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Sumário:
Módulo 1 - Histórico, conceitos e fundamentos da Piscomotricidade
1.1 - Um breve histórico
1.2 - O surgimento da Psicomotricidade no Brasil
1.3 - As principais Vertentes da Psicomotricidade
Módulo 5 - Anexo
INTRODUÇÃO
... a ciência que tem como objetivo de estudo o homem por meio do seu
corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem
como suas possibilidades de perceber, atuar e agir com o outro, com os
objetos, e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o
corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas, e orgânicas.
O que mais tarde será visto por Ferreira (1998), afirma que “não existe
aprendizagem sem que seja registrado no corpo”. (p. 18), destacando a importância dos
movimentos nas ações de construção do conhecimento.
Nos estudos de De Meur & Staes (1984), assinala que “o intelecto se constrói a
partir da atividade física”. As funções motoras (movimento) não podem ser separadas
do desenvolvimento intelectual (memória, atenção, raciocínio) nem da afetividade
(emoções e sentimentos). Para que o ato de ler e escrever se processe adequadamente, é
indispensável o domínio de habilidades a ele relacionado, considerando que as
habilidades são fundamentais manifestações psicomotoras.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
desta ciência, é de suma importância para a formação dos docentes e ponto de reflexão
para torna-la amplamente conhecida na base de estudos na formação docente.
Um desenvolvimento psicomotor não estimulado pode acarretar uma série de
problemas não só motores, mas no desenvolvimento total do indivíduo, fazendo com
que as ações simples do cotidiano se tornem difíceis pela má formação. Como por
exemplo, o desenvolvimento das habilidades psicomotoras para o aluno nos anos
iniciais escolares poderá ser grande facilitador no desenvolvimento integral das etapas
da alfabetização e levando-o a um desenvolvimento pleno.
Assim, é necessário que as escolas proporcionem a formação continuada para os
professores através de conhecimentos sobre a temática, e que tenham um olhar sensível
para perceber as necessidades dos alunos e poder construir novas possibilidades diante
das dificuldades psicomotoras, e nas situações mais complexas solicitar o auxílio
necessário, e a escola cumpra sua função social que é garantir os conhecimentos, as
habilidades e valores necessários à formação do individuo.
Neste sentido esta pesquisa buscou enfatizar, a partir de uma perspectiva
histórica, uma breve narrativa do desenvolvimento da Psicomotricidade ao decorrer dos
tempos e alguns de seus autores principais, evidenciar através dos estudos destes
autores, que não há um conceito único e singular, mas sim, diversos olhares sobre a
Psicomotricidade.
A Psicomotricidade é apresentada assim, como uma ciência que pretende
transformar o corpo em um instrumento de relação e expressão com o outro, através do
movimento dirigido ao ser em sua totalidade, em seus aspectos motores, emocionais,
afetivos, intelectuais e sociais, considerando o homem como único, em constante
evolução e essencialmente um ser interativo.
Diante desta pesquisa, o estudo possibilitará o início de outras análises para que
este tema ocorra frequentemente nas pesquisas de educação e principalmente nas
práticas docentes.
PSICOMOTRICIDADE
NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
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1. INTRODUÇÃO
3. Metodologia
4. Considerações finais
A Importância do
Desenvolvimento
Psicomotor na
Infância
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Introdução
Metodologia
Neste artigo foi feito extenso estudo bibliográfico de autores como Alves (1998),
Bueno (1997), Cabral (2000), Foucault (1998), Lapierre (1988), Marx (1987, 2001),
dentre outros, acerca da importância da Psicomotricidade para o processo de ensino e
aprendizagem na Educação Escolar, e dentre tantos tipos de pesquisas possíveis, a
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Estimulação psicomotora
Bueno (1997), em seu livro Psicomotricidade: teoria e prática, faz a seguinte
afirmativa sobre a estimulação psicomotora:
Educação psicomotora
Reeducação psicomotora
Terapia psicomotora
transtornos da personalidade. Está baseada nas relações e na análise dessas relações por
meio do jogo de movimentos corporais (BUENO, 1997).
Para este autor, a terapia psicomotora é fator prioritário para as questões
biológicas, cognitivas e de comportamento, onde é mais amplamente adotada.
Segundo Silva (2002), o estudo da Psicomotricidade é recente. Ainda no início
deste século o assunto era abordado apenas excepcionalmente. Atualmente, devido à
grande demanda por parte das crianças, o estudo ultrapassa os problemas motores,
pesquisando também as ligações com a lateralidade, a estruturação espacial e a
orientação temporal por um lado e, por outro, as dificuldades escolares de crianças de
inteligência normal. Faz também que se tome consciência das relações existentes entre o
gesto e a afetividade.
Segundo Cabral (2000), ao observar uma criança de 2 anos que brinca com um
jogo de ovos que se encaixam nota-se que ela segura o ovo e sente-o com as mãos; com
a boca percebe que esse objeto é duro, liso e de forma arredondada. A criança o olha e
sua visão confirma as suas impressões táteis: não existem pontas nem arestas; o objeto
não muda de forma quando é tocado; é colorido. A criança joga-o no chão, ouve o
barulho da queda do objeto, o vê rolar. Com base nestas observações pode-se concluir
que: a partir de uma experiência simples de origem motora a criança vai recebendo
inúmeras informações que serão classificadas paulatinamente em um conjunto de
indicações similares percebidas em outras circunstâncias.
De acordo com Fonseca (1996), pode-se concluir então que a função motora, o
desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento afetivo estão intimamente ligados à
criança. Portanto, a Psicomotricidade visa destacar a importância da motricidade, da
mente e da afetividade no processo da aprendizagem.
Segundo Le Boulch (1983), pode-se reafirmar que a educação psicomotora é
uma técnica, e para utilizá-la é necessário seguir algumas etapas que levem a criança a
adquirir a noção de esquema corporal, assim como outras noções indispensáveis ao seu
desenvolvimento. Cada noção é abordada primeiro através de exercícios motores. Ou
seja, exercícios em que o corpo se desloca e o sujeito percebe as diferentes noções, de
maneira interna. Depois, através de exercícios sensoriomotores em virtude dos quais a
manipulação de objetos possibilita a percepção de diversas noções e, finalmente, através
de exercícios perceptomotores, em que as manipulações são mais sutis e a percepção
visual muito importante, domina as outras partes. Tais exercícios possibilitam uma
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análise profunda das funções intelectuais motoras, tais como a análise perceptiva, a
precisão da representação mental, a determinação de pontos de referência.
Segundo Fonseca (1985), a Psicomotricidade abrange cinco etapas: i) a
formação do “eu” da personalidade da criança, isto é, o desenvolvimento do
esquema corporal através do qual a criança toma consciência de seu corpo e das
possibilidades de expressar-se por meio desse corpo; ii) a criança percebe que seus
membros não reagem da mesma forma: dominância lateral; iii) a maneira como a
criança se localiza no espaço que a circunda e como situa as coisas, umas em
relação às outras: trata-se da estruturação espacial; iv) a orientação temporal diz
respeito à maneira como a criança se situa no tempo; v) como a criança se expressa
também através do desenho, completa-se
Esquema Corporal
De acordo com Hurtado (1991), o Esquema Corporal é o elemento básico,
indispensável na criança para construção de sua personalidade. É a representação mais
ou menos global, mais ou menos específica e diferenciada que ela apresenta de seu
próprio corpo.
Vayer (1982), descreve a imagem corporal como resultado complexo de toda
atividade cinética, sendo a imagem do corpo a síntese de todas as mensagens, de todos
os estímulos e de todas as ações que permitam à criança se diferenciar do mundo
exterior e de fazer do “eu” o sujeito de sua própria existência.
Já Ledoux (1991), descreve que o esquema corporal especifica o indivíduo como
representante da espécie. Mais ou menos idêntico em todas as crianças da mesma idade,
ele é uma realidade de fato, esteio e intérprete da imagem do corpo. Graças a ele, o
corpo atual fica referido no espaço à experiência imediata. À medida que a criança
conhece seu corpo e percebe que ele lhe obedece, vai tomando consciência de que pode
utilizá-lo não só para movimentar-se, mas também para agir conforme seu desejo e
controle, ela então vai sentir-se muito bem.
De acordo com Wallon (1989), a Psicomotricidade define o esquema corporal
como a organização de estruturas cerebrais que concede ao indivíduo o conhecimento
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progressivo das partes e funções do corpo, a partir de etapas sucessivas, que são
determinadas pela maturação neuro-cortical e pela relação da pessoa com o meio físico
e humano. Desta forma, o esquema corporal propicia ao indivíduo noções de
globalidade de si, equilíbrio postural, afirmação da lateralidade, entre outras
habilidades.
Segundo Ledoux (1991), a criança ou aluno cujo esquema corporal não está bem
elaborado em sua percepção, certamente apresentará dificuldade de coordenação dos
seus movimentos. Irá atrapalhar-se ao se vestir ou despir, as habilidades manuais lhe
serão difíceis e penosas. Na escola apresentará caligrafia feia e leitura não-expressiva,
sem ritmo e entrecortada. Desta forma, exercícios de identificação, reconhecimento,
localização e conhecimento das funções das partes do corpo auxiliam o
desenvolvimento do esquema corporal.
A imagem do corpo
Molinari e Sens (2002), afirmam que a educação psicomotora nas séries iniciais
do ensino fundamental atua como prevenção. Com ela podem ser evitados vários
problemas, como a má concentração, confusão no reconhecimento de palavras,
confusão com letras e sílabas e outras dificuldades relacionadas à alfabetização. Uma
criança cujo esquema corporal é mal formado não coordena bem os movimentos. Suas
habilidades manuais tornam-se limitadas, a leitura perde a harmonia, o gesto vem após a
palavra e o ritmo de leitura não é mantido, ou então é paralisado no meio de uma
palavra.
Fonseca (1996), destaca o caráter preventivo da Psicomotricidade, afirmando ser
a exploração do corpo, em termos de seus potenciais, uma “propedêutica das
aprendizagens escolares”, especialmente a alfabetização. Para o autor, as atividades
desenvolvidas na escola, como a escrita, a leitura, o ditado, a redação, a cópia, o cálculo,
o grafismo, e enfim, os movimentos, estão ligados à evolução das possibilidades
motoras, e as dificuldades escolares estão, portanto, diretamente relacionadas aos
aspectos psicomotores.
Para Lagrange (1977), a criança ao nascer é um ser indiferenciado e difuso, não
consciente de si e de seu corpo, à medida que começa a se locomover, engatinhar, subir,
descer escadas, entrar em contato com os outros, passa a tomar consciência de seu corpo
e suas partes nas interligações. A partir desse momento percebe que é um indivíduo
independente da pessoa e cria um tipo de complicação vivida ao nível do corpo.
Para Fonseca (1985), a educação psicomotora, mediada pelas aulas de Educação
Física, tem muito a contribuir, porque tem como promover atividades que aprimorem
essas características citadas acima; trabalhando paralelamente essas ações, respeitando o
progresso da constituição fisiológica da criança e auxiliando esse processo. O Educador
Físico das séries iniciais do Ensino Fundamental deve, através de atividades que
desenvolvam noção de tempo, espaço e ritmo, estimular as crianças de maneira
prazerosa e desafiadora, enfatizando a verbalização, memória, raciocínio e
principalmente conferindo sentido a esse processo.
Atividades Psicomotoras
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Desenvolvendo habilidades
pular com o pé dominante; v) brincar com caleidoscópio; vi) mirar alvos através de
orifícios, telescópio; etc.
Considerações Finais
PSICOMOTRICIDADE:
ESTIMULAÇÃO DAS
HABILIDADES
MOTORAS, COGNITIVAS
E SÓCIO AFETIVAS
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INTRODUÇÃO
I
PSICOMOTRICIDADE
CAPÍTULO II
PSICOMOTRICIDADE UMA QUESTÃO LEGAL
2 A LEGALIDADE DA PSICOMOTRICIDADE
Foram tecidos aqui breves comentários sobre Jean Piaget e sua teoria
quanto aos quatro estágios de desenvolvimento infantil. Desde a mais tenra
idade (sensório-motor) e toda a sua dependência do meio exterior para
protegê-lo até os 12 anos de idade (operações formais), com todo o seu
dinamismo e busca pelo novo.
Fica caracterizado com isso tudo a importância do desenvolver
psicomotor das crianças, em especial neste caso quanto no meio escolar,
como bem disse Gonçalves (2009, p. 236):
A estimulação psicomotora, incorporada a currículos da Educação
Infantil, pode agregar experiências sensoriais, perceptivas, motoras,
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As Aquisições sócio-cognitivas:
CAPÍTULO III
PSICOMOTRICIDADE EM FOCO: PESQUISA
3 O DIA-A-DIA DA PSICOMOTRICIDADE
Motricidade Fina
40%
50% 5 anos
6 anos
7 anos
10%
Motricidade Global
30% 30%
5 anos
6 anos
7 anos
40%
Esta testagem nos revela um profundo abismo que pode existir dentro
de um público alvo. Quanto ao esquema corporal, quarto teste desta pesquisa,
todas as crianças de seis anos biológicos atingiram aos seis anos motores,
mas quanto à organização espacial, uma incrível e notável diferença foi
constatada.
A organização espacial, tem uma utilidade impar na vida do homem,
pois registrar distâncias, noções de longe e perto ou acima e abaixo são úteis
para o cotidiano seja ele em cidades com seus veículos e semáforos ou no
ambiente rural, com seus animais e campos abertos.
Promover experiências e atividades visando o desenvolver da
organização espacial junto das crianças é de suma importância para o
professor, e faz-se necessário uma intervenção inteligente e prática, pois
perceber o ambiente que a cerca é vital para a criança em fase de crescimento
e desenvolvimento de suas funções sócias, físicas e cognitivas.
A capacidade para estruturar e organizar o espaço é essencial para
qualquer aprendizagem. Basicamente, envolve a elaboração de um
conceito a partir de dados visuais e tátil-quinestésicos integrados,
que constatam a nossa posição no espaço, espaço esse que
constitui o imenso continente da nossa motricidade. (FONSECA,
1995, p. 205).
CONCLUSÃO
Anexo A
Tabelas utilizadas para traçar perfis motores dos alunos submetidos aos
testes.
Aluno 1
11 anos • • • • • •
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03 anos • • • • • •
02 anos • • • • • •
Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
Aluno 2
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Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
Aluno 3
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Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
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Aluno 4
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Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
Aluno 5
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Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
Aluno 6
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Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
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Aluno 7
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Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
Aluno 8
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Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
Aluno 9
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Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
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Aluno 10
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09 anos • • • • • •
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Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal
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Psicomotricidade, jogo e
corpo-em-relação:
contribuições para a
intervenção
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desenvolva um estado de harmonia entre o psíquico espelho como um ser real de carne e osso (a sua
e o corpo (estado de personalização). A presença da imagem é vivida como sendo de outro). Depois, a
mãe fornece, através destes jogos, uma experiência de criança percebe que o reflexo é apenas uma imagem
onipotência ‒ quando deseja a mãe: ela está presente; e não um ser real (ainda não a reconhece como
quando sente necessidade: é satisfeita. sendo sua). Finalmente, a criança compreende que
Com o avançar do tempo, vai existir uma esta imagem é a imagem do seu corpo, que ela a
desadaptação à relação dual e a criança entra em representa, que é a sua imagem especular. Neste
um estado de dependência relativa (WINNICOTT, momento, é importante que se atribua a identidade
1964). Por volta dos seis meses de idade, as solicitações da criança à sua imagem, para facilitar a percepção da
sociais da mãe fazem com que esta retorne às suas imagem do seu corpo, para a tomada de consciência
rotinas, levando a criança a vivenciar a desilusão da que é um ser único e completo, e para a construção
falta dela, a falta do Outro. Durante o processo de do sentimento de identidade.
separação do não-Eu do Eu, a criança necessita que Por outro lado, vai ser através do jogo-em-relação
a mãe introduza objetos na relação, os quais, uma com os objetos e com a mãe que a criança vivencia
vez revestidos de significados a partir da vivência experiências cutâneas de contato, o que lhe edifica um
lúdica, assumem o significado da presença substitutiva sentimento de segurança interna. Vai ser através destes
dela, quando está ausente, o que caracteriza o objeto contatos corporais e das comunicações pré-verbais
transicional. precoces que a criança começa a diferenciar uma
Do ponto de vista afetivo, os jogos interativos superfície com face interna e externa, que representa
permitem que a mãe recorra ao objeto como uma uma superfície contentora – a pele. Será sobre esta
maneira de comunicar ao filho que não lhe pode pele contentora, este Eu-pele (ANZIEU, 1989), que
satisfazer completamente os desejos e, assim, utiliza o se formará a consciência de Si, a sua individualidade e
objeto como forma de compensação, ou seja, dá-lhe identidade. A qualidade deste Eu-pele está diretamente
algo com que possa superar qualquer falta que venha relacionada com a qualidade dos jogos que a criança
a acontecer (RODRIGUEZ, 2014). Assim, cada vez vivencia durante os cuidados maternais. Uma boa
que a mãe introduz na relação um novo objeto, ela “maternage” permitirá a construção desta fronteira
desenvolve uma triangulação precoce mãe/bebê/objeto. (Eu-pele) entre espaço exterior (continente físico) e
Pela presença de novos objetos, a criança vivencia espaço interior (continente psíquico), fundamental
qualquer coisa terceirizada, pela percepção de um para a construção psicocorporal da criança.
objeto que não é ele nem é ela. Estas situações, que Percebemos que a constituição da individualidade
colocam os objetos como significado de terceiro na da criança, ao adquirir a capacidade de brincar só,
relação, abrem caminho para a intersubjetividade, tem a sua gênese na atividade de jogar com o outro.
ou seja, para a relação com o outro (relação entre A possibilidade de jogar-em-relação proporciona à
duas subjetividades), ajudando a criança a aceitar e criança estímulos que possuem um papel estratégico
a integrar a admiração intersubjetiva (afinal, somos no processo de consciência do seu próprio corpo e,
dois?), e para a transicionalidade (WINNICOTT, consequentemente, de descoberta progressiva do
1971). Sobre a transicionalidade, que está relacionada seu Eu, do seu espaço interior, ao mesmo tempo
com as atividades de substituição do objeto materno em que descobre a realidade, o seu espaço exterior.
que fornecem segurança, gostaríamos de referir que Como propõe Oliveira (2006), a criança, ao
a realização de jogos com os dedos, o colocar objetos passar de um estado de dependência absoluta para
na boca, tocar e acariciar materiais suaves e macios, um estado de independência, a mãe, para ela, passa
ou brincar com os seus sons vocais, são formas de de objeto subjetivamente concebido para objeto
representação da mãe como objeto que tranquiliza. objetivamente percebido, criando-se um espaço
Deste modo, ultrapassa a desilusão que sente quando compartilhado: o espaço potencial. Este espaço
a mãe não está em sua presença, o que abre caminho localiza-se entre a criança e a realidade exterior.
para a construção da sua independência. Vai ser através do jogo, neste espaço, que a criança
Os jogos-em-relação realizados num ambiente vai aceitar a separação, ao solicitar experiências
de prazer vão permitir a separação-individuação ilusórias e aceder a símbolos e signos substitutivos.
e abrem caminho para a edificação do sentimento De forma geral, vai ser através do jogo neste espaço
de Si (GOLSE, 2006). O processo denominado de potencial que o ser humano ‒ e, neste caso concreto,
separação-individuação acontece, simultaneamente, a criança ‒ contém as tensões que surgem entre a
em um primeiro momento, com uma fase que Lacan realidade interior e a realidade exterior, e se assegura
(1966) denominou de fase do espelho. Em uma face às angústias arcaicas, durante o seu ciclo de
primeira etapa, a criança percebe o seu reflexo no vida. Este é o espaço de jogo de todos nós.
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[...] relação de confiança – segura e fiável, terapeuta não pode ficar na inconsciência da relação
responsiva e previsível –, de intimidade (comunicação), mas em um parentesco relacional
afetiva – que toca o âmago dos parceiros e (comunicativo) com a criança, em que este não é
por isso perdura para além dos encontros o agente nem a criança a agida; o que se pretende é
presenciais, deixa rasto, e cria expectativas, que ambos sejam uma coisa e outra, e construam
constrói futuro. uma comunidade de sentimentos e emoções que
permitam a transformação e o desenvolvimento
Por esta razão, o terapeuta deve participar dos
(MIRA; FERNANDES, 2015).
jogos de imaginação da criança, aprender a escutá-la,
receber o que ela oferece, estar disponível para ser
e estar com ela, e utilizar a sua criatividade para 4 Considerações Finais
sugerir a inclusão de novos elementos lúdicos. A sua
presença atenta e participativa no jogo proposto pela Após as cogitações apresentadas e para o encerramento
criança permite que ela experimente a capacidade deste ensaio ‒ que, de forma indelével, envolve o
de ser autônoma, de ser eficaz e ter confiança em paradigma dualidade vs. dialética entre função e
si própria; e, se lhe for permitido realizar o que relação ‒, apresentamos algumas linhas orientadoras
deseja e o que gosta de fazer, sentir-se-á valorizada que permitem equacionar o jogo-em-relação como
e competente nas atividades que realiza. O jogo mediador de intervenção terapêutica:
livre é fundamental para o desenvolvimento do a) O jogo deve supor sempre uma relação com
pensamento, pois a criança, ao ter liberdade de fazer
o objeto, o outro, o espaço e o tempo. Isso
o que deseja, pensa nas funções que gostaria de dar
pressupõe um espaço potencial de jogo, o qual
aos objetos, o que permite desenvolver a capacidade
permite o desenvolvimento da criatividade e
em criar, recriar e, simultaneamente, ter o prazer
não apenas a simples manipulação de objetos;
em decidir e pensar.
Por meio desta relação dialética, pela qual o adulto b) A criança deve vivenciar, de forma livre e
deixa fluir o desejo da criança, o jogo psicomotor espontânea, o prazer de jogar, correr, saltar,
abre caminho para a construção de uma relação gritar, desempenhar o papel de um outro,
afetiva em que a criança reconhece o outro como enquanto pensa, espera, observa e explora;
par. Quando a criança parte do seu desejo, tendo também deve realizar atividades e construções
ela a iniciativa e o outro lhe serve de par, abre-se com bolas, blocos de espuma, tecidos, cordas,
espaço para uma relação empática que concede ao bastões e, sempre que desejar, ter a liberdade
adulto o direito de assumir, aos poucos, a iniciativa de destruir e voltar a construir, de realizar
dentro do jogo e, posteriormente, a proposição de e não realizar, para que possa desenvolver o
novos jogos. sentimento de ser;
Assim, é através da atitude relacional do terapeuta
c) A criança, ao jogar, deve estar livre, sentir
e da sua função de espelho tonicoemocional
prazer em utilizar o seu corpo real e vivenciar
tranquilizador e não culpabilizante, que a prática
livremente experiências ilusórias que expressa
psicomotora se torna efetiva e producente (MIRA;
através do corpo imaginário, pois, como refere
FERNANDES, 2015), ou seja, por uma transmissão
verbal ou corporal contentora que, de acordo com o Golse (2002), o jogo é um espaço de narração
que a criança expressa tonicoemocionalmente, vai e liberdade;
ao encontro do que ela necessita naquele momento. d) O terapeuta deve ter um olhar participativo para
O terapeuta deve desempenhar a função de Eu-auxiliar o jogo livre e espontâneo, o jogo-em-relação,
e companheiro de jogo da criança. Uma das estratégias que é o meio, por excelência, para solicitar as
para implementar esta relação é estar sempre disponível funções gnosicopráxicas, as funções imaginárias
para as diferenças, especificidades e peculiaridades simbólicas e o prazer de criar agindo, o que
da criança (GUTIERRES FILHO, 2012), e atuar de permite, à criança, a aquisição da sua identidade
forma empática; voltando a parafrasear Coimbra de e do sentimento em ser e existir.
Matos (2016), pelo estabelecimento de uma relação
sadia e saudável. Constatamos que existe um conjunto de
Desta forma, as sensações, ao serem emocionalmente conhecimentos, expressos nestas quatro alíneas
partilhadas, podem ser mais bem integradas, percebidas orientadoras, que permitem justificar e enquadrar o
e representadas, o que ajuda a criança a dar sentido jogo-em-relação numa prática terapêutica que solicita
ao que vivencia. O que pretendemos referir é que o o corpo real e o corpo imaginário, necessários à
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RODRIGUEZ, M. Les mediations corporelles en SAMI-ALI, M. Corps réel corps imaginaire: pour une
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