Contos

brevidade e pela
conto distingue-se pela Concen-
Enquanto género narrativo, o
caracteriza-se pela unidade de açá0, que se Centra
tração. Sendo
numa intriga uma enarrativa
linear sem açõescurta,
secundárias, protagonizada por um número reduzido
O conto:
tempo e de espaço. São exemplos do
"brevidade naativa; de personagens e Concentrada em termos de conjunto da
" unidade de ação; privilegiaram o conto no sua produ-
5 ção
género, produzidos
literária, por autores
«George», de Mariaque
Judite de Carvalho (1921-1998), «Famílias desavin-
"ooncentração de
tempo e espaç0, «Sempre é uma companhia», de Manuel d
" nùmero limitado das», de Mário de Carvalho (n, 1944), e
de personagens. Fonseca (1911-1993).
complexidade da naturez
«George», de Maria Judite de Carvalho, retrata a
dá título ao conto, a qual se desdobra ns
«George»: 10 humana a partir da personagem George, que
diálog0 entre a realidade a
as três idades da vida: JOvem Gi e na velha Georgina. Tal acontece através do
depois de ter
" odiálogo entre memória e a imaginação. No regresso àsuacidade natal, vinte anos
realidade, memória sobre o que é. no
e imaginação: partido, George recorda o que foi na sua juventude (Gi), reflete
psicológico
" metamorfoses da presente, e antecipa o que seráno futuro (Georgina). Nesse percurso
figura feminina; 15 expõem-se as metamorfoses interiores e exteriores da
figura feminina (como 2s
a complexidade da
mudanças nacor do cabelo) e aborda-se a complexidade da natureza humana.
natureza humana. No conto «Famílias desavindas», de Mário de Carvalho, a ação desenvolve-se a
partir da instalaçãode um semáforo inovador, a pedal,no Porto, no início do século XX
Aação acompanhaa história pessoal dos membros da família àqual, no decorrer de
«Famílias desavindas»: 20 várias gerações, fica entregue o cargo de semaforeiro e que mantém, nesse período.
" história pessoal e desavenças com uma outra família, de médicos. O relato destes dois níveis narrativos
história social:
as duas familias: através de diversos episódios que ilustram otítulo do conto, articula-se com ahistória
" valor simbólico dos da sociedade portuguesa do final do século XIX até àatualidade. Essa progressão
marcos históriCOs; cronológica éassinalada pela referência a diferentes marcos históricos (Primeira
"a importância dos 25 Grande Guerra, Segunda Guerra Mundial, Revolução de Abril), que conferem verosimi
episódios e da
peripéciafinal; Ihança àação e contribuem com um valor simbólico associado àconflitualidade.
" adimensão irónica O
conflito entre as famílias termina de forma inesperada, quando, no momento da
do conto. peripécia final, o semaforeiro Paco é ajudado e substituído pelo Dr. Paulo, mécico
com quem mantinha longa inimizade. Ede salientar a dimensão irónica do conto, que
30 confere ànarrativa dos acontecimentos insólitos um carácter critico e humorístico.
Ao contrário do conto anterior, cujo espaço é urbano, a ação de «Sempree uma
«Sempre é uma companhia», de Manuel da Fonseca, decorre num meio rural,cingindo-seauma aldeia
companhia»:
" solidão e
alentejana marcada pelo isolamento, pela solidão, pela dureza de condições de vida
convivialidade: das suas gentes e pelo afastamento relativamente a meios e fontes de comunicação.
" as personagens e 35 Aação integra uma peripécia inicial, com achegada de uma telefonia àpacata aldeia e
relação entre elas, seus efeitos: a alteração da vida monótona, solitáriae vazia dos seus habitantes, e
caracterização do particular do casal em cuja «venda» écolocada (Batola e a mulher), e as mudanças tio
espaço fisico, hábitos e nas rotinas sociais e na perceção psicológica do espaço, que passa a estar
psicológico e
sociopolítico; associado àalegria e àesperança e que adquire também novo valor sociopolitico.
"importância das 40 A solidão de Batola e dos habitantes da aldeia é substituída pela
peripécias inicial convivialidade qu
telefonla, símbolo do progresso, permite e a peripécia final, com a decisão inesperada
efinal. de manter oaparelho, reforça asua relevància para as personagens, em termosindivi-
duais e coletivos.