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ESTRUTURA E DEMONSTRAÇÕES

CONTÁBEIS
ALBENICI CORREIA DE MELO

e-Book 4
Sumário
INTRODUÇÃO������������������������������������������������� 3

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR
ADICIONADO (DVA)��������������������������������������� 4

NOTAS EXPLICATIVAS (NE)������������������������ 20


Parecer dos auditores independentes sobre as De-
monstrações Contábeis����������������������������������������������������� 28
Relatório dos Administradores������������������������������������������ 34

CONSIDERAÇÕES FINAIS���������������������������� 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS &


CONSULTADAS ������������������������������������������� 37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS &


CONSULTADAS�������������������������������������������� 39
INTRODUÇÃO
Neste e-book partiremos para o estudo de uma
demonstração contábil cujo foco é bem distinto
das demais demonstrações e, ao mesmo tempo,
mais abrangente: estamos falando da Demonstra-
ção do Valor Adicionado (DVA).

A Responsabilidade Social das entidades é algo


que se tornou cada dia mais importante para as
organizações em geral e a DVA auxilia o processo
de identificação e mensuração do papel das orga-
nizações dentro do contexto em que atuam. Para
além disso, sob o ponto de vista macroeconômico,
indica o Produto Interno Bruto (PIB), uma vez que
representa a somatória dos valores adicionados.

Você já deve ter visto empresas que são condenadas


por ter demitido um volume alto de empregados, por
terem deixado de efetuar recolhimento de tributos
ou ainda por terem prejudicado o meio ambiente
de alguma forma. A DVA é uma demonstração
voltada a identificar o papel social, o quanto uma
entidade impacta no entorno onde está inserida.
Interessante, não é mesmo? Nunca tal temática ficou
tão em evidência como atualmente, então não perca-
mos mais tempo, vamos conhecer essa demonstração
tão relevante e que certamente, quando elaborada e
divulgada, faz com que a entidade transmita a ideia
de transparência, respeito e preocupação social.

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DEMONSTRAÇÃO DO
VALOR ADICIONADO
(DVA)
Quanto vale uma entidade? Uma entidade vale o
que ela possui ou o que ela é capaz de gerar de
riqueza? Uma pequena mercearia pode ser impor-
tante para os três empregados que nela trabalham
e até mesmo para o bairro em que ela está loca-
lizada, agora, e se fosse uma grande indústria de
alimentos, localizada numa região afastada dos
grandes centros comerciais, que emprega mais
de 2.000 pessoas de forma direta, qual seria o seu
valor? Certamente seu alcance será maior, mas a
conta não é tão simples assim.

Teremos a oportunidade de conhecer uma demons-


tração que é capaz de mensurar de forma precisa
qual o impacto que a atuação de uma entidade
gera de uma forma geral, ou seja, qual a riqueza
que uma entidade é capaz de produzir explorando
as suas atividades.

Tem-se assim a Demonstração do Valor Adicionado


(DVA), que é um demonstrativo contábil cujo objeti-
vo é apresentar de forma resumida os valores que
uma entidade gera como resultado das atividades
que desenvolve e como ela distribui esse valor.

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Como o próprio nome indica, “valor adicionado”
corresponde ao montante que um agente econô-
mico, no caso a entidade, produz na exploração
de sua atividade econômica. Em outras palavras,
o quanto ela, a entidade, adiciona aos itens que
adquire e como efetua a distribuição para os entes
que participaram do processo de adição e forma-
ção dessa riqueza.

A DVA é de elaboração obrigatória para as com-


panhias abertas, conforme redação dada pela Lei
11.638/07 e deverá conter no mínimo:

O valor da riqueza gerada pela companhia, a sua


distribuição entre os elementos que contribuíram
para a geração dessa riqueza, tais como emprega-
dos, financiadores, acionistas, governo e outros,
bem como a parcela da riqueza não distribuída.

Por ser uma demonstração de elaboração obrigatória,


reveste-se de formalidades para a sua elaboração.
Nesse sentido, deve-se observar as disposições
contidas no CPC 09 – Demonstração do Valor
Adicionado, que é voltado exclusivamente para a
elaboração dessa demonstração para entidades
que exploram atividades distintas.

A DVA deve apresentar, no mínimo, no que se refere


à distribuição de riqueza:

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a) Pessoal e encargos;

b) Impostos, taxas e contribuições;

c) Juros e aluguéis;

d) Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos;

e) Lucros retidos/prejuízos do exercício.

SAIBA MAIS
O Pronunciamento Técnico CPC 09 estabelece a es-
trutura para a elaboração da Demonstração do Valor
Adicionado (DVA). É preciso observá-lo quando da
elaboração dessa demonstração. Que tal conhecer
mais? Acesse o link: http://static.cpc.aatb.com.br/
Documentos/175_CPC_09_rev%2014.pdf

É preciso ainda nos atentarmos ao fato de que a


DVA, embora faça parte do conjunto de demons-
trações contábeis de elaboração obrigatória, tem
foco social e baseia-se na formação do produto,
que é diferente do foco contábil, predominante
nas demais demonstrações, que se baseiam na
realização da receita, ou seja, regime de compe-
tência. Isso faz com que haja a necessidade de se
compreender a natureza efetiva das nomenclaturas
usadas nessa demonstração, para que não haja
confusão quanto à classificação dos elementos.
Observemos de acordo com o CPC 09:

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y Valor adicionado: representa a riqueza criada
pela empresa, de forma geral, medida pela diferença
entre o valor das vendas e os insumos adquiridos
de terceiros. Inclui também o valor adicionado
recebido em transferência, ou seja, produzido por
terceiros e transferido à entidade. Corresponde ao
resultado entre as vendas que uma entidade faz e
os custos e despesas que foram necessários para
que a entidade conseguisse efetuar essas vendas.
y Receita de venda de mercadorias, produtos e
serviços: representa os valores reconhecidos na
contabilidade a esse título pelo regime de compe-
tência e incluídos na demonstração do resultado do
período. Correspondem ao faturamento da entidade,
classificados como vendas e assim apropriados
na contabilidade por meio da Demonstração do
Resultado do Exercício.
y Outras receitas: representam os valores oriun-
dos, principalmente, de baixas por alienação de
ativos não-circulantes, tais como resultados na
venda de imobilizado, de investimentos e outras
transações incluídas na Demonstração do Resultado
do Exercício que não configuram reconhecimento
de transferência à entidade de riqueza criada por
outras entidades. Correspondem a outras receitas
não classificadas como faturamento da entidade,
geradas principalmente pela alienação de ativos
da própria entidade apenas.

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y Insumo adquirido de terceiros: representa os
valores relativos às aquisições de matérias-pri-
mas, mercadorias, materiais, energia, serviços etc.
que tenham sido transformados em despesas do
período. Enquanto permanecerem nos estoques,
não compõem a formação da riqueza criada e dis-
tribuída. Correspondem às aquisições efetuadas
pela entidade a fim de desenvolver suas atividades,
classificadas como custos e/ou despesas.
y Depreciação, amortização e exaustão: repre-
sentam os valores reconhecidos no período e nor-
malmente utilizados para conciliação entre o fluxo
de caixa das atividades operacionais e o resultado
líquido do exercício. Correspondem aos valores de
depreciação, amortização e exaustão que quando
existentes estão ajustados na Demonstração de
Fluxo de Caixa.
y Valor adicionado recebido em transferência:
representa a riqueza que não tenha sido criada pela
própria entidade, e sim por terceiros, e que a ela é
transferida, como receitas financeiras, de equiva-
lência patrimonial, dividendos, aluguel, royalties
etc. Precisa ficar destacado, inclusive para evitar
dupla contagem em certas agregações. Correspon-
dem aos valores de recebidos como resultados de
operações não produzidas pela própria entidade.

A DVA é dividida em duas partes:

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1) A primeira delas representa a origem da riqueza,
ou seja, contempla os valores criados pela própria
entidade;

2) A segunda representa a destinação da riqueza


produzida, ou seja, onde os recursos produzidos
foram usados.

Ribeiro (2018, p.132) apresenta um modelo de DVA


no qual é preciso que tenhamos atenção quanto
à divisão mencionada anteriormente. Além disso,
importante entender como cada componente
contribui tanto para a formação da riqueza quanto
para a destinação dela:
Tabela 1: Modelo de DVA
COMPANHIA:
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO
EXERCÍCIO FINDO EM:
DESCRIÇÃO EXERCÍCIO EXERCÍCIO
ATUAL R$ ANTERIOR
R$
1. RECEITAS (1.1 a 1.4)
1.1 Vendas de mercadorias, produ-
tos e serviços
1.2 Outras receitas
1.3 Receitas relativas à constru-
ção de Ativos próprios
1.4 Provisão para créditos de
liquidação duvidosa – Reversão/
(Constituição)

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COMPANHIA:
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO
EXERCÍCIO FINDO EM:
2 INSUMOS ADQUIRIDOS DE TER-
CEIROS (inclui tributos: ICMS, IPI,
PIS e COFINS) (2.1 a 2.4)
2.1 Custos dos produtos, das mer-
cadorias e dos serviços vendidos
2.2 Materiais, energia, serviços de
terceiros e outros
2.3 Perda / Recuperação de valo-
res Ativos
2.4 Outras (especificar)
3. VALOR ADICIONADO BRUTO
(1 – 2)
4 DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO
E EXAUSTÃO
5 VALOR ADICIONADO LÍQUIDO
PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3
– 4)
6 VALOR ADICIONADO RECEBIDO
EM TRANSFERÊNCIA (6.1 a 6.3)
6.1 Resultado de equivalência
patrimonial
6.2 Receitas financeiras
6.3 Outras
7 VALOR ADICIONADO TOTAL A
DISTRIBUIR (5+6)
8 DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADI-
CIONADO (*) (8.1 a 8.6)
8.1 Pessoal (8.1.1 a 8.1.3)
8.1.1 Remuneração direta

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COMPANHIA:
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO
EXERCÍCIO FINDO EM:
8.1.2 Benefícios
8.1.3 FGTS
8.2 Impostos, taxas e contribui-
ções (8.2.1 a 8.2.3)
8.2.1 Federais
8.2.2 Estaduais
8.2.3 Municipais
8.3 Remuneração de capitais de
terceiros (8.3.1 a 8.3.3)
8.3.1 Juros
8.3.2 Aluguéis
8.3.3 Outras
8.4 Remuneração de capitais pró-
prios (8.4.1 e 8.4.2)
8.4.1 Juros sobre o capital próprio
8.4.2 Dividendos
8.5 Lucros retidos/Prejuízo do
exercício
8.6 Participação dos não controla-
dores nos lucros retidos (só para
consolidação)
Fonte: adaptado de Ribeiro (2018, p.132).

Como mencionado anteriormente, o critério de


preenchimento dos elementos da DVA é diferente
do das demais demonstrações contábeis. Nesse

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sentido, notemos o que deve ser considerado para
cada item da DVA:
 1.1 Vendas de mercadorias, produtos e
serviços Neste item devem ser informados
os valores referentes ao faturamento bruto da
entidade, ou seja, as receitas decorrentes da
comercialização de mercadorias, produtos e
serviços e que tenham recebido essa classifi-
cação na Demonstração de Resultado, inclusive
os tributos incidentes sobre esse faturamento.
 1.2 Outras receitas Neste item devem
ser informados outros tipos de receitas não
classificadas no item anterior, inclusive com
impostos incidentes.
 1.3 Receitas relativas à construção de Ati-
vos próprios Neste item devem ser alocados os
recursos próprios ou de terceiros destinados à
construção de Ativos para uso próprio.
 1.4 Provisão para créditos de liquidação
duvidosa – Reversão / (Constituição) Neste
item os valores relativos às constituições e
mesmo reversões de provisões para créditos
de liquidação duvidosa deverão ser informados.
 2.1 Custos dos produtos, das mercadorias
e dos serviços vendidos Serão alocados neste
item os valores de matérias-primas obtidas
junto a terceiros e que se incorporam no custo
do produto, mercadoria ou serviço vendido,
exceto gastos com pessoal.

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 2.3 Perda / Recuperação de valores Ativos
Neste item devem ser informados os valores
relativos a ajustes por avaliação de ativos como
estoques, imobilizado, investimentos etc.
 2.4 Outras (especificar) Qualquer outro
elemento de formação de receita que não se
encaixa nos itens anteriores pode ser informado
de forma isolada com a devida especificação.
 6.1 Resultado de equivalência patrimonial
Alocar neste item os valores de resultados de
equivalência patrimonial, que, quando despesas,
devem ser reduzidos.
 6.2 Receitas financeiras Neste item devem
ser informados todos os valores de receitas
financeiras, como as variações cambiais, in-
dependentemente de sua origem.
 6.3 Outras Outras receitas que não se en-
caixam nas classificações anteriores devem
ser informadas de forma independente.
 8.1 Pessoal (8.1.1 a 8.1.3) Neste item,
dividido em três, devem ser informados os
valores apropriados como custo/despesas na
demonstração de resultado, como remuneração
direta, benefícios concedidos a empregados,
além do FGTS.
 8.2 Impostos, taxas e contribuições (8.2.1
a 8.2.3) Neste item devem ser alocados todos
os valores de tributos devidos pela entidade,
como aqueles sobre o resultado: IRPJ e CSLL,

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por exemplo, além do INSS, segregados por
ente tributante.
 8.3 Remuneração de capitais de terceiros
(8.3.1 a 8.3.3) Neste item devem ser informados
os valores pagos a terceiros pelo financiamento
externo de capital, seja através de juros pela
obtenção de empréstimos, ou quaisquer despe-
sas financeiras, inclusive variações cambiais.
No item deve ainda ser informados valores de
aluguéis ou outras remunerações que carac-
terizem transferência de riqueza.
 8.4 Remuneração de capitais próprios
(8.4.1 e 8.4.2) Serão alocados neste item va-
lores referentes à remuneração para sócios e
acionistas, por meio de juros sobre o capital
próprio ou mesmo distribuição de resultados.
 8.5 Lucros retidos / Prejuízo do exercício
Corresponde ao resultado do exercício apurado
em Demonstrativo de Resultado.
 8.6 Participação dos não controladores nos
lucros retidos (só para consolidação) Valores
relativos aos resultados retidos de acionistas
não controladores

REFLITA
Você acredita que a elaboração da Demonstração do
Valor Adicionado por uma entidade não obrigada à sua
apresentação pode fazer com que ela seja vista de for-

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ma positiva? Essa atitude gera algum tipo de impacto
benéfico? Em que sentido?

Agora que já conhecemos os elementos adota-


dos na DVA, bem como seu significado dentro da
demonstração, chegou o momento de irmos para
um exemplo prático, uma vez que com ele você
terá condições de saber onde alocar os elementos
presentes na Demonstração de Resultado dentro
da Demonstração do Valor Adicionado.

Observe a Demonstração de Resultado da empresa


A Arte de Brincar Indústria e Comércio de Brin-
quedos, encerrada nos períodos de X1 e X2 e na
sequência a Demonstração do Valor Adicionado.

Veja que o total do item 7 VALOR ADICIONADO


TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) corresponde ao item
8 DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*) (8.1
a 8.6), ou seja, na primeira parte da demonstração
a proposta é evidenciar a forma como a origem foi
criada, como ela foi obtida. Já na segunda parte
da demonstração a proposta é evidenciar como
essa riqueza gerada foi distribuída, quais foram
as suas destinações.

A elaboração da Demonstração do Valor Adicionado


exige uma visão ampla, macroeconômica mesmo
para identificação da natureza das operações da
entidade e consequentemente a devida classificação
e alocação da Demonstração do Valor Adicionado,

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pois como salientado anteriormente, seus concei-
tos são distintos dos contábeis, os quais servirão
de base para elaboração da Demonstração do
Resultado.
Tabela 2: DRE X1 e X2 da empresa fictícia A Arte de Brincar
A Arte de Brincar Indústria e Comércio de Brinquedos Ltda.
CNPJ: 12.345.678/0001-23
Demonstração do Resultado dos Exercícios X2 e X1
Em R$ X2 X1
Receita bruta 3.626.084 3.997.801
Receita de venda de mercadorias 906.521 999.450
Receita de prestação de serviços 2.719.563 2.998.351
(-) Deduções s/vendas (189.777) (295.790)
Cancelamento de vendas (189.777) (295.790)
(-) Impostos s/vendas (226.078) (283.714)
Pis s/ Receita (23.570) (28.885)
Cofins s/ Receita (66.530) (72.934)
ISS s/ Receita (135.978) (181.895)
Receita Líquida 3.210.229 3.418.297
(-) Custo dos produtos vendidos (1.187.060) (1.197.833)
Lucro Bruto 2.023.169 2.220.464
(-) Despesas operacionais (611.867) (508.585)
Despesas com pessoal (437.174) (392.058)
Salários (347.368) (312.977)
INSS (69.474) (58.963)
FGTS (20.332) (20.118)
Despesas gerais (174.693) (116.527)
Depreciação (24.758) (13.374)
Aluguel (88.000) (76.000)
Energia elétrica (56.788) (23.924)

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A Arte de Brincar Indústria e Comércio de Brinquedos Ltda.
CNPJ: 12.345.678/0001-23
Demonstração do Resultado dos Exercícios X2 e X1
Em R$ X2 X1
Água e esgoto (5.147) (3.229)
Resultado operacional 1.411.302 1.711.879
Resultado financeiro (615.250) (577.888)
Receita financeira 30.000 257.000
Aplicações financeiras 28.000 98.080
Juros ativos 2.000 158.920
Despesas com juros (645.250) (834.888)
Juros passivos (645.250) (834.888)
Resultado antes do IRPJ/CSLL 796.052 1.133.991
IRPJ/CSLL (169.231) (181.699)
Resultado Líquido do Exercício 626.821 952.292
Fonte: elaborado pela autora.

Tabela 3: DVA dos exercícios X1 e X2 da empresa fictícia A Arte


de Brincar
A Arte de Brincar Indústria e Comércio de Brinquedos Ltda.
CNPJ: 12.345.678/0001-23
DESCRIÇÃO EXERCÍCIO EXERCÍCIO
X2 X1
1. RECEITAS (1.1 a 1.4) 3.436.307 3.702.011
1.1 Vendas de mercadorias, produ- 3.436.307 3.702.011
tos e serviços
2 INSUMOS ADQUIRIDOS DE TER- 1.248.995 1.224.986
CEIROS (inclui tributos: ICMS, IPI,
PIS e COFINS) (2.1 a 2.4)
2.1 Custos dos produtos, das mer- 1.187.060 1.197.833
cadorias e dos serviços vendidos
2.2 Materiais, energia, serviços de 61.935 27.153
terceiros e outros

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A Arte de Brincar Indústria e Comércio de Brinquedos Ltda.
CNPJ: 12.345.678/0001-23
DESCRIÇÃO EXERCÍCIO EXERCÍCIO
X2 X1
3. VALOR ADICIONADO BRUTO 2.187.312 2.477.025
(1 – 2)
4 DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E 24.758 13.374
EXAUSTÃO
5 VALOR ADICIONADO LÍQUIDO 2.162.554 2.463.651
PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3
– 4)
6 VALOR ADICIONADO RECEBIDO 30.000 257.000
EM TRANSFERÊNCIA (6.1 a 6.3)
6.2 Receitas financeiras 30.000 257.000
7 VALOR ADICIONADO TOTAL A 2.192.554 2.720.651
DISTRIBUIR (5+6)
8 DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADI- 2.192.554 2.720.651
CIONADO (*) (8.1 a 8.6)
8.1 Pessoal (8.1.1 a 8.1.3) 367.700 333.095
8.1.1 Remuneração direta 347.368 312.977
8.1.3 FGTS 20.332 20.118
8.2 Impostos, taxas e contribui- 583.057 306.413
ções (8.2.1 a 8.2.3)
8.2.1 Federais 328.805 342.481
8.2.2 Estaduais 118.274 (217.963)
8.2.3 Municipais 135.978 181.895
8.3 Remuneração de capitais de 733.250 910.888
terceiros (8.3.1 a 8.3.3)
8.3.1 Juros 645.250 834.888
8.3.2 Aluguéis 88.000 76.000
8.5 Lucros retidos/Prejuízo do 508.547 1.170.255
exercício
Fonte: elaborado pela autora.

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Percebeu como é fácil elaborar a Demonstração
do Valor Adicionado? Mas será que ela por si só
já é suficiente para ser compreendida pelos seus
usuários? Para completar o entendimento dessa
e das demais demonstrações contábeis, vamos
a partir de agora conhecer as Notas Explicativas!

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NOTAS EXPLICATIVAS (NE)
Agora que já conhecemos o conjunto de demons-
trações contábeis que devem ser elaboradas pelas
entidades, chegou o momento de abordarmos as
Notas Explicativas, que não correspondem a uma
demonstração, mas integram juntamente com as
demonstrações contábeis o conjunto de relatórios
que devem ser apresentados pelas entidades.

Imagine que nem todos os usuários das demons-


trações contábeis de uma entidade possuem co-
nhecimentos técnicos para compreensão efetiva
dos números informados nas demonstrações, daí
a necessidade de informações que servirão como
complemento para a compreensão efetiva quanto
ao informado nas demonstrações contábeis.

Há previsão legal quanto à elaboração das Notas


Explicativas, bem como seu propósito:

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria


fará elaborar, com base na escrituração mercantil da
companhia, as seguintes demonstrações financeiras,
que deverão exprimir com clareza a situação do
patrimônio da companhia e as mutações ocorridas
no exercício:
§ 4º As demonstrações serão complementadas
por notas explicativas e outros quadros analíticos
ou demonstrações contábeis necessárias para

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esclarecimento da situação patrimonial e dos
resultados do exercício.

Dessa maneira, todos os contextos que ensejarem


a necessidade de dados complementares para que
haja o entendimento correto quanto ao que está
apresentado nas demonstrações contábeis deverão
ser apresentados por meio das Notas Explicativas,
conforme o próprio nome sugere.

A elaboração das Notas Explicativas exige a obser-


vância quanto aos parâmetros legais estabelecidos
pela legislação. Vamos conhecer cada um deles.
Conforme o artigo 176, § 5º, da Lei 6.404/76, as
Notas Explicativas devem:

I – apresentar informações sobre a base de prepa-


ração das demonstrações financeiras e das práticas
contábeis específicas selecionadas e aplicadas
para negócios e eventos significativos;

A entidade deve informar quais as metodologias


adotadas para a elaboração das demonstrações
contábeis, ou seja, as práticas adotadas, tanto as
que são comumente usadas, quanto as que por
alguma razão específica sejam adotadas de forma
particular e as razões de tal procedimento.

II – divulgar as informações exigidas pelas práti-


cas contábeis adotadas no Brasil que não estejam

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apresentadas em nenhuma outra parte das demons-
trações financeiras;

Se houver situações que pela metodologia de ela-


boração não são abordadas pelas demonstrações
contábeis, deve haver a menção delas pelas Notas
Explicativas.

III – fornecer informações adicionais não indicadas


nas próprias demonstrações financeiras e considera-
das necessárias para uma apresentação adequada;

Em todos os casos nos quais as demonstrações


contábeis forem insuficientes para a apresentação
adequada de determinados contextos, deverão ser
elaboradas Notas Explicativas para a evidenciação
desses contextos.

IV – indicar:
a) os principais critérios de avaliação dos elementos
patrimoniais, especialmente estoques, dos cálcu-
los de depreciação, amortização e exaustão, de
constituição de provisões para encargos ou riscos,
e dos ajustes para atender a perdas prováveis na
realização de elementos do ativo;

Deve haver a menção quanto às metodologias


adotadas para fins de avaliação dos elementos dos
estoques, como “Primeiro que entra, Primeiro que

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sai” (PEPS), Preço médio, “Último a Entrar, Primeiro
a Sair” (UEPS), e as formas como os elementos do
Imobilizado são avaliadas, bem como a forma de
depreciação adotada.

b) os investimentos em outras sociedades, quando


relevantes (art. 247, parágrafo único);

Quando a entidade fizer investimentos em outras


sociedades, deve haver menção a como foram
efetuados esses investimentos, a participação en-
volvida, bem como os critérios de reconhecimento
quanto aos seus resultados.

c) o aumento de valor de elementos do ativo resul-


tante de novas avaliações (art. 182, § 3o);

Quando a entidade incorrer em procedimentos de


reavaliações de ativos que resultarem em aumen-
to de seus valores, deve haver menção da forma
como esses elementos foram reavaliados e seus
reflexos no Ativo da entidade.

d) os ônus reais constituídos sobre elementos do


ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras
responsabilidades eventuais ou contingentes;

Quando a entidade incorrer na concessão de garan-


tia a terceiros fazendo uso de elementos do ativo,
deve informar quais são esses elementos dados

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em garantia, bem como deve prestar informações
acerca das transações que envolvem a referida
concessão da garantia.

e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as


garantias das obrigações a longo prazo;

Nos elementos do Passivo deve haver a evidenciação


de sua composição, por exemplo: financiamentos
tomados, quais os seus valores, taxas de juros
pactuadas, vencimentos e garantias envolvidas.

f) o número, espécies e classes das ações do


capital social;

As Notas Explicativas devem ainda informar a


composição do capital social da entidade, ou seja,
tipo de ações, seu número, valores e titulares.

g) as opções de compra de ações outorgadas e


exercidas no exercício;

As transações envolvendo o exercício de compra de


ações devem ser informadas nas Notas Explicativas.

h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o);

A entidade deve informar em Notas Explicativas a


correção de informações referentes a exercícios
anteriores ao do exercício em curso, todas as vezes

24
que essas correções resultarem em algum tipo de
lançamento de ajuste.

i) os eventos subsequentes à data de encerramento


do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito
relevante sobre a situação financeira e os resultados
futuros da companhia.

A entidade deve informar em Notas Explicativas


eventuais eventos que possam vir a mudar de
forma significativa a situação econômico-finan-
ceira retratada pelas demonstrações contábeis
apresentadas, inclusive seus resultados.

Esses são os eventos que quando existentes na


entidade devem ser informados obrigatoriamente
nas Notas Explicativas, entretanto, quaisquer ou-
tros, quando relevantes e necessários para que a
entidade evidencie a situação econômico-patrimo-
nial da entidade, devem ser informados em Notas
Explicativas.

O papel das entidades se encerra com a elaboração


das Notas Explicativas, mas algumas delas terão
que submeter esses demonstrativos à apreciação
de auditoria independente, a qual deverá expressar
sua opinião por meio de um parecer, conteúdo que
começaremos a conhecer a partir de agora.

25
Segue estrutura das Notas Explicativas segundo
a NBCTG26, aprovada pela Resolução CFC n.
1185/2009:

Notas explicativas
Estrutura
112. As notas explicativas devem:
(a) apresentar informação acerca da base para a ela-
boração das demonstrações contábeis e das políticas
contábeis específicas utilizadas de acordo com os itens
117 a 124;
(b) divulgar a informação requerida pelas normas, inter-
pretações e comunicados técnicos, que não tenha sido
apresentada nas demonstrações contábeis;
(c) prover informação adicional que não tenha sido
apresentada nas demonstrações contábeis, mas que
seja relevante para sua compreensão.
113. As notas explicativas devem ser apresentadas,
tanto quanto seja praticável, de forma sistemática. Na
determinação de forma sistemática, a entidade deve
considerar os efeitos sobre a compreensibilidade e com-
parabilidade das suas demonstrações contábeis. Cada
item das demonstrações contábeis deve ter referência
cruzada com a respectiva informação apresentada nas
notas explicativas (Alterado pela NBC TG 26 [R3]).
114. Exemplos de ordenação ou agrupamento sistemá-
tico das notas explicativas incluem:
(a) dar destaque às áreas de atividades que a entidade
considera mais relevantes para a compreensão do seu
desempenho financeiro e da posição financeira, como

26
agrupar informações sobre determinadas atividades
operacionais;
(b) agrupar informações sobre contas mensuradas
de forma semelhante, como os ativos mensurados ao
valor justo;
(c) seguir a ordem das contas das demonstrações do
resultado e de outros resultados abrangentes e do ba-
lanço patrimonial, tais como:
(1) declaração de conformidade com as normas, inter-
pretações e comunicados (ver item 16);
(2) políticas contábeis significativas aplicadas (ver
item 117);
(3) informação de suporte de itens apresentados nas
demonstrações contábeis pela ordem em que cada
demonstração e cada rubrica sejam apresentadas;
(4) outras divulgações, incluindo:
- passivos contingentes (ver NBC TG 25) e compromissos
contratuais não reconhecidos;
- divulgações não financeiras, por exemplo, os objetivos
e as políticas de gestão do risco financeiro da entidade
(ver NBC TG 40).

PARECER DOS AUDITORES


INDEPENDENTES SOBRE AS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Algumas entidades, como é o caso das compa-
nhias abertas e as consideradas de grande porte,
por força da legislação, devem submeter suas de-
monstrações contábeis a auditoria independente.

27
Isso ocorre porque o legislador quer garantir que
as demonstrações elaboradas por esses tipos de
entidades estejam de acordo com as práticas a
que estão sujeitas, garantindo assim transparência.

A relevância macroeconômica de entidades de


capital aberto, entidades de grande porte e mesmo
as subordinadas ao Banco Central faz com que
devam atender a disposições legais específicas
no que se refere à sua governança e mesmo à
escrituração contábil.

Dessa maneira, o resultado da escrituração contá-


bil, ou seja, as demonstrações contábeis dessas
entidades devem ser auditadas por auditores in-
dependentes registrados na Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), que deverá emitir um relatório
contendo sua opinião acerca das demonstrações
contábeis, denominado “parecer dos auditores
independentes”.

O conceito desse documento é dado por Marion


(2010, p.10):

O parecer dos auditores independentes é o docu-


mento no qual o auditor expressa sua opinião, de
forma clara e objetiva, sobre se as demonstrações
contábeis da empresa representam adequadamente
sua posição patrimonial e financeira, o resultado do
exercício, as mutações do patrimônio líquido e seus
fluxos de caixa e seu valor adicionado, consoante as

28
Normas Brasileiras de Contabilidade e a legislação
específica que for aplicável.

Note que a auditoria independente é responsável


pela emissão de parecer acerca das demonstrações
contábeis, mas não pela sua elaboração, ou seja,
a entidade elabora as demonstrações contábeis
e as Notas Explicativas e as coloca à disposição
dos auditores independentes para que eles emitam
sua opinião, por meio do parecer.

Ainda de acordo com Marion (2010), o parecer


emitido pelos auditores independentes, que se-
gue com as demonstrações contábeis, apresenta
basicamente três parágrafos:
– Primeiro parágrafo: deve conter a identificação
das demonstrações contábeis, bem como a defi-
nição das responsabilidades da administração e
dos auditores.
– Segundo parágrafo: irá contemplar a extensão
dos trabalhos.
– Terceiro parágrafo: irá retratar a opinião sobre
as demonstrações contábeis.

No que se refere à natureza da opinião do auditor,


o parecer recebe a seguinte classificação, segundo
Marion (2010):

a) Parecer sem ressalva Também conhecido


como “parecer limpo”, é emitido quando a audi-

29
toria independente está convencida de que (1) as
demonstrações contábeis foram elaboradas com
observância das Normas Brasileiras de Contabilida-
de, (2) as demonstrações atendem às disposições
legais, regulamentares e mesmo societárias, (3)
as demonstrações contábeis condizem com o
conhecimento que os auditores têm acerca da
entidade e (4) houve a divulgação adequada de
todos os assuntos relevantes nas demonstrações
contábeis.
b) Parecer com ressalva O parecer com ressalva é
emitido quando, na opinião da auditoria independen-
te, (1) não há concordância com administração da
entidade auditada, no que se refere ao conteúdo e/ou
forma de apresentação das demonstrações contá-
beis e (2) há limitação na extensão do seu trabalho.
A ressalva dever ser efetuada de forma clara e ob-
jetiva, inclusive no que se refere aos seus efeitos
nas demonstrações contábeis.

c) Parecer adverso A auditoria independente emi-


tirá um parecer adverso quando, na sua opinião,
as demonstrações contábeis não representam a
posição patrimonial e financeira da entidade, ou
ainda seu resultado, bem como as mutações do
Patrimônio Líquido ou ainda fluxos de caixa e valor
adicionado, ou seja, as demonstrações contábeis,
estiverem incorretas ou incompletas, de modo

30
que apenas um parecer com ressalva não seria
suficiente para contemplar tal contexto.

d) Parecer com abstenção de opinião Este tipo de


parecer é emitido quando o auditor independente
não possui elementos suficientes para formação
de sua opinião, ou seja, a extensão do trabalho do
auditor restou comprometida, limitando a emissão
de um parecer. Deve haver um parágrafo dedicado
à descrição da limitação enfrentada pelo auditor e
que impediu a visão completa das demonstrações.

e) Quando o auditor independente identificar nas


demonstrações contábeis algum elemento que pela
sua relevância mereça destaque e compreensão
efetiva por parte dos usuários, deverá fazer menção
por meio de parágrafo de ênfase.

Ribeiro (2018, p.141) propõe o seguinte modelo de


Relatório de Parecer dos Auditores, ressalta-se que
se trata de um parecer do tipo limpo, sem ressalvas,
opinião que deve ser apresentada de acordo com
a situação da entidade auditada:

(Título)
RELATÓRIO DO(S) AUDITOR(ES) INDEPENDENTE(S)
SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
(Destinatário)
(Parágrafo introdutório)
Examinamos as Demonstrações Contábeis da Compa-
nhia X, que compreendem o balanço patrimonial em 31

31
de dezembro de X1 e as respectivas Demonstrações
do Resultado das mutações do patrimônio líquido e
dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data,
assim como o resumo das principais práticas contábeis
e demais notas explicativas.
(Responsabilidade da administração sobre as Demons-
trações Contábeis)
A administração da Companhia é responsável pela
elaboração e adequada apresentação dessas Demons-
trações Contábeis de acordo com as práticas contábeis
adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela
determinou como necessários para permitir a elaboração
de Demonstrações Contábeis livres de distorção relevan-
te, independentemente se causada por fraude ou erro.
(Responsabilidade dos auditores independentes)
Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião
sobre as Demonstrações Contábeis com base em nossa
auditoria, conduzida de acordo com as Normas Brasileiras
e Internacionais de Auditoria. Essas normas requerem o
cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que
a auditoria seja planejada e executada com o objetivo
de obter segurança razoável de que as Demonstrações
Contábeis estão livres de distorção relevante.
Uma auditoria envolve a execução de procedimentos
selecionados para obtenção de evidência a respeito dos
valores e divulgações apresentados nas Demonstrações
Contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do
julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos
de distorção relevante nas Demonstrações Contábeis,
independentemente se causada por fraude ou erro.

32
Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os
controles internos relevantes para a elaboração e ade-
quada apresentação das Demonstrações Contábeis da
Companhia para planejar os procedimentos de auditoria
que são apropriados nas circunstâncias, mas não para
fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses
controles internos da Companhia.
Uma auditoria inclui também a avaliação da adequação
das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das
estimativas contábeis feitas pela administração, bem
como a avaliação da apresentação das Demonstrações
Contábeis tomadas em conjunto.
Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é su-
ficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião.
(Opinião do auditor)
Em nossa opinião, as Demonstrações Contábeis acima
referidas apresentam adequadamente, em todos os
aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira
da Entidade X em 31 de dezembro de X1, o desempenho
de suas operações, as mutações de seu Patrimônio
Líquido e seus fluxos de caixa para o exercício findo
naquela data, de acordo com as práticas contábeis
adotadas no Brasil.
(Outros requisitos legais e regulatórios)
(Localidade do escritório de auditoria que emitiu o
relatório)
(Data do relatório)
(Identificação e assinatura do auditor independente –
pessoa física ou jurídica –, nome do sócio ou responsável
técnico, quando pessoa jurídica; números de registro no

33
CRC da firma de auditoria e do profissional que assina
o relatório e assinatura do auditor independente.)

RELATÓRIO DOS
ADMINISTRADORES
De acordo com a Lei das SAs., em seu artigo 133, os
administradores devem apresentar aos acionistas
o Relatório da Administração que deve contemplar
informações acerca dos negócios sociais e os
principais fatos administrativos do exercício findo.

A função do Relatório da Administração é o de


fornecer informações complementares acerca das
demonstrações contábeis com vistas a proporcio-
nar aos usuários uma visão ampla dos negócios
da entidade bem como contribuir para o processo
de tomada de decisões.

No que se refere ao conteúdo do Relatório da


Administração, ele deve conter no mínimo, de
acordo com a Lei das SAs: (1) eventual aquisição
de debêntures de emissão própria (art.55 §2º);
(2) tratamento para os resultados auferidos pela
entidade (art.118 §5º) e (3) investimentos em
coligadas e controladas no curso do exercício.

Ribeiro (2018, p.139) propõe o seguinte modelo


de Relatório da Administração:

34
RELATÓRIO DA DIRETORIA
Prezados Acionistas,
Em cumprimento às disposições legais e estatutárias,
submetemos à apreciação de Vossas Senhorias o Balan-
ço Patrimonial e as demais Demonstrações Financeiras
encerradas em 31 de dezembro de X1. Estaremos à
disposição de Vossas Senhorias em nossa sede social
para quaisquer outros esclarecimentos.
São Paulo, .... de ............... de X1
Diretoria

35
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esperamos que este e-book tenha ajudado a pro-
porcionar uma visão global acerca da importância
da apresentação correta das demonstrações, bem
como identificação dos impactos que elas causam
aos seus usuários.

Busca-se com isso evidenciar que as entidades


são relevantes em nossa sociedade e é preciso que
suas operações sejam informadas adequadamente
por meio da apresentação das demonstrações
contábeis.

Por fim, a transparência e mesmo a segurança


proporcionadas pela correta divulgação das de-
monstrações contábeis ajuda na consolidação
de um mercado cada vez mais forte, em que a
possibilidade de atração de investimentos se torna
cada vez maior.

36
Referências Bibliográficas
& Consultadas
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS
– CPC. Pronunciamentos. Disponível em: http://
www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/
Pronunciamentos.

FREZATTI, F. Gestão do fluxo de caixa diário:


como dispor de um instrumento fundamental
para o gerenciamento do negócio. São Paulo:
Editora Atlas, 2011. [Minha Biblioteca]

FREZATTI, F. Gestão do fluxo de caixa:


perspectivas estratégica e tática. São Paulo:
Atlas, 2014. [Minha Biblioteca].

IUDÍCIBUS, S. et al. Manual de contabilidade


societária: aplicável a todas as sociedades de
acordo com as normas internacionais e do CPC.
São Paulo: Atlas, 2010. [Minha Biblioteca].

MACKENZIE, B.; COETSEE, D.; NJIKIZANA, T.;


CHAMBOKO, R.; COLYVAS, B.; HANEKOM, B.
IFRS 2012: Introdução e Aplicação. Porto Alegre:
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MARION, J. C. Análise das demonstrações


contábeis: contabilidade empresarial. 6. Ed. São
Paulo: Atlas, 2010. [Minha Biblioteca].
MELO, M. M. BARBOSA, S. C. Demonstrações
contábeis: da teoria à prática. Rio de Janeiro:
Freitas Bastos Editora, 2018. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/
Publicacao/153327/pdf/0. Acesso em: 05 fev.
2021.

MORANTE, A. S.; JORGE, F. T. Demonstrações


contábeis sintéticas: foco no caixa, no lucro e
na capitalização do negócio. São Paulo: Altas,
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NIYAMA, J. K. Contabilidade internacional. 2. ed.


São Paulo: Atlas, 2010. [Minha Biblioteca].

RIBEIRO, O. M. Contabilidade Básica. 30 ed. São


Paulo: Saraiva, 2018.

SILVA, A. A. da. Estrutura, Análise e Interpretação


das Demonstrações Contábeis. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2014. [Minha Biblioteca].

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