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Demonstração do Resultado do

Exercício (DRE)

Após o processo de registro dos eventos contábeis, efetuamos o encerramento das contas de receita e
despesa mediante a transferência do saldo dessas contas para a conta transitória Apuração do
Resultado do Exercício (ARE).Cumprida essa etapa do processo, os mesmos valores registrados na conta
ARE são apresentados na Demonstração do Resultado do Exercício, cuja finalidade é mostrar a receita
da empresa e, de forma dedutiva, os custos e despesas agrupados por categorias.

A Demonstração do Resultado do Exercício é elaborada considerando-se o regime de competência dos


exercícios para as receitas e despesas. Segundo esse regime, consideramos todas as receitas a vista e a
prazo e todas as despesas incorridas pela empresa independentemente da forma de pagamento.

17.1 GRUPOS DE CONTAS

Dependendo da forma de constituição da empresa, os grupos de contas apresentados na Demonstração


do Resultado do Exercício têm algumas varia-ções. Em uma empresa comercial (objetivo deste livro), a
DRE tem início com a Receita Bruta. Em seguida, são apresentadas as deduções da receita bruta. As mais
importantes são:

a) devoluções, abatimentos e descontos incondicionais;

b) impostos incidentes sobre vendas: ICMS, PIS e Cofins.

Excluindo as deduções da receita bruta, chegamos à receita líquida, da

qual deve ser excluído o custo das vendas, para se ter o lucro bruto.

Após o lucro bruto, deduzimos as despesas operacionais. Nesse grupo de despesas, encontramos as
despesas com vendas, despesas administrativas, des.pesas com pessoal, despesas financeiras, entre
outros grupos. Entendemos como despesas operacionais as diretamente relacionadas com a atividade-
fim Chegamos então ao lucro operacional. Conforme sugere o título, trata-se do resultado gerado pelas
atividades operacionais da empresa.

da empresa.

Apresentamos na seqüência outras receitas e outros custos/despesas não operacionais. Trata-se de


custos e despesas que não guardam afinidades com as atividades normais da empresa. Por exemplo,
uma receita eventual proveniente da venda de algum item do ativo imobilizado. Como exemplo de
despesa não operacional em uma empresa comercial, citamos uma perda em decorrência de sinistro
ocorrido na empresa sem que haja apólice de seguro contratado para repor os prejuízos.

Chegamos então ao Lucro Antes do Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
(CSLL). Esse lucro contábil é oferecido à tributa-ção com alguns ajustes. O lucro tributável é definido em
decorrência do regime de tributação adotado pela empresa. No Capítulo 27 apresentamos os regimes
de tributação aplicáveis às empresas comerciais.

Do lucro após o IR e CSLL serão excluídas as participações de empregados e diretores, para chegarmos
ao lucro líquido do exercício. Dividindo o lucro líquido pela quantidade de ações em que está dividido o
capital social - nos casos de sociedades por ações -, temos o lucro por ação.

17.2 FORMA DE APRESENTAÇÃO

A forma de apresentação da Demonstração do Resultado do Exercício está definida na Lei ne 6.404/76


(Lei das Sociedades por Acões),em seu art. 187.quando estabelece a ordem de apresentação das
receitas, custos e despesas que jrão compor essa Demonstração Contábil para fins de divulgação.
Apresentamos adaptado para empresas comerciais.

na seqüência um modelo de DRE segundo regulamentado na Lei n° 6.404/76,

Trata-se de um modelo não necessariamente pronto e acabado. Em decor rência do plano de contas da
empresa, poderá ser alterado, com a inclusão e/ou

exclusão de algumas contas.

MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍcIo

Demonstração do Resultado do, Exercicio

Data: 1° de janeiro de 20X1 a 31 de dezembro de 20X1

Receita Bruta com Vendas Deduções da Receita Bruta Vendas Canceladas

Abatimentos

Impostos sobre vendas

ICMS sobre Vendas

ICMS Substituição Tributária

PIS

Cofins

Receita Líquida

Custo das Mercadorias Vendidas

Lucro Bruto

Despesas Operacionais
Despesas com Vendas

Pessoal

Honorários da Diretoria

Encargos Sociais

Aluguel do escritório Depreciação de Bens Seguros

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

Auditoria e Consultoria

Despesas Financeiras

(+) Receitas

Juros Pogos ou Incorridos Desconlos Concedidos Juros Afvos

Descontos Conredidos Despesas com Impostos

PiS sobre demais Receitos

Outras Despesas Operacionais Outras Receitas Operacionais Resultados não Operacionais

。Prejuizo de Purticipoção em outras sociedodes,Lucros de Participoção em outras sociedades Ganhas


de Copital Permanende

_ Perdas de Copital Permanente

Provisão para Imposto de Renda Provisão para Contribuição Social Participações e Contribuições

Debèntures Empregados Administrodores Partes Beneficiárias

Doaçöes e Contribuições

(= ) Resultado do Exercício

Balanço Patrimonial (BP)

O Balanço Patrimonial apresenta a composição do patrimônio de uma empresa. Dessa Demonstração


Contábil constam todas as contas patrimoniais pertencentes aos grupos do Ativo, Passivo e Patrimônio
Líquido.

Representa, em uma forma figurada, o retrato da empresa em determina.do momento (geralmente


31/12). Retrato porque, nesse momento, o saldo de uma conta de disponibilidades (Caixa ou Bancos,
por exemplo) é apresentado por determinado valor que pode ser alterado no momento seguinte, dado
que o fluxo de disponibilidade ocorre de forma contínua (recebimentos e pagamentos são efetuados
pela empresa a todo instante).

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18.1 GRUPOS DE CONTAS

No Balanço Patrimonial, apresentamos as contas segregadas em grandes características são


apresentados a seguir.

grupos: Ativo, Passivo e Patrimônio Liquido. Esses grupos de contas com suas

18.1.1 Ativo

No grupo de contas do ativo de uma empresa, há contas que representam recursos econômicos
empregados, dos quais se espera um benefício futuro.

Constituem-se em bens e direitos da empresa.

Apresentamos o ativo dividido em subgrupos: Ativo Circulante, Ativo Realizável a Longo Prazo e Ativo
Permanente. Apresentamos a seguir algumas características julgadas mais importantes para esses
subgrupos de contas.

ATIVO CIRCULANTE

O Ativo Circulante é constituído por valores e bens que se transformarão em disponibilidades até o
término do exercício social seguinte. Refere-se ao prao de até 365 dias, dado que geralmente a empresa
encerra o período contábil e elabora as demonstrações contábeis (entre elas o Balanço Patrimonial) no
dia 31/12 de cada ano. Dessa forma, o exercício social coincide com o calendário civil. No entanto, em
alguns casos, o encerramento dos períodos contábeis pode ocorrer em outras datas que não 31/12.

Nesse subgrupo, as contas são classificadas em ordem decrescente de grau de liquidez. Significa que os
itens mais "líquidos" (disponibilidades) são apresentados antes dos valores a receber, por exemplo.

No Ativo Circulante, são apresentados os seguintes subgrupos de contas:

a) Disponibilidades;
b) Valores a Receber;

c) Estoques; e

d) Despesas Antecipadas.

ATIVo REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

São classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo (ARLP) os direitos da empresa provenientes da venda
de produtos (empresas comerciais) e/ou prestação de serviços (empresas prestadoras de serviços), que
são recebidos após o término do exercício social seguinte. As contas classificadas nesse grupo têm prazo
de recebimento superior a 365 dias.

ATIVO PERMANENTE

Nesse grupo de contas, são apresentados os investimentos permanentes realizados pela empresa, o
Ativo Imobilizado e o Ativo Diferido.

Os investimentos permanentes representam aplicação de recursos com a intenção de não se desfazer


desses ativos a curto prazo. O imobilizado representa valores aplicados em prédios, máquinas, veiculos,
móveis e utensílios, entre outros. O ativo imobilizado é utilizado pela empresa na operacionalização de
suas atividades, contribuindo para a formação dos resultados da empresa.O ativo diferido representa
desembolsos que contribuirão para a formação de resultados de exercícios futuros. Como exemplo,
citamos despesas de consti.tuição da empresa, despesas de reorganização, entre outras

18.1.2 Passivo

Os passivos da empresa representam todas as obrigações desta para com ter.ceiros. A forma de
classificação dá-se em ordem decrescente de prioridade de paga,mento das exigibilidades. Significa que
as obrigações da empresa cuja exigibilidade de pagamento ocorra com menor prazo são apresentadas
primeiro. Na sequência são classificadas as obrigações com prazos maiores para liquidação.

Os passivos da empresa são classificados nos seguintes grupos de contas:

a) Passivo Circulante;

b) Passivo Exigível a Longo Prazo; e

c) Resultado de Exercícios Futuros.

A classificação dos passivos em Circulante e Longo Prazo segue o mesmo critério adotado para as contas
do ativo, ou seja: todas as exigibilidades com vencimento até o término do exercício social seguinte -
com prazo de até 365 dias - são classificadas no Passivo Circulante. Quando o prazo para liquidação da
obrigação com terceiros é superior a 365 dias, a exigibilidade é classificada no passivo exigível a longo
prazo.
Resultados de exercícios futuros referem-se a valores que a empresa recebe antecipadamente para a
entrega de produtos ou prestação de serviços em períodos(exercícios sociais) seguintes. Os valores
devem ser apresentados líquidos dos custos previstos para o cumprimento das obrigações. Quando são
registrados alguns valores nesse grupo, devemos estimar o custo provável e registrá-lo deduzindo do
total, de forma a ser acrescentado no passivo da empresa somente o valor líquido provável da
transação.

18.1.3 Patrimônio liquido

No grupo de contas definido como Patrimônio Líquido do BalançoPatrimonial, há o capital e as reservas.


De acordo com a Lei das Sociedades por Ações (Lei n² 6.404/76), o Patrimônio Liquido é apresentado
com os seguintes subgrupos:

a) Capital;

b) Reservas de Capital;

c) Reservas de Reavaliação;

d)Reservas de Lucros; e

e) Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Dessa forma, os subgrupos do Patrimônio Líquido foram dispostos pela Lei n² 6.404/76, considerando-se
o critério do grau de liquidez.

A Reserva de Reavaliação é a contrapartida de novo valor atribuído aos ativos da empresa mediante
reavaliação efetuada por três peritos ou empresa especializada, em decorrência de esses ativos estarem
registrados por um valor menor do que o valor real (veja sobre reavaliação de ativos no Capítulo 22
deste livro).

As reservas de lucros referem-se aos resultados positivos gerados pela empresa e não distribuídos aos
sócios ou acionistas. São utilizadas para distribui-ção futura aos proprietários, ou para aumento do
capital da empresa.

18.2 FORMA DE APRESENTAÇÃO

A forma de apresentação do Balanço Patrimonial está regulamentada na Lei das Sociedades por Ações
(Lei ne 6.404/76) em seu art. 178, segundo o qual"no balanço, as contas serão classificadas segundo os
elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar conhecimento e a análise da
situação financeira da companhia".

Na seção seguinte, apresentamos um modelo de Balanço Patrimonial,do qual constam os grupos de


contas que podem ser utilizados por uma empresa comercial. Nesse modelo, não apresentamos as
contas que devem constar de cada grupo, dado que estas são consideradas no plano de contas da
empresa.
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Demonstração dos Lucros ou

Prejuízos Acumulados (DLPA)

A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados é uma Demonstra-ção Contábil cujo objetivo é
apresentar a destinação dada pelos administrado.res da empresa aos resultados a que se chegou no
período considerado para apuração.

Evidenciam-se de forma transparente na Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) os


seguintes itens:

a) o lucro (ou prejuízo) líquido do exercício;

b) os ajustes de exercícios anteriores;

c)as transferências para constituição de reservas;

d) as reversões de reservas;

e) os dividendos distribuídos;

f) a parcela de lucros incorporada ao capital; e

g) o saldo final da conta no período.

De forma indireta, a DLPA apresenta todos os acréscimos e decréscimos de saldos que influenciam os
dividendos, dado que as reservas de lucros a realizar e reservas para contingências estão sujeitas à
incidência dos dividendos obrigatórios que são distribuídos aos acionistas, imposta pela legislação às
empresas constituidas sob a forma de sociedades por ações, quando essas reservas forem revertidas
para a conta de Lucros Acumulados,

A DLPA também é obrigatória para as empresas constituídas sob a forma de sociedades limitadas, entre
outros tipos de sociedades, por imposição da le gislação do Imposto de Renda.

19.1

FORMA DE APRESENTAÇÃO

DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍzOS ACUMULADOS

DATA: 31 DE DEZEMBRO DE 20X1

Saldo em 31 de dezembro de 20X0

Ajustes de Exercicios Anteriores


Parcela de Lucros Incorporada ao Capital

Reversões de Reservas

De Contingências De Lucros a Realizar Lucro Líquido do Exercício Transferência para Reservas

Reserva Legal

Reserva Estatutária

Reserva de Lucros a Realizar Reserva de Lucros para Expansão Dividendos a distribuir

Saldo em 31 de dezembro de 20X1

Demonstração das Origens e

Aplicações de Recursos (DOAR)

Na Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, apresentamos os eventos que deram origem às
alterações no capital circulante líquido da empre.sa em determinado período. O objetivo dessa
Demonstração Contábil é apresen.tar de forma ordenada e resumida as informações relativas às
operações de investimento e financiamento da entidade entre outras funções - com os reflexos na
posição financeira.

As origens de recursos ocorrem no lado direito do Balanço Patrimonial. As fontes de recursos são os
Passivos Exigíveis ou o Patrimônio Liquido. As exigibilidades da empresa representam o Capital de
Terceiros, e o Patrimônio Líquido representa o Capital Próprio. A soma dessas duas fontes de recursos
representa o capital total à disposição da empresa, que será aplicado no Ativo da empresa (lado
esquerdo do Balanço Patrimonial).

O capital circulante líquido é representado pelo Ativo Circulante (disponibilidades, direitos, estoques,
despesas antecipadas, entre outros) menos o Passivo Circulante (fornecedores, duplicatas a pagar,
contas a pagar, impostos a pagar, entre outras exigibilidades).

A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos não representa somente a movimentação das
disponibilidades (Fluxo de Caixa). Em verdade, essa demonstração contábil (DOAR) é mais abrangente
do que o Fluxo de Caixa,dado que apresenta as variações do capital circulante líquido, representando
uma demonstração das mutações na posição financeira em geral.

20.1 OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO

Segundo o art. 176, item IV, da Lei n° 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações), a Demonstração das
Origens e Aplicações de Recursos deve ser elabora.da obrigatoriamente por todas as companhias.
Entretanto, de acordo como o$6° desse mesmo artigo (176), as sociedades por ações com capital
fechado(ações não negociadas em bolsa de valores) cujo patrimônio líquido seja inferior a determinado
limite não estão obrigadas à elaboração e publicação dessa de.

monstração contábil.

20.2 FONTES DE ORIGENS E APLICAÇÕES

A DOAR contempla as modificações na posição financeira da empresa discriminando os valores


resultantes das operações correspondentes ao lucro liquido do período (ou prejuízo), ajustado por
valores que não representam en.trada ou saída de recursos (não afetam o capital circulante).

As origens de recursos compreendem (entre outras):

a) lucro do exercício;

b) aumento de capital;

c) aumento de exigibilidades de longo prazo;

d) realização de ativos de longo prazo (reclassificação em Ativo Circulante);

e) alienação de Ativo Permanente.

Representam aplicações de recursos:

a) aquisição de ativo permanente (investimentos, imobilizado e diferido);

b) aumento de ativos realizáveis a longo prazo;

c) pagamento de participações nos lucros a sócios ou acionistas;

d) distribuição de dividendos;

e) redução de Passivo Exigivel a Longo Prazo (reclassificação em conta do

passivo circulante).

FORMA DE APRESENTAÇÃO

ORIGENS DE RECURSOS

Lucro ou Prejuízo do Exercício

Depreciação

Resultado da Equivalência Patrimonial

Variações nos Resultados de Exercícios Futuros

Realização do Capital Social


Contribuições para Reservas de Capital Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo Diminuição do Ativo
Realizável a Longo Prazo Redução do Ativo Imobilizado

Dividendos Recebidos APLICAÇÕES DE RECURSOS Dividendos Distribuídos

Aumento de Investimentos Permanentes

Aumento do Ativo Imobilizado

Aumento de Ativo Diferido

Aumento no Ativo Realizável a Longo Prazo

Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo

AUMENTO OU REDUÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

Altivo Circulante - saldo inicial (- ) saldo final

= variação Passivo Circulante - saldo inicial (- ) saldo final = variação Aumento ou redução do Capital
Circulante Líquido = variação

Demonstração das Mutações do

Patrimônio Líquido (DMPL)

h) dis

i) saly

21.2 Fg

Apresg ções do Pa figurar nes

Essa Demonstração Contábil apresenta as movimentações de determinado periodo, ocorridas nas


contas do Patrimônio Liquido. Apresenta o fluxo de movimentação de uma conta para outra,
complementando as demais informa.çoes apresentadas em outras Demonstrações Contábeis
(Demonstração do Re.sultado do Exercício e Balanço Patrimonial).

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido não é obrigatória pela Lei 6.404/76 (Lei das
Sociedades por Ações). No entanto, a DMPL é exigida pela Comissão de Valores Mobiliários para as
companhias abertas.

21.1 OQUE DEVE CONTER A DMPL

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido deve discriminar:


a) saldos no início do período;

b) reversões e transformações de reservas em lucros;

c) aumentos ou diminuições de capital;

d) ajustes de exercícios anteriores;

e) destinação do lucro líquido do período;

f)reservas de reavaliações do ativo e suas realizações;

g) lucro (ou prejuízo) líquido do período;

h) distribuição de lucros;

saldos no final do período.

21.2

FORMA DE APRESENTAÇÃO

Apresentamos a seguir um modelo sumário da Demonstração das Muta-ções do Patrimônio Liquido, do


qual constam os grupos de contas que devem figurar nessa Demonstração Contábil.

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

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Notas Explicativas

As Demonstrações Contábeis apresentam geralmente informações quanti.tativas traduzidas nos


números divulgados aos usuários dessas demonstrações.Em alguns casos, essas informações
quantitativas não são suficientes para bem informar sobre a situação patrimonial da empresa.

Com isso, o ideal seria que as Demonstrações Contábeis apresentassem informações qualitativas, além
das informações quantitativas que são mostradas normalmente. Por exemplo, considere os estoques
constantes do grupo Ativo Circulante do Balanço Patrimonial, apresentados com determinado valor. Os
usuários dessas Demonstrações, ao verificarem esse número exposto no Balan-ço, não terão
informações sobre a qualidade dos estoques. Se o valor representa estoques cujo giro ocorre
rapidamente, ou se existem estoques que não possam ser alienados em decorrência de defasagem
tecnológica ou outra causa qualquer, não serão apresentadas no Balanço Patrimonial essas informações.

Com isso, o Balanço Patrimonial ainda não consegue captar e mostrar aos usuários as informações
qualitativas do patrimônio. Essa característica é uma deficiência das Demonstrações Contábeis.
É nesse contexto que inserimos as Notas Explicativas, como informações complementares das
Demonstrações Contábeis; elas são parte integrante destas. As Notas Explicativas podem ser expostas
na forma descritiva, ou mediante apresentação de quadros analíticos.

Entretanto, as notas explicativas não podem ser utilizadas com o fim de justificar um erro contábil.
Dessa forma, é necessário que conste em Notas

Explicativas um eventual erro contábil, por exemplo. Esse fato, porém, não jus tifica (e também não
corrige) o erro cometido.

22.1 OBRIGATORIEDADE DE DIVULGAÇÃO

O art. 176 da Lei das Sociedades por Ações (Lei n° 6.404/76) estabelece que as empresas devem
elaborar as Demonstrações Contábeis complementadas por Notas Explicativas, quando afirma que

“as demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas e outros quadros analíticos ou
demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do
exercício".

De acordo com esse mesmo artigo, as Notas Explicativas a serem apresentadas em conjunto com as
Demonstrações Contábeis devem indicar, pelo menos:a) forma de cálculo de depreciação, amortização e
exaustão;

b) constituição de provisões para encargos ou riscos e ajustes para aten-

der a perdas prováveis na realização dos elementos do ativo;

c) investimentos relevantes em outras sociedades,

d) aumento de valor de ativos em decorrência de reavaliações;

e) ônus reais constituídos sobre elementos do ativo e garantias prestadas

a terceiros;

f taxas de juros, garantias e datas de vencimentos das obrigações a lon-

go prazo;

g) número, espécies e classes das ações do capital social;

h) opções de compra de ações;

i) ajustes de exercícios anteriores; e

j) eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício.

22.2 RECOMENDAÇÕES DA CVM


Além das notas previstas pela Lei das Sociedades por Ações, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
apresenta algumas recomendações que devem ser seguidas pelas empresas sujeitas a esse órgão
regulador (Sociedades por Ações com capital negociado em bolsas de valores), referentes à divulgação
em notas explicativas. Essas recomendações são as seguintes (apresentadas em ordem alfabética):

a) ações em tesouraria;

b) amortização de ágio/deságio em investimentos avaliados pelo Métodn

da Equivalência Patrimonial;

c) arrendamento mercantil;

d) capital realizado atualizado;

e) contratos de seguros;

f) demonstrações complementares;

g) demonstrações consolidadas;

h) detalhamento das reservas;

i) distribuição do resultado do exercício.

j) dividendos por ação;

k) imposto sobre operação de câmbio;I) investimentos societários no exterior;m) lucros retidos;

n)metodologia de cálculo dos dividendos;

o) mudança de critério contábil;

p) remuneração dos administradores;

q) reserva de lucros a realizar; e

transações entre partes relacionadas.

Consolidação de Balanços

das.

A consolidação de balanços não é simplesmente a soma dos saldos das contas dos balanços das
empresas que terão suas Demonstrações Contábeis Consolidadas. Constitui-se em uma técnica que
envolve procedimentos específicos para tal. Mediante utilização dessa técnica, é possível conhecer a
posição financeira da empresa controladora em conjunto com as demais empresas controladas. A
consolidação de balanços mostra uma visão global dos números apresentados pelo grupo de empresas,
em seu conjunto.

Quando se trata de consolidação de balanços, é importante fazer alguns comentários sobre avaliação de
investimentos permanentes, dado que a consolidação decorre dos investimentos efetuados pela
empresa investidora mediante aquisição do patrimônio líquido de outras empresas (investidas). Essa
aquisi-ção pode ser total ou parcial. O critério de avaliação de investimentos adotado pela empresa
investidora definirá o momento em que esta reconhecerá os resultados auferidos pela empresa
investida.

Para tanto, existem dois métodos de avaliação de investimentos. O primeiro é a avaliação que utiliza o
Método do Custo. De acordo com esse método, os resultados auferidos pela empresa investida somente
são considerados como resultado efetivo da empresa investidora no momento em que houver a
distribuição de dividendos. O segundo método de avaliação de investimentos permanentes é o Método
da Equivalência Patrimonial (MIEP). Quando a avaliação de investimentos permanentes efetuados pela
empresa investidora é feita mediante a utilização desse método, os resultados são considerados no
momento em

as Demonstrações Contábeis, momento em que são conhecidos os resultados gerados no período, a


empresa investidora irá reconhecer como resultado em seus demonstrativos contábeis o lucro (ou
prejuízo) gerado, proporcional a sua participação no patrimônio líquido da investida, independente da
distribuição

desses resultados.

23.1 OBJETIVO DA CONSOLIDAÇÃO

O objetivo da consolidação de balanços é apresentar os resultados das ope.rações e a posição financeira


do grupo econômico em conjunto. Dado esse objetivo, o processo de consolidação das Demostrações
Contábeis entre empre.sas do mesmo grupo é operacionalizado de forma a contemplar a exclusão dos
saldos referentes a operações entre as empresas que terão seus balanços conso.lidados. Isso significa
que, por exemplo, as vendas consideradas para o grupo de empresas referem-se somente às alienações
efetivadas para empresas externas ao grupo em consideração.

23.2 QUEM ESTÁ OBRIGADO A FAZER CONSOLIDAÇÃO

Segundo a Lei n° 6.404, de 15-12-1976 (Lei das Sociedades por Ações), em seu art. 249, estão obrigadas
a elaborar Demonstrações Contábeis Consolidadas:

a)companhias abertas que possuem investimentos permanentes em socie.

dades controladas, incluindo as sociedades controladas em conjunto;b) grupos empresariais (com ou


sem capital aberto) constituídos de acordo com o Capítulo XXI da Lei ne 6.404. Para que a empresa seja
obrigada a elaborar demonstrações consolidadas, não terá que ser obrigatoriamente constituída na
forma de sociedade por ações. Mesmo que a sociedade de comando seja constituída, por exemplo,
como uma sociedade limitada, deve fazer a consolidação, caso se enquadre nos parâmetros definidos na
lei.

Geralmente, as empresas encerram o período contábil no dia 31 de dezembro, de forma que o ano-
calendário coincide com o período contábil. No entanto, é possivel que algumas empresas encerrem o
período e elaborem as demonstr ções contábeis em datas diferentes. Quando ocorre essa situação, as
empresas que terão suas demonstrações consolidadas devem observar o descasamento de datas.
Quando existe defasagem de até 60 dias, efetuamos a consolidação,desconsiderando essa divergência
de datas de elaboração de suas demonstratöes contábeis. No entanto, quando o prazo decorrido entre a
elaboração das demonstrações contábeis é maior do que 60 dias, é necessário elaborar demons.trações
contábeis extraordinárias, para que possamos efetuar a consolidação.

23.3 TÉCNICAS DE CONSOLIDAÇÃO

No processo de elaboração de demonstrações contábeis consolidadas, utilizamos algumas técnicas com


o objetivo de padronizar todo o processo. Entre essas técnicas, destacamos:

23.3.1 Soma dos saldos das contas

Essa técnica consiste na soma dos valores das contas de cada empresa que terá suas demonstrações
contábeis consolidadas. Por exemplo, somamos os saldos das disponibilidades das empresas que estão
incluídas no processo de consolidação.

Exemplo: considere os saldos das contas de disponibilidades das empresas Alfa, Beta e Charles
apresentados a seguir, extraídos de seus Balanços Patrimoniais.

Empresa Alfa

Empresa Beta

Empresa Charles

Total

12.500 7.635$ 15.890$ 36.025

O saldo consolidado das disponibilidades destas empresas representa $36.025; ele resulta da soma dos
valores individuais das disponibilidades das três empresas. Esse mesmo procedimento deve ser adotado
para as demais contas do balanço patrimonial: estoques, clientes, fornecedores, investimentos etc.
Nesse caso, não existem lançamentos de ajustes para a consolidação dos saldos de balanços.

23.3.2 Uniformidade de critérios contábeis

Os critérios contábeis utilizados na contabilização das empresas inseridas no processo de consolidação


devem ser os mesmos. O método de avaliação dos estoques utilizados em uma empresa, por exemplo,
deve ser observado nas de.mais empresas que terão suas demonstrações contábeis consolidadas,
23.3.3 Eliminações

Os saldos das transações efetuadas entre as empresas do mesmo grupo devem ser eliminados.
Apresentamos, anteriormente, a técnica da soma dos saldos das contas. No entanto, a consolidação não
se resume a simples acumu.lação de valores. É necessário, também, eliminar, por exemplo, os saldos
entre as contas a receber e a pagar constantes dos balanços das empresas inseridas no processo de
consolidação. Na demonstração do resultado do exercício, de forma idêntica, eliminamos o valor das
vendas efetuadas entre as empresas, e também o custo das mercadorias vendidas e demais despesas
relacionadas a essas operações, como comissões, juros etc.

Como exemplo de eliminação de saldos de balanços, considere a existência dos seguintes valores nas
contas patrimoniais das empresas Alfa e Beta, refe.rentes a direitos e a obrigações entre essas duas
empresas:

Contas a Receber

Contas a Pagar

Alfa S 8.500$ 4.000

Beta$ 5.000$ 7.000

Incluso nas contas a receber da empresa Alfa existe um crédito de $ 3.500 da empresa Beta. Por outro
lado, a empresa Beta tem o valor de $ 3.500 registrados em contas a pagar devido à empresa Alfa,
constantes de seu Balan-Ço Patrimonial. Apresentamos a seguir um quadro-resumo com as eliminações
necessárias ao processo de consolidação.

Alfa Beta Alfa + Beta Eliminações D Eliminações C Consolidado

58.500 $5.000 $13.500

54.000 $7.000

511.00

$3.500

$3.500

510.000

57.500

23.3.4 Controle das operações intercompanhias


Em decorrência das eliminações que devem ser efetuadas no processo de consolidação, é importante
que se tenha controle das operações intercompanhiag para eventual eliminação de saldos. Por exemplo,
a empresa pode considerar em seu plano de contas as contas Vendas para Terceiros e Vendas para
Empre.sas do mesmo Grupo.

23.4 REFLEXO DA CONSOLIDAÇÃO

Em conjunto, os efeitos advindos do processo de consolidação de balanços Podem ser refletidos de


forma distinta, nos impostos, para os investidores e cre.dores e para a administração/gerência da
empresa, conforme comentários a seguir.

23.4.1 Nos impostos

Alguns reflexos da consolidação de balanços nos impostos são:

1. o Imposto de Renda, a contribuição social e demais tributos são calcu.lados individualmente, em cada
empresa que tem suas demonstrações consolidadas;

2. os dividendos também são calculados sobre o lucro de cada empresa do

grupo individualmente.

23.4.2 Para os investidores e credores

Para os investidores e credores, citamos os seguintes reflexos da consolida-

ção de balanços:

1. possibilidade de calcular os indices de liquidez e endividamento de todo o grupo, dando uma visão
global da liquidez e do endividamento;2

os indices de lucratividade são calculados por empresa. Mediante a con

solidação dos balanços, podemos calcular esse índice global;

3. as Demonstrações Contábeis Consolidadas apresentam visão geral do

potencial de geração de recursos pelo grupo;

4. as análises dos indices aplicáveis à controladora e a cada controlada podem ser realizadas de forma
consolidada.

23.4.3 Para a administração/gerência

Independente da exigência legal de elaborar Balanços Consolidados,gerencialmente, para os


administradores do grupo de empresas que terão seus balanços consolidados, os reflexos são:
1. com os resultados apresentados pela consolidação, é possível realizar melhor administração e
gerenciamento dos recursos financeiros de todo o grupo;

2. o processo de consolidação apresenta o fluxo de caixa global;

mediante a consolidação das operações das empresas do mesmo grupo,é possível uma avaliação
abrangente das necessidades de recursos de terceiros e acionistas;

4. mediante administração das disponibilidades, existe a possibilidade de obtenção de vantagens para o


grupo, provenientes da reciprocidade bancária;

5. as avaliações de desempenho isolado e global tornam-se mais previsí-

veis;

6. em decorrência da consolidação das demonstrações contábeis, o planejamento tributário pode ser


efetuado de forma mais efetiva;7. evita-se o pagamento de tributos sobre lucros não realizados
(operações entre empresas que tenham suas demonstrações consolidadas).

23.5 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS As Demonstrações Contábeis que devem ser


consolidadas são as seguintes:Balanço Patrimonial;

Demonstração do Resultado do Exercício;

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; e

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.

Partindo dos balanços patrimoniais das empresas a serem consolidados,excluímos o saldo das operações
realizadas entre as empresas para chegar ao balanço consolidado. Da mesma forma, por meio da soma
dos valores constantes das demonstrações dos resultados dos exercícios de cada empresa, e exclu.são
dos valores referentes a operações de compra e venda entre essas empresas,chegamos à DRE
consolidada. Apresentamos no quadro seguinte a equação do Balanço Patrimonial consolidado e
demonstração do resultado do exercício, res pectivamente.

6 O PROCESSO DE CONSOLIDAÇÃO NA PRÁTICA A consolidação das demonstrações contábeis é realizada


levando-se em consideração a participação da empresa líder nas ações ou quotas das demais empresas
que vão integrar o processo. Na prática, pode ocorrer o controle total ou parcial da empresa investidora
sobre as empresas investidas. A seguir, apre sentamos comentários sobre os procedimentos adotados
para consolidação,considerando a participação de cada empresa pertencente ao grupo.

23.7 CONTROLE TOTAL

Há controle total de uma empresa quando as ações (ou quotas) de seu capital pertençam em sua
totalidade a uma única empresa. Em linguagem técnica, quando ocorre o controle total, a empresa
controlada é uma subsidiária integral da empresa controladora.
Apresentamos a seguir, a titulo de exemplo, os balanços patrimoniais das

empresas Alfa e Beta, elaborados no dia 31-12-XO.

9 OPERAÇÕES DE COMPRA E VENDA

INTERCOMPANHIAS

É possível que ocorram operações de compra e venda tanto de ativo fixo quanto de mercadorias entre
empresas do mesmo grupo. Em decorrência da compra e venda de mercadorias com lucro entre
empresas que têm suas de.monstrações contábeis consolidadas, é possível que ocorram duas situações:
(1) No final do período contábil, não exista estoque remanescente das opera.ções intercompanhias
entre empresas do mesmo grupo e (2) no encerramento do período contábil, exista estoque final
proveniente das operações internas.Nesse caso, existe lucro não realizado.

Tanto na primeira quanto na segunda situação (com ou sem lucro não realizado), é necessário fazer a
eliminação da receita com vendas realizadas entre empresas do mesmo grupo, bem como a eliminação
do custo das mercadorias vendidas internamente.

Nas Seções 23.9.1 e 23.9.2, apresentamos o processo de consolidação sem lucro nos estoques e com
lucro nos estoques (lucro não realizado), respectivamente.

23.9.1 Consolidação sem lucro nos estoques

Na primeira situação, em que ocorre a venda total dos produtos adquiridos de empresas do mesmo
grupo, não existe lucro não realizado. Para ilustrar essa hipótese, considere o exemplo a seguir.

A empresa Alfa compra mercadorias de terceiros, por $ 5.000, e vende todo o estoque para a empresa
Beta por $ 7.500. Por sua vez, a empresa Beta vende todo estoque de mercadorias adquiridas de Alfa
para terceiros (empresa externa) por $ 10.000. Como a empresa Beta vendeu todo o estoque adquirido
de Alfa para terceiros, não existe lucro não realizado entre essas empresas.Desconsidere a existência de
impostos nessas operações.

observe que o resultado consolidado representa o lucro nas vendas para terceiros. A receita com vendas
que a empresa Alfa obteve proveniente de suas operações com a empresa Beta ($ 7.500) foi eliminada
no processo de consolidação.Por outro lado, excluímos também esse mesmo valor ($ 7.500) do custo
das mercadorias vendidas para determinar o valor consolidado. Portanto, o vaJor da receita com
vendas, considerado na demonstração do resultado do exer.cicio da empresa Alfa, representa o custo
das vendas na demonstração da em.presa Beta.

23.9.2 Consolidação com lucro nos estoques

(lucro não realizado)

Ao ocorrer operações de compra e venda de mercadorias entre as empresas que terão suas
demonstrações contábeis consolidadas, e ao assumir a exis.tência de estoque final proveniente dessas
operações, é necessária a eliminação dos lucros nao realizados, referentes a estoques que não foram
alienados para terceiros até a data do encerramento da demonstração do resultado do exercí.cio e do
balanço patrimonial. O custo das mercadorias vendidas relativo a compra e venda entre controladora e
controlada, referente aos estoques não vendidos a terceiros, também deve ser eliminado da
demonstração do resultado do exercício da consolidada. Apresentamos essas situações nos exemplos 1,
2, e 3a seguir.

Contabilidade de Empresas Comerciais

A Preparação de Informação Financeira

1.1 Informação e gestão de informação

Na década de 90 do séc. XX, Alvin Tofler referia-se a um novo recurso,parcialmente pago, parcialmente
explorado gratuitamente, que, para além dos tradicionais fatores de produção - terra, trabalho e capital
- podia ser usado como substituto definitivo. A referência aos conceitos de dados, informação e
conhecimento, carecia à data, e provavelmente ainda hoje carece,de lógica e articulação. Procurando
evitar a repetição semântica, provoca ainda assim uma cadeia de causa-efeito, resultado de avanços
tecnológicos consideráveis e mediáticos que gradualmente substituíram os tradicionais fatores de
produção. As organizações, nos seus processos dinâmicos de procura de vantagens competitivas e
sistemas de desenvolvimento sustentável, alicerçaram mecanismos de alcançar a transformação
dinâmica no intuito de alcançar mais e melhor informação e conhecimento.

Os dados representam factos isolados, quando contextualizados e combinados numa determinada


estrutura, emerge a informação. Uma vez embutida de sentido através da interpretação, esta deriva em
conhecimento. A existência de factos, numa determinada estrutura mental, permite que sejam feitas
inferências ou que sejam avaliadas consequências. A inteligência surge, uma vez usada a mente, na
escolha de determinada opção perante múltiplas alternativas. A hierarquia completa-se quando um
conjunto de valores e o comprometimento conduzem à sabedoria (Tuomi, 2000). Em contraste, esta
hierarquia pode aparecer invertida ou seja, por vezes ha que retirar o conhecimento do contexto e
estruturá-lo de acordo com certa terminologia semântica em bases de dados isoladas e independentes.

A sabedoria, expoente máximo da dinâmica de criação do conhecimento,

resulta de um processo interativo no qual diversos elementos, por vezes dis-persos por inúmeros
repositórios, carecem de articulação para que sejam

providos de sentido e lógica.

Os dados, entendidos como uma panóplia de factos objetivos sobre de.terminados eventos ou
unicamente como registos estruturados sobre tran.sações, primária e intuitivamente de natureza
quantitativa, incutem-nos a ilusão da objetividade e da certeza. Carecem de articulação, interpretação e
sentido. Não têm sentido inerente. A sua utilização e consequente trans.formação dependem da
contextualização, da perceção e capacidades dos agentes. Através da conjugação dos recursos técnicos,
humanos e financeiros adequados, poderão os dados de forma estruturada, impulsionar a cadeia de
criação de conhecimento.

O termo informação é, hoje em dia, utilizado de forma muito genérica.Traduz tudo o que possa ser
digitalizado ou seja que possa ser convertido num conjunto de bits. A informação é por natureza uma
representação simbólica de um conjunto de acontecimentos, objetos ou fluxos, que constituem, na sua
essência, o real percetível (Zorrinho, 1991). A informação resulta do processo em que os dados
adquirem significado, fluindo nas organizações através de múltiplas redes (eletrónicas e sociais), quer
seja por filtros de contextualização, categorização, cálculo, correção ou condensação(Davenport e
Prusak, 1998). Representa uma mensagem de per si, vulnerável a todos os ruidos, associados a qualquer
processo de comunicação, explicitados pela generalidade das teorias da comunicação.

Dretske (1983) advoga que informação é tudo aquilo que possa produzin conhecimento enquanto
outros a entendem como um fluxo de mensagens(Nonaka, 1995; Machlup, 1983). 0 conhecimento será
então produzido a partir do melhor fluxo de informação, suportado no comprometimento e crenças dos
diversos agentes. Esta abordagem enfatiza o aspeto fundamental de que o conhecimento aparece
associado à ação humana.

A transformação de dados em informação não se desenvolve de forma linear, dependendo dos filtros
utilizados nesse processo. Incutir sentido e ló.gica aos dados, traduz-se em incutir-lhes significado e
estruturação. A tipologia de filtros apresentada por Davenport e Prusak (1998) e mais tarde reforçada
por Tiwana (2002), sublinham aqueles que, na sua essência,podem constituir os mecanismos por
excelência na prossecução da formalização intrínseca à informação. A condensação traduz o filtro de
agregação dos dados para a forma mais concisa possível, o cálculo o seu tratamento matemático ou
estatistico, a contextualização o propósito da recolha dos dados, a correção, a eliminação de erros e
finamente a categorização que procura a identificação das componentes principais.

Evidenciamos que, da mesma forma que informação e conhecimento não são sinónimos, dados e
informação também não o são. No entanto, as dificuldades intrínsecas ao processo de clarificar as
diferenças entre os dois primeiros conceitos surge-nos ainda mais acutilante e intransponível que os
segundos. Segundo Toffler (1990), a alquimia da informação é evidenciada ao afirmar que: "... à parte a
certeza de que nenhuma empresa podia abrir as portas se não houvesse linguagem, cultura, dados,
informação, e conhecimento, considere-se ainda o facto mais profundo de que, de todos os recursos
necessários à criação de riqueza, nenhum e mais versátil do que estes. De facto, o conhecimento (por
vezes apenas informação e dados) pode usar-se como substituto de outros recursos".

A contínua articulação entre informação e conhecimento não se esgotam numa perspetiva sintática
(volume de informação em articulação direta com o seu sentido e valor, embora irrelevante no processo
de criação de conhecimento). Para Dretske (1983) a perspetiva semântica assume maior relevância no
contexto da criação de conhecimento ao ser embutida de novo significado,provocando novas ligações e
ideias no espectro de um processo dinâmico de criação de conhecimento.

Dando como adquirido que o conhecimento é hoje uma mais-valia para os indivíduos, grupos ou
organizações que o detêm, a produção de informação, enquanto alicerce da criação desse
conhecimento, é um elo determinante dessa cadeia de causa-efeito. A volatilidade dos mercados, fruto
em parte da globalização das economias mas também dos receios associados aos modelos económicos
tradicionais, traz para o espectro organizacional a necessidade premente de produzir informação útil
que possa suportar as mais diversas decisões. 0 esforço de harmonização contabilística a que temos
assistido na última década, vai de encontro a essa necessidade de informação. Não se trata de um mero
mecanismo de estandardização mas,fundamentalmente, de um mecanismo que permite garantir a
comparabilidade da informação, produzida de forma dispersa, no mercado
globalizado.Complementarmente ao esforço de harmonização contabilística a que já fizemos alusão,
vários têm sido os avanços ao nível da gestão dessa informação. Resultado dos inquestionáveis avanços
no âmbito das tecnologias de informação e comunicação, os diversos utentes/agentes estão hoje mais
exigentes no que se refere à utilidade da informação. As organizações desenvolvem sistemas cada vez
mais sofisticados, que permitem disponibilizar a informação, independentemente do tempo e do
espaço. Esta verdadeira revolução dos conceitos de tempo e de espaço, constitui uma das principais
marcas da revolução digital que marcou o final do séc. XX e que, na sua vertente de inclusão/exclusão,
figurará seguramente, como um dos principais paradigmas do séc. XXI.

Os atuais programas de controlo de gestão, em particular os programas de Balanced Scorecarde,


representam a evolução natural dos sistemas de controlo de gestão mais tradicionais ao incorporarem
informação diversificada(financeira vs. não financeira; histórica vs. prospetiva; qualitativa vs.
quantitativa). Para além de sistemas de controlo operacional, funcionam como sistemas de gestão
estratégica, monitorizando de forma dinâmica a ligação entre as dimensões operacional e estratégica da
organização. Vai-se abandonando, cada vez mais, a orientação exclusivamente histórica que
caracterizou esses sistemas até à década de 80 do séc. XX.

A sofisticação dos sistemas de gestão e controlo, numa relação biunívoca e dinâmica, são caracterizados
por integrarem informação de natureza financeira e não financeira mas também pela sua natureza
preditiva. Adquiriram flexibilidade, permitindo às organizações identificar tendências e sinais de alerta
que lhes permitam implementar as necessárias estratégias emergentes. Tal como referido em Jordan et
al. (2011), temos hoje sistemas com uma linguagem variada, integrando informação interna e externa,
flexiveis no tempo e onde é possível identificar uma relação com os objectivos e meios. A apresentação
da informação, ainda que sintetizada em função do nível hierárquico a que se destina, é na sua génese
decomponível. São preocupações de gestão que pautam estes sistemas e não preocupações históricas
de carácter legal ou fiscal, como era o apanágio dos sistemas tradicionais.

A informação qualitativa adquire cada vez maior importância, como parte do relato financeiro
integrado?. Para além das exigências emanadas do normativo contabilístico em matéria de divulgação, o
desempenho organizacional está igualmente alicerçado em impulsionadores de valor que, por
dificuldades de reconhecimento e/ou mensuração, não são integrados no relato financeiro tradicional. É
o caso de toda uma tipologia de intangiveis cuja importância para o posicionamento financeiro e
estratégico da organização é reconhecida, mas cuja inclusão no relato financeiro é vedada por imposição
normativa ou por dificuldades operacionais aquando da sua mensuração e valorização.

A informação integrada nos modernos sistemas de controlo de gestão é,como ilustrado na figura
anterior, amplamente diversificada. As diversas dimensões expressas na figura, traduzem por um lado os
pilares de uma gestão e de uma análise de desempenho integradas, mas também evidenciam, entre
elas, relações de interdependência que incutem no analista dessa informação maior preparação técnica.

Nos capítulos seguintes serão desenvolvidos os aspetos fundamentais da designada "Contabilidade


Financeira", enquanto pilar dos sistemas de informação de gestão. Ainda que amplamente normalizada,
mas cada vez mais harmonizada, permite preparar indicadores de performance, de utilidade interna e
externa, capazes de colmatar as principais necessidades de informação por parte dos diversos utentes.
De acordo com a Estrutura Conceptual(EC) dos principais normativos, são elas: a decisão sobre o
momento de adquirir ou vender um investimento; avaliar o zelo ou a responsabilidade do órgão de
gestão; avaliar a capacidade financeira e económica da entidade;determinar as políticas fiscais mais
adequadas; determinar a política de dividendos; regular as atividades das entidades e; fornecer
informação adequada e fidedigna aos organismos nacionais e internacionais, responsáveis pela
preparação das estatísticas. Procurar-se-a, tal como preconizado na EC dos normativos quanto à sua
finalidade, ajudar os preparadores das Demonstrações Financeiras (DF) na aplicação das múltiplas
normas contabilisticas,na sua interpretação e na sua posterior análise.

1.2 0 enquadramento contabilistico nacional e internacional

A normalização contabilística em Portugal, para as empresas comerciais,industriais e outras entidades,


foi instituída em 1977 através do Decreto-Lei n."47/77, de 7 de fevereiro. A aprovação do Plano Oficial
de Contabilidade(POC) e a criação da Comissão de Normalização Contabilística (CNC) representam o
início de um processo normativo conducente à melhoria do relato financeiro. Ao longo destes 35 anos,
várias foram as alterações?, a maior parte delas decorrentes da necessidade de adaptar o modelo
vigente às exigências comunitárias. A globalização das economias em geral, e dos mercados financeiros
em particular, estão entre as várias razões que determinaram esta convergência ao nível da
harmonização contabilística. Não é, contudo, de ignorar, as crescentes exigências ao nível da qualidade
e quantidade da informação a disponibilizar, resultado também das múltiplas concentrações de
atividades empresariais e das estratégias de internacionalização que as empresas têm paulatinamente
procurado e consolidado.

A evolução qualitativa que se tem verificado nas últimas décadas tem sido conseguida atraves de um
crescente esforço de harmonização, procu.rando a coerência horizontal e vertical entre as normas. Este
esforço permi.tiu que o relato financeiro seja hoje positivamente descriminado em função das
especificidades dos diversos grupos de entidades. A amplitude desse relato encontra-se, salvo se por
razões legais ou estatutárias as respetivas demonstrações financeiras estejam sujeitas a certificação
legal de contas,indexado a critérios de dimensão como sejam o total do ativo, o volume de negócios e o
número de trabalhadores empregados durante o período.
Nesse esforço contínuo de melhoria do relato financeiro, é possível encontrar na esfera jurídica nacional
quatro níveis de normalização contabilística ou quatro grupos de entidades: 1. Entidades que tenham
valores mobiliários admitidos à cotação em mercados regulamentados; 2. Pequenas entidades; 3.
Microentidades; e, por exclusão, as restantes entidades que não se enquadram nos anteriores e as quais
se aplicam as Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF).

No que se refere às pequenas entidades, a respetiva NCRF-PE só pode ser aplicada, em alternativa ao
restante normativo que integra o SNC, caso não sejam ultrapassados dois dos três limites previstos no
n.° 1 da Lei n.o20/2010, de 23 de agosto ou seja: 1) Total de balanço: E 1.500.000; 2)Total de vendas
líquidas e outros rendimentos: E 3.000.000; e 3) Número de trabalhadores empregados em média
durante o exercício: 50. Relativamente às microentidades, e de forma análoga ao previsto para as
pequenas entidades, a instituição de um regime simplificado para aquele grupo de entidades, veio
estabelecer os limites para efeitos de enquadramento. De acordo com o diploma que institui esse
regime simplificado das normas e informações contabilísticas para as microentidades, estabelece o art.
2° do Decreto-Lei n.° 36-A/2011, de 9 de março, os seguintes limites de elegibi.lidade: 1) Total do
balanço: E 500.000; 2) Volume de negócios líquido: E 500.000;3) Número médio de empregados durante
o exercício: 5.

De forma a melhor compreendermos os diversos grupos de entidades e os normativos contabilísticos


aplicáveis a cada um deles, apresenta-se na tabela seguinte, e de forma estruturada, os respetivos
enquadramentos normativos.

Pag 33

A necessidade de tomar medidas para melhorar a comparabilidade das demonstrações financeiras pelas
empresas de capital aberto (vulgarmente designadas por sociedades cotadas) foi manifestada no
Conselho Europeu de Lisboa, em março do ano 2000. Nela se estabelecia que aquelas empresas
deveriam ser obrigadas a aplicar um conjunto único de normas internacionais de contabilidade na
preparação das suas demonstrações financeiras consolidadas. Era entendimento generalizado que essa
estratégica conduziria a um relato financeiro internacionalmente aceite, assente em padrões
amplamente aceites. Foi o primeiro passo para a designada harmonização contabilística, tal como
ilustrado pela tabela 1.

O Regulamento (CE) n.° 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de julho, veio instituir,
a adoção das normas internacionais de contabilidade do IASB no seio da União Europeia. Tal como
referido por Morais e Lourenço (2005), a quarta grande fase do processo de normalização contabilistica
em Portugal, com início em 2004, caracterizou-se, entre outros aspetos, pela obrigatoriedade de
aplicação das normas do IASB (até então de aplicação supletiva), a partir do exerccio económico de
2005, pelas entidades cujos valores mobiliários estejam admitidos à cotação em mercados
regulamentados (como já referido, de aplicação às contas consolidadas das entidades enquadradas no
grupo I). Para além disso é possível aplicar essas mesmas normas, a partir desse ano e para as contas
consolidadas, para as entidades abrangidas pelo POC e sujeitas a certificação legal de contas. As contas
individuais das entidades abrangidas pelo POC e sujeitas a certificação legal de contas que estivessem
incluidas no perímetro de consolidação, poderiam igualmente aplicar o normativo do IASB.
Corroboramos o referido por Morais e Lourenço, (2005:34) sobre o principal objetivo da adoção das
normas internacionais de contabilidade na UE: "o objetivo deste regulamento é o de contribuir para o
bom funcionamento dos mercados de capitais com uma boa relação custo-beneficio, considerando-se
que, para tal, as sociedades cujos títulos são negociados publicamente devem aplicar um único conjunto
de regras internacionais de contabilidade de elevada qualidade para efeitos de elabora-ção das
respetivas contas consolidadas".

O normativo do IASB integra atualmente 29 normas internacionais de contabilidade (IAS), 8 normas


internacionais de relato financeiro (IFRS), 11 interpretações do Standard Interpretation Committee (SIC)
e 17 interpreta-ções do International Financial Reporting Interpretation Committee (IFRIC).Estas 37
normas de contabilidade e as 29 interpretações, que integram o normativo do IASB, para serem
aplicadas na EU devem observar um conjunto de critérios, nomeadamente que não sejam contrárias ao
princípio estabelecido no n.° 3 do artigo 16° da Diretiva 83/349/CEE do Conselho e no n."3 do artigo 2°
da Diretiva 78/660/CEE do Conselho, que correspondam ao interesse público europeu e que satisfaçam
os critérios de inteligibilidade,relevância, fiabilidade e comparabilidade requeridos nas informações
financeiras necessárias para a tomada de decisões económicas e para a apreciação da eficácia da gestão.
Assim, para maximizar os benefícios decorrentes da aplicação de quadro conceptual comum de
apresentação de informações financeiras, que assegurasse uma comparabilidade direta entre todas as
contas relevantes, foi necessário que os Estados-Membros não impusessem a divulgação, no quadro das
contas anuais ou consolidadas elaboradas de acordo com as NIC adotadas e nos termos do Regulamento
NIC, de informações qualitativas ou quantitativas que não fossem relevantes para essas demonstrações
financeiras (âmbito geral ou de informações cuja apresentação seria mais adequada em documento
distinto). As empresas integradas no grupo I comungam, desta forma, de um referencial comum capaz
de permitir a inteligibilidade das suas demonstrações financeiras nos mais diversos contextos
económico-financeiros.

Em sintonia com o normativo internacional do IASB, o SNC surge em Portugal como um modelo
contabilistico assente num conjunto de princípios, assimilando a transposição das diretivas
contabilísticas da União Europeia. 0s seis instrumentos que o compõem, 1) Bases para a apresentação
das demonstrações financeiras; 2) Modelos de demonstrações financeiras; 3) Código de contas; 4)
Normas contabilísticas e de relato financeiro; 5) Norma contabilística e de relato financeiro para
pequenas entidades; e 6) Normas interpretativas,procuram dar coerência a um relato integrado,
garantindo uma informação de qualidade aos diversos utilizadores. A adoção das normas internacionais
de contabilidade para as empresas que integram o grupo II é efetuada de forma supletiva, sempre que o
SNC não responda aos aspetos particulares de contabilização.

A NCRF-PE veio instituir, a partir das NCRF, um relato financeiro simplificado, estabelecendo os
requisitos mínimos em matéria de reconhecimento,mensuração e divulgação. Também neste contexto,
as NCRF surgem de aplicação supletiva para as pequenas entidades. É de salientar, neste contexto,o
pioneirismo do nosso legislador ao consagrar uma norma específica para entidades com necessidades
simplificadas de relato, atendendo aos critérios clássicos de dimensão. Contudo, o enquadramento de
determinada entidade nesses critérios, não a inibe de apresentar um relato financeiro mais amplo,de
acordo com os princípios emanados das NCRF. A coerência horizontal e vertical que pauta os diversos
níveis normativos consolida aquilo que opor.tunamente denominaremos de descriminação positiva.

O novo regime da normalização contabilística para as microentidades fofi introduzido em Portugal pelo
Decreto-Lei n.° 36-A/2011, de 9 de março'.Assente nos requisitos já estabelecidos na Lei n.° 35/2010, de
2 de setembro, e nos princípios traçados e consagrados no SNC, trata-se de mais um caso de
descriminação positiva ao dispensar estas entidades da obrigação de preparar diversas demonstrações
financeiras, nomeadamente as demons.trações dos fluxos de caixa e as demonstrações de alterações no
capital pró.-prio. Também ao nível das divulgações se verificam simplificações, mesmo comparando com
a NCRF-PE. Com o objetivo de proporcionar uma leitura sistematizada dos diversos níveis de
normalização, apresentamos de seguida a figura 3. É de considerar, no entanto, que as especificidades
aplicáveis a cada nível normativo estão preconizadas nos respetivos diplomas legais que os instituiram.

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