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COOPERATIVAS DE CRÉDITO E OS RECURSOS LIBERADOS

PARA O PRODUTOR RURAL

Credit cooperatives and resources released


For the rural producer
Michel Marchesini1
orietador2

RESUMO
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Palavras-chave: Crédito Rural. Cooperativismo. Facilidade de Crédito.

Abstract
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¹. Professor do Departamento de Agronomia da Unoesc. Laboratório de Solos.
2
Professores do Departamento de Zootecnia do CEO/UDESC. Laboratório de Solos, Rua Benjamin Constant,
84-E, CEP 89806-070, Chapecó (SC), Brasil.
3
Professor do Departamento de Agronomia do CAV/UDESC. Caixa Postal 281, CEP 88520-000, Lages (SC),
Brasil.
4
Engenheiro Agrônomo pela Universidade do Estado Santa Catarina, CAV/UDESC. MBA em Gestão
Empresarial - Perito em Seguro Agrícola
2

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Keywords: Rural credit. Cooperativism. Credit Facility.

1 INTRODUÇÃO

O mundo de um modo geral está vivendo uma crise econômica, vários setores estão
sendo prejudicados e isso se estendeu para o produtor rural que usar recursos econômicos para
desenvolver suas atividades. O que chama atenção nos dias de hoje é a dificuldade que o
agricultor tem no acesso ao crédito em virtude das elevadas taxas de juros. O crédito na
agricultura é fundamental no período de produção e o produtor deve escolher um banco que
lhe ofereça uma linha de crédito diferenciada, como é o caso das cooperativas de crédito que
possuem financiamentos com juros mais baixos do que as linhas de créditos oficiais.
Sendo assim, é válido destacar que as cooperativas de crédito são importantes aliadas
dos produtor rural, surgiram na Inglaterra e foram expandindo no decorrer da história desde a
Revolução Francesa, Santos (2020) descreve que as cooperativas atuam no mercado
desenvolvendo atividades de crédito, prestação de serviços, consumo, produção e
comercialização para seus membros, no meio rural, surgem como uma alternativa prática, pois
beneficiam o pequeno agricultor e permitem que ele escoe sua produção, garantindo a compra
de matéria-prima, insumos e suprimentos a preços diferenciados.
Nas cooperativas de crédito, o produtor rural encontra os mesmos serviços de um
banco convencional consegue ter empréstimos e financiamentos, conta corrente e cartão de
crédito, porém, são instituições que não visam lucros, todos os associados têm direitos e
deveres iguais. As cooperativas de crédito são autorizadas e supervisionadas pelo Banco
Central do Brasil (BCB) o resultado positivo da cooperativa é conhecido como sobra e é
repartido entre os cooperados em proporção com as operações que cada associado realiza com
a cooperativa, assim, os ganhos voltam para a comunidade dos cooperados (BCB, 2023).
Sendo assim, nota-se que as cooperativas de crédito são essenciais para a inclusão
financeira ao contribuir para a disseminação do crédito junto aos produtores rurais, elas
proporcionam benefícios vantagens em relação aos bancos tradicionais, estão presentes em
grande parte dos municípios do Brasil, principalmente nas cidades do interior. Portanto,
acredita-se que a escolha do tema é de fundamental importância por ser um assunto que está
3

em alta, pois, o produtor rural está melhorando a qualidade dos seus produtos e buscando
credito nas cooperativas e investindo no agronegócio. Sendo assim, o presente trabalho tem
como objetivo geral analisar quais são os recursos que as cooperativas de credito tem liberado
para os agricultores no Oeste de Santa Catarina.
O presente trabalho é uma pesquisa bibliográfica exploratória elaborada por meio de
livros, artigos científicos e eletrônicos, também foram realizadas buscas por intermédio do
PubMed, Scielo, e Google Acadêmico, eleitos os artigos publicados entre os anos de 2012 a
2021, e excluídos os artigos que não tivessem assuntos relacionados ao tema.
A estrutura do trabalho está composta por introdução, referencial teórico contendo os
seguintes tópicos: história das cooperativas de crédito, origem das cooperativas de crédito no
Brasil, como funcionam as cooperativas de crédito, cooperativismo, cooperativismo de
crédito, crédito rural, finalidade do crédito rural, tipos de crédito liberado para o produtor
rural, principais vantagens das cooperativas de crédito para o produtor rural e por fim um
relatório contendo a análise e discussão dos resultados e a conclusão de todo o trabalho
respondo o objetivo proposto.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 HISTÓRIA DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO

As cooperativas de credito estão se expandindo no agronegócio, sendo assim, para o


Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE a cooperativa é uma
associação autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e
necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de um empreendimento de
propriedade coletiva e democraticamente gerido‖. Este modelo cooperativo tem sido usado
para viabilizar negócios em vários campos de atuação, de modo a propiciar melhor
entendimento da formação, estrutura, composição e participação nos diversos setores
econômicos (SEBRAE, 2019).
Para Tavares (2017), as cooperativas de crédito são instituições financeiras formadas
pela vontade de um grupo de pessoas que investem na constituição e no crescimento contínuo
das cooperativas, têm aspectos legais como os bancos, pois são instituições financeiras e
integram o Sistema Financeiro Nacional.
4

Para Meinen e Port (2014), a cooperativa nasce da necessidade de um grupo de


pessoas que se reúnem para a troca, exercendo a mutualidade entre si e buscando, juntos,
soluções para seus problemas. Muitas vezes são confundidas com bancos ou instituições
convencionais. Sendo assim é importante destacar que existem algumas diferenças como
demostra o quadro 1.

Quadro 1 – Principais diferenças entre Bancos e Instituições financeiras cooperativas


Bancos Instituições financeiras cooperativas

São sociedades de capital São sociedades de pessoas


O poder é exercido na proporção do O voto tem peso igual para todos (uma
número de ações pessoa, um voto)
As deliberações são concentradas As decisões são partilhadas entre muitos
Os administradores são terceiros (homens doOs administradores-líderes são do
mercado) meio (associados)
O usuário das operações é mero cliente O usuário é o próprio dono (cooperado)
O usuário não exerce qualquer influência naToda a política operacional é decidida pelos
definição dos produtos e na sua precificação
próprios usuários/donos (associados)
Podem tratar distintamente cada usuário Não podem distinguir: o que vale para um,
vale para todos (art. 37 da Lei n° 5.764/71)
Preferem o Público de maior renda e as Não discriminam, servindo a todos os
maiores corporações públicos
Priorizam os grandes centros (embora não Não restringem, tendo forte atuação
tenham limitação geográfica) nas comunidades mais remotas
Têm propósitos mercantilistas A atividade mercantil não é cogitada (art.
79, parágrafo único, da Lei n° 5.764/71)
A remuneração das operações e dos serviços O preço das operações e dos serviços tem
não têm parâmetro/limite como referência os custos e como parâmetro
as necessidades de reinvestimento
Atendem em massa, priorizando, ademais, o O relacionamento é
autosserviço personalizado/individual, com o apoio da
informática
Não têm vínculo com a comunidade e o Estão comprometidas com as comunidades
público- alvo e os usuários
Avançam pela competição Desenvolvem-se pela cooperação
O lucro está fora do seu objetivo, seja pela
Visam ao lucro por excelência sua natureza, seja por determinação legal
(art. 3° da Lei n° 5.764/71)
O excedente (sobras) é distribuído entre
O resultado é de poucos donos (nada é todos (usuários), na proporção das
dividido com os clientes) operações individuais, reduzindo ainda mais
o preço final pago pelos cooperados e
aumentando a remuneração de seus
investimentos
5

No plano societário, são regulados pela Lei São reguladas pela Lei Cooperativista e por
das Sociedades Anônimas. legislação Própria (especialmente pela Lei
Complementar 130/2009)
Fonte: Meinen e Port (2014).

Sendo assim, concorda-se com Tavares (2018, p. 78-79):

Nas cooperativas existe a participação nas decisões, uma pessoa corresponde a


um voto e o poder de voto tem peso igual para todos os cooperados e as decisões
são compartilhadas entre eles, também existe a distribuição dos resultados, ou
seja, as cooperativas de crédito distribuem as suas sobras aos seus cooperados,
conforme dispõe o Art. 4°, inciso VII, da Lei n° 5.764, de 1971, que explicita que
o retorno das sobras líquidas do exercício é proporcional às operações realizadas
pelo associado na cooperativa, salvo deliberação em contrário da Assembleia
Geral. Sendo assim, entende-se que nas cooperativas existe cooperação e não
competição por resultados.

Foi a Lei 5.764/71 que originou as cooperativas com a instituição de um regime


jurídico próprio, a Constituição de 1988, em seu Art. 5°, inciso XVIII, proibiu a interferência
do Estado nas associações e em seu funcionamento, dando início, efetivamente, à autogestão
do cooperativismo. Foi na Europa que os movimentos cooperativistas iniciaram e na metade
do século XIX surgiram as primeiras cooperativas de crédito, depois desse grande marco se
expandiram para a Itália e Alemanha (BRASIL, 2023).
Segundo Lima e Quintino (2018), a proposta inicial das cooperativas de crédito era a
seguinte: as pessoas que tivessem recursos disponíveis seriam motivadas a guardar dinheiro,
ou seja, a fazer uma poupança; enquanto as pessoas que precisavam de dinheiro poderiam
tomar esses recursos em forma de empréstimo. Nota-se que as cooperativas de crédito tornam
–se cada vez mais forte por terem profissionais que garantem uma boa gestão e por oferecer
produtos e serviços voltados a sociedade contemporânea.
As cooperativas de crédito trabalham para atender às necessidades do seu quadro
social, e colocam isso em prática de uma maneira diferenciada, tendo como objetivo
promover a inclusão dos seus cooperados, daqueles que são os donos do negócio (MEINEN;
PORT, 2014). O quadro a baixo demostra a classificação das cooperativas:

Quadro 2: classificação das cooperativas.


Singulares Mínimo De Vinte Cooperados
Cooperativas Centrais Ou Federações De Mínimo De Três Cooperativas Singulares
Cooperativas
Confederação De Cooperativas Mínimo De Três Cooperativas Centrais
6

Fonte: Niyama e Gomes (2022)

As cooperativas de crédito precisam obedecer a Lei 5.764/71 e a Lei 4.595/64, bem


como obedecer às determinações do Banco Central do Brasil - BCB, da Lei Complementar
130/2009, que dispõe sobre O Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, dos estatutos sociais
próprios, dos regimentos internos e dos normativos das cooperativas centrais (BCB, 2023).
Como a cooperativa de crédito é uma instituição financeira os associados encontram serviços
como: conta corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito, empréstimos e
financiamentos. Por fim, as cooperativas seguem o que descrevem as leis tributárias
municipais, estaduais e federais.

2.2 COOPERATIVISMO E COOPERATIVISMO DE CRÉDITO

O cooperativismo está evoluindo no mundo dos negócios e se desenvolvendo de uma


forma acelerada no setor econômico e social. Sendo assim para o Sistema de Crédito
Cooperativo – SICREDI O cooperativismo é um instrumento de organização econômica da
sociedade, caracteriza-se como uma forma de ajuda mútua por meio da cooperação e da
parceria (SICREDI, 2015).
O cooperativismo surgiu na Inglaterra no século XIX, os primeiros registros sobre o
movimento cooperativista aconteceram após tecelões juntarem suas economias para criar
cooperativas de consumo com o intuito de enfrentar a crise industrial da época, oferecendo
alimentos básicos com preços acessíveis (POLONIO, 2021). Após a crise industrial o
cooperativismo foi ganhando força e isso continua acontecendo até os dias atuais.
De acordo com Tavares (2017), nos de hoje o cooperativismo tem por intuito
promover o desenvolvimento econômico sustentável e incluso, proporcionando o
desenvolvimento e o bem-estar social dos indivíduos que fazem parte dessas cooperativas, ou
seja, dos cooperados, bem como das comunidades em que essas cooperativas estão inseridas.
No cooperativismo as ações são desenvolvidas sem fins lucrativos. Sendo assim, no
Brasil, o cooperativismo está regulado por uma lei especial de nº.5.764/1971 com o intuito de
prestação direta de serviços aos associados, destacando que o cooperado é ao mesmo tempo o
dono e o usuário do empreendimento (Tavares, 2017).
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O Cooperativismo está baseado em valores e princípios com o objetivo de construir


uma vida melhor para a sociedade de um modo geral, constituindo-se na maior organização
não governamental do planeta. Além disso, esse movimento coloca as pessoas no centro das
atenções, atribuindo ao capital um papel instrumental (MEINEN; PORT, 2014). Os princípios
do cooperativismo direcionam as cooperativas de crédito a atingir as metas voltadas ao
desenvolvimento econômico e social.
As cooperativas baseiam-se em valores de ajuda mútua, responsabilidade, democracia,
igualdade e solidariedade, na tradição de seus fundadores, os membros de cooperativas
acreditam nos valores éticos da honestidade, transparência, responsabilidade social e
preocupação com os semelhantes (PAGNUSSATT, 2014).
Nos dias de hoje os princípios que direcionam o cooperativismo são: adesão voluntária
e livre; gestão democrática e livre; participação econômica dos associados; autonomia e
independência; educação, formação e informação; intercooperação; interesse pela comunidade
(SANTOS, 2018). Por fim, o cooperativismo é uma organização social que para dar certo os
cooperados precisam cooperar entre si em vez de competir para obter o sucesso das
cooperativas de crédito.

2.3 CRÉDITO RURAL

O Crédito Rural possui taxas diferenciadas e atrativas e é um incentivo para o produtor


rural seguir com seu agronegócio. Para Alves (2019) o crédito é um sistema de confiabilidade
e antecipação, onde são disponibilizados serviços financeiros, para satisfazer as necessidades
dos produtores rurais ou consumidores em geral.
Miranda (2016) salienta que o crédito é a transação que acontece entre duas partes, na
qual uma delas chamado credor entrega a outra (devedor) determinada quantidade de
dinheiro, bens ou serviços, em troca de uma promessa de pagamento. Se tratando do crédito
rural, esta voltado ao homem do campo.
O crédito rural relaciona-se a sistemática de proteção ao homem do campo, estrutura
própria de um direito social, como é o direito agrário, o legislador não se descurou de também
estabelecer regras que permitissem o alocamento de recursos, seu gerenciamento e a forma de
distribuição, visando com isso a desenvolver oficialmente as atividades inerentes a produção
rural (BARROS, 2018).
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Os recursos financeiros geralmente vêm de cooperativas de crédito ou instituições


bancarias, destinada propriamente para o desenvolvimento da produção rural. Para Morais e
Bernardino (2020, p. 24):

A legislação que regula o crédito rural tem como finalidade gerar o fortalecimento
da produção agrícola do país, pois: [...] o crédito rural, diferentemente das demais
linhas de crédito e de natureza especialíssima e, por isso mesmo, requer melhor
ordenamento jurídico que resguarde e proteja, tanto pela finalidade que encerra
como pela área de aplicação, onde o escopo maior é o fomento da produção,
exigindo cautelas especiais na sua distribuição. Essa linha de crédito especializada
busca atingir as diferentes atividades ligadas à economia rural, por isso que o seu
disciplinamento, na ordem jurídica, reclama regras peculiares.

Nota-se que o crédito rural é importante para o desenvolvimento da atividade rural e


com isso traz resultados positivos para o desenvolvimento socioeconômico por proporcionar
aumento na renda e produção do agricultor. É o Manual de Crédito Rural (MCR) que trata de
uma codificação das normas aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), editadas
pelo Banco Central do Brasil (BCB) e que tratam de todo o mecanismo que disciplina o
crédito rural no Brasil (PEREIRA, 2018). O MCR é um documento que esta no site do BCB e
pode ser baixado de forma gratuita.
Pereira (2018) ainda cita que o MCR apresenta informações de quem são os agentes
que podem atuar em crédito rural, quem podem ser os tomadores dos recursos, quais os
instrumentos de crédito podem ser utilizados para representar operações de crédito rural e
quais os encargos financeiros que devem ser fixados pelas agentes de crédito. Está divido em
capítulos e subdividido em seções. No MCR está descrito qual a concessão de crédito e
classifica os tomadores de acordo com sua Receita Bruta Agropecuária Anual (RBA) como
demostra o quadro3.

Quadro 3: classificação dos tomadores de acordo com o RBA.


pequeno produtor RBA de até R$ 360.000,00
Médio produtor RBA entre R$ 360.000,00 e R$ 1.760.000,00
Grande produtor RBA acima de R$ 1.760.000,00
Fonte: PEREIRA (2018)

Com isso, entende-se que a distinção apresentada no quadro *** ocorre para definir a
concessão de linhas de crédito específicas com condições de encargos e pagamentos
diferenciados (PEREIRA, 2018).
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Para Mattei (2015) o crédito rural especificamente o programa de Fortalecimento da


Agricultura Familiar - Pronaf, é um marco na política agrícola brasileira, uma vez que
possibilitou a construção de instituições, normas e procedimentos que, de forma regular e em
condições favoráveis, disponibilizaram crédito rural para todos os municípios do país e,
particularmente, para um número crescente de agricultores familiares.
Sendo assim, o crédito rural, é importante para o desenvolvimento das propriedades
rurais e possui objetivos que segundo Fortuna (2018) servem para suprir os produtores rurais
com recursos financeiros para o desenvolvimento da atividade agropecuária. De acordo com
Lei 4.829, de 05/11/1965, os principais objetivos do crédito rural são estimular os
investimentos rurais, fortalecimento dos produtores rurais, estimular o custeio e
comercialização de produtos oriundos das propriedades, aumentar a adoção de técnicas
racionais de produção (BRASIL, 1965).
De acordo com Pereira (2018, p. 17) os objetivos do crédito rural estão centrados em:

a) Estimular os investimentos rurais para produção, extrativismo não predatório,


armazenamento, beneficiamento e industrialização dos produtos agropecuários; b)
Favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a comercialização de
produtos agropecuários; c) Fortalecer o setor rural; d) Incentivar a introdução de
métodos racionais no sistema de produção, visando ao aumento da produtividade, à
melhoria do padrão de vida das populações rurais e à adequada defesa do solo; e)
Propiciar, através de crédito fundiário, a aquisição e regularização de terras pelos
pequenos produtores; f) Desenvolver atividades florestais e pesqueiras; g) Quando
destinado a agricultor familiar ou empreendedor familiar rural, nos termos da Lei nº
11.326, de 24/7/2006, estimular a geração de renda e 17 o melhor uso da mão-de-
obra familiar, por meio do financiamento de atividades e serviços rurais
agropecuários e não agropecuários, desde que desenvolvidos em estabelecimento
rural ou áreas comunitárias próximas, inclusive o turismo rural, a produção de
artesanato e assemelhados.

Portanto, destaca-se que o Pronaf é um benefício oferecido aos produtores rurais pelo
governo, para possibilitar investimentos para melhorar a renda e melhorar as condições de
vida nas propriedades rurais e na agricultura familiar. Segundo Mattei (2015) o Pronaf está
proporcionando crescimento econômico e bem-estar social as agricultores familiares, e o
crédito rural tem como objetivo proporcionar aos produtores rurais um mecanismo para se
desenvolver economicamente, aumentando assim produtividade, produção e
consequentemente renda (ANTÃO e CAMPANHOLO, 2021). Para os autores, quanto melhor
estiverem a vida dos agricultores, maior será a procura de crédito rural.
10

2.4 IMPORTÂNCIA DO AGRÔNOMO NA LIBERAÇÃO DO PRONAF E DO PRONAMP


PARA O PRODUTOR RURAL

O crédito rural ajuda a ter maior rendimento, é um incentivo financeiro oferecido para o
produtor rural que ele pode utilizar para produção ou comercialização de produtos, essa ajuda
é liberada para o pequeno, médio e grande produtor, desde que atenda as exigências das
cooperativas de crédito (OCNER FILHO, 2017).
Dentre os programas oferecidos para os produtores rurais destaca-se o Programa Nacional de
Agricultura Familiar – PRONAF e o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor –
PRONAMP, como demostra a figura 1. Dentro desses programas, como o Pronaf, estão
dispostas, então, linhas de crédito, as quais oferecem condições mais específicas, portanto, são
utilizadas pelo beneficiado conforme a atividade a ser executada (FARIA; SANTOS, 2014).

Figura 1: PRONAF e PRONAMP

Fonte: CRESOL, (2023),

Sendo assim, destaca-se que no PRONAF os recursos liberados vêm do governo


federal e são distribuídos pelas cooperativas de crédito, seu foco são as
propriedades familiares, que ocupam até quatro módulos fiscais de terra e
obtêm renda bruta de, no máximo, R$ 500 mil por ano (CRESOL, 2023).
Sobre o PRONAM, recebe recursos federais, só que o público-alvo são as
propriedades maiores, com renda bruta anual de até R$ 2,4 milhões,
11

portanto, tanto os valores liberados quanto as taxas cobradas costumam ser


mais altos.
A figura 2 expõem as possibilidades de financiamento para os adeptos do PRONAMP,
conforme informações do Banco do Brasil em 2020, tanto para Custeio quanto para
Investimento.

PRONAMP CUSTEIO PRONAMP FINANCIAMENTO


Despesas normais do ciclo produtivo das
lavouras, como tratos culturais, colheita e
insumos.
Despesas normais do ciclo produtivo dos
animais, como ração, sais minerais,
medicamentos e vacinas.
Fertilizantes, corretivos, defensivos
agrícolas ou sementes fiscalizadas ou
certificadas.
Produção de mudas e sementes certificadas
e fiscalizadas.
Aquisição de milho, sorgo e farelo de soja
para arraçoamentos de animais
Limpeza e reforma de pastagem, fenação,
silagem e formação de forrageira periódica
para consumo dos animais próprios.
12

Nessa ressalva é importante descrever sobre a importância do Agrônomo

Esse financiamento é concedido com o auxílio de um profissional de assistência técnica que


irá orientar sobre as documentações necessárias, irá realizar um orçamento conforme a
atividade que o agricultor deseja exercer, que será enviado à instituição financeira que
oficializa o empréstimo. Além disso, a assistência também deve realizar visitas à propriedade
para acompanhar o produtor rural (LUCCHI et al., 2017). Além disso, o Crédito Rural que é
regulamentado pelo Sistema Nacional de Crédito Rural também requer o apoio de instituições
financeiras, dentre elas, o Banco do Brasil (BB), o Banco do Nordeste, a Caixa Econômica.
Elas utilizam fontes de recursos financeiros variados, assim como títulos de crédito como a
Cédula de Produtor Rural (CPR), Certificado de Depósito Agropecuário (CDA), Warrant
13

Agropecuário (WA), Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), Letra de


Crédito do Agronegócio (LCA) e Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA)
(BURANELLO, 2018). O agricultor, além de utilizar o empréstimo para produção agrícola,
tem a oportunidade de utilizar algum tipo de seguro rural, pois, em caso de adversidades
graves, o agricultor, além de não conseguir produzir, também não conseguirá pagar o
financiamento rural. Nesses casos, o agricultor passará por uma renegociação da 17 dívida,
dentre os tipos de seguro, citam-se o Proagro, o Proagro Mais, o Programa Garantia Safra
(GS) e muito mais (SCHWANTES, 2020).

2.5 PAPEL DO AGRÔNOMO NA LIBERAÇÃO DO CREDITO PARA O PRODUTOR


RURAL

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O objetivo desse financiamento é desenvolver o setor agropecuário.


Afinal, estamos falando de um dos principais motores da economia
brasileira, responsável por 27,4% do Produto Interno Bruto em 2021. (Os
dados são da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária.)
Apesar dessa importância, muita gente que vive do campo passa
por dificuldades financeiras, especialmente os pequenos produtores. Por
vezes, eles não têm condições de investir em tecnologia de ponta nem em
outras melhorias que tornem o negócio mais competitivo.
14

Nesses casos, o financiamento rural funciona como um meio


para incentivar e qualificar a produção agrícola. Isso garante trabalho e
renda para milhões de pessoas no país inteiro.

Como funciona o financiamento rural?


Existem diferentes tipos de financiamento rural. O crédito de custeio, por
exemplo, é o capital aplicado nas despesas perenes, como a compra de
sementes para plantio ou de matrizes para reprodução do rebanho.
Já o crédito de investimento cobre melhorias pontuais na propriedade. Dá
para adquirir maquinário, realizar uma obra de irrigação ou mesmo instalar
equipamentos para captação de energia solar .
Para cada projeto, há uma linha de crédito específica, com limites de
valores e prazos de pagamento definidos. Portanto, você deve pesquisar
sobre os programas para encontrar a opção de financiamento mais
adequada à sua necessidade.

Pronaf: Atende a proprietários rurais (ou arrendatários) que possuem no mínimo oitenta por
cento de renda originária da atividade agropecuária. Para custeio o limite do crédito pode
chegar a 1,5 milhão de reais, com taxas de até 7,5% ao ano (referindose à safra 2017/2018) e
com prazo para pagamento de até 14 meses, a depender do cultivo, pode variar em um prazo
ainda maior. Em relação ao investimento, o limite do 31 financiamento pode chegar a R$ 430
mil com uma var

4 CONCLUSÃO
15

REFÊRENCIAS

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