5 unidades.

A operação do dia 08 foi a compra de mais 20 unidades, logo, ficamos agora com 3 lotes de mercadorias em
nosso, o mais antigo com 50 unidades, depois temos um outro lote com 5 unidades, e o mais recente com
20 unidades.

A operação do dia 09, foi a venda de 15 unidades, lembrando que como estamos trabalhando com o método
do UEPS, temos que dar baixa na mercadoria pelo valor da aquisição mais recente (ultima compra), assim
demos baixa em 15 unidades no valor de R$ 15,00 cada, que é o valor unitário da compra mais recente que
efetuamos.

Agora o nosso estoque ficou com 3 lotes de mercadorias, um com 50 unidades, e dois com 5 unidades.

Vamos ver mais alguns lançamentos:

1 – Venda de 7 unidades, no dia 10.


2 – Venda de 4 unidades, no dia 10 também
3 – Compra de 20 unidades a R$ 20,00 cada, no dia 12.

Nossa planilha de estoque ficaria da seguinte forma:

Vamos analisar os lançamentos:

Percebam que antes do dia 10/05, tínhamos 3 lotes de mercadorias em nosso estoque.

Vejam também que temos duas operações de vendas no mesmo dia, temos então que registra na planilha
cada venda separadamente ok? O mesmo com a compra, se tivermos mais de uma compra no mesmo dia.

Na primeira venda do dia 10, temos que baixar 7 unidades, porem o lote mais recente só tem 5 unidades,
assim sendo, damos baixa nessas 5 unidades, e complementamos com as 2 unidades que faltam o com lote
anterior, assim baixamos 5 unidades a R$ 15,00 e mais 2 unidades a R$ 12,00. Nesse momento ficamos
com 2 lotes de mercadorias em nosso estoque.

O mesmo aconteceu com a segundo venda do dia 10, tivemos que dar baixa em dois lotes diferentes de
mercadorias, e nesse exato momento ficamos com somente um lote de mercadoria em nosso estoque com
49 unidades.

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A operação do dia 12/05, foi a compra de mais 20 unidades, a R$ 20,00 cada. Feito o registro ficamos agora
com lotes de mercadorias, em nosso estoque, o mais antigo com 49 unidades, e o mais recente com 20
unidades, lembrando que será desse lote que será dado baixa nas mercadorias nas próximas vendas.

Bom antes de deixar alguns exercícios, vou fazer um comentário importante:

Esse método de avaliação de estoque UEPS (Ultimo que Entra, Primeiro que Sai), não é aceito pela legislação
fiscal, ou seja, a Receita Federal proíbe as empresas de avaliar seus estoques com base nesse método.

Vamos ver o porque disso, daqui a alguns tutoriais, quando fizermos uma comparação entre os com todos os
métodos.

Mas rapidamente podemos dizer que esse método aumenta o CMV das mercadorias, pois suponhamos que
você compre as mesma marca e modelo de borracha, a primeira compra foi a R$ 10,00 e a segunda a R$
12,00, com base nesse método, foi lançará a baixa da mercadoria pelo valor de R$ 12,00. Se o preço de
venda é R$ 20,00, pelo UEPS, você terá um lucro de R$ 8,00, e pelo PEPS (primeiro que entra, primeiro que
sai), você apresentaria um lucro de R$ 10,00. E como o Imposto de Renda é calculado com base num
percentual sobre o lucro, vamos supor que seja de 10%, o imposto de renda pelo PEPS, seria de R$ 1,00, e
pelo UEPS de R$ 0,80. O que acontece com isso? A Receita Federal deixa de arrecadar mais, por isso ela não
aceita.

Vocês podem estar pensando mais e se a primeira compra foi de R$ 10,00 e a ultima compra foi de R$ 8,00,
utilizando o UEPS a receita federal ganharia mais.

Está correto, quem pensou. Porém no Brasil isso raramente acontece.

Voltaremos a falar dessas diferenças depois ok?

Vamos ao exercício.

Continuando o preenchimento da planilha, registre as seguintes operações:

1 – Venda de 30 unidades, no dia 13.


2 – Venda de 5 unidades, no dia 13.
3 – Compra de 20 unidades a R$ 22,00 no dia 14.
4 – Venda de 25 unidades, no dia 17.
5 – Venda de 5 unidades, no dia 18.
6 – Compra de 6 unidades a R$ 25,00, no dia 20
7 – Venda de 10 unidades, no dia 21.
8 – Venda de 2 unidades, no dia 22.

Até a próxima

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9. Avaliação de Mercadorias –
2.ª Parte
Correção do Exercício:

Vamos corrigir os exercícios do tutorial passado:

O exercício era o seguinte:

Continuando o preenchimento da planilha, registre as seguintes operações:

1 – Venda de 30 unidades, no dia 13.


2 – Venda de 5 unidades, no dia 13.
3 – Compra de 20 unidades a R$ 22,00 no dia 14.
4 – Venda de 25 unidades, no dia 17.
5 – Venda de 5 unidades, no dia 18.
6 – Compra de 6 unidades a R$ 25,00, no dia 20.
7 – Venda de 10 unidades, no dia 21.
8 – Venda de 2 unidades, no dia 22.

A planilha para continuar o preenchimento era essa:

Correção:

A primeira operação a ser registrada era a venda de 30 unidades no dia 13.

Observação: Somente por questões de espaço vou apresentar somente a parte da planilha que interessa
para a correção. Ok?

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Tínhamos em nosso estoque, dois lotes de mercadorias, um com 49 unidades (mais antigo), e o outro com
20 unidades mais recente.

Como estamos trabalhando com o método do UEPS, temos que dar baixa nas mercadorias que entraram no
estoque por ultimo, ou seja, a aquisição mais recente.

Logo, pelo enunciado, temos que dar baixa em 30 unidades, porém a aquisição mais recente, o segundo
lote, só tem 20 unidades, então baixamos essas 20 unidades e complementamos as 10 unidades faltantes
com o primeiro lote.

Nesse momento, ficamos somente com um lote de mercadorias, em nosso estoque, com 39 unidades.

Vamos a próxima operação, que era a seguinte:

2 – Venda de 5 unidades, no dia 13.

Nossa planilha ficaria da seguinte forma:

Na presente operação baixamos mais 5 unidades, a R$ 10,00 cada, como só tínhamos um lotes de
mercadoria, em nosso estoque, baixamos as 5 unidades vendidas desse lote, ficamos agora com 34
unidades a R$ 10,00.

A próxima operação era:

3 – Compra de 20 unidades a R$ 22,00 no dia 14.

Nossa planilha ficaria da seguinte forma:

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Ficamos agora novamente com dois lotes de mercadorias, em nosso estoque, um com 34 unidades a R$
10,00, lote mais antigo, e o outro com 20 unidades a R$ 22,00, lote mais recente.

Vamos a próxima operação:

4 – Venda de 25 unidades, no dia 17.

Nossa planilha ficaria da seguinte forma:

Vejam que tivemos que dar baixa em dois lotes de mercadorias, na primeira baixamos 20 unidades e na
segunda mais 5 unidades, para complementar as 25 unidades vendidas, nesse momento voltamos a ficar
com somente um lote de mercadoria em nosso estoque.

Vamos ver as próximas operações, vou colocar a planilha totalmente preenchida para podermos finalizar a
correção.

As operações eram as seguintes:

5 – Venda de 5 unidades, no dia 18.


6 – Compra de 6 unidades a R$ 25,00, no dia 20.
7 – Venda de 10 unidades, no dia 21.
8 – Venda de 2 unidades, no dia 22.

Nossa planilha ficaria assim:

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Temos assim a nossa planilha totalmente preenchida, de acordo com o método UEPS.

Vamos agora conhecer um outro método de avaliação de estoques, chamado de Custo Especifico ou Custo
Real

Custo Específico ou Custo Real:

A metodologia utilizada nesse método de avaliação de estoque é de baixarmos do estoque o custo exato de
quanto custou tal mercadoria, esse critério é utilizado quando é possível identificar com grande facilidade
quanto custou cada mercadoria, por exemplo na venda de veículos, ou de casas, é possível facilmente
identificar o custo de cada um desses itens.

Em alguns casos esse critério é obrigatório, a exemplo a venda de veículos usados, pois se as empresas
utilizarem esse critério consegue reduzir os seus impostos que pagam na venda de cada veiculo.

Quando a quantidade de itens a controle é grande esse critério se torna impossível, imagine um mercado ou
uma papelaria conseguir controlar o custo especifico de cada item vendido, é inviável.

Em alguns casos, em alguns casos, a empresa nem precisa possuir o controle de estoque, pois é tão fácil
identificar o custo da mercadoria, que é desnecessário o controle, por exemplo, uma loja de veículos que
tenha 10 carros em estoque, agora uma loja de veiculo de tenha 100 carros em estoque, já é outra situação.

O importante é que a empresa tenha como identificar o custo da mercadoria, de alguma forma, ora,
identificar um imóvel, pelas suas próprias características ou pelo endereço e fácil, ou um veiculo de acordo
com seu modelo, ano, placa e outros itens também é fácil.

Nesse critério não importa a data de aquisição da mercadoria para a baixa, porém ela é preenchida na
planilha.

Um exemplo de uma planilha de controle de estoque com base no custo especifico, seria a seguinte:

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Vejam que a empresa não tinha nenhum veiculo em estoque no inicio do mês de Janeiro, no dia 02 fez uma
compra de um Monza – Placa XAX (outros itens podem ser incluídos na descrição para facilitar a
identificação) – nesse momento ficou então com um veiculo em estoque, e o valor total do estoque é de R$
9.000,00.

No mesmo dia fez outra compra, agora de um Vectra – Placa XBX, por R$ 20.000,00, nesse momento ela
ficou com 2 veículos em estoque, e o seu saldo final é de R$ 29.000,00.

No dia 05, a empresa comprou um Fusca – Placa ABC, por R$ 2.500,00, nesse momento ela ficou com 3
veículos em estoque, e um total de R$ 31.500,00.

No dia 09, e empresa vendeu o Fusca – Placa ABC, então foi dado baixa, no valor do custo de aquisição do
fusca ou seja, R$ 2.500,00, nesse momento a empresa ficou com 2 veículos em estoque, avaliados a R$
29.000,00 no total.

O controle acima é bem simples, apesar de poucos itens, mesmo que fosse muitos itens seria fácil, pela
característica do produto, no caso do veiculo, por exemplo o modelo, a placa, a cor, o combustível, o chassi,
todos esses itens ajudam a identificar o produto.

Se fossem imóveis, por exemplo, o endereço, o tipo (casa, apartamento, terreno), a escritura.

Agora imagine identificar ventiladores. Apesar de possível, pois possuem um número de série, seria tão
trabalhoso, pois uma empresa que compra e vende ventiladores, não vai comprar poucas unidades e sim um
monte de ventiladores de uma vez só, que não valeria a pena a relação de custo x beneficio de manter um
controle especifico.

Agora imagine uma grande papelaria, controlar canetas por exemplo, com o método do custo especifico, é
impossível, com o método do PEPS ou do UEPS é muito trabalhoso, tentem imaginar dar baixa no primeiro
lote no caso do PEPS, ou no último lote, no caso do UEPS da venda de canetas, deve haver vários lotes de
canetas, sua ficha de controle de estoque teria vários lotes de estoque final só de canetas, nesses casos
existe um outro método de avaliação de estoques chamado de Custo Médio, que veremos no próximo
tutorial.

Vamos parar por aqui.

Até a próxima

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10. Avaliação de Mercadorias –


3.ª Parte
No final do último tutorial prosamos, sobre a relação custo benefício do controle de estoque. Usamos como
exemplo, a hipotética situação de uma papelaria controlando canetas.

Imaginem o trabalho que seria, ficar controlando lotes de canetas, para que possamos dar baixas nesses a
cada operação.

Tentem imaginar a extensão do controle de estoque !!!! Pois é claro que uma papelaria não compra, 10
canetas, ela vai comprar caixas e caixas de canetas.

Então para resolver essa questão temos um outro método de contabilização de estoque, que é chamado de
CUSTO MÉDIO.

Custo Médio
A metodologia utilizada nesse método, não controlará lotes de mercadorias, o que será feito é a apuração
dos valores médios do estoque, e com base nesses valores, é que será efetuada a baixa da mercadoria.

Vamos exemplificar para ficar melhor.

Imagine as seguintes operações todas relativas ao mês de Janeiro de 2005.

1 – Compra de 20 unidades de cadernos pelo valor total de R$ 200,00, no dia 05.

2 – Compra de 10 unidades de cadernos por R$ 120,00, no dia 06.

3 – Compra de 30 unidades de cadernos por R$ 330,00, no dia 10.

4 – Venda de 15 unidades de cadernos, no dia 15.

5 – Compra de 40 unidades de cadernos a R$ 10,50 cada unidade, no dia 18.

6 – Venda de 50 unidades de cadernos, no dia 25.

Vamos acompanhar o registro de cada operação e ver como ficaria o nosso controle de estoque com base no
custo médio.

Nossa primeira operação ficaria da seguinte forma:

Vejam que aqui não teve mistério nenhum, é como sempre fazíamos antigamente. Na coluna de entradas
registramos as quantidades, o valor unitário, pois a operação dizia que uma compra de 20 unidades, no
valor total de R$ 200,00, logo cada unidade nos custou R$ 10,00.

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Na coluna de saldo, como não tínhamos saldo de mercadorias anterior (em estoque), o saldo que temos
agora, é o mesmo valor da operação que ocorreu no dia.

Vamos a segunda operação, pois agora é que vamos realmente ver como será feito o registro com base no
custo médio.

Nosso controle de estoque com após a segunda operação ficaria da seguinte forma:

Agora vou colocar o registro do controle em partes para que possamos assimilar melhor:

O registro da entrada é igual, a como sempre fazíamos, e sempre será.

Percebam que agora o nosso saldo final de mercadorias apontado pelo controle indica uma quantidade de 30
unidades, que nada mais é do que a soma das 20 primeiras unidades relativas a primeira operação mais as
10 unidades da operação do dia.

Ok?

Vamos a segunda parte do nosso registro.

O segundo passo agora, é somarmos o saldo total, de todas as mercadorias que tínhamos em estoque.
Vejam que tínhamos R$ 200,00 referente a primeira operação, e que na operação atual, compramos mais R$
120,00 de mercadorias. Logo a nossa soma dos valores totais que temos em estoque, é igual a R$ 320,00.
(200 + 120)

Vamos ao terceiro e último passo.

Chegou a hora, de realmente notarmos a diferença crucial.

Vejam como ficaria o nosso registro agora:

Percebam que na coluna R$ de SALDO, temos agora o valor médio de cada unidade de cadernos, como
chegamos a esse saldo? Simples, pela divisão de R$ 320,00 por 30 unidades, que corresponde a R$
10,66666666 .... arredondando R$ 10,67.

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É nesse detalhe onde é apurado o custo médio da mercadoria, a cada nova compra esse valor se alterará e
teremos assim um novo valor de custo médio unitário.

Vamos ver como ficaria uma nova compra de mercadorias.

Terceira operação:

Vejam que demos entrada em 30 unidades, que custaram no valor total R$ 330,00, logo cada unidade
custou R$ 11,00.

Ficamos agora com 60 unidades de mercadorias em estoque. Que totalizam R$ 650,00.

Cada unidade de mercadoria equivale agora a R$ 10,83.

Vamos a quarta operação, que era essa:

4 – Venda de 15 unidades de cadernos, no dia 15.

Nosso registro de controle de estoque ficaria da seguinte forma:

Vejam que demos baixa em nosso controle em 15 unidades, que no momento estavam custando R$ 10,83.
Vamos deixar em destaque que no momento elas estavam avaliadas a esse valor, se houver alguma nova
compra esse valor se alterará. Ok?

Outro detalhe foi que eu não disse preço de venda nessa operação, porque não precisamos desse valor para
o registro em nosso controle.

Então o total de mercadorias, que baixamos foi de R$ 162,45.

Nosso estoque final ficou agora com 45 unidades, tínhamos 60 e vendemos 15, ficamos com ?????? 45 !!!!!!

Essas 45 unidades, ainda continuam avaliadas a R$ 10,83, e totalizam R$ 487,35.

Ok?

Vamos a quinta operação:

5 – Compra de 40 unidades de cadernos a R$ 10,50 cada unidade, no dia 18.

Nessa operação novamente vamos fazer o registro em partes.

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Demos entrada em nosso estoque 40 unidades, detalhe agora o enunciado dizia o preço unitário da
mercadoria, temos que achar o total delas então, que é de R$ 420,00 (40 x 10,50 = 420,00)

Vamos agora ver como ficará o nosso estoque final.

Tínhamos 45 e compramos mais 40 ficamos com um total de 85 unidades em nosso estoque.

Vamos ver agora como ficará o valor total:

Antes nós tínhamos o equivalente a R$ 487,35 em mercadorias no estoque, como compramos mais R$
420,00 em mercadorias, ficamos agora com um total de R$ 907,35 (487,35 + 420,00) ok?

Agora vamos achar o valor unitário pela média.

Ficará assim:

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O custo unitário de cada uma dessas 85 unidades de caderno equivale agora a R$ 10,67 (907,35 : 85 =
10,67470588 ..... arredondando R$ 10,67)

Vamos agora a nossa ultima operação:

6 – Venda de 50 unidades de cadernos, no dia 25.

Ficaria assim no registro de estoque:

Baixamos 50 unidades de nosso estoque, pelo preço unitário de R$ 10,67, que totalizam R$ 533,50.

Ficamos agora com 35 unidades avaliadas a R$ 10,67, que totalizam R$ 373,45.

Outro detalhe importante é que quando trabalhamos com valores, que são dízima, como o caso do R$ 10,67
acima que originalmente era R$ 10,67470588 ... essa dizima vai ocasionar um erro no valor total do
estoque.

Podemos perceber isso pelo registro da operação acima, vejam que antes da operação tínhamos 85
unidades, a R$ 10,67 por unidade, que totalizava R$ 907,35.

Baixamos de nosso estoque a quantia de R$ 533,50.

Ora, 907,35 – 533,50 não é igual a R$ 373,45, é igual a R$ 373,85. Os R$ 373,45, é igual a 35 unidades a
R$ 10,67 cada (35 x 10,67 = 373,45).

A mesma situação pode ser notada na operação do dia 15.

Mas essa diferença é normal para esse método. Ok?

Exercícios:

Tentem continuar o preenchimento da planilha, no próximo tutorial será corrigido.

1 – Venda de 5 unidades, no dia 26.

2 – Compra de 15 unidades a R$ 9,00 cada, no dia 27.

3 – Compra de 30 unidades a R$ 10,00 cada, no dia 28.

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4 – Venda de 50 unidades, no dia 30.

5 – Compra de 20 unidades pelo valor total de R$ 240,00, no dia 31.

A operação a seguir é relativa a fevereiro de 2005.

1 – Venda de 10 unidades, no dia 02.

2 – Venda de 15 unidades, no dia 04.

3 – Compra de 40 unidades pelo valor de R$ 11,50 cada, no dia 06.

Bom vamos ficar por aqui.

No próximo tutorial faremos uma comparação entre os métodos.

Até a próxima

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11. Avaliação de Mercadorias –


3.ª Parte
No final do último tutorial ficou um exercício, vamos corrigi-lo agora.

Correção do Exercício:

O exercício era o seguinte:

Tentem continuar o preenchimento da planilha, no próximo tutorial será corrigido.

1 – Venda de 5 unidades, no dia 26.


2 – Compra de 15 unidades a R$ 9,00 cada, no dia 27.
3 – Compra de 30 unidades a R$ 10,00 cada, no dia 28.
4 – Venda de 50 unidades, no dia 30.
5 – Compra de 20 unidades pelo valor total de R$ 240,00, no dia 31.

A operação a seguir é relativa a fevereiro de 2005.

1 – Venda de 10 unidades, no dia 02.


2 – Venda de 15 unidades, no dia 04.
3 – Compra de 40 unidades pelo valor de R$ 11,50 cada, no dia 06.

A planilha que tínhamos que continuar o preenchimento era a seguinte:

De posse dos dados podemos continuar o preenchimento da nossa planilha, que ficaria da seguinte forma (já
preenchida por completo), referente ao mês de janeiro de 2005.

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Vejam que na operação do dia 26 (venda de 5 unidades) preenchemos a quantidade na coluna de saída e a
avaliamos pelo custo médio que tínhamos que era de R$ 10,67 cada unidade, totalizando assim a quantia de
R$ 53,35. Na coluna de saldo, ficamos agora com 30 unidades, pois tínhamos 35 e vendemos 5, cada uma
avaliada a R$ 10,67, totalizando assim R$ 320,10.

Vejam que na operação do dia 27/01, demos entrada em 15 unidades a R$ 9,00 cada uma, totalizando
assim a quantia de R$ 135,00. Nosso estoque agora ficou com 45 unidades a um preço total equivalente a
R$ 455,10, logo, cada unidade de mercadoria corresponde a R$ 10,113333.... ou R$ 10,11 arredondando.

Na operação do dia 28, compramos mais 30 unidades a R$ 10,00 cada, totalizando assim R$ 300,00. Nosso
estoque ficou agora com 75 unidades, avaliadas no total de R$ 755,10, sendo que cada unidade corresponde
a R$ 10,068 aproximadamente a R$ 10,07.

Na operação do dia 30, vendemos 50 unidades, que estavam avaliadas pelo preço unitário de R$ 10,07 e
totalizaram R$ 503,50, agora ficamos com 25 unidades a R$ 10,07 cada, e um estoque final de R$ 251,60.

Na operação do dia 31, compramos R$ 20 unidades pelo preço de R$ 240,00, cada unidade custava então a
quantia de R$ 12,00, ficamos com um estoque final de R$ 491,60, com 45 unidades cada uma avaliada a R$
10,9244444.... aproximadamente R$ 10,92.

Temos que nos lembrar que no final de nossa planilha temos que totalizar as quantidades nas colunas de
entradas e saídas bem como os valores totais das mesmas, e na coluna de saldo temos que evidenciar o
nosso saldo final.

Percebam também que totalizamos 165 unidades que entraram no mês de janeiro, e 120 unidades que
saíram durante, logo o nosso estoque final tem que ser de 45 unidades, pois não tínhamos estoque inicial.

O mesmo com o valor das entradas diminuído do valor das saídas, tem que totalizar um valor aproximado
com o que temos em nosso estoque final, não vai dar um valor certinho pois temos dizimas na hora da
divisão, mas tem que ser bem perto.

Vamos agora ver como ficaria a nossa planilha de fevereiro.

O primeiro passo é preencher os dados iniciais da planilha e o estoque inicial que deve ser o estoque final do
período anterior.

Feito isso podemos agora continuar o nosso preenchimento.

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Percebam que na operação do dia 02 demos saída em 10 unidades, pelo custo médio que tínhamos em
nosso estoque, essa saída totalizou R$ 109,92, e nosso estoque final ficou agora com 35 unidades a R$
10,92 que totalizam R$ 382,20.

Na operação do dia 04 demos saída em mais 15 unidades, pelo preço unitário de R$ 10,92, totalizando assim
R$ 163,80, ficamos com um estoque final de 20 unidades, avaliadas a R$ 10,92, que totalizam R$ 218,40

Na ultima operação adquirimos 40 unidades, a R$ 11,50, totalizando assim R$ 460,00, ficamos agora com
60 unidades, avaliadas pelo custo unitário de R$ 11,31 e que totalizam R$ 678,40.

Vamos supor que essas foram as únicas operações no mês, vamos então fazer a soma das colunas ao final
da planilha ficaria da seguinte forma:

Vejam que tínhamos inicialmente 45 unidades, compramos mais 40 e vendemos 25, se tínhamos 45 e
compramos mais 40 ficamos com 85 e se vendemos 25 temos que ter em nosso estoque a quantia de 60
unidades.

O mesmo calculo de conferência pode ser feito com os valores, vejamos:

Tínhamos R$ 491,60, compramos mais R$ 460,00 ficamos então com R$ 951,60, se vendemos o equivalente
a R$ 273,72, ficamos com 677,80, sabemos que o valor não vai conferir com o nosso saldo final, mas está
bem próximo, podemos assim considerar que está correto.

Aprendemos 4 métodos de avaliação de estoque nessa série de tutoriais, vimos que cada um deles tem sua
peculiaridade específica.

Como cada método tem um critério de avaliar os estoques, os valores baixados e o estoque final tendem a
ser diferentes, vamos agora entender o cada um desses critérios ocasiona no resultado de uma empresa.

Comparação entre os Métodos:


Para efetuarmos uma comparação entre os métodos, vamos fazer um exercício de elaborar uma planilha de
controle de estoques, pelos 3 critérios que vimos até agora, que são o Custo Médio, o PEPS e o UEPS. Não
vamos fazer pelo critério do custo específico, porque vimos que ele só se aplica em casos específicos, ou
seja, quando a empresa é obrigada a fazer por esse método ou quando é possível determinar o custo de
cada unidade (lembre-se das vendas dos imóveis).

O objetivo desse exercício será demonstrar que com a mesma mercadoria, usando critérios diferentes,
podemos chegar a resultados diferentes. Ok?

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Vamos lá:

A empresa possui de estoque 40 unidades a R$ 10,00 cada.

A 1.ª operação foi a compra de mais 50 unidades por R$ 12,00, no dia 04.

A 2.ª operação foi a venda de 30 unidades, no dia 08.

A 3.ª operação foi a venda de 20 unidades, no dia 12.

A 4.ª operação foi a venda de 30 unidades, no dia 20.

A 5.ª operação foi compra de mais 10 unidades, pelo valor total de R$ 150,00, no dia 26.

Todas as operações foram relativas ao mês de Janeiro de 2005, e as mercadorias são cadernos.

Vamos preencher uma planilha para cada um dos três critérios ok?

Vamos iniciar pelo método do PEPS (primeiro que entra primeiro que sai)

PEPS
Inicialmente preenchemos os dados básicos e o estoque inicial.

Feito isso agora podemos começar a preencher a nossa planilha, que ficaria da seguinte forma:

Vamos analisar, vejam que a primeira operação foi a compra de 50 unidades a R$ 12,00, totalizando R$
600,00, lançamentos tais quantidades e valores na coluna de entrada e nosso estoque final agora ficou com
2 lotes de mercadorias. O primeiro lote, mais antigo tem 40 unidades a R$ 10,00 cada e o lote mais novo
tem 50 unidades a R$ 12,00 cada.

A segunda operação, dia 08/01, foi a venda de 30 unidades, como estamos trabalhando com o método o
PEPS, primeiro que entra primeiro que sai, temos que baixar de nosso estoque a mercadoria mais antiga que
consta no mesmo, que podemos facilmente perceber que é referente ao primeiro lote que tinha 40 unidades.

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Após essa operação ficamos com 10 unidades a R$ 10,00 no lote mais antigo e com 50 unidades a R$ 12,00
no lote mais novo.

A terceira operação do dia 12/01, foi mais uma venda, agora de 20 unidades, o nosso lote mais antigo tinha
somente 10 unidades, baixamos essas e zeramos esse lote, o nosso lote mais novo tinha 50 unidades, como
ainda nos falta baixar 10 unidades, pois a venda foi de 20 e só baixamos 10 até agora, baixamos mais 10
unidades desse lote. Nosso estoque no momento ficou somente com um lote de mercadoria com 40
unidades, avaliadas cada uma a 12,00, totalizando assim a quantia de R$ 480,00.

A quarta operação foi a venda de mais 30 unidades, como só tínhamos um lote de mercadoria é desse
mesmo que temos que dar baixa em nosso mercadoria, esse lote ficou agora com 10 unidades.

A quinta e ultima operação foi uma compra de 10 unidades, pelo valor total de R$ 150,00, logo cada unidade
de mercadoria custou R$ 15,00, fizemos o registro da entrada em nossa planilha e ficamos no momento com
2 lotes de mercadorias, ambos com 10 unidades, porem cada um com um valor unitário diferente do outro,
conseqüentemente o valor total de cada lote também será diferente.

Percebam que ao final da planilha fizemos as somas das colunas, na coluna de entrada totalizamos as
unidades que foram compradas (60 unidades), e o valor total das mercadorias que entraram no estoque, R$
750,00.

Fizemos o mesmo com a coluna de saídas, vejam que demos saída em nosso estoque na quantidade de 80
unidades, avaliadas ao total de R$ 880,00.

E temos também que evidenciar o nosso estoque final, vejam que ficamos com 2 lotes de mercadorias, cada
um com 10 unidades, no primeiro cada unidade estava avaliada a R$ 12,00, totalizando assim R$ 120,00. E
o segundo lote também temos 10 unidades avaliadas a R$ 15,00 cada, totalizando assim R$ 150,00. Logo
nosso estoque final tem 20 unidades, que totalizam R$ 270,00.

Podemos fazer também aquela prova real assim: tínhamos 40 unidades, compramos 60, ficamos com 100 se
vendemos 80 ficamos agora com 20 unidades (que é igual ao quanto esta representado em nossa planilha).
É basicamente aquela forma de Ei + C – S = Ef, onde ESTOQUE INICIAL mais as COMPRAS menos as
SAIDAS é igual ao ESTOQUE FINAL.

O mesmo pode ser feito com os valores também: 400+ 750 – 880 = 270.

Vamos ver agora como fica a nossa planilha no UEPS.

UEPS
Nossa planilha pelo critério do UEPS ficaria da seguinte forma:

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Inicialmente temos o estoque como no PEPS.

Após a primeira operação ficamos com 2 lotes de mercadorias, temos que nos lembrar agora que quando
tivermos que efetuarmos uma saída de mercadoria, temos que baixar o lote mais recente, ou seja, o ultimo
que entrou em nosso estoque. Que é o referente a compra desse dia.

No dia 08 fizemos o registro da primeira saída, logo, baixamos em nosso estoque 30 unidades do lote mais
recente que tínhamos no mesmo, que era o referente a compra da operação anterior (dia 04).

No dia 12, fizemos outra saída de mercadoria, temos que baixar a mercadoria mais nova que consta em
nosso estoque, percebam que agora nosso estoque ficou com somente um lote de mercadoria no mesmo,
com 40 unidades a R$ 10,00 cada.

Na operação do dia 20 foi a saída de 30 unidades como só tínhamos um lote em nosso estoque é desse que
devemos dar baixa na mercadoria. Temos agora somente um lote com 10 unidades em nosso estoque.

No última operação compramos mais 15 unidades a R$ 150,00 no total, equivalente a R$ 15,00 cada
unidade, ficamos agora com 2 lotes de mercadorias, em nosso estoque, ambos com 10 unidades.

Percebam que o somatório nas ultimas linhas na coluna de entrada é mesmo que no critério do PEPS, e
sempre terá que ser.

A quantidade na coluna de saídas, também é igual, e sempre terá que ser, já o valor que saímos de
mercadorias não é igual em virtude do critério de avaliação adotado agora, conseqüentemente as unidades
em nosso estoque final são igual ao critério do PEPS e sempre terá que ser, já o valor do nosso estoque final
é diferente.

Por enquanto vamos somente perceber que é diferente, quando fizermos um exercício veremos o porque
disso. Ok?

Vamos agora ver como ficaria a nossa planilha pelo critério do Custo Médio.

CUSTO MÉDIO
Nossa planilha no critério do custo médio ficaria da seguinte forma:

Vejam que as unidades tanto nas colunas de entrada, saída ou saldo confere com qualquer um dos outros 2
métodos vistos acima. E sempre terá que ser igual.

O valor da coluna de entrada também é igual, e sempre terá que ser.

Agora o valor na coluna de saída e na coluna de saldo não confere com nenhum dos outros métodos vistos
acima, isso em conseqüência do critério.

No próximo tutorial voltaremos a falar mais dessa diferença e faremos um exercício para ver qual o impacto
que essas diferenças ocasionam no resultado da empresa.

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Ok?
Até a próxima.

12. Avaliação de Mercadorias – 5.ª Parte


No tutorial passado fizemos o controle de estoque através dos três métodos básicos que aprendemos. E
percebemos que apesar se efetuarmos os registros das mesmas operações o nosso valor do saldo final e o
valor baixado do estoque eram diferentes nas três planilhas.

No presente tutorial vamos voltar a falar sobre essa diferença.

Inicialmente vamos dispor das três planilhas:

Planilha pelo PEPS:

Planilha pelo UEPS:

E por fim a planilha pelo Custo Médio:

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Podemos ver que as unidades tanto de entradas, saídas e saldo final são iguais em todas as planilhas.

O valor de entrada da mercadoria também igual.

Agora no valor baixado do estoque, e no valor do estoque final temos diferenças nas três planilhas.

O quadro abaixo demonstra mais claramente essa diferença.

Vejam que a avaliação pelo método do PEPS nos dá um valor total baixado do estoque (valor na coluna de
saídas) de R$ 880,00 e um saldo final de R$ 270,00.

O Método do UEPS nos dá um valor baixado do estoque de R$ 900,00 e um saldo final de mercadorias de R$
250,00.

E o método do custo médio nos dá um valor baixado do estoque de R$ 888,80 e um estoque final de
mercadorias de R$ 261,20.

Entender essa diferença será o nosso foco agora.

Antes de começarmos vamos definir alguns conceitos, sem os quais ficará difícil continuar o nosso estudo:

Ambientes Econômicos:

Considere a seguinte situação hipotética:

Hoje você vai ao mercado e compra um pacote de biscoitos por R$ 1,00, na semana seguinte você vai ao
mesmo mercado o compra o mesmo pacote de biscoitos por R$ 1,20, e na terceira semana você vai ao
mesmo mercado adquire o mesmo biscoito só que agora por R$ 1,30, e assim sucessivamente.

Essa situação acima, onde o preço do produto está em constante aumento chamamos de ambiente
inflacionário (de inflação).

Agora, a situação inversa, onde na primeira semana você compra por R$ 1,30, na segunda por R$ 1,20 e na
terceira por R$ 1,00, chamamos de ambiente deflacionário.

Ok?

Entendido isso, vamos voltar ao nosso estudo:

Inicialmente vamos estudar as diferenças ocasionadas pelo método de avaliação de estoque num ambiente
inflacionário, no próximo tutorial veremos como fica no ambiente deflacionário.

Ambiente Inflacionário:

Num ambiente inflacionário, uma empresa compra os primeiros pacotes do biscoito XYZ por um valor mais
baixo do que as últimas compras do mesmo biscoito certo? (R$ 1,00 depois R$ 1,20 depois R$ 1,30).

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Observação: No exemplo acima utilizado para conceituar os ambientes econômicos, eu me referia
a você como pessoa física comprando os biscoitos, agora eu estou fazendo uma referência como
se fosse uma empresa comprando.

Apesar de estar utilizando os mesmos valores e produtos, são situações diferente uma não tem
nada a ver com a outra. Ok?

Se essa empresa utiliza, para avaliar os seus estoques, o método do PEPS vocês concordam comigo que o
valor da primeira mercadoria a ser baixado do estoque, será a que terá o valor mais baixo?

Agora se essa empresa utilizar o método do UEPS a mercadoria que será baixada do estoque será a que terá
o valor mais alto não?

E se ela usar o método do custo médio?

Ela achará um meio termo entre o valor mais baixo e o valor mais alto.

Complicado?

Então vamos fazer um exercício para entender isso !!!!!!!!

As operações são as seguintes:

A empresa não tinha estoque inicial.

Dia 01 de Janeiro – Compra de 1 pacote de biscoito por R$ 1,00


Dia 02 de Janeiro – Compra de 1 pacote de biscoito por R$ 1,20
Dia 03 de Janeiro – Compra de 1 pacote de biscoito por R$ 1,30.
Dia 04 de Janeiro – Venda de 1 pacote de biscoito.

Nossa planilha de controle de estoque pelo método do PEPS ficaria da seguinte forma:

Vejam que a empresa não tinha estoque inicial de produtos.

No dia 01/01 comprou 1 unidade a R$ 1,00. No dia 02 comprou mais uma unidade do mesmo produto, por
R$ 1,20 agora ficou com dois lotes de mercadorias, o primeiro (mais antigo) com uma unidade a R$ 1,00 e o
segundo (mais recente) com uma unidade também a R$ 1,20.

No dia 03 comprou mais 1 unidade a R$ 1,30 nesse dia ficou com 3 lotes de mercadorias cada lote com uma
unidade.

No dia 04 vendeu 1 unidade como estamos trabalhando com o método do PEPS a unidade baixada do
estoque se refere a primeira unidade que entrou no mesmo, logo o seu valor é de R$ 1,00.

Vejam (façam as contas) que ficamos com o valor total de R$ 2,50 de mercadorias em nosso estoque final,
sendo o mesmo composto de 2 unidades, uma a R$ 1,20 e a outra a R$ 1,30.

Então baixamos do nosso estoque a unidade mais antiga, que tinha o valor mais baixo do que as demais.

Vamos ver agora como ficaria a nossa planilha pelo método do UEPS.

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Vejam que a planilha é basicamente a mesma as únicas diferenças são em relação ao valor da unidade
baixada de nosso estoque, e o valor do nosso estoque final, agora pelo método do UEPS ficamos com duas
unidades também, que totaliza m R$ 2,20. Sendo R$ 1,00 da mais antiga e R$ 1,20 da última mercadoria
que ficou em nosso estoque.

Então quando trabalhamos com esse método baixamos de nosso estoque a mercadoria que tem o valor mais
alto.

Vamos agora ver como ficaria a nossa planilha pelo custo médio:

Nossa planilha pelo custo médio tem um detalhe não temos mais lotes de mercadorias, a cada compra de
mercadoria temos que calcular o custo unitário do produto considerando o valor da compra e mais os valores
antigos que tínhamos em nosso estoque.

No dia 01 fizemos uma compra de 1 unidade a R$ 1,00, no dia 02 fizemos mais uma compra de uma
unidade a R$ 1,20, agora ficamos com 2 unidades de mercadorias em nosso estoque, que totalizam R$ 2,20
(1,00 + 1,20), logo, o nosso custo unitário de cada unidade é de R$ 1,10 (2,20 : 2).

No dia 03 fizemos mais uma compra de 1 unidade agora por R$ 1,30, nosso estoque final nesse momento
ficou de R$ 3,50 com 3 unidades, cada unidade equivale a R$ 1,17 (arredondando).

No dia 04 baixamos de nosso estoque, porque vendemos, 1 unidade que estava avaliada a R$ 1,17.

Então podemos perceber que a avaliação pelo custo médio nos dá um valor unitário de custo, maior do que o
valor unitário dado pelo método do PEPS (pois este considera o valor mais antigo, assim o valor mais baixo),
e menor do que o valor dado pelo UEPS (pois este considera o valor mais recente, mais alto).

Lembrando que estamos exemplificando a operação num ambiente inflacionário, onde os preços dos
produtos estão em constante aumento.

Entendido a situação acima, vamos pensar e tentar responder a pergunta abaixo:

Quando baixamos o valor do nosso estoque pela venda de mercadoria, esse valor e lançado em quais
contas?

Bom pela baixa da mercadoria, nós creditamos a conta de Mercadoria no razonete não?

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Só que aprendemos que todo valor lançado a crédito deve ter um ou mais valores lançados a débitos que
totalizem o mesmo quantum não?

E onde lançamos esse mesmo valor a débito, quando vendemos uma mercadoria?

Na conta de Custo das Mercadorias Vendidas (CMV).

Já sabemos também que essa conta é uma conta de resultado, ou seja, numa determinada data, ela vai ser
zerada propositalmente com a finalidade de permitir a apuração do resultado.

E sabemos também que ela é uma conta de DESPESA.

Sendo ela uma conta de despesa ela reduz o lucro da empresa certo?

Até aqui ta fácil não?

Agora vamos ao pingo da questão:

Vimos acima que cada um dos métodos nos dá um valor baixado do estoque (um valor de custo da
mercadoria) diferente.

O PEPS nos dá um valor menor do que todos os demais métodos afinal ele está considerando o valor mais
baixo, o UEPS nos dá um valor baixado do estoque mais alto, pois para ele o valor baixado do estoque é o
valor mais recente, e num ambiente inflacionário esse valor é o mais alto, e o custo médio nos da um valor
mediano entre os demais de custo.

Vamos simplificar:

PEPS – apresenta um custo mais baixo.

UEPS – apresenta um custo mais alto.

Custo Médio – apresenta um custo no meio termo entre os demais, ou seja, um custo médio.

Baseado nas informações acima pode-se afirmar que o PEPS nos dá um lucro mais alto. Que o UEPS nos dá
um lucro mais baixo, e que o Custo Médio nos dará um lucro médio entre os demais, certo?

Vamos supor que o preço de venda de cada pacote de biscoitos é de R$ 2,00.

O Lucro apresentado pelo método do PEPS seria de R$ 1,00 (2,00 – 1,00).

O Lucro apresentado pelo método do UEPS seria de R$ 0,70 (2,00 – 1,30).

E o lucro pelo método do Custo Médio seria de R$ 0,83 (2,00 – 1,17).

Notem também que o valor do estoque final em cada método de avaliação é diferente dos demais. Isso é
lógico porque estamos com os mesmos valores de compras, só que baixando a titulo de custo da mercadoria
valores diferentes, assim nosso valor de estoque final logicamente terá que ser diferente em cada método. O
VALOR as unidades terão que ser iguais. Ok?

Um detalhe muito importante é que o único fator que ocasiona essa mudança é o método de contabilização
do estoque. Ok?

Vamos fazer um exercício nos próximos tutoriais, onde demonstraremos isso usando varias lançamentos
com receitas, despesas e custos diversos, nesse momento ficara mais fácil “visualizar” essa diferença o
importante que você tenha na cabeça que a única coisa que mudou na empresa foi o método de contabilizar
os estoques, todas as demais receitas e despesas são iguais, o método de avaliação de estoque é que fará
com que o lucro ou prejuízo da empresa seja diferente.

No próximo tutorial faremos como essas mesmas contas num ambiente deflacionário, para ver como a coisa
se inverte radicalmente.

Até a próxima.

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13. Avaliação de Mercadorias –


6.ª Parte
No tutorial passado vimos a diferença que o método de contabilização de estoque adotado ocasiona no
resultado de uma empresa num ambiente inflacionários.

No presente tutorial vamos ver qual o impacto que ocasiona num ambiente deflacionário.

Ambiente Inflacionário:

O que seria mesmo um ambiente deflacionário?

É basicamente quando os preços estão em constante queda, ou seja, hoje você compra a R$ 1,30, na
próxima semana a R$ 1,20 e na terceira semana a R$ 1,00.

Certo?

Então para podermos analisar as diferenças ocasionadas pelo método de controle de estoques, num
ambiente deflacionário vamos ter que fazer um exemplo suporte ok?

Inicialmente vamos fazer com os mesmos valores utilizados nos exercícios anteriores, somente invertendo a
ordem as operações, ficaria assim:

A empresa não tinha estoque inicial.

Dia 01 de Janeiro – Compra de 1 pacote de biscoito por R$ 1,30


Dia 02 de Janeiro – Compra de 1 pacote de biscoito por R$ 1,20
Dia 03 de Janeiro – Compra de 1 pacote de biscoito por R$ 1,00.
Dia 04 de Janeiro – Venda de 1 pacote de biscoito.

Vamos elaborar as nossas planilhas pelos três métodos, como no tutorial passado.

Planilha pelo método do PEPS:

Vamos analisar o ponto crucial agora:

Qual foi o valor baixado do nosso estoque?

Resposta: R$ 1,30.

Deixemos para fazer a analise quando tivermos todas as planilhas preenchidas, vamos agora ver como
ficaria a nossa planilha pelo metido do UEPS.

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Planilha pelo método do UEPS:

O valor que baixamos agora de nosso estoque pelo método do UEPS foi de R$ 1,00.

Vamos ver agora como fica a nossa planilha pelo método do Custo Médio:

Planilha pelo Método do Custo Médio:

Vejam que o valor que baixamos de nosso estoque, referente a unidade vendida foi de R$ 1,17.

Feito isso temos as nossas planilhas de controle de estoque elaboradas pelos três métodos de avaliação, só
que com um detalhe agora num ambiente deflacionário, onde os preços das mercadorias estão abaixando.

Vamos analisar, os métodos em relação ao custo da mercadoria baixada;

O PEPS, foi o que gerou o maior custo R$ 1,30

O UEPS, foi o que gerou o menor custo R$ 1,00

E o Custo Médio, como sempre, gerou o custo no meio termo entre os demais, R$ 1,17.

Isso, num ambiente deflacionário.

Vamos agora comparar com os valores de custos que achamos no ambiente inflacionário, o qual elaboramos
no tutorial passado?

Os valores eram esses:

O PEPS, apresentava o custo mais baixo no valor de R$ 1,00

O UEPS, apresentava o custo mais alto no valor de R$ 1,30

E o Custo Médio, o custo no meio termo entre os demais no valor de R$ 1,17.

Vejam que o custo médio apresentou o mesmo valor nos dois ambientes.

O PEPS e o UEPS simplesmente trocaram de valor, devido ao ambiente.

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Ou seja, num ambiente inflacionário o PEPS, apresenta o valor de custo mais baixo, enquanto que num
ambiente deflacionário apresenta o valor mais alto.

O UEPS, num ambiente inflacionário apresenta o valor de custo mais alto, e num ambiente inflacionário
apresenta o valor mais baixo.

Isso tudo, sempre por conta do critério de avaliação utilizado, num ambiente a última entrada tem um valor
mais alto, enquanto que no outro ambiente tem o valor mais baixo e etc...

No exemplo acima usamos os mesmo valores, para somente mostrar mais claramente a diferença entre um
e o outro ambiente, porém se, por exemplo, no ambiente deflacionário utilizássemos valores diferentes nas
compras de mercadorias, logicamente teríamos um resultado de custo diferente.

Porém o PEPS apresentaria o valor de custo mais alto, o UEPS o valor de custo mais baixo, e o Custo Médio
o valor de custo no meio termo entre os demais.

Se fizéssemos aquela continha considerando o preço de venda de cada unidade de biscoito por R$ 2,00,
veríamos que o PEPS, nos apresentaria o menor lucro, que o UEPS, nos apresentaria o maior lucro e que o
Custo Médio, nos apresentaria o lucro num meio termo entre os demais.

Até aqui acho que tá tudo bem .... mas porque temos que entender isso?

Pelo seguinte motivo:

Um dos vários impostos no Brasil é o imposto de renda da pessoa jurídica, conhecido pela sigla IRPJ
(Imposto de Renda da Pessoa Jurídica), esse imposto é um percentual que via de regra é 15% sobre o lucro
que a empresa apura em sua contabilidade (não estamos aqui tratando de questões tributárias, na verdade
existem um monte de virgulas ai em relação ao cálculo do imposto de renda, que não estamos tratando
nesse momento).

Em termos bem simplificados é o seguinte, se uma empresa apura R$ 1.000,00 de lucro, ela tem que pagar
ao governo R$ 150,00 de imposto de renda (IRPJ).

Se ela apura R$ 2.000,00 de lucro vai pagar R$ 300,00 de IRPJ.

E se ela apura R$ 500,00 de lucro vai pagar R$ 75,00 de IRPJ.

Agora relembrem comigo, não vimos acima, que esses métodos de contabilizações afetam o lucro de uma
empresa?

Sim !!!!!!

Então se o IRPJ é um percentual sobre o lucro da empresa, o método de contabilização dos estoques vai
afetar o IRPJ também não é?

Se utilizarmos, por exemplo, num ambiente inflacionário utilizarmos o PEPS, o nosso lucro vai ser maior,
conseqüentemente pagaremos mais IRPJ, se utilizarmos o UEPS no mesmo ambiente pagaremos menos
IRPJ, e se utilizarmos o Custo Médio, ainda no mesmo ambiente não pagaríamos mais nem menos,
pagaríamos um valor médio, certo?

Agora num ambiente deflacionário, o UEPS, apresentaria o maior lucro, conseqüentemente o maior valor de
IRPJ a pagar. O PEPS apresentaria o menor lucro, e também um menor valor de IRPJ a pagar, e o custo
médio como sempre ficaria no meio termo na questão relativa ao IRPJ.

Só que tem um detalhe, no Brasil, desde quando me dou por gente, não me lembro de termos vivido num
ambiente deflacionário, o ambiente aqui sempre foi inflacionário.

Então o que aconteceria se uma empresa no Brasil utilizasse o UEPS para avaliar os seus estoques?

Ela apresentaria um lucro menor não?

E o que aconteceria com o IRPJ?

Seria menor também !!!!!!!

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Conseqüentemente o Governo estaria deixando de arrecadar mais impostos com isso.

Então o que ele fez? Proibiu as empresas de utilizarem o método do UEPS no Brasil, as empresas aqui só
podem usar o PEPS ou Custo Médio, ou também lógico, o custo especifico quando for um caso a parte. Mais
o UEPS ninguém pode usar.

Revoltante não? Que sacanagem !!!!

Afinal ficamos um monte de tutoriais falando de UEPS pra cá, UEPS pra lá, preenche planilha pelo UEPS ali,
preenche planilha pelo UEPS aqui, e agora vocês ficam sabendo que o Governo não aceita que as empresas
utilizem o UEPS.

Pois é, só que o fato de o governo não aceitar não quer dizer o método não existe, o governo não aceita
para ele, o Governo esta dizendo o seguinte:

- Olha, eu Governo, não aceito que você calcule o seu lucro pelo UEPS, porque se não eu vou receber menos
impostos.

O governo não aceita para ele é uma coisa, a empresa pode utilizar a vontade o UEPS para uso próprio, ou
seja, para uso na administração da empresa, e que inclusive para efeitos de gerenciamento de empresas é
um dos métodos mais eficientes.

Pensem comigo assim:

Uma mercadoria custou R$ 3.000,00 de acordo com o PEPS, e a venda da mercadoria foi no valor de R$
5.000,00 recebidas a vista. Essa operação vai lhe gerar um lucro de R$ 2.000,00 certo?

Mas você recebeu R$ 5.000,00, porque o seu lucro é somente de R$ 2.000,00?

Porque R$ 3.000,00 são referentes a mercadorias, a algum tempo atrás, você retirou R$ 3.000,00 do caixa
ou banco da empresa, para comprar essa mercadoria (se a compra foi a vista), ou vai retirar R$ 3.000,00 se
a compra foi a prazo e você ainda não pagou.

Então agora na venda da mercadoria, você esta recolocando esse dinheiro no caixa da empresa.
Logicamente você utilizara esses R$ 3.000,00 para comprar novas mercadorias certo?

Agora imaginem o seguinte:

Você pagou R$ 3.000,00 por essas mercadorias a 6 meses atrás, e a última compra que você fez referente a
mesma mercadoria, foi pelo valor de R$ 4.000,00. Se você utilizar o método do UEPS para uso pessoal da
empresa, você estará considerando que o seu lucro na operação foi de R$ 1.000,00 certo?

Ou seja, você estará considerando que o seu caixa tem R$ 1.000,00 que podem ser usados. Mas na verdade
seu caixa tem R$ 2.000,00.

Só que esse adicional de R$ 1.000,00 que você não está contando com ele, vai estar aumentando o seu
caixa, permitindo assim que você consiga comprar uma nova mercadoria que agora esta custando R$
4.000,00, ou seja, você estará colocando mais dinheiro no caixa da sua empresa por conta de um
desembolso para as próximas compras, isso permitirá que você não gaste esses R$ 1.000,00.

Conseqüentemente não tenha que correr atrás de mais R$ 1.000,00 para as próximas compras (se você já
tiver gasto os R$ 2.000,00 todos).

Esse é um dos grandes problemas de fluxos financeiros de uma empresa, é justamente o orçamento do
caixa, e o método do UEPS pode auxiliar nesse sentido (olha a contabilidade mais uma vez fornecendo
informações úteis a gestão do negócio).

Somente para melhor entender a questão acima, vamos analisar o seguinte calculo, vimos que a operação
acima gerou um aumento de caixa de R$ 2.000,00, a empresa não se preocupou em internamente utilizar o
UEPS, e conseqüentemente utilizou os R$ 2.000,00 em outras coisas, agora ela precisa comprar mais
mercadorias, no caixa dela só tem agora os R$ 3.000,00, portanto ela precisa agora de mais R$ 1.000,00.

Vamos supor que ela pegue emprestado esse dinheiro a um custo de 5%, então temos um custo total ate
agora de R$ 4.000,00, ela gastou os R$ 2.000,00 que tinha gerado de caixa, poderíamos dizer agora que ela

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esta com falta de R$ 6.000,00 e ainda falta os 5% de juros (sobre os R$ 1.000,00) que somados totalizam
agora um custo total de R$ 6.050,00, para pagar tudo isso e ainda gerar a mesma quantidade de caixa (R$
2.000,00), ela precisa vender a mercadoria agora por R$ 8.050,00, o que era vendido a R$ 5.000,00, um
aumento de 61%.

Agora vamos fazer as contas considerando que a empresa tenha utilizado para uso seu o método do UEPS, e
que só tenha gasto R$ 1.000,00.

Então ela tem R$ 4.000,00 em caixa, que já compra a mercadoria, mais os R$ 1.000,00 gastos totalizam R$
5.000,00 mais os R$ 2.000,00 de lucro totalizam R$ 7.000,00, um aumento de 40% sobre o preço de venda
anterior, você preferiria dizer ao seu cliente que reajustou o seu preço em 40% ou em 61%, e você na
qualidade de cliente?

O exemplo acima e fantasioso, lógico que vários outros fatores influenciariam no caso acima, e que somente
a analise no momento, vendo e considerando os pormenores do negócio, é que poderíamos tomar uma
decisão adequada.

Mas a idéia dessa história era justamente tentar demonstrar que apesar de o método do UEPS não ser aceito
pelo governo, não quer dizer que esse método é impraticável.

O importante é colocar na cabeça que o método existe e que para fins gerenciais ele pode ser utilizado sem
problemas, basta a direção da empresa utilizá-lo a parte, fazendo pelo Custo Médio ou pelo PEPS como o
governo quer, e para ela utilizando o UEPS. Ok?

Existem ainda um chamado ambiente econômico misto, onde num mesmo espaço de tempo, podem ocorrer
altas e baixas no preço da mercadoria, nesse ambiente é impossível determinar com antecedência o
impacto, pois vai depender de vários fatores, tais como qual ambiente vem primeiro, quantidade de
mercadoria vendida, quantidade de mercadoria comprada e etc.

Nos próximos tutoriais estaremos finalizando a parte de avaliação de estoque, e faremos um exercício para
ajudar na fixação do conteúdo, nos próximos tutoriais, vamos começar a considerar os impostos, os gastos
com transportes e com o seguro que geralmente sempre vêem associados as compras de mercadorias.

Até a próxima.

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14. Avaliação de Mercadorias –


7.ª Parte
Nos tutoriais passadas aprendermos a contabilizar e a avaliar o estoque de mercadorias de uma empresa,
considerando 4 métodos de avaliações, vimos também as diferenças ocasionadas por cada um dos critérios,
bem como o impacto que ocasionam de acordo com o tipo de ambiente econômico.

No presente tutorial faremos um exercício de fixação, adicionando o calculo do imposto de renda para que
possamos comprovar tudo o que foi visto nos tutoriais anteriores.

Exercício de Fixação:

Primeiramente vamos fazer um exercício num ambiente inflacionário.

Considere o seguinte balanço inicial:

Observação o estoque inicial é composto de 20 unidades de cadeiras, a R$ 50,00 cada unidade.

As operações relativas a Fevereiro de 2005, foram:

1 - Dia 01 – Venda de 10 unidades, pelo preço total de R$ 800,00 a vista mediante cheque.
2 - Dia 03 – Pagamento do total dos salários que constava no balanço, mediante transferência bancária.
3 - Dia 05 – Pagamento de R$ 300,00 da divida com o fornecedor, através de cheque.
4 - Dia 07 – Compra de 10 unidades, a R$ 55,00 cada a prazo.
5 - Dia 08 – Venda de 12 unidades, pelo preço total de R$ 2.500,00 a prazo.
6 - Dia 09 – Compra de 8 unidades de mercadorias a R$ 60,00 cada a prazo.
7 - Dia 15 – Compra de 10 unidades de mercadorias, a R$ 70,00 cada a prazo.
8 - Dia 19 – Venda de 15 unidades pelo preço total de R$ 4.000,00 sendo metade recebida em cheque para
o mesmo dia e o restante a prazo.
9 - Dia 28 – Apropriação da despesa com salário no valor de R$ 500,00, relativa ao mês de Fevereiro que
será paga no inicio do mês de Março de 2005.
10 - Dia 28 – Apuração do imposto sobre o faturamento da empresa no percentual de 10% sobre o valor
total das vendas do mês.
11 - Dia 28 – Apuração do Imposto de Renda a pagar no percentual de 15% sobre o lucro da empresa
(observação: se a empresa tiver um prejuízo não haverá imposto de renda a pagar)

Vamos usar o método do PEPS.

Vamos agora a elaboração do exercício em si:

Inicialmente podemos montar o nosso controle de estoque com os dados básicos, que ficaria da seguinte
forma:

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O próximo passo seria abrir todos os razonetes, que ficaria assim:

Providenciada a ficha de controle de estoques, e aberto os razonetes, podemos iniciar a contabilização das
operações relativas a fevereiro de 2005, vamos fazer simultaneamente a contabilização tanto nos razonetes
quanto no controle de estoque (quando necessário)

A primeira operação era a seguinte: 1 - Dia 01 – Venda de 10 unidades, pelo preço total de R$ 800,00
a vista mediante cheque.

Vamos fazer primeiro o registro na ficha de controle de estoques, lembrando que estamos trabalhando com
o método do PEPS.

Vamos agora a contabilização da operação nos razonetes:

Feito isso temos contabilizada a nossa primeira operação tanto no controle de estoques quanto nos
razonetes, vamos agora ao registro das operação número 2 e 3, como são operações que não afetaram o
controle de estoque faremos as duas de imediato, que ficaria da seguinte forma:

Observação as operações 2 e 3 eram respectivamente:

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2 - Dia 03 – Pagamento do total dos salários que constava no balanço, mediante transferência bancária.

3 - Dia 05 – Pagamento de R$ 300,00 da divida com o fornecedor, através de cheque.

Vamos agora ao registro da 4 operação (referente a operação do dia 07).

A operação era: 4 - Dia 07 – Compra de 10 unidades, a R$ 55,00 cada a prazo.

Como a operação é uma compra de mercadoria, temos que fazer o registro tanto no controle de estoques
quanto nos razonetes ficaria assim:

Controle de estoques:

Na planilha acima, somei o total do estoque final do dia 07, somente para demonstrar que o valor de R$
1.050,00 deverá aparecer identicamente em nosso razonete, vamos ver?

Os razonetes da operação ficaria assim:

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Vejam que a conta de Mercadorias, possui R$ 1.550,00 de lançamento a débitos, indicando aumentos nessa
conta, e que a credito tem R$ 500,00 indicando diminuições nessa conta, de apurarmos o saldo da mesma
veremos que temos R$ 1.050,00, que é igual valor que consta em nosso controle de estoque, e sempre terá
que ser, caso contrário tem alguma coisa errada. Ok?

Vamos agora ao registro da operações 5, 6, 7 e 8, que eram referentes aos dias 08, 09, 15 e 19, como
segue:

5 - Dia 08 – Venda de 12 unidades, pelo preço total de R$ 2.500,00 a prazo.

6 - Dia 09 – Compra de 8 unidades de mercadorias a R$ 60,00 cada a prazo.

7 - Dia 15 – Compra de 10 unidades de mercadorias, a R$ 70,00 cada a prazo.

8 - Dia 19 – Venda de 15 unidades pelo preço total de R$ 4.000,00 sendo metade recebida em cheque para
o mesmo dia e o restante a prazo.

Como são todas operações que alterarão o controle de estoques, vamos registrar todas no mesmo e depois
ver como ficam nos razonetes ok?

Controle de estoques:

Vamos ver agora como fica nos razonetes:

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Vejam que no razonete, se fizermos o calculo teremos um saldo final de R$ 760,00 e termos o mesmo valor
em nosso estoque final da nossa planilha de controle (dois lotes de mercadorias, o mais antigo com 1
unidade a R$ 60,00 e o outro lote de mercadoria com 10 unidades a R$ 70,00 cada, somando dá um total de
700+60 = 760,00).

Vamos agora ao registro das operações 9 e 10, que eram as seguintes:

9 - Dia 28 – Apropriação da despesa com salário no valor de R$ 500,00, relativa ao mês de Fevereiro que
será paga no inicio do mês de Março de 2005.

10 - Dia 28 – Apuração do imposto sobre o faturamento da empresa no percentual de 10% sobre o valor
total das vendas do mês.

Como não são operações com mercadorias vamos somente fazer os registros nos razonetes:

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Observação a operação número 10 era o registro da despesa com impostos sobre o faturamento do mês da
empresa, o faturamento da empresa no mês de Fevereiro foi de R$ 7.300,00 (sendo 800 + 2.500 + 4.000),
que eram referentes aos valores que a empresa vendeu no mês, o qual podemos comprovar pelos registros
efetuados na conta de Receita de Vendas. Logo, 10% sobre R$ 7.300,00 é igual a R$ 730,00.

Vamos agora a operação numero 11, que é uma novidade, pois agora tem que contabilizar o Imposto de
Renda cujo o valor do mesmo é calculado pelo percentual de 15% sobre o lucro da empresa.

Podemos perceber então que para calcular o Imposto de Renda, temos antes de mais nada que saber qual
foi o lucro da empresa no período, podemos facilmente acha-lo através de uma conta simples, onde
somaremos todas as contas de RECEITAS (no exemplo acima só existe uma, mas se houvessem mais contas
de receitas, essas também deveriam ser consideradas), e diminuir esse valor do total das despesas do mês,
que podemos identificar pelo somatório das contas de despesas que temos as quais são: CMV, DESPESA
COM SALÁRIOS e DESPESAS COM IMPOSTOS, e o somatórios dessas despesas correspondem a R$ 3.200,00

Então durante o mês o lucro da empresa foi de R$ 4.100,00, e 15% sobre esse valor é igual a R$ 615,00,
esse valor temos que lança-lo como despesa do período também a titulo de imposto de renda. Vamos ver
como ficaria em nossos razonetes:

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Para efetuar o registro de tal operação abrimos uma conta de DESPESA COM IMPOSTO DE RENDA e outra de
IMPOSTO DE RENDA A PAGAR, sendo esta última uma conta de passivo, pois representa uma obrigação que
a empresa tem com o governo.

Feito isso podemos agora, zerar as nossas contas de resultado e elaborar o balanço patrimonial do mês de
Fevereiro de 2005 que ficaria da seguinte forma:

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Observação vejam que o lucro que apurarmos agora em nosso razonete é diferente do lucro que apurarmos
para calcular o imposto de renda para este usamos o lucro de R$ 4.100,00, que era o valor que tínhamos de
lucro antes da contabilização da despesa com o Imposto de Renda, e o lucro que apurarmos na conta ARE é
de R$ 3.485,00 que é o valor já diminuído da despesa do Imposto do Renda. Ok? Este procedimento deverá
ser sempre feito dessa forma.

Vamos agora ver como ficaria o nosso balanço patrimonial:

No próximo tutorial usaremos o mesmo exercício com o método do UEPS e do Custo Médio para podermos
comparar a diferença no resultado em cada um dos métodos e bem como a diferença que o mesmo ocasiona
no Imposto de Renda.

Ok?

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Até a próxima

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15. Avaliação de Mercadorias –


8.ª Parte
No tutorial passado iniciamos um exercício que demonstrará as diferenças que o critério de contabilização
ocasiona no resultado de uma empresa. E vimos o resultado apurado de acordo com o método do PEPS.

No presente tutorial veremos o resultado apurado de acordo com o método do UEPS e do Custo Médio.

Exercício de Fixação – Continuação – Método do UEPS:

Agora faremos o mesmo exercício do tutorial passado porem o critério para avaliar o estoque será o UEPS,
vamos ver como ficaria:

Considerando o mesmo balanço inicial que era seguinte:

O estoque inicial é composto de 20 unidades de cadeiras, a R$ 50,00 cada unidade.

As operações relativas a Fevereiro de 2005, foram:

1 - Dia 01 – Venda de 10 unidades, pelo preço total de R$ 800,00 a vista mediante cheque.

2 - Dia 03 – Pagamento do total dos salários que constava no balanço, mediante transferência bancária.

3 - Dia 05 – Pagamento de R$ 300,00 da divida com o fornecedor, através de cheque.

4 - Dia 07 – Compra de 10 unidades, a R$ 55,00 cada a prazo.

5 - Dia 08 – Venda de 12 unidades, pelo preço total de R$ 2.500,00 a prazo.

6 - Dia 09 – Compra de 8 unidades de mercadorias a R$ 60,00 cada a prazo.

7 - Dia 15 – Compra de 10 unidades de mercadorias, a R$ 70,00 cada a prazo.

8 - Dia 19 – Venda de 15 unidades pelo preço total de R$ 4.000,00 sendo metade recebida em cheque para
o mesmo dia e o restante a prazo.

9 - Dia 28 – Apropriação da despesa com salário no valor de R$ 500,00, relativa ao mês de Fevereiro que
será paga no inicio do mês de Março de 2005.

10 - Dia 28 – Apuração do imposto sobre o faturamento da empresa no percentual de 10% sobre o valor
total das vendas do mês.

11 - Dia 28 – Apuração do Imposto de Renda a pagar no percentual de 15% sobre o lucro da empresa
(observação: se a empresa tiver um prejuízo não haverá imposto de renda a pagar).

Vamos ver agora como ficaria o nosso resultado pelo método do UEPS:

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Inicialmente vou preencher toda a planilha e depois faremos todos os lançamentos.

Nossa planilha de controle de estoques ficaria da seguinte forma:

Assim temos todas as operações registradas em nossa planilha de controle de estoque, lembrando que agora
estamos utilizando o método do UEPS.

Percebam que o nosso estoque final agora é de R$ 580,00, sendo composto de 2 lotes de mercadorias, o
mais recente com 3 unidades a R$ 60,00 e o mais antigo com 8 unidades a R$ 50,00.

Vamos agora ao registro das operações nos razonetes, que ficariam assim:

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Até aqui temos todas as operações contabilizadas, com exceção da operação número 11, a qual temos que
calcular e contabilizar o imposto de renda pelo percentual de 15% sobre o lucro apurado.

Então vamos calcular o imposto de renda?

Para tal temos que saber qual o lucro da empresa até o presente momento, vamos inicialmente somar todas
as contas de despesas.

Na conta de CMV temos R$ 500 + R$ 650 + R$ 1.000 = R$ 2.150

Na conta de Despesas com Salários temos R$ 500,00

Na conta de Despesas com Impostos temos R$ 730,00

Então a soma de todas as nossas despesas totaliza R$ 3.380,00

Vamos agora somar todas as contas de receitas (no exemplo acima só temos uma conta, porém se
houvessem mais contas de receitas essas deveriam ser consideradas também), então temos o total de R$
7.300,00 de receitas.

Diminuindo o total da conta de receita menos o total das contas de despesas temos um resultado positivo de
R$ 3.920,00.

Agora é só calcular o Imposto de Renda a alíquota de 15% sobre esse resultado e proceder a contabilização.
Que ficaria da seguinte forma:

Agora podemos zerar todas as nossas contas de resultados e elaborar o balanço patrimonial.

Zeramento das contas de resultados:

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Feito isso temos todas as nossas operações contabilizadas, já sabemos que o lucro gerada foi de R$
3.332,00.

Para terminar o exercício pelo método do UEPS vamos agora a elaboração do nosso balanço patrimonial.

Feito isso, vamos agora fazer o mesmo exercício, só que avaliando o nosso estoque pelo método do custo
médio.

Exercício de Fixação – Continuação – Método do Custo Médio:

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Nossa planilha de estoques ficaria da seguinte forma:

Lembre-se que quando trabalhamos com o método do custo médio podemos ter dizimas nos resultados, e
que essas diferenças são normais.

Vamos agora ver como ficaria a nossa contabilização nos razonetes:

Agora temos que apurar e contabilizar o Imposto de Renda, vamos fazer aquelas continhas para saber
quanto temos de lucro até o momento e depois calcular o imposto de renda, e a seguir proceder a
contabilização.

Total das despesas do período R$ 3.283,10

Todas das receitas do período R$ 7.300,00

Resultado de R$ 4.016,90

Imposto de Renda no valor de R$ 602,53

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Vamos agora a contabilização do Imposto de Renda e ao zeramento das contas de resultado.

Vamos agora ver como fica o nosso balanço patrimonial.

Comparação do Resultado entre os Métodos:

No tutorial passado e nesse tutorial, fizemos as contabilizações das mesmas operações através dos três
principais métodos de avaliação de estoques, o PEPS, o UEPS e o Custo Médio, vamos agora compara o lucro
apurado de acordo com cada um dos métodos.

De acordo com o método do PEPS tivemos um lucro de R$ 3.485,00.

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De acordo com o método do UEPS tivemos um lucro de R$ 3.332,00.

E de acordo com método do Custo Médio tivemos um lucro de R$ 3.414,37.

Vejam que confirma o foi dito nos tutoriais passados, que num ambiente inflacionário, o PEPS apresenta o
maior lucro, o UEPS o menor lucro e no Custo Médio o lucro apurado fica com um valor entre os dois outros
métodos, ou seja um valor médio.

Vamos agora comparar o Imposto de Renda:

De acordo com o método do PEPS tivemos um Imposto de Renda de R$ 615,00.

De acordo com o método do UEPS tivemos um Imposto de Renda de R$ 588,00.

E de acordo com método do Custo Médio tivemos um Imposto de Renda de R$ 602,53.

Vejam que como o imposto de renda, é um percentual sobre o lucro do exercício, se o lucro pelo método do
PEPS foi maior, o imposto de renda de acordo com a contabilização por esse método será maior.

O detalhe é que o Imposto de Renda pelo UEPS é o menor.

E que é por esse motivo que o governo não aceita que seja utilizado esse critério para avaliação de
estoques.

Diferenciação entre os lucros:

Um outro detalhe importante é que não podemos confundir o “lucro” que usamos para calcular o imposto de
renda, com o lucro que é apurado e demonstrado no balanço, pois se vocês perceberem o lucro que
apresentamos no balanço não confere com o valor do lucro que utilizamos para calcular o imposto de renda,
são valores totalmente diferentes um do outro.

Temos sempre que proceder dessa forma, calculamos o resultado quando terminamos todas as
contabilizações e com esse resultado calculamos o Imposto de Renda, depois fazemos o lançamento do
mesmo na contabilidade debitando uma conta de despesa e creditando uma conta de passivo, pois o
Imposto de Renda calculado num mês, é pago até o final do mês seguinte.

Após essa contabilização, apuraremos novamente o resultado da empresa, e com esse lucro sim,
transferiremos para a conta de Lucros do Exercício.

Se o resultado da empresa fosse um prejuízo, não haveria imposto de renda a ser pago, nesse caso seria só
proceder a contabilização normalmente como se não houvesse lançamentos de imposto de renda.

Ok?

Apresentação do Imposto de Renda na DRE:

O último detalhe importante, é quanto a apresentação da DRE quando temos o imposto de renda, este (o
valor que consta na conta de despesa com imposto de renda) será apresentado sempre nas ultimas linhas da
demonstração, por exemplo vou demonstrar como ficaria a DRE de acordo com o método do custo médio:

No próximo tutorial faremos um exemplo de exercício num ambiente deflacionário.

Até a próxima

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16. Avaliação de Mercadorias –


Parte Final
Nos tutoriais passados viemos fazendo um exercício que demonstra a diferença entre os métodos de
avaliação de mercadorias num ambiente inflacionário bem como o lucro líquido e o Imposto de Renda.

No presente tutorial vamos demonstrar como ficaria o resultado num ambiente deflacionários. Para melhor
compreensão vamos fazer o mesmo exercício, somente modificando o preço de aquisição (compra) da
mercadoria, pois num ambiente deflacionário estamos considerando que os preços das mercadorias estão
constantemente caindo.

Exercício de Fixação – Ambiente Deflacionário:

Pelo PEPS:

Considerando o seguinte balanço (o mesmo do exercício do tutorial passado) vamos contabilizar as


operações abaixo , fazendo o controle do estoque pelo UEPS, e ao final apurando o resultado (por questões
de simplificações não faremos o balanço, somente a apuração do resultado no razonete mesmo).

Considerando o mesmo balanço inicial que era seguinte:

O estoque inicial é composto de 20 unidades de cadeiras, a R$ 50,00 cada unidade.

As operações relativas a Fevereiro de 2005, foram:

1 - Dia 01 – Venda de 10 unidades, pelo preço total de R$ 800,00 a vista mediante cheque.

2 - Dia 03 – Pagamento do total dos salários que constava no balanço, mediante transferência bancária.

3 - Dia 05 – Pagamento de R$ 300,00 da divida com o fornecedor, através de cheque.

4 - Dia 07 – Compra de 10 unidades, a R$ 45,00 cada a prazo.

5 - Dia 08 – Venda de 12 unidades, pelo preço total de R$ 2.500,00 a prazo.

6 - Dia 09 – Compra de 8 unidades de mercadorias a R$ 41,00 cada a prazo.

7 - Dia 15 – Compra de 10 unidades de mercadorias, a R$ 35,00 cada a prazo.

8 - Dia 19 – Venda de 15 unidades pelo preço total de R$ 4.000,00 sendo metade recebida em cheque para
o mesmo dia e o restante a prazo.

9 - Dia 28 – Apropriação da despesa com salário no valor de R$ 500,00, relativa ao mês de Fevereiro que
será paga no inicio do mês de Março de 2005.

10 - Dia 28 – Apuração do imposto sobre o faturamento da empresa no percentual de 10% sobre o valor
total das vendas do mês.

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11 - Dia 28 – Apuração do Imposto de Renda a pagar no percentual de 15% sobre o lucro da empresa
(observação: se a empresa tiver um prejuízo não haverá imposto de renda a pagar)

Vamos ver agora como ficaria o nosso resultado pelo método do PEPS:

Como nos tutoriais passados vou apresentar toda a planilha preenchida e depois faremos os lançamentos.

Nossa planilha de controle de estoques ficaria da seguinte forma:

Assim temos todas as operações registradas em nossa planilha de controle de estoque num ambiente
deflacionário (percebam que o preço de aquisição das mercadorias vem caindo ao longo do mês de
fevereiro).

De quanto é o nosso estoque final no momento?

Resposta: R$ 410,00 – Sendo composto de 1 unidade a R$ 60,00 e mais 10 unidades a R$ 35,00.

Vamos agora ao registro das operações nos razonetes, que ficariam assim:

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De acordo com o exercício passado sabemos que temos que parar nesse ponto para apurarmos o Imposto de
Renda pela Alíquota de 15%. Vamos lá?

Para tal temos que saber qual o lucro da empresa até o presente momento, como nos tutoriais passados
vamos somar todas as contas de receitas e despesas.

Somatório das contas de despesas:

Na conta de CMV temos R$ 500 + R$ 590 + R$ 820 = R$ 1.910,00.

Na conta de Despesas com Salários temos R$ 500,00

Na conta de Despesas com Impostos temos R$ 730,00

Então a soma de todas as nossas despesas totaliza R$ 3.140,00

Vamos agora somar todas as contas de receitas (no exemplo acima só temos uma conta, porém se
houvessem mais contas de receitas essas deveriam ser consideradas também), então temos o total de R$
7.300,00 de receitas.

Diminuindo o total da conta de receita menos o total das contas de despesas temos um resultado positivo de
R$ 4.160,00.

Agora é só calcular o Imposto de Renda a alíquota de 15% sobre esse resultado e proceder a contabilização.
Que ficaria da seguinte forma:

Por questões de simplificações, como dito, acima não iremos fazer zeramento das contas de resultado e o
levantamento do balanço, pois a idéia desse exercício é somente demonstrar que as diferenças que cada
método de avaliação de estoque ocasiona.

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Portanto vamos somente calcular o lucro diminuindo o resultado que achamos da diminuição do total das
contas de receitas menos o total das contas de despesas (R$ 4.160,00), menos o Imposto de Renda que
acabamos de calcular (R$ 624,00), que vai resulta em R$ 3.536,00.

Esse é o resultado que temos pelo método do PEPS num ambiente deflacionário.

Vamos agora, com os mesmos dados do exercício calcular o resultado pelo UEPS.

Pelo UEPS:

Nossa planilha de controle de estoques ficaria da seguinte forma:

Somente lembrando que as operações que ocasionavam mudanças no controle de estoques eram as
seguintes:

1 - Dia 01 – Venda de 10 unidades, pelo preço total de R$ 800,00 a vista mediante cheque.

4 - Dia 07 – Compra de 10 unidades, a R$ 45,00 cada a prazo.

5 - Dia 08 – Venda de 12 unidades, pelo preço total de R$ 2.500,00 a prazo.

6 - Dia 09 – Compra de 8 unidades de mercadorias a R$ 41,00 cada a prazo.

7 - Dia 15 – Compra de 10 unidades de mercadorias, a R$ 35,00 cada a prazo.

8 - Dia 19 – Venda de 15 unidades pelo preço total de R$ 4.000,00 sendo metade recebida em cheque para
o mesmo dia e o restante a prazo.

Vamos agora a contabilização das operações:

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Como já sabemos nesse ponto precisamos calcular o Imposto de Renda pela Alíquota de 15%.

Somando todas as contas de despesas:

Somatório das contas de despesas:

Na conta de CMV R$ 1.605,00.

Na conta de Despesas com Salários temos R$ 500,00

Na conta de Despesas com Impostos temos R$ 730,00

Então a soma de todas as nossas despesas totaliza R$ 2.835,00

Diminuído esse total das nossas receitas (R$ 7.300,00), temos um resultado de R$ 4.465,00, que resulta
num Imposto de Renda a Pagar de R$ 669,75.

Nossa contabilização do Imposto de Renda ficaria assim:

Nosso lucro liquido no exercício acima seria de R$ 3.795,25.

Vamos agora ao calculo pelo método do Custo Médio:

Pelo Custo Médio:

Nossa planilha de controle de estoques ficaria da seguinte forma:

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Nossos razonetes ficaria da seguinte forma:

Vamos agora ao calculo do Impostos de Renda:

Somatório das contas de despesas:

Na conta de CMV R$ 1.691,90.

Na conta de Despesas com Salários temos R$ 500,00

Na conta de Despesas com Impostos temos R$ 730,00

Então a soma de todas as nossas despesas totaliza R$ 2.921,90

Diminuído esse total das nossas receitas (R$ 7.300,00), temos um resultado de R$ 4.378,10, que resulta
num Imposto de Renda a Pagar de R$ 656,71. E teremos um lucro liquido de R$ 3.721,39.

Nossa contabilização do Imposto de Renda ficaria da seguinte forma:

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Feito isso temos finalizado o nosso exercício, vamos agora fazer uma comparação entre os resultados e o
imposto de renda de cada um.

Comparação entre os Métodos num Ambiente Deflacionário:

O PEPS – Apresentou um lucro de R$ 3.536,00 – E um IR de R$ 624,00.

O UEPS – Apresentou um lucro de R$ 3.795,25 – E um IR de R$ 669,75.

O Custo Médio – Apresentou um lucro de R$ 3.721,39 – E um IR de R$ 656,71

Ou seja, houve uma inversão em comparação ao ambiente inflacionário, neste o PEPS apresentava o maior
lucro e o maior Imposto de Renda, agora, num ambiente deflacionário, apresenta o menor lucro e o menor
Imposto de Renda.

O UEPS, no ambiente inflacionário apresentava o menor lucro e o menor Imposto de Renda, e agora,
apresenta o maior lucro e conseqüentemente o maior Imposto de Renda.

Já o método do custo médio, fica sempre ali no meio termo entre os dois métodos.

Conhecer bem essa situação entre as avaliações de estoques e o ambiente econômico, é extremamente útil,
pois permite que de imediato você possa saber qual o impacto que um dos métodos utilizados irá causar no
seu resultado, seja aumentando o seu lucro, ou diminuindo-o.

Por exemplo a alguns anos atrás um DVD (aparelho), não era vendido por menos de R$ 1.000,00, e sempre
quando havia alguma novidade (uma tecnologia a mais) o preço do DVD aumentava, de uma hora para a
outra, os concorrentes começaram a fabricar seus DVD´s e o preço foi caindo caindo ..... agora você
consegue comprar por menos de R$ 300,00.

Ou seja, numa hora você estava num ambiente econômico inflacionário e noutra hora num deflacionário.

Finalizamos assim a parte sobre avaliação de estoques, no próximo tutorial falaremos sobre outros fatores
que alteram o preço de custo da mercadoria.

Até a próxima.

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17. Frete sobre Compras de


Mercadorias
Nos tutoriais passados estávamos considerando que o custo de aquisição de uma mercadoria era o preço
pela qual comprávamos.

Na realidade isso não é verdade, pois existem outros gastos em que a empresa incorre com a finalidade de
conseguir colocar as mercadorias dentro do estabelecimento, ou seja, tirar a mercadoria do estabelecimento
do fornecedor e colocar ela fisicamente dentro do seu estoque.

Esses gastos devem ser alocados ao custo de aquisição da mercadoria, para posterior baixa pela venda.

Assim como existem alguns valores que devem ser retirados do valor do custo de aquisição, no presente
tutorial vamos falar sobre algumas situações que ocasionam aumento nos custos de aquisições de
mercadorias.

Fundamentação Legal:
O regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000 do ano de 1999), trata do assunto no artigo 289 e
parágrafos.

Abaixo transcrevo-o para melhor compreensão:

“Custo de Aquisição

Art. 289. O custo das mercadorias revendidas e das matérias-primas utilizadas será determinado com base
em registro permanente de estoques ou no valor dos estoques existentes, de acordo com o Livro de
Inventário, no fim do período de apuração (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 14).

§ 1º O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda compreenderá os de transporte e seguro


até o estabelecimento do contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou importação (Decreto-Lei nº
1.598, de 1977, art. 13).

§ 2º Os gastos com desembaraço aduaneiro integram o custo de aquisição.

§ 3º Não se incluem no custo os impostos recuperáveis através de créditos na escrita fiscal.”

Vejam que o artigo 289, diz que o custo das mercadorias revendidas, e das matérias-primas (que não o
nosso caso agora) será determinado com base em registros permanentes (aquela ficha de controle de
estoques), ou no valor dos estoques existentes (quando a empresa trabalha com inventário periódico, ou
seja, conta de tanto em tanto tempo o seu estoque para determinar o custo da mercadoria de acordo com a
contagem física, como foi explicado nos tutoriais passados).

Ou seja, a lei aceita que o custo da mercadoria vendida seja calculado das duas formas.

O parágrafo primeiro é o que vai nos interessar nesse tutorial, voltaremos a falar dele com mais detalhes e
dos demais depois.

Ele diz que o custo de aquisição de mercadorias destinadas a revenda compreenderá os de


transporte .....

Ou seja, temos que somar o custo da mercadoria ao custo do transporte.

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Até aqui tranqüilo não?

Então vamos a prática !!!

Frete nas Compras de Mercadorias:


Vamos analisar a seguinte operação:

Uma empresa comprou de um fornecedor localizado no estado de São Paulo 10 unidades de cadeiras, pelo
valor total de R$ 1.000,00. A empresa sabe que o custo de um frete para tal quantidade e distância é de R$
200,00.

Qual o custo da mercadoria nessa operação?

Resposta: Ainda não podemos determinar !!!! Pois falta saber quem vai suportar o custo do frete se a
empresa compradora ou a vendedora.

Isso porque na prática, existem ambas situações, onde o fornecedor arca diretamente com o valor do frete e
quando o comprador tem que suportar tal encargo.

Quando o fornecedor arca com as despesas de frete e outras, é comum dizermos que existe uma clausula
contratual CIF, que é uma abreviatura em inglês que significa cost, insurance and freight (custo, seguro
e frete). Quando uma compra de mercadoria contém essa clausula, estamos querendo dizer que o vendedor
estará arcando com o valor do frete e do seguro até o estabelecimento do comprador ou outro local por ele
indicado.

Quando o comprador é que tem a obrigação de arcar com as tais despesas, dizemos que a venda foi feita
com a clausula contratual FOB free on board (posto a bordo) essa clausula diz que o vendedor tem a
obrigação de arcar com o custo do seguro e do frete até o local onde a mercadoria será embarcada,
correndo por conta e risco do comprador tais despesas a partir desse ponto.

Acontece que nessa clausula, o vendedor, está arcando com tais despesas até o local de embarque da
mercadoria, que será o seu próprio estabelecimento, ou seja, ele está dizendo que a partir do portão do
estabelecimento dele as despesas de frete e seguro são por conta do comprador, se acontecer um roubo na
esquina do estabelecimento dele, ele não quer nem saber.

Essas cláusulas são originarias de comércio internacional, porém são muito utilizadas nas transações
comerciais nacionais.

Pela interpretação da lei acima podemos dizer que na primeira hipótese, quando o fornecedor que paga o
frete (CIF) não há o que se falar em alocar o mesmo ao custo de aquisição, pois a lei diz que: O custo de
aquisição de mercadorias destinadas à revenda compreenderá os de transporte, ou seja, o custo de
aquisição da mercadoria destina da revenda compreenderá o custo do transporte, se o fornecedor esta
pagando o frete não existe custo para o comprador, logo nesse caso o custo de aquisição será o custo da
mercadoria, o valor a mercadoria em si.

Agora se na mesma operação acima o comprador é quem paga o frete (FOB) esse valor fará parte do custo
de aquisição, ou seja, o custo de aquisição total será de R$ 1.200,00, assim cada unidade de mercadoria
terá custado a empresa o equivalente a R$ 12,00.

Se tivéssemos que dar entrada nessa mercadoria em nossa planilha de estoques, ficaria assim:

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Desse ponto em diante, o registro nas planilhas seriam efetuados de maneira igual a como vínhamos
fazendo anteriormente (baixa pela venda, estoque final) de acordo com o método de avaliação (PEPS, UEPS
ou Custo Médio).

Outra forma de fazer o registro desse lançamento seria assim:

Vejam que nesse último caso, utilizamos três linhas para um mesmo lançamento, bem mais trabalhoso,
porém o resultado é o mesmo, é também é correto fazer assim.

Documentação Suporte:
A maioria dos lançamentos efetuados na contabilidade deve ter um documento que de suporte ao registro.

No caso de um frete sobre mercadoria, temos dois tipos de documentos, o primeiro é a própria nota fiscal do
fornecedor, e o segundo é o chamado Conhecimento de Transporte.

Quando o frete estiver sendo cobrado na nota fiscal, teremos um mesmo documento para o registro do frete
e para o registro das aquisições. Na nota fiscal existe um campo especifico para que o valor de frete venha
separado. Vejam que o vendedor esta COBRANDO o frete do cliente, ou seja, ele tem um carro ou um
caminhão e esta cobrando por esse transporte em separado porém utilizando para tal o mesmo documento
da venda das mercadorias.

Quando o frete estiver sendo cobrado através de um Conhecimento de Transporte, teremos um documento
para o registro do frete e outro documento para o registro da aquisição da mercadoria.

O Conhecimento de Transporte é um documento fornecido por Transportadoras, em geral o fornecedor não


entrega a mercadoria no local do comprador, e ao comprador não é vantagem ir até o local do fornecedor e
voltar, então o comprador contrata um transportadora para fazer esse translado (sai bem mais barato), pois
a transportadora estará trazendo mercadorias de diversas outras pessoas, rateando assim o preço do
serviço.

O importante é saber que em ambos os casos o frete deverá ser alocado ao custo de aquisição das
mercadorias, porém com documentos diferentes.

Exercício de Fixação:

Calcule o custo unitário e total de aquisição das seguintes compras:

1 – Compra de 20 unidades do produto A pelo valor total de R$ 2.000,00 com clausula FOB, cujo frete da
mercadoria totaliza R$ 400,00.

2 – Compra de 10 unidades do produto B pelo valor de R$ 1.000,00 cada, o frete será pago pelo fornecedor.

3 – Compra de 40 unidades do produto A pelo valor total de R$ 5.000,00, com clausula CIF.

4 – Compra de 20 unidades do produto C pelo valor unitário de R$ 20,00, com frete de R$ 5,00 por unidade
a ser pago pelo comprador.

Respostas:

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1 – Como a compra da mercadoria contém a clausula FOB, onde o comprador tem que arcar com as
despesas do frete e se houvesse do seguro, podemos dizer que o custo total da mercadoria é de R$
2.400,00, e o custo unitário é de R$ 120,00.

2 – Nessa operação o frete será pago pelo vendedor, clausula CIF, logo não podemos alocar o custo destes
ao preço de aquisição da mercadoria, então o custo total de aquisição foi de R$ 1.000,00, e o custo unitário
foi de R$ 100,00.

3 – O calculo do custo de aquisição será o mesmo do item 2, o frete esta sendo pago pelo vendedor, então
temos um custo total de R$ 5.000,00, e um custo unitário de R$ 125,00.

4 – Aqui a conta a ser feita será ao contrario das demais, vejam que o valor de cada produto é de R$ 20,00,
sendo que a esse valor temos que somar o custo do frete de R$ 5,00, logo cada unidade do produto C
custou a empresa o equivalente a R$ 25,00, e o custo total dessa aquisição é de R$ 500,00 (25 x 20
unidades).

Observação:

Vamos tentar entender porque a lei não permite que o frete pago pelo vendedor seja alocado ao custo de
aquisição?

É simples !!!!!!!!

Se o vendedor esta te vendendo uma mercadoria ao custo unitário de R$ 100,00 com frete já incluído, quer
dizer que dentro desse preço (os R$ 100,00) já tem um valor de frete, com certeza o vendedor não seria
louco de lhe dar o frete de graça.

Vamos supor que R$ 2,00, seja relativo aos fretes, logo, a mercadoria em si custou R$ 98,00, só que com
mais os R$ 2,00 de frete totaliza os R$ 100,00, e será por esse valor que estaremos dando entrada em
nosso estoque, ou seja, seria a mesma coisa que se tivéssemos feito uma compra de R$ 98,00 e
pagássemos o frete no valor de R$ 2,00. Ou se comprássemos a mercadoria por R$ 100,00 com o frete já
pago.

Rateio do Frete:

Bom muita coisa do que foi dito acima pode ter parecido fácil, agora é que vamos ao ponto crucial da
questão, veja bem:

Imagine a seguinte compra:

20 unidades pelo valor total de R$ 100,00, e frete a ser pago pelo comprador no valor de R$ 20,00, logo o
nosso custo total foi de R$ 120,00 e o custo unitário de R$ 6,00, já incluído aqui o frete da mercadoria.

Aqui não temos problemas para alocar o custo do frete ao custo do produto, pois o frete é todo de um só
produto. Bastando para achar o custo unitário do frete a divisão do valor do mesmo pelo total das
quantidades compradas e para achar o custo de aquisição total das mercadorias, somar o custo unitário do
produto mais o custo unitário do frete.

Agora imagine o seguinte:

Na mesma compra a empresa tenha adquirido, 10 unidades do produto A pelo valor total de R$ 100,00, 20
unidades do produto B pelo valor total de R$ 600,00, e 40 unidades do produto C pelo valor total de R$
1.000,00, totalizando assim uma compra de R$ 1.700,00. E o valor do frete é de R$ 280,00.

Agora é que vem o dilema, como vamos alocar o frete ao custo unitário de cada item?

Pois teremos que lançar cada item em uma planilha de controle de estoques diferentes, e o frete não é dado
em valores por unidades do produto, e sim por um valor global.

Então nos vamos ter que ratear o frete entre as mercadorias, mas como faríamos isso?

Existem diversas formas.

A primeira seria alocar pelas unidades, da seguinte forma:

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A compra totaliza 70 unidades, e o valor do frete foi de R$ 280,00, logo cada unidade de mercadoria teve
um custo de frete de R$ 4,00. Quando formos dar entrada em nossa planilha de estoques, a cada unidade de
mercadoria estaríamos agregando o valor de R$ 4,00 a titulo de frete.

As vezes esse método de se alocar o custo do frete ao custo de aquisição das mercadorias é injusta, pois
veja que ao item A que custa R$ 10,00 estaríamos somando mais R$ 4,00. Aumentando assim o custo de
aquisição do mesmo para R$ 14,00. Ao passo de que a mercadoria C que tem um custo unitário de R$
25,00, estaríamos agregando o mesmo valor de frete R$ 4,00, ou seja, uma mercadoria que custa 150% a
mais esta sendo alocada um frete no mesmo valor de uma que custa bem menos.

Outra forma de se alocar o frete ao produto seria pelo volume da mercadoria, imagine que o produto A seja
parafusos, enquanto que o produto C seja uma mesa, é mais lógico que a mesa terá um custo maior de frete
do que o parafuso. Pois em termos de volume (espaço físico) ela é muito maior, para o rateio do frete nesse
caso seria necessário conhecermos o volume de cada produto, e ratearmos o frete proporcionalmente ao
volume. O calculo do rateio é o mesmo que será feito no exemplo a seguir, porem estaríamos considerando
o volume de quantidades.

Outra forma de alocação do custo do frete seria pelo preço total da compra, veja bem, se a compra totaliza
R$ 1.700,00, e a compra do produto A totaliza R$ 100,00 podemos dizer que o produto A corresponde a
aproximadamente 6% do valor total da compra, logo alocaríamos ao mesmo o valor de R$ 16,80 relativos ao
frete, assim o custo total unitário do produto A seria de R$ 11,68.

Se o produto B custou um total de R$ 600,00 podemos dizer que ele representa 35% do valor das compras,
logo a ele alocaríamos 35% do valor do frete. Logo o nosso custo unitário de cada produto B já alocado o
frete seria de R$ 34,90.

Se o produto C custou um total de 1.000,00 podemos dizer que ele representa 59% do valor das compras,
então alocaríamos ao mesmo 59% do valor do frete, ou seja, R$ 165,20, divididos pelas 40 unidades, daria
um custo unitário de R$ 4,13, e somados ao custo do produto de R$ 25,00 teríamos um custo total de R$
29,13.

Vejam que a soma de todos os custos já alocado seria de R$ 1.980,00 que é igual a soma do custo de
aquisição das compras mais o custo do frete.

Porém esse método as vezes também pode ser injusto para o caso do frete, pois um produto pode custar
mais do que o outro e ser menor em termos de espaço físico.

Existem outras formas ainda de se alocar o custo do frete ao custo de aquisição da mercadoria, porém não
entraremos nesse mérito agora, sempre que for necessário alocar o custo do frete ao custo de aquisição,
direi como será feito o rateio ou a outra forma de se alocar o custo do frete ao custo de aquisição.

Quando falarmos sobre contabilidade de custos e contabilidade gerencial, voltaremos a falar com mais
detalhes sobre o rateio dos custos com maiores detalhes.

Ok?

No próximo tutorial falaremos sobre o seguro sobre as compras, e faremos um exercício com ambos (frete e
seguros) nas compras para fixarmos os conceitos adquiridos, inclusive com a elaboração da planilha de
controle de estoques e da contabilização das operações.

Até a próxima

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18.

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19. Seguros sobre Compras de


Mercadorias
No tutorial passado falamos sobre o frete sobre compra de mercadorias, nos presente tutorial vamos falar
sobre o seguro sobre as compras.

Não há muita diferença entre a alocação do seguro na compra em relação ao frete sobre a compra, o único
detalhe é em relação a um detalhe imposto pela lei.

Fundamentação Legal:

O seguro sobre a compra de mercadoria, também tem sua fundamentação legal no mesmo artigo e
parágrafo, que falava sobre o frete sobre as compras, ou seja, no Decreto 3.000 de 1999.

Vejamos:

“Custo de Aquisição

Art. 289. O custo das mercadorias revendidas e das matérias-primas utilizadas será determinado com base
em registro permanente de estoques ou no valor dos estoques existentes, de acordo com o Livro de
Inventário, no fim do período de apuração (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 14).

§ 1º O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda compreenderá os de transporte e seguro


até o estabelecimento do contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou importação (Decreto-Lei nº
1.598, de 1977, art. 13).

§ 2º Os gastos com desembaraço aduaneiro integram o custo de aquisição.

§ 3º Não se incluem no custo os impostos recuperáveis através de créditos na escrita fiscal.”

Sobre o artigo 289, já havíamos tecidos comentário, vamos continuar analisando o parágrafo primeiro do
mesmo artigo.

Vejam que ele inicialmente fala sobre que:

O CUSTO DE AQUISIÇÃO DE MERCADORIAS DESTINADAS A REVENDA COMPREENDERÁ OS DE TRANSPORTE


E SEGURO ATÉ O ESTABELECIMENTO DO CONTRIBUINTE ......

De detalhe novo em relação ao que falamos no tutorial passado tem o seguinte trecho:

“ ........ E SEGURO ATÉ O ESTABELECIMENTO DO CONTRIBUINTE ...... ”

Em outras palavras, só vai ser adicionado ao custo de aquisição o gasto com o seguro, que for efetuado até
o estabelecimento do contribuinte, se o contribuinte, uma vez que já tenha recebido a mercadoria, contratar
seguro, para qualquer tipo de ocasião, por exemplo, roubo ou incêndio dentro da loja, esse seguro não vai
ser mais alocado ao custo de aquisição, ele vai ser diretamente lançado como despesa (uma conta de
resultado, que reduzirá o lucro).

Aqui mora um detalhe, qual a diferença entre alocar um gasto com seguro ao custo de aquisição e lançá-lo
como despesa?

Uma vez que você aloca o custo do seguro ao custo de aquisição de uma mercadoria, você estará ativando
esse gasto, ou seja, você irá colocar esse gasto em seu ativo, na conta de mercadorias, certo?

E quando o gasto com um seguro e lançado diretamente como despesas, esse valor vai reduzir o seu lucro
no mesmo mês. Ao contrário do gasto com o seguro alocado a mercadoria, que estará em seu ativo, ele só
vai reduzir o seu lucro, quando houver uma venda de mercadoria, pela baixa da mercadoria do seu estoque,
em contra partida a conta de CMV, é nessa hora que esse gasto (tanto o da mercadoria, quanto o do seguro)

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reduzirá o seu lucro. Que por acaso pode ocorrer no mesmo mês ou daqui a muito tempo. Ou seja, a
despesa com o seguro, reduzirá o lucro no mesmo mês, ao passo que a gasto com o seguro, que cubra o
transporte da mercadoria, somente vai reduzir o lucro quando for dado baixa na mercadoria, via a conta de
CMV.

Observação: Estamos nos referindo ao seguro, que cubra somente o percurso fornecedor – estoque da
empresa, uma vez que a mercadoria tenha entrado no estoque da empresa esse seguro não vale mais nada,
acabou !!!!!!! Ok?

Nos exercício que faremos mais abaixo será tratado os dois tipos de seguros, de forma que assimilemos o
conteúdo na prática.

Entendido esse detalhe vamos continuar?

Assim só vai ser adicionado ao custo de aquisição o seguro que cubra alguma coisa que aconteça à
mercadoria durante o translado do estabelecimento do fornecedor até o estabelecimento do contribuinte.

O Encargo do Seguro:

Da mesma forma que foi tratado o frete sobre as compras, será dado o mesmo tratamento ao seguro quanto
ao encargo dele, ou seja, se o fornecedor está pagando o seguro das mercadorias, não há o que se falar em
relação a alocação do mesmo em relação as mercadorias, agora quando for o comprador que estiver
pagando o seguro este deve ser alocado ao custo de aquisição das mercadorias (lembre-se que a lei diz que
somente o custo com o seguro até o estabelecimento do contribuinte), entenda-se contribuinte, como
comprador, pois a lei diz contribuinte, pois esta se referindo ao contribuinte do Imposto, que no nosso caso é
o comprador da mercadoria, pois o mesmo também é contribuinte do Imposto de Renda.

Lançamento na Planilha de Controle de Estoques:

O lançamento na planilha de controle de estoques será feito da mesma forma que foi explicado em relação
ao frete sobre as compras.

Documentação Suporte:

O documento que dá suporte ao lançamento de alocação do seguro ao custo de aquisição pode ser tanto a
NF, quando o vendedor lhe cobra o seguro, ou o documento de apólice do seguro dado pela seguradora.

Exercício de Fixação:

Vamos agora fazer um exercício para fixação do que foi aprendido nesse e no tutorial passado.

Vamos lá?

Considere o seguinte balanço inicial:

As operações foram as seguintes:

Dia 02/02 – Compra de 20 unidades do Produto A, pelo valor total de R$ 1.000,00, o frete e o seguro estão
com clausula CIF, a vista.

Dia 03/02 – Compra de 10 unidades do Produto B, pelo valor de R$ 300,00, com cláusula FOB, ou seja, o
comprador arcará com as despesas de frete e de seguro até o seu estabelecimento, ambas totalizam R$
60,00, tudo a vista.

Dia 04/02 – Venda de 5 unidades da Mercadoria A, pelo valor total de R$ 600,00, a vista.

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Dia 05/02 – Compra de mais 10 unidades do produto A, pelo valor total de R$ 1.300,00, o frete custou R$
200,00 e o seguro R$ 300,00, porém o seguro será por conta do vendedor, e o frete foi contratado junto a
uma companhia transportadora, tudo a prazo.

Dia 06/02 – Pagamento de um seguro para um mês, relativo as ultimas mercadorias compradas, no valor de
R$ 100,00.

Dia 07/02 – Venda de 10 unidades do produto B, pelo valor total de R$ 2.300,00, sendo R$ 1.300,00
recebido a vista e o restante será pago a prazo.

Dia 10/02 – Compra a prazo de 10 unidades do produto A no valor de R$ 1.400,00, e 5 unidades do produto
B no valor de R$ 300,00, e seguro e fretes pagos pelo comprador no valor total de R$ 150,00. Porém foram
cobrados do mesmo na Nota Fiscal.

Vamos fazer a planilha de controle de estoques pelo custo médio, lembrando que estamos trabalhando com
dois tipos de produtos A e B, logo, teremos uma planilha para cada tipo de produto, no balanço as
mercadorias devem aparecer em sub-contas, ou seja, haverá uma conta de mercadoria para o produto A e
outra conta de mercadorias para o produto B. O seguro e o frete deverá sempre ser alocado em relação as
unidades.

Após os lançamentos, deveremos zerar as contas de resultados e elaborar o balanço patrimonial.

Ok?

Vamos fazer o exercício juntos.

Somente por questões de facilitação, vamos elaborar todas as planilhas de estoques, e depois faremos os
lançamentos.

Ficha de Controle de Estoques do Produto – A.

Ficha de Controle de Estoques do Produto – B

Temos assim as nossas duas planilhas registradas, vamos fazer alguns comentários:

A primeira operação era a seguinte:

Dia 02/02 – Compra de 20 unidades do Produto A, pelo valor total de R$ 1.000,00, o frete e o seguro estão
com clausula CIF, a vista.

Inicialmente temos que notar que pelo balanço inicial a empresa não tinha estoques de mercadorias. Nessa
operação compramos 20 unidades do produto A pelo valor total de R$ 1.000,00, logo cada mercadoria

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custou R$ 50,00, outro detalhe é que o frete e o seguro estão com clausula CIF, onde o vendedor estará
arcando com tais encargos, logo não temos o que alocar ao custo de aquisição. Sendo assim, demos
entradas em 20 unidades, pelo valor unitário de R$ 50,00 cada, totalizando assim R$ 1.000,00, e ficamos
com um estoque final de 20 unidades a R$ 50,00, totalizando assim R$ 1.000,00 referentes ao produto A.
Conforme pode ser notado em nossa planilha de controle de estoques no referido dia da operação.

A segunda operação era a seguinte:

Dia 03/02 – Compra de 10 unidades do Produto B, pelo valor de R$ 300,00, com cláusula FOB, ou seja, o
comprador arcará com as despesas de frete e de seguro até o seu estabelecimento, ambas totalizam R$
60,00, tudo a vista.

Agora o registro da operação será feito na planilha de controle de estoques do produto B, vejam que demos
entradas em 10 unidades, com o custo unitário de R$ 36,00, pois como o frete e o seguro serão por conta do
comprador, temos que alocar os mesmo ao custo de aquisição de cada mercadoria como a operação é
somente com uma mercadoria, não precisamos ratear o custo do frete e do seguro, basta somarmos ao
custo das mercadorias, e dividirmos pela quantidade comprada, e teremos assim o nosso custo unitário. O
nosso custo total nessa operação foi de R$ 360,00. Logo ficamos com um estoque final de 10 unidades, a R$
36,00 cada, totalizando assim a quantia de R$ 360,00.

A terceira operação era:

Dia 04/02 – Venda de 5 unidades da Mercadoria A, pelo valor total de R$ 600,00, a vista.

Agora trata-se de uma venda da Mercadoria A, logo demos baixa em 5 unidades, na planilha de controle de
estoques do Produto A. O preço de venda não nos importará agora, pois estamos fazendo os registros na
planilha de estoque, e nesse o valor da baixa será efetuado pelo valor que temos em nosso estoque, e não
pelo da venda.

Vamos a quarta operação:

Dia 05/02 – Compra de mais 10 unidades do produto A, pelo valor total de R$ 1.300,00, o frete custou R$
200,00 e o seguro R$ 300,00, porém o seguro será por conta do vendedor, e o frete foi contrato junto a
uma companhia de transporte, tudo a prazo.

Vejam que demos entrada em 10 unidades, pelo valor unitário de R$ 150,00 cada, totalizando assim R$
1.500,00. Sendo que desse total, R$ 1.300,00 foram pela aquisição da mercadoria, e R$ 200,00 foram pelo
frete, lembrando que como o fornecedor se comprometeu a arcar com o seguro logo o mesmo não pode ser
alocado as mercadorias, pois não foi um gasto da empresa. Nesse momento ficamos com 25 unidades em
nosso estoque, avaliadas pelo valor de R$ 2.250,00, que apresenta um custo unitário de R$ 90,00.

Quinta operação:

Dia 06/02 – Pagamento de um seguro para um mês, relativo as ultimas mercadorias compradas, no valor de
R$ 100,00.

Essa operação como foi dito acima, não pode ser alocada ao custo da mercadoria, tendo em vista que a
legislação diz que somente o seguro contratado até o estabelecimento, logo esse seguro será uma despesa
da empresa, portanto não há o que ser registrado na ficha de controle de estoques. Vejam que inclusive a
ultima compra já tinha um seguro, que foi o arcado pelo vendedor. Se fosse um seguro, que cobrisse a
mercadoria durante o translado fornecedor-estabelecimento, ai sim esse seguro seria alocado ao custo de
aquisição mais não é o caso.

Sexta operação:

Dia 07/02 – Venda de 10 unidades do produto B, pelo valor total de R$ 2.300,00, sendo R$ 1.300,00
recebido a vista e o restante será pago a prazo.

Essa operação não há nada de novo, é só darmos baixa na mercadoria, na planilha correspondente,
lembrando que só tínhamos 10 unidades dela em nosso estoque e vendemos as 10, logo o nosso estoque
final depois dessa operação é ZERO.

Vamos a ultima operação:

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Dia 10/02 – Compra a prazo de 10 unidades do produto A no valor de R$ 1.400,00, e 5 unidades do produto
B no valor de R$ 300,00, e seguro e fretes pagos pelo comprador no valor total de R$ 150,00. Porém foram
cobrados do mesmo na Nota Fiscal.

Essa operação é onde devemos fazer o rateio do frete e do seguro, como dito eles devem ser rateados de
acordo com as quantidades de mercadorias, vejam a compra totaliza 15 unidades, e que o frete e o seguro
totalizam R$ 150,00, logo, cada unidade de produto, absorverá R$ 10,00 de frete e de seguro.

Sendo assim fizemos o registro de entrada de 10 unidades do produto A, pelo valor unitário de R$ 150,00,
(140,00 da mercadoria e mais 10,00 do frete), totalizando assim R$ 1.500,00, nosso estoque final do
produto ficou de 35 unidades, ao preço total de R$ 3.750,00, que resulta num custo unitário médio de
aproximadamente R$ 107,14.

Na planilha de controle do estoque do produto B, demos entrada em 5 unidades, pelo custo unitário de R$
70,00 (60,00 da mercadoria e mais 10,00 do frete e do seguro), como não tínhamos estoque dessa
mercadoria, nosso estoque final é de 5 unidades, avaliadas a 350,00, que equivalem a um custo unitário de
R$ 70,00.

Feito isso temos todos os registros efetuados em nossa planilha de controle de estoques vamos agora fazer
os registros na contabilidade.

Vamos abrir os razonetes com os seus respectivos saldos iniciais, fazer todos os registros das operações, os
zeramentos das contas de resultados e posteriormente o balanço.

Feito isso temos contabilizada todas as nossas operações, vamos fazer alguns comentários, após faremos o
nosso balanço patrimonial.

Na primeira operação debitamos a conta de Mercadorias – A, pelo valor total de R$ 1.000,00 e creditamos a
conta bancos pois o pagamento foi efetuado a vista.

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Na segunda operação, debitamos a conta de mercadorias – B, pelo valor R4 360,00, pois R$ 300,00 é
referente a aquisição das mercadorias, e R$ 60,00 foram referentes aos gastos com frete e seguros, como o
pagamento foi a vista, creditamos a conta bancos em tal valor.

Na terceira operação, venda de 5 unidades, de mercadorias A, baixamos do estoque (conta de mercadorias –


A), a quantia de R$ 250,00, que é referente ao valor que estamos dando baixa em nosso estoque,
ocasionada pela venda, logo creditamos essa conta e debitamos a conta de CMV. E creditamos a conta de
Receita de Vendas, no valor de R$ 600,00, cujo foi o valor da venda, e debitamos a conta bancos no mesmo
valor pois a venda foi efetuada a vista.

A quarta operação: Compra de mais 10 unidades do produto A, pelo valor total de R$ 1.300,00, o frete
custou R$ 200,00 e o seguro R$ 300,00, porém o seguro será por conta do vendedor, e o frete foi
contratado junto a uma companhia transportadora, tudo a prazo.

Demos entrada em nosso estoque (debitamos a conta de mercadorias – A), pelo valor total de R$ 1.500,00,
sendo que R$ 1.300,00 era referente as mercadorias, e R$ 200,00 referentes ao frete, sendo que este ultimo
foi arcado pelo comprador, e contratado com uma empresa em separado, logo para o registro da obrigação
de pagar o frete abrimos uma conta de FRETES a PAGAR (conta de passivo) e creditamos nela o valor de R$
200,00, na conta de fornecedores, fizemos o credito de R$ 1.300,00.

Dia 06/02 – Pagamento de um seguro para um mês, relativo as últimas mercadorias compradas, no valor de
R$ 100,00.

Vejam que pelo enunciado da operação podemos identificar que o seguro em questão se trata de um
despesas, pois vimos que pela lei, o seguro só entrara no custo de aquisição se for relativo ao translado da
mercadoria do fornecedor até o estabelecimento. Nesse caso abrimos uma conta de despesa com seguros
(conta de resultado), fizemos um débito nela e creditamos a conta bancos, tendo em vista que o pagamento
foi efetuado no ato da contratação do seguro.

Dia 07/02 – Venda de 10 unidades do produto B, pelo valor total de R$ 2.300,00, sendo R$ 1.300,00
recebido a vista e o restante será pago a prazo.

Essa operação é uma bem conhecida nossa, creditamos a conta de receita pelo valor de R$ 2.300,00, e
fizemos dois débitos, um na conta bancos no valor de R$ 1.300,00 para o registro do valor que foi recebido
a vista, e o outro débito foi na conta de clientes para o registro do valor que temos a receber. Para o
lançamento de baixa da mercadoria, identificamos pela planilha de controle de estoque que o custo dessa
mercadoria foi de R$ 360,00, logo creditamos a conta Mercadorias – B, e debitamos a conta de CMV.

Dia 10/02 – Compra a prazo de 10 unidades do produto A no valor de R$ 1.400,00, e 5 unidades do produto
B no valor de R$ 300,00, e seguro e fretes pagos pelo comprador no valor total de R$ 150,00. Porém foram
cobrados do mesmo na Nota Fiscal.

Essa ultima operação, é a mais trabalhosa, vejam que se trata de uma aquisição de dois tipos de produtos
através de uma única operação, inicialmente foi feito o calculo do rateio do seguro e frete com base nas
quantidades de mercadorias, vejam que a nossa compra totaliza 15 unidades, e que o seguro e o frete foram
de R$ 150,00, logo a cada unidades alocaremos a quantia de R$ 10,00. Identificado isso, fizemos o registro
em nosso razonete de Mercadorias – A, pelo valor de R$ 1.500,00, sendo que R$ 1.400,00 foram relativos a
compra de mercadorias, e R$ 100,00 relativos ao rateio do custo do frete e do seguro. Na conta de
Mercadorias – B, fizemos um débito de R$ 350,00 sendo que R$ 300,00 são relativos a compra da
mercadoria em si e R$ 50,00 relativos ao rateio do custo do frete e do seguro, como a compra foi a prazo, e
as despesas de seguro e frete foram cobradas na própria Nota Fiscal, dando a entender que o fornecedor é
um mero depositário ou seja, ele cobra do cliente e repassa ao seguro e ao frete (seguradora e a
transportadora), fizemos um crédito na conta de fornecedores, pelo valor total de R$ 1.850,00.

Feito isso podemos elaborar o nosso balanço patrimonial, que ficaria da seguinte forma:

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Lembrando que conforme foi dito as contas de Mercadorias, devem ser apresentadas em sub-contas, assim
vejam que o valor que consta na linha de mercadoria, é o somatório dos valores que constam na linha de
Mercadorias – A e Mercadorias – B. E que no somatório das contas de ativo, deve ser considerada somente o
valor que conta na Linha Mercadorias (conta), os valore que estão nas sub-contas, não entrarão no calculo.

Finalizamos assim a parte de seguro e fretes sobre compras, no próximo tutorial falaremos sobre OS
TRIBUTOS DEVIDOS NA AQUISIÇÃO OU IMPORTAÇÃO.

Até a próxima

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20. Gastos Aduaneiros


Nos tutoriais passados falamos sobre o frete e o seguro sobre as compras de mercadorias, no presente
tutorial falaremos sobre os gastos aduaneiros de uma forma simples pois não há muito detalhes sobre ele.

Vamos lá?

Fundamentação Legal:

Vamos nos situar no texto da lei que fala sobre os gastos aduaneiros.

“Custo de Aquisição

Art. 289. O custo das mercadorias revendidas e das matérias-primas utilizadas será determinado com base
em registro permanente de estoques ou no valor dos estoques existentes, de acordo com o Livro de
Inventário, no fim do período de apuração (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 14).

§ 1º O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda compreenderá os de transporte e seguro


até o estabelecimento do contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou importação (Decreto-Lei nº
1.598, de 1977, art. 13).

§ 2º Os gastos com desembaraço aduaneiro integram o custo de aquisição.

§ 3º Não se incluem no custo os impostos recuperáveis através de créditos na escrita fiscal.”

Vejam que o parágrafo segundo diz que:

“os gastos com desembaraço aduaneiro, também integrarão os custo de aquisição”.

Gastos com Desembaraço Aduaneiro:

Inicialmente temos que entender o que seria um gasto com desembaraço aduaneiro, esse termo,
desembaraço aduaneiro é o processo de legalização de uma mercadoria importada. Esse processo e
extremamente complicado e burocrático, tanto que chega ao ponto de ser mais conveniente contratar uma
empresa especializada nesse processo, mas isso é um detalhe, vamos ao que interessa.

Para efetuar uma importação de mercadorias, não é só simplesmente pedir a mesma ao fornecedor, recebe-
la e começar a vender. Existe todo um processo que deve ser cumprido.

Esse processo na maioria das vezes se inicia com o registro de uma DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO, com ela
você esta dizendo a Receita Federal que está importando.

Nesse ponto já ocorre a primeira despesa, o pagamento da taxa pelo registro dessa declaração, no mínimo
essa taxa vai custar a empresa R$ 40,00, pois a lei prevê que somente o registro da declaração custa R$
30,00, e a cada mercadoria será devido um adicional de R$ 10,00, isso se a empresa estiver importando
somente uma mercadoria, se forem duas mercadorias será R$ 50,00, a partir da segunda mercadoria, a taxa
unitária vai reduzindo, sendo que o valor mínimo de registro de cada mercadoria, é de R$ 1,00, quando
numa mesma declaração de importação forem adicionados mais de 50 mercadorias.

Essa despesa com o registro dessa taxa deve ser adicionado ao custo de aquisição da mercadoria, do mesmo
modo como fizemos quando falamos sobre o seguro e o frete.

Isso é só um exemplo, vamos supor que você tenha uma empresa que esteja adquirindo mercadorias do
exterior, porém você não sabe como fazer o desembaraço aduaneiro da mesma, portanto você vai contratar
uma empresa especializada nisso, logo, esse gasto também deverá ser adicionado ao custo de aquisição,
pois esta relacionado com o desembaraço aduaneiro em questão.

Outro fator que gera um gasto adicional, é o tempo que a mercadoria levará para o desembaraço aduaneiro,
por exemplo, uma mercadoria pode ser desembaraçada imediatamente (na mesma hora que você registra a

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declaração de importação, que é feita através de um sistema informatizado, chamado de SISCOMEX), ou
necessitar da análise de um fiscal da Receita Federal para tanto (nesse caso o fiscal irá conferir a
documentação e a mercadoria), se necessitar dessa análise pode ser que a mercadoria após chegar ao porto
de desembarque necessite ficar mais alguns dias armazenada e essa armazenagem é cobrada pelo porto,
logo esse gasto também deverá de ser somado ao custo de aquisição.

Um outro item que altera o custo de aquisição de uma mercadoria que está sendo importada é a taxa
cambial, por exemplo, vamos supor que começamos um processo de importação de uma mercadoria em 01-
04-2005, e que contratamos com o fornecedor que pela mercadoria pagaríamos em 15-05-2005 o
equivalente a U$ 1.000,00 (1.000 dólares), sendo que no dia do fechamento da compra o dólar estava
cotado a R$ 1,50.

Bom, já sabemos que inicialmente estaríamos devendo ao fornecedor a quantia de R$ 1.500,00, porém essa
mercadoria esta vindo de barco para o Brasil, ela vem lá do Japão. Lógico que esse transporte levará um
tempo, vamos supor 10 dias, no decorrer do transporte dessa mercadoria lá pelo oitavo dia, da uma louca
no dólar e o valor dele passa para R$ 2,30, agora nossa dívida com o fornecedor passou a valer R$
2.300,00, PASSOU A VALER, pois para o fornecedor não aconteceu nada ele vai continuar recebendo os
mesmos U$ 1.000,00.

Essa diferença de R$ 800,00, devida em função da taxa de câmbio deve ser alocada ao custo de aquisição.

Agora em 20-04-2005, já recebemos a mercadoria e ela se encontra totalmente desembaraçada e já em


nosso poder, e novamente da outra louca no dólar e este passa para R$ 3,00, nossa divida com o fornecedor
agora é de R$ 3.000,00. Agora como a mercadoria já foi totalmente desembaraçada essa diferença de R$
700,00 (3.000,00 – 2.300,00), não será mais alocada ao custo de aquisição e sim lançada como despesa,
pois esse fato ocorreu após termos recebido a mercadoria (desembaraçado ela). Ok?

Como dito acima, esses itens são somente alguns exemplos de gastos com desembaraço aduaneiro, outros
gastos, os mais variados possíveis poderão ocorrer durante o processo de legalização de uma mercadoria
importada (o desembaraço aduaneiro), o importante é saber que esses gastos devem ser adicionados ao
custo de aquisição, após devem ser lançados na ficha de controle de estoques, devem ser ativados (lançados
na conta de Ativo - MERCADORIAS) e posteriormente baixados quando ocorrer a venda dos mesmos.

Somente para não deixar passar em branco, vamos falar rapidamente sobre a finalidade do desembaraço
aduaneiro.

Finalidade do Desembaraço Aduaneiro:

A finalidade básica do desembaraço aduaneiro é principalmente em relação à economia brasileira, em


diversos sentidos.

Por exemplo, no desembaraço aduaneiro existe a verificação do valor cobrado pela mercadoria, e se neste
existe “dumping” ocorrendo.

O dumping em termos genéricos é a venda de um produto abaixo do seu preço de custo com a finalidade de
afastar concorrentes.

Para tal vamos exemplificar, imaginem que eu tenho uma empresa no exterior, e que minha empresa venda
geladeiras, e que a minha geladeira eu vendo pelo preço equivalente a R$ 1.000,00, no país onde eu fabrico
a mesma.

Se eu vender ela aqui a um preço abaixo do valor que eu vendo no país onde fabrico em condições
normais, por exemplo, estou vendendo no Brasil a R$ 300,00 está havendo um dumping.

O que ocorrerá com isso, eu farei com que todas as empresas brasileiras que vendam geladeiras, fechem as
portas, quando eu conseguir isso, eu aumento o preço de venda da minha geladeira, e começo a
monopolizar o mercado, ou seja, só eu vendo geladeiras no Brasil.

Outro ponto principal do desembaraço aduaneiro, é que existe um imposto chamado de IMPOSTO SOBRE
IMPORTAÇÃO, esse imposto é cobrado de acordo com o valor declarado da mercadoria na declaração de
importação, logo, se não houvesse o desembaraço aduaneiro para a conferência do mesmo, qualquer
importador poderia dizer um valor menor ou quantidades menores do que de fato está importando. E
conseqüentemente pagaria menos imposto.

Todos esses procedimentos visam a proteção da indústria brasileira.

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Técnica de Contabilização de Mercadorias Importadas:

Vamos aproveitar o embalo, só para não termos que voltar a esse ponto novamente depois, e vamos
aprender como e feita a contabilização de uma mercadoria que está em processo de importação.

Como dito acima, na importação de mercadorias, os gastos com o desembaraço aduaneiro devem ser
alocados ao custo de aquisição para posterior baixa pela venda.

Num primeiro momento, sabemos o quanto pagaremos pela mercadoria, o valor do frete e do seguro se
houverem, porém os gastos com o desembaraço aduaneiro, vão depender de uma série de fatores (tempo,
burocracia, problemas no processo do desembaraço e etc).

Logo, nós só vamos saber o custo de aquisição total, quando todo o processo de desembaraço aduaneiro
estiver finalizado, assim entendido pela entrega da mercadoria pela Receita Federal ao importador.

Até esse determinado momento ainda não sabemos pelo quanto essa mercadoria deve ser lançada em nosso
controle de estoque certo?

Para resolver tal problema é comum, contabilmente, fazermos o seguinte:

A cada importação abrimos uma conta ou sub-conta a conta de MERCADORIAS EM IMPORTAÇÃO. E todo e
qualquer gasto relativo a essa mercadoria, conforme for ocorrendo vamos lançando nessa conta, ao terminar
o processo de desembaraço aduaneiro, saberemos o valor total do custo de aquisição dessa mercadoria,
nesse ponto, transferiremos o saldo dessa conta para a uma outra dentro do grupo de estoque de
mercadorias.

Complicado?

Não é não, vamos ver na prática.

Considere o seguinte balanço inicial:

A operação é a seguinte:

Em 01-02-2005 uma empresa começou o processo de importação de duas mercadorias, mercadoria A e B.

Ficou combinado com o fornecedor que o pagamento seria realizado em 15-03-2005. Sendo que a compra
totaliza 30 unidades, sendo 10 unidades do produto A e 20 unidades do produto B, o valor total da compra
do produto A ficou acertado em U$ 500,00 e o valor total da compra do produto B ficou acertado em U$
2.000,00. No dia da compra o dólar estava valendo R$ 1,00.

O frete ficou por conta do comprador, que acertou com uma empresa de transporte pelo valor de R$ 5,00
cada unidade. Sendo a data prevista da entrega da mercadoria no porto o dia 07-02-2005. Com pagamento
a vista.

O seguro dessa mercadoria (seguro que cobrirá o transporte dela) também é por conta do comprador, e
ficou combinado com a seguradora que cada quantidade do produto A custaria R$ 1,00 e cada unidade do
produto B custaria R$ 2,00. Com pagamento a vista também.

Bom até aqui já temos definido o valor da mercadoria, o valor do seguro e o valor do frete, vamos agora
contabilizar essas operações.

Inicialmente vamos abrir os razonetes, vou omitir as contas de Veículos, Computador, Capital Social e Lucros
do Exercício, somente por questões de praticidade ok?

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Feito isso o passo seguinte seria a abertura de uma conta chamada Prod. Em Importação, no nosso caso
como estamos importando duas mercadorias, vamos ter duas dessas contas PROD. EM IMPORTAÇÃO – A e
PROD. EM IMPORTAÇÃO – B.

Nossos razonetes nesse momento ficariam assim:

Temos que nos lembrar que essas contas estão provisoriamente representando um bem, o qual estamos
adquirindo, logo, são contas de ativo.

Agora vamos demonstrar como ficaria o registro nos razonetes, vamos inicialmente começar pelo valor
combinado com o fornecedor.

Vejam que creditamos a conta de fornecedores, pelo valor total de R$ 2.500,00, pois a nossa compra foi de
U$ 2.500,00 dólares sendo que nesse dia o dólar estava cotado a R$ 1,00, como estamos importando U$
500,00 em mercadoria do tipo A e U$ 2.000,00 em mercadorias do tipo B, abrimos sub-contas distintas para
cada uma.

Vamos agora ao registro do frete e do seguro, pois já sabemos que esses valores devem ser somados ao
custo de aquisição.

Inicialmente temos que calcular o valor correspondente ao frete e ao seguro para cada tipo de mercadoria.

O valor do frete da mercadoria A equivale a R$ 50,00 e o frete da mercadoria B equivale a R$ 100,00 (R$
5,00 de frete para cada unidade).

O valor do seguro da mercadoria A é de R$ 10,00 (R$ 1,00 cada unidade) e de R$ 40,00 para a mercadoria
B (R$ 2,00 cada unidade)

Vale lembrar que tais gastos (com seguro e frete) como devem ser adicionados ao custo de aquisição, serão
debitados na conta correspondente (Prod. Em Importação – A ou B), pois tratam-se de contas de ativo, e
estamos aumentando o valor dessas contas, e nas contas de ativo os aumentos são registrados a débito.

E como foram pagas a vista (vamos considerar que através do banco), estaremos creditando essa conta
para registro da diminuição do valor nesta.

Então nosso registro no razonete ficaria da seguinte forma:

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Vejam que nesse ponto se quisermos saber o quanto cada um desses produtos já tem de gasto alocados
basta somarmos as colunas de débitos em cada uma das respectivas contas.

Continuando o nosso exercício, vamos supor que em 04-02-2005, o dólar passou para R$ 1,30, logo esse
aumento na taxa cambial deverá ser alocado ao custo de aquisição as mercadorias. Então temos que refazer
os cálculos e fazermos um lançamento para aumentar o custo de aquisição de cada uma das mercadorias.

O preço combinado do produto A é de U$ 500,00 a uma taxa de R$ 1,30, temos o valor de R$ 650,00, sendo
que já tínhamos alocado um custo de R$ 500,00, que era equivalente a U$ 500,00 vezes R$ 1,00 que era a
nossa taxa de cambio no dia da compra. Logo temos que aumentar o nosso custo de aquisição em R$
150,00.

Faremos o mesmo calculo com o produto B e chegaremos a conclusão que temos que aumentá-lo em R$
600,00. Nosso razonete ficaria da seguinte forma agora:

Ok?

Bom vamos considerar que a mercadoria chegou e que tivemos de gastos com o desembaraço aduaneiro os
seguinte valores: Para o produto A, R$ 190,00 e para o produto B R$ 260,00. Considerando que todos esses
gastos foram pagos a vista, pois na maioria das vezes são, vamos ao registro dos mesmos.

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Terminamos assim a alocação dos custos de aquisição das mercadorias importadas, vamos agora transferir o
saldo que temos em cada uma das contas para uma conta que represente o estoque de mercadorias,
chamadas de MERCADORIA – A e MERCADORIA – B.

Temos assim finalizada o nosso processo de alocação e contabilização dos custos de aquisição referente a
uma mercadoria importada.

Vejam que as contas de Prod. Em importação estão com os saldos zerados, elas somente serviram para que
pudéssemos ter um controle sobre cada gasto que tivemos com cada tipo de mercadoria.

Agora como terminamos todo esse processo, bastar lançar como entrada em nossa planilha de controle de
estoques, o valor equivalente a cada compra de cada mercadoria, bem a quantidade respectiva. E a partir
daí, basta fazer como vínhamos fazendo anteriormente.

Lembrando que se contratássemos um seguro para cobrir eventuais danos ocorridos com essas mercadorias
após já as termos recebidas, esse valor gasto com o seguro não será mais alocado ao custo de aquisição, ele
será lançado como despesa (debito numa conta de despesa e credito em bancos ou caixa ou fornecedores,
de acordo com o pagamento)

E se houvesse uma nova alteração na taxa cambial (que inclusive pode ser para mais ou para menos) esse
valor também não seria mais alocado ao custo de aquisição seria lançado como despesas (caso aumentasse
a taxa cambial) ou lançado como receita (caso diminuísse a taxa cambial).

Mais adiante teremos alguns exercícios com todas essas possibilidades, para uma melhor compreensão.

Vamos terminar por aqui, no próximo tutorial falaremos sobre impostos sobre compras.

Ok?

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21. Impostos sobre Compras de


Mercadorias – 1ª Parte
Vamos a partir deste tutorial começar a falar sobre os impostos sobre compras de mercadoria, na seqüência
falaremos sobre os impostos nas vendas. Essa parte sobre impostos é matéria básica em todo concurso de
contabilidade. No decorrer desses tutoriais sempre que possível, começaremos a colocar algumas questões
de provas.

Fundamentação Legal:

No mesmo artigo que viemos estudando, também existe a previsão sobre a contabilização dos impostos nas
compras de mercadorias, vamos ver?

“Custo de Aquisição

Art. 289. O custo das mercadorias revendidas e das matérias-primas utilizadas será determinado com base
em registro permanente de estoques ou no valor dos estoques existentes, de acordo com o Livro de
Inventário, no fim do período de apuração (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 14).

§ 1º O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda compreenderá os de transporte e seguro


até o estabelecimento do contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou importação (Decreto-Lei nº
1.598, de 1977, art. 13).

§ 2º Os gastos com desembaraço aduaneiro integram o custo de aquisição.

§ 3º Não se incluem no custo os impostos recuperáveis através de créditos na escrita fiscal.”

Vejam que o parágrafo primeiro diz que “O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda
compreenderá ............. e os tributos devidos na aquisição ou importação”.

Já o parágrafo terceiro diz “Não se incluem no custo os impostos recuperáveis através de créditos na escrita
fiscal”.

Então vemos que a lei diz que no custo de aquisição devem ser incluídos os tributos devidos na aquisição ou
na importação, além disso diz ainda que os impostos recuperáveis não se incluem, devem ser retirados do
custo de aquisição, vamos analisar cada um dos itens com mais calma para entendermos melhor.

Vamos analisar inicialmente o parágrafo primeiro.

Percebam que ele diz que o custo de aquisição das mercadorias destinadas a revenda compreenderá, além
das demais hipóteses que vimos, ainda os impostos devidos na aquisição ou importação, vamos primeiro
falar sobre os impostos devidos na aquisição.

Impostos devidos na aquisição?

Quando compramos temos que pagar impostos também?

Impostos devidos na Aquisição:

Na verdade sempre quando compramos estamos pagando impostos. O imposto na verdade não é a empresa
vendedora quem paga e sim o comprador, pois dentro do preço do produto já esta incluindo o valor dos
impostos, na maioria das vezes.

Podemos separar os impostos que incidem na compra de mercadoria de duas maneiras, os que estão
incluídos dentro do preço da mercadoria e os que são cobrados a parte do preço da mercadoria.
Existem estas duas possibilidades.

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Por exemplo, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o PIS e o COFINS são alguns
dos impostos que estão dentro do preço da mercadoria. Assim o vendedor lhe venda a mercadoria a R$
100,00, sendo que dentro desses cem reais existe um valor X para o ICMS, um valor Y para o PIS e um
valor Z para a COFINS, além desses tem um valor que paga o custo da mercadoria e um valor que
corresponde ao lucro do vendedor, assim poderíamos dizer que dentro dos R$ 100,00, R$ 18,00 são para o
ICMS, R$ 1,65 é para o PIS, R$ 7,60 é para a COFINS, poderíamos dizer (hipoteticamente) ainda que R$
40,00 são do custo da mercadoria e que o restante (R$ 32,75) é lucro do vendedor.

Como exemplo de impostos que são pagos a parte do preço de aquisição, temos como exemplo básico o IPI
(Imposto sobre Produtos Industrializados), geralmente o vendedor lhe cobra R$ 100,00 mas já lhe avisa que
além dos R$ 100,00 tem mais um percentual que corresponde ao IPI, por exemplo 10%, dessa forma
quando formos fazer a compra a NF virá com o valor total de R$ 110,00, sendo que R$ 10,00 é do IPI, o
restante (R$ 100,00), temos o PIS, COFINS, ICMS e etc.

Logo como esses impostos já estão dentro do preço ao qual o vendedor combinou para a venda, portanto
não há o que se falar em alocar os mesmos ao custo de aquisição, pois já estão alocados, afinal já estão
sendo cobrados dentro da NF de compra, seja dentro do preço do produto ou a parte.

A maioria dos impostos está dentro do preço de venda da mercadoria, ou são cobrados na própria nota
fiscal, porém em separado, mas acontece de as vezes, termos que calcular o imposto devido numa compra
de mercadoria e efetuarmos o pagamentos nós mesmos, um exemplo clássico dessa hipótese é o ICMS
Substituição Tributária (que deve ser cobrado em separado mas dentro da NF), porém pode acontecer de
numa compra de outro estado, o fornecedor não tenha conhecimento dessa obrigação (pois o ICMS é um
imposto estadual e cada estado faz leis sobre ele) e não o cobre na NF, porém a lei nos obriga que façamos
o cálculo e o pagamento do mesmo, o que nos interessa é o seguinte é um imposto devido na aquisição da
mercadoria logo deve fazer parte do custo de aquisição ok? Porém esse é um caso onde o imposto devido
não dentro do preço de aquisição e nem cobrado a parte (deveria ser, mais em nosso exemplo acima não
esta sendo cobrado).

Impostos devidos na Importação:

Alguns dos impostos ao qual falamos acima (ICMS e IPI) também são devidos na importação de mercadoria,
assim o importador, quando recebe mercadorias do exterior, para conseguir desembaraçar a mercadoria,
deve comprovar o pagamento desses impostos. Nesses casos o imposto será calculado e pago pelo próprio
importador, sendo o que os valores dos mesmos devem ser alocados ao custo de aquisição para posterior
baixa pela venda da mercadoria.

Além desses temos também o Imposto sobre Importação, conforme falamos no tutorial passado, sendo ele
um imposto e devido em virtude da importação da mercadoria, deve ser alocado ao custo de aquisição,
assim se a nossa compra de uma mercadoria importada totaliza R$ 1.000,00, sendo que o imposto de
importação é de R$ 200,00 devemos entrar com os R$ 1.200,00 em nosso balanço e em nossa ficha de
controle de estoques.

Se além desses R$ 1.000,00 da mercadoria e dos R$ 200,00do Imposto sobre Importação, tivéssemos que
pagar ainda, por exemplo, o IPI no valor de R$ 150,00, o nosso custo de aquisição total nessa importação
seria de R$ 1.350,00, esse seria o valor que teríamos que lançar em nossa ficha de controle de estoques, e a
contabilização ao final deveria totalizar tal valor.

Bom, falamos rapidamente sobre os impostos devidos na aquisição e na importação, vamos agora falar
sobre o parágrafo terceiro, que trata dos Impostos Recuperáveis, pois é nesse item que vamos nos
aprofundar um pouco mais, pois ele nos dará suporte para começarmos a conhecer toda a rotina de
contabilização dos impostos.

Impostos Recuperáveis na Escrita Fiscal:

O parágrafo terceiro diz o seguinte:

§ 3º Não se incluem no custo os impostos recuperáveis através de créditos na escrita fiscal”.

Vejam que ele diz que não serão incluídos no custo de aquisição os impostos que serão recuperáveis através
de créditos na escrita fiscal.

Para as empresas alguns dos impostos que são pagos (seja dentro do preço ou fora do preço) na aquisição
da mercadoria, podem ser recuperados, ou seja, não é dinheiro perdido. A recuperação desses impostos é
efetuada através da escrita fiscal.

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A escrita fiscal é o processo de registro da apuração de um determinado imposto, por exemplo, no caso do
ICMS, existe uma série de livros fiscais que devem ser escriturados, cada um terá sua própria finalidade, e
entre essas a finalidade de apurar os créditos que o contribuinte tem de impostos, ou seja, o imposto que
será recuperado efetivamente.

Vamos exemplificar: O IPI e o ICMS são exemplos de impostos que podem ser recuperados através de
créditos na escrita fiscal, ambos possuem sua própria legislação (conjunto de leis), que os regem. E essa
legislação obriga os contribuintes desses impostos, a escriturarem livros fiscais que demonstrem como dito
acima, entre outras situações, como foi que se chegou ao valor dos créditos do impostos, os impostos que
serão recuperados em si. Logo, essas empresas (contribuintes) devem escriturar esses livros, outra
finalidade desses livros são a de auxiliarem os fiscais quando numa fiscalização. Nesses livros o contribuinte
vai relacionando as notas fiscais que originaram direitos ao crédito do imposto, assim quando o fiscal chegar,
basta que ele olhe o livro e ver quais foram as notas fiscais que o contribuinte aproveitou o crédito do
imposto, dessa forma fica muito mais fácil para ele do que ficar olhando nota fiscal por nota fiscal.

Temos então um processo de registro para a apuração do imposto, que é a escrita fiscal e um outro processo
de registro que é a contabilidade que controla o patrimônio. Ok?

Na escrita fiscal (processo de registro para a apuração de impostos), o termo crédito não tem o mesmo
significado que o termo crédito na contabilidade, na escrita fiscal, quando falamos débitos estamos nos
referindo a dividas, e quando falamos créditos estamos nos referindo a direitos. Ok?. Na escrita fiscal é o
contrário do que tratamos na contabilidade.

Mas não são todos os impostos que são recuperáveis, regra geral, como impostos recuperáveis temos o IPI,
o ICMS, o PIS, a COFINS, e como impostos que não são recuperados o ISS, o IRPJ, a CSLL.

Mas também não é assim simples, olha esses aqui você pode recuperar e pronto !!!!

Tem uma regra para isso e a regra principal é a seguinte: Você só pode recuperar aquilo que você paga. Se
sua empresa paga ICMS nas vendas (é contribuinte do imposto), você tem o direito de aproveitar os créditos
desse imposto nas compras.

Se sua empresa, paga ICMS e IPI, você pode recuperar os dois impostos que nas compras de mercadorias.

Se sua empresa, só paga o ICMS, você pode recuperar o ICMS, mas o IPI não.

Se sua empresa, só paga IPI, você pode recuperar o mesmo nas compras de mercadorias, mas não pode
recuperar o ICMS.

Sobre o PIS e COFINS voltaremos a falar deles oportunamente, pois não é só nas compras de mercadorias
que existe a recuperação desses impostos, estes, podem ser recuperados nos encargos de alugueis, nos
pagamentos de serviços considerados como insumos, nos gastos com energias elétricas, além de também
poderem ser recuperados nas compras de mercadorias, entre varias outras possibilidades, o que por si
exigirá um grau de detalhamento maior. Porém aprendendo a contabilizar o ICMS ou o IPI aprenderemos a
contabilizar o PIS e COFINS pois a metodologia para todos é a mesma.

Outro detalhe importante e que deve ser muito bem frisado, é que não estamos tratando aqui de
questões tributárias, estamos aqui aprendendo a contabilizar, logo, se num exemplo eu digo que
o ICMS devido na venda de cadeiras é de 19%, ou que o IPI é de 10%, é um exemplo, isso não
quer dizer que os percentuais correspondem a realidade. Ok?

Por enquanto vamos nos ater somente no ICMS e no IPI, pois são os impostos recuperáveis mais comuns.

Exemplo Prático:

Para melhor fixar o que falamos até agora, vamos fazer alguns cálculos para achar o custo de aquisição de
uma mercadoria. Vamos considerar o inicialmente o seguinte:

Observações:

O ICMS é um imposto que vem destacado na nota fiscal de compra, assim o valor dele, em nosso caso R$
180,00. Vai vir sempre demonstrado num campo especifico da nota fiscal.

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É só um detalhe que estamos acrescentando. Logo é fácil identificar o valor dele, pois vem mostrado na NF.
Lembrando que ele vem somente demonstrado, pois o valor dele em si, já está incluído dentro do preço da
mercadoria.

Assim como o ICMS, o IPI (que é um imposto devido pelas empresas industriais), também vem demonstrado
na NF, porém o valor dele vai ser mostrado na NF e somado ao preço da mercadoria.

Se vocês procurem uma NF (aquelas NF grandes, do tamanho de uma folha A4), verão que um pouquinho
abaixo do meio da NF, temos um campo parecido como o abaixo:

CALCULO DO IMPOSTO

Vejam que no primeiro quadrado temos um campo chamado de BASE DE CALCULO DO ICMS, nesse campo,
é preenchido o valor que será tributado pelo ICMS, logo ao lado temos o campo VALOR DO ICMS, nesse
campo será preenchido com o valor do ICMS devido na operação (seja ela de venda ou de compra), ao lado
temos dois campos que omiti propositalmente, pois são para o ICMS SUBSTITUIÇAO TRIBUTARIA, que não
nos interessa no momento, e mais ao lado, ultimo quadrado superior temos o campo VALOR TOTAL DOS
PRODUTOS, nesse campo será demonstrado o valor total do PRODUTOS, abaixo temos o campo VALOR DO
FRETE, lembram quando eu falei que a cobrança do frete algumas vezes podem ser feita na própria nota
fiscal, pois é se esse campo estiver preenchido esse valor do frete fará parte também do custo de aquisição,
ao lado temos o campo VALOR DO SEGURO, que quando estiver sendo preenchido, quer dizer que o
vendedor, esta pagando o seguro porém repassando o preço do mesmo ao comprador, ao lado temos um
campo omitido, e ao lado temos o campo VALOR TOTAL DO IPI, que se estiver preenchido quer dizer que
esta havendo tributação do IPI nessa operação, logo, se o comprado é contribuinte do IPI esse valor poderá
ser recuperado, e ao final temos o campo VALOR TOTAL DA NF.

O valor que consta no campo VALOR DO ICMS, é o valor do imposto que pode ser recuperado se a empresa
for contribuinte do mesmo. Já o valor que consta no campo VALOR TOTAL DO IPI é esse valor que pode ser
recuperado se a empresa for contribuinte desse imposto.

Ok?

Agora ao menos quando vocês olharem uma NF já sabem onde identificar o valor do imposto, para efeitos do
aprendizado, somente colocarei o percentual de cada um dos impostos ou valor do mesmo, de modo a ficar
mais fácil a elaboração do exercício, combinado?

Vamos voltar ao nosso exemplo:

Uma empresa comercial (logo contribuinte do ICMS), fez uma compra de R$ 1.000,00, o ICMS cobrado nas
compras é de 18%, logo, já sabemos que dentro dos R$ 1.000,00 tem R$ 180,00 (18%) do ICMS, sendo
assim podemos dizer que dos R$ 1.000,00 vamos recuperar R$ 180,00.

Considerando os dados acima, R$ 1.000,00 de mercadoria, sendo que 18% de ICMS que podemos
recuperar, qual seria o nosso custo de aquisição?

Seria de R$ 820,00. (1.000 – 180)

Agora se as mercadorias custaram R$ 1.000,00, com ICMS de 12% e IPI de 10% qual seria o nosso custo de
aquisição, considerando que a empresa não é contribuinte do IPI portanto não pode recuperar tal imposto.

Para responder isso temos primeiro que fazer o calculo do custo total, sabemos que R$ 1.000,00 são das
mercadorias (sendo que 12% é ICMS que já esta dentro desse valor), e que além disso, temos ainda mais
10% de IPI, como o IPI é calculado em cima do valor das mercadorias o valor do mesmo em nosso exemplo
seria de R$ 100,00, logo, o nosso custo total foi de R$ 1.100,00. Agora temos que deduzir o ICMS para
acharmos o custo de aquisição efetivo, sabendo que 12% dos R$ 1.000,00 são de ICMS e que o mesmo é
um imposto recuperável, temos R$ 120,00 que não devem ser incluídos no custo de aquisição, portanto

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devemos diminui-lo. Assim chegamos a conclusão de que o nosso custo de aquisição foi de R$ 980,00 (1.100
– 120).

Agora se a nossa empresa fosse contribuinte do IPI também o valor que foi cobrado na compra seria
recuperável também assim não devemos inclui-lo no custo de aquisição, considerando os mesmos dados do
exemplo acima, qual seria o nosso custo de aquisição agora?

Seria de R$ 880,00, calculados da seguinte forma:

1.100 (mercadoria) – 100 (IPI) – 120(ICMS)

Ok?

No próximo tutorial faremos um exercício mais completo, e com mais exemplos de impostos recuperáveis.

Até a próxima.

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22. Impostos sobre Compras de


Mercadorias – Parte Final
No tutorial passado começamos a falar sobre os impostos recuperáveis nas compras de mercadorias, no
presente tutorial vamos ver como é feita a escrituração contábil, de tais operações e como fica no registro
de controle de estoque.

Contabilização dos Impostos Recuperáveis:

Vamos agora ver como é feita a contabilização de uma compra de mercadoria quando temos impostos que
serão recuperados pois como foi visto no tutorial passado o mesmo não pode fazer parte do custo de
aquisição de uma mercadoria, logo temos que retirar o valor do imposto do custo da mercadoria, mas para
onde é que vai esse imposto? E qual conta ele vai ficar demonstrado?

São esses detalhes que começaremos a tratar agora.

Para tanto vamos fazer um exercício junto.

Considere o seguinte balanço patrimonial e contabilize a operação abaixo:

Uma empresa comercial (contribuinte do ICMS), comprou no dia 10/02/2006, 20 unidades de cadeiras a R$
1.000,00 de mercadorias com pagamento a vista, nessa compra a alíquota do ICMS foi de 18%.

O estoque inicial que a empresa tem, são de 20 cadeiras a R$ 50,00.

1 – Passo: Apuração do Custo de Aquisição:

O primeiro passo, é a apurarmos o custo de aquisição, sabendo a que a mercadoria custou R$ 1.000,00, e
que a empresa é contribuinte do ICMS, logo, podendo recuperar o ICMS que incidiu na compra da
mercadoria.

Se a alíquota do ICMS foi de 18%, sabemos que dentro do R$ 1.000,00, tem R$ 180,00 que é de ICMS, logo
o nosso custo de aquisição é de R$ 820,00, como a compra foi de 20 unidades, o nosso custo de aquisição
de cada unidade é de R$ 41,00.

Esses R$ 820,00 vão entrar em nossa conta de mercadorias, e os R$ 180,00 relativos ao ICMS que iremos
recuperar, será lançado numa conta de ativo chamada de ICMS a Recuperar. Afinal se vamos recuperar tal
valor isso é um direito que temos certo?

2 – Passo: Contabilização:

Para contabilizarmos antes de qualquer coisa, temos que abrir todos os razonetes.

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Feito isso vamos ao registro da operação em si, percebam que de acordo com o dito acima, teremos que
fazer um lançamento em 3 contas diferentes, na conta de mercadorias faremos um débito de R$ 820,00, na
conta de ICMS a Recuperar faremos outro débito de R$ 180,00, e por fim faremos um crédito na conta
Banco de R$ 1.000,00.

Vamos ver como fica no razonete:

Feito isso temos contabilizada nossa operação de compra, vejam que abrimos uma conta chamada de ICMS
a Recuperar, essa conta registrará os valores que temos o direito de compensar, a compensação desse valor
será visto no próximo tutorial.

Vamos agora ao registro dessa operação na planilha de controle de estoques.

3 – Passo: Registro na Planilha de Controle de Estoques:

Existem duas formas diferentes de se efetuar esse registro a primeira é registrar a compra pelo valor total e
depois deduzir o ICMS Recuperado, e a segunda é a registrar a compra diretamente pelo valor liquido ou
seja, já deduzido do ICMS.

Vamos ao primeiro modo:

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Vamos ao segundo modo:

O segundo modo de registro é mais prático e mais rápido, porém o primeiro é mais detalhista, veremos mais
adiante que ele nos auxiliará quando tratamos de devoluções sobre compras de mercadorias, mas por
enquanto o segundo modo já cumpri todas as nossas necessidades.

Feito isso temos a nossa operação contabilizada, vamos agora ao registro de outra operação, que é a
seguinte:

No dia 20/02, a empresa comprou 10 unidades de mesas, por R$ 2.000,00 para pagamento a prazo, o ICMS
que incidiu na operação foi com a alíquota de 12%, e ainda houve a cobrança do IPI de R$ 100,00.

Inicialmente temos que calcular o nosso custo de aquisição, sabendo que a mercadoria custou R$ 2.000,00 e
que ainda houve a cobrança do IPI, o valor da nossa compra foi de R$ 2.100,00. Sabendo que a empresa é
comercial, portanto não paga IPI, não pode recuperar o mesmo.

O ICMS é de 12%, logo R$ 240,00.

O nosso custo de aquisição foi de R$ 1.860,00, assim cada unidade da mesa custou a empresa o valor de R$
186,00.

Vamos ao registro em nossos razonetes:

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Vejam que aumentamos o saldo da conta de fornecedores com um crédito no valor de R$ 2.100,00,
aumentamos o saldo da conta de ICMS a Recuperar com um débito no valor de R$ 240,00, e aumentamos o
saldo da conta de mercadorias com outro débito no valor de R$ 1.860,00, essa ultima conta agora esta
contemplando dois tipos de mercadorias (cadeiras e mesas), logo teremos planilhas de controle de estoques
de cadeiras e de mesas e a soma dos estoques finais em cada uma delas terá que ser igual ao valor que
consta nessa conta (R$ 3.680,00)

Registro na planilha de controle de estoques:

Finalizado o registro vimos que ficamos com um estoque final de mesas de 10 quantidades, avaliadas pelo
valor de R$ 186,00 cada, totalizando R$ 1.860,00.

Se somarmos o valor do estoque final que temos nessa planilha, com o valor do estoque final que temos na
planilha de controle das cadeiras teremos a quantia de R$ 3.680,00, que é o mesmo valor que temos
registrado em nosso razonete.

Para exemplificarmos uma operação onde podemos recuperar o IPI, vamos utilizar a mesma operação
passada, agora considerando que a empresa que comprou as mesas seja uma empresa possa aproveitar o
IPI, vamos fazer os registros e a planilha de controle de controle de estoques.

Inicialmente temos que calcular o custo de aquisição, sabendo que a compra totalizou R$ 2.100,00 e que
dentro desse valor temos R$ 100,00 de IPI (que agora podem ser recuperados), e R$ 240,00 de ICMS
(calculo que foi feito no exemplo acima, e que também pode ser recuperado), o nosso custo de aquisição
agora é de R$ 1.760,00.

Nossos registros nos razonetes ficariam da seguinte forma:

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Percebam que agora abrimos mais uma nova conta chamada de IPI A RECUPERAR uma conta de ativo, pois
represente um direito, o direito de recuperarmos esse valor.

Vejam também que agora a nossa conta de mercadorias, o valor total dela é de R$ 3.580,00.

Na planilha de controle de estoques também não tem mistério nenhum, o valor que daremos entrada será
de R$ 1.760,00 agora. Vejamos:

O valor no nosso custo unitário também reduziu passou agora a ser de R$ 176,00 por mesa.

Terminamos assim a parte dos tutoriais que falam sobre impostos recuperáveis, no próximo tutorial
falaremos sobre os impostos sobre vendas de mercadorias e veremos como é feita a compensação dos
valores que temos de impostos a recuperar, a contabilização dos impostos sobre as compras de mercadorias
é sempre, tanto faz o tipo o de impostos (ICMS, IPI, PIS, COFINS e etc).

Para registro das operações acima usamos o mecanismo de lançamentos em fórmulas, vejam que para o
registro da primeira operação (compra de cadeiras) tivemos duas contas debitadas (mercadorias e ICMS a
Recuperar) e uma conta creditada (Bancos). E que para o registro da segunda operação, também tivemos
duas contas debitadas e uma conta creditada (no exemplo em que não recuperamos o IPI), logo, um
lançamento de terceira fórmula, onde temos 2 ou mais contas debitadas e uma conta creditada. No
lançamento que fizemos onde a empresa recuperou o IPI, tivemos 3 contas debitadas e um conta creditada,
também foi um lançamento de terceira formula.

No próximo tutorial falaremos sobre os impostos sobre as vendas e da compensação dos valores que temos
a recuperar.

Até a próxima.

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23. Cancelamento de Vendas –


1.ª Parte
A partir do presente tutorial vamos ver como funciona a contabilização dos Cancelamentos de Vendas.
Também conhecida como DEVOLUÇÕES DE VENDAS.

Apesar de parecer simples, quando envolve o calculo dos impostos, a coisa complica, devemos nesse caso
tomar um cuidado muito grande, pois afinal quando vendemos essa mercadoria, pagamos o imposto sobre
ela, e se a venda, por algum motivo não se concretizou, havendo a devolução ou cancelamento da venda,
temos o direito de recuperar o imposto que pagamos não?

Vamos lá?

Cancelamento ou Devolução de Vendas:


Os Cancelamentos ou Devoluções de vendas podem ocorrer por vários motivos:

1.º - Atraso na entrega do produto.

2.º - Produto fora do padrão solicitado pelo comprador.

3.º - Produtos com avarias (quebrados, sujos, rachados, com defeito e etc ... )

4.º - Dificuldade financeira do comprador para efetuar o pagamento.

E assim por diante.

Para entender a contabilização da operação do cancelamento de vendas, nada melhor do que um exercício
passo a passo. Um não, alguns exercícios, pois vamos começar de um modo bem simples e depois ir
avançando ok?

Prontos?

Exercício:

Considere o seguinte balanço inicial:

Vamos considerar que a empresa vendeu todo o seu estoque de mercadorias, pela quantia de R$ 2.700,00,
a prazo.

Observação: Por enquanto não vamos considerar os impostos nas vendas.

Nossos razonetes ficariam assim:

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Certo?

Frisem bem que a nossa conta de Receita de Vendas esta mostrando o saldo no valor de R$ 2.700,00
referente a única venda efetuada no período, e o que saldo da nossa conta de Clientes idem.

Vamos continuar o nosso exercício.

Agora vamos considerar que o cliente, primeira vez que efetuou uma compra não gostou do produto, ficou
muito insatisfeito e devolveu metade de tudo o que comprou.

Se ele devolveu, sabemos que as mercadorias estarão retornando ao nosso estoque.

Primeiro passo é saber quanto em termos de mercadorias, ele estaria nos devolvendo, pois para o cliente ele
esta nos devolvendo R$ 1.350,00 em mercadorias, porém para nós, sabemos que a mercadoria que estará
retornando ao nosso estoque não vale tudo isso, no nosso caso, sabemos somente olhando para o saldo da
conta de mercadorias, que ele estamos recebendo de volta o equivalente a R$ 500,00 de mercadorias, pois
na venda total retiramos de nosso estoque a quantia de R$ 1.000,00, certo?

Então o registro da entrada dessa mercadoria em nosso estoque ficaria da seguinte forma:

Vejam que aumentamos o nosso saldo na conta de mercadorias em R$ 500,00, mediante um lançamento a
débito nessa contas, sendo que tal valor é o equivalente a metade do valor que tínhamos retirado quando
efetuamos o registro da venda da mercadoria não?

Em contra partida a esse lançamento onde aumentamos o saldo da nossa conta de mercadorias, fizemos um
crédito na conta CMV no valor de R$ 500,00, vejam que agora a conta de CMV possui um saldo de R$
500,00 a débito, tal valor equivale ao custo da mercadoria que efetivamente foi vendida não? Afinal o cliente

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ficou com metade dos produtos que tínhamos vendidos. Então nossa conta de CMV esta nos mostrando o
valor liquido do custo da mercadoria nesse caso.

Feito isso ajustamos o saldo da nossa conta de Mercadoria e de CMV.

Agora falta regularizarmos o valor da venda (regularizamos o valor do custo), pois afinal a nossa conta de
Receita de Vendas está nos mostrando um saldo de R$ 2.700,00, que não é verdade, pois metade desse
valor não existe mais, tendo em vista a devolução da venda efetuada, além disso, a nossa conta de clientes
também está nos mostrando o valor de R$ 2.700,00 quando na verdade não iremos mais receber esse valor,
pois se metade da venda que efetuamos foi devolvida o nosso cliente não irá pagar mais os R$ 2.700,00 e
sim R$ 1.350,00, que é metade do valor da venda.

Vamos ver como esse ajuste é feito nos razonetes?

Vejam que abrimos uma conta de resultado chamada de VENDAS CANCELADAS, efetuamos nela um
lançamento a débito no valor de R$ 1.350,00, cujo valor é equivalente a metade da venda que tínhamos
efetuado (2.700 : 2), essa conta registrará o valor que não receberemos mais, em virtude de um
cancelamento da venda, a contra partida desse lançamento foi a conta de Clientes, que tinha um saldo de
R$ 2.700,00 e com o lançamento que efetuamos agora ficou de R$ 1.350,00, pois fizemos um crédito nessa
conta no valor de R$ 1.350,00 reduzindo assim o seu saldo.

Vamos ver agora como ficará nossa DRE, para tal temos que efetuar o zeramento das contas de resultados,
que ficaria assim:

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Nosso balanço patrimonial ficaria da seguinte forma:

Vamos ver agora como fica a nossa DRE.

Ficaria assim:

Vejam que a linha de Vendas Canceladas aparece logo após a RECEITA BRUTA DE VENDAS, e antes da
RECEITA LIQUIDA DE VENDAS.

Primeiro por aquele motivo que já foi dito, a linha de RECEITA LIQUIDA DE VENDAS, representa o valor
efetivo do total da RECEITA BRUTA DE VENDAS, que a empresa utilizará para pagar seus gastos. Ou seja,
dos R$ 2.700,00 que esta sendo mostrado na linha de RECEITA BRUTA DE VENDAS, somente R$ 1.350,00 a
empresa efetivamente reverterá a seu favor, a diferença, no nosso caso R$ 1.350,00 foi um ajuste no valor
da RECEITA BRUTA DE VENDAS, sendo que esse ajuste no exercício que fizemos é devido ao cancelamento
da venda que ocorreu.

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Vamos ver o que diz a legislação sobre esse assunto?

Primeiramente, vamos entender o que diz a lei 6.404 de 1976, também conhecida como a lei das sociedades
por ações, que apesar de ter sido editada para tais tipos de sociedades, as suas regas sobre demonstrações
contábeis se aplicam os demais tipos de sociedades.

Em seu artigo 187 ela diz:

SEÇÃO V

Demonstração do Resultado do Exercício

Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:

I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;

II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;

................

Vejam que no inciso I a lei diz que a DRE discriminará:

Primeiro - A RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVICOS

Segundo - AS DEDUÇÕES DAS VENDAS, OS ABATIMENTOS E OS IMPOSTOS.

Os cancelamentos de vendas se incluem nos abatimentos da receita bruta, afinal o valor dos cancelamentos
está reduzindo o valor demonstrado na linha de receita bruta de vendas.

Agora o regulamento do Impostos de Renda, é mais especifico quanto ao cancelamento de vendas, vejamos:

Receita Líquida

Art. 280. A receita líquida de vendas e serviços será a receita bruta diminuída das vendas canceladas,
dos descontos concedidos incondicionalmente e dos impostos incidentes sobre vendas (Decreto-Lei nº 1.598,
de 1977, art. 12, § 1º).

O artigo acima esta demonstrando como se acha a Receita Liquida, para tal temos:

RECEITA BRUTA – VENDAS CANCELADAS – DESCONTOS CONCEDIDOS INCONDICIONALMENTE – IMPOSTOS


INCIDENTES SOBRE VENDAS = RECEITA LIQUIDA.

Então, na nossa demonstração do resultado do exercício as VENDAS CANCELADAS, devem ser apresentadas
logo após a linha de RECEITA BRUTA DE VENDAS.

No próximo tutorial, continuaremos aprendendo mais detalhes sobre a contabilização das vendas canceladas,
e veremos porque a linha de vendas canceladas deve ser sempre apresentada na DRE.

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24. Cancelamento de Vendas –


2.ª Parte
No tutorial passado começamos a aprender como é feita a contabilização dos cancelamentos de vendas,
iniciamos nosso aprendizado de um modo simples, e vamos aos poucos “complicando”.

No presente tutorial vamos fazer uma analise sobre a DRE, para entendermos a importância da correta
contabilização dos cancelamentos de vendas, e começaremos a aprender como é feito o registro do
cancelamento de vendas, com o registro do retorno da mercadoria no nosso controle de estoques.

Ok?

Analise da DRE:
Considere as seguintes Demonstrações do Resultado do Exercício das duas empresas que estão
apresentadas abaixo:

1.ª Empresa:

2.ª Empresa:

Considerem que as empresas atuam no mesmo ramo, por exemplo, comércio de roupas.

Analisando as DRE´s acima, podemos notar que a empresa ABC foi a que gerou o maior lucro no período.
Além disso, o seu faturamento foi muito maior do que a empresa DEF.

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Vejam que ambas as empresas apresentam VENDAS CANCELADAS em suas respectivas DRE´s.

Só que a empresa ABC apresentou R$ 2.000,00 de vendas canceladas no período, enquanto que a empresa
DEF apresentou R$ 200,00, colocando isso em termos percentuais, podemos dizer que o cancelamento de
vendas da empresa ABC foi equivalente a 40%, enquanto que na empresa DEF os cancelamentos de vendas,
atingiram somente 5%.

Essa analise pode levar a entender que os produtos da empresa ABC estão com muitos problemas (má
qualidade), afinal os cancelamentos de vendas, estão em índices altíssimos. Os clientes da empresa ABC
compram, não gostam do produto e devolvem.

Conseguiram entender?

Lógico que não podemos julgar a empresa ABC somente por isso, temos que levar em considerações vários
outros fatores, os quais veremos quando falarmos sobre análise das demonstrações financeiras.

Vamos continuar o nosso aprendizado?

Registro no Controle de Estoques:

No exercício que fizemos no tutorial passado, consideramos que a empresa vendeu todo seu estoque de
mercadorias, e que o cancelamento da vendas (ou devolução), foi de metade.

Como foi uma única venda, foi fácil identificar o valor que deveria retornar ao estoque de mercadoria, afinal
quando vendemos uma mercadoria ela saiu de nosso estoque, e quando ocorre uma devolução ou
cancelamento de vendas, essa mercadoria retorna ao nosso estoque, no presente exercício vamos ver como
é feito o registro de um cancelamento de vendas, efetuando inclusive o registro em nossa planilha de
controle de estoques.

Vamos lá?

Considere o seguinte balanço patrimonial:

Vamos fazer o registro das seguintes operações nos razonetes e no controle de estoque, vamos avaliar o
estoque pelo custo médio.

Por enquanto não vamos considerar os impostos, seja nas compras ou nas vendas.

1.ª - Compra de 10 unidades do produto A pelo valor total de R$ 150,00, com pagamento a vista.

2.ª - Compra de 20 unidades do produto A pelo valor total de R$ 220,00, com pagamento a prazo.

3.ª - Venda de 10 unidades de mercadorias pelo valor total de R$ 700,00, com metade do recebimento a
vista e o restante a prazo.

4.ª - O cliente devolveu 5 unidades, por estarem com defeitos de fabricação, sendo o que o valor da
devolução será abatido no próximo pagamento a ser efetuado, ou seja, na segunda parcela.

Vamos ao registro simultâneo, tanto nos razonetes, como no controle de estoque, das operações acima.

A primeira operação ficaria da seguinte forma nos razonetes:

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Nos controle de estoque ficaria assim:

Ok?

Vamos agora ao registro da segunda operação.

Nos razonetes:

No controle de estoques:

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Vamos agora ao registro da 3.ª operação:

Nos razonetes:

3.ª - Venda de 10 unidades de mercadorias pelo valor total de R$ 700,00, com metade do recebimento a
vista e o restante a prazo.

No controle de estoque ficaria da seguinte forma:

Até aqui não teve novidade nenhuma, não? Vamos agora ao registro da 4.ª operação que é relativa ao
cancelamento das vendas.

Vejamos como ficará:

Primeiro passo a ser efetuado é sabermos quantas unidades de mercadorias o nosso cliente esta nos
devolvendo para cancelamento (ou devolução de vendas), pelo próprio enunciado sabemos que são 5
unidades. Mas na prática verificamos isso através da nota fiscal, pois o cliente, na maioria das vezes, é
obrigado a nos enviar essa mercadoria com uma nota fiscal, e nela vem discriminada a quantidade que esta
sendo devolvida.

Feito isso o próximo passo e valorizarmos essa mercadoria a preço de custo nosso, pois para o nosso cliente
ele esta nos devolvendo 5 unidades que lhe custaram cada uma a quantia de R$ 70,00, totalizando assim R$
350,00. Mas para a gente, essa mercadoria tinha um custo de R$ 12,33 cada unidade, totalizando assim a
quantia de R$ 61,65.

Identificamos então o valor da mercadoria, então temos que retornar ela ao nosso estoque, em nosso
razonete, esse operação ficaria da seguinte forma:

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Vejam que efetuamos um débito na conta de mercadorias, no valor de R$ 61,65, aumentando assim o seu
saldo, afinal a mercadoria esta retornando ao nosso estoque (entrando), logo os débitos aumentam o saldo
nas contas de ativo.

E na conta de CMV fizemos um crédito no mesmo valor, sendo uma conta de resultado (Custo), os créditos
nela diminuem o seu saldo. Assim o valor que temos agora na nossa conta de CMV esta nos mostrando o
valor liquido do custo do período. Certo?

Vamos ver agora como é feito o registro desse retorno de nossa mercadoria em nossa planilha de controle
de estoques?

Vejam que praticamente fizemos um lançamento de estorno, na coluna de saída, fizemos o registro da
quantidade e do valor com os valores entre parênteses, indicando que estamos invertendo, ou seja, onde
deveríamos indicar um saída de mercadoria estamos indicando um entrada, assim indicamos um entrada de
5 unidades, a um valor total de R$ 61,65.

Percebam também que o somatório e o valor total na ultima linha também se alteraram.

E que nosso estoque final agora esta demonstrando que temos 25 unidades, avaliadas a R$ 308,35.

Ok?

Finalizando temos agora que efetuar o lançamento nos razonetes referente ao cancelamento da venda, em
si. Sendo que esse lançamento envolverá somente registro nos razonetes. Vamos ver como fica?

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Ficaria assim:

Vejam que fizemos um débito na conta de Vendas Canceladas no valor de R$ 350,00, pois foi esse
efetivamente o valor que nosso cliente nos devolveu referente a venda efetuada, e de acordo com o
enunciado o valor do cancelamento seria abatido do valor da parcela que o clientes ainda teria que pagar,
sendo que agora o mesmo não tem mais dividas com nossa empresa, pois ele estava devendo R$ 350,00 e
devolveu o mesmo valor.

Para finalizar, pensem porque efetuamos um lançamento de estorno na nossa planilha de controle de
estoque (lançamento invertido na coluna de saídas, indicando um entrada), ao invés de fazermos um
lançamento normal de entrada, não seria mais fácil fazermos um lançamento na coluna de entrada?

Mas isso tem uma lógica, pensem porque que esse registro tem que ser assim, o motivo já foi dito nos
tutoriais passados, no próximo tutorial estaremos “corrigindo”.

Para facilitar estou reproduzido a planilha abaixo com o valor em destaque.

Até a próxima.

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26. Descontos Comerciais


A partir deste tutorial, começaremos a falar sobre os descontos comerciais. Quando falamos sobre
descontos, todos nos lembramos daquela famosa choradinha no preço certo? Tipo:

- Se eu pagar a vista tem algum desconto?

ou algo parecido não?

Nas operações de empresas a situação é bem parecida, porém, os descontos, dependendo do caso precisam
ser ou não contabilizados. Isso porque veremos que existem vários tipos de descontos, DESCONTOS
CONCEDIDOS, DESCONTOS OBTIDOS, DESCONTOS INCONDICIONAIS e DESCONTOS CONDICIONAIS.

Inicialmente vamos falar sobre os descontos oferecidos, assim entendido, como os descontos que a empresa
(nossa), concede aos seus compradores (mais conhecidos como descontos concedidos), nos próximos
tutoriais falaremos sobre os descontos obtidos (os descontos que a empresa ganhou).

Descontos Condicionais:

Vamos inicialmente falar sobre os descontos condicionais, pois entendendo-o fica muito mais fácil entender o
desconto incondicional.

Desconto Condicional – é um desconto que a empresa oferece desde que uma condição seja cumprida, por
exemplo:

Você compra uma mercadoria a prazo, e se você antecipar o pagamento ganha 10% de desconto, vejam que
temos uma condição, ou seja, só ganharemos o desconto se efetuarmos o pagamento antecipado, outro tipo
poderia ser em relação a quantidade, comprando acima de 20 unidades, temos 5% de desconto, ou pagando
a vista idem, e assim por diante.

O que gerará o desconto será a condição imposta, caso ela não seja cumprida não tem o que se falar em
desconto.

Vamos agora entender o desconto incondicional.

Descontos Incondicionais:

O desconto incondicional é justamente o contrário do desconto condicional, ou seja, não tem condição
nenhuma que precise ser cumprida para que o desconto seja oferecido, não precisa ser compra a vista, nem
acima de tantas unidades, nem pagamento antecipado ... não importa nada disso, o desconto será oferecido
independente de alguma condição imposta.

Geralmente esse desconto já é até incluindo (diminuído) no próprio preço da nota fiscal.

Por exemplo, uma empresa compra 10 unidades de um produto qualquer que tem um custo unitário de R$
20,00 cada, logo a compra total equivale a R$ 200,00, porém com o desconto incondicional, suponhamos
que no percentual de 10%, custará ao comprador a quantia de R$ 180,00. Logo, nesse caso a nota fiscal já
será emitida com o valor líquido a ser pago de R$ 180,00.

Outro item importante é que os descontos tanto os condicionais como os incondicionais não precisam ser
efetuados em percentual, podem ser dados em valores e até mesmo, porém raro, em quantidades.

Contabilização dos Descontos:

Vamos agora ver como são contabilizados os descontos concedidos, pois como dito acima, falaremos
primeiro dos descontos que a empresa oferece, e nos próximos tutoriais começaremos a falar sobre os
descontos obtidos.

Vamos começar com o desconto condicional.

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Para tanto vamos considerar os seguintes dados iniciais, e a operação é relativa ao mês de Janeiro de 2005:

Para efeitos de simplificações vamos considerar que a empresa tenha numa única operação vendido todo o
seu estoque de mercadoria pelo valor total de R$ 3.000,00, a prazo. Para recebimento daqui a um mês.

Nesse momento nossos razonetes já com as operações contabilizadas ficariam da seguinte forma:

Passado 15 dias da venda efetuada, a empresa precisa de dinheiro para pagar o fornecedor e comprar mais
mercadorias, pois como visto acima ela esta sem estoque, então a empresa resolve dar um desconto ao
cliente dela, desde que esta faça o pagamento antecipado (uma condição), esse desconto, será de R$
300,00 para que ele faça o pagamento de imediato. Conversado com o cliente este aceita e procede ao
pagamento.

Então o cliente paga somente os R$ 2.700,00, sendo que R$ 300,00 ele não pagará pois ganhou um
desconto da empresa.

A empresa por sua vez também não receberá mais os R$ 3.000,00 todos, somente R$ 2.700,00.

Vamos fazer então os registros referentes ao recebimento em primeiro lugar e após faremos o registro do
desconto concedido.

Referente ao recebimento, ficaria assim:

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Vejam que debitamos a conta BANCOS para o registro do recebimento do valor pago pelo cliente que aceitou
antecipar o pagamento para aproveitar o desconto, e na conta CLIENTES, creditamos R$ 2.700,00.

Temos agora que fazer o registro do desconto concedido, pois veja que ainda temos um saldo na conta de
CLIENTES no valor de R$ 300,00, que na verdade não existe mais esse direito, pois a empresa aceitou
“deixar de receber” essa quantia para que o cliente antecipasse o pagamento.

O lançamento do desconto concedido ficaria da seguinte forma:

Percebam que abrimos um conta chamada de DESCONTOS CONCEDIDOS, essa conta, é um a conta de
despesa, tendo em vista que não se trata de um bem ou direito, portanto não pertence ao ativo, e nem uma
obrigação, logo, também não pertence ao passivo, se o valor dessa conta aumentasse o patrimônio da
empresa, seria uma conta de Receita, mas não é porque na verdade ela esta diminuindo o patrimônio da
empresa não? Afinal o lançamento efetuado nessa conta reduziu o valor que tínhamos a receber de clientes,
portanto diminuiu o patrimônio, e as contas que diminuem o patrimônio da empresa são as contas de
despesas ou custo. Ok?

Feito isso vejam que temos o saldo da nossa conta de clientes, zerado, ou seja, não estamos mais
apresentando valor nenhum a receber através dela. Certo?

Agora vamos elaborar um balanço patrimonial e uma demonstração do resultado do exercício, para tal temos
que efetuar o zeramento das contas de resultado, vamos lá?

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O nosso zeramento das contas de resultado ficaria assim:

Pronto !!!

Vamos agora elaborar o nosso balanço patrimonial que ficaria da seguinte forma:

Vejam que com a concessão do desconto, a empresa conseguiu gerar dinheiro para pagar o fornecedor e
poder comprar mais mercadorias.

Vamos agora ver como fica a nossa demonstração do resultado do exercício.

Vejam que de novidade temos o local onde foi apresentado, o DESCONTO CONCEDIDO, ele foi colocado logo
após a linha de LUCRO BRUTO, e pela legislação, quando se tratar de desconto concedido condicionalmente
ele sempre terá que ser apresentado dessa forma, ou seja, nesse local.

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Já o desconto concedido incondicionalmente será apresentado em outro lugar, na nossa Demonstração do
Resultado do Exercício.

No próximo tutorial faremos o mesmo exercício, considerando um desconto incondicional para vermos a
correta apresentação do mesmo.

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27. Descontos Comerciais -


Segunda Parte
No tutorial passado aprendemos a contabilização de um desconto condicional, assim entendido, como aquele
que para usufruir o mesmo, é necessário o cumprimento de uma condição imposta, quando a condição não é
imposta o desconto não é concedido.

Vimos também o local certo de sua apresentação na DRE, conforme determina a legislação.

Na segunda parte do tutorial sobre descontos comerciais, veremos a contabilização e a apresentação dos
descontos incondicionais, aqueles em que não existe condição imposta para a obtenção do mesmo.

Vamos lá?

Descontos Incondicionais:

Como dito no tutorial passado o desconto incondicional é aquele dado sem motivo nenhum, poderíamos
dizer que simplesmente foi concedido porque você “foi com a cara da pessoa”.

Ao contrário do desconto condicional, o desconto incondicional é dado no ato da compra, e geralmente vem
discriminado na nota fiscal o desconto concedido.

Imaginem que formulário abaixo fosse uma nota fiscal:

A nota fiscal preenchida já com o desconto ficaria da seguinte forma:

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Vejam que a compra foi de 15 unidades de camisas ao preço unitário de R$ 20,60, que totalizava R$ 309,00.
E que foi concedido um desconto de R$ 9,00, assim o valor total da compra foi no valor de R$ 300,00.

Esses R$ 9,00 de desconto foi um desconto concedido independente de condição, a pessoa foi lá comprou as
15 unidades de camisas e ganhou um desconto de R$ 9,00 sem mais ou menos. O desconto concedido
poderia ter sido até mediante a compra de 1 camisa.

Ok?

Vamos continuar?

Sabemos que existe o desconto concedido e o desconto obtido, no tutorial passado, vimos o desconto
condicional concedido, para da prosseguimento vamos aprender a contabilizar o desconto incondicional
concedido, nos próximos tutoriais veremos os descontos OBTIDOS.

Contabilização dos Descontos:

Vamos aprender a contabilização do desconto incondicional concedido.

Existem basicamente duas formas de se contabilizar o desconto incondicional que a empresa oferece, vamos
ver como é feita a contabilização dos dois modos e depois teceremos comentários, pois apesar o resultado
(lucro), se igual nas duas formas de contabilização, uma forma fornecerá maiores informações do que a
outra.

Vamos considerar o mesmo balanço inicial do exercício anterior, que era esse:

Lembrando que a operação é relativa ao mês de Janeiro de 2005:

A operação é a seguinte:

No dia 03/01 – Um comprador entrou na empresa e resolveu comprar todo o estoque de mercadoria que ela
tinha, tal compra totalizava a quantia de R$ 3.500,00, sendo que a empresa resolveu conceder um desconto
ao cliente, afinal o mesmo comprou uma quantidade alta de mercadoria, tal desconto totalizava a quantia de
R$ 400,00. O pagamento dessa venda será efetuado em 15 dias, portanto foi a prazo.

Vamos então aprender a primeira forma de contabilizar tal operação.

Primeira Forma de Contabilização, pelo Valor Líquido da Venda:

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Como dito no enunciado acima a primeira forma de contabilizar tal operação, é considerando o valor liquido
da venda, sabemos que a venda totalizou a quantia de R$ 3.500,00, sendo que a empresa concedeu um
desconto no valor de R$ 400,00, portanto o valor liquido dessa venda equivale a R$ 3.100,00.

A primeira forma de contabilização, utilizar como registro da receita o valor de R$ 3.100,00. Vamos ver?

Os razonetes com todos os lançamentos, inclusive o zeramento das contas de resultado ficaria da seguinte
forma:

Temos assim toda a operação contabilizada, e o zeramento das contas de resultados efetuado, vamos ver
como ficaria o nosso balanço patrimonial e a nossa DRE.

Vejam que na nossa DRE, o valor da Receita Bruta de Vendas, foi de R$ 3.100,00, deduzimos o valor do
CMV de R$ 1.00,00, que resultou num lucro de R$ 2.100,00.

Vamos agora contabilizar a operação, de outro modo considerando o valor bruto da venda, e deduzindo o
desconto concedido.

Segunda Forma de Contabilização, pelo Valor Bruto da Venda:

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Nessa forma de contabilização vamos efetuar o registro pelo valor bruto da venda (R$ 3.500,00) e deduzir o
desconto concedido, vamos ver como fica na prática?

Considerando o mesmo balanço inicial do exercício acima, vamos fazer os registros nos razonetes:

Temos então nossa operação contabilizada, e o zeramento das contas de resultados efetuado, verificamos
que o lucro líquido (R$ 2.100,00), foi o mesmo do exercício passado, pois na verdade tem que ser pois trata-
se da mesma operação, a única coisa diferente foi a forma de contabilização.

Vejam que agora, na conta de RECEITA DE VENDAS, fizemos um crédito de R$ 3.500,00, e no exercício
anterior o lançamento nessa conta tinha sido de R$ 3.100,00, e na conta de DESCONTOS CONCEDIDOS,
fizemos um débito de R$ 400,00, no exercício anterior não tínhamos essa conta pois estávamos trabalhando
com o registro do valor liquido da venda, ou seja, os R$ 3.100,00.

Vamos ver como ficará o nosso balanço patrimonial?

Fica assim:

Idêntico ao anterior !!!!!!!

Agora a nossa DRE vai ficar diferente, vejam como ficaria:

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Vejam que a apesar do lucro liquido ter sido igual, a nossa DRE é diferente em sua apresentação,
começamos com a Receita Bruta de Vendas no valor de R$ 3.500,00, após temos o registro do Desconto
Concedido no valor de R$ 400,00 e abaixo o valor da receita liquida no valor de R$ 3.100,00. A partir desse
ponto tudo abaixo é igual a DRE do exercício anterior.

Comparação entre as DRE´s:

Vamos comparar as duas DRE obtidas, a DRE do primeiro exercício, onde fizermos o registro da receita pelo
valor liquido, é a seguinte:

E a segunda DRE, onde fizemos o registro pelo valor bruto, é a seguinte:

Percebam que a segunda DRE nos da uma quantidade maior de informações, se não fossemos nós que
tivéssemos feito a contabilização somente analisando a primeira DRE, chegaríamos a conclusão de que a
receita total da empresa tinha sido de R$ 3.100,00, só que não foi, analisando a segunda DRE podemos
notar que a receita foi de R$ 3.500,00, sendo que a empresa concedeu um desconto no valor de R$ 400,00.

Quando falarmos de ANALISES DE DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS, veremos que essas informações


adicionais são muito úteis, por exemplo, imaginem a seguinte DRE:

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Analisando a demonstração acima aparenta ser uma empresa bem rentável, efetuou vendas no valor de R$
7.000,00 e teve um lucro no valor de R$ 6.000,00.

Agora se a mesma demonstração fosse apresentada da seguinte forma:

Qual a impressão que teríamos dessa empresa?

Vejam que de imediato, ela já deixou de ser tão rentável não?

E porque será que ela esta dando tantos descontos assim?

A analise das demais demonstrações como um todo, poderá nos demonstrar isso, de inicio poderíamos supor
que a empresa não esta conseguindo vender o seu estoque, e esta oferecendo descontos, ou então está num
daqueles períodos em que está liquidando tudo, tipo uma super promoção.

Mas quando entrarmos nos tutoriais sobre ANALISES DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS voltaremos a falar
sobre isso.

No próximo tutorial, terminaremos a parte sobre quando a empresa oferece um desconto tecendo
comentários sobre a legislação e começaremos a falar sobre os descontos obtidos.

Até a próxima.

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28. Descontos Comerciais –


Terceira Parte
Nos tutoriais passados aprendemos a contabilização de descontos concedidos, sejam eles condicionais ou
incondicionais. No presente tutorial vamos finalizar a parte de descontos concedidos.

E começaremos a ver a forma de contabilização dos descontos obtidos, sejam condicionais ou incondicionais.

Apresentação na DRE dos Descontos Concedidos:

Não sei se perceberam, mas os descontos concedidos condicionalmente e os incondicionalmente, foram


apresentados em locais diferentes da DRE, perceberam?

Vamos visualizar para ficar mais fácil.

A DRE com o desconto concedido condicionalmente era essa:

Já a DRE com o desconto concedido incondicionalmente era essa abaixo:

Vejam que no primeiro, a linha de desconto concedido, apareceu logo após a linha de LUCRO BRUTO, e no
segundo modelo, a linha de descontos concedidos, apareceu logo após a RECEITA BRUTA DE VENDAS.

Porque isso?

Vamos entender. Primeiro lugar porque é uma imposição da legislação, vejamos:


A lei 6.404 de 1976, conhecida como a lei das Sociedades por Aços, a qual dispões sob a forma de
apresentação das demonstrações contábeis, no que tange a DRE cita o seguinte:

SEÇÃO V

Demonstração do Resultado do Exercício

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Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:

I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;

II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro
bruto;

Vejam que no inciso I do artigo 187, ela diz que será discriminada, a RECEITA BRUTA DE VENDAS E
SERVICOS (no nosso caso é só venda, pois nossa empresa é comercial, mas veremos exemplos de empresas
prestadoras de serviços depois), logo depois ela diz que a DRE discriminará as DEDUÇÕES DAS VENDAS, OS
ABATIMENTOS E OS IMPOSTOS.

Logo depois, no inciso II, ela diz que será apresentado a RECEITA LIQUIDA DE VENDAS E SERVICOS, o
CUSTO DA MERCADORIA E SERVICOS VENDIDOS e depois o LUCRO BRUTO.

Até esse ponto, estamos vendo que estamos começando a formatar a nossa DRE de acordo com o que a lei
diz, não?

Mas vamos voltar ao foco, que é identificar porque um desconto esta aparecendo num local e o outro
desconto esta em local da DRE.

De acordo com o inciso I, logo após a RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVICOS, temos as deduções das
vendas, e os ABATIMENTOS. Bom o desconto é um abatimento do valor da venda não é?

Tudo, mas e ai porque um desconto aparece aqui nessa linha e o outro lá embaixo?

Vamos terminar primeiro a analise da legislação e depois explicaremos a prática.

Temos ainda o artigo 280 do regulamento do imposto de renda cita o seguinte:

Art. 280. A receita líquida de vendas e serviços será a receita bruta diminuída das vendas canceladas, dos
descontos concedidos incondicionalmente e dos impostos incidentes sobre vendas (Decreto-Lei nº 1.598, de
1977, art. 12, § 1º).

Vejam que ele diz que a RECEITA LIQUIDA DE VENDAS E SERVICOS será a RECEITA BRUTA, diminuída das
VENDAS CANCELADAS, DOS DESCONTOS CONCEDIDOS INCONDICIONALMENTE ..... e etc.

Então o regulamento do Imposto de Renda foi bem específico em dizer qual o tipo do desconto que será
apresentado nesta linha, somente o desconto concedido incondicionalmente, logo o desconto concedido
condicionalmente será apresentado em outro local, esse local onde ele será apresentado não será visto
agora, para não misturar as idéias, por enquanto vamos entender que o desconto concedido
incondicionalmente é apresentado na DRE abaixo da linhas de RECEITA BRUTA DE VENDAS (no nosso caso),
e antes da linha de RECEITA LIQUIDA DE VENDAS. E que o desconto concedido condicionalmente é
apresentado logo após a linha de LUCRO BRUTO, onde geralmente colocamos as despesas. Isso porque
abaixo da linha de LUCRO BRUTO, existe uma série de outras formatações obrigatórias as quais serão vista
posteriormente. Ok?

Mas agora vamos entender na prática porque disso?

Sabemos que os descontos condicionais dependem que uma condição seja cumprida, por exemplo, pagar
antecipado, pagar a vista, pagar diretamente ao vendedor ao invés de pagar diretamente no banco e etc ...
logo esses descontos podem ou não acontecer.

Já os descontos incondicionais não dependem de fato nenhum, uma vez dado acabou.

Quando discriminados o desconto concedido incondicionalmente na parte de cima de DRE, estamos dizendo
que esse desconto foi concedido no ato da venda, ao contrario do desconto concedido condicionalmente, que
será demonstrado na parte de baixo da DRE, este estamos dizendo que foi concedido por algum fato
posterior ao ato da venda.

Outro ponto importante é que a DRE é uma demonstração discriminativa, ou seja, ela discriminará como
chegamos ao lucro do período. Uma das linhas mais importante, e que inclusive é utilizada como base para
analises, é a linha de RECEITA LIQUIDAS DE VENDAS, pois ela é que demonstra quando efetivamente foi
revertido a favor da empresa para pagar seus gastos, ou seja, quanto que realmente a empresa espera ou

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esperava receber sobre o valor total das vendas, isso porque o valor bruto da venda, compreende os
impostos, que como já vimos não pertence a empresa, ela somente os arrecada e repassa ao governo.

Portanto se a empresa concedeu um desconto incondicional, ela não espera mais receber esse dinheiro, ao
contrário do desconto concedido condicionalmente, onde a empresa pode dar ou não o desconto, logo a
principio a empresa não tem a certeza se o desconto se efetivará ou não.

Assim, classificando o desconto condicional abaixo da linha de LUCRO BRUTO, estamos demonstrando que a
nossa RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS, compreende tudo o que esperávamos efetivamente receber.

Quando falarmos sobre contabilidade societária, tudo isso será demonstrado com mais e mais detalhes, de
forma que todas as duvidas sejam completamente eliminadas, por enquanto vamos ater-nos a saber que os
descontos incondicionais ficam na parte superior da DRE e que os descontos condicionais ficam na parte
inferior da DRE. Ok?

Vamos começar a ver os descontos obtidos?

Descontos Obtidos:

Até o presente momento falamos somente dos descontos que a nossa empresa concedeu, vamos a partir de
agora ver o outro lado da moeda, ou seja, os descontos obtidos, assim entendidos como aqueles em que
nossa empresa se beneficiou, pois eles também têm suas peculiaridades na hora da contabilização.

Vamos inicialmente aprender a contabilizar um desconto obtido sobre um valor qualquer, por exemplo, sobre
uma conta que temos a pagar.

Vamos considerar o seguinte balanço inicial:

Vejam que temos um saldo na conta de CONTAS A PAGAR, no valor de R$ 1.000,00. Para complicar um
pouquinho mais, a empresa costuma lançar nessa conta o valor de todas as contas normais de uma
empresa, por exemplo, telefone, luz, água, gás e etc...

Analisando o livro razão dessa contas, identificamos que o valor dela compreende, 3 contas que estão para
serem pagas, uma conta de luz no valor de R$ 200,00, uma conta de telefone no valor de R$ 550,00, e uma
contas de gás no valor de R$ 250,00.

A empresa se achando prejudicava reclamou com a companhia de telefone o valor alto da conta, e após
varias reclamações a companhia de telefone aceitou dar um desconto no valor de R$ 100,00.

Portanto o valor que a empresa deve pagar agora deve ser de R$ 450,00.

Vamos ver como fica a contabilização desse desconto obtido?

Ficaria assim:

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Vejam que abrimos uma conta de DESCONTOS OBTIDOS, onde creditamos a quantia de R$ 100,00, e a
contra-partida desse lançamento foi na conta de CONTAS A PAGAR, nessa conta fizemos um débito, sendo a
conta de CONTAS A PAGAR uma conta de passivo, um débito nessa conta reduz o seu saldo certo?

Logo, agora o saldo dessa conta ficou sendo de R$ 900,00. Pelo exposto acima, sabendo que o saldo dessa
contas era composto dos seguinte valores, uma conta de luz no valor de R$ 200,00, uma conta de gás no
valor de R$ 250,00, e uma conta de telefone que era no valor de R$ 550,00, e que com o desconto obtido,
agora passou a ser de R$ 450,00 reais (550-100).

A soma de todos os valores (já considerando o desconto obtido), totaliza R$ 900,00. Verificamos então que o
saldo de nossa conta, é o real, ou seja, corresponde ao valor que efetivamente teremos que pagar.

Já a conta de DESCONTOS OBTIDOS, é uma conta de receita, pois o registro que efetuamos nela, aumentará
o nosso patrimônio, não? Afinal, antes tínhamos que pagar R$ 550,00 e agora iremos pagar R$ 450,00,
portanto sairá menos dinheiro do caixa da empresa para o pagamento da conta certo? Se sairá menos
dinheiro, podemos dizer que o nosso dinheiro aumentou ou mais especificamente aumentará, (aumentando
portanto o patrimônio da empresa).

Para finalizar, vamos considerar mais uma operação para podermos efetuar o zeramento das contas de
resultado e efetuarmos o balanço patrimonial e a nossa DRE.

Vamos fazer uma operação simples, considere que a empresa tenha vendido, metade do seu estoque pelo
valor total de R$ 2.000,00 a prazo.

Vamos ao registro dessa operação e ao zeramento das contas de resultado.

Ficaria assim:

Vejam que a conta de Descontos Obtidos foi zerada mediante um lançamento a débito e o saldo dela
transferido para a conta de ARE (Apuração do Resultado do Exercício), a crédito.

Vamos agora elaborar o nosso balanço patrimonial que ficaria da seguinte forma:

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Nossa DRE ficaria assim:

Vejam que o valor que conta na linha de descontos obtidos de nossa DRE, esta aumentando (não esta entre
parentes), portanto tínhamos na linha de Lucro Bruto a quantia de R$ 1.500,00, e somamos esse valor ao
valor da linha de descontos obtidos de R$ 100,00, que nos resultou um lucro de R$ 1.600,00.

Lembro que a linha de descontos obtidos deve ser apresentada logo após a linha de LUCRO BRUTO, mas
também terá uma formatação própria que veremos depois.

Começamos assim a ver como deve ser contabilizado os valores dos descontos obtidos, no próximo tutorial
veremos como são contabilizados os descontos obtidos, sobre compras, esse merece um tratamento bem
analítico, com calma e cuidado.

Porque?

Veremos no próximo tutorial.

Até a próxima.

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29. Descontos Comerciais – Parte


Final
No tutorial passado começamos a aprender como é a forma de contabilização dos descontos obtidos. Vimos
um exemplo de contabilização de um desconto obtido no valor de uma conta de telefone.

Acontece que numa empresa comercial, a maioria das operações são relativas a compras e a vendas de
mercadorias, e é justamente na compra de mercadoria onde uma empresa comercial pleiteia os descontos,
afinal um desconto por menor que seja, pode significar um aumento no lucro não? Pois um desconto na
compra de uma mercadoria, representará um custo da mercadoria menor certo?

Vamos a partir desse tutorial começar a ver como é contabilizado o desconto obtido através de compra de
mercadoria.

Descontos Obtidos nas Compras de Mercadorias:

Basicamente existem duas formas de uma empresa obter um desconto numa compra de mercadoria a
primeira é pleiteando o desconto no ato da compra, por exemplo, se um determinado produto custa, R$
300,00 o comprador pleiteia um desconto, diz que vai ligar depois para confirmar, da uma choradinha, mais
uma e assim vai, se por acaso o desconto for concedido, este geralmente já vem pelo valor liquido na nota
fiscal, por exemplo, vamos supor que o produto que custava R$ 300,00, após a chorada no preço caiu para
R$ 280,00.

Nesse caso a nota fiscal já viria com o valor liquido, da seguinte forma:

Ou poderia vir assim:

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Vejam que em ambos o caso o custo unitário da mercadoria seria de R$ 280,00.

E seria por esse valor que a empresa daria entrada em sua planilha de controle de estoques, da seguinte
forma:

A partir desse ponto a contabilização das operações posteriores, seriam idênticas as que viemos fazendo até
agora.

Nesse caso, não há necessidade de uma contabilização separada dos descontos obtidos, basta registrarmos
a compra pelo valor liquido. Até mesmo, porque existe um outro principio da contabilidade, tal como o
principio da COMPENTENCIA, que diz que o valor de registro de algum item deve ser o valor que foi
transacionado originalmente, assim o valor que devemos registrar na contabilidade é o valor que foi
combinado, acordado com o vendedor, no nosso caso. Ok?

Agora vamos ver como fica o registro de um desconto obtido, após o ato da venda. Para tal vamos fazer um
exercício suporte.

Considere o seguinte balanço inicial:

A primeira operação ocorreu no dia 05/01/2005, e foi a compra de 10 unidades do produto A, com um
detalhe, na cor azul escura, essa peça custa R$ 30,00 cada, logo nossa compra custou a quantia de R$
300,00. O pagamento foi combinado que seria efetuado a prazo.

Somente para exemplo, a nota fiscal emitida pelo vendedor seria assim:

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Ao receber a mercadoria, nossa empresa verificou que ao invés do produto ter a cor azul escura, o nosso
fornecedor nos mandou na cor azul turquesa (nem sei se existe essa cor, mas entendam que é diferente de
azul escuro, ok?), uma cor diferente da que compramos, insatisfeito com tal situação ligamos para o nosso
fornecedor reclamando do fato ocorrido, e para nossa surpresa o mesmo nos diz que agora esse é o único
produto azul que ele possuiu, não esta mais trabalhando com o outro azul que queríamos.

Muito revoltado ameaçamos devolver toda a compra, pois ele deveria ter nos dito durante a compra que
fizemos que ele não tinha mais o azul que queríamos, afinal falamos para ele que queríamos o azul escuro.

E para não perder a venda e o cliente nosso fornecedor nos propõe um desconto no valor de R$ 50,00, para
que não devolvamos a mercadoria, mediante tal situação aceitamos ficar com o produto azul turquesa.

Vamos agora ao registro dessa operação, nesse caso faremos um registro separado do desconto, até porque
a NF veio com o valor de R$ 300,00.

Vamos lá?

Nossa planilha de controle de estoques ficaria da seguinte forma:

Até esse momento temos registrado a compra dessa mercadoria, agora vamos ver como ficaria o registro do
desconto concedido pelo fornecedor.

Vejam que o valor do desconto ficou registrado na coluna de entradas, porém com o valor negativo
(diminuindo), mas porque isso?

Na verdade, tal valor não se trata de uma saída de mercadoria e sim de um ajuste no valor da mesma. Por
isso ele foi registrado na coluna de entradas, outro fato importante é o seguinte, se lembram quando

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começamos a aprender a efetuar o controle permanente de mercadoria (essa fichinha de controle de
estoques?), na ocasião mostrei que na linha de total, na coluna de saída, correspondia sempre ao custo da
mercadoria vendida não?

Para melhor visualizarem é esse quadradinho aqui que esta destacado de vermelho.

O valor que constar nele deve ser idêntico ao custo da mercadoria não?

Se efetuássemos o registro desse desconto nessa coluna (TOTAL DE SAIDAS) alteraríamos o valor do custo
em nossa planilha não? Conseqüentemente ele não seria idêntico ao valor que teríamos lançados na conta
de CMV, e o valor TOTAL na coluna de entradas, também não corresponderia ao valor que teríamos em
nossa conta de estoque de mercadorias (no razonete) entenderam?

Vamos continuar ao registro da nossa operação.

Nossos razonetes ficariam da seguinte forma:

1– Pelo registro da compra, o lançamento a ser efetuado seria esse:

Logo, após o lançamento do desconto obtido pelo fornecedor ficaria assim:

Vejam que o saldo da nossa conta de Mercadoria no presente momento é de R$ 250,00, e que o valor que
temos a pagar ao nosso fornecedor também é de R$ 250,00, pois apesar de nossa compra ter sido no valor
de R$ 300,00 o fornecedor nos concedeu um desconto no valor de R$ 50,00, para que não devolvêssemos a
mercadoria que tínhamos comprado.

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E nossas mercadorias, estão avaliadas a R$ 250,00. Porém temos 10 unidades de mercadorias em nosso
estoque, o que antes custavam R$ 30,00 cada agora custam R$ 25,00 devido ao desconto dado pelo
fornecedor.

A diferença nesse método de contabilização é o desconto foi incluído (diminuído) no valor do custo da
mercadoria, reduzindo-o.

Na literatura contábil, esse tipo de desconto, também é chamado de ABATIMENTO. O resultado é o mesmo
só a nomenclatura que muda.

Chama-se de desconto comercial, o desconto que nem foi mostrado no primeiro exemplo, onde já vem
deduzido na própria nota fiscal, e de abatimento o valor que o fornecedor concede em virtude de algum
problema, no nosso caso o problema era a cor, mas poderia ser atraso na entrega, avarias, outro modelo e
etc.

Para terminar convém esclarecer o seguinte fato, apesar de raro, pode acontecer ... imaginem que
efetuamos a compra das 10 unidades do produto A, pelo valor unitário de R$ 10,00, sendo a compra de 30
unidades totalizando R$ 300,00.

Um dia a gente conversando pelo telefone com nosso fornecedor, reclamando da economia brasileira, o
mesmo sem mais nem menos resolve nos conceder um desconto, sem motivo nenhum .... não estamos
efetuando uma nova compra, e nem reclamando de alguma avaria na mercadoria, nesse caso o desconto
será contabilizado normalmente, como foi explicado no tutorial passado. Ok?

Pois na verdade, apesar do desconto ter sido oferecido pelo fornecedor, ele não é mais relativo a compra da
mercadoria, e sim por um mero presente do mesmo.

Vamos ficar por aqui, no próximo tutorial falaremos sobre Cancelamentos de Vendas.

Até a próxima.

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30. Impostos sobre Vendas na


DRE
Nos tutoriais passados aprendemos a contabilização dos impostos incidentes nas vendas de mercadorias, no
presente tutorial vamos aprender como deve ser apresentada a despesa com impostos na Demonstração do
Resultado do Exercício.

Com o passar do tempo conforme formos progredindo, veremos que cada tipo de despesa e receita tem um
local certo para ser apresentado na DRE, entender o porque dessa apresentação permitirá uma analise com
maiores detalhes da situação da empresa. Vamos lá?

Apresentação dos Impostos na Demonstração do Resultado do Exercício:

Vamos aproveitar os dados do exercício passado para continuar o nosso aprendizado.

Vamos utilizar para tanto os últimos razonetes que tínhamos preenchido que eram esses:

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Inicialmente vamos elaborar o zeramento das contas de resultados e levantarmos o balanço patrimonial do
período.

Nossos razonetes ficariam da seguinte forma:

Feito isso temos o processo de zeramento das contas de resultados efetuadas, e sendo assim podemos
elaborar o nosso balanço patrimonial, que ficaria da seguinte forma:

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Temos então levantado o nosso balanço patrimonial, pelo zeramento das contas de resultados que
efetuamos acima identificamos claramente que o lucro gerado no período foi no valor de R$ 1.361,30 certo?

Vamos ver agora essa apuração na DRE.

Conforme vínhamos fazendo anteriormente ficaria da seguinte forma a nossa DRE:

Certo?

Vejam que o valor do lucro líquido é idêntico ao lucro que apuramos nos razonetes, vamos inicialmente
aprender uma nova forma de apresentação da DRE já abordando alguns pontos da formatação exigida pela
legislação, pois na verdade o modelo que estamos aprendendo acima, é um modelo somente para fins
didáticos, existe toda uma “forma correta” de se apresentar tal demonstração. Vamos começar a vê-la.

A formatação correta da DRE será vista por completo numa série de tutoriais especificas para tal por
enquanto estaremos somente começando a aprender ok?

Vamos lá?

Introdução a Formatação da Demonstração do Resultado do Exercício:

O cabeçalho da declaração, onde consta o nome dela, o período que esta abrangendo, e o nome da empresa
é o primeiro passo, e não tem grandes mistérios. Vamos continuar:

A partir desse ponto é que vamos começar a ver a nova formatação da demonstração, a primeira linha que
anteriormente estávamos chamando de RECEITA DE VENDAS, agora se chamará de RECEITA BRUTA DE
VENDAS, e apresentará o saldo de toda a receita de vendas que a empresa ganhou no período. Na verdade
estaremos somente mudando o nome, pois a “lógica” será a mesma. Ficará assim:

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Chamamos essa linha de receita bruta de vendas (se a empresa fosse prestadora de serviços, seria RECEITA
BRUTA DE SERVICOS), porque como vimos nos tutoriais que se passaram, não é a empresa que paga os
impostos, e sim que os comprou, pois na verdade o valor do impostos na maioria das vezes está incluído no
preço. Assim esse valor que estamos apresentando contempla tudo o que a empresa cobrou pelas vendas
efetuadas, porem não é todo esse valor que será revertido integralmente a favor da empresa, então iremos
“lapidar“ esse valor para demonstrar quanto que realmente pertence á empresa, que será a RECEITA
LIQUIDA DE VENDAS.

Para tal, antes temos que diminuir do valor da receita bruta de vendas os valores que não pertencem a
empresa, ou seja, que a empresa não ira efetivamente usufruir, podemos dizer então que estaremos
“ajustando”, no bom sentido, a receita da empresa.

O primeiro “ajuste” que já sabemos que temos que fazer, e retirar do valor da receita bruta o valor dos
impostos, pois como dito acima estes não pertence á empresa, esta é mera depositária dos mesmos, cobra
dos compradores, e repassa ao governo.

Então temos que deduzir da receita bruta o valor dos impostos, a fim de chegarmos a receita liquida que é a
que efetivamente será revertida a favor da empresa, ficaria assim:

Vejam que agora demonstramos que apesar da empresa, ter um faturamento (todo valor que espera receber
pelas vendas) na quantia de R$ 2.000,00, o valor que ela usará efetivamente para suprir os gastos com suas
operações será de R$ 1.815,00, os valores dos impostos (PIS e COFINS), foram deduzidos da receita bruta e
chegamos ao valor da receita líquida de vendas.

A partir desse valor, o que consta na linha de liquida de vendas, vamos deduzir o valor do CUSTO DA
MERCADORIA VENDIDA, assim chegaremos ao LUCRO BRUTO.

Afinal se você compra um carro por R$ 6.000,00 e o vende por R$ 8.000,00, chegamos ao lucro nessa
operação diminuindo o valor da venda do custo, certo? A mesma coisa faremos na DRE.

Ficará assim a nossa Demonstração:

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Por último temos a linha de LUCRO LIQUIDO, essa linha é a ultima que deve aparecer na demonstração, em
nosso exemplo, ela vem logo após a linha de LUCRO BRUTO e apresentando o mesmo valor, por acaso, ela
virá sempre ao final da demonstração.

Analisando a demonstração acima, rapidamente podemos nota que a empresa faturou (tudo o que cobrou
pela venda) a quantia de R$ 2.000,00, porém somente R$ 1.815,00 é que realmente é da empresa, desses,
R$ 453,70, foram relativos ao custo da mercadoria, é o lucro do período foi de R$ 1.361,30.

Ok?

No próximo tutorial, começaremos a falar sobre os descontos comerciais.

Até a próxima.

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31. Impostos sobre Vendas de


Mercadorias – 2.ª Parte
No tutorial passado começamos a aprender como é feito o registro da despesa do ICMS e como nos
aproveitamos dos valores que temos de impostos a recuperar, finalizamos com um exercício, que
demonstrava como era feito o “acerto de contas” com o ICMS, no presente tutorial vamos nos aprofundar
um pouquinho mais no assunto e vamos ver como é que fica quanto uma empresa tem mais créditos de
impostos (impostos a recuperar) do que impostos a pagar.

Vamos lá?

Exercício de Fixação:

Considerando o Balanço Final que fizemos no exercício passado e os demais dados (planilha de controle de
estoques), vamos continuar contabilizando as operações do mês de Março de 2006.

O Balanço Patrimonial era esse:

As operações de Março são as seguintes:

Tanto nas vendas de mercadorias quanto nas compra de mercadoria o ICMS a ser calculado é com a alíquota
de 18%.

E para efeitos de simplificação vamos considerar que todos os pagamentos e os recebimentos efetuados
serão através do banco da empresa.

1.ª Operação - Dia 02/03 – Pagamento de R$ 300,00 de dívidas com os fornecedores das mercadorias, com
cheque.

2.ª Operação - Dia 08/03 – Venda de 50 unidades de mercadorias pelo valor R$ 35,00 cada, com
recebimento a prazo.

3.ª Operação - Dia 12/03 – venda de 15 unidades pelo valor total de R$ 470,00 com recebimento a vista.

4.ª Operação - Dia 13/03 – Compra de 30 unidades pelo preço de R$ 600,00, a vista.

5.ª Operação - Dia 13/03 – Pagamento do ICMS referente ao mês de fevereiro.

6.ª Operação - Dia 17/03 – Compra de 25 unidades de mercadoria pelo valor unitário de R$ 17,00. A prazo.

7.ª Operação - Dia 25/03 – Compra de 50 unidades de mercadoria a prazo pelo valor unitário de R$ 15,00
cada.

8.ª Operação – dia 31/03 – Compra de 40 unidades de mercadoria a vista pelo valor unitário de R$ 20,00
cada.

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Vamos inicialmente fazer o registro de todas as operações em nossa planilha de controle de estoque.

Temos assim todas as operações que envolvem mercadorias registradas em nossa planilha de controle de
estoques, lembrando que o registro aqui é feito de uma só vez para facilitar o aprendizado, na prática o
correto é que o registro seja efetuado após cada operação, o que pode facilmente ser conseguido através do
uso de um programa de controle de estoques.

Lembrando também que estamos trabalhando o método do custo médio por ser mais prático.

As duas primeiras operações não tem grandes mistérios, foram vendas de mercadorias, então baixamos as
unidades correspondentes pelo valor de custo da mercadoria, lembrando que o valor de venda que é dado
no enunciado da questão não corresponde ao mesmo valor que temos que baixar em nossa planilha. Ok?

As três operações seguintes foram de compras de mercadorias, lembrem-se que como dito no enunciado as
todas as compras de mercadorias foram tributadas pelo ICMS a alíquota de 18%, assim sobre o valor das
mercadorias, podemos nos recuperar de 18% a titulo de ICMS, portanto temos que efetuar o calculo do
custo de aquisição para que possamos chegar ao valor certo que daremos entrada em nosso registro de
controle de estoques.

Vamos ao registro dos razonetes, para que possamos elaborar o nosso balanço patrimonial.

O primeiro passo como sempre é abrir os razonetes com os seus respectivos saldos inicais.

Feito isso podemos agora começar a fazer os registros das operações. Vamos fazer elas todas de uma vez.

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Assim temos contabilizada todas as nossas operações.

Como dito no tutorial passado, temos agora que fazer um “acerto de contas” com o ICMS, isso porque temos
um valor a pagar e também temos um valor a recuperar.

Podemos ver que a pagar temos a quantia de R$ 399,60 e a recuperar a quantia de R$ 463,50. Então
chegou a hora de fazermos esse acerto, só que ao contrário do tutorial passado, onde o nosso valor a
recuperar era menor que o valor que tínhamos a pagar, neste tutorial, temos mais créditos de impostos do
que débitos.

Essa situação, entre outras hipóteses, ocorre geralmente quando efetuamos muitas compras durantes o
mês.

Mas diante dessa situação faremos o seguinte: Vamos retirar da conta de ICMS a Recuperar o valor
suficiente que zere o saldo da conta de ICMS a Pagar. Se temos na conta de ICMS a Pagar o valor de R$
399,60 Credor, temos que tirar R$ 399,60 da conta de ICMS a Recuperar, nesta vamos fazer um crédito
para reduzir o seu valor, e a contra partida desse lançamento será um débito na conta de ICMS a Pagar,
sendo uma conta de passivo, um débito reduzirá o seu saldo. Com isso conseguiremos fazer com o que o
saldo dessa conta fique igual a zero.

Então vamos fazer esse registro e aproveitar para efetuarmos o zeramento das contas de resultado, para em
seguida elaborarmos o balanço patrimonial de Março de 2006.

Ok?

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Vamos lá.

Feito isso temos o registro da transferência do credito do ICMS e o registro para o zeramento das contas de
resultados. Vamos agora a elaboração no nosso balanço patrimonial.

Ficaria assim:

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Pronto finalizamos assim os nosso exercício, vejam que no balanço, no ativo temos um linha ICMS A
RECUPERAR que apresenta um saldo de R$ 63,90. Esse valor corresponde aos créditos de impostos que a
empresa adquiriu pela compra de mercadorias, e que não foram usados durante o mês.

Mas o que faremos com ele?

Simples usaremos no próximo mês.

Ou seja, durante o mês de abril, vamos aproveitar os créditos das compras ocorridas nesse período somados
ao crédito que ficou relativo ao mês de Março.

No próximo tutorial falaremos sobre outros impostos, e o modo em que devem ser apresentados na
demonstração do resultado do exercício.

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32. Impostos sobre Vendas de


Mercadorias – Parte Final
Nos tutoriais passados aprendemos como é efetuada a contabilização de Impostos sobre Vendas de
Mercadorias, mas especificamente falamos sobre o ICMS, porém na prática, a contabilização entre os demais
impostos é efetivamente igual, debitamos uma conta de despesa, creditamos uma conta no passivo para o
registro da divida com o imposto.

Já no crédito do imposto, debitamos a conta do imposto a recuperar no ativo e creditamos a conta que
originou o crédito do imposto, por exemplo, nos tutoriais passados era a conta de mercadorias.

No presente tutorial faremos um exercício, onde aprenderemos a sistemática de contabilização de dois


outros impostos, o PIS e COFINS. Vamos começar?

PIS e o COFINS:

O PIS e COFINS são tributos a níveis federais, ou seja, a arrecadação dos mesmos é direcionada para o
Brasil inteiro, tecnicamente dizemos que é um imposto de competência da União (governo federal).

Recentemente grandes mudanças ocorreram na legislação desses dois impostos, antes eles eram impostos
“em cascata”, isso quer dizer que a cada nova venda esses impostos eram cobrado integralmente mais um
vez, ou seja, o fornecedor lhe vendia a mercadoria e pagava X% sobre o valor da venda, e a empresa que
comprou essa mercadoria quando a vendia também pagava os mesmos X%. E assim por diante.

Com as mudanças, agora existe o que se chama de não cumulatividade desses impostos, assim quando o
fornecedor lhe vende a mercadoria ele paga X%, e quando quem comprou a mercadoria vender, não vai
mais pagar os X% vai pagar Y% - X% de impostos.

E esse procedimento é idêntico a contabilização do ICMS, ou seja, nos apropriamos de créditos e ao final de
um período de apuração, que geralmente é um mês, fazemos aquele acerto de contas.

Outro fator importante, é que atualmente uma empresa pode optar (ou ser obrigada) a adotar qualquer um
dos critérios, seja de apurar o imposto com base no regime cumulativo ou não cumulativo. No regime
cumulativo a empresa não vai ser apropriar dos créditos, e no regime não cumulativo a empresa vai se
apropriar. A diferença entre ambos consiste na alíquota, enquanto que no regime cumulativo a empresa
paga 3% de COFINS e 0,65% no PIS, no regime não cumulativo a empresa pagar 7,6% de Cofins e 1,65%
de PIS, em regra geral, pois existem alguns produtos tem alíquotas diferenciadas, que podem ser maiores
ou menores. Quando no regime não cumulativo, onde se própria de créditos de impostos, esses serão
calculados a mesma alíquota, ou seja, 1,65% e 7,6%, para o PIS e o COFINS respectivamente.

Vamos exemplificar para ficar melhor a compreensão. No primeiro momento vamos trabalhar no regime
cumulativo, onde não há apropriação de créditos.

PIS e o COFINS no Regime Culumativo:

Considere o seguinte balanço patrimonial:

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Para efeitos de simplificação não vamos fazer nesse exercício o registro do ICMS ok?

As operações são as seguintes, e para efeitos de cálculos do PIS e do COFINS, as alíquotas para o regime
cumulativo do mesmo, são 0,65% e 3% respectivamente.

1.ª Operação – Dia 02/04 – Compra de 20 unidades de blusas pelo valor de R$ 1.000,00 a prazo.

2.ª Operação – Dia 05/04 – Venda de 10 unidades pelo valor total de R$ 2.000,00 a vista.

Vamos ao registro em nossa planilha de controle de estoques.

Como dito acima o valor que demos de entrada na mercadoria em nossa planilha de controle de estoques, é
o próprio valor da compra, pois como o exercício é somente para exemplo das contabilizações de PIS e
Cofins, não vamos entra no mérito agora, de fazer apropriações de créditos do ICMS, tão pouco dos créditos
de PIS e COFINS tendo em vista que o exercício é no regime cumulativo desses impostos, onde portanto não
há a apropriação de créditos.

Vamos agora ao registro das operações em nossos razonetes.

Temos então contabilizadas as operações, vamos agora ao registro das despesas com os Impostos PIS e
COFINS. Para tal abriremos mais 4 razonetes e faremos o lançamento conforme abaixo:

Temos assim as duas operações contabilizadas, vejam que foi aberto duas contas de despesas (DESPESA
COM PIS e DESPESA COM COFINS) sendo elas contas de resultados, devem ser zeradas quando quisermos
efetuar a apuração do resultado e conseqüentemente a elaboração do balanço.

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Já as contas de Pis a Pagar e Cofins a Pagar, são contas de passivo, pois representam uma obrigação que a
empresa tem, a obrigação de na data do vencimento efetuar o recolhimento desses valores ao governo.

É assim que funciona a contabilização do PIS e da COFINS quando uma empresa os apura de acordo com o
regime cumulativo, onde não se apropria de créditos dos mesmos impostos.

Vamos agora ver como ficaria a mesma situação de uma empresa que apura seus impostos de acordo com o
regime não cumulativo, onde agora poderá ser apropriar dos impostos de acordo com a mesma sistemática
utilizada para o calculo do ICMS.

PIS e o COFINS no Regime não Cumulativo:

Vamos elaborar o mesmo exercício considerando agora somente a diferença no regime de apuração do
imposto, como dito acima no regime não cumulativo, as compras de mercadorias (e outras operações),
geram direito ao crédito do imposto.

O Balanço Patrimonial:

As operações:

Para efeitos de simplificação vamos continuar desconsiderando o calculo do ICMS.

As operações são as seguintes, e para efeitos de cálculos do PIS e do COFINS no regime não cumulativo as
alíquotas do PIS e do COFINS são 1,65% e 7,6% respectivamente.

1.ª Operação – Dia 02/04 – Compra de 20 unidades de blusas pelo valor de R$ 1.000,00 a prazo.

2.ª Operação – Dia 05/04 – Venda de 10 unidades pelo valor total de R$ 2.000,00 a vista.

Vamos inicialmente a planilha de controle de estoques.

Na planilha acima temos o registro da primeira operação. Percebam que demos entrada em 20 unidades de
mercadorias. O valor unitário de cada uma dela é o resultado da divisão do valor pela quantidade. Vamos
entender como chegamos ao valor total.

Como dito acima, no regime não cumulativo do PIS e do COFINS, as compras de mercadorias geram direitos
ao crédito desses impostos, então temos que calcular o valor desses créditos e diminuí-los do custo de
aquisição, conforme determina a lei, lembram-se?

O calculo feito foi o seguinte:

Para o PIS: 1.000,00 x 1,65% » 16,50 è valor do crédito de PIS.

Para a COFINS: 1.000,00 x 7,6% » 76,00 è valor do credito de COFINS.

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Para chegarmos ao valor total das mercadorias da qual demos entrada em nossa planilha, diminuímos dos
R$ 1.000,00 referente ao custo de aquisição do valor desses impostos que serão recuperados. Assim temos
1.000,00 – 16,50 – 76,00 = 907,50.

Vejam que o custo de aquisição da mercadoria diminuiu em relação ao exercício anterior, onde não nos
apropriávamos de créditos, isso é lógico, tendo em vista que a legislação manda deduzir do custo de
aquisição os impostos que serão recuperados.

Conseqüentemente o nosso custo de aquisição será menor.

Continuando o preenchimento de nossa planilha ela ficaria assim:

Aos que perceberam, existe uma pequena diferença de ajuste, no valor unitário após o lançamento da
venda, mas isso é normal, é devido em função da dizima ocorrida. Ok?

Feito isso podemos agora fazer o registro de nossas operações nos razonetes, que ficaria da seguinte forma:

Vamos fazer alguns comentários quanto aos lançamentos.

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As contas BANCOS, CLIENTES, VEICULOS, COMPUTADOR, ICMS A RECUPERAR, FORNECEDORES, SALARIOS
A PAGAR, CAPITAL SOCIAL, LUCROS DO EXERCICIO e RECEITAS DE VENDAS, ficaram com o mesmo saldo
do exercício anterior.

A conta de CMV ficou com o saldo menor do que no exercício passado, onde era de R$ 500,00. Isso ocorreu
em função de que nesse exemplo retiramos do custo de aquisição os valores dos impostos que serão
recuperados.

Na conta MERCADORIAS, vejam que o registro da compra o valor registrado já é liquido, ou seja, retiramos
o valor dos impostos que serão recuperados.

Agora temos as contas de Pis a Recuperar e Cofins a Recuperar, a primeiro com um saldo de R$ 16,50 e a
segunda com um saldo de 152,00. Esses valores, serão compensados com o que estivermos devendo de PIS
e COFINS.

Logo Abaixo temos as contas de DESPESAS COM PIS E COM COFINS. Vejam que a primeira conta tem um
saldo de R$ 33,00, ou seja, esse foi o valor da despesa com PIS durante o mês, relativos as vendas
efetuadas. O mesmo raciocínio serve para a COFINS, assim essas contas mostram o valor das despesas do
período.

Mas abaixo temos as contas de passivo, onde estamos demonstrando o valor a pagar desses impostos.

Falta agora fazermos aquele acerto de contas, afinal (por exemplo) estamos devendo R$ 33,00 de PIS,
porém estamos cobrando R$ 16,50. Logo, não precisamos pagar os 33 para receber os 16,50 e nem receber
os 16,50 para pagar os 33,00 basta fazermos um acerto de contas.

Esses lançamentos seriam efetuados da seguinte forma:

Vejam que inicialmente tínhamos um crédito no valor de R$ 16,50 de PIS a Recuperar, ao finalizarmos os
lançamentos, verificamos que temos que pagar de PIS uma valor de R$ 33,00, para fazer um acerto de
contas, fizemos um crédito na conta de Pis a Recuperar no valor de R$ 16,50 zerando assim o seu saldo e
fizemos um débito na conta de PIS a Pagar, reduzindo assim o seu saldo.

Ao final deste lançamento a nossa conta de PIS a Recuperar ficou com o saldo zerado, e a nossa conta de Pis
a Pagar ficou com o saldo de R$ 16,50 a ser pago. (33,00 – 16,50)

O mesmo raciocínio deve ser efetuado para a COFINS.

Ok?

Vamos ficar por aqui no próximo tutorial, veremos como deve ser apresentado os impostos na
Demonstração do Resultado do Exercício.

Até a próxima.

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33. Cancelamento de Vendas –


3.ª Parte
No tutorial passado deixamos no ar a seguinte questão:

Porque efetuamos um lançamento de estorno na nossa planilha de controle de estoque (lançamento


invertido na coluna de saídas, indicando uma entrada), ao invés de fazermos um lançamento normal de
entrada. Não seria mais fácil fazermos um lançamento na coluna de entrada?

Mas isso tem uma lógica, pensem porque que esse registro tem que ser assim, o motivo já foi dito nos
tutoriais passados, no próximo tutorial estaremos “corrigindo”.

Para facilitar estou reproduzido a planilha abaixo com o valor em destaque.

E ai? Alguém conseguiu descobrir porque fizemos um lançamento invertido?

No tutorial sobre descontos comerciais – parte final, onde falamos sobre descontos obtidos nas compras de
mercadorias, simulamos uma situação onde tínhamos comprado um determinado produto, na cor azul
escura, porem nosso fornecedor nos enviou na cor azul turquesa, estão lembrando?

Naquela ocasião, o nosso fornecedor, nos concedeu um desconto no valor de R$ 50,00, e procedemos ao
registro do desconto em nossa planilha de controle de estoques de seguinte forma:

Ambas as situações são muito parecidas.

Na planilha acima não fizemos o registro da entrada das mercadorias devolvidas na coluna de entradas,
porque na verdade não se trata de um registro de entrada (compra) de mercadoria, e sim de um lançamento
de ajuste, onde estamos ajustando o valor da saída da mercadoria, para que ela corresponda a realidade
certo?

E também temos o seguinte:

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Esse quadradinho destacado abaixo:

Deve ser idêntico ao saldo da conta de Custo das Mercadorias Vendidas, não?

E a única forma de conseguirmos fazer isso é justamente fazendo um lançamento de estorno em nossa
planilha, para melhor compreensão se fizéssemos o lançamento na coluna de entradas, ficaria assim:

Vejam que o valor que aparece no quadradinho que deve corresponder ao nosso custo da mercadoria
vendida na confere com o valor que tínhamos de saldo na conta de CMV, não é?

Vejamos o nosso razonete da referida conta para melhor compreensão:

O saldo que temos na conta acima é de R$ 61,65 (123,30 – 61,65).

Vamos continuar o nosso aprendizado?

Impostos nos Cancelamento de Vendas:

Quando vendemos uma mercadoria pagamos impostos, isso já foi visto nos tutoriais passados, certo?

E quando uma dessas vendas é cancelada?

O valor que pagamos de impostos foram perdidos?

Claro que não, temos o direito de recuperá-los, afinal o fato gerador do impostos em outras palavras é a
venda da mercadoria, logo, se houve um cancelamento da venda, tem de haver um “cancelamento do
imposto” também.

Vamos ver como deve ser efetuado o registro dessa recuperação do imposto?

Para tanto vamos fazer um exercício.

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Considere o seguinte balanço patrimonial:

O estoque apresentado no balanço acima, é composto de 10 unidades, e são avaliados pelo método do custo
médio.

A cada venda a empresa paga, os seguintes impostos, PIS – alíquota de 1%, COFINS - alíquota de 3%, e
ICMS - alíquota de 20%, sobre o valor total da venda.

O registro do ICMS, será efetuado a cada lançamento da venda, já o registro do PIS e COFINS será registro
somente no final do exercício, ok?

As operações são as seguintes:

Dia 05/01 – Venda de 8 unidades de mercadorias, pelo valor total de R$ 2.000,00, sendo metade do valor
da venda recebidos no ato, e o restante a prazo.

Dia 09/01 – Devolução de 3 unidades de mercadorias pelo cliente, referente a venda efetuada no dia 05/01.
O valor da devolução dessa mercadoria foi paga no ato ao cliente, ou seja, no mesmo momento em que o
cliente entregou a mercadoria, nossa empresa lhe entregou um cheque com o valor correspondente.

Após os registros dessas operações faremos, o zeramento das contas de resultado, o balanço patrimonial e a
demonstração do resultado do exercício. Ok?

Vamos lá?

A primeira operação ficaria da seguinte forma:

No controle de estoques:

Nos razonetes ficariam assim:

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Temos assim contabilizada a primeira operação, para melhor identificação, o registro da venda, foi
identificado com número 1.1 ao lado do lançamento, e o registro do ICMS sobre a venda foi identificado com
o número 1.2 ao lado do lançamento. Como dito acima o registro dos demais impostos, PIS e COFINS, será
efetuado no final do exercício.

Vamos agora ao registro da devolução.

A operação era a seguinte:

Dia 09/01 – Devolução de 3 unidades de mercadorias pelo cliente, referente a venda efetuada no dia 05/01.
O valor da devolução dessa mercadoria foi paga no ato ao cliente, ou seja, no mesmo momento em que o
cliente entregou a mercadoria, nossa empresa lhe entregou um cheque com o valor correspondente.

Sabemos que o registro acima deve ser efetuado em partes, vamos primeiro fazer o registro da devolução
da mercadoria e depois faremos o registro do cancelamento da venda.

Para fazermos o registro da entrada dessa mercadoria que esta sendo devolvida, primeiro temos que saber
quantas unidades de mercadorias estamos retornando ao nosso estoque, pelo próprio enunciado podemos
identificar que foram 3 unidades, agora temos que valoriza-las, identificar o custo da mesma e estornar o
valor.

Analisando a planilha de estoques, podemos facilmente identificar que cada unidade dessa mercadoria foi
baixada de nosso estoque, no ato da venda, pelo valor unitário de R$ 70,00. Logo, 3 unidades dessa
mercadoria equivalem a R$ 210,00. Sendo esse o valor que devemos retornar ao nosso estoque de
mercadoria.

Esse registro em nossa planilha de controle de estoques ficaria da seguinte forma:

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Em nosso razonete essa operação ficaria da seguinte forma:

Vejam que fizemos um débito na conta de mercadorias para registrar o aumento nessa conta, em função de
que recebemos mercadoria, logo, estamos aumentando nosso estoque, e fizemos um crédito na conta de
CMV, para registrar a diminuição no saldo dessa conta.

Vamos agora ao registro da recuperação do cancelamento da venda.

Primeiro passo é saber em valores quanto o nosso cliente esta cancelando de vendas, bom, se vendemos 8
unidades pelo valor total de R$ 2.000,00 cada unidade equivale a R$ 250,00, e se nosso cliente esta nos
devolvendo 3 unidades, o valor do cancelamento equivale a R$ 750,00 (250,00 x3).

O registro desse cancelamento em nosso razonetes ficariam da seguinte forma:

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Fizemos um débito na conta de VENDAS CANCELADAS, e um crédito na conta BANCOS, no valor de R$


750,00.

O crédito na conta BANCOS efetuamos porque conforme dito no enunciado, o valor do cancelamento foi pago
no ato ao cliente (isso não é muito comum de acontecer), na prática seria mais fácil deduzir do valor que o
cliente ainda tem que nos pagar. Seria como se a venda tivesse sido no valor de R$ 1.250,00, sendo que
cliente só pagou no ato (como entrada) R$ 250,00, ficando ainda R$ 1.000,00 para ser pago.

Vamos ficar por aqui, no próximo tutorial terminaremos esse exercício, vendo como fica o registro do
cancelamento do ICMS e o registro dos demais impostos que ainda não efetuamos, e logo depois faremos o
zeramento das contas de resultados e os demonstrativos solicitados (BP e DRE).

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34. Cancelamento de Vendas –


4.ª Parte
Vamos continuar o exercício que iniciamos no tutorial passado?

Tínhamos efetuado o registro do retorno da mercadoria ao estoque e o registro do cancelamento da venda.

Vamos agora ao registro da recuperação do ICMS e depois para finalizar o registro dos demais impostos.

Inicialmente, vamos lembrar que pagaremos 20% de ICMS sobre o valor da venda da mercadoria, sendo
esta no valor de R$ 2.000,00 provisionamos o pagamento de R$ 400,00 de ICMS, fizemos um débito numa
conta de despesa com ICMS, e um crédito na conta de ICMS a PAGAR, uma conta de passivo, pois
representa uma obrigação.

O primeiro passo é saber qual é o valor do ICMS que vamos recuperar devido a esse cancelamento de
vendas.

Para tanto basta fazermos uma conta simples, da seguinte forma:

Sabendo que o valor de venda de cada unidade foi de R$ 250,00. (2.000,00 : 8), e que as devoluções foram
de 3 unidades, logo o valor que cancelamos de vendas, foi de R$ 750,00, e como o ICMS incide a alíquota de
20%, sobre o valor da venda. Para efetuar o registro da recuperação do ICMS referente a venda cancelada,
basta multiplicarmos R$ 750,00 x 20% = 150,00.

Já identificamos o valor do ICMS que temos a recuperar, vamos agora ao registro desse valor no razonete.

Ficaria da seguinte forma:

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Para efetuarmos tal lançamento fizemos um débito na conta de ICMS a Pagar, reduzindo assim o seu valor,
e efetuamos um crédito na conta de ICMS s/ Vendas no valor de R$ 150,00, diminuindo assim o seu saldo.

Dessa forma, percebam que temos um saldo na conta de ICMS s/ Vendas no valor de R$ 250,00.

Vamos analisar o seguinte agora:

Inicialmente vendemos R$ 2.000,00 sendo que houve um cancelamento de R$ 750,00, logo, o valor da
nossa venda então foi de R$ 1.250,00. Se o ICMS é calculado pela alíquota de 20% sobre as vendas, se
pegarmos R$ 1.250,00 x 20% temos a quantia de R$ 250,00, que é justamente o valor que estamos
apresentando em nossa conta de ICMS s/ Vendas, então na verdade fizemos um ajuste na conta de ICMS s/
Vendas, afim de que o saldo dela reflita o valor correto da nossa despesa com o ICMS.

Feito isso podemos partir para o próximo passo, que é efetuarmos os registros dos demais impostos que
incidem sobre a venda, que são o PIS e o COFINS, nas alíquotas de 1% e 3% respectivamente.

Vamos lá?

Os nossos razonetes ficariam da seguinte forma:

Para efetuarmos tal registro, temos primeiro que saber qual foi o valor das nossas vendas no período (R$
1.250,00), lembrando que temos que diminuir o valor das vendas canceladas. Achado esse valor, temos que
aplicar as alíquotas de cada um dos impostos, sobre tal valor, da seguinte forma:

Calculo do PIS

1.250,00 x 1% = 12,50

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Calculo do COFINS

1.250,00 x 3% = 37,50

Calculado o valor do impostos agora é só fazermos os registros, abrimos a conta de PIS s/ Vendas e a conta
de PIS a Pagar, na primeira fizemos um débito de R$ 12,50, e na segunda um crédito no mesmo valor,
lembrando que a conta de PIS s/ Vendas, é uma conta de resultado, logo, quando tivermos que efetuarmos
o zeramento das contas de resultados para apurar o lucro ou prejuízo, temos que incluir essa conta.

O mesmo procedimento foi feito com a conta de COFINS s/ Vendas, e COFINS a Pagar, só que nestas
utilizamos o valor de R$ 37,50.

Temos assim todos os registros efetuados, vamos agora ao zeramento das nossas contas de resultado, após
faremos a Demonstração do Resultado do Exercício e para finalizar o nosso balanço Patrimonial.

Os registros do zeramento das contas de resultados ficariam da seguinte forma:

Nossa Demonstração do Resultado ficaria da seguinte forma:

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Percebam que temos a linha de RECEITA BRUTA DE VENDAS, que apresenta o valor total das vendas que
efetuamos no período, logo abaixo temos a linha de VENDAS CANCELADAS, no valor de R$ 750,00.

Mais abaixo temos os valor líquidos dos impostos que incidiram sobre o valor das vendas do período, que
são o ICMS s/ VENDAS, o PIS e COFINS s/ VENDAS.

O valor da RECEITA BRUTA DE VENDAS, menos os valores do cancelamento de venda, e dos impostos, é
apresentado na linha de RECEITA LIQUIDA DE VENDAS, que em nosso exercício acima, totaliza R$ 950,00.

Desse valor deduzimos o valor do CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA (CMV), e chegamos ao valor do LUCRO
BRUTO (R$ 600,00), que também é igual ao valor do LUCRO LIQUIDO, pois em nosso exemplo acima, não
tivemos registros a serem feitos de despesas, se houvessem esses valores estariam registrados em nossa
DRE entre essas duas linhas.

Para finalizar vamos agora elaborar o nosso balanço patrimonial.

Nosso balanço patrimonial ficaria dessa forma, certo?

Não.

Tem alguma coisa errada.

Tentem descobrir, e refaçam os lançamento que forem necessários para que haja a correção dessa
divergência, no próximo tutorial estaremos corrigindo. Ok?

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35. Cancelamento de Vendas –


5.ª Parte
No tutorial passado finalizamos um exercício, porém o mesmo ficou com um erro para que vocês tentassem
identifica-los e corrigi-lo.

Será que você conseguiu identificá-lo?

Bom então vamos a correção do mesmo.

Correção:

Vejam que tínhamos o seguinte balanço patrimonial com erro.

Analisando com um pouquinho mais de atenção veremos que temos uma conta de ICMS a Recuperar e uma
conta de ICMS a Pagar.

Ou seja, temos um direito de receber de volta um valor a titulo de ICMS e temos também que pagar um
outro valor a titulo de ICMS.

Ora, como já foi visto anteriormente, podemos fazer um encontro de valores não?

O erro esta justamente ai, ou seja, não foi efetuado o registro daquele nosso encontro de contas. E como
faríamos para efetuar essa correção?

Apesar de existir um método de fazermos isso, ou seja, proceder a correção de um registro que não tenha
sido efetuado, ou que, tenha sido efetuado com erro, vamos refazer o exercício a partir do ponto em que
deveríamos ter feito esse registro da compensação dos valores que temos a recuperar com o valor que
temos que pagar. E deixaremos para aprender os métodos de correção de lançamento para mais a diante.

O primeiro passo para refazermos esse exercício, seria identificar a partir de qual ponto, ele deveria ter sido
efetuado, e já sabemos que esse encontro de contas deve ser efetuado no final do período (que geralmente
é de um mês), então esse registro é um dos últimos que deveriam ter sido efetuados, logo, podemos refazer
o exercício a partir desse ponto:

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Ou seja, logo após o último registro que efetuamos, que no exemplo acima, foi o registro dos impostos (PIS
e COFINS).

O registro do nosso encontro de contas ficaria da seguinte forma:

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Vejam que após o registro de transferência do crédito de ICMS que tínhamos, ficamos com um saldo de R$
0,00 na conta de ICMS a Pagar, indicando assim que não temos valor a pagar relativo a esse imposto. E na
conta de ICMS a Recuperar ficamos com um saldo de R$ 50,00, esse valor será aproveitado nos meses
seguintes.

A partir daqui o restante dos registros são idênticos aos que fizemos no tutorial passado, os registro do
zeramento das contas de resultados ficam da seguinte forma:

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Nossa DRE é idêntica a que fizemos no tutorial passado, por esse motivo, não há a necessidade de
reproduzi-la aqui novamente, isso porque a DRE apresenta somente os saldos das contas de resultado, e
como não mexemos em contas dessa natureza durante a correção que efetuamos acima, não mexemos na
DRE em si.

Já o nosso balanço patrimonial, terá modificações, afinal no primeiro balanço estávamos apresentando R$
300,00 de ICMS a Recuperar, e R$ 250,00 de ICMS a Pagar, e após o registro do lançamento que deixou de
ser feito, estaremos apresentando na conta de ICMS a Recuperar o valor de R$ 50,00, e nenhum valor na
conta de ICMS a Pagar.

Vamos ver como fica o nosso balanço patrimonial após esse registro que deixou de ser feito?

Ficaria da seguinte forma:

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Para melhor compreensão do conteúdo passado, tentem fazer o exercício abaixo, no próximo tutorial
estaremos corrigindo, e começaremos a falar sobre as devoluções de compras de mercadorias.

Exercício:

Partindo do balanço patrimonial acima, inclusive considerando a ultima planilha de estoque que elaboramos,
contabilizem as operações a seguir, elaborem um balancete de verificação de 4 colunas, uma Demonstração
do Resultado do Exercício e um Balanço Patrimonial.

O PIS (1%) e COFINS (3%) será calculado pelo regime cumulativo, e registrado com um único lançamento
no final do período.

O percentual a ser considerado de ICMS estará entre parênteses.

As operações são as seguintes, e todas relativas ao mês de Fevereiro de 2005.

Dia 01-02, compra de 10 unidades de mercadorias, por R$ 100,00 cada, com pagamento a vista. (ICMS de
20%).

Dia 03-02, pagamento do valor que constava no balanço como contas a pagar.

Dia 04-02, venda de 07 unidades de mercadorias, por R$ 1.400,00, sendo R$ 600,00 a vistas e o restante a
prazo. (ICMS 19%).

Dia 07-02, pagamento do PIS e do COFINS que estavam provisionados no balanço.

Dia 08-02, recebimento de R$ 300,00 de clientes.

Dia 09-02, compra de 2 unidades de mercadorias por R$ 80,00 cada, a prazo. (ICMS de 20%).

Dia 10-02, pagamento de despesas bancarias no valor de R$ 70,00.

Dia 12-02, venda de 5 unidades de mercadorias, a vista, pelo valor total de R$ 600,00. (ICMS de 19%).

Dia 15-02, o cliente referente a venda do dia 04-02, devolveu 3 unidades de mercadorias, sendo que o valor
da devolução será abatido do valor que o cliente tem a pagar.

Dia 18-02, compra de R$ 15,00 em material de limpeza, a vista.

Dia 20-02, compra de 3 unidades de mercadorias, por R$ 90,00 cada, sendo metade do valor pago a vista e
o restante a prazo. (ICMS de 15%).

Dia 25-02, recebimento de R$ 200,00 de clientes, sendo R$ 150,00 relativos a dividas de vendas de
mercadorias e R$ 50,00 de juros pro pagamento em atraso.

Dia 26-02, compra de 3 unidades de mercadorias por R$ 100,00 cada a prazo. (ICMS de 10%).

Dia 26-02, pagamento de R$ 30,00 de frete referente as compras de mercadorias efetuadas no mesmo dia.

Dia 26-02, pagamento de R$ 15,00 de seguro das mercadorias compradas. (seguro que cobre o transporte
da mercadoria).

No próximo tutorial estaremos corrigindo esse exercício.

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Até a próxima.

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36. Cancelamento de Vendas –


Parte Final
Na ultima parte do tutorial sobre cancelamento de vendas, vamos corrigir o exercício que foi deixado no
tutorial passado. Vamos lá?

Correção:

Partindo do balanço patrimonial exposto abaixo:

E ainda considerando o estoque inicial como composto por 5 unidades de mercadorias, avaliadas pelo
método de custo médio por R$ 70,00 cada. (dados extraídos da ultima planilha de controle de estoques),
deveríamos contabilizar as seguintes operações, após elaborar um balancete de 4 colunas, uma DRE e um
Balanço Patrimonial. Lembrando que os impostos PIS e COFINS serão calculados somente no final do
exercício, pelas seguintes alíquotas, 1% e 3%, respectivamente.

As operações eram as seguintes:

Dia 01-02, compra de 10 unidades de mercadorias, por R$ 100,00 cada, com pagamento a vista. (ICMS de
20%).

Dia 03-02, pagamento do valor que constava no balanço como contas a pagar.

Dia 04-02, venda de 07 unidades de mercadorias, por R$ 1.400,00, sendo R$ 600,00 a vistas e o restante a
prazo. (ICMS 19%).

Dia 07-02, pagamento do PIS e do COFINS que estavam provisionados no balanço.

Dia 08-02, recebimento de R$ 300,00 de clientes.

Dia 09-02, compra de 2 unidades de mercadorias por R$ 80,00 cada, a prazo. (ICMS de 20%).

Dia 10-02, pagamento de despesas bancarias no valor de R$ 70,00.

Dia 12-02, venda de 5 unidades de mercadorias, a vista, pelo valor total de R$ 600,00. (ICMS de 19%).

Dia 15-02, o cliente referente a venda do dia 04-02, devolveu 3 unidades de mercadorias, sendo que o valor
da devolução será abatido do valor que o cliente tem a pagar.

Dia 18-02, compra de R$ 15,00 em material de limpeza, a vista.

Dia 20-02, compra de 3 unidades de mercadorias, por R$ 90,00 cada, sendo metade do valor pago a vista e
o restante a prazo. (ICMS de 15%).

Dia 25-02, recebimento de R$ 200,00 de clientes, sendo R$ 150,00 relativos a dividas de vendas de
mercadorias e R$ 50,00 de juros pro pagamento em atraso.

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Dia 26-02, compra de 3 unidades de mercadorias por R$ 100,00 cada a prazo. (ICMS de 10%).

Dia 26-02, pagamento de R$ 30,00 de frete referente as compras de mercadorias efetuadas no mesmo dia.

Dia 26-02, pagamento de R$ 15,00 de seguro das mercadorias compradas. (seguro que cobre o transporte
da mercadoria).

Vamos primeiro ao registro em nossa planilha de controle de estoque:

Temos preenchida a nossa planilha de controle de estoques, vamos a alguns comentários, em relação aos
lançamento mais importantes.

No dia 01-02, compramos 10 unidades por R$ 100,00, totalizando assim uma compra de R$ 1.000,00, sendo
que temos que retirar desse valor a quantia de ICMS que iremos recuperar, sendo que a alíquota é de 20%,
logo, temos a recuperar um ICMS de R$ 200,00, assim o custo de nossa mercadoria nesse caso é de R$
800,00 no total e de R$ 80,00 cada unidade.

A operação do dia 15-02, foi uma devolução, podemos notar isso pelo registro das quantidades e do valor
entre parentes, indicando que estamos fazendo um ajuste nessas colunas, podemos notar somente olhando
para a planilha que a devolução foi de 3 unidades. Nesse lançamento precisamos identificar o valor que
baixamos de custo por ocasião da venda, pois é esse valor que devemos retornar ao nosso estoque, isso é
bem fácil de ser feito basta sabermos a data em que essa venda foi efetuada, dia 04-02 (conforme
enunciado), e identificar na planilha qual foi o custo dessa mercadoria e “retorná-lo” ao nosso estoque. Feito
isso ficamos agora com 8 unidades de mercadorias avaliadas a um custo unitário de R$ 75,08, que somam a
quantia de R$ 600,67.

O outro lançamento que merece uma analise é o do dia 26-02, pois nele além de precisarmos calcular o
custo da mercadoria, retirando o ICMS, temos que incluir o valor do frete e do seguro, conforme consta nos
enunciados, para tanto calculamos as quantidades vezes o preço unitário (100 x 3 = 300), agora retiramos o
ICMS com uma alíquota de 10% de acordo com o enunciado (300 x 10% = 30,00), o custo de nossa
mercadoria nesse momento é de R$ 270,00, agora temos que somar o custo do frete e do seguro, R$ 30,00
e R$ 15,00 respectivamente, o nosso custo total é de R$ 315,00.

Vamos continuar a correção do exercício:

O registro em nossos razonetes ficariam da seguinte forma:

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Temos assim contabilizada todas as nossas operações nos razonetes, vamos comentar alguns dos principais
lançamentos.

A operação do dia 03-02, que foi numerada em nossos razonetes com o numero 3, foi o pagamento do valor
que constava em contas a pagar, logo, precisamos identificar quanto era esse valor e depois efetuar o
registro do pagamento, com um debito na conta de CONTAS A PAGAR, e um crédito na conta BANCOS.

A operação do dia 15-02, que foi identificada em nossos razonetes com o número 9, foi uma devolução
(cancelamento), o clientes devolveu 3 unidades de mercadorias, sendo que o valor da devolução será
abatido da divida que o cliente possui com nossa empresa, o primeiro passo, foi calcular quanto é o valor do
cancelamento, bom se a venda do dia 04-02, foi 7 unidades e o valor total da venda foi de R$ 1.400,00,
cada mercadoria foi vendida pelo valor unitário de R$ 200,00, se o cliente esta nos devolvendo 3 unidades,

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essa devolução é no valor de R$ 600,00 (200 x 3), então esse é o valor das vendas que estão sendo
canceladas, para o registro desse fato, debitamos a conta de VENDAS CANCELADAS, e creditamos a conta
de clientes.

O próximo passo, registrar nos razonetes, o retorno dessa mercadoria ao nosso estoque, e
conseqüentemente o ajuste na conta de CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS, o valor já havíamos
identificado quando elaboramos a nossa planilha de controle de estoques, o registro será feito com um
débito na conta de MERCADORIAS para registrar o aumento no saldo dela, afinal essa mercadoria esta
retornando ao nosso estoque, e com um crédito na conta de CMV para diminuir o seu saldo.

O ultimo passo é o registro da anulação do valor do ICMS, para efetuar tal registro, primeiro temos que
calcular o valor do ICMS que estaremos anulando, para tanto basta identificarmos o valor da venda e
multiplicarmos pela alíquota do ICMS (detalhe: a alíquota nesse passo tem que ser igual alíquota que
utilizamos na venda, por exemplo, no caso acima a alíquota na venda foi de 19%, então calcularemos o
ICMS do cancelamento com 19%, se a alíquota na venda tivesse sido de 12%, teríamos que calcular o ICMS
da devolução com 12%, se não tivesse alíquota nenhuma, por exemplo, uma operação isenta de ICMS, não
calcularíamos o ICMS sobre a devolução, ok?), como a alíquota foi de 19% na venda, temos que calcular o
ICMS sobre a devolução com 19% também, assim totaliza a quantia de R$ 114,00, agora basta fazermos o
registro, para tanto fizemos um débito na conta de ICMS a Pagar e um crédito na conta de ICMS s/ Vendas.

O lançamento do dia 26-02 teve de diferente em relação aos demais, o fato de alem de termos que calcular
o custo da mercadoria, termos que incluir neste o valor dos gastos com frete e seguro, de acordo com os
tutoriais passados.

Vamos agora ver como ficaria o balancete de verificação:

Terminado o nosso balancete de verificação, vamos agora elaborar o nosso balanço patrimonial e a nossa
DRE, e para elaborarmos o balanço patrimonial temos antes que zerar as contas de resultado.

Zeramento das contas de resultados:

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Agora que temos as contas de resultados zeradas podemos elaborar o nosso balanço patrimonial que ficaria
da seguinte forma:

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Bem terminamos assim o nosso exercício.

No próximo tutorial começaremos a falar sobre as devoluções de compras de mercadorias.

Até a próxima.

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Devoluções de Compras de
Mercadorias
Na série de tutoriais passados, aprendemos a contabilização dos cancelamentos (ou devoluções) de vendas,
no presente tutorial aprenderemos o inverso, agora vamos falar sobre como deve ser contabilizada a
devolução de uma compra.

Vamos nessa?

Introdução a Devolução de Compras de


Mercadorias:
O processo de registro da devolução de compras de mercadorias é bem mais simples do que o registro do
cancelamento das vendas. Vamos ver um exemplo através de um exercício, onde inicialmente não vamos
considerar os créditos de ICMS. Ok?

Partindo do balanço patrimonial abaixo, vamos registrar as seguintes operações:

Em 01-02, compra de 8 unidades de mercadorias pela quantia total de R$ 800,00 a vista.

Em 03-02, venda de 3 unidades de mercadorias, pelo valor R$ 500,00 com recebimento a prazo.

Em 28-02, a empresa percebeu que 4 unidades dos produtos que estavam em seu estoque apresentavam
defeito e resolveu devolver esses produtos, o fornecedor devolveu de imediato o valor referente as
devoluções de compras.

Vamos ao registro em nossa planilha de controle de estoques.

Vejam que na terceira operação, houve uma devolução de compras de mercadorias, registramos, portanto a
quantidade e o valor total entre parênteses, indicando assim que estamos fazendo um ajuste no valor das
compras.

Assim retiramos 4 unidades de mercadorias de nosso estoque, avaliadas cada uma a R$ 100,00, que
totalizam R$ 400,00, vejam que o registro do ajuste na coluna de entrada, faz com que na ultima linha da

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nossa planilha aparece na linha TOTAL a quantidade de 4 unidades, como se fosse a quantidade total de
compras de mercadorias do mês, e na verdade é, porque se compramos 8 e devolvemos 4, na verdade
mesmo, a nossa compra do mês foi somente de 4 unidades.

E após esse registro ficamos com 1 unidade em estoque, avaliada pelo valor total de R$ 100,00.

Vamos agora ao registro dessa operação nos razonetes.

Lembrando que as operações foram as seguintes:

Em 01-02, compra de 8 unidades de mercadorias pela quantia total de R$ 800,00 a vista.

Em 03-02, venda de 3 unidades de mercadorias, pelo valor R$ 500,00 com recebimento a prazo.

Em 28-02, a empresa percebeu que 4 unidades dos produtos que estavam em seu estoque apresentavam
defeito e resolveu devolver esses produtos, o fornecedor devolveu de imediato o valor referente as
devoluções de compras.

O último lançamento é referente a devolução da compra de mercadoria, vejam que tínhamos 5 unidades de
mercadorias avaliadas a R$ 100,00 cada, totalizando R$ 500,00, sendo que efetuamos a devolução de 4
unidades, logo, uma devolução de R$ 400,00. Em outras palavras podemos dizer que devolvemos metade da
compra que tínhamos efetuada não foi? Compramos R$ 800,00 e devolvemos R$ 400,00, ou, compramos 8
unidades e devolvemos 4 unidades.

Contabilmente temos que retirar a mercadoria do nosso estoque, portanto se devolvemos 4 unidades, temos
que retirar do nosso estoque, o valor correspondente a 4 unidades (R$ 400,00), para registrar a saída dessa
mercadoria (conseqüentemente uma redução no valor do nosso estoque), temos que fazer um crédito na
conta de mercadorias.

Ótimo, fizemos um crédito para registrar a diminuição em nosso estoque, agora falta o débito (lembram-se
que cada lançamento deve haver um ou mais débito, mas que a soma dos débitos deve ser igual a soma dos
créditos), e onde faremos esse débito?

Vai depender do enunciado, vejam que no enunciado do exercício acima foi dito que o fornecedor devolveu o
dinheiro da devolução no ato da entrega das mercadorias, portanto esse débito será feito na conta BANCOS,
se o enunciado dissesse que o fornecedor abateria dos valores das dividas, significaria que o débito deveria
ser efetuado na conta de FORNECEDORES (passivo).

Ok?

Vamos complicar um pouquinho mais?

Considerações quanto ao ICMS na Devolução de Compras:

Vamos agora ver como deve ser efetuado o registro da devolução da compra, quando existe o lançamento
do ICMS. Para tanto vamos fazer o mesmo exercício que fizemos acima, sendo que agora vamos considerar

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um crédito de ICMS de 10% sobre o valor da compra, e na venda o ICMS deve ser calculado pela alíquota de
19%. Ok?

Temos então que refazer a nossa planilha de controle de estoques que ficaria da seguinte forma:

Vejam que no primeiro registro (compra), o valor total da compra foi de R$ 800,00 sendo que temos que
calcular o ICMS que vamos recuperar pela alíquota de 10%, logo 10% de R$ 800,00 é R$ 80,00, sendo esse
o valor que vamos recuperar de ICMS, e esse valor devemos retirar do custo de aquisição da mercadoria,
portando o valor do custo de aquisição total agora foi de R$ 720,00.

O segundo lançamento foi de uma venda de mercadoria, sem maiores complicações, lembrando que temos
que fazer o registro da despesa com ICMS, que será calculada com base em 19% sobre o valor da venda,
logo, R$ 95,00.

O terceiro lançamento também foi idêntico ao que fizemos no exercício anterior, ou seja, registramos um
ajuste na coluna de entrada, tanto nas quantidades como no valor total, sendo que este último houve
alteração em relação ao valor do ultimo exercício, em virtude de que o custo de aquisição foi diferente nesse
exercício. Antes o nosso custo de aquisição unitário era de R$ 100,00, e agora é de R$ 90,00, ocasionado
por causa da retirada do ICMS que iremos recuperar do custo da mercadoria, portanto o custo de aquisição
diminuiu. Com esse lançamento retiramos de nosso estoque o valor equivalente a 4 unidades de mercadoria,
ou seja, metade da quantidade que compramos.

Vamos agora ao registro nos razonetes:

A primeira operação foi o registro da compra, fizemos dois débitos um no valor de R$ 80,00 na conta de
ICMS a Recuperar e o outro no valor de R$ 720,00 na conta de mercadorias, o crédito foi feito na conta
BANCOS no valor de R$ 800,00.

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O segundo lançamento é referente a venda de 3 unidades de mercadorias, no valor total de R$ 500,00,
assim creditamos a conta de Receita de Vendas em tal valor, e debitamos a conta clientes em R$ 500,00,
tendo em vista que a venda foi efetuado a prazo.

Complementando esse lançamento temos agora que fazer o registro do custo da mercadoria, e
conseqüentemente a baixa no estoque dessas mercadorias, fizemos assim um debito na conta de CMV e um
crédito na conta MERCADORIAS, ambas no valor de R$ 270,00.

Para finalizar o lançamento da venda, temos agora que fazer o registro da provisão com o ICMS, assim após
efetuarmos o calculo para achar o valor do ICMS (500,00 x 19% = 95,00), falta fazer o registro do mesmo
debitamos a conta de ICMS s/ Vendas e creditarmos a conta de ICMS a Pagar no valor de R$ 95,00.

Temos assim a segunda operação registrada por completo.

Vamos a ultima operação, que é a devolução da compra efetuada. Vamos fazer o registro dessa operação
com calma para podermos entender bem como ela deve ser feita.

A empresa percebendo que 4 unidades das suas mercadorias estavam com defeito, resolver devolver o
produto, inicialmente temos que saber qual foi o valor que a empresa pagou por cada unidade de
mercadoria, para tanto basta sabermos o valor total da compra e dividir pela quantidade adquirida (800,00 :
8 = 100), sendo esse o valor que a empresa pagou por cada unidade de mercadoria.

O próximo passo é saber por qual valor a empresa registrou, essa mercadoria como custo, podemos saber
facilmente pela analise da nossa planilha de controle de estoques, e identificamos que o valor registrado
como custo foi de R$ 90,00 por cada unidade. Agora temos que calcular o custo das 4 unidades (90 x 4 =
360,00). Então esse valor de R$ 360,00 é que deveremos retirar de nosso estoque. (Vejam o crédito que
fizemos no razonete de MERCADORIAS).

Agora tem um porém quando compramos a mercadoria, nos apropriamos do crédito de ICMS por causa
dessa compra, só agora estamos devolvendo essa mercadoria, logo, não podemos ficar com o crédito do
ICMS que nos apropriamos.

Vejam bem:

Quando compramos aproveitamos R$ 80,00 de ICMS. Que era relativos a 8 unidades de mercadorias, logo,
cada unidade de mercadoria, nos deu de crédito de ICMS a quantia de R$ 10,00.

Agora estamos devolvendo 4 unidades de mercadorias, logo, não podemos aproveitar o crédito de ICMS
dessas 4 unidades de mercadorias (R$ 40,00). Mas o que vamos fazer com ele?

Simples, vamos devolver ao fornecedor, pois afinal esse ICMS é dele, pois ele nos vendeu cada unidade de
mercadoria por R$ 100,00, sendo que dentro desses R$ 100,00, nos tínhamos R$ 10,00 de ICMS (10%), o
qual nos apropriamos como crédito certo?

Agora percebam que baixamos de nosso estoque a quantia de R$ 360,00, sendo que cada unidade foi
baixada pelo valor unitário de R$ 90,00. Só que o nosso fornecedor nos vendeu essas 4 unidades por R$
400,00 e agora nos vamos devolver somente R$ 360,00 tem alguma coisa faltando não tem?

Falta R$ 40,00, que são os créditos de ICMS relativos a 4 unidades.

Então para completar os R$ 40,00 que estão faltando para completar os R$ 400,00 (lembrem-se que R$
360,00 já foi retirado do nosso estoque), vamos retirar o mesmo da conta de ICMS a RECUPERAR, do modo
que fizemos nos razonetes acima (esse lançamento foi destacado em azul).

É assim que deve ser feito o registro contábil de uma devolução de compras.

No inicio é complicado entender, mas com a prática isso “entra no sangue”.

Exercício:

Vamos fazer um exercício para fixação:

1.º - Continuando o exercício acima faça os lançamento necessários para a elaboração do balanço
patrimonial.

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2.º - Partindo do balanço patrimonial do exercício 1, faça a contabilização das operações abaixo:

Dia 01/03 – Compra de 5 unidades de mercadorias, pelo valor total de R$ 600,00 (ICMS de 15%), com
pagamento a prazo.

Dia 02/03 – Compra de 4 unidades de mercadorias, pelo valor total de R$ 600,00 (ICMS de 19%), com
pagamento a vista.

Dia 10/03 – Venda de 4 unidades de mercadorias pelo valor total de R$ 800,00, sendo metade a vista.

Dia 12/03 – Devolução de 2 unidades, referente a venda efetuada em 10/03, o valor da devolução será
abatido do próximo pagamento.

Dia 15/03 – Compra de 3 unidades de mercadorias por R$ 270,00, a prazo (SEM ICMS).

Dia 18/03 – Devolução de 1 unidade da compra efetuada em 02/03, o fornecedor devolveu o dinheiro no
ato.

Dia 20/03 – Devolução de 2 unidades da compra realizada no dia 15/03.

A alíquota do ICMS a ser utilizada no calculo da venda de mercadoria é de R$ 18%, ao final do exercício
deve ser feito o calculo e o registro (provisão) dos demais impostos PIS e COFINS, pelas alíquotas de 1% e
3%.

Elaborar um balanço patrimonial e uma DRE.

No próximo tutorial estaremos efetuando a correção.

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38. Devoluções de Compras de


Mercadorias – 2.ª Parte

Vamos corrigir o exercício que deixamos no tutorial passado?

Correção do Exercício:

No tutorial passado ficou dois exercícios de fixação, o primeiro era o seguinte:

1.º - Continuando o exercício acima faça os lançamento necessários para a


elaboração do balanço patrimonial.

Tínhamos terminado aquele exercício com o registro da devolução da compra da


mercadorias, e os nossos razonetes estavam da seguinte forma:

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Para elaborarmos o balanço patrimonial, a partir desses razonetes, o primeiro
passo a ser feito é o zeramento das contas de resultado, certo?

Não !!!!

Primeiro temos que efetuar aquele acerto de contas com o ICMS, lembram-se?
Depois disso, ai sim, faremos o zeramento das contas de resultados.

Apuração do saldo a pagar do ICMS:

Vejam que fizemos um crédito na conta de ICMS a Recuperar e debitamos a conta


de ICMS a Pagar, dessa forma reduzimos o saldo das duas contas ao mesmo
tempo, na conta de ICMS a Recuperar ficamos com um saldo de R$ 0,00. E na
conta de ICMS a Pagar tínhamos um saldo de R$ 95,00 credor, com o debito no
valor de R$ 40,00 que acabamos de efetuar, o saldo nessa conta agora passar a
ser de R$ 55,00.

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Agora sim podemos elaborar o zeramento das contas de resultado e elaborar o
nosso balanço patrimonial.

O zeramento das contas de resultados ficariam da seguinte forma:

E o nosso balanço patrimonial ficaria da seguinte forma:

Ok?

Vamos agora ao segundo exercício que era o seguinte:

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2.º - Partindo do balanço patrimonial do exercício 1, faça a contabilização das


operações abaixo:

Dia 01/03 – Compra de 5 unidades de mercadorias, pelo valor total de R$ 600,00


(ICMS de 15%), com pagamento a prazo.

Dia 02/03 – Compra de 4 unidades de mercadorias, pelo valor total de R$ 600,00


(ICMS de 19%), com pagamento a vista.

Dia 10/03 – Venda de 4 unidades de mercadorias pelo valor total de R$ 800,00,


sendo metade a vista.

Dia 12/03 – Devolução de 2 unidades, referente a venda efetuada em 10/03, o


valor da devolução será abatido do próximo pagamento.

Dia 15/03 – Compra de 3 unidades de mercadorias por R$ 270,00, a prazo (SEM


ICMS).

Dia 18/03 – Devolução de 1 unidade da compra efetuada em 02/03, o fornecedor


devolveu o dinheiro no ato.

Dia 20/03 – Devolução de 2 unidades da compra realizada no dia 15/03.

A alíquota do ICMS a ser utilizada no calculo da venda de mercadoria é de R$


18%, ao final do exercício deve ser feito o calculo e o registro (provisão) dos
demais impostos PIS e COFINS, pelas alíquotas de 1% e 3%.

Elaborar um balanço patrimonial e uma DRE.

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Vamos inicialmente elaborar o registro em nossa planilha de controles de
estoques, que ficaria da seguinte forma:

Feito isso temos a nossa planilha de controle de estoque finalizada, vejam que o
estoque inicial, é composto de 1 unidade de mercadoria avaliada pelo valor de R$
90,00, pois como dito no enunciado estamos partindo do balanço patrimonial
efetuado no exercício número 1, e neste balanço patrimonial consta 1 unidade de
mercadoria a R$ 90,00 (de acordo com a planilha de controle de estoques que foi
efetuada, durante o decorrer daquele exercício, feito no tutorial passado).

A operação do dia 01/03 e do dia 02/03 foram de compras de mercadorias, e


ambas com crédito de ICMS a aproveitar. A operação do dia 10/03, foi a venda de
4 unidades de mercadorias, a operação do dia 12/03 foi a devolução de 2
unidades referentes a venda efetuada no dia 10/03. A operação do dia 15/03 foi
uma compra de 3 unidades, porém nessa operação não tivemos créditos de ICMS
a apropriar. A operação do dia 18/03 foi uma devolução de compra de mercadoria
referente a compra efetuada em 01/03 e a operação do dia 20/03 foi a devolução
de uma compra também, porém da compra efetuada em 15/03.

Vamos agora ao registro no razonetes:

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Vamos fazer alguns comentários antes de elaborarmos o balanço patrimonial:

A primeira operação que registramos foi a compra de 5 unidades de mercadorias


pelo valor total de R$ 600,00, sendo que desse valor 15% era de ICMS e portanto
proporcionava a empresa um crédito desse imposto, logo calculamos 15% sobre
R$ 600,00, que totaliza R$ 90,00. Feito os cálculos o registro da operação foi

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efetuado com um debito na conta de mercadorias pelo valor de R$ 510,00, outro
débito, agora na conta de ICMS a Recuperar no valor de R$ 90,00, e para finalizar
o lançamento um crédito no valor de R$ 600,00 na conta de fornecedores.

A segunda operação foi um registro de compra também, fizemos um débito na


conta de Mercadorias no valor de R$ 486,00, um débito na conta de ICMS a
Recuperar no valor de R$ 114,00 e um crédito na conta bancos tendo em vista
que o pagamento foi efetuado a vista.

A terceira operação foi a venda de 4 unidades de mercadorias, primeiro efetuamos


o registro da receita, fizemos um débito na conta de Clientes no valor de R$
400,00, outro débito na conta Bancos no valor de R$ 400,00 e um crédito na conta
de Receita de Vendas no valor de R$ 800,00. Para o registro do custo da
mercadoria, debitamos a conta de CMV no valor de R$ 434,40, e creditamos a
conta de mercadorias no mesmo valor. Por ultimo fizemos o registro da despesa
com o ICMS, de acordo com enunciado o ICMS nas saídas de mercadorias deve
ser calculado a 19% sobre o valor da venda, se nossa venda foi de R$ 800,00
temos então um despesa de ICMS no valor de R$ 152,00, e para efetuarmos esse
registro, fizemos um débito na conta de ICMS s/ Vendas e um crédito na conta de
ICMS a Pagar, ambos no valor de R$ 152,00.

A quarta operação foi a devolução de 2 unidades da venda efetuada em 10/03,


sendo que o valor da devolução será abatido do valor da parcela que o cliente tem
a pagar, para registramos essa operação, iremos fazer 3 registros, um para
retornar a mercadoria ao estoque e anular o valor que tínhamos lançado de custo
da mercadoria, o segundo lançamento iremos registrar o cancelamento da receita,
e diminuirmos o valor que o cliente tem a nos pagar (tendo em vista que será
abatido da parcela que o mesmo tem a nos pagar), e o terceiro e último registro
será para anularmos o valor que tínhamos registrado como despesa do ICMS O
primeiro passo é identificar o valor do custo dessa mercadoria que esta sendo

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devolvida, o que podemos fazer facilmente olhando em nossa planilha de controle
de estoque no dia 10/03 o valor que baixamos de custo, então identificamos que
cada mercadoria dessa foi baixada de nosso estoque pelo valor unitário de R$
108,60, logo 2 mercadorias custaram R$ 217,20, identificado o valor que temos
que retornar ao nosso estoque, podemos elaborar o lançamento, então fizemos
um débito na conta de mercadorias e um crédito na conta de CMV nesse valor.

O segundo passo é fazer o registro do cancelamento de vendas, então debitamos


a conta de VENDAS CANCELADAS, e creditamos a conta de CLIENTES, pelo
valor de R$ 400,00, para calcularmos esse valor, temos achar o valor unitário que
vendemos essa mercadoria, se vendemos a R$ 800,00 4 unidades de
mercadorias, cada mercadoria foi vendida a R$ 200,00, logo, as 2 unidades de
mercadorias foram vendidas a R$ 400,00, sendo esse o valor que deve ser feito o
registro do cancelamento. Agora por ultimo temos que efetuar o registro do
“cancelamento” da despesa do ICMS, para tanto temos que calcular o valor que
temos que anular, então se deixamos de vender R$ 400,00, deixamos de ter um
despesa de ICMS de R$ 76,00 (19% de R$ 400,00), então para efetuarmos esse
registro efetuamos um débito na conta de ICMS A PAGAR e um crédito na conta
de ICMS S/ VENDAS.

A quinta operação foi a compra de 3 unidades de mercadorias pelo valor total de


R$ 270,00, então fizemos um débito na conta de MERCADORIAS e um crédito na
conta de fornecedores (compra a prazo), como não havia direito ao crédito de
ICMS não precisamos diminuir o custo de aquisição das mercadorias.

A sexta operação foi a devolução de 1 unidade de mercadoria referente a compra


de 02/03, sendo que o fornecedor devolveu no ato o dinheiro relativo a devolução,
para registrarmos tal operação inicialmente temos que saber o valor unitário de
cada unidade dessa mercadoria, para tanto basta dividirmos o valor da compra
pela quantidade adquirida (600,00 : 4 = 150,00), agora temos que saber o valor

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pelo qual a registramos em nosso estoque, para tanto basta identificar esse
registro em nossa planilha de controle de estoques que foi de R$ 121,50, então já
sabemos que vamos ter que retirar do nosso estoque o valor de R$ 121,50, o
restante que falta para completarmos R$ 150,00 (R$ 28,50), são de ICMS que
retiramos do custo de aquisição, (19% de R$ 150,00 = 28,50), então para
efetuarmos tal registro vamos debitar a nossa conta bancos no valor de R$
150,00, e creditar a conta de mercadorias em R$ 121,50 e a conta de ICMS a
Recuperar no valor de R$ 28,50.

A sétima operação foi outra devolução de compras de mercadorias, agora foram


duas unidades referente a compra de 15/03, como essa compra não gerou direito
a crédito de ICMS o valor que registramos como custo de aquisição, corresponde
ao mesmo valor que pagamos (ou pagaremos) ao fornecedor, então para
efetuarmos o registro da devolução basta creditarmos a conta de mercadorias e
debitarmos a conta de FORNECEDORES (tendo em vista que a compra foi feita a
prazo).

O próximo foi fazer o registro para a apuração do ICMS (“acerto de contas”), e


depois o registro para a apuração do resultado, feito isso podemos elaborar o
nosso balanço patrimonial, que ficaria da seguinte forma:

Nossa DRE ficaria da seguinte forma:

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Certo?

Vamos ficar por aqui, mas antes, vejam que em nosso balanço patrimonial, temos
uma conta de ICMS a Pagar e uma conta de ICMS a Recuperar, será que isso
esta certo?

No próximo tutorial falaremos sobre isso e veremos como deve ser efetuado o
registro da devolução da compra de mercadoria quando temos outros valores que
alteraram o custo de aquisição tal como frete ou seguros sobre compras de
mercadorias. Ok?

Até a próxima

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39. Devoluções de Compras de


Mercadorias – 3.ª Parte
No tutorial passado corrigimos dois exercícios de fixação que foram deixados no segundo tutorial sobre
devolução de compras de mercadorias.

Ao final da segunda correção, ficou a seguinte pergunta:

Vamos ficar por aqui, mas antes, vejam que em nosso balanço patrimonial, temos uma conta de ICMS a
Pagar e uma conta de ICMS a Recuperar, será que isso está certo?

E o balanço patrimonial correspondente era o seguinte:

Realmente temos uma conta de ICMS a Recuperar com um saldo de R$ 110,00, e uma conta de ICMS a
Pagar com o saldo de R$ 55,00. Ora temos um crédito de imposto no valor de R$ 110,00 e um débito de
impostos no valor de R$ 55,00, estamos devendo R$ 55,00 mas também estamos cobrando R$ 110,00.

Não podemos compensar um com o outro?

No caso acima não.

Mas porque não?

Vamos entender isso?

Vamos devagar para conseguirmos entender isso, pois no inicio é um pouco complicado, mas com o passar
do tempo isso acaba entrando como numa rotina ok?

Temos apresentado em nosso balanço patrimonial o valor de R$ 55,00 a titulo de ICMS a Pagar, notem que
a data de nosso balanço patrimonial é de 31/03/2005 certo?

Agora vou fazer uma pergunta, esses R$ 55,00 a título de ICMS é referente ao mês de Março?

Somente olhando o balanço fica um pouco difícil de responder isso, mas se olhássemos o razão (livro) dessa
conta no mês de março podemos dizer facilmente se esse valor a pagar é ou não referente ao mês de
março. Vamos ver? Para isso vamos ver o razonete dessa conta durante todo o mês de março.

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O razonete acima foi retirado do ultimo exercício que fizemos pois nele efetuamos todos os lançamento
relativos ao mês de marco, agora vamos analisa-lo.

De cara já podemos notar que o saldo inicial dessa conta é de R$ 55,00 certo?

Concluímos então que em Fevereiro tínhamos um saldo de R$ 55,00 a pagar na conta de ICMS. Vamos
continuar analisando ... abaixo do registro de R$ 55,00 temos o registro de R$ 152,00 que é referente a
uma venda efetuada durante o mês de Março.

No lado do débito temos dois valores iguais ambos de R$ 76,00, o primeiro valor com o numero 4 entre
parênteses, esse lançamento foi referente ao estorno da despesa com o ICMS referente a devolução de uma
venda, e o outro lançamento com o numero 9 entre parênteses é o lançamento daquele encontro de contas
que efetuamos no final do mês para determinar se temos ou não que pagar ICMS.

Bom então temos um lançamento a crédito na conta de ICMS a Recolher no valor de R$ 152,00 e dois
lançamento a débito na mesma conta que totalizam R$ 152,00, sendo assim podemos notar que o valor dos
débitos são iguais ao valores dos créditos, ou seja, registramos R$ 152,00 como se fossemos pagar e
registramos mais R$ 152,00 compensando, assim não tivemos valor a pagar a titulo de ICMS referente a
competência de Março de 2005. Logo podemos concluir então que os R$ 55,00 que estão sendo
apresentados na conta de ICMS a Pagar são relativos ao mês de Fevereiro.

Continuando vamos analisar a conta de ICMS a Recuperar agora.

O razonete de acordo com o ultimo exercício era o seguinte:

Podemos notar logo de inicio que não tínhamos saldo inicial na conta de ICMS a Recuperar, o lançamento
numero 1 é o registro de um crédito de imposto, referente a compra do dia 01/03. O segundo lançamento
foi referente ao crédito do imposto referente a compra do dia 02/03. No lado do crédito do razonete temos o
lançamento de número 6 que é referente ao registro do estorno do credito do ICMS referente a operação de
devolução de compra de mercadorias. E o lançamento de numero 9 é o lançamento para apurarmos o saldo
do imposto a pagar, no caso acima era o lançamento do “encontro de contas” com o ICMS. De acordo com
os lançamento acima podemos perceber que ainda nos restou um saldo de R$ 110,00 de ICMS a Recuperar.

Mas porque não usamos ele para compensar os R$ 55,00 que ainda estávamos devendo referente ao mês de
Fevereiro?

Simples, porque geralmente a lei não deixa que esse tipo de situação ocorra, caso permitisse todos os
contribuintes deixariam de pagar o imposto do mês achando que poderiam o compensar no mês seguintes
com os créditos das compras, e o governo tomaria um baixa de um prejuízo.

Resumindo, é o seguinte, no balanço do exercício anterior, apresentamos um saldo de ICMS a Recuperar no


valor de R$ 110,00 e um saldo de ICMS a Pagar no valor de R$ 55,00 (que era referente ao mês de
Fevereiro de 2006) O importante é percebermos que na hora de efetuarmos o lançamento do encontro de
contas com o ICMS não incluirmos o valor que temos a pagar (se por acaso tivermos) referente ao mês
anterior.

Ok?

Vamos continuar o nosso aprendizado?

Devolução de Compras – Alterações no


Custo de Aquisição:

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No decorrer da série sobre contabilidade comercial, vimos que além do preço da mercadoria, temos outros
valores que podem afetar o custo de aquisição, tais como o frete sobre compras, o seguro, outras despesas,
os impostos devidos na aquisição (os que não vão ser recuperados) e etc ....

Até aqui tudo bem.

Mas vamos supor o seguinte: A nossa empresa comprou 10 unidades do produto A, pelo valor unitário de R$
20,00 cada. Como o fornecedor é em outro estado a nossa empresa resolveu contratar um seguro no valor
de R$ 50,00 para segurar a mercadoria durante o translado do fornecedor – empresa.

Numa conta simples (sem considerar crédito de impostos) podemos identificar que o custo de aquisição de
cada unidade dessa mercadoria é equivalente a R$ 25,00. (R$ 20,00 do preço da mercadoria + R$ 5,00 (R$
50,00 : 10 = R$ 5,00).

Certo?

Ok.

Mas agora pense no seguinte:

Se por acaso a nossa empresa resolver devolver 2 unidades de mercadoria por algum motivo qualquer,
quanto vamos baixar de custo dessa mercadoria em nosso estoque?

Os R$ 25,00 certo? A final esse é o nosso custo de aquisição não é?

Não.

Nós vamos devolver ao nosso fornecedor 2 unidades de mercadoria pelo mesmo valor que ele nos vendeu,
afinal não estamos revendendo essa mercadoria ao nosso fornecedor, estamos devolvendo e a devolução
deve ser pelo mesmo valor que a adquirimos.

Ok tudo bem ...

Mas se nossa mercadoria esta avaliada pelo custo unitário de R$ 25,00 cada e temos que devolve-la ao
nosso fornecedor o que vamos fazer com a diferente de R$ 5,00? Que são relativas ao seguro que
contratamos.

É justamente esse problemas que vamos tratar a partir de agora, como re-alocaremos os valores que
alteraram o nosso custo de aquisição quando temos uma devolução de compra de mercadoria.

Como sempre vamos começar de um exemplo simples e aos poucos vamos complicando. Ok?

Então vamos àquele nosso exercício suporte, que é o seguinte:

Considerando o seguinte balanço patrimonial, vamos contabilizar as operações abaixo:

Observação: Nesse momento não vamos considerar os impostos a serem recuperados.

1.ª Operação – Dia 01/03 – Compra de 10 unidades de mercadoria pelo valor total de R$ 130,00. Para
pagamento a prazo.

2.ª Operação – Dia 01/03 – Pagamento a vista do frete referente a compra de mercadorias no valor de R$
20,00.

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3.ª Operação – Dia 05/03 – Venda de 5 unidades de mercadoria pelo valor total de R$ 350,00 com
recebimento a vista.

4.ª Operação – Dia 10/03 – Devolução de 3 unidades de mercadoria ao fornecedor por motivo de defeitos.

Inicialmente vamos elaborar o nosso controle de estoques:

Temos assim nossa planilha de controle de estoques preenchida até a operação número 3. Vejam que no dia
primeiro fizemos o registro da compra de 10 unidades pelo valor total de R$ 130,00 cada, mais o custo do
frete R$ 20,00 totalizando assim, uma compra no valor de R$ 150,00, como adquirimos 15 unidades de
mercadorias, e o valor total do nosso custo de aquisição total foi de R$ 150,00 podemos calcular o custo
unitário de R$ 15,00.

A segunda operação foi o registro de uma venda de 5 unidades de mercadorias, assim efetuamos o registro
da baixa dessa mercadoria em nosso estoque.

Agora temos que efetuar o registro da devolução da compra, sendo que temos que perceber que em nosso
estoque essa mercadoria esta avaliada pelo valor unitário de R$ 15,00 sendo R$ 13,00 que pagamento (ou
pagaremos) ao fornecedor, mais R$ 2,00 (20 : 10) que é relativo ao custo de frete que dividimos
proporcionalmente entre as quantidades adquiridas. Logo, o valor unitário de cada mercadoria que temos
que devolver ao nosso fornecedor é R$ 13,00, pois os outros R$ 2,00 não são do fornecedor e sim relativos
ao frete da mercadoria, então vamos fazer o seguinte:

Baixaremos de nosso estoque as 3 unidades de mercadoria que vamos devolver pelo custo de R$ 13,00
(valor de compra). Nossa planilha ficaria assim nesse momento:

Agora vamos recalcular o nosso estoque físico (em unidades), se tínhamos 5 unidades em nosso estoque e
devolvemos 3 unidades ficamos com 2 unidades:

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Agora vamos recalcular o nosso estoque em valores, se tínhamos R$ 75,00 em estoque e devolvemos R$
39,00 ficamos com R$ 36,00 em estoque, e se temos somente 2 unidades em estoque cada uma dessas
unidades estão valendo R$ 18,00.
Nossa planilha ao final da operação ficaria da seguinte forma:

Vamos tentar entender o que aconteceu.

Inicialmente cada mercadoria nos custou R$ 13,00

O valor total do nosso frete foi de R$ 20,00, ao ratearmos esse frete as unidades que compramos chegamos
a conclusão de que a cada unidade de mercadoria alocaríamos R$ 2,00 relativos ao frente.

Tivemos uma devolução de 3 unidades de mercadorias.

O valor do frete que alocamos a essas 3 unidades de mercadoria foi de R$ 6,00 (3 x R$ 2,00).

Então, esses R$ 6,00 (relativos ao frete das 3 unidades) vamos ter que dividi-lo entre as unidades que
sobraram em nosso estoque (2 unidades). Assim cada uma das duas unidades que sobraram em nosso
estoque vão “aumentar” em R$ 3,00 (R$ 6,00 : 2).

Se cada umas dessas duas unidades estavam avaliadas a R$ 15,00, com mais os R$ 3,00 relativos ao frete,
elas agora totalizam R$ 18,00. E no total R$ 36,00.

Elaborem os razonetes e os lançamentos, após façam um balancete de verificação com 4 colunas.

No próximo tutorial estaremos corrigindo e continuando o nosso aprendizado complicando um pouco mais.

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40. Devoluções de Compras de


Mercadorias – 4.ª Parte
No tutorial passado começamos a ver como é efetuado o registro de uma devolução de mercadoria, quando
temos outros valores que afetaram o custo de aquisição.

Num primeiro momento não consideramos os créditos de impostos. A partir desse tutorial vamos começar a
considerá-lo, se bem que não tem muita diferença entre eles.

Mas antes vamos continuar a correção do exercício que ficou?

Correção do Exercício
T T

No exercício passado tínhamos elaborado uma planilha de controle de estoque e efetuamos nela o registro
de uma devolução de compra de mercadoria com valores que alteraram o custo de aquisição.

Nossa planilha era a seguinte:

As operações eram as seguintes:

1.ª Operação – Dia 01/03 – Compra de 10 unidades de mercadoria pelo valor total de R$ 130,00. Para
pagamento a prazo.

2.ª Operação – Dia 01/03 – Pagamento a vista do frete referente a compra de mercadorias no valor de R$
20,00.

3.ª Operação – Dia 05/03 – Venda de 5 unidades de mercadoria pelo valor total de R$ 350,00 com
recebimento a vista.

4.ª Operação – Dia 10/03 – Devolução de 3 unidades de mercadoria ao fornecedor por motivo de defeitos.

E o exercício era efetuarmos os lançamentos no razonete e elaborarmos um balancete de verificação com 4


colunas.

O balanço patrimonial para considerarmos os saldos iniciais era o seguinte:

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Vamos a correção:

Razonetes:

Agora o nosso balancete de verificação ficaria da seguinte forma:

Feito isso temos corrigido o nosso exercício do tutorial passado, vamos agora continuar o nosso aprendizado,
agora considerando nas operações os impostos que são recuperáveis.

Para tanto vamos fazer um exercício juntos, partindo do saldo do balancete de verificação acima, vamos
efetuar as contabilizações das seguintes operações, e ao final, elaborar outro balancete de verificação com 4
colunas.

1.º - Dia 02/04 - Venda de 1 unidade de mercadoria, pelo valor de R$ 70,00 com recebimento a prazo. ICMS
calculado pela alíquota de 25%.

2.º - Dia 03/04 - Compra de 20 unidades de mercadoria pelo valor unitário de R$ 15,00, com pagamento a
prazo. (ICMS de 20%).

3.º - Dia 03/04 - Pagamento a vista do valor do frete para entrega das mercadorias compradas, no valor de
R$ 20,00 e contratação de um seguro, também para as mercadorias adquiridas, no valor de R$ 30,00 com
pagamento previsto para 30 dias.

4.º - Dia 07/04 - Venda de 7 unidades de mercadoria pelo valor total de R$ 200,00, com recebimento de
50% do valor da venda a vista e o restante a prazo. O ICMS sobre as vendas de mercadoria é calculado pela
alíquota de 18%.

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5.º - Dia 10/04 - Pagamento a vista do valor do aluguel e das contas a pagar.

6.º - Dia 15/04 – Devolução de 3 unidades de mercadorias compradas por motivo de defeitos.

Resolução do Exercício:

1.º - Passo: Elaborar a nossa planilha de controle de estoques.

Vamos ver como ficaria:

Temos assim preenchida a nossa planilha de controle de estoques.

Vamos fazer alguns comentários para entendermos perfeitamente.

A primeira operação foi a venda de 1 unidade de mercadoria, então baixamos de nosso estoque, 1 unidade
que estava avaliada ao valor unitário de R$ 18,00, ficamos com um estoque final no momento de 1 unidade
avaliada a R$ 18,00.

A segunda operação foi a compra de 20 unidades de mercadoria, pelo valor unitário cada, de R$ 15,00, num
primeiro momento isso totaliza R$ 300,00, sendo que temos nessa compra 20% de ICMS que podemos
aproveitar, então termos que expurgar dessa quantia o valor do ICMS que iremos recuperar, sendo ele o
valor de R$ 60,00 (300,00 x 20%). Nesse momento o custo de aquisição dessa mercadoria é de R$ 240,00.

Mas temos que considerar no custo, o valor do frete e do seguro dessa mercadoria, considerando que tanto
o custo do frete como o custo do seguro, foram rateados proporcionalmente entre todas as unidades, o
custo de aquisição das mercadorias, mais o custo do frete, totaliza R$ 260,00 (240,00 + 20,00), somados ao
custo do seguro temos, R$ 290,00 (260,00 + 30,00). Assim o custo total de aquisição dessa compra de
mercadorias, foi de R$ 290,00.

Então ao registramos essa operação em nossa planilha de controle de estoques, demos entrada, em 20
unidades de mercadorias, avaliadas a R$ 290,00. Nosso estoque final ficou sendo de 21 unidades, avaliadas
ao valor total de R$ 308,00, resultando assim num custo unitário de R$ 14,67.

O registro seguinte foi a venda de 7 unidades de mercadorias. Fizemos o registro retirando 7 unidades de
nosso estoque.

A operação seguinte foi a devolução de 3 unidades de mercadorias compradas que apresentaram defeito. O
primeiro passo para efetuarmos esse registro, é identificar o valor original dessa mercadoria, pois temos que
nos lembrar que dentro do custo que estamos apresentando na entrada dessa mercadoria, temos outros
valores, que não são do fornecedor, ou seja, o frete e o seguro, assim temos que devolver ao fornecedor, o
valor de mercadorias, igual ao que ele nos vendeu, pelo enunciado podemos identificar que o custo de
aquisição da mercadoria (já deduzidos do ICMS) foi de R$ 12,00, calculados da seguintes forma:

20 x R$ 15,00 = R$ 300,00

R$ 300,00 x 20% = R$ 60,00

R$ 300,00 – R$ 60,00 = R$ 240,00

R$ 240,00 : 20 = R$ 12,00.

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Sendo assim chegamos a conclusão de que o valor unitário da mercadoria “pura”, ou seja, sem adicionar os
demais valores que integram o custo de aquisição, é de R$ 12,00, agora é só darmos baixa em 3 unidades
de mercadorias.

Somente para deixar claro, vamos entender o seguinte, cada mercadoria na verdade custou a empresa R$
15,00. Sendo que dentro desse valor temos 20% de ICMS, que é um imposto que podemos recuperar, já
sabemos que o valor dos impostos que podem ser recuperados, não integram o custo de aquisição de uma
mercadoria. Então na verdade temos que devolver ao cliente R$ 45,00 que são 3 unidades ao valor de R$
15,00.

Mais acima fizemos o registro da saída de 3 unidades pelo valor de R$ 36,00.

Para R$ 45,00, falta ainda R$ 9,00 certo?

Mas da onde vamos retirar esses R$ 9,00?

Vamos ver.

O valor unitário de cada mercadoria é de R$ 15,00, dentro desse valor temos 20% de ICMS, certo?, ou seja,
R$ 3,00 dentro de cada unidade, quando efetuarmos o registro dessa operação nos razonetes, vamos retirar
esses R$ 3,00 da conta de mercadorias, e registrarmos na conta de ICMS a Recuperar, então os R$ 9,00 que
estão faltando para completar o valor que temos que devolver ao fornecedor, estão na conta de ICMS a
Recuperar, pois se nos aproveitamos do ICMS na compra dessa mercadoria, ao devolve-la não podemos
continuar aproveitando esse ICMS, na verdade temos que devolver, ou estornar, o valor desse ICMS.
Quando efetuarmos o registro nos razonetes ficará mais “compreensível”.

Conforme vimos nos tutoriais passados, devolvemos somente o valor da mercadoria, e o custo do frete e do
seguro da mercadoria, foram realocados as unidades que sobraram.

Vamos agora ao registro das operações em nossos razonetes:

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Feito isso temos registrado nos razonetes as operações, vamos agora elaborar o nosso balancete de
verificação a fim de finalizar o nosso exercício.

Finalizamos assim o nosso exercício.

Percebam que como foi dito acima, quando ao fazermos o registro da devolução da mercadoria comprada
retiramos da conta de mercadorias, o valor de R$ 36,00, e o restante que faltava para completar os R$
45,00 (R$ 9,00), retiramos da conta de ICMS a Recuperar.

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Um outro detalhe importante é que durante esses exercícios trabalhamos sempre com balancetes de
verificação, dessa forma não temos que efetuar o zeramento das contas de resultado, e quando tivermos
que fazer novos registros temos que aproveitar o saldo das contas de receita e despesa, afinal elas não
foram zeradas, quando estamos trabalhando com balanços, essas contas são zeradas obrigatoriamente,
assim ao abrirmos novos razonetes para as contas de receitas e despesas, essas terão saldo inicial zero. Ok?
No próximo tutorial, finalizaremos a série de tutoriais sobre contabilidade comercial, mas antes veremos
uma outra forma de se contabilizar o ICMS, quando, devolvemos uma mercadoria.

Até a próxima.

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41. Devoluções de Compras de


Mercadorias – Parte Final
No tutorial passado, vimos como deve ser elaborado a contabilização de uma devolução de mercadorias,
quando temos outros valores que afetam o custo de aquisição de uma mercadoria.

No presente tutorial, vamos aprender uma outra forma de efetuarmos o registro do estorno do ICMS,
quando devolvemos uma mercadoria.

Até agora, aprendemos que ao devolvermos uma mercadoria temos que estornar o crédito que efetuamos de
ICMS, assim, fazemos um crédito na conta de ICMS A RECUPERAR (reduzindo o seu saldo), e efetuamos um
débito na conta de FORNECEDORES (reduzindo o seu saldo), considerando que a compra da mercadoria
tenha sido efetuada a prazo.

Então estamos partindo do principio que temos saldo na conta de ICMS A RECUPERAR, mas e se não
tivéssemos saldo nessa conta? Como faríamos?

É isso que aprenderemos no presente tutorial, e como sempre, nada melhor do que elaborarmos um
exercício, juntos para melhor compreensão.

Vamos lá?

Estorno de ICMS, Quando a Empresa Não


Tem Mais Créditos
Considerando o balanço patrimonial abaixo, vamos efetuar o registro das operações abaixo:

1.º - Dia 01/03 – Compra de 10 unidades de mercadoria, pelo valor total de R$ 300,00, com pagamento
previsto para daqui a um mês, sendo que o ICMS é calculado pela alíquota de 10%.

2.º - Dia 01/03 – Pagamento do frete para as compras de mercadorias no valor de R$ 20,00. A vista.

3.º - Dia 05/03 – Pagamento do aluguel do mês anterior.

4.º - Dia 08/03 - Venda de 5 unidades de mercadorias, pelo valor total de R$ 400,00, com metade do valor
recebido a vista. O ICMS é calculado pela alíquota de 19%.

Nossa planilha de controle de estoques ficaria da seguinte forma:

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Vamos a escrituração das operações nos razonetes, e após faremos o balanço patrimonial:

Antes de elaborarmos o nosso balanço patrimonial vamos tecer alguns comentários sobre as principais
operações:

A operação de numero 6, é o lançamento para apuração do saldo a pagar de ICMS, ou seja, aquele famoso
“encontro de contas”

Os lançamentos com um R entre parênteses, são os lançamentos para apuração do resultado do exercício,
para conseqüentemente conseguirmos elaborar o nosso balanço patrimonial.

O lançamento com o a letra T entre parênteses, indica o resultado do período, que foi transferido, para a
conta de Lucros do Exercício a crédito desta conta, indicando assim que o resultado apurado no mês de
marco de 2005 foi um lucro de R$ 179,00.

Vamos agora a elaboração no nosso balanço patrimonial que ficaria da seguinte forma:

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Temos assim o nosso exercício pronto.

Tem alguma coisa faltando não tem?

Afinal eu não disse que iríamos falar sobre devoluções de compras de mercadorias, mais precisamente
quando ocorre a devolução e a empresa não tem mais créditos de ICMS a Aproveitar?

Sim, acima eu disso isso.

Mas para tanto temos que elaborar um novo exercício, pois no exercício acima tratamos de eliminar todos os
créditos de ICMS que a empresa tinha, prova disso é que no balanço patrimonial, não é apresentado a conta
de ICMS a Recuperar, pois inicialmente esta conta teve um lançamento no valor de R$ 30,00 a débito,
indicando um aumento no seu saldo, e depois, na hora de fazermos o encontro de contas, fizemos um
crédito nessa conta, também no valor de R$ 30,00. Assim zeramos o saldo dessa conta, dessa forma
estamos dizendo, através do balanço patrimonial que a empresa fechou o mês sem créditos de ICMS a
compensar no mês seguinte.

Percebam também que a empresa fechou o mês, com um saldo na conta de mercadorias, indicando assim
que ela apresenta mercadorias em estoque, certo?

Um saldo que corresponde a 5 unidades de mercadorias, e que estão avaliadas a R$ 145,00 reais.

Ok?

Vamos então a segunda parte do nosso exercício.

Partindo do balanço patrimonial acima, vamos fazer o registro das seguintes operações:

Dia 02/04 – Devolução de 2 unidades de mercadorias que apresentaram defeitos.

Dia 03/04 – Venda de 2 unidades de mercadorias, pelo valor total de R$ 200,00 com recebimento a vista, e
ICMS de 20%.

Dia 08/04 – Pagamento do saldo de ICMS, que a empresa tinha que pagar.

Dia 10/04 – Recebimento de R$ 150,00 de clientes.

Dia 15/04 – Pagamento de toda a divida que a empresa tem com o fornecedor.

Vamos inicialmente ao registro dessas operações em nossa planilha de controle de estoques:

Temos assim preenchida a nossa planilha de controle de estoque.

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Vamos agora ao registro das nossas operações nos razonetes.

Sendo que vamos analisar a primeira operação. Depois faremos os registros das demais operações.

Inicialmente abrimos todos os razonetes, após fizemos o registro da primeira operação que é justamente a
devolução de 2 unidades de mercadorias, que apresentaram defeitos.

Para registrar tal operação, primeiro, tivemos que identificar o custo de aquisição dessa mercadoria, sem
considerar os demais valores que alteraram o custo de aquisição, em nosso caso, o frete da mercadoria.
Assim chegamos a conclusão de que o valor do custo de aquisição é de R$ 27,00 por cada mercadoria,
sendo que elas nos custou, no ponto de vista do fornecedor, R$ 30,00, e sabemos que a diferença é
justamente o ICMS que retiramos do custo de aquisição, então fizemos um crédito na conta de Mercadorias
no valor de R$ 54,00, e para completar os R$ 60,00 que é justamente o valor que temos que devolver ao
nosso fornecedor, fizemos um crédito na conta de ICMS a Recuperar, para registrar a diminuição nessa
conta certo?

Certo mesmo?

Não né !!! Como vamos diminuir o saldo de uma conta que nem saldo tem? A conta de ICMS a Recuperar
tem R$ 0,00 de saldo, se retirarmos R$ 6,00 o saldo da conta vai ficar – R$ 6,00, ou seja, devendo R$ 6,00?

Mais e aí como faremos agora?

Existem duas formas de se resolver essa questão é independente da forma utilizada o resultado será o
mesmo.

A primeira forma é deixarmos como está, ou seja, a conta de ICMS a Recuperar apresentará um saldo
CREDOR de R$ 6,00. Quando formos efetuar o registro do encontro de contas com o ICMS, ao invés de
creditarmos a conta de ICMS, e debitarmos a conta de ICMS a Pagar, vamos debitar a conta de ICMS a
Recuperar e creditar a conta de ICMS a Pagar.

Parece estranho não? Afinal é justamente o contrario do que sempre vínhamos fazendo até agora, não é?

Mas é diferente só na aparência, como dito o resultado será o mesmo.

Antigamente nos diminuíamos o valor que tínhamos a recuperar, indiretamente estávamos aumentando o
valor que tínhamos a pagar não?

Vamos exemplificar, considere que você tenha R$ 100,00 de ICMS a Recuperar e R$ 300,00 de ICMS a
Pagar, ao fazermos o registro para apuração do ICMS a pagar, iremos fazer um crédito na conta de ICMS a
Recuperar no valor de R$ 100,00 e um débito na conta de ICMS a Pagar, dessa forma o saldo na conta de
ICMS a Pagar ficaria sendo de R$ 200,00.

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Agora vamos considerar que tenhamos os mesmos R$ 100,00 de ICMS a Recuperar, e os mesmos R$ 300,00
de ICMS a Pagar, sendo que ao registramos uma devolução de mercadoria, faríamos um crédito na conta de
Mercadoria, vamos supor que de R$ 90,00, e para completar o valor que temos que devolver, um crédito na
conta de ICMS a Recuperar no valor de R$ 10,00. A nossa conta de ICMS a Recuperar nesse momento ficou
com um saldo de R$ 90,00. Quando formos elaborar o registro da apuração do ICMS, iremos fazer um
crédito na conta de ICMS no valor de R$ 90,00 de um debito na conta de ICMS a Pagar também no valor de
R$ 90,00, assim a nossa conta de ICMS a Pagar, ficara com um saldo no valor de R$ 210,00 certo?

Então na verdade quando efetuamos um credito na conta de ICMS a Recuperar, embora estejamos
diminuindo um direito, conseqüentemente, estaremos aumentando, o valor que temos a pagar de ICMS.

Mas voltando ao exemplo.

Se temos um saldo na conta de ICMS a Recuperar de R$ 6,00 a crédito, quando fizermos o lançamento para
apuração do ICMS a pagar, iremos fazer um debito nessa conta, logo, ela ficara com o saldo zerado, em
contra partida faremos um crédito na conta de ICMS a Pagar, assim estaremos aumentando o saldo da conta
de ICMS a Pagar.

Continuando o exercício, seguindo o modo de contabilização que explicamos acima, ficaria assim:

Antes de elaborarmos a contabilização de acordo com o segundo modelo, vamos fazer alguns comentários,
sobre as operações que acabamos de registrar.

A operação do dia 08/04, foi o pagamento do saldo de ICMS que a empresa tinha a pagar, logo, temos que
perceber que estamos nos referindo do saldo que a empresa tinha a pagar relativo ao mês anterior, que era
no valor de R$ 46,00.

A operação do dia 15/04, foi o pagamento de toda a divida que a empresa tinha com o fornecedor, temos
então que saber quanto que a empresa esta devendo no exato momento ao fornecedor, analisando a conta
podemos ver, que inicialmente a empresa devia R$ 300,00 ao fornecedor, mas que após a devolução das
mercadorias que estavam com o defeito, o valor da divida com o fornecedor reduziu para R$ 240,00, pois
devolvemos 2 unidades de mercadorias, ao valor total de R$ 60,00 que abateu a nossa divida com o
fornecedor.

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O ultimo comentário é no lançamento da apuração do ICMS a pagar, como dito, invertemos o lançamento
que sempre fazíamos, agora, fizemos um debito na conta de ICMS a Recuperar, e um crédito na conta de
ICMS a Pagar.

Vamos agora, a segunda forma de se contabilizar, esse tipo de operação, é bem simples, a única diferente é
que ao invés de creditarmos a conta de ICMS a Recuperar, vamos creditar diretamente a conta de ICMS a
Pagar, assim o nosso lançamento ficaria da seguinte forma:

Isso fará com que não precisemos fazer o registro de apuração do ICMS (aquele encontro de contas) no
final, mas vamos ver se utilizando um ou outro modo altera o nosso resultado final?

Os razonetes com todos os lançamento prontos ficariam da seguinte forma:

Dessa forma temos todos os razonetes com os devidos registros efetuados, percebam que todas as contas
apresentam o mesmo saldo, que no modo anterior. A única diferença é que no primeiro modo de

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contabilização tínhamos a conta de ICMS a Recuperar, que ao final de todos os lançamento apresentava um
saldo zerado e que nesse modo de contabilização não temos ela.

Assim finalizamos a série de tutoriais sobre contabilidade comercial, a próxima série, falará sobre
contabilidade societária.

Até a próxima semana, e se preparem porque a próxima serie será um pouco mais detalhista.

Até a próxima.

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42. Grupos do Balanço


Patrimonial – 1.ª Parte

Uma Rápida Introdução sobre a


Contabilidade Societária
Estamos começando uma nova série de tutoriais sobre contabilidade, agora falaremos sobre “contabilidade
societária”.

Mas o que viria a ser contabilidade societária?

Na verdade, a contabilidade societária, não chega a ser um ramo da contabilidade tipo: CONTABILIDADE DE
CUSTOS, CONTABILIDADE GERENCIAL e CONTABILIDADE AGROPECUÁRIA e etc .... esses são ramos da
contabilidade mesmo, ou seja, uma pessoa pode optar por se especializar em um deles.

Na verdade o que vamos chamar de contabilidade societária, nada mais é do que um conjunto de regras,
que devemos seguir na hora de elaborarmos os demonstrativos contábeis, não vamos entrar em detalhes
agora, ou citar exemplos para não confundir.

Então o que veremos a partir de agora, terá como objetivo final, ensinar como deve ser apresentado os
relatórios contábeis de acordo com o que lei, obriga, além disso vamos aproveitar essa série de tutoriais
para aprender mais alguns novos relatórios contábeis.

Esse série de tutoriais será dividida em dois pedaços, na primeira parte, a qual estamos iniciando agora,
vamos nos preocupar mais na formatação dos relatórios contábeis, na segunda parte, que será mais para o
futuro, vamos nos aprofundar nos pormenores da legislação.

Prontos para mais uma jornada? Então vamos lá !!!

Classificações do Ativo
T T

Vamos começar falando sobre as classificações das contas de Ativo.

Sempre quando vínhamos elaborando um balanço patrimonial, simplesmente colocávamos as contas do


Ativo em qualquer lugar do relatório (lógico que dentro do grupo do Ativo), assim tanto fazia se a conta
Caixa aparecesse na primeira linha ou na ultima linha.

A partir de agora isso vai acabar, vamos aprender a colocar cada conta patrimonial no seu devido lugar.

Mas para isso temos que saber que o Ativo é dividido em 3 grandes grupos que são:

1.º - ATIVO CIRCULANTE

2.º - ATIVO REALIZAVEL A LONGO PRAZO

3.º - ATIVO PERMANENTE

Esses são os 3 grandes grupos que compõem o ativo, só que o ultimo grupo ATIVO PERMANTE, ainda possui
3 divisões dentro dele, que são:

1.º - INVESTIMENTOS

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2.º - IMOBILIZADO

3.º - DIFERIDO

Num resumo geral, poderia apresentar da seguinte forma os grupos do ATIVO:

ATIVO

ATIVO CIRCULANTE

ATIVO REALIZAVEL A LONGO PRAZO

ATIVO PERMANENTE

INVESTIMENTOS

IMOBILIZADO

DIFERIDO

A ordem que esta apresentada acima, é a ordem que deve ser apresentada no balanço patrimonial.

Cada conta patrimonial, vai pertencer a um grupo, uma conta vai pertencer ao grupo do ATIVO
CIRCULANTE, outra conta ao ATIVO REALIZAVEL A LONGO PRAZO e assim por diante.

Vamos supor que temos duas contas patrimoniais de ativo, a conta A e a conta B, sendo que a conta A
pertence ao grupo do ATIVO CIRCULANTE, e a conta B pertence ao grupo do ATIVO PERMANTE – sub grupo
DIFERIDO.

Então a conta A vai aparecer na parte de cima do balanço patrimonial, porque o grupo a que ela pertence,
ATIVO CIRULANTE é o primeiro que deve ser apresentado no balanço patrimonial.

Já a conta B, que pertence ao grupo do ATIVO DIFERIDO (que fica dentro do grupo do ATIVO PERMANENTE),
será a ultima conta a ser apresentada, devido ao grupo e o sub-grupo a que ela pertence.

A titulo de exemplo, vamos ver como ficaria um exemplo de Balanço Patrimonial com as classificações por
grupos:

O quadro em destaque abaixo, nos evidenciará onde fica o grupo do ATIVO CIRCULANTE, e as contas que a
compõem:

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Todo o quadrado em vermelho pertence ao grupo do ativo circulante, ou seja, as contas A, B e C, pertencem
ao grupo do ativo circulante, a conta A possui um saldo de R$ 100,00, a conta B possuiu um saldo de R$
200,00 e a conta C possui um saldo de R$ 300,00.

Assim a soma de todas as contas do Ativo Circulante totalizam R$ 600,00. Esse somatório dos grupos e sub
grupos a partir de agora passará a ser obrigatório, ou seja, toda vez que elaborarmos um balanço
patrimonial ou um balancete de verificação (que também deverá observar a separação por grupo), teremos
que elaborar a soma dos grupos.

Percebam também que o grupo de contas do ATIVO PERMANTE, e os seus SUB-GRUPO, também foram
somados:

Assim a soma do grupo do ativo permanente foi obtida pelo somatório individual de cada conta que pertence
ao grupo, ou pelo somatório dos 3 sub-grupos de contas (Investimentos + Imobilizado + Diferido) => 150 +
600 + 250 = 1.000

E ao final do nosso balanço patrimonial temos o somatório do Ativo, que pode ser obtido pelo somatório do
saldo individual de cada conta, ou pelo somatório do saldo dos 3 grandes grupos (CIRCULANTE +
REALIZAVEL A LONGO PRAZO + PERMANENTE).

Dentro dos grupos do ATIVO CIRCULANTE e do ATIVO REALIZAVEL A LONGO PRAZO, temos ainda alguma
sub-divisões, que serão vistas mais abaixo.

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Essa separação do balanço patrimonial e do balancete de verificação por grupos de contas, é muito
importante para fins de analises da situação financeira da empresa, só que nesse exato momento, fica muito
difícil demonstrar um exemplo sobre isso, antes se faz necessário conhecermos melhor o que cada grupo de
contas quer dizer.

Acima eu disse que essa série de tutoriais, teriam como objetivo formatar os nossos demonstrativos
contábeis de acordo com o que manda a legislação societária, alias a lei que trata disso é a de numero 6.404
de 1976. Vamos estudar essa lei, durante boa parte dessa série de tutoriais.

O artigo que trata dos grupos de contas do balanço patrimonial é o artigo de número 178, abaixo reproduzo-
o para melhor compreensão, juntamente com o seu parágrafo primeiro que trata das classificações do ativo.

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e
agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas
registrados, nos seguintes grupos:

a) ativo circulante;

b) ativo realizável a longo prazo;

c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido.

Sobre a classificação das contas do ativo (em ordem decrescente do grau de liquidez), não vamos nos
preocupar com isso nesse momento, isso será tratado com mais detalhes adiante, por enquanto vamos nos
preocupar somente com as classificações em si.

Continuando o nosso aprendizado, vamos passar a estudar os grupos de contas agora, iniciando com o
grupo do ativo circulante, assim vamos entender quando uma conta deve fazer parte desse grupo.

O Ativo Circulante
T T

Antes de falarmos um pouco sobre o grupo do ativo circulante, vamos refrescar a memória?

O ativo é grupo de contas que apresenta qual tipo de contas?

As contas que representam bem e direitos, certo?

Ok, feito isso vamos continuar.

A lei 6.404, em seu artigo 179 o seguinte:

Ativo

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e


as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;

Vamos fazer uma analise em parte do artigo para conseguirmos entender melhor, o artigo 179 trata da
classificação das contas do ativo, o inciso I trata da classificação das contas do ativo circulante.

Esse inciso diz inicialmente que serão classificados nesse grupo, as DISPONIBILIDADES .... vamos entender
disponibilidades como o dinheiro que a empresa tem a DISPOSIÇÃO dela, assim a conta CAIXA (dinheiro que
está dentro da empresa, é um disponibilidade, pois está a disposição dela), a conta BANCOS, também está
classificada nas DISPONIBILIDADES, pois apesar do dinheiro, não estar fisicamente na empresa, esta no
banco, assim que a empresa quiser retira-lo, basta ir no banco, pois ele está A DISPOSIÇÃO da empresa,
porém dentro do banco, se nosso balanço apresentasse a conta de APLICACOES FINANCEIRAS, essa conta
também estaria classificada nas DISPONIBILIDADES, desde que o dinheiro aplicado, ficasse a disposição da
empresa, ou seja, quando ela bem quisesse ela poderia ir lá o banco e sacar do dinheiro que esta aplicado.

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Baseado no que vimos, acima, pense na resposta para a seguinte questão, eu (empresa), investi 1.000,00
numa aplicação financeira pelo prazo de 90 dias, assim, eu não posso retirar esse dinheiro, antes dos
noventa dias, eu te pergunto, a conta patrimonial que representa essa aplicação financeira, estaria
classificada no DISPONIVEL (ou DISPONIBILIDADES)?

Acertou quem disse que não, afinal eu já não tenho esse dinheiro a minha disposição.
T T

Ora mas acima eu não disse que a conta de APLICACOES FINANCEIRAS, estaria classificada no DISPONIVEL
dentro do ATIVO CIRCULANTE? E agora eu estou dizendo quem uma conta de APLICACAO FINANCEIRA, não
esta classificada no DISPONIVEL.

Afinal não são contas de APLICACOES FINANCEIRAS.

Sim, mas o que vai diferenciar em termos de classificação entre uma conta e outra, mesmo sendo elas
parecidas, é se ela esta ou não DISPONIVEL, ou seja, se na hora que eu quiser eu posso ter o meu dinheiro
de volta.

Compreendido?

Vamos ficar por aqui, no próximo tutorial, continuaremos a estudar o ativo circulante, quando finalizarmos o
estudo desse grupo, vamos elaborar alguns exercícios que nos ajudarão a compreender melhor.

É muito importante que você leia com calma, e tente compreender tudo o que foi dito acima, durante essa
série de tutoriais teremos muitas informações novas, e no início é assim mesmo, as informações ficam “meio
sem sentido” dentro da cabeça, mas com o passar do tempo, com estudo e com os exercícios que faremos
mais adiante, as coisas vão começar a “se encaixar”.

E uma dica, quem esta estudando para concursos, fique sabendo que isso é matéria quase que obrigatória
em todos os concursos que tenham contabilidade, procurem um edital de concurso que vocês verão.

Ok?

Então até a próxima.

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43. Grupos do Balanço


Patrimonial – 2.ª Parte
No tutorial passado começamos a estudar as classificações das contas do ativo, aprendemos que elas são
classificadas em ATIVO CIRCULANTE, ATIVO REALIZAVEL A LONGO PRAZO e ATIVO PERMANENTE, este
último ainda contém as seguintes divisões, INVESTIMENTOS, IMOBILIZADO e DIFERIDO.

Iniciamos o nosso aprendizado com o grupo do ATIVO CIRCULANTE, vimos que a legislação, diz o seguinte
sobre ele:

Ativo

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e


as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;

No tutorial passado também tecemos alguns comentários a respeito de DISPONIBILIDADES, nesse tutorial
vamos estudar o restante do inciso I do artigo 179.

O Ativo Circulante – Continuação


Vimos o que vem a ser DISPONIBILIDADES, vamos agora entender o que vem a ser OS DIREITOS
REALIZAVEIS NO CURSO DO EXERCICIO SOCIAL SUBSEQUENTE.

Vamos dar exemplos de dois tipos de DIREITOS diferentes para termos uma noção do que se trata, o
primeiro é o mais conhecido de todos os direitos, e origina das vendas a prazo, ou seja, o direito de receber
do nosso cliente, logo, a nossa conta CLIENTES, nos mostra o valor que temos DIREITO de receber. Certo?

Um outro exemplo, não tão comum, mas que pode acontecer é o caso de um adiantamento ao fornecedor,
vamos supor que solicitamos que nosso fornecedor fabrique vinte mesas, e que o preço combinado por essas
20 mesas, é de R$ 1.000,00, sendo que para começar a fabricar as mesas o fornecedor nos exige um
adiantamento no valor de R$ 300,00.

Assim ao pagarmos esse valor ao fornecedor, adquirimos um direito, o de descontar dos R$ 1.000,00 que
vamos adquirir em mesas, os R$ 300,00 que já foram pagos. Essa operação será exemplificada, e utilizada
como exemplo para exercício mais adiante.

Mas a idéia principal é que vocês tenham em mente que apesar de até agora, a maioria dos direitos que
registramos (contabilizamos) em nossos exercícios, sejam relativos de vendas a prazo, existem vários outros
direitos que uma empresa pode adquirir, muitos deles veremos durante o decorrer dessa série de tutoriais.

Mas voltando à explicação, e já entendido que uma empresa pode ter vários tipos de direitos diferentes,
vamos analisar o restante da frase: REALIZAVEIS NO CURSO DO EXERCICIO SOCIAL SUBSEQUENTE.

Vamos agora aprender o que é EXERCICIO SOCIAL:

EXERCICIO SOCIAL é um período de tempo, onde é apurado o resultado de uma empresa, a lei determina
que o exercício social terá duração de 1 ano. Conforme abaixo:

SEÇÃO I

Exercício Social

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Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no estatuto.

Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício social poderá
ter duração diversa.

Mas antes de continuarmos vamos entender porque é necessário esse tal de EXERCICIO SOCIAL.

Imaginem que a empresa A apresenta um lucro de R$ 100.000,00, enquanto que a empresa B, apresenta
um lucro de R$ 90.000,00. Qual das duas teve o melhor resultado?

Com certeza a empresa A não é? Afinal o lucro dela foi R$ 10.000,00 maior do que o lucro da empresa B,
não foi?

A principio sim, a empresa A teve um resultado melhor do que a empresa B, mas vamos considerar agora
que a empresa A apurou esse lucro em dois meses de atividade, em média podemos dizer que a cada mês a
empresa A conseguiu um lucro de R$ 50.000,00.

E que a empresa B conseguiu esse lucro de R$ 90.000,00 em apenas 1 mês de atividade.

Agora a situação se inverte não, a empresa B tem um resultado bem melhor do que a empresa A.

É por causa disso, que a lei determinou que haveria um EXERCICIO SOCIAL (um período de tempo, onde a
empresa apuraria seus resultados), afim de que todas as empresas que demonstrassem seus resultados
estariam “computando” num período de tempo igual.

Para ser mais claro, imaginem que se não tivesse essa regra uma empresa poderia apresentar o resultado
considerando o lucro dos 20 últimos anos.

Então o EXERCICIO SOCIAL existe para que quando duas empresas apresentem seus resultados, elas
estejam demonstrando-o mesmo dentro de um mesmo período de tempo.

Continuando o nosso estudo sobre o artigo 175, pelo texto, vimos que o exercício social terá duração de 1
ano, ou seja, a empresa apurará o seu resultado dentro do período de 1 ano, assim quando ela demonstrar
seus relatórios financeiros, estes estarão abrangendo um período de 1 ano. Além disso, a lei diz que a data
do termino do exercício social será determinada no estatuto da empresa.

Antes de qualquer outra coisa, o estatuto de uma empresa, no caso da lei 6.404 que se refere às sociedades
anônimas, é o documento que formaliza (cria, abre, monta) uma empresa desse tipo (quando a empresa
não é sociedade anônima, tal como SOCIEDADE LIMITADA, o documento que a formaliza é o CONTRATO
SOCIAL, e mesmo assim ele dirá qual data termina o exercício social) assim a data do termino do exercício
social deverá ser fixada nele, ou seja, o estatuto ou o contrato social dirá quando terminará o exercício social
de uma empresa.

Supondo que um estatuto social determine que o exercício social, finalizará em 31 de Outubro, logo, o inicio
dele seria no dia 01 de Novembro.

Vamos exemplificar, no ano de 2006, o exercício social desta empresa iniciaria em 01/11/2006 e finalizaria
em 31/10/2007, assim temos um período de um ano certinho, assim quando acabasse esse exercício social,
depois de 31/10/2007, a empresa iria apurar o seu resultado.

Ok?

Antes de irmos mais adiante, vamos esclarecer uma situação, as empresas costumam determinar o que final
do seu exercício social será sempre no dia 31 de dezembro. Assim nessas empresas o exercício social inicia
no dia 01 de janeiro e termina no dia 31/12.

Dois fatores contribuem em muito para que seja tomada essa decisão, a primeira é que dessa forma a
empresa consegue ter um EXERCICIO SOCIAL, dentro do ano, ou seja, não pegará um dia sequer de outro
ano.

O segundo fator é que a legislação do imposto de renda determina que, PARA ELA (PARA A LEGISLAÇÃO DO
IMPOSTO DE RENDA), o exercício social deve OBRIGATORIAMENTE iniciar no dia 01/01 e terminar no dia
31/12.

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Assim, baseado no exemplo acima, se uma empresa determinar que o exercício dela é de 01/11/2006 a
31/10/2007, ela terá obrigatoriamente quando chegar em 31/12/2006, encerrar um exercício social (apurar
o seu resultado) e elaborar todos os demonstrativos contábeis para apresentar ao IMPOSTO DE RENDA, e
quando chegar em 31/10/2007, ela terá novamente que encerrar outro exercício social (apurar o seu
resultado novamente, sendo que agora até a data de 31/10/2007) e elaborar os mesmos demonstrativos
para respeitar a legislação societária.

Assim quando uma empresa determina que o seu exercício social termina em 31 de dezembro, ela esta
“matando dois coelhos com uma paulada só”, entendem?

Então assim conseguimos finalizar o nosso estudo sobre o artigo 175, que trata do exercício social, falta
agora estudarmos o seu parágrafo único, vejamos:

SEÇÃO I

Exercício Social

Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no estatuto.

Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício


T

social poderá ter duração diversa. T

O parágrafo único foi feito, para dar uma flexibilidade a determinação do exercício social de uma empresa,
vejam que inicialmente ele diz que nos casos de CONSTITUIÇÃO da companhia ........ o exercício social
poderá ter duração diversa, ou seja, diferente de 1 ano, isso é, sempre menor do que um ano, por exemplo
uma empresa constituída em 01/11/2006, pode determinar que seu exercício social encerrará em
31/12/2006, assim nesse ano, somente nesse ano, o exercício social dessa empresa, durará apenas dois
meses, sendo que a partir de 01/01/2007, iniciará um novo exercício social para ela que finalizará em
31/12/2007.

O mesmo pode acontecer nos casos de alteração do estatuto, lembrando que, estatuto é nos casos de
sociedade anônima, e contrato social nos casos de sociedade limitada (que é bem mais comum). Vamos
supor que por algum motivo qualquer a empresa, necessite alterar o seu exercício social. Vamos exemplificar
para ficar melhor:

Suponha que a empresa A tenha seu exercício social encerrando sempre em 31/10/2006, em 30/06/2006
resolve fazer com que seu exercício social combine com o exercício social exigido pela legislação do imposto
renda assim resolve alterar o mesmo, para que finalize em 31/12/2006. A empresa A nesse caso, encerrará
um exercício social em 30/06/2006, e iniciará um novo exercício social que irá de 01/07/2006 a 31/12/2006,
ou seja, inferior a 1 ano.

Assim finalizamos o nosso estudo sobre exercício social, e bom ter isso muito bem gravado em mente,
porque toda a classificação das contas do ativo circulante dependerá que isto seja muito bem assimilado.

Vamos continuar, voltando agora ao estudo do ativo circulante, vejamos novamente o que diz a lei sobre as
contas de ativo circulante:

Ativo

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e


as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;

Entendido o que é um exercício social, vamos interpretar o seguinte trecho do inciso I do artigo 179:

os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente


T T

Pelo que diz o trecho da lei acima também serão classificados no ativo circulante, além das disponibilidades,
os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente.

Temos que entender como REALIZAVEIS os direitos que irão acontecer de fato, assim se temos um direito
com um cliente (venda a prazo), esse direito vai se realizar no momento em que o cliente efetuar o
pagamento, se temos um adiantamento efetuado a um fornecedor, esse direito se realizará no momento em
que descontarmos desse fornecedor o valor que tínhamos adiantado ao mesmo. Se temos o direito de

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recuperar o ICMS, esse direito se realizará no momento em que efetuarmos o lançamento para apuração do
ICMS.

Não podemos é entender que o direito se realizará somente no momento em que ele efetivamente virará
dinheiro aumentando o caixa da empresa, embora esse seja um dos fatos mais comuns, ele pode ser
realizado também, diminuindo um pagamento, como por exemplo, a conta de ICMS a Recuperar, o saldo que
temos nessa conta reduzirá o pagamento do ICMS que teremos que fazer. Mas de qualquer forma todas as
contas classificadas nesse grupo se transformarão em dinheiro (aumentando o caixa da empresa, ou
diminuindo os pagamentos).

Mas não acaba por aqui, a lei diz ainda que serão classificados no ativo circulante os direitos que serão
realizados no curso do exercício social subseqüente.
T T

Ou seja, se o direito se realizar no decorrer do exercício social seguinte, ele também deve ser classificado no
ativo circulante. Vamos exemplificar para ficar melhor.

Imaginem que o exercício social da empresa encerra sempre em 31 de dezembro, e que estamos em
20/12/2006, nesse momento a empresa efetua uma venda a prazo no valor de R$ 3.000,00 sendo tal valor
a ser recebido em 3 parcelas, com 30, 60 e 90 dias, assim a primeira parcela seria recebida em 20/01/2007,
a segunda em 20/02/2007 e a ultima em 20/03/2007.

Esse direito (venda a prazo), seria classificado no ativo circulante da empresa?

Baseado no que diz o trecho da lei acima, sim, porque ele estará sendo realizado, no curso do exercício
T

social subseqüente, ou seja, no decorrer do exercício social seguinte ao que estamos, se a empresa esta
T

no exercício social de 2006, tudo o que se realizar até o final do exercício social de 2007, mas
especificamente até 31/12/2007, será classificado no ativo circulante.

Isso porque tudo o que se realizar até 31/12/2007, está incluído no exercício social subseqüente.

Baseado no que vimos acima, considerando que o exercício social de uma empresa se encerre em 30 de
Junho, e que estamos no ano de 2007, todos os direitos que se realizarem até 30/06/2008, será classificado
no ativo circulante, o que se realizar após essa data, será classificado em outro grupo que veremos mais
adiante.

No inicio isso pode parecer complicado, afinal quem teria um direito a ser realizar com tanto tempo assim?

Mas isso é muito comum, por exemplo, em financiamentos de casas, veículos, ou até eletrodomésticos, onde
os financiamentos podem ser em varias parcelas.

Então imaginem o seguinte, estamos em 01/01/2006, e o exercício social finaliza em 31/12, uma venda no
valor de R$ 2.200,00 a ser recebida em 22 parcelas, seria classificado no ativo circulante?

Sim seria, vejamos:

O exercício social subseqüente se encerra em 31/12/2007.

As vendas serão recebidas a partir de 28/02/2006 até 30/11/2007 (22 parcelas), logo, não ultrapassou o
exercício social subseqüente, portanto é um direito a ser classificado no ativo circulante.

Agora considerando o mesmo exercício social encerrando em 31/12, mas que estamos em 30/11/2006, uma
venda no valor R$ 2.200,00 a ser recebida em 22 parcelas seria classificada no ativo circulante?

Vamos ver, o primeiro passo para responder tal questão é sabermos quando finalizará o exercício social
subseqüente?

Resposta: Em 31/12/2007 certo?

Ok.

Os recebimentos serão realizados nas seguintes datas (mais ou menos), 31/12/2006, 31/01/2007,
28/02/2007, 31/03/2007, 30/04/2007, 31/05/2007, 30/06/2007, 31/07/2007, 31/08/2007, 30/09/2007,
31/10/2007, 30/11/2007, 31/12/2007, 31/01/2008, 28/02/2008, 31/03/2008, 30/04/2008, 31/05/2008,
30/06/2008, 31/07/2008, 31/08/2008, 30/09/2008.

Cada parcela tem o valor de R$ 100,00.

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Baseado em tudo o que vimos acima, somente as 13 parcelas seriam classificadas no ativo circulante,
porque elas irão se realizar até o final do exercício social subseqüente, as demais parcelas serão classificadas
em outro grupo (veremos depois).

Portanto relativamente a esse direito, estaríamos apresentando em nosso balanço patrimonial a quantia de
R$ 1.300,00 em clientes, no grupo do ativo circulante os outros R$ 900,00 serão apresentados em outro
grupo.

Procurem entender bem essa classificação, muita coisa do que será visto daqui pra frente dependerá muito
dessa observação.

No próximo tutorial, finalizaremos a parte sobre classificação no ativo circulante, e começaremos a elaborar
alguns exercícios que nos ajudarão a compreender melhor essa classificação.

Ok?

Até a próxima

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44. Grupos do Balanço


Patrimonial – 3.ª Parte
No tutorial passado, continuando o nosso aprendizado sobre o grupo do ATIVO CIRCULANTE, vimos o que
vem a ser um exercício social, entendemos o que é direito realizável, e no presente tutorial vamos finalizar o
estudo sobre o grupo do ATIVO CIRCULANTE.

O Ativo Circulante – Continuação


Vamos relembrar o texto da lei que fala sobre o ativo circulante:

Ativo

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e


as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;

O inciso I do artigo 179 trata das contas de ativo circulante, inicialmente ele fala das disponibilidades, que
devem ser entendidas como o dinheiro que esta a disposição da empresa, seja, no caixa da empresa, na
conta bancaria ou numa aplicação financeira de liquidez imediata (quando a empresa bem quiser pode ir lá e
sacar o dinheiro), para estar classificado em disponibilidades a conta patrimonial, precisar ser representativa
de dinheiro e este estar a disposição da empresa.

A seguir, trata-se dos DIREITOS REALIZAVEIS NO CURSO DO EXERCICIO SOCIAL SUBSEQUENTE, assim as
contas patrimoniais que representarem direitos que a empresa possui contra terceiros, e se tais direitos irão
ocorrer (realizar-se, efetivar-se) até o final (no curso) do exercício social subseqüente (que vem a seguir),
estes direitos serão classificados também no ativo circulante. Em outras palavras podemos entender que os
direitos classificados nesse grupo se transformarão em dinheiro.

Adiante, temos mais um tipo de conta que irá ser classificada também no ativo circulante de uma empresa,
as contas que representem AS APLICAÇÕES DE RECURSOS EM DESPESAS DO EXERCICIO SEGUINTE.

Mas o que viria a ser isso?

É o que vamos estudar agora afim de finalizar o nosso estudo sobre o grupo do ativo circulante.

Vamos lá?

As Aplicações de Recursos em Despesas do Exercício Seguinte


T T

Para compreender tal expressão nada melhor do que um exemplo bem simples:

Imaginem que estamos em 20/12/2006 e que nossa empresa resolve pintar toda a sua fachada, assim
contrata uma empresa de pintura, e fica combinado que o serviço de pintura começara em 02/01/2007, e
que o valor do serviço é de R$ 2.000,00, o qual pagamos antecipado ainda em dezembro de 2006. E em
28/12/2006, a empresa comprou a prazo, tintas no valor de R$ 700,00.

Vejam que relativamente a contratação da pintura a empresa efetuou um pagamento em 2006, por um
serviço que só será prestado em 2007. Logo ela aplicou um recurso (dinheiro), numa despesa que se
realizará no exercício seguinte (2007).

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E que relativamente às compras das tintas, embora ela não tenha aplicado recursos ainda, o fará numa data
combinada (compra a prazo).

Assim esses valores, devem ser lançados numa conta de ativo, e posteriormente lançados numa conta de
despesa, quando efetivamente ocorrerem.

Vamos visualizar o lançamento no livro diário para melhor compreender, ficaria assim:

1 – Pelo pagamento dos serviços:

Serviços a Utilizar (Conta de Ativo Circulante)

.a Bancos R$ 2.000,00

Lançamento efetuado para registro do pagamento do serviço de pintura que será prestado no inicio do ano
de 2007.

2 – Pela compra das Tintas

Bens a Utilizar

.a Fornecedores R$ 700,00

Lançamento efetuado para registro da compra das tintas, que serão utilizadas na pintura da fachada da
empresa, efetuada a prazo.

Percebam que no primeiro lançamento, registramos um aumento na conta de Serviços a Utilizar, no valor de
R$ 2.000,00, sendo uma conta de ativo, estamos aumentando seu saldo, em contra partida houve uma
redução no saldo bancário também no valor de R$ 2.000,00.

No lançamento em questão houve efetivamente a aplicação de um recurso (dinheiro).

Já no segundo lançamento, registramos a débito na conta de Bens a Utilizar (poderia ser outro nome
qualquer), o valor de R$ 700,00 aumentando assim seu saldo, e registramos a crédito, o valor de R$ 700,00
na conta fornecedores, aumentando também seu saldo, embora não tenha ocorrido a efetiva aplicação de
recursos (termo mais genérico que somente a efetiva saída do dinheiro, mais que veremos mais adiante o
correto significa contábil de aplicação de recursos), houve o compromisso de ser feito posteriormente.

Mas o lançamento acima só foi efetuado assim, porque estamos em 2006, e as despesas ocorrerão somente
no ano de 2007.

Para compreender, se estivéssemos em 02/01/2007 os lançamentos seriam efetuados da seguinte forma:

Serviços Prestados (ou Desp. c/ Reformas, ou outro nome, mas uma conta de DESPESA)

.a Banco R$ 2.000,00

Registro pelo pagamento dos serviços de pintura.

E o outro lançamento assim:

Despesas com Conservação (ou Despesas com Reformas)

.a Fornecedores R$ 700,00.

Vejam que conforme acima, estaríamos debitando contas de despesas, assim alteraríamos o resultado no
ano de 2007, pois tratando-se de contas de despesas, as mesmas reduziriam o lucro do período.

Sendo que como esses registros ocorreram no ano de 2006, e que são relativos a despesas de 2007, eles
não podem reduzir o lucro o ano de 2006, afinal a despesa não ocorreu em 2006, ocorrerá em 2007.
Lembram-se do PRINCIPIO DA COMPETENCIA, que diz uma despesa deve ser registrada no mês em que
efetivamente ocorrer?

Então sempre que tivermos que efetuar o registro de uma aplicação de um recurso (que geralmente é
dinheiro) relativo a uma despesa do exercício seguinte, esse registro deve ficar no grupo do ativo circulante.

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Outro fato importante a ser lembrado, e muitos já podem ter percebido, é o seguinte:

Quando falamos sobre os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente, exemplificamos o
mesmo com um adiantamento ao fornecedor, vejamos o que foi dito:

Um outro exemplo, não tão comum, mas que pode acontecer é o caso de um adiantamento ao fornecedor,
vamos supor que solicitamos que nosso fornecedor fabrique vinte mesas, e que o preço combinado por essas
20 mesas, é de R$ 1.000,00, sendo que para começar a fabricar as mesas o fornecedor nos exige um
adiantamento no valor de R$ 300,00.

E acima, para exemplificar as APLICAÇÕES DE RECURSOS EM DESPESAS DO EXERCICIO SEGUINTE


utilizamos o exemplo abaixo:

Imaginem que estamos em 20/12/2006 e que nossa empresa resolve pintar toda a sua fachada, assim
contrata uma empresa de pintura, e fica combinado que o serviço de pintura começara em 02/01/2007, e
que o valor do serviço é de R$ 2.000,00, o qual pagamos antecipado ainda em dezembro de 2006.

Num primeiro momento um adiantamento a fornecedor por conta das compras de mercadorias, também
poderia ser classificado em APLICAÇÕES DE RECURSOS EM DESPESAS DO EXERCICIO SEGUINTE. Certo?

Não !!!!!!!!!!!!!!

A compra de mercadoria não é considerada uma despesa.

A compra de mercadorias será um ativo (CONTA DE MERCADORIAS), e posteriormente quando ocorrer a


venda será transformado num custo (CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS).

Então na verdade quando efetuamos um adiantamento ao nosso fornecedor, não alocamos recursos em
DESPESAS do exercício seguinte.

Vamos agora entender o contrário, ou seja, se uma APLICACAO DE RECURSOS EM DESPESAS DO


EXERCICIO SEGUINTE (vamos considerar inclusive o exemplo que utilizamos acima, que é o caso do
pagamento antecipado pelos serviços de pintura), poderia ser classificado no ativo circulante, mas incluído
no contexto de OS DIREITOS REALIZÁVEIS NO CURSO DO EXERCÍCIO SOCIAL SUBSEQÜENTE.

Vejamos que a empresa efetuou um pagamento antecipado pelo serviço de pintura, logo, adquiriu um
direito, o de receber o serviço de pintura, e esse direito será realizado no curso do exercício social
subseqüente. Certo?

Bom então a princÍpio o pagamento pelo serviço de pintura poderia ser classificado no DIREITOS
REALIZAVEIS NO CURSO DO EXERCICIO SOCIAL SUBSEQUENTE.

Mas não são, isso com a finalidade de que quando uma pessoa olhar o balanço de uma empresa, ela possa
saber que os itens registrados em DIREITOS REALIZAVEIS NO CURSO DO EXERCICIO SOCIAL
SUBSEQUENTE, será transformado em dinheiro em algum momento, tanto pode ser transformado em
dinheiro, aumentando o caixa da empresa, ou diminuindo um pagamento que deverá ser efetuado tal como
um adiantamento ao fornecedor.

Resumindo de alguma forma o que está classificado no sub-grupo de: DIREITOS REALIZAVEIS NO CURSO
DO EXERCICIO SOCIAL SUBSEQUENTE,v ai ser transformado, direta ou indiretamente, em dinheiro.

Enquanto que o que estiver classificado no sub-grupo de APLICAÇÕES DE RECURSOS EM DESPESAS DO


EXERCICIO SEGUINTE, não vai mais ser transformado em dinheiro, e sim num beneficio (vai usufruir algo,
receber algo).

Vamos exemplificar:

Vimos que a conta clientes ficará classificada no grupo de direitos a se realizar, isso porque aquele valor será
transformado em dinheiro em algum momento.

Agora, um exemplo bem comum de aplicações de recursos em despesa seria o seguinte:

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Imagine que a empresa ao alugar um prédio para suas instalações, por um período de 1 ano, tenha que
efetuado um depósito como garantia de 3 vezes o valor do aluguel, e que ficou combinado que os três
últimos meses de vigência do contrato, a empresa não pagaria aluguel por conta desse adiantamento
efetuado.

Esse valor (registro) deverá ser efetuado, no grupo de aplicações de recursos em despesas do exercício
seguinte, porque a empresa não vai mais receber esse dinheiro de volta, e sim usufruir o mesmo (dinheiro),
através do aluguel que não pagará nos 3 últimos meses de vigência do contrato.

Então o grupo de APLICAÇÕES DE RECURSOS EM DESPESAS DO EXERCICIO SEGUINTE é mais conhecido


como DESPESAS ANTECIPADAS.

Ou seja, na maior parte das vezes, esse grupo vai conter registros de valores, que foram pagos
antecipadamente por conta de DESPESAS, que irão ocorrer no exercício seguinte.
T T

Outro exemplo para ficar mais claro, quando uma empresa contrata o seguro de um prédio por exemplo, ela
costuma pagar a vista, ou em poucas parcelas, e geralmente o seguro tem um prazo de vigência de 12
meses.

Considerando que a empresa pagou a vista, ela antecipou o pagamento de uma despesa de que irá ocorrer
não é?

Vamos supor que o valor do seguro seja de R$ 1.200,00 pelo prazo de 12 meses, logo a despesa com seguro
de cada mês é igual a R$ 100,00, ou seja, Em Janeiro a empresa teve uma despesa de R$ 100,00 de seguro,
Em fevereiro a empresa teve novamente uma despesa de R$ 100,00 de seguro e assim sucessivamente até
completar os 12 meses. Só que ela pagou antecipado, logo ela alocou recursos em despesas.

Então basicamente o que vai diferenciar o grupo de DIREITOS REALIZAVEIS NO CURSO DO EXERCICIO
SOCIAL SUBSEQUENTE do grupo de APLICACOES DE RECURSOS EM DESPESAS DO EXERCICIO SEGUINTE.

É que no primeiro existe a expectativa que o valor se transforme efetivamente em dinheiro após um prazo, e
até o final do exercício social subseqüente.

Enquanto que no segundo grupo, essa expectativa de que o valor se transforme em dinheiro, não existe
mais, existe a “certeza” de que aquele valor se transformará num beneficio que a empresa utilizará.

Isso é muito importante quando, mais adiante, falarmos sobre CAPITAL DE GIRO.

Ok?

Vamos encerrar por aqui o nosso estudo sobre o ATIVO CIRCULANTE, no próximo tutorial varemos um
resumo sobre tudo o que foi visto, e uma série de exercícios para fixação, a fim de auxiliar na compreensão
deste assunto.

E nos próximos balanços que elaborarmos o ATIVO CIRCULANTE, deverá ser sempre separado por seus sub-
grupos. Mas veremos antes um exemplo no próximo tutorial.

Leiam novamente e procurem compreender tudo o vimos nessa série de tutoriais, porque começaremos a
ver novos grupos de contas nos próximos tutoriais, e entendendo direito as classificações do ativo circulante,
ficará extremamente mais fácil a classificação nas demais contas.

No próximo tutorial quando começarmos a ver na pratica esses registros, e classificações do ativo circulante,
tudo ficará mais fácil e compreensível.

Então até a próxima.

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45. Grupos do Balanço


Patrimonial – 5.ª Parte
No ultimo tutorial ficou alguns exercícios para fixação no presente tutorial vamos iniciar a correção dos
mesmos.

Vamos lá?

Correção dos Exercícios:


T T

O primeiro exercício que tínhamos era o seguinte:

1 – Quais das contas abaixo representam contas classificadas em DISPONIBILIDADES do Ativo Circulante?

Bancos

Clientes

Estoques

Veículos

Computadores

Caixa.

Resposta: Para responder essa questão, inicialmente temos que nos lembrar quais são os tipos de contas
T T

que estão no grupo disponível do ativo circulante, no primeiro tutorial da série, foi dito que as contas de
disponível (disponibilidades), são contas que representam “dinheiro” o qual podemos utiliza-lo quando bem
quisermos, baseado nisso vejamos:

A conta Bancos representa dinheiro que esta numa instituição financeira, certo? Pense na sua conta
bancaria, você tem um saldo nela de R$ 100,00, assim quando você bem quiser esses R$ 100,00 é só você
ir lá banco e sacar, não é?

Então esse dinheiro, esta a sua disposição, logo, é uma conta do grupo DISPONIVEL.

Vejamos a segunda conta, a conta CLIENTES, essa conta representa o valor que temos a receber dos nossos
clientes, assim efetuamos uma venda a prazo, e registramos nessa conta o valor que temos que receber emT

determinada data. Se fizemos um acordo com o nosso cliente na hora da venda, de que ele só nos pagaria
T

em determinada data não podemos bater na porta dele que querer o dinheiro a qualquer momento, portanto
o saldo da conta CLIENTES representa um valor que iremos receber portanto não é disponível para a
empresa nesse determinado momento. Logo, não pode pertencer ao grupo de disponibilidades, pois não esta
disponível.

A terceira conta que temos é a conta estoques, essa conta representa mercadoria que temos para serem
vendidas, portanto como também não dinheiro, ou seja, não está disponível (financeiramente), não pode ser
classificado no grupo disponível, embora a mercadoria esteja á disposição da empresa, o grupo de disponível
representa itens financeiros (dinheiro vivo). Logo a conta de mercadoria, também não pode ser classificada
no grupo de disponível.

A quarta cota que temos representa um bem que a empresa possui um veiculo, não temos o que falar sobre
ela ser classificada no grupo de disponível, pois da mesma forma que foi dito acima, quando falamos da
conta de estoque, o grupo do disponível trata dos itens financeiramente disponíveis, ou seja, dinheiro. E a
conta de veículos não representa isso, representa um veiculo que a empresa possui.

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O mesmo podemos falar da conta de computadores, ela representa um bem que a empresa possui,
computadores, portanto também não pode ser classificada no grupo do disponível, pois não representa
dinheiro a disposição da empresa.

A última conta que temos em nosso exercício, a conta caixa, essa sim representa dinheiro, afinal como já
vimos diversas vezes nos exercícios anteriores, essa conta representa um dinheiro que a empresa possuiu,
sendo que o que diferencia ela das demais contas que representam dinheiro, é que esta dentro da empresa,
ao contrario da conta de bancos, que representa um dinheiro que a empresa possui, põem não esta com ela
fisicamente, e sim guardado numa instituição, logo a conta caixa, por representar dinheiro, que esta
fisicamente com a empresa, está disponível para ela usar quando bem quiser, logo essa conta é classificada
no grupo do disponível.

Assim as únicas contas que seriam classificadas no grupo do disponível, seriam as contas de BANCOS e
CAIXA.

Vamos a segunda questão?

2 – Uma empresa encerra o seu exercício social sempre em 30 de Junho. Quando se inicia o exercício social
da mesma?

Resposta: Vejamos, se o exercício social tem duração de 1 ano, conforme vimos nos tutoriais passados, se
T T

o exercício social de uma empresa esta encerrando em 30 de junho, quer dizer que ele começa em 01 de
julho, assim de 1 de julho a 30 de junho temos um ano completo, se por acaso uma empresa encerra-se o
seu exercício social em 14 de agosto, o seu exercício social iniciaria em 15 de agosto, assim de 15 de agosto
de um ano até 14 de agosto do outro ano, teríamos o período de um ano completo, nesse caso, teríamos um
exercício social completo.

Vamos a correção da 3 questão, que era a seguinte:

3 – Em que hipóteses uma empresa pode ser o seu exercício social inferior a 1 ano?

Resposta: São somente em dois casos que uma empresa pode ter seu exercício social inferior a um ano,
T T

que são os seguintes: Na sua constituição e quando ocorre alguma alteração estatutária.

Assim uma empresa que inicia suas atividades (constituição) em 01/11/2005, pode determinar sem
problemas que o seu exercício social se encerre em 31/12/2005. Nesse caso, o seu exercício social durante
2005, teria somente 2 meses.

O segundo caso, nos casos de alteração estatutária, imaginem que uma empresa tenha seu exercício social
encerrando sempre em 30/08. E que por motivos de adequação a legislação do imposto de renda, ela
resolva trabalhar com o exercício social encerrando sempre em 31/12, ela pode simplesmente fazer uma
alteração determinando que seu exercício social se encerre em 31/12, assim suponhamos que ela esteja em
31/05, ela finaliza um exercício social nessa data, e começa um outro de 01/06 a 31/12, e os próximos
exercícios sociais, serão sempre de 01/01 a 31/12.

4 – Quais as 3 classificações possíveis para as contas de Ativo Circulante?

Resposta: As contas de ativo circulante podem ser classificadas em DISPONIVEL, DIREITOS A REALIZAR NO
T T

CURSO DO EXERCICIO SOCIAL SUBSEQUENTE, e APLICAÇÕES DE RECURSOS EM DESPESAS DO EXERCICIO


SEGUINTE.

5 – Qual a característica essencial para que uma conta seja classificada em DISPONIBILIDADES?

Resposta: Como vimos a característica básica para que uma conta seja classifica em disponibilidades, é que
T T

ela represente dinheiro, e que este esteja a disposição da empresa, ou seja, quando ela bem quiser ela
T T

pode utiliza-lo.

6 – Uma empresa efetuou uma aplicação financeira em 31/12/2006, sendo que o valor deve ficar aplicado
pelo período de 15 meses, nesse tempo a empresa não pode mexer no dinheiro, tendo seu exercício social
encerrando em 31/12, em que sub-grupos do ATIVO CIRCULANTE essa conta ficaria classificada?

Resposta: Em nenhum dos sub-grupos das contas de ativo circulante !!!!!!!!!!


T T

Mas porque? Vamos analisar!

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Primeiro as contas de Ativo Circulante como sabemos só possuem 3 classificações possíveis:

DISPONIVEL, DIREITOS A REALIZAR NO CURSO DO EXERCICIO SOCIAL SUBSEQUENTE, e APLICAÇÕES DE


RECURSOS EM DESPESAS DO EXERCICIO SEGUINTE.

Vamos analisar cada um dos grupos para ver se essa operação pode ser classificada em um deles.

Primeiro, no DISPONÍVEL, vejamos: A empresa efetuou uma aplicação financeira, logo, ela esta mexendo
com dinheiro, até aqui tudo bem, ela poderia ser classificada no disponível, mas temos que analisar a outra
condição básica, essa aplicação financeira tem que estar disponível para a empresa usar quando ela bem
quiser, e isso acontece?

Não.

Porque afinal, ela tem um prazo que precisa esperar, somente após 15 meses, ela pode mexer nesse
dinheiro. Logo, não esta disponível. Então não pode ser classificado no DISPONIVEL.

A segunda classificação possível seria no sub-grupo DIREITOS A REALIZAR NO CURSO DO EXERCICIO


SOCIAL SUBSEQUENTE, mas também não pode ser classificado nesse grupo, sabe porque?

Vamos analisar a operação primeiro, uma aplicação financeira, onde a empresa deve deixar o dinheiro
aplicado durante pelo menos 15 meses. O exercício social da empresa se encerra em 31/12. E a data que a
empresa fez essa aplicação financeira foi em 31/12/2006.

Até aqui tudo bem não?

Mas para que uma conta seja classificada em DIREITOS A REALIZAR NO CURSO DO EXERCICIO SOCIAL
SUBSEQUENTE, essa conta tem que representar um bem ou direito que vai se transformar em dinheiro
(direta ou indiretamente) até o final do exercício social subseqüente certo? Ou seja, esta conta tem que
representar um valor que no futuro a empresa vai utilizar ele como dinheiro.

Então a principio a conta de aplicação financeira poderia ser classificada aqui nesse porque, na verdade
iremos realizar um valor, o valor dos juros que renderá. E após o prazo definido ainda resgataríamos o valor
original, ou seja, após o prazo combinado, vamos ter de volta o valor que aplicamos mais os juros que
rendeu.

Ótimo.

Então a principio poderíamos classificar essa conta no grupo de DIREITOS A REALIZAR NO CURSO DO
EXERCICIO SOCIAL SUBSEQUENTE, mas porque não classificamos?

Simples, porque temos que nos atentar a um detalhe muito importante, que é o exercício social, vejam que
para que seja classificado no grupo de DIREITOS A REALIZAR NO CURSO DO EXERCICIO SOCIAL
SUBSEQUENTE, o direito tem que ser realizado até o termino do exercício social subseqüente, acontece
T T

que o prazo para resgatarmos essa aplicação financeira é de 15 meses, e que estamos em 31/12/2006, e
nosso exercício social encerra em 31/12. Assim estamos nessa data encerrando um exercício social, sendo
que o próximo exercício social se encerrará em 31/12/2007.

Da data que estamos até o final do exercício social seguinte, temos exatamente 12 meses, sendo que o
prazo para resgatarmos a aplicação efetuada é de 15 meses, ou seja, após o final do exercício social
subseqüente ainda teremos que aguardar mais 3 meses para que possamos retirar o valor que foi aplicado e
mais o juros, assim esse direito na verdade irá se realizar depois do exercício social subseqüente. Logo não
pode ser classificado no DIREITOS A REALIZAR NO CURSO DO EXERCICIO SOCIAL SUBSEQUENTE, porque
não será realizado no curso e sim após o curso do exercício social subseqüente.

Se essa mesma aplicação financeira tivesse sido efetuada antes de 30/09/2006, os 15 meses, cairiam
aproximadamente perto de 31/12/2007, ai sim, nesse caso essa conta seria classificada em DIREITOS A
REALIZAR NO CURSO DO EXERCICIO SOCIAL SUBSEQUENTE, porque estaria sendo realizada no curso do
T

exercício social subseqüente. T

Bom então só nos restou mais um grupo para vermos se essa operação pode ser classificada ou não no ativo
circulante, que é o grupo de APLICAÇÕES DE RECURSOS EM DESPESAS DO EXERCICIO SEGUINTE.

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Como dito nos tutoriais passados esse grupo de contas apresenta a aplicação de recursos (geralmente
dinheiro) em despesas, ais quais serão utilizadas (usufruídas) até o termino do exercício seguinte.
T T

De cara já podemos descartar esse grupo, porque nossa operação não é caracterizada como uma despesa,
muito pelo contrário, ele foi efetuada com a intenção de trazer receitas, pela geração de juros favoráveis a
empresa.

Então vimos que essa operação não pode ser classificada em nenhum dos sub-grupos do ativo circulante,
mas onde ela será classificada?

Isso veremos logo em breve, assim que acabarmos de efetuarmos todas as correções dos exercícios.

Vamos terminar logo então?

A próxima questão era a seguinte:

7 – Considere os mesmos dados da questão número 6, sendo que o exercício social da empresa se encerra
em 30/08. Em que sub-grupos do ATIVO CIRCULANTE essa conta ficaria classificada?

Resposta: Na própria correção da questão 6, já respondemos essa pergunta, mais nunca é demais,
T T

fixarmos isso em nossas mentes, vamos recapitular:

A empresa fez uma aplicação financeira pelo prazo de 15 meses, só pode retirar o dinheiro após esse prazo.
O exercício social se encerra em 31/12, e a data da aplicação financeira é 30/08.

Vamos então ver quando a empresa poderia retirar esse dinheiro, em 30/09 o dinheiro aplicado teria 1 mês,
em 30/10 dois meses, conseqüentemente em 31/12 teria 4 meses. Logo, nesta data, ainda faltariam 11
meses para que a empresa pudesse retirar esse dinheiro. Poderíamos dizer então que em novembro de 2006
a empresa poderia estar retirando esse dinheiro, logo, novembro de 2006, estaria dentro do exercício social
subseqüente não?

A final o exercício social subseqüente se encerrará em 31/12/2006.

Portanto agora sim essa conta será classificada no Ativo Circulante, sub-grupo de DIREITOS A REALIZAR NO
CURSO DO EXERCICIO SOCIAL SUBSEQUENTE, porque ao final do prazo (30/11), a empresa terá o direito
de retirar o valor aplicado acrescido dos juros.

Ok?

8 - Qual a diferença básica que distingue as contas de DIRETOS A REALIZAR NO CURSO DO EXERCICIO
SOCIAL SUBSEQUENTES e APLICACOES DE RECURSOS EM DESPESAS DO EXERCICIO SEGUINTE?

Resposta: Conforme vimos nos comentários acima, e nos tutoriais passados, cada sub-grupo das contas de
T T

ativo circulante, tem uma característica básica (marcante), por exemplo, o DISPONIVEL representa um item
financeiro (dinheiro) o qual esta a disposição da empresa, ou seja, ela pode utiliza-lo quando bem entender,
daí o termo DISPONIVEL.

Mas o que viria a diferenciar DIRETOS A REALIZAR NO CURSO DO EXERCICIO SOCIAL SUBSEQUENTES de
APLICACOES DE RECURSOS EM DESPESAS DO EXERCICIO SEGUINTE?

O primeiro DIRETOS A REALIZAR NO CURSO DO EXERCICIO SOCIAL SUBSEQUENTES, como já vimos são
itens que se realizarão, em outras palavras podemos dizer que se transformarão em dinheiro.
T T

Já o segundo, APLICACOES DE RECURSOS EM DESPESAS DO EXERCICIO SEGUINTE, representam um


dinheiro que a empresa investiu (ou virá a investir, caso se a prazo) numa despesa, ou seja, as contas
classificadas nesse grupo, não se transformarão em dinheiro, e sim num beneficio.

Por exemplo imaginem que a empresa tenha feito uma assinatura de uma revista técnica relativa a sua
atividade, e que a assinatura dessa revista custa R$ 600,00, e da direito a receber 12 exemplares, e ainda,
considerando que a empresa tenha efetuado o pagamento a vista. Vejam que ela aplicou dinheiro, em algo
que não se transformará em dinheiro depois, se transformará num beneficio que será o recebimento dos
exemplares.

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Então o que vai diferenciar um grupo do outro, são essas características básicas, que resumidamente
podemos conceituar como: Um vai se realizar em dinheiro, e o outro vai se transformar num beneficio para a
empresa.

Compreendido?

Vamos a próxima?

9 – Uma empresa efetuou um adiantamento salarial a seu funcionário, que será descontado do seu salário
do mês, pertunga-se:

9.1 – Essa operação representa um direito para a empresa?

Resposta: Sim representa, afinal a empresa adiantou um dinheiro ao funcionário, e ela agora tem um
T T

direito contra o mesmo, o direito de descontar de seu salário o valor equivalente.

9.2 – Caso represente essa operação será registrada no grupo do Ativo Circulante?

Resposta: Sim será classificada no ativo circulante, será de ativo porque representa um direito da empresa,
T T

e ativo circulante, porque se realizará no curso do exercício social subseqüente, ou seja, até o final do
exercício social subseqüente, na verdade a empresa descontará do funcionário no mais tardar no inicio do
mês seguinte por ocasião do pagamento do seu salrio conforme foi dito no enunciado.

9.3 – Caso positivo em qual sub-grupo do Ativo Circulante?

Resposta: Será classificado DIRETOS A REALIZAR NO CURSO DO EXERCICIO SOCIAL SUBSEQUENTES,


T T

vejamos porque:

Disponível não pode ser porque não é dinheiro a disposição da empresa, muito pelo contrário deixou de ser,
agora o dinheiro ficou a disposição do funcionário, não é? A empresa retirou dinheiro que ela tinha e passou
esse dinheiro para o funcionário. Logo, deixou de ser disponível para ela.

E também não pode ser APLICACOES DE RECURSOS EM DESPESAS DO EXERCICIO SEGUINTE, porque não é
uma despesa para a empresa tal operação, a despesa para a empresa é o salário do funcionário, se por
algum motivo a empresa tivesse combinado que pagaria ao funcionário adiantado o valor de 5 salários seus
por exemplo, ai sim, seria uma despesa, mas na verdade trata-se de um adiantamento, a empresa concedeu
o dinheiro, mais irá descontar do funcionário depois.

Logo, só resta uma classificação possível, que é a de DIRETOS A REALIZAR NO CURSO DO EXERCICIO
SOCIAL SUBSEQUENTES.

10 – Uma empresa recebeu cheques para pagamento de uma venda efetuada a vista, e que podem ser
apresentados a qualquer momento, qual a classificação para essa conta dentro do Ativo Circulante?

Resposta: Essa é uma questão difícil de ser compreendida no inicio, mas vamos com calma, com duas
T T

perguntas podemos responder ela, a primeira:

Essa operação é uma despesa?

Não né.

Logo, não pode estar classificada em APLICACOES DE RECURSOS EM DESPESAS DO EXERCICIO SEGUINTE.

Essa operação ainda vai se realizar?

Não, então não pode ser classificada em DIRETOS A REALIZAR NO CURSO DO EXERCICIO SOCIAL
SUBSEQUENTES.

Mas porque não?

Simples, a operação já esta realizada, vendeu e recebeu pela venda, embora tenha recebido através de um
cheque, mas o cheque pode ser compensado (sacado) a qualquer momento, portanto preenche o requisito
de disponibilidade, agora se o cheque fosse a prazo, o requisito da disponibilidade já não estaria mais
presente.

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Portanto a classificação para essa conta seria no DISPONIVEL.

11 – Uma empresa efetuou um acordo com seu advogado, no acordo ficou combinado que a empresa
pagaria de imediato a quantia de R$ 1.200,00 e que o advogado prestaria serviços por 12 meses, sem ter
direito a receber mais nada. Qual a classificação para essa conta?

Resposta: DISPONIVEL pode ser? Não, afinal não estamos falando de dinheiro.
T T

REALIZAVEL NO CURSO DO EXERCICIO SOCIAL SUBSEQUENTE? Também, não afinal não vai se transformar
em dinheiro, ou seja, não vai se realizar.

APLICACOES DE RECURSOS EM DESPESAS DO EXERCICIO SEGUINTE?

Sim, pois vejam que a empresa pagou pelos serviços de advocacia, porem pagou antecipado o serviço pelo
período de 1 ano. Logo, ela aplicou recursos, em despesas do exercício seguinte.

12 – Uma empresa efetuou um acordo com seu fornecedor, pagará ao mesmo 10 parcelas de R$ 100,00 por
uma encomenda de mercadoria, sendo que no 5 mês, o fornecedor deve entregar as mercadorias. Qual a
classificação para os 5 primeiros pagamentos?

Resposta: Vejam que a empresa efetuará 5 pagamentos antecipados ao fornecedor, somente após o 5
T T

pagamento ela receberá as mercadorias, a questão é em que sub-grupo de contas esses 5 primeiros
pagamentos seriam classificados.

Disponível pode ser?

Não, porque não é dinheiro, e nem esta disponível a empresa, muito pelo contrario ela esta se desfazendo
de dinheiro com os pagamentos ao fornecedor.

Aplicação de Recursos em Despesas do Exercício Seguinte (Despesas Antecipadas)?

Também não, até porque a compra de mercadoria não é considerada uma despesa.

Então só nos resta um ultimo grupo, REALIZAVEL NO CURSO DO EXERCICIO SOCIAL SUBSEQUENTE, vejam
que esses pagamentos antecipados, vão se realizar efetivamente quando o fornecedor nos entregar a
mercadoria, nesse momento ele nos entregará a nota fiscal da mercadoria cobrando a quantia de R$
1.000,00 sendo como já pagamos 5 parcelas de R$ 100,00, ou seja R$ 500,00, vamos realizar esses R$
500,00 descontando esse valor da compra efetuada no valor de R$ 1.000,00 assim só ficaríamos devendo ao
fornecedor a quantia que falta que é de R$ 500,00 (R$ 1.000,00 – R$ 500,00).

13 – Qual a classificação dentro do ativo circulante para os 5 últimos pagamentos?

Resposta: Não haverá classificação a ser feita no ativo circulante referente aos 5 últimos pagamentos,
T T

vamos entender porque.

A empresa começa a pagar as parcelas de R$ 100,00 conforme combinado, assim ela começa a entregar
dinheiro ao fornecedor, por conta de uma mercadoria que ela ainda nem recebeu, nesse momento ela esta
adquirindo um direito, o de descontar do fornecedor, esse valor adiantado.

Assim é feito até a quinta parcela, nesse momento a empresa tem o direito de descontar do fornecedor a
quantia de R$ 500,00.

Sendo que nesse momento o fornecedor entrega as mercadorias, avaliadas a R$ 1.000,00, como a empresa
já pagou R$ 500,00, a empresa fica devendo ao fornecedor os outros R$ 500,00, se ela esta devendo ao
fornecedor na verdade esses R$ 500,00 vão aparecer numa conta de passivo e não de ativo, portanto os 5
ultimos pagamentos não terão classificação nenhuma a ser efetuada, muito menos em conta de ativo
circulante, quando ocorrer esses pagamentos a empresa debitará a conta de fornecedores, e creditará a
conta bancos ou caixa, pelo valor de R$ 100,00.

Terminamos assim a correção de nossos exercícios, no próximo tutorial estaremos começando a aprender
um novo grupo do ativo, o ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO.

Então até a próxima.

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46. Grupos do Balanço


Patrimonial – 6.ª Parte
No tutorial passado, finalizamos a parte dessa série de tutoriais onde aprendemos sobre o ativo circulante,
no presente tutorial vamos ver um novo grupo de contas do ativo, chamado de ATIVO REALIZAVEL A LONGO
PRAZO.

Vamos lá?

O Ativo Realizável a Longo Prazo:


T T

Inicialmente vamos ver o diz a lei, sobre as contas de ativo realizável a longo prazo.

Ativo

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e


as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;

II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim
como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo
243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na
exploração do objeto da companhia;

Vejam que o inciso II do artigo 179 da lei 6.404, trata das contas ativo realizável a longo prazo.

Resumidamente, podemos dizer que serão classificadas no ativo realizável a longo a longo prazo, todos os
direitos que se realizarão após o fim do exercício social subseqüente.

Por exemplo, um dos exercícios que corrigimos no tutorial passado, que era o seguinte:

6 – Uma empresa efetuou uma aplicação financeira em 31/12/2006, sendo que o valor deve ficar aplicado
pelo período de 15 meses, nesse tempo a empresa não pode mexer no dinheiro, tendo seu exercício social
encerrando em 31/12, em que sub-grupos do ATIVO CIRCULANTE essa conta ficaria classificada?

Vimos durante a correção do mesmo, que como o prazo para resgate da aplicação financeira, ultrapassará o
exercício social subseqüente, que se encerra após 31/12/2007, mas especificamente por volta de
31/03/2008. Assim o prazo para resgatar essa aplicação financeira ultrapassa o exercício social subseqüente
por 3 meses. Logo, estará se realizando após o termino do exercício social subseqüente, dessa forma essa
conta será classificada em ATIVO REALIZAVEL A LONGO PRAZO, por esse motivo.

Mas vamos analisar o texto da lei, para o compreendermos por completo.

Características do Ativo Realizável a Longo Prazo:


T T

Vejam que o inciso II diz inicialmente que serão classificados no ativo realizável a longo prazo, os direitos
realizáveis após o termino do exercício seguinte, um exemplo foi o da questão do ultimo exercício que
comentamos acima, mas existem dezenas de tipos de diretos que podem ser realizados após o termino do
exercício seguinte, um deles é derivadas de vendas com parcelamentos muitos longos, tipo um
financiamento em 30 vezes ou mais, vamos compreender melhor, para tanto imaginem o seguinte:

Uma venda no valor de R$ 3.600,00, a ser paga em 36 parcelas de R$ 100,00, a data da venda foi
10/01/2006, e o exercício social da empresa se encerra sempre no dia 31 de dezembro. Sendo a primeira
parcela a ser recebida daqui a 30 dias, ou seja, os recebimentos se iniciarão em 10/02/2006.

Logo, teremos recebimentos referentes a essas vendas nas seguintes datas:

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10/02/2006, 10/03/2006, 10/04/2006, 10/05/2006, 10/06/2006, 10/07/2006, 10/08/2006, 10/09/2006,


10/10/2006, 10/11/2006, 10/12/2006, 10/01/2007, 10/02/2007, 10/03/2007, 10/04/2007, 10/05/2007,
10/06/2007, 10/07/2007, 10/08/2007, 10/09/2007, 10/10/2007, 10/11/2007, 10/12/2007, 10/01/2008,
10/02/2008, 10/03/2008, 10/04/2008, 10/05/2008, 10/06/2008, 10/07/2008, 10/08/2008, 10/09/2008,
10/10/2008, 10/11/2008, 10/12/2008, e 10/01/2009.

Bastante tempo não é mesmo?

Mas voltando ao assunto, vejam que as seguintes parcelas vencerão até o termino do exercício social
seguinte que se encerrará em: 31/12/2007.

10/02/2006, 10/03/2006, 10/04/2006, 10/05/2006, 10/06/2006, 10/07/2006, 10/08/2006, 10/09/2006,


10/10/2006, 10/11/2006, 10/12/2006, 10/01/2007, 10/02/2007, 10/03/2007, 10/04/2007, 10/05/2007,
10/06/2007, 10/07/2007, 10/08/2007, 10/09/2007, 10/10/2007, 10/11/2007, 10/12/2007.

Assim temos um total de 23 parcelas, que receberemos até o termino do exercício social subseqüente, e elas
totalizam R$ 2.300,00.

As demais parcelas:

10/01/2008, 10/02/2008, 10/03/2008, 10/04/2008, 10/05/2008, 10/06/2008, 10/07/2008, 10/08/2008,


10/09/2008, 10/10/2008, 10/11/2008, 10/12/2008, e 10/01/2009.

Só serão realizadas após o termino do exercício social subseqüente, ou seja, após 31/12/2007, e elas
totalizam R$ 1.300,00 (13 parcelas de R$ 100,00).

Assim esses R$ 1.300,00 relativos as parcelas que somente serão recebidas após o termino do exercício
social subseqüente, serão classificados no ativo realizável a longo prazo.

Por conta desse nome dado aos ativos que exigirão maiores tempo para sua realização, ativos realizáveis a T

longo prazo, as contas de ativo circulante também são conhecidas como contas de curto prazo.
T T T

Mas vamos continuar a entender o inciso II da lei 6.404, para completarmos nosso aprendizado sobre as
contas de ativo realizável a longo prazo.

Voltamos a analisar o texto da lei que é o seguinte:

II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim
como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo
243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na
exploração do objeto da companhia;

Vejam que ela diz que serão classificados no ativo realizável a longo prazo, os direitos realizáveis após o
término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas. Ou seja, tanto os direitos realizáveis
após o termino do exercício seguinte (exemplo da aplicação financeira de 15 meses, após esse prazo a
empresa tem o direito de retirar o seu dinheiro), bem como os direitos derivados de vendas, como utilizamos
no exemplo acima.

Mas continuando em nossa interpretação, vejam que a lei diz que também serão classificados no ativo
realizável a longo prazo, os adiantamento ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas
T

(artigo 243). T

Mas o que viria a ser isso?

Adiantamento ou Empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243).

Por enquanto vamos nos preocupar somente em entender o que é coligada e controlada, mais tarde
voltaremos a estudar mais a fundo o artigo 243 e todos os seus parágrafos, por enquanto vamos nos
aprofundar somente nos parágrafos 1 e 2,

O texto completo do artigo 243, é o seguinte:

Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da companhia em sociedades
coligadas e controladas e mencionar as modificações ocorridas durante o exercício.

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§ 1º São coligadas as sociedades quando uma participa, com 10% (dez por cento) ou mais, do capital da
outra, sem controlá-la.

§ 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras


controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas
deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.

§ 3º A companhia aberta divulgará as informações adicionais, sobre coligadas e controladas, que forem
exigidas pela Comissão de Valores Mobiliários.

Vejam que o parágrafo primeiro trata das sociedades coligadas, e o segundo trata das sociedades coligadas.

Pelo que diz o parágrafo primeiro do artigo 243, são sociedades coligadas quando uma empresa tem
participação no capital social (é sócia) de outra empresa, com 10% ou mais do capital social, sem controla-
la.

Imaginem o seguinte nossa empresa resolve ser sócia de outra empresa, a empresa B, por um motivo
qualquer (veremos alguns dos motivos que levam uma empresa a fazer isso, quando falarmos sobre
Equivalência Patrimonial), o capital da empresa B, é de R$ 15.000,00, e um dos sócios dela esta saindo e
colocou a venda a quantia de R$ 3.000,00 relativos a 20% de sua participação no capital social, e nossa
empresa compra essa participação do sócio que esta saindo pagando-o o valor de R$ 3.000,00, nossa
empresa agora passou a ter 20% do da empresa B, ou seja, de acordo com o que a lei diz, a empresa B,
passou a ser nossa coligada.

Vamos agora entender o parágrafo segundo do artigo 243.

Agora imaginem que a empresa B, com um capital de R$ 15.000,00, e que o sócio que esta saindo dela
detém 60% do capital social da empresa, ou seja, R$ 9.000,00, e que nossa empresa compra essa
participação. Vejam que como a empresa comprou a maior parte do capital social 60% (só restam 40%), a
nossa empresa passou a controla-la, ou seja, como agora temos a maior parte no capital da empresa B, a
nossa empresa agora, passa a controla-la. Afinal temos a maior parte do capital social da empresa, logo,
somos “mais donos” da empresa B do que os demais sócios que só tem os 40% restantes.

Esse tipo de controla acima, quando a nossa empresa participa diretamente do capital de outra empresa,
controlando-a, é chamado de controle direito.

Mais poderíamos ter o controle de outra empresa, indiretamente, da seguinte forma, vamos chamar a nossa
empresa de empresa A, que tem participação direta no capital social da empresa B, conforme visto acima,
agora vamos considerar que a empresa A tinha ainda outra participação em empresas, na empresa C, onde
detinha 30% de participação nesta, até o presente momento C é coligada de A, porque A não possui total
controle de C, ou seja, tem outros sócios que por terem maiores participações no capital social da empresa
C, tem o controle dela.

Agora supondo que a empresa B, tinha 40% do participação no capital da empresa C.

Nessa condição, onde a empresa tem um pedaço do capital de C (30%), e a empresa B (40%) outro pedaço,
a soma das duas participações (70%) dá a empresa A o controle da empresa C, o controle indireto, porque A
tem o controle da empresa B, que possui 40% da empresa C, sendo que os 40% de B somados aos 30% de
A, totalizam 70% de participação na empresa C.

Esse é o chamado controle indireto.

Voltaremos a falar sobre esses tipos de controles quando falarmos sobre, Equivalência Patrimonial, isso mais
pra frente.

Mas por enquanto vamos entender o seguinte:

Sociedade Coligada é aquela na qual nossa empresa participa com 10% ou mais no capital social, sem
controla-la.

E Sociedade Controlada, é aquela na qual nossa empresa detém o controle dela, seja direta ou
indiretamente, esse controle é feito de acordo com a quantidade de ações (ou cotas do capital social) que
uma empresa possui em relação a outra.

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Um outro detalhe importante é que ás vezes com 10% de participação no capital social de uma empresa,
outra pode controla-la, basta para isso que o capital dessa empresa esteja, tão repartido, que ninguém
tenha mais do que 10% de participação no capital social dela. Nesse caso a empresa, com 10% de
participação no capital social, passaria a ter o controle dela.

Bom entendido o que são sociedades coligadas e controladas. Vamos continuar a nossa interpretação do
artigo, vejam que a lei diz que adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas,
também serão classificadas no ativo realizável a longo prazo.

E Percebam que aqui a lei em nenhum momento tratou de dizer serão somente os adiantamentos ou
empréstimos, que serão realizados após o termino do exercício social seguinte.

E na verdade independerá do prazo estipulado para recebimento do adiantamento ou empréstimo, se for um


empréstimo que a empresa (coligada ou controlada) deva pagar daqui a dois meses, ele
OBRIGATORIAMENTE deverá ser classificado no ativo realizável a longo prazo.

Ou seja, para esse tipo de operação com coligadas ou controladas, não existirá classificação no ativo
circulante.

Mas porque isso?

Na verdade existem uma série de fatores, que fazem uma empresa participar do capital de outra empresa, e
geralmente sempre existe um certo “interesse” nessa participação (como dito, voltaremos a falar mais sobre
essas participações, inclusive com maior riqueza de detalhes, quando falarmos sobre Equivalência
Patrimonial), na pratica é raro esse dinheiro voltar a empresa, logo se estivesse apresentando ele no ativo
circulante, estaria mostrando que estaria esperanço receber esse valor, quando na verdade é bem provável
que isso não aconteça.

Ok?

Então vamos continuar o nosso estudo.

Vejam que também serão classificados no ativo realizável a longo prazo, os adiantamentos ou empréstimos
a diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia.

A finalidade deste procedimento é o mesmo que o exposto quando falamos de empréstimos a sociedades
coligadas e controladas, ou seja, não mostrar no ativo circulante, um valor que represente um direito, que
provavelmente demorará a ser recebido.

Então também não importa se o adiantamento, será efetivamente pago no mês seguinte ou daqui a 5 anos,
ele será classificado no ativo realizável a longo prazo.

Agora vejam que temos uma exceção ao final do inciso segundo:

II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim
como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo
243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios
T

usuais na exploração do objeto da companhia. T

Essa parte final, quer dizer o seguinte, que os empréstimos, a coligadas, controladas, diretores, acionistas
ou participantes no lucro, poderão ser classificados de acordo com a operação (ativo circulante no caso de
recebimento até o final do exercício seguinte, ou ativo realizável a longo prazo, caso o recebimento seja
após termino do exercício social seguinte), desde que a atividade da empresa que fez o empréstimo, seja
efetivamente essa, ou seja, de fazer empréstimos, tal como financeiras, mas é lógico que a operação aqui
deverá ser realizada como se fosse para qualquer outro cliente, estamos falando de um negocio efetuado
normalmente.

Bom assim finalizamos o nosso estudo sobre as contas de ativo realizável a longo prazo, no próximo tutorial,
vamos começar a estudar as contas de ativo permanente e suas divisões, afim de terminarmos o nosso
estudo sobre as contas de ativo, após novamente faremos alguns exercícios de fixação.

Ok?

Então até a próxima.

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47. Grupos do Balanço


Patrimonial – 7.ª Parte
No tutorial passado, aprendemos uma nova classificação possível para as contas de ativo, o ATIVO
REALIZAVEL A LONGO PRAZO, vimos também algumas operação em típicas de serem classificadas nesse
grupo.

No presente tutorial, vamos começar a ver o ultimo grupo das contas de ativo, conhecido como ATIVO
PERMANENTE, e suas classificações possíveis.

O Ativo Permanente:
T T

Como vimos no primeiro tutorial da serie o ativo permanente é o ultimo grupo a ser apresentado no ativo,
da seguinte forma:

Vejam o grupo do ativo permanente destacado em vermelho.

Além disso o ativo permanente possui divisões internas, as quais são: INVESTIMENTOS, IMOBILIZADO e
DIFERIDO.

Vamos ver o que diz a lei sobre o ativo permanente?

O Ativo Permanente de Acordo com Lei 6.404:


T T

Inicialmente vamos ver o diz a lei:

Ativo

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e


as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;

II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim
como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo

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243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na
exploração do objeto da companhia;

III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer


natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da
companhia ou da empresa;

IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades
da companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou
comercial;

V - no ativo diferido: as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado
de mais de um exercício social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que
anteceder o início das operações sociais.

Ainda no artigo 179 da lei 6.404 de 1976, temos as definições sobre as contas de ativo permanente, os
incisios III, IV e V, tratam dos sub-grupo, INVESTIMENTOS, IMOBILIZADO e DIFERIDO, respectivamente.

Embora não esteja claro que os incisos III, IV e V tratem do ativo permanente, esta subentendido que sim,
porque se vocês reverem no primeiro tutorial onde falamos das divisões das contas de ativo, expomos o
artigo 178nque trata da divisão geral do ativo que é o seguinte:

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e
agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas
registrados, nos seguintes grupos:

a) ativo circulante;

b) ativo realizável a longo prazo;

c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido.

Portanto tais incisos estão se referindo as contas de ativo permanente.

Vamos começar o nosso estudo sobre o Ativo Permanente, sub-grupo Investimentos.

Ativo Permanente - Investimentos:


T T

Inicialmente pode parecer um pouco confuso a compreensão desse grupo mais vamos por partes, analisando
o trecho da lei passo a passo.

Vejamos o texto da lei:

III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer


natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da
companhia ou da empresa;

Inicialmente o inciso III diz que serão classificados no ativo permanente sub–grupo investimentos, as
participações permanentes em outras sociedades, no tutorial passado quando falamos sobre coligadas e
controladas, exemplificamos um investimento em sociedades, se lembrar quando a empresa A comprou 60%
do capital social da empresa B, essa compra seria registrado nesse grupo.

Mas não é qualquer participação em outras empresas que seria classificada em investimentos, podemos
notar que a lei diz que somente as participações permanentes, ou seja, aquela participação em empresa,
T U U T

que não temos a intenção de vende-las muito em breve.

Isso não quer dizer que a empresa nunca mais poderá vender essas participações.

Temos que separar duas situações bem distintas, uma delas é quando compramos ações de uma empresa
no sentido de tentar especular depois, por exemplo, vamos comprar ações da Petrobrás, por R$ 50,00,
porque achamos que daqui a 1 ano ela vai estar valendo R$ 70,00, e nesse momento vamos vende-la, esse
tipo de participação societária não é permanente, ela não deve ser classificada neste grupo, de acordo com o
prazo que a empresa espera vende-la ela será classificada ou no ativo circulante, ou no ativo realizável a
longo prazo.

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Agora, imaginem uma empresa de transporte que seja sócia (tenha participação) num fabricante de pneus,
na verdade esse investimento que ela fez, tem a intenção de ser permanente, essa participação sim será
classificada em investimentos.

Nesse caso a empresa de ônibus pode ter sido levada a adquirir a participação na empresa, por motivos, de
conseguir baratear o custo de aquisições de seus pneus, por exemplo.

Continuando, a lei diz ainda que serão classificados em investimentos:

os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à
T T T

manutenção da atividade da companhia ou da empresa T

Esse trecho pode gerar um pouquinho de dúvidas (geralmente sempre gera), mas vamos com calma para
conseguir compreender corretamente.

Sabemos que os bens e direitos, podem ser classificados em Ativo Circulante, se serão realizados até o
termino do exercício social subseqüente, ou em Ativo Realizável a Longo Prazo, se realizados após o termino
do exercício social subseqüente.

Mas quando um bem ou direito será classificado em investimentos?

O primeiro requisito para que um bem ou direito seja classificado em investimentos é o fato de ele não ter
nada a ver com a atividade da empresa, porque se tiver, ele será ou ativo circulante ou realizável a longo
prazo.

Por exemplo, podemos citar uma obra de arte, numa industria de carros, a empresa não te intenção de
vende-lo, e ele não faz parte de nada relativo a atividade da empresa, portanto, como a empresa não tem a
intenção de vende-lo, ele será classificado em investimentos.

Agora caso a empresa tenha algum bem ou direito que não tenha nada a haver com a atividade da empresa,
mas esta com a intenção de vende-lo ele deverá ser classificado no ativo circulante, em direitos a serem
realizados no curso do exercício social subseqüente.

Ok?

Então para que o bem ou direito seja classificado no grupo de investimentos, a primeira característica
básica, é que ele não tenha nada a haver com a atividade da empresa (por exemplo um quadro numa
industria de aço), e que esta não tenha a intenção de vende-lo, ou realiza-lo.

Agora, um quadro numa loja antiguidades, já não seria classificado em investimentos, caso ele esteja a
venda será classificado no ativo circulante (estoque).

Se por acaso, o quadro, na indústria de aço, seja colocado a venda, ele deverá ser classificado no grupo do
ativo circulante, mas não em estoques.

Ok?

Quando uma empresa transfere algum bem ou direito de seu grupo original e o coloca no ativo circulante,
esta demonstrando que esta com a intenção de vende-lo, afinal esta pretendendo realiza-lo (transformá-lo
em dinheiro).

Bem finalizamos assim o grupo de investimentos, vamos começar a ver o segundo grupo que temos no ativo
permanente: O IMOBILIZADO.

Ativo Permanente - Imobilizado:


T T

O ativo permanente imobilizado será o grupo que basicamente demonstrará os bens que a empresa possui,
mas que são utilizados na atividade da empresa.

Vamos mostrar a diferença entre alguns grupos:

Se a empresa tiver um veiculo para uso na atividade da empresa, ele será classificado em Imobilizado.

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Caso tenha um veiculo para ser vendido, ele será classificado no ativo circulante (caso a atividade da
empresa não seja de revenda de veículos, em direitos a realizar no curso do exercício social subseqüente,
em algum grupo diferente do estoque).

Agora caso a atividade da empresa seja a revenda de veículos, este será classificado também no ativo
circulante em direitos a realizar no curso do exercício social subseqüente, sendo que agora, estará na conta
de estoques.

Caso a empresa tenha um veiculo antigo, uma raridade, e sua atividade não tenha nada haver com veículos,
e ainda a empresa não tem a intenção de vende-lo, esse veiculo estará classificado em investimentos.

Vejam que somente o grupo de contas em que um bem é apresentado já nos indica alguma coisa.

Mas voltando ao Imobilizado, quando algum bem estiver classificado neste grupo quer dizer que ele é
utilizado na atividade da empresa, por exemplo, um veiculo, para as entregas, uma máquina utilizado na
produção, o computador utilizado na empresa ... e assim por diante.

A característica básica desse grupo, é que o bem seja utilizado na atividade da empresa.

Mas vamos analisar o que diz a lei, sobre o imobilizado:

IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades
da companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou
comercial;

Vejam que o inciso IV dia que serão classificados em imobilizado, os direitos que tenham por objeto
T

bens destinados à manutenção das atividades da companhia e da empresa, que nada mais é do que
T

o que falamos acima, a característica básica, para que um item seja do grupo do imobilizado, é que ele se
destine a manutenção das atividades da empresa, ou seja, sua finalidade é servir a empresa, para que essa
possa continuar suas atividades.

A seguir temos a frase ou exercidos com essa finalidade, isso porque nem todos os bens são destinados
T T

diretamente a manutenção da atividade da empresa, por exemplo, vamos supor, uma fábrica de móveis, as
máquinas de cortar madeira, laminá-las, os aparelhos de impermeabilização, são destinados diretamente a
manutenção da atividade, eles contribuem diretamente na produção.

Acontece que existem outros bens que não estão diretamente ligados a manutenção da atividade, por
exemplo, uma central telefônica, na fábrica de moveis, a central telefônica, existe com finalidade de auxiliar
o processo produtivo, não diretamente (na produção), ou seja, ela é utilizada com a finalidade de auxiliar a
atividade (sem telefone para manter contato as coisas ficariam mais complicadas), mas não deixa de ser um
item do imobilizado da empresa.

O último trecho do inciso IV diz: inclusive os de propriedade industrial ou comercial


T T

Ou seja, também serão classificados no ativo imobilizado os direitos e bens relativos a propriedade
industrial, por exemplo podemos citar as marcas e patentes e também os de propriedade comercial tais
como: o ponto comercial ou o nome comercial.

Por exemplo, vamos supor que estamos querendo comprar uma editora de livros, a editora ABC esta a
venda, e custa R$ 100.000,00 com tudo, e a editora Globo também esta venda, e custa R$ 300.000,00.
Considerando que em ambas as empresas, neste valor de custo esta incluído as mesmas quantidades de
máquinas, equipamentos, ou seja, em termos de estrutura ambas são quase que idênticas, porque a editora
globo custa mais caro do que a editora ABC? Primeiro pela marca GLOBO, só isso já chama a atenção.

Logo, a empresa deverá determinar um valor para lançar no imobilizado a titulo de marcas.

Por exemplo, poderíamos supor que as Casas Bahia, esteja querendo comprar o Ponto Frio, embora o nome
ponto frio não seja uma marca, em si, ele constituirá um ativo imobilizado novo, para as Casas Bahia, pois
trata-se de uma propriedade comercial, que é o nome comercial.

Encerramos assim o nosso estudo sobre o grupo de ativo imobilizado, no próximo tutorial veremos o ultimo
grupo de contas do ativo permanente, que é o DIFERIDO, logo depois faremos alguns exercícios de fixação
que auxiliarão na compreensão. Encerrando assim o nosso estudo sobre o grupo de contas do Ativo.

Até a próxima.

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48. Grupos do Balanço


Patrimonial – 8.ª Parte
No tutorial passado, aprendemos a classificação das contas no ativo permanente nos sub-grupos,
investimentos e imobilizado, no presente tutorial para encerramos o nosso aprendizado sobre o grupo de
contas do ativo, vamos começar a aprender como deve ser a classificação nas contas do sub-grupo
DIFERIDO, que esta dentro do grupo de PERMANENTE do ativo.

O Ativo Permanente - Diferido:


T T

Vamos ver o que diz a lei sobre o ativo diferido?

Ativo

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e


as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;

II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim
como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo
243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na
exploração do objeto da companhia;

III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer


natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da
companhia ou da empresa;

IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades
da companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou
comercial;

V - no ativo diferido: as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do


T

resultado de mais de um exercício social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas
durante o período que anteceder o início das operações sociais. T

Vamos interpretar o inciso V do artigo 179 da lei 6.404, que trata das contas de ativo diferido.

Inicialmente a lei diz que serão classificados no ativo diferido, as aplicações de recursos em despesas que
contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social, mas o que viria a ser isso?

Em certas ocasiões uma empresa pode ter despesas que irão contribuir para a formação de resultado por um
longo período de tempo, vamos exemplificar:

Imaginem uma industria farmacêutica que está estudando um novo medicamento, durante essa fase de
estudos vários gastos estão sendo efetuados, tais como pagamentos de salários, estudos, pesquisas e etc,
numa industria dessas um medicamento pode demorar até vários anos para ficar pronto.

Durante todo esse período os gastos estão acontecendo. Devido ao tempo necessário para descobrir a
fórmula correta, uma indústria farmacêutica pode gastar milhões e mais milhões, até conseguir colocar o seu
novo medicamento em condições de comercialização.

E um detalhe muito importante é que somente esta havendo gastos, as receitas por contas desses gastos
não existem, ao menos ainda.

Supondo que descobriu-se o a fórmula do remédio e este passará a ser comercializado, agora ele passará a
trazer resultados para a empresa, certo? E esses resultados serão trazidos a empresa durante um longo
tempo (a principio).

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Agora veja o seguinte: Uma empresa esta fazendo um estudo, gastando milhões para conseguir achar a
fórmula certa, se ela lançar tudo como despesa, apresentará (provavelmente) um prejuízo enorme. Não?

Analisando a situação de outra forma, esses gastos na verdade não seriam uma espécie de um
“investimento” ? Afinal a empresa esta investindo num novo produto, para que futuramente ele traga
receitas a empresa.

Então você acha certo que esse “produto”, já comece na empresa apresentado prejuízo?

Quando falamos em prejuízo a idéia básica que nos vem na mente não seria do tipo: Compramos algo por X
e vendemos por um preço abaixo de X, não é?

Mas se não houve venda como houve prejuízo?

Vamos colocar uma situação hipotética em questão, para melhor compreensão do assunto.

Imaginem a seguinte situação, você esta montando uma empresa, sendo que para essa empresa começar a
produzir exige um grande investimento em termos financeiros (muita grana), e como você não dispõe dessa
grana toda para montar a empresa, você encontra alguns sócios (10 sócios) que gostaram da sua idéia, e
resolverem investir nela. Ficou combinado então que os sócios integralizariam a quantia de R$ 3.000,00 por
mês cada um, durante 12 meses que é o prazo que você acha que consegue colocar a empresa pra
funcionar. A partir do momento em que a empresa começar a produzir, dos lucros apurados na DRE, 30%
deve ser distribuído aos sócios.

Tudo combinado.

No primeiro mês os sócios integralizam o dinheiro combinado (R$ 30.000,00).

E começam-se os gastos com as despesas, vamos supor que no primeiro mês, essas despesas totalizaram
R$ 25.000,00, e foram pagas a vista.

Supondo que os gastos fossem lançados como despesas, o seu balanço patrimonial ficaria da seguinte
forma:

Agora caso o registro dessas despesas sejam lançados no ativo diferido, seu balanço ficaria da seguinte
forma:

Vejam que no segundo balanço patrimonial, acima o valor total dos gastos foi lançado no ativo, sub-grupo
diferido. Isso porque na verdade esses gastos são uma aplicação de recursos em despesas que contribuirão
para a formação do resultado de mais de um exercício social. Afinal você esta investindo num produto, ou
seja, a idéia principal é que esse produto seja comercializado durante muito tempo, logo, por mais de um
exercício social.

Certo?

Continuando ....

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Vamos agora supor que após 5 meses de atividades, os sócios integralizaram a quantia de R$ 150.000,00, e
os gastos até o momento totalizaram R$ 141.000,00.

Seu balanço patrimonial, se tais gastos fossem lançados como despesas, ficaria da seguinte forma:

Caso fosse lançado como diferido ficaria da seguinte forma:

OK?

De acordo com o primeiro balanço acima, você esta mostrando um prejuízo de R$ 141.000,00, e de acordo
com o segundo balanço patrimonial, você esta mostrando um ativo diferido no valor de R$ 141.000,00, e
nenhum prejuízo.

Assim a pessoa que olhar o segundo balanço patrimonial, sabe que você fez gastos, no valor de R$
141.000,00, mas espera que esses gastos tragam resultados (vendas) no futuro.

Agora uma pessoa que olhar o primeiro balanço patrimonial, entenderá que a empresa esta com um prejuízo
de R$ 141.000,00.

E agora qual dos balanços você prefere mostrar?

Vamos complicar um pouquinho a situação, imaginem que dos 10 sócios, 7 resolvem sair da sociedade,
assim as entradas mensais que totalizariam R$ 30.000,00, passarão a totalizar somente R$ 9.000,00, mas
você precisa continuar a montar a empresa. O que você faria?

Solicita um empréstimo? Pode ser. Mas se você mostrar um balanço com um prejuízo de R$ 141.000,00,
você acha que alguma instituição financeira vai te emprestar o dinheiro, por melhor que seja a sua idéia?

Mas e se você mostrasse um balanço com um ativo diferido de R$ 141.000,00 indicando um investimento
(gastos), que trarão resultados no futuro? A coisa muda não?

Então a idéia principal do grupo do ativo diferido é de mostrar o quanto foi gasto em despesas até o
momento, sendo que quando acabar o ciclo de pagamentos dessas despesas, a empresa espera que esses
gastos tragam resultados para ele durante mais de um exercício social, seja pelo lançamento de um novo
produto, ou por algum outro motivo.

Complicado isso não é? Mas qual o motivo disto?

Somente para mostrar que esta sendo feito alguns gastos com despesas que trarão resultados no futuro?

A principio sim, afinal a contabilidade existe para gerar informações úteis, lembram-se?

Mas existe alguns motivos a mais para isso, vamos ver?

Para tanto vamos continuar a nossa historia-exemplo.

Continuando vamos supor que os sócios ainda continuam na empresa, e que ela agora começou a operar e
conseqüentemente esta efetuando vendas. E chegou a hora de distribuir os lucros aos sócios, sendo que foi

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apurado na Demonstração do Resultado do Exercício que o lucro do período foram de R$ 50.000,00,
portanto conforme o combinado efetuado com os sócios você deve distribuir R$ 15.000,00 a títulos de
lucros, se lembra?

Agora vamos ver como ficaria com as duas situações.

Primeira situação, todos os valores gastos durante a fase de montagem da fabrica foram lançados como
despesa. Portanto não há o que se falar em compensar parte dos gastos efetuados, nessa hipótese você terá
que distribuir os R$ 15.000,00 de lucros.

Nesse ponto, mesmo você apresentando um prejuízo acumulado de R$ 360.000,00, você deveria distribuir
os R$ 15.000,00 de lucros, o restante os R$ 35.000,00 seriam usados para compensar parte dos prejuízos
existentes.

Na segunda situação, todos os valores gastos durante a fase de montagem da fabrica foram lançados como
diferido. Então agora chegou a hora de começar a apropriar esses gastos como despesas mesmo, lançando
eles em contas de despesas, para reduzirem o lucro na contabilidade, porque na agora todos aqueles gastos
começaram a gerar receitas não é?

Como sabemos temos R$ 360.000,00 de gastos diferidos, que agora devem começar a ser amortizados,
vamos supor que os gastos vão ser amortizados a razão de 1/60 avos, ou seja, a cada mês de atividade
você vai tirar R$ 6.000,00 dos gastos diferidos e lança-los como despesas. Isso porque os gastos diferidos
devem ser amortizados em parcelas mensais e não de uma única vez, assim estaremos amortizando os
gastos juntos com as receitas que os mesmos estão gerando.

Logo, nesse momento ao invés de um lucro de R$ 50.000,00, você estaria apresentando um lucro de R$
44.000,00, conseqüentemente a distribuição de lucros seria agora de R$ 13.200,00, ou seja, você deixaria
de distribuir R$ 1.800,00 a titulo de lucros.

Conseqüentemente esses R$ 1.800,00 serviriam para recapitalizar a empresa, ou seja, iria começar a
recompor o caixa (se lembram que saiu do caixa a quantia de R$ 360.000,00).

Parece conta de louco não é?

Mas não é não, dessa foram você estará sendo justo, tanto com a empresa quanto com os sócios, afinal eles
não devem receber 30% dos lucros apurados? Então conseqüentemente devem suportar também 30% dos
prejuízos.

O fato dos sócios já terem entregue a empresa R$ 360.000,00 não quer dizer que eles somente tem direito
agora aos lucros, os R$ 360.000,00 são relativos ao capital social da empresa, não tem nada haver com os
lucros ou prejuízos.

Tudo bem, concordo que eles estão recebendo menos dividendos, mais leve em consideração que o
patrimônio da empresa esta aumentando também.

Então a lógico dos gastos diferidos, podem ser vista de duas óticas diferentes, a primeira em relação a
informação prestada, quando diferimos um gasto, estamos mostrando que esperamos que ele nos traga
receitas no futuro.

E a lógica administrativa, de que adianta reconhecer prejuízos antes de termos receitas?

Mais adiante teremos um tutorial especifico sobre ATIVO DIFERIDO, veremos quais são as operações mais
comuns que são registradas como ativo diferidos, quando se começa a amortizar os gastos diferidos, qual o
prazo de amortização desses gastos e outros detalhes muito importantes.

No próximo tutorial estaremos finalizando a parte sobre ativo diferido.

P.S.: Solicito a vocês que não se esqueçam de colocar sua avaliação sobre o tutorial na parte superior desta
página, assim como o seu comentário, seja uma critica, sugestão, dúvida ou elogio, será com base nelas que
poderemos melhorar a qualidade da informação que estamos tentando passar.

Até a próxima

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