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Fundamentos de

Arquitetura e Urbanismo

Unidade 2
Fundamentos, teoria e crítica da arquitetura
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
MIRELLA RAMALHO CAVALCANTE
ALEXSANDRO PEREIRA
AUTORIA
Mirella Ramalho Cavalcante
Sou formada em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de
Ciências Sociais Aplicadas - UNIFACISA. Passei por escritórios de
arquitetura e pela prefeitura de Campina Grande na Paraíba. Atualmente,
atuo como profissional autônoma. A área de urbanismo e toda a sua
história, desde o início, como também pelo meu desenvolvimento do
trabalho de conclusão de curso, me fascinam até hoje. Gosto de incentivar
as pessoas a olhar com mais delicadeza à arquitetura e todas as áreas que
a mesma abrange.

Alexsandro Pereira
Sou Arquiteto e Urbanista graduado pela Universidade Federal
de Juiz de Fora (2007) e Mestre pelo Programa de Pós Graduação em
Arquitetura e Urbanismo (PPGAU) da Universidade Federal Fluminense
(UFF) com enfoque na área de Habitação de Interesse Social. Membro do
Corpo Docente do grupo ITEC, onde leciono para o Curso de Arquitetura
e Urbanismo da Faculdade TECSOMA em diversas disciplinas ligadas a
Projetos Arquitetônicos.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Marcos históricos das linhas arquitetônicas.................................... 10
Aspectos históricos da arquitetura......................................................................................10

Da Antiguidade à Idade Contemporânea ................................................... 11

Tecnologias da arquitetura - da prancheta ao CAD...................... 18


Desenvolvimento da tecnologia........................................................................................... 18

Da prancheta até a produção digital.................................................................................. 19

Desenho técnico............................................................................................................ 22

A utilização do AutoCAD........................................................................................ 22

Perfis profissionais da área de arquitetura .......................................28


O papel do arquiteto......................................................................................................................28

Construção civil................................................................................................................................ 30

Mercado da arquitetura e da construção civil ................................36


História da arquitetura no Brasil........................................................................................... 36

Formas de empreendedorismo.............................................................................................37

Mercado de trabalho no ramo da engenharia civil................................................ 39

Principais tendências do empreendedorismo........................................................... 40

Consultoria......................................................................................................................... 41

Reforma de ambientes.............................................................................................. 41

Serviços especializados...........................................................................................42

Franquias.............................................................................................................................42

Projetos residenciais...................................................................................................43

Docências...........................................................................................................................43
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 7

02
UNIDADE
8 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

INTRODUÇÃO
Com o passar dos anos, a arquitetura se desenvolveu de acordo
com suas necessidades e com ideias e conceitos que vieram a evoluir ao
longo do tempo. Os estilos de cada etapa levam a uma determinada época
e local onde se desenvolve sua arte juntamente com sua individualidade.
Você sabia que cada estilo arquitetônico pertence a uma época que
obtém um costume diferente de cada população? Isso mesmo. Cada
uso, aplicação, estética, materiais e proporções, servem para discernir
um estilo particular de cada período da história da arquitetura. Ao longo
desta unidade letiva, você analisará e compreenderá melhor onde a
arquitetura se fundamentou e cada marco histórico que foi preciso para
que fosse desenvolvida uma linha até chegar aos dias atuais. Vamos
mergulhar nesse universo!
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade II. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o
término desta etapa de estudos:

1. Analisar e compreender os marcos históricos das linhas


arquitetônicas.

2. Discernir sobre os artefatos e tecnologias para a arquitetura,


bem como seu desenvolvimento ao longo dos tempos, desde a
prancheta e papel até a produção arquitetônica digital em CAD.

3. Avaliar o perfil do arquiteto e dos vários profissionais que atuam


na área de arquitetura e da construção civil, compreendendo suas
posições e interações.

4. Discernir sobre o mercado da arquitetura e da construção


civil na atualidade, identificando oportunidades de trabalho e
empreendedorismo.
10 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

Marcos históricos das linhas


arquitetônicas
OBJETIVO:

Ao longo da caminhada do homem na face da terra atrás


de moradia e com o surgimento de aldeias que logo se
transformaram em cidades, deu-se o início da civilização.
Essa evolução será fundamental para compreender melhor
como se desenvolveu a base da arquitetura e seus marcos
históricos. Ficou curioso? Então vamos lá!

Aspectos históricos da arquitetura


A arquitetura é vista como parte da história da arte e a mesma
é subdividida em várias etapas. Essa área abrange o estudo de
toda a evolução arquitetônica e suas respectivas características no
decorrer de toda sua história. Para compreender melhor o estudo e os
marcos históricos dessa linha de tempo, faz-se necessário entender
primeiramente os pontos principais que fazem parte da mesma: a Pré-
História, a Antiguidade, a Antiguidade Clássica, a Idade Média, a Idade
Moderna e a Idade Contemporânea, cada fase subdividida em etapas e
características históricas marcadas por cada século.

De acordo com a arqueologia, a primeira civilização urbana surge


em IV a.C., limitados ao longo dos rios Tigres e Eufrates, mantendo áreas
com extensa capacidade agrícola.

Por ser um conteúdo amplo, a cronologia da evolução da arquitetura


abrange e dispõe de várias obras distintas pelo mundo. É interessante
ressaltar que cada país tem sua história, trazendo um estilo e cultura
de arquitetura diferente de outros, onde se propõe trazer o conforto
necessário para cada população.

Segundo Mumford (1998), na Mesopotâmia cada cidade


constituía-se um mundo separado. No Egito, as funções da cidade
eram desempenhadas pela própria terra. O deserto e as montanhas
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 11

constituíam a “muralha”, os grupos provinciais ou totêmicos formavam


as “vizinhanças” e os túmulos e templos dos faraós serviam como
“cidadelas” de outro mundo.

Da Antiguidade à Idade Contemporânea


A história da arte começa desde a Pré-História, marcada por um
período em que o homem começa a ter domínio sobre suas técnicas
com as pedras e vai desenvolvendo e criando o seu abrigo. As primeiras
construções e grandes obras da arquitetura vão surgindo também no
período da Antiguidade.
Figura 01 - Marcos Históricos

Pré-História

Idade
Antiguidade
Contemporânea

Marcos
históricos

Idade Antiguidade
Moderna Clássica

Idade Média

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)


12 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

No Egito, sobretudo nos primeiros tempos, os monumentos não


constituíam o centro da cidade, mas eram logrados como uma cidade
independente, divina e eterna. A cidade divina possuía as seguintes
características: executada de pedra, habitada por formas geométricas
como obeliscos, estátuas ou pirâmides. Com base na arqueologia, a
civilização Egípcia é plenamente formada após a unificação do país.
Figura 02- Pirâmide Egípcia

Fonte: Freepik

A figura acima exibe a pirâmide projetada pelo arquiteto Imhotep


referente a um marco de grande relevância para a arquitetura do Egito.
Apesar desses lugares serem designados também como moradias,
a maioria das edificações construídas nesse período era remetida às
práticas religiosas.

VOCÊ SABIA?

A arquitetura foi de templos religiosos evoluindo até chegar


a conjuntos de edificações que, atualmente, podem ser
consideradas uma das sete maravilhas do mundo, como
por exemplo, as pirâmides de Quéops e Miquerinos,
que descrevem toda a história da arquitetura egípcia na
antiguidade.
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 13

No período da Antiguidade Clássica, os povos gregos e romanos


eram os que dominavam, se sobressaindo aos egípcios. Os mesmos
elegem a cidade como componente principal da vida política. Onde
antes eram desenvolvidas arquiteturas religiosas e residenciais, passaram
a proporcionar espaços públicos, caracterizados por templos que
objetivavam a interação entre as pessoas em suas atividades do dia a dia.

A simetria e os elementos geométricos são uma das características


mais significativas da arquitetura grega, que obtinha fortes influências
de culturas mediterrâneas. Outra característica decisiva eram as colunas
expostas, que marcavam as ordens, tais como: dórica, jônica e coríntia.
Figura 03 - Colunas na Grécia

Fonte: Pixabay

As colunas garantiam algumas das convicções como a ordem, a


racionalidade e a geometria. Entre os anos 900 e 725 a.C., as construções
eram pouco harmônicas e os templos apresentavam uma coluna central
ou em fileiras como auxílio.

Apesar de advir da Arquitetura Grega, a Arquitetura Romana


distinguiu-se pela popularidade na Europa levando consigo características
determinantes em suas edificações, tais como o aqueduto (canal para
14 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

conduzir água), estradas, arcos do triunfo, pontes, panteão e a brasílica.


As estátuas, mosaicos e pinturas faziam parte da luxuosa e grandiosa
arquitetura romana, onde também eram inseridos materiais atuais como
o cimento.

Podemos ver até os dias atuais a Arquitetura Romana inspirando


grandes obras no nosso país, como é o caso dos Arcos da Lapa, localizado
no Rio de Janeiro.

Para podermos compreender melhor o estilo da arquitetura da


Idade Média, faz-se necessário um pouco de entendimento sobre
arquitetura medieval. São estilos desarmônicos, complexos e com curvas,
com iluminação e ornamentação pitorescas, buscando sempre despertar
interesse do público. Um período distinto também por construções de
catedrais em estilo gótico, sendo esse um dos mais marcantes da história
da arquitetura durante o século XII.

O gótico trouxe a quebra de todos os estilos anteriores. As plantas


eram desenvolvidas em crucifixos e os monumentos apresentavam
paredes finas, leves e verticalizadas, buscando obras mais altas, iluminadas
com a presença de vidro e vegetação. Um exemplo desse período gótico
é a Catedral de Notre Dame.
Figura 04 - Detalhes da Catedral de Notre Dame, França

Fonte: Pixabay
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 15

Tais obras eram associadas à religião e à arquitetura sacra, pois a fé


era uma importante convicção composta em suas obras.

Por sua vez, a Idade Moderna reflete uma mudança radical na


estrutura das construções. O período inclui a presença da Arquitetura
Renascentista, o Maneirismo, a Arquitetura Barroca e a Neoclássica.
A arquitetura Renascentista iniciou no século XIV e foi até o século
XVI. A mesma trouxe mais liberdade aos artistas e procurou buscar
inspiração das artes greco-romanas, criando uma maneira própria de
desenvolvimento por parte dos conhecedores da arte. Com o surgimento
na Itália, essa época pós-moderna modificou vários setores e trouxe novas
manifestações políticas, culturais, econômicas e sociais.

Com o objetivo de renovação e criação de novas ideias adquiridas


para o desenvolvimento de suas obras, os artistas no período do
Maneirismo buscam compor novos elementos em suas obras. Por ser uma
transição entre o renascimento e o barroco, alguns artistas abandonaram
as regras da arquitetura renascentista e criaram sua expressão particular.
Segundo Ferreira (2018):

As figuras maneiristas nos promovem estranhamento, há um exagero


nas representações e no posicionamento alongado e distorcido dos corpos.
Os artistas que representam o Maneirismo pareciam ter o objetivo não de
formar uma escola com características definidas, mas de poder ter uma
forma única e pessoal de se expressar. (FERREIRA, 2018, p. 1)

Sendo assim, o Maneirismo afasta a ideia naturalista do clássico e


desfaz a harmonia das obras características do Renascimento. O Barroco,
por sua vez, surge a partir do século XVII na Europa e América Latina,
trazendo também ênfase às igrejas e catedrais, assim como o estilo
gótico, em retorno à Reforma Protestante. Esse estilo é singular, uma vez
que as igrejas eram dotadas de abóbadas, arcos, tetos transcendentes,
com alusão ao infinito. A forma peculiar das obras estava no dinamismo,
presente nos efeitos visuais, trazendo curiosidade ao observador.

No início do século XIX surge um novo movimento cultural na


Europa chamado de Arquitetura Neoclássica. Ele sucedeu a Revolução
Industrial e artes Decó e foi se expandindo pela Rússia, Estados Unidos
16 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

e América Latina. Esse período traz a racionalidade das composições


tradicionais, sendo ajustada à modernidade. Constata-se também a
procura da resolução de projetos na prática, com utilização de materiais
mais elevados como o mármore, concreto e metal.

Chegando à Idade Contemporânea, a apresentação da Arquitetura


Moderna não chega a ser apenas um movimento, mas sim uma soma de
doutrinas arquitetônicas que se manifestam no século XIX e na metade
do século XX. Uma das principais causas dessa época era deixar de lado
toda a arquitetura precedente, buscando o racionalismo, economia e
funcionalismo.
Figura 05 - Vila Savoye de La Corbusier

Fonte: Wikimedia Commons

Por sua vez, os espaços apresentavam-se abstratos, a geometria


bem definida, sem composição de ornamentos, com a presença de
pilotis, vidro contínuo e tendo como um dos principais arquitetos: Oscar
Niemeyer, Lúcio Costa e Paulo Mendes da Costa.
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 17

RESUMINDO:

Então, deu para entender um pouco sobre alguns


pontos dos principais marcos das linhas arquitetônicas?
Gostou? Para ser mais breve, vamos resumir essa linha
de pensamento da melhor forma possível. Você deve ter
compreendido que a arquitetura foi dividida em várias
épocas, cada uma com suas características individuais. A
Pré-História, onde foi o começo de tudo, com a presença
da sua arquitetura Neolítica e características dos primeiros
monumentos traçados pelo homem. A Antiguidade, com
o desenvolvimento da arquitetura egípcia, insere todas
as suas obras sendo influenciadas pelas suas crenças. Já
a arquitetura Grega e Romana, inseridas no período da
Antiguidade Clássica, trazem a vida cívica como fator de
grande importância ao desenvolver suas artes. A cidade
torna-se o principal constituinte da vida política e social de
toda a população. A partir do século XVII, na Idade Média,
a arquitetura Romântica e Gótica determina a Cristandade
como um novo cenário para seus elementos e só na Idade
Moderna será o fim de toda estrutura europeia nas obras,
apesar de ainda estar presente a forte influência da Igreja
Católica. Nesse mesmo período, irão se desenvolver estilos
arquitetônicos, como: Renascentista, Maneirismo, Barroco
e Neoclássico. Por fim, a Idade Contemporânea mostra
a importância do urbanismo e toda a reparação estética
planejada pelo cubismo, neoplasticismo, construtivismo e
abstração. A procura pela sociedade moderna e renovação
do ambiente é uma das principais características desse
período a partir do século XX.
18 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

Tecnologias da arquitetura - da prancheta


ao CAD
OBJETIVO:

Ao término dessa competência, você conseguirá visualizar


a evolução da arquitetura com base na tecnologia
e discernir sobre seus artefatos, bem como o seu
desenvolvimento ao longo dos anos desde os projetos
feitos a mão até os dias atuais com uso de softwares.
Curioso? Então vamos saber mais!

Desenvolvimento da tecnologia
O desígnio dos artefatos da arquitetura é gerar um ponto de
inicialização para o progresso da mesma. Esses pontos podem diferir
em várias medidas, mecanismos e estruturas arquitetônicas com suas
características particulares, podendo também ser aplicados de modo
abrangente ou possuir um foco mais restrito.

Ao longo do desenvolvimento da sociedade e influências


econômicas, a tecnologia passou a ter uma forte atuação com a
organização desses setores, trazendo várias transformações da matéria.
Tal matéria na arquitetura seria idealizada, ou seja, designada à finalização
das obras projetuais e construtivas.

Com o desenvolvimento tecnológico, a arquitetura precisou


se moldar para que chegasse à sua evolução até os dias de hoje. As
tecnologias apropriadas à construção civil, como as instalações de novas
técnicas sustentáveis ou mediante novos instrumentos, aperfeiçoaram
ainda mais a qualidade do campo da construção.

Esses novos artefatos e tecnologias se deram também através das


inovações de materiais e novos sistemas que permitem a facilidade e a
resolução mais ágil no mercado, a partir da pré-fabricação juntamente
com a importação, visto que o Brasil obteve mercadorias da Europa,
ligadas à estrutura, fundações e instalações atribuídas aos projetos.
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 19

VOCÊ SABIA?

Alguns pontos são inteiramente importantes para o


desenvolvimento, vantagens e condições que auxiliam no
processo da construção. As novas tecnologias têm como
principais pontos facilitar a gestão de projetos e obras,
acelerar a produção, melhorar a qualidade, reduzir custos,
entre outros pontos positivos.

As tecnologias atuais não são compostas apenas por computadores,


programas de AutoCAD e Internet. Referem-se também ao ato de
acrescentar métodos próprios para cada sessão, ou seja, respostas que
colaboram na logística da empresa, tanto internamente como até mesmo
nos canteiros de obras. Sendo assim, fazem parte de todo o seguimento
construtivo de um empreendimento.

Da prancheta até a produção digital


Por todo o percurso e história, o homem buscou desenvolver
suas habilidades através de materiais, bens ou textos como forma de
poder se expressar. Através de suas crenças, delineava nas paredes
das cavernas as casualidades do dia a dia, onde também expunham os
seus deuses e acreditavam que isso iriam ajudar a vencer seus desafios.
Com o surgimento da escrita, foram sendo desenvolvidas novas formas
de representação gráfica, que também possibilitam novas opções de
esboçar projetos.

Segundo Monteiro (2017), os arquitetos passaram a utilizar o grafite


e o papel em suas técnicas de representação e também complementam
com o uso de fotografias. Os arquitetos, afirmam a constante evolução de
recursos computacionais utilizados que vêm a auxiliar, como a técnica de
modelagem 3D e a análise de imagens foto-realísticas, chegando a uma
busca da realidade virtual.
Tanto no cotidiano dos projetistas, como atingindo as
universidades, que incluíram disciplinas específicas ao
ensino da informática aplicada ao projeto de arquitetura,
redirecionando de certa forma o modo de trabalho e
20 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

seu ensino. O uso dessas novas tecnologias tem gerado


longos questionamentos com relação às modificações
produzidas por ela entre os profissionais e pesquisadores
da área, referente ao ensino do desenho, suas técnicas
e com relação ao domínio do traço por parte do futuro
arquiteto. (MONTEIRO, 2017, p.3)

Sendo assim, apesar das tecnologias facilitarem nos demais


processos da construção, é impossível deixar de lado a importância dos
desenhos tomando como base os projetos de arquitetura. Uma vez que,
os softwares não conseguem substituir as particularidades que o desenho
a mão traz para o observador.
Figura 06 - Catedral de Brasília por Oscar Niemeyer

Fonte: Wikimedia commons

A figura acima retrata um dos croquis mais importantes e famosos


na história da arquitetura. A mesma demonstra a importância de começar
o conceito e desenvolver o projeto através do desenho. Alguns arquitetos
defendem a ideia do traçado, pois por mais que a tecnologia se mostre
avançada, a personalidade do arquiteto só vai poder ser expressa através
do seu desenho.
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 21

A tecnologia vem para beneficiar o profissional que não tem


habilidade na ilustração, mas tem o conceito e a ideia designada em sua
mente.

Ao longo dos anos de 1985 até 2000, a utilização das pranchetas


foi sendo eliminada para substituição por computadores. O uso de
computadores faz desaparecer a dificuldade que antes os seus usuários
tinham para desenvolver seus trabalhos, ganhando competência para a
qualificação do profissional de arquitetura. Assim, o projeto desenhado
com auxílio de softwares deixa de ser novidade e começa a ser usado
com frequência e racionalidade nos dias atuais, desenvolvendo um
mercado de grande competição.

O objetivo de procura de projetos desenvolvidos através da


tecnologia tem como principal objetivo racionalizar o trabalho e aperfeiçoar
o tempo, tendo em vista que a redução de tarefas é imediata.

Por trás de todo projeto, há um embasamento e toda história


pela qual o projetista irá passar para que chegue a uma conclusão. Tal
embasamento, mais conhecido como metodologia, deve ser aplicado em
todas as elaborações de projetos, sejam eles de pequeno porte até as de
maior complexidade, refletindo sempre na qualidade do profissional que
se preocupa com o início, meio e fim.

O conceito irá servir de base para o criador, de forma que o mesmo


deixe explícitas suas ideias traçadas e expostas ao cliente. O projeto
se desenvolverá refletindo a proposta coerente com a inicial, para que
depois resulte no anteprojeto ou proposta. As etapas devem ser seguidas
para a elaboração da construção de todas as ideias já fornecidas.

É através do partido arquitetônico que o projeto mostrará sua


versão, desenvolvendo desenhos que mostrem informações de todo o
edifício que será projetado.

O resultado final dessa metodologia se encontra na volumetrização.


Nessa etapa, são levados em conta vários fatores estéticos e físicos,
estando de acordo com o conceito definido anteriormente.
22 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

Desenho técnico
Para obter um esclarecimento de ideias e conceitos projetuais, o
desenho técnico é um instrumento essencial. O período do Renascimento
foi o responsável pelo surgimento dos primeiros estilos de desenhos
em planta, cortes e elevações. Assim, grandes construções eram
representadas em conceito da escala de papel. No mesmo período, foi
criada a perspectiva pelo arquiteto Brunelleschi, facilitando a criação de
projetos mais enigmáticos.

A partir do século XVIII, com a participação do matemático Gaspard


Monge, surge a Geometria Descritiva, método que irá ser usado como
base do desenho técnico.

Com o surgimento da Revolução Industrial, fez-se importante


uniformizar a geometria descritiva, com o intuito de esclarecimento que
atendesse a grande procura de projetos. Com isso, o desenho técnico
adquire novas normas que são utilizadas mundialmente, visando transmitir
ideias e conceitos singulares, sem demais significados.

Fica claro na importância do desenho que tanto existem profissionais


que defendem a metodologia do desenho unida à computação gráfica,
como também existem outros que previnem e alertam quanto à
substituição dos desenhos pelo computador, defendendo a ideia que o
mesmo retira a percepção do aluno pelo traçado manual da ilustração.

Todavia, alguns chegam a alertar que o uso do software pode


auxiliar a geometria descritiva, cooperando na produção de objetos
tridimensionais que se mostram fundamentais na atualidade.

A utilização do AutoCAD
O AutoCAD é um sistema que foi desenvolvido no ano de 1982,
que de início, tinha como objetivo elaborar peças mecânicas. Com
o passar dos anos, recorreu-se a uma aplicação multidisciplinar que
atinge o desenvolvimento de diversas áreas como engenharia, indústria
automobilística, arquitetura, construção civil, entre outras.
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 23

Como já foi dito anteriormente, é imprescindível o entendimento do


desenho para que se consiga desenvolver um projeto no computador.
O AutoCAD consegue abranger tanto um desenho em 2D quanto 3D.
Através de comandos básicos, o projetista consegue criar toda a base e
estrutura sólida do seu projeto, como linhas, arcos e hachuras.
Figura 07 - Representação gráfica com uso do AutoCAD

Fonte: Freepik

Assim, surge a necessidade de um partido ou conceito para dar


iniciativa em uma ideia e transformá-la em realidade. Tussi (2013) relata
como os projetistas devem proceder em relação às medidas tomadas por
tais representações:
Os softwares de CAD, modelagem 3D e simulações de
desempenho, oferecem funcionalidades adicionais de
desenho direcionadas para representações mais precisas
que as produzidas com o desenho à mão livre. Para avançar
nas etapas de projeto em meio digital, é necessário transferir
as ideias do partido, plasmadas em papel para o ambiente
computacional e, ao fazê-lo, aumentar a resolução de
informação, explicitando detalhes que no sketch podiam
ser difusos ou até implícitos. (TUSI, 2013, p. 26)
24 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

Esse desenvolvimento do papel até chegar ao meio digital,


geralmente é feito por um redesenho em CAD, passando toda aquela
ideia inicial do desenho para o computador.

SAIBA MAIS:

As temáticas relativas ao processo de desenho técnico e


sua relação com a arquitetura são de suma importância, já
que o aspecto relacionado a tal fenômeno impacta a nossa
vida até o presente. Diante disso, é interessante fazer a
leitura do artigo produzido por Janaina Carneiro Marques
para que se possa compreender o processo de evolução
de forma mais detalhada. Clique aqui.

Mas afinal, o que podemos entender sobre o desempenho desse


programa? Visto que a ideia principal ou conceito é a base e o mais
importante do projeto, seu processo de criação é de grande valor para
o resultado final, onde o autor vai conduzir suas ideias, imaginação e
passar por meio dessas, a resposta final ao seu cliente, resultando no
projeto concebido. Segundo Tussi (2013), o debate entre prancheta versus
computador tem evoluído nos últimos tempos. Com a Portaria do MEC
em 1770/94, o ensino da informática vem a ser exigido. Mesmo com a
obrigatoriedade para alguns, o processo de uso do mesmo pode coibir os
procedimentos criativos da atuação projetual.
transmitir ideias de projeto através de desenhos é na
verdade mais fácil do que há uma década, graças aos
equipamentos e serviços que hoje estão disponíveis.
Porém, sobre a riqueza que tem por trás do desenho à
mão, nenhum programa de computador pode reproduzir
o maravilhoso caráter de um desenho à mão livre, embora
alguns novos programas estejam chegando bem perto.
(TUSSI, 2013, p. 15)

Os croquis dos profissionais de arquitetura são primordiais para


a metodologia do projeto, para que o usuário consiga compreender o
que se está a esboçar através desses condicionantes. Entende-se então
que é necessária uma compreensão daquilo que você está projetando
para assim tornar-se real, seja manualmente ou desenvolvido através de
softwares.
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 25

Exemplo: De acordo com Tussi (2013), os resultados obtidos através


de estudos com alunos de arquitetura e urbanismo foram de que 40,59%
deles têm usufruído com regularidade da tecnologia digital como utensílio
de reprodução em suas atividades projetuais. Percebeu-se também que
ao longo do curso, o número de alunos que usam o computador está
aumentando e que 36,63% do total não recorre mais à prancheta desde a
fase inicial do projeto.

Para chegar ao resultado final de um projeto, o arquiteto passa


por várias etapas. Desde a primeira parte de analisar, compreender e
desenvolver seu conceito, até a criação de diagramas para melhor divisão
das zonas em que cada área se localizará. Todas essas etapas fazem parte
de um estudo preliminar inserido na elaboração de um projeto arquitetônico.
Quadro 01 - Índice de utilização de ferramentas digitais em fases projetuais

Fonte: Elaborado pelo autor com base em Tussi (2013)

O quadro acima mostra a compreensão dessas subdivisões que


irão aparecer nas fases projetuais. O anteprojeto é responsável pelo
método conceitual do objeto, até chegar à ideia final e sua apresentação.
Então, compreende-se a utilização gradativa das ferramentas digitais no
processo de construção arquitetônica ao longo do curso pelos alunos.

Atualmente, os escritórios empenham-se no desenvolvimento


dos projetos usando a tecnologia como suporte para o desempenho do
trabalho. Faz-se necessário o conhecimento básico do uso do CAD para
as demais atividades, principalmente no que diz respeito aos arquitetos.
26 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

Essa ferramenta utilizada desde 1982 é produzida principalmente


para áreas como construção civil, arquitetura e algumas outras engenharias
que necessitam da sua utilização. Possui diversas funções, tanto para o
estilo de desenvolvimento de desenhos bidimensionais, como também
tridimensionais.
Figura 08 - Ferramentas do AutoCAD

Fonte: Freepik

Apesar de ser o programa mais utilizado, atualmente já existem


concorrentes que também trazem a ideia de desenvolvimento de
projetos. Porém, cada um tem suas particularidades e modos diferentes
de reprodução. O CAD é bastante conhecido por conseguir fazer um
detalhamento compreensível de todo o projeto, trazendo também uma
boa representação gráfica na hora da impressão do mesmo.

Sendo assim, são muitas as funções que esse software possui e


algumas das suas principais características para aperfeiçoamento do
projeto e conserto interno, bem como seu cumprimento como um todo
são: probabilidade de executar cálculos estruturais de delineamentos de
arquitetura em geral, argumentação dos projetos em 2D (bidimensionais
de aspecto extenso), particularização das organizações para seu caráter
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 27

de trabalho, modelagem tridimensional (podendo ser visualizados em


vários ângulos), como também entrada imediata ao software em qualquer
localização.

Todas as características citadas permitem uma leitura final de


plantas e modelos que vem a facilitar o trabalho dos profissionais na sua
carreira, aliado à redução de custos e inovações da criação de novos
edifícios.

Contudo, a figura desse sistema pode propiciar vantagens resultando


na prontidão de cálculos quantitativos, especificações e visualização do
estado real, ocasionando assim, um projeto pensado e elaborado com o
objetivo de transmitir melhor qualidade e viabilidade para o usuário.

RESUMINDO:

Mas e então? Qual seria a melhor forma de desenvolvimento


de projetos? O desenho técnico é indispensável? O
computador substitui o desenho? Para alguns, o desenho
técnico é fundamental, para outros é melhor fazer o
trabalho com o auxílio de um computador, desenvolvendo
o conceito através de projetos bidimensionais e
tridimensionais, ampliando suas ideias e investigações
de partido. De fato, não podemos deixar de ressaltar a
importância da prancheta e do papel para a arquitetura,
gerando qualificação do profissional em ambas as áreas
de conhecimento. A realidade virtual na atualidade vem
crescendo cada dia mais e as tecnologias implementadas
vem a auxiliar no desenvolvimento das representações
gráficas e soluções.
28 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

Perfis profissionais da área de arquitetura


OBJETIVO:

Ao término desta competência, você conseguirá absorver


melhor o papel dos profissionais de arquitetura, como
também o papel dos demais da construção civil, buscando
compreender suas posições e interações. Curioso? Então
vamos saber mais!

O papel do arquiteto
No decorrer dos anos, o estudo da Arquitetura e Urbanismo vem
passando por constantes mudanças por vários motivos, tanto pelas leis
do Ministério da Educação Brasileiro, como também pelos desígnios
do Conselho de Arquitetura e Urbanismo no país, Instituições de Ensino
Superior públicas e privadas e até mesmo pelo mercado capacitado
progressivamente concorrente e globalizado.

Isso modifica completamente a educação do país, suas matrizes


curriculares, conteúdos práticos e novos métodos de experiências. Assim,
faz-se extremamente necessário o estudo da Arquitetura e Urbanismo no
Brasil, buscando atingir as teorias nelas aplicadas, objetivando sempre
assentar o arquiteto na sociedade.

No que diz respeito às melhorias sobre restauros humanísticos e


sustentáveis, faz-se indispensável o papel do arquiteto buscando sempre
a melhoria do ambiente e bem-estar da população. Compreende-se
então, que é significativo o processo de aprendizagem do profissional
através de um ensino experiente e que traga a reflexão sobre as diversas
formas de encarar um ambiente confortável e igualitário para todos.

Mas então qual a importância da formação desses profissionais


na área? Simples. Para desenvolver a arquitetura, os profissionais têm
que estar dispostos a estabelecer uma relação social e ética com seus
usuários, pensando sempre na melhor qualidade de vida. A importância
de formar pessoas capacitadas está diretamente ligada ao tipo de
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 29

pessoas que queremos que mudem os ambientes que frequentamos,


investiguem e questionem sempre quais as melhores formas de
desenvolver sua profissão. Aqueles profissionais que obtêm perfis com
capacidade de reflexão, colaboração e criação, são de grande valor para
os compromissos desenvolvidos no país. Segundo Luckesi (2001):
Busca-se construir a universidade que seja construtora
de novos conhecimentos e não uma mera reprodutora
de informações importadas para “profissionalizar” novos
quadros. Desse modo, a universidade assume um papel
como protagonista ao repensar a sociedade. Torna-se um
local privilegiado onde é cultivada a reflexão e a crítica
sobre a realidade, gerando assim, conhecimentos válidos
amparados em bases científicas. (LUCKESI, 2001, p. 69)

Sendo assim, nota-se que o papel da universidade está fortemente


ligado ao desenvolvimento de um bom profissional seja ele em qualquer
profissão que venha a escolher. As instituições de Ensino Superior não
podem ter como objetivo somente formar seus alunos sem passarem
os ensinamentos necessários para que o indivíduo cresça socialmente e
humanamente. É comum professores programarem conteúdos que nada
acrescentam no conhecimento sobre a realidade, diferindo da realidade
crítica do nosso país. Ainda para Luckesi (2001), as universidades que não
implantam tarefas que trazem a reflexão sobre cada momento histórico
da sua população, não buscam a estrutura correta, questionando e
buscando sempre a melhor execução da educação que futuramente nos
trará bons frutos.

SAIBA MAIS:

No ano de 1996 surge a Carta para Educação dos Arquitetos


(UNESCO/UIA), retificada no ano de 2004 e 2011. Tinha
como finalidade a fundação de uma ampla rede de ensino
de arquitetos, prevendo a distribuição das adversidades
arquitetônicas e urbanísticas. Para entender melhor a carta,
faça a leitura da notícia no site da Scielo denominado “A
formação de um arquiteto social e ético: dilemas das
universidades brasileiras”. Clique aqui.
30 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

Com intuito de transformar alunos em grandes profissionais, para a


Carta, a formação do arquiteto é de suma importância para a melhoria de
sua função.

É comum visualizarmos áreas da arquitetura extremamente


valorizadas e outras esquecidas. Algumas de grande importância para o
coletivo, como habitações de interesse social, saneamento básico e as
demais que refletem o interesse das classes menos favorecidas e passam
a ser deixadas de lado por arquitetos recém-formados, buscando apenas
uma especialidade e focos que tenham mais retornos financeiros.

Além da área da construção civil que vem crescendo


constantemente, os profissionais devem buscar sempre a melhoria da
qualidade de vida, ampliando o conforto ambiental unido a seus projetos.

Muitos são os projetistas que buscam conhecimento sobre a área


de interiores e design, na maioria das vezes, por oferecerem um retorno
imediato. Os projetos de interiores são conhecidos como bastante visados
no país. Em contrapartida, o Brasil é composto por uma grande demanda
de áreas urbanas que necessitam de olhares mais profundos e de
urbanistas, não apenas arquitetos, que busquem analisar com um olhar
mais cauteloso essas áreas e seu entorno.

Sendo assim, a Carta para a Educação desses profissionais, propõe


alguns pontos relevantes para os demais perfis, sendo eles: qualidade de
vida para todos os habitantes, aplicabilidade tecnológica, utilidade social
estética e cultural, desenvolvimento sustentável e arquitetura como dever
de todos.

Assim, é possível desenvolver três principais características de


pontos que auxiliem na concepção da disciplina, como a teoria, prática e
crítica. Unindo a criatividade com a solução de problemas e inovações de
ideias indispensáveis para a prática das obras.

Construção civil
As cidades têm mostrado atravessar contínuas mudanças
sociais, políticas e econômicas. As áreas tecnológicas e científicas, se
manifestam maiores e mais eficazes. A partir do século XXI, as inovações
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 31

e novas técnicas possibilitaram a globalização de forma ágil, com o


desenvolvimento da Internet em diversos países, trazendo assim, mais
informações e exigências dos seus usuários.

Com isso, a procura pela produtividade tornou-se cada vez mais


efetiva. A tecnologia começou a avançar em outras áreas, como a da
agricultura, propiciando o surgimento de máquinas e elaboração de
técnicas da engenharia, fazendo com que o tempo seja otimizado no
desenvolvimento das obras.

Os profissionais da construção civil têm uma posição marcante na


indústria, que é definida pela grande prática de mão de obra. Foi no período
da Revolução Industrial, no século XIX, que começaram a surgir essas
mudanças significativas na organização de processos contemporâneos.

As maiores disfunções da gestão na construção civil estão


associadas à escassez de estratégias adequadas e à ausência de mão de
obra de qualidade.

É perceptível que tanto os profissionais da arquitetura, quanto


da construção civil, oferecem uma grande oportunidade de geração
de empregos, criando uma economia relevante para o país, mantendo
um resultado positivo. O Portal do Planalto, descrito pelo presidente do
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil descreveu,
segundo Daré (2015), a significativa participação dessa área, alegando:
O investimento na construção civil, principalmente no
ramo de habitação, é um dos caminhos mais eficazes
para combater o desemprego. [...] com o investimento de
R$ 1 bilhão para a construção de moradias populares, são
gerados cerca 51,3 mil postos de trabalho, considerando
também os empregos indiretos. (DARÉ, 2015, p. 19)

Tendo em vista a grande participação de arquitetos e engenheiros


para o desenvolvimento de grandes obras, não são apenas esses
profissionais que fazem parte da evolução e construção de obras. Nesse
campo, são alguns profissionais que, mesmo não estando envolvidos
diretamente na ideia projetual, têm bastante importância na etapa
construtiva do projeto, seja no início ou no fim.
32 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

VOCÊ SABIA?

O arquiteto tem a ideia inicial do projeto, idealiza espaços


e leva sempre em consideração as necessidades de cada
usuário, levando em conta a particularidade de cada
um. O engenheiro, por sua vez, tem a função de projetar,
gerenciar e executar essas obras, atuando em campos de
construção de prédios, viadutos, rodovias, entre outros.
Porém, o que muitos esquecem é dos profissionais que
fazem tudo isso acontecer, como o mestre de obras,
pedreiros, serventes ou ajudantes, pintores, gesseiros,
eletricistas e vários outros que fiscalizam, supervisionam
e colocam em prática tudo aquilo que esses profissionais
elaboram.

Segundo Terra (2017), são várias as atribuições do engenheiro civil


para sua participação em obras, contando com sua habilidade e facilidade
de comunicação e atuação em diversos canteiros, o autor descreve:
A partir dessa linha de pensamento, pode-se listar
cinco atribuições do engenheiro civil em obras: estudar
profundamente os projetos, adquirir e gerir materiais de
construção, administrar e trabalhar em equipe, garantir a
qualidade do produto final, resolver problemas e tomar
decisões. (TERRA, 2017, p. 22)

Para projetar, deve-se ter três importantes fases: planejamento,


execução e manutenção. Na primeira, o técnico realiza o levantamento
de todas as características da área que ele deseja interferir, anotando
todas as suas principais características, incluindo medidas e observações.
Ainda nessa etapa, o profissional irá desenvolver projetos de instalações
representadas graficamente com todo o detalhamento necessário. Pode-
se incluir nessa primeira parte, o orçamento do trabalho bem como os
processos de licenciamentos.

Em uma fase posterior, a de execução, será implantado o canteiro


de obras tornando-se necessário o gerenciamento do mesmo, como
também sua locação. As instalações provisórias fazem parte dessa etapa,
possibilitando que a obra cresça, fazendo o projeto se tornar realidade.
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 33

Assim, o contrato de trabalhadores nesse período é assegurado,


gerando grandes fluxos de capital para o prosseguimento do resultado
final. A fiscalização e execução desses serviços andam aliadas,
introduzindo planos qualitativos.

Já na fase manutenção, o técnico é responsável por restaurar as


obras arquitetônicas e estruturais, complementando a manutenção de
estruturas e as demais reformas.

Os riscos para os trabalhadores nessas etapas projetuais são


significativos. Para isso, várias normas são sugeridas para os canteiros de
obras para assegurar o trabalho dos prestadores de serviços, conhecidas
como Segurança do Trabalho.
Figura 09 - Profissionais atuantes em canteiro de obras

Arquiteto e
Engenheiro

Mestre de Obras,
Apontador de Obras

Armador,
Técnico em Carpinteiro,
Pedreiro Servente,
Construção Civil Pintor, Gesseiro
Ajudante de obra

Eletricista

Fonte: Elaborado pelo autor (2020).

SAIBA MAIS?

Para compreender melhor a finalidade e função de cada


profissional citado acima, faça a leitura de “Quais são os
profissionais envolvidos na construção civil?” produzido por
IusNatura, Clique aqui.
34 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

E qual é o papel do arquiteto na construção civil?

O arquiteto irá participar de todas as etapas, principalmente, nas


iniciais. Ele desenvolverá o seu anteprojeto, juntamente com o conceito
base de toda aquela ideia final que será implementada. Você poderá
observar a participação do arquiteto em todo o desenvolvimento da
construção, como na relação da estrutura, de instalações hidro sanitárias,
instalações elétricas, entre outros.
Figura 10 - Profissional da construção civil

Fonte: Freepik

Sem todo o estudo concebido anteriormente à obra, não é possível


o desenvolvimento dos projetos que irão compor essas obras. Por isso,
a minimização de interferências posteriores ao decorrer da construção é
importante. As providências com qualquer dúvida que venha a surgir é
preciso ser analisada anteriormente para que surjam soluções ágeis e não
compliquem na hora da obra. Essa análise faz-se necessária em qualquer
especialidade e em qualquer campo de construção.

Assim, um bom planejamento resulta em uma execução de obra


responsável e reduz custos e prazos que poderiam ser alterados caso não
obtivessem bons resultados. O autor Terra (2017) defende que o:
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 35

planejamento da obra é responsável pela definição e


acompanhamento do cronograma das etapas dessa obra
e pelo fluxo de caixa do empreendimento, a fim de cumprir
prazos. Onde o planejamento é baseado em experiências
práticas, o pensamento e ação são praticados de maneira
experimental e empírica e fazem parte de um mesmo
sentido. (TERRA, 2017, p. 76).

Todas essas fases podem ser interrompidas caso alguns pontos


sofram interferência ao longo do planejamento, como: questões
climáticas, geologia, topografia, flexibilidade de equipamentos, como
também dificuldades na falta de conformidade do projeto.

Todavia, a importância da comunicação nesse campo não pode ser


deixada de lado, uma vez que os profissionais atuando e compreendendo
suas devidas posições e seus momentos de atuação, se comunicam
como equipe através de reuniões, prazos e entregas.

Nesse período, ressaltamos o uso da ferramenta AutoCAD já na


execução projetual, onde o arquiteto irá desenvolver a planta de forma
que resulte na proposta final e em uma melhor visualização para que
demais profissionais consigam alcançar e desenvolver as etapas em suas
determinadas escalas.

RESUMINDO:

Mas e então? Qual seria a importância da posição de


arquitetos e engenheiros na construção civil? É notável que
não podemos deixar de lado a compatibilização de projetos
e profissionais capacitados para obter bons resultados
na fase de execução de uma obra. Conflitos sempre irão
existir, mas cada profissional desempenhará uma função
para que sejam minimizadas essas interferências. Quanto
mais compatibilizar prazos, unir esforços, diminuir gastos
e desperdícios, mais as etapas irão chegar a um resultado
final satisfatório.
36 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

Mercado da arquitetura e da construção


civil
OBJETIVO:

Ao término dessa competência, você irá discernir sobre


o mercado da arquitetura e da construção civil na
atualidade, identificando oportunidades de trabalho e
empreendedorismo. Curioso? Então vamos saber mais!

História da arquitetura no Brasil


O trabalho do arquiteto em determinadas circunstâncias caminha
junto com a união dos dispositivos eletrônicos para a criação do projeto
arquitetônico, compreendendo que na arquitetura vai estar presente a
arte, a técnica e o mercado.

Desde o Renascimento, as metodologias analisadas por vários


projetistas foram se intensificando e ampliando a maneira de usar o
objeto de pesquisa no exercício de suas profissões. Com a chegada da
globalização, os três métodos: arte, técnica e mercado se fortaleceram
na condição de propagação da informática e da soma de relações
socioeconômicas.

A organização da profissão do arquiteto tem ponto de partida no


século XIX. A associação de arquitetos diplomados surge com o intuito
de defender a importância desse cargo e passa a ter como objetivo o
reconhecimento do exercício dessas pessoas qualificadas.

A história dessa profissão no Brasil também passa pelo século XX e


se prolonga até os dias atuais. Primeiramente, o ensino da arquitetura no
país retratava um aprofundamento da engenharia.

A primeira Faculdade Nacional de Arquitetura teve sua estreia no


Rio de Janeiro por lei federal, no ano de 1945. Logo em seguida, surgiram
as demais como: a Faculdade de Arquitetura Mackenzie em 1947 e
posteriormente a Faculdade de Arquitetura da Universidade de São
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 37

Paulo. Atualmente, mais de 50% dos cursos dessa área encontram-se


distribuídos no Sudeste do país.

Segundo pesquisas feitas pelas Faculdades de Arquitetura e


Urbanismo em 2009, a participação dos homens e mulheres no mercado
arquitetônico veio progredindo. Entre os anos de 1986 e 1990 obtiveram
os seguintes resultados:
Quadro 02 - Arquitetos e Urbanistas - período 1986 a 1990

Fonte: Elaborado pelo autor (2020).

Assim, nota-se que o crescente número de profissionais atuantes


no mercado de trabalho está fortemente ligado às oportunidades de
trabalho e empreendedorismo.

Formas de empreendedorismo
Através das leis trabalhistas, novas formas de inserir os arquitetos
no mercado foram impostas. Segundo pesquisa da FAUUSP em 2009,
novos traços de empregos foram criados e consolidados. As entrevistas
realizadas nesse período mostraram que os arquitetos ativos no negócio
possuem mais de quinze anos de desempenho profissional.

Exemplo: Atualmente, é realizado o contrato do recém-formado


para auxiliar em um projeto estipulado. Segundo entrevistas da Faculdade
de São Paulo em 2009, 10% dos questionados doam-se ao exercício da
profissão de professores em tempo integral. Já 75% revelam-se autônomos
38 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

ou proprietários de algumas empresas unidas ao trabalho com ex-colegas


de faculdade. Para melhor forma de desempenho financeiro, consideram-
se os cargos de professores de universidades, tanto em institutos públicos
como privados. Assim, os arquitetos podem se considerar empresários
que têm como funções cargos de serviços burocráticos ou prestadores
de serviços individuais. A maioria das empresas não irá escolher cargos
autônomos por terem que pagar serviços por fora, como por exemplo,
INSS, fazendo com que quando precisam emitir alguma nota fiscal da
empresa, procurem serviços informais.

A prática descrita acima é habitual dos escritórios de arquitetura,


onde em algumas das vezes, os donos não irão valorizar o trabalho dos
estagiários, mesmo que os mesmos se dediquem. Por isso, o mercado de
trabalho hoje em dia não se encontra tão prestativo e valorizado quanto
deveria. Através das pesquisas, constata-se outra forma de se empregar
a profissão: o desenvolver de escritórios e arquitetos associados, comum
em várias regiões do país. Dessa maneira, notam-se várias maneiras
de empreendedorismo identificando a oportunidade de trabalho
dos arquitetos, sejam eles em condições de empresas, autônomos,
assalariados, entre outras formas. A presença de engenheiros e arquitetos
expandiu a contratação e revigorou o desempenho dos cargos.

VOCÊ SABIA?

A arquitetura e a engenharia podem ser desenvolvidas


lado a lado, principalmente no ramo da construção civil,
considerado um setor muito importante para a economia
do país que abrange diversas edificações e estruturas
que vão além de casas e apartamentos, chegando ao
desenvolvimento de shoppings, teatros, aeroportos e até
mesmo hospitais. O papel de cada um irá se diferenciar
nesses ramos citados anteriormente, mas no final serão
complementos uns dos outros para que resultem em um
projeto final indispensável.

A distribuição interna da planta e toda a sua elaboração no decorrer


das atividades são indispensáveis ao arquiteto. O engenheiro civil, por
sua vez, irá elaborar cálculos que resultarão no dimensionamento de
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 39

vigas e colunas e escolha de materiais engajados na obra. O conselho


que regularizará todas essas etapas projetuais é o Conselho Regional de
Engenharia e Arquitetura (CREA).

O campo para que o arquiteto consiga atuar é bastante vasto, por


serem habilidades muito requisitadas no dia a dia. Algumas das principais
vagas podem ser citadas como: campos ligados à construção civil,
urbanização e paisagismo, laboratórios e instituições que desenvolvem
pesquisas tecnológicas e científicas, escritórios de arquitetura e
urbanismo, escritórios voltados apenas à arquitetura de interiores e design,
zonas públicas responsáveis pelo planejamento urbano e recuperação
de patrimônio histórico e urbanístico, unidades de pesquisa, execução
autônoma e até mesmo ordens sociais.

Mercado de trabalho no ramo da


engenharia civil
O curso de engenharia civil sugere formar profissionais competentes
para que tenham capacidade de operar nas construções de edificações
e infraestruturas. Além do saber a composição de materiais, se tornam
indispensáveis as disciplinas de cálculo para a garantia da resolução de
obras de futuros engenheiros.

Atualmente, os graduados nessa profissão podem atuar em diversas


áreas, tanto públicas quanto privadas, onde vão desenvolver no dia a dia a
segurança de um trabalho composto por vários operários que os auxiliem
e consigam chegar a um resultado final favorável aos seus usuários.

Sendo assim, em relação aos cargos que os engenheiros podem


ocupar, podem-se destacar: concepção de laudos técnicos, elaboração
de projetos industriais, residenciais e comerciais, resolução de estruturas
e fundações, administração de obras hidráulicas e de saneamento,
transporte e infraestrutura, como também a colaboração em exercícios
prediais.

Com objetivo de empreender, as pessoas capacitadas e


qualificadas para determinados objetivos, buscam a partir de uma ideia,
tornar realidade aquele projeto e tirá-lo da cabeça. Na maioria das vezes,
40 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

essas ideias buscam impactar a vida das pessoas positivamente e trazer


soluções para problemas desenvolvidos ao longo do tempo.

Assim, para abrir um negócio e materializar o que antes seria apenas


um pensamento, é preciso estudar todas as possibilidades. Os estudantes
de arquitetura e engenharia que se formam, compreendem que a melhor
forma de perpetuar o seu trabalho é empreender e abrir um negócio no
mercado, seja ele no ramo da construção ou do projeto.

É possível que nas universidades você consiga visualizar um pouco


como deve prosseguir com uma formação empreendedora, o que resulta
em alguns estudantes desistindo da ideia de abrir algum tipo de comércio
e desenvolvê-lo ao longo dos anos. Até mesmo alguns que abrem,
tornam-se falhos na metade do processo e desistem.

Estudos significativos apontam que no Brasil a vontade de


empreender parte de 70% de toda população que sonha em ter seu
próprio empreendimento. Os mesmos compreendem que para crescer
profissionalmente não precisam estar associados apenas a grandes empresas
e construtoras conhecidas mundialmente, mas também podem levar o seu
trabalho de forma digna e progredir ao longo do tempo em sua carreira.

Principais tendências do
empreendedorismo
As atividades econômicas apresentam círculos distintos, onde
aqueles projetos que resultam em um retorno financeiro positivo, também
demandam grande investimento, manifestando tempo exorbitante de
implantação, assim são os altos e baixos desses setores.

Apesar do mercado ser oscilante, ele permite aos qualificados


desempenharem várias linhas do processo de produtividade projetual.
Nos dias atuais, as linhas mais comuns a serem seguidas são a consultoria,
reforma de ambientes, serviços especializados, franquias, projetos
residenciais e docência.
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 41

Consultoria
Atualmente, a procura de consultoria de profissionais da área se
tornou crescente, uma vez que esse serviço tem como função reduzir os
custos de contratação formal de um profissional para idealizar e levar um
projeto até o fim. Assim, o especialista na área pode oferecer ao cliente
o conhecimento sobre o assunto, como a capacidade de realização de
soluções, gestão de recursos e opiniões próprias que vêm a somar na
construção de suas ideias.

Para esta etapa, é importante que o capacitado esteja bem


informado sobre o mercado atual e suas recentes mudanças e inovações
para que consigam dar sua opinião baseada na linha atual de pensamento.

Reforma de ambientes
A reforma de ambientes, também conhecida como retrofit, é uma
linha que os clientes procuram quando querem apenas reformar e não
dar início a alguma obra. A sustentabilidade e eficiência trazem melhoria
e determinam um resultado satisfatório na composição dos elementos.
Figura 11- Exemplo de retrofit

Fonte: Wikimedia Commons


42 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

A prática do retrofit manifestou-se na Europa devido à grande


demanda de edifícios antigos e históricos que precisavam de uma
imagem nova. Algumas das vantagens dessa prática, por exemplo, é o
prolongamento da vida útil da edificação e a diminuição dos custos de
sua manutenção.

Torna-se essencial a contratação de profissionais capacitados para


que resulte em uma reforma vantajosa, não só para o profissional, mas
também para seu usuário. Embora exista uma requisição para tal ação,
muitas vezes faltam profissionais para desenvolver essa função.

É comum as pessoas não se informarem e não procurarem o


profissional correto para desenvolver essas atividades, resultando em
gastos e transtornos maiores.

Serviços especializados
Mais conhecido como terceirização das atividades, os serviços
especializados com a reforma da Lei Trabalhista, cresceu juntamente
com a construção civil, onde passou a incentivar o crescente número de
empresas que prestam serviços ligados às atividades da obra.

Com isso, especializações em atividades técnicas também são


bem recebidas no mercado. A importância desse mercado gera uma
nova tendência a profissionais que têm interesse em aprender o básico e
conseguir fortalecer a construção civil.

Franquias
As franquias são um novo desafio para aquelas pessoas que
querem empreender na área em algo que já existe no mercado. As
mesmas apostam nas vantagens da franquia, contribuindo na capacitação
de clientes e usuários sem precisar criar algo do início e levando em
consideração algo que já é conhecido e já possui auxílio de planejamento.

Porém, esse método também possui seus aspectos negativos.


A falta de poder inovar impede que o empreendedor desenvolva suas
próprias ideias, tornando-o limitado e sem flexibilidade para mudanças.
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 43

Projetos residenciais
O sonho de comprar uma casa ou um apartamento não acaba apenas
quando se alcança uma determinada compra. Atualmente, é crescente
o número de pessoas que procuram profissionais que desenvolvam um
local com sua cara e que atendam suas necessidades.

O projeto não é apenas seu resultado final, é composto por várias


etapas que se unem e determinam o perfil do cliente e seus desejos.

O arquiteto ou profissional da área que queira vender o seu trabalho,


tem que deixar explicita suas ideias e concepções para que o usuário
compreenda e adquira sua oferta. Para isso, não basta apenas copiar ideias
já existentes, pois cada cliente possui um programa de necessidades
distintas.

Mas o que seria programa de necessidades e qual a finalidade?

Esse inclui todas as questões e ideias que o cliente irá demonstrar


ao longo das reuniões e encontros e é uma das informações mais
importantes e que devem estar presentes no início de qualquer projeto.
Tudo que ele espera será anotado por parte do profissional e o mesmo
terá que unir as opiniões à funcionalidade do projeto.

A satisfação do cliente deve ser o objetivo principal do capacitado,


pois é a partir disso que o seu trabalho irá ser propagado de boca a boca
e reconhecido pelas pessoas.

Docências
Por fim, a docência é a parte que vai unir a vontade, seja ela de
ser professor ou engenheiro, à realização pessoal no progresso da vida
profissional. A partir da faculdade e da pós-graduação, essas jornadas
vão sendo amparadas e investidas para que possam auxiliar no longo
caminho da vida acadêmica.

As teorias pedagógicas, modelos de ensino, o compromisso do


educador, instrumentos de ensino a distância, tudo isso colabora para o
exercício da profissão na vida dos alunos e futuros professores. Analisar e
44 Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo

refletir sobre esses métodos são fundamentais para o desenvolvimento


humano como base e comprometimento do ensino.

RESUMINDO:

Mas e então? Quais seriam as grandes oportunidades da


arquitetura e construção civil no mercado de trabalho? Vale
a pena investir e empreender? São muitas as oportunidades
de trabalho? Então, como você observou ao longo deste
capítulo, em tudo há seus prós e contras, o que fará
diferença no universo da arquitetura e da construção civil.
Seja o que for que você venha a escolher, será a forma que
você desenvolverá a sua teoria e o modo de pensar e agir.
A remuneração desse trabalho será uma consequência dos
seus objetivos alcançados, bem como seu conhecimento
sobre a área. Por mais que você se aperfeiçoe, se você
não tentar, não conseguirá desenvolver nenhum projeto
e provavelmente não encontrará conhecimentos sobre
determinado assunto. Tudo o que é ensinado ao longo do
curso de Arquitetura e Urbanismo, ou de qualquer outro
curso que o capacitado escolher, só é absorvido se o aluno
quiser. Por mais que ele faça vários cursos, se não aplicar os
conhecimentos no seu dia a dia, ele não conseguirá um bom
resultado. Na área de arquitetura e urbanismo, precisarão
principalmente de empatia com o cliente e de se colocar
no lugar de suas necessidades individuais. Sendo assim, o
projetista conseguirá desenvolver suas ideias e acolhê-las
de acordo com cada usuário.
Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo 45

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