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MEDICINA & BEM-ESTAR

Aumente o poder do cérebro com


exercícios
Pesquisas revelam que a atividade física melhora concentração, memória,
aprendizagem e estimula o nascimento de neurônios
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Mônica Tarantino e Monique Oliveira

21/09/12 - 21h00 - Atualizado em 21/01/16 - 12h00

Conheça, em vídeo, histórias de crianças que caram mais espertas depois do


tness :

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Não é segredo que a atividade física produz inúmeros benefícios para o corpo, mas agora
a ciência reuniu provas su cientes para adicionar um novo e poderoso efeito à sua lista de
ações positivas: o aprimoramento do cérebro. As mais recentes descobertas indicam que
a prática regular de exercícios ajuda a pensar com mais clareza, melhora a memória e
proporciona um grande ganho na aprendizagem. Novos estudos sugerem que as
mudanças podem ser ainda maiores, alterando a própria estrutura do órgão ao incentivar
o nascimento e o desenvolvimento de neurônios.
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 Essas conclusões são de uma ampla revisão de pesquisas que acaba de ser divulgada nos
Estados Unidos por uma das mais renomadas cientistas no campo da neurogênese,
Henriette van Praag (Ph.D), do Laboratório de Neurociências do Instituto Nacional de
Saúde dos Estados Unidos. Henriette e seus colaboradores a rmam que há maior
produção de neurônios e um aumento das substâncias que atuam na nutrição e
desenvolvimento dessas células em animais submetidos a exercícios regulares. O trabalho
foi publicado pela revista “Current Topics in Behavioral Neurosciences”. A cientista
detectou ainda que o exercício aumenta a capacidade do cérebro de se adaptar e criar
novas conexões, a chamada neuroplasticidade. Em estudos com ressonância magnética
feitos em indivíduos foi possível também observar que quem se exercita regularmente
produz uma intensa atividade no hipocampo. Essa região cerebral está relacionada à
memória e à aprendizagem, e lá estão armazenadas as células-tronco que darão origem
aos novos neurônios.
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 As relações entre exercícios e cérebro estão no centro das atenções da neurociência por
suas implicações imediatas e futuras na vida de milhares de pessoas. Há avanços em
diversas frentes. Os cientistas comprovaram, por exemplo, que as vantagens começam
com a elevação dos níveis de oxigenação e do uxo sanguíneo no corpo como um todo.
“Por si só essa mudança já melhora o funcionamento da memória e da concentração e
previne o acidente vascular cerebral”, explica Gisele Sampaio Silva, gerente-médica do
programa integrado de neurologia do Hospital Albert Einstein e professora da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
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 O incremento da circulação também estimula a comunicação mais e ciente entre os


neurônios. A atividade física aumenta ainda a produção e a liberação de
neurotransmissores. “Esses hormônios fabricados pelos neurônios atuam nas sinapses, a
comunicação entre essas células”, explica Ricardo Arida, professor e pesquisador do
Departamento de Fisiologia da Unifesp. Esses compostos participam da regulação de
funções como memória, aprendizagem, emoções, sede, sono, fome, bem-estar, ansiedade
e humor. O resultado é um reequilíbrio das quantidades dessas substâncias no cérebro,
compensando dé cits ou excessos, o que melhora o desempenho global do órgão.
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 Numerosos estudos estão focados na compreensão dos efeitos do exercício na proteína


BDNF, uma espécie de tônico do surgimento, crescimento e especialização das células
nervosas. Um trabalho coordenado pelo neuro siologista Arida, da Unifesp, mediu a
concentração dessa proteína no sangue de atletas internacionais, de nacionais e de
pessoas sedentárias. As conclusões, publicadas na revista “Neuroscience Bulletin”,
revelaram que os atletas de mais alto nível tinham quantidades maiores do composto
circulando no sangue. Uma das prerrogativas da proteína é melhorar a troca de
mensagens entre os neurônios.

Crianças também podem vir a se bene ciar intelectualmente da atividade física, conforme
sugerem dados colhidos pela Unifesp. Os pesquisadores analisaram as respostas de
animais à ginástica logo após o desmame. “Nossos achados sugerem que fazer exercícios
desde cedo ajuda a construir uma reserva neural que protege, inclusive, contra desordens
cerebrais”, a rma Arida. Na Universidade de Darthmouth, em New Hampshire, o grupo do
cientista David Bucci detectou diferenças nos resultados de quem começa a se exercitar
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na infância, na juventude ou mais tarde. “O exercício na fase de desenvolvimento do
cérebro favorece a formação de uma rede neuronal mais densa e oferece mais apoio para
funções como memória e aprendizagem”, disse o pesquisador à ISTOÉ.

Nos Estados Unidos, essas informações estão se traduzindo em mudanças no currículo


das escolas. Um dos responsáveis por essa transformação é o neuropsiquiatra John Ratey,
da Universidade de Harvard. Ele percorre o país para promover a adoção de programas
de tness voltados para o aprendizado. O pesquisador partiu nessa cruzada convencido
por suas pesquisas e por casos como o dos alunos da Naperville Central High School,
situada em um distrito de Chicago. Ali, os estudantes se reúnem na escola todas as
manhãs antes das aulas, colocam seus frequencímetros (relógios que calculam a
frequência cardíaca) e saem correndo em uma pista. “A ideia principal é que os jovens
consigam praticar atividades como a corrida mantendo uma taxa entre 65% e 80% de sua
frequência cardíaca máxima, mantendo-a estável nessa faixa por 20 a 40 minutos três
vezes por semana”, disse Ratey à ISTOÉ. Ele registrou essa experiência e outros estudos
sobre a relação entre cérebro e exercício no livro “Corpo Ativo, Mente Desperta” (Ed.
Objetiva), lançado recentemente no Brasil. No ano passado, o pesquisador ofereceu um
programa de apoio com atividades físicas a 24 jovens do Ensino Médio com sérios
problemas disciplinares, baixa frequência às aulas e di culdades de aprendizagem da
escola Barrie Central. “Em seis meses a melhora foi notável”, disse o neuropsiquiatra. Em
breve Ratey irá à Coreia do Sul a convite do Ministério da Educação para falar sobre os
efeitos do exercício no cérebro. Diante dessa nova abordagem da atividade física, escolas
brasileiras já estão começando a rever a pauta das suas aulas de ginástica. No Colégio
Ítaca, na zona oeste de São Paulo, o currículo de educação física foi reelaborado sob esse
prisma. “Além de contribuir em várias áreas do conhecimento, o exercício é uma peça
fundamental para a concentração”, diz Elisabete Vecchiato, assessora cultural do colégio.
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Muitos estudos ainda são necessários para determinar, por exemplo, como surgem e por
quanto tempo persistem as alterações induzidas pela ginástica. “Os primeiros efeitos
podem ser sentidos após uma semana”, diz Arida, da Unifesp. A recomendação é que se
façam três sessões de 20 a 30 minutos de exercícios aeróbios por semana, mas duas já
produzem algum efeito. O entusiasmado pesquisador Ratey, de Harvard, tem sugerido aos
professores de educação física que ofereçam sessões de ginástica duas vezes por dia,
uma antes do início das aulas, e outra no nal, para produzir dois momentos de pico na
produção das substâncias que melhoram o desempenho. “Minha convicção é que o foco
no condicionamento físico tem um papel essencial nas realizações acadêmicas dos
alunos”, a rma ele.
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Por hora, é consenso que a interrupção da atividade física cessa suas benesses. A
avaliação de resultados de longo prazo, porém, está levando os especialistas a considerar
a possibilidade de a prática persistente gerar mudanças estruturais no órgão. Pesquisa da
Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, mostrou um aumento do tamanho do
hipocampo (associado a aprendizagem e memória) em adultos saudáveis após um ano de
atividade física moderada, levando a um aprimoramento da memória. “Os resultados
desse estudo são interessantes porque mostram que exercícios feitos por adultos mais
velhos e sedentários, mesmo que em pouca quantidade, podem levar a uma substancial
melhora da saúde cerebral”, disse Art Kramer, um dos autores do trabalho realizado em
conjunto com outras universidades.
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Buscam-se também explicações para as respostas diferentes que o cérebro dá quando o


corpo se exercita. A equipe do professor David Bucci revelou recentemente a presença de
um gene que parece regular a intensidade da reação do órgão. A descoberta pode ser
especialmente útil para ajudar a selecionar, no futuro, quem pode lucrar mais ao associar
a atividade física ao tratamento de condições como depressão, a ansiedade e o transtorno
do dé cit de atenção e hiperatividade (TDHA). Essas aplicações estão sendo estudadas em
centros como o Instituto Karolinska, na Suécia. “O exercício não só é e ciente no combate
à depressão, como potencializa os efeitos dos medicamentos”, diz a neurocientista Astrid
Bjornebekk. Ambos contribuem para a formação de novos neurônios em áreas no cérebro
importantes para a memória e a capacidade de aprender e podem ser usados de maneira
combinada. Em São Paulo, na Unifesp, o pesquisador Arida concluiu que a ginástica pode
ajudar a reduzir pela metade as crises de epilepsia, doença tratada com medicamentos
potentes e nem sempre e cazes. À luz dessas descobertas, o sedentarismo torna-se um
fator de risco ainda mais perigoso.
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INVESTIGAÇÃO
O pesquisador Ricardo Arida, da Unifesp, estuda o impacto da
atividade física sobre o cérebro. Um de seus trabalhos
mostrou que exercícios podem reduzir crises de epilepsia

Foto: kelsen Fernandes


Fotos: Marco Ankosqui; Rogério Cassimiro – ag. istoé
Fotos: João Castellano e kelsen Fernandes/ag. istoé

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