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O ACORDO DA BASILEIA NAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO1

Ritielle Simiano

Resumo: Diferente dos bancos convencionais, as instituições financeiras cooperativas


possuem um sistema de trabalho mais frágil, pois depende inteiramente da confiança e
também fidelidade de seus associados para ter sucesso. Necessitam minuciosamente de
uma gestão com excelência para medir e analisar risco a risco. Para auxiliar e aprimorar
o sistema financeiro, de modo a precaver as instituições não venha à falência, o Acordo
de Basileia foi firmado visando absorver os choques que as instituições sofrem com seu
próprio capital. Neste trabalho, buscamos descrever e identificar a importância do
acordo da Basileia nas cooperativas de crédito, indicando os pontos positivos na
prevenção do risco do crédito. A metodologia da pesquisa utilizada foi a bibliográfica,
consultando livros e sites, buscando conceitos que auxiliaram na construção do texto, o
qual explica o acordo e suas evoluções e como ele se preocupa no desenvolvimento das
instituições e das comunidades em que estão inseridas.

Palavras-chave: Cooperativas. Risco. Crédito.

1 INTRODUÇÃO

O tema do presente artigo refere-se à importância que tem o acordo de Basileia


dentro das instituições financeiras cooperativas e de como este acordo ajuda a
minimizar os riscos adquiridos quando da concessão do crédito. Através da
problemática de entender os porquês das exigências mínimas de capital e dos critérios
minuciosos exigidos quando se trata de risco.

O risco está presente em todas as ações, porém é preciso tomar cuidado para não
classificar o mesmo de forma errônea, podendo causar provisões que afetam
diretamente no resultado e consequentemente refletem na confiança que o cliente tem
com a instituição.

1
Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Gestão em
Cooperativas de Crédito, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para a
obtenção do título de Especialista em Gestão em Cooperativas de Crédito.
O principal patrimônio de uma cooperativa são os seus associados, são eles que
fazem compor o seu capital social, capital esse que faz mais forte a instituição. Os
gestores, como também todo o quadro de colaboradores precisam passar confiança.
Dessa forma o associado vai sentir-se confortável. É então que se pode afirmar que a má
gestão é um dos maiores risco que corre uma instituição financeira cooperativa, pois
uma gestão precisa passar segurança ao associado.

Os principais objetivos serem alcançados com esse estudo são descrever e


identificar a importância do acordo da Basileia nas cooperativas de crédito, descrever e
analisar o que é o risco de crédito e indicar os pontos positivos que do acordo na
prevenção do risco de crédito. Sendo que o principal objetivo é identificar a importância
do acordo nas cooperativas.

A metodologia da pesquisa utilizada no presente artigo foi a bibliográfica,


consultando livros e sites, buscando conceitos que auxiliaram na construção do texto, o
qual explica o acordo e suas evoluções e como ele se preocupa no desenvolvimento das
instituições e das comunidades em que estão inseridas.

O presente trabalho divide-se em primeiro momento de um conceito básico de


cooperativa de crédito e capital social, logo em seguida o texto discorre sobre o risco,
em especial, o risco do crédito, então, em terceiro momento, mas não menos importante,
é falado sobre o Acordo da Basileia. Nesse momento é que está o coração do artigo.
Mostra a relevância do tema e como ele é aplicado dentro do sistema financeiro, neste
caso, nas cooperativas de crédito.

O Acordo de Basileia busca uma gestão com excelência, que se preocupe com o
desenvolvimento da cooperativa e que seja meticulosa na análise da concessão do
crédito. Com o intuito de que haja crescimento da cooperativa e também da comunidade
em que a mesma está inserida.

A cooperativa não visa lucros, seu maior lucro é o crescimento, a satisfação e o


bem estar dos seus associados, procura promover uma economia baseada nas ações
sociais e que promovem o crédito mais fácil.
Em suma, o acordo vigente auxilia diretamente a gestão de uma cooperativa,
pois ele exige o capital mínimo para que a cooperativa possa absorver o risco com a sua
própria reserva e também uma análise mais critica na hora da concessão do crédito.

2 – O ACORDO DA BASILEIA NAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO

2.1 – COOPERATIVAS DE CRÉDITO

As cooperativas são instituições financeiras compostas por uma associação de


pessoas que se unem espontaneamente por um objetivo em comum e que oferecem
restrito aos seus associados, os mesmos produtos e serviços de um banco. O que a
diferencia dos bancos é que ela trabalha com o capital de seus sócios e por tanto deve
ter uma gestão excelente. O autor Medeiros (2016, p. 15) descreve que:

As cooperativas de crédito têm como objetivo básico: a captação e


administração de recursos, empréstimos e prestação de serviços aos
cooperados, independentemente da ideia de obter vantagens para si em
detrimento do resultado do sócio.(...) Suas operações estão restritas ao quadro
associativo, enquanto os bancos não têm essa restrição para captação de
clientes.

As cooperativas iniciam seus trabalhos quando há uma necessidade em comum


dentro de uma sociedade, proporcionando assistência necessária aos seus cooperados,
unidas voluntariamente, sendo elas financeiras, sociais e culturais comuns.

Quando ingressa na cooperativa, o associado é chamado a depositar uma quantia


em dinheiro, e passa a ser dono de uma quota-parte. Valor este, que é somado às quotas-
parte dos outros associados, formando o capital social da empresa. Para atuar no ramo
do sistema financeiro, as cooperativas precisam ter valor „x‟ de quotas-parte, para que
ela tenha capacidade própria e assim poder buscar recursos financeiros para emprestar e
investir. Medeiros ainda fala sobre a relação entre cooperativa x associado (2016, p. 15):

As relações obrigacionais entre sócios e cooperativas não se


confundem com a de fornecedor e consumidor, pois estas são caracterizadas
como atos cooperativos, com tratamento próprio na legislação
cooperativista.(...) É vedada a transferência de cotas-partes a terceiros,
enquanto nos bancos a transferência do capital (ações) pode ser feita
livremente (bolsas de valores).

Toda empresa para estar em funcionamento precisa ter seu próprio capital social,
sendo ele em bens móveis ou moeda corrente. O Capital Social das cooperativas são as
quotas-parte investidas por cada associado.

Para sobreviver dentro do sistema financeiro, onde o consumidor esta cada vez
mais exigente, é necessário que à frente da cooperativa exista uma excelente gestão.
Tendo em vista que essa gestão está administrando o interesse comum, onde o dinheiro
que está sendo movimentado pertence a várias pessoas.

2.2 – O QUE SÃO OS RISCOS E RISCOS DE CRÉDITO

Assim como todas as instituições financeiras, nas cooperativas também tem


riscos, isto porque os riscos estão presentes em todas as ações praticadas.

Mendonça (2004) relata do risco dentro do acordo: “entre as principais críticas


apontadas ao Acordo estava a ausência de tratamento ao risco de mercado. Em resposta,
o Comitê elaborou um aditivo ao Acordo que estipulou que os bancos passariam a
manter capital em função de sua exposição ao risco de mercado”

O jornal O Globo diz em artigo „Gestão de risco - A importância da gestão de


risco nas organizações‟, publicado em seu site no dia 12/07/2017 e atualizado em
17/07/2017:

A palavra “risco” é popularmente associada à possibilidade de algo


não dar certo. Mas o conceito atual a relaciona a um evento futuro que pode
ser identificado e ao qual é possível associar uma probabilidade de
ocorrência. Ele diz respeito tanto às perdas como aos ganhos, com relação ao
rumo dos acontecimentos planejados.

Quando se fala em risco, é preciso conceituar três importantes conceitos: Risco


de Crédito, Risco Operacional e Risco de Mercado. O Risco de Crédito está ligado à
inadimplência dos associados, possíveis perdas que a cooperativa pode vir a ter caso o
associado não honre com suas obrigações deixando de pagar seu débito. O Risco de
Mercado tem relação com a variação de taxas de juros e câmbio, pelos preços de ações e
de commodities; tendo assim elo direto com a concorrência. O Risco Operacional é um
sinistro, uma perda inesperada, como: um erro humano, uma fraude. Os autores Pires e
Medeiros (2016, p. 44-45) elucidam:

O risco de crédito é o principal e, por isso mesmo, o mais intuitivo da


atividade bancária. Por se tratar do objeto principal do presente curso, será
abordado a partir do próximo capítulo. O risco de mercado refere-se à
possibilidade de perdas em função da variação em alguma condição de
mercado, tais como, preços de ativos, taxas de juros, taxas de câmbio. (...) O
risco operacional, cada vez mais merecedor de atenção dos supervisores
bancários no mundo, bem como dos responsáveis pelo gerenciamento de
riscos das Instituições. Uma das faces desse risco relaciona-se à dependência,
cada vez mais intensa, de recursos de Tecnologia da Informação – TI.

O conceito básico de risco é a possiblidade de algo a não ter sucesso. As


instituições financeiras cooperativas carregam em cada operação a sua porcentagem de
risco, visando que existe a possibilidade de terem associados que não venham a cumprir
com suas obrigações, surgindo inadimplência. O Risco de Crédito está ligado à
inadimplência dos associados, possíveis perdas que a cooperativa pode vir a ter caso o
associado não honre com suas obrigações deixando de pagar seu débito.

A má gestão é o maior risco que atinge a cooperativa, pois são instituições mais
frágeis frente aos bancos. Mas que com uma excelente gestão, podem tornar-se mais
forte na sociedade. Quando demonstra um ótimo resultado, quando ganha a confiança
de seus associados, para que eles de livre e espontânea vontade queiram entrar na
cooperativa e tornar ela a sua principal instituição.

2.3 – EXCELÊNCIA NA GESTÃO DE CRÉDITO

Além do capital social que torna a instituição financeira cada vez mais sólida, o
que chama atenção e que faz a diferença é a boa gestão financeira. Analisar os riscos é
primordial para a continuidade e a solidez da instituição.

O principal patrimônio de uma cooperativa são os seus associados, são eles que
fazem compor o seu capital social, capital esse que faz mais forte a instituição. Os
gestores, como também todo o quadro de colaboradores precisam passar confiança.
Dessa forma o associado vai sentir-se confortável. É então que se pode afirmar que a má
gestão é um dos maiores risco que corre uma instituição financeira cooperativa, pois
uma gestão precisa passar segurança ao associado.

Em suma, o acordo vigente auxilia diretamente a gestão de uma cooperativa,


pois ele exige o capital mínimo para que a cooperativa possa absorver o risco com a sua
própria reserva e também uma análise mais critica na hora da concessão do crédito.

2.4 – OS ACORDOS DE BASILEIA

No final do ano de 1974 foi criado o Comitê de Regulamentação Bancária e


Práticas de Supervisão, formado por bancos Centrais, segundo texto publicado, em data
não identificada, no site do Banco do Brasil: “visando a melhorar a qualidade da
supervisão bancária e fortalecer a segurança do sistema bancário internacional”.

Em 1988 o Comitê da Basileia, na Suíça, firmou o primeiro Acordo de Basileia,


com o objetivo de criar mecanismos que diminuíssem os riscos, criando exigências
mínimas de capital próprio as instituições financeiras, de modo a precaver as
instituições da chama „„quebradeira‟‟, visto que há muitos riscos no mercado, desde o
tomador não desejar ou não ter interesse em honrar com sua obrigação até aos fatores
internos e externos quem vem a refletir na instituição. Ou seja, os riscos levados em
conta neste primeiro momento era o Risco de Crédito e o Risco de Mercado. Furtado
(2005) explica:

O Acordo recomendava que os bancos observassem diretrizes


uniformes de adequação de capital, que viessem ao encontro dos critérios
prudenciais considerados apropriados ao ambiente mais liberalizado e que
levassem em conta os riscos associados ao crescente envolvimento nas
operações fora de balanço.

Rogério Sobeira e Norberto Montani Martins (2011) afirmar que: “Os Acordos
de Basileia representam um marco no que tange às estratégias de regulação bancária
aplicadas ao redor do mundo”.

Nesse momento as instituições financeiras puderam ter mais segurança em


relação ao seu patrimônio, e no que trata das cooperativas, do patrimônio dos seus
associados, pois teriam reservas para momentos de instabilidade.
O Banco do Brasil publicou artigo em seu site, em data não identificada,
apontado os 3 conceitos fundamentais que levou a fundação do Acordo de Basileia:

O Acordo de Basiléia de 1988 definiu três conceitos:


- Capital Regulatório - montante de capital próprio alocado para a cobertura
de riscos, considerando os parâmetros definidos pelo regulador;
- Fatores de Ponderação de Risco dos Ativos - a exposição a Risco de Crédito
dos ativos (dentro e fora do balanço) é ponderada por diferentes pesos
estabelecidos, considerando, principalmente, o perfil do tomador; e
- Índice Mínimo de Capital para Cobertura do Risco de Crédito (Índice de
Basiléia ou Razão BIS) - quociente entre o capital regulatório e os ativos
(dentro e fora do balanço) ponderados pelo risco. Se o valor apurado for igual
ou superior a 8%, o nível de capital do banco está adequado para a cobertura
de Risco de Crédito.

A hipótese básica por trás das regulamentações do comitê, especialmente no


Acordo de Basiléia, é que a robustez do sistema está relacionada ao tamanho do capital
das instituições, deste modo, o acordo procura estabelecer uma relação entre capital
mínimo das instituições financeiras e as contas do ativo de tais instituições (Toneto &
Gremaud, 1994).

Quando colocado em prática, os países que assinaram o acordo observaram que


viria a existir alguns pontos fracos voltados ao risco, onde as classes de riscos eram
muito amplas e com baixa sensibilidade; e também não era dado o tratamento
necessário às garantias.

Esse acordo ficou em vigor até o ano de 2004, quando as regras e leis bancárias
já haviam sido alteradas significativamente. Houve então a necessidade de uma reforma
no acordo, quando foi assinado o Acordo de Basileia II, trazendo alguns avanços como
flexibilidades e maior sustentabilidade do risco.

O propósito desse segundo acordo era erguer três pilares que viriam para
fortalecer as instituições financeiras, tornando-as competitivas e transparentes no
mercado: proporcionar maior estabilidade financeira; melhorar as práticas de gestão de
risco; e aumentar a transparência no setor financeiro, de modo a tornar as negociações
mais justas e com mais igualdade competitiva.

Em 2011, tendo em vistas as crises bancárias entre 2006 e 2008, foi assinado o
Basileia III. O sistema financeiro sofreu uma crise de confiança nas instituições
financeiras, o que veio a gerar uma necessidade maior de capital. Explicam os autores
Pires e Medeiros (2016, p. 44):
A partir de 2010, depois de algum tempo sem problemas relevantes,
algumas instituições de médio e pequeno porte, como PanAmericano,
Morada, Matone, Schahin e Oboé Financeira, começam a apresentar
problemas, sendo submetidas a soluções de mercado ou a processos de
intervenção pelo Banco Central, o que tende a levar a uma intensificação da
ação da autoridade supervisora. Em 2011, foi assinado o Acordo de Basileia
III, que além de reforçar as exigências de capital, de supervisão, auditoria,
fiscalização, transparência, entre outras, trouxe as seguintes questões: nova
estrutura de capital; gestão do risco de liquidez; revisões na gestão de risco
de mercado e de crédito; custos e benefícios do fortalecimento do Sistema
Financeiro.

A atuação desses acordos nas cooperativas de crédito é fortíssima. O autor


Medeiros (2016, p. 45) descreve que:

Os termos desses acordos influenciam diretamente nas operações e


negócios das instituições financeiras de todo o Sistema Financeiro Nacional
brasileiro, inclusive nas nossas instituições financeiras cooperativas.

No Basileia II foi padronizada a definição do capital, definindo o capital


mínimo que absorva o risco do crédito exposto. Segundo Pires (2016, p. 82):“O objetivo
é basicamente tornar a requisição de capital mais sensível ao risco”.

No ano de 2010, de forma a diminuir cada vez mais os riscos de falências das
instituições financeiras, esse acordo obriga que as instituições aumentem suas reservas
para que possam eventualmente proteger-se de uma crise econômica e também a serem
mais criteriosos quando das análises de risco. Sendo queacordo é o que está vigente é o
Acordo de Basileia III, ou simplesmente Basileia III.

Com o passar dos anos tudo muda, em tempos de crises econômicas, inflação e
afins, os responsáveis pelo acordo vinham aprimorando seus conceitos e fundamentos, a
finalidade desse terceiro acordo firmado seria: a nova estrutura de capital; a gestão do
risco de liquidez; revisões na gestão de risco de mercado e de crédito; custos e
benefícios do fortalecimento do Sistema Financeiro.

No Brasil existe a Resolução nº 2099, de 17/08/1994, chamada Basiléia, que


estabelece limites mínimos de capital realizado e Patrimônio Líquido das instituições
financeiras, com propósito de enquadrar estas no padrão do mercado financeiro, no que
se refere solvência e liquidez internacional.

Segundo Furtado (2005, p. 46):

Ela está baseada em quatro principais anexos:


O Anexo I contém o Regulamento que Disciplina a Autorização para
Funcionamento, Transferência de Controle Societário e Reorganização das
Instituições Financeiras e demais Instituições Autorizadas a Funcionar pelo
Banco Central do Brasil.
O Anexo II Da Autorização para Reorganização.Especifica os novos
limites mínimos de capital e patrimônio líquido para o funcionamento das
instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central.
O Anexo III disciplina a instalação e o funcionamento das
dependências das instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central.

Além do capital social que torna a instituição financeira cada vez mais sólida, o
que chama atenção e que faz a diferença é a boa gestão financeira. Analisar os riscos é
primordial para a continuidade e a solidez da instituição.

As instituições financeiras são protegidas pelo acordo, assim como as


cooperativas, mas acima de tudo o capital do associado é protegido pela Basileia, pois
faz com que os diretores e gestores das cooperativas tratem as análises de credito de
forma mais profissional e técnica, evitando as provisões que refletem diretamente no
resultado final.

Os acordos de Basileia são importantes instrumentos no papel das práticas de


gestão e governança de risco, servindo de instrumento para manter estabilidade e
confiança nos Sistemas Financeiros Nacionais dos países envolvidos. A preocupação
existente é no risco de crédito, criando exigências de capital, de maneira a evitar que
venha haver quebras de bancos e demais instituições financeiras, estando às
cooperativas de crédito enquadradas de igual forma. É importante ressaltar que nos
bancos o Patrimônio de Referência é tirado do lucro dos acionistas, já nas cooperativas
de crédito tratamos do capital será rateado em partes iguais entre os associados, sendo
feito a chamada de capital.

A gestão da cooperativa de crédito deve estar muitíssimo preparada para lançar o


chamado de capital aos associados para que esses mesmo possam entender que de fato
está sendo executadas regras do Banco Central.

No caso das cooperativas de crédito é denominado de: Chamado de Capital. Este


chamado tem que ser comunicado através de edital, mídias e meios, realizar Assembleia
Extraordinária, para que a informação chegue ao máximo de associados. Podendo ser
entendida como uma ameaça, colocando em risco a credibilidade da cooperativa. O
maior desafio está na falta de interesse coletivo, pois muitos associados não conseguem
entender a essência de uma cooperativa. Os gestores devem criar ações que minimizem
as desconfianças que possam perder associados, valores de aplicações e investimento.
Não conseguindo se adequar as exigências, no que tange as cotas, as cooperativas
podem acabar em déficit, ocasionando no fechamento ou incorporação por outra.

A má gestão sempre será uma ameaça, onde passará insegurança aos cooperados
e perderá a credibilidade junto à sociedade. A Cooperativa deve estar muito preparada
para lançar esse chamado. O maior patrimônio das Cooperativas são seus associados.
São eles que compõem o patrimônio de uma Cooperativa, onde a partir do momento que
se sentirem desconfortáveis, deixarão de acreditar na instituição onde sofrerá a
consequência pela má administração, ocasionando a incorporação ou fechamento
conforme citado.

Desde o primeiro acordo de Basileia assinado pelo Comitê de Basileia, a


preocupação era com todo o mercado financeiro. Todas as instituições financeiras
sofrem os mesmos riscos. O risco de não ter capital suficiente para emprestar ou
investir. O risco de emprestar e não receber. O erro de classificar o risco de forma
errônea, causando provisões que afetam diretamente no resultado e consequentemente
refletem na confiança que o cliente tem com a instituição.

As cooperativas de crédito são instituições financeiras mais frágeis, mas que


com uma excelente gestão, podem tornar-se mais forte na sociedade. Quando demonstra
um ótimo resultado, quando ganha a confiança de seus associados, para que eles de livre
e espontânea vontade queiram entrar na cooperativa e tornar ela a sua principal
instituição. Com a proteção do acordo de Basileia, o qual carrega suas exigências e se
aplicadas integralmente como obriga o Banco Central, a cooperativa terá sucesso.

Quando aplicado integralmente, o acordo de Basileia só tem a contribuir dentro


das instituições financeiras, pois carrega consigo a preocupação de crescimento e
solidez da instituição. Onde se permite emprestar os recursos aos seus associados, de
forma a fazer com que a sociedade flua junto com a cooperativa.
3 CONCLUSÕES

Por intermédio do presente estudo, foi possível perceber quão frágil é uma
instituição financeira cooperativa, entretanto, como ela se torna importante dentro de
uma comunidade, pois os seus desenvolvimentos podem e devem ser dados lado a lado.

A maior fortuna de uma cooperativa é o seu associado, pois é ele que investe seu
patrimônio, integralizando o seu capital social. Ele oferece confiança à cooperativa, a
qual lhe oferece conforto, bem estar e satisfação, sem visar lucros.

Uma cooperativa cresce quando é administrada com transparência e seriedade.


Quando segue as normas e leis ponta a ponta. A má gestão é o maior risco que atinge a
cooperativa. Mas que com uma excelente gestão, podem tornar-se mais forte na
sociedade. Quando demonstra um ótimo resultado, quando ganha a confiança de seus
associados, para que eles de livre e espontânea vontade queiram entrar na cooperativa e
tornar ela a sua principal instituição.

O acordo da Basileia está ligado diretamente ao crescimento de uma


cooperativa, por ele regulamenta a forma como ela deve tratar o seu capital social, tendo
sempre uma reserva para as perdas que venham se dar através da inadimplência ou outro
risco financeiros que a cooperativa possa vir a ter.

Os acordos de Basileia são importantes instrumentos no papel das práticas de


gestão e governança de risco, servindo de instrumento para manter estabilidade e
confiança nos Sistemas Financeiros Nacionais dos países envolvidos.

Os objetivos do presente artigo foram atingidos de forma grandiosa, onde foi


possível observar os pontos positivos que o Acordo da Basileia tem em relação as
instituições financeiras cooperativas. Preocupado com a solidez, a estabilidade, o
crescimento e a capacidade que as cooperativas devem ter ao enfrentar turbulências
econômicas, como a inadimplência ou crises econômicas no País, mantendo reservas
que possam absorver tais contratempos.

No caminhar da pesquisa efetuada foi gratificante poder tomar maior


conhecimento sobre Risco, Gestão e Cooperativa. Todos esses assuntos mantem relação
o tempo todo. Pois, o risco está em todas as ações tomadas, e para manter e dar sucesso
a uma cooperativa de crédito uma boa gestão é indispensável.

Uma cooperativa sólida tem a confiança dos seus associados de maneira mais
descomplicada. Mas é com seriedade e transparência que essa confiança se mantem. E é
nesse momento que a boa gestão entra.

Risco é a possibilidade de uma atividade efetuada não ter sucesso como o


desejado. Todas as instituições financeiras sofrem os mesmos riscos. O risco de não ter
capital suficiente para emprestar ou investir. O risco de emprestar e não receber. O erro
de classificar o risco de forma errônea, causando provisões que afetam diretamente no
resultado e consequentemente refletem na confiança que o cliente tem com a instituição.

Medir o risco é essencial, pois ao conceder um crédito é necessário observar os


aspectos financeiros do tomador, e encontrando um meio de emprestar a quem vai
honrar com a sua obrigação de pagar suas parcelas em dia.

E é então que entra a gestão, esta que precisa ser minuciosa em seus critérios.
Pois o maior risco que uma instituição possui é uma má gestão. A má gestão sempre
será um risco para as cooperativas. Todas as ações efetuadas pela instituição deve ter a
análise do setor de gestão, desde uma atividade social na comunidade até o comitê de
crédito, que analisam e decidem emprestar o recurso ou não. A gestão junto com toda a
equipe faz a imagem da cooperativa perante a sociedade.

Pude perceber como é fácil usar as palavras para falar de cooperativa e de


gestão, mas como é difícil por em prática todo esse assunto. Quando se trabalha
diretamente com outras pessoas e com o dinheiro de várias pessoas é necessário se ter
cuidado dobrado.
REFERÊNCIAS

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