CONSTRUÇÃO DO CONCEITO NÚMERO

ATIVIDADES
Prof.ª Dr.ª Lygianne Batista Vieira
CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE NÚMERO PELA CRIANÇA
Perspectiva piagetiana

 Trabalhar com coleções de objetos: manipular, observar, descobrir as propriedades, juntar por
semelhanças, separar por diferenças, estabelecer correspondências um a um entre os elementos de
duas coleções para comparar quantidades;

 Ou seja, criar todo tipo de relação que a leve, aos poucos, ao conceito de número;

 O número não está nos objetos, está no plano abstrato. Está na mente de quem percebe ou cria uma
relação entre os objetos. É preciso construir a estrutura mental de número;

 Fruto de processo de desenvolvimento complexo e gradual que envolve de forma dinâmica os fatores
biológicos e culturais.

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ALGARISMO, NUMERAL E NÚMERO

Número:
Algarismos:
Conceito abstrato; ideia
São os símbolos (signos)
de quantidade;
utilizados 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6,
significado.
7, 8, 9 para formar os
Numeral:
numerais escritos.
Representação gráfica ou
oral de um número. Ex.: Sistema de Numeração:
23, 234, 1009, ...
Conjunto das regras
utilizadas para a produção
sistemática dos numerais.

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CORRESPONDÊNCIA
Ato de estabelecer as relações: “um a um”, “de vários a um” e “de um em vários”.

 Exemplos:

 um prato para cada pessoa;

 cada pé com seu sapato;

 a cada aluno, uma carteira;

 a cada quantidade, um número (cardinal);

 a cada número, um numeral;

 a cada posição um número ordinal.

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CORRESPONDÊNCIA E O CONCEITO DE NÚMERO

 O emprego sistemático da correspondência

termo a termo permite classificar os conjuntos
e atribuir a cada classe um número (a classe
de todos os conjuntos que têm objetos em
quantidade igual aos dedos da mão define o
numeral “cinco”);

 Relação entre o numeral (falado e escrito) e a

quantidade que ele representa.

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ATIVIDADES DE CORRESPONDÊNCIA Bingo dos números

Jogo da memória

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Fonte: Leonardo (2017)
 Jogo das argolas

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COMPARAÇÃO

 Ato de estabelecer diferenças ou semelhanças/ Comparar tamanhos, formas, cores, quantidades, etc.

 A comparação é fundamental para classificar, seriar, incluir e conservar.

 Exemplos:
 Esta bola é maior que aquela;
 Moro mais longe que você;
 Somos do mesmo tamanho?
 Quais destas figuras são retangulares?

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De quem é a sombra? Qual é maior?
Descubra e ligue cada animal até a sua Circule o cachorro menor.
sombra: Faça um X em cima do cachorro maior.
Pinte o cachorro do meio.

Qual tem mais? Facas ou fatias de pão?

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CLASSIFICAÇÃO

 Operação lógica que envolve agrupamentos;

 Segundo Piaget (1975), significa separar

objetos, pessoas e ideias de acordo com suas
semelhanças em um determinado atributo, ou
seja, classificar é dividir o todo em partes;

 Para classificar, trabalhamos com as relações

de pertinência e de inclusão de classes.

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CLASSIFICAÇÃO E A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE NÚMERO:

 Depois de trabalhar as semelhanças entre os

elementos de conjuntos, os alunos estarão
prontos para descobrirem semelhanças entre os
próprios conjuntos.

 Ou seja, constrói-se a noção, por exemplo, que o

número 3 é a classe constituída por todos os
conjuntos de três elementos.

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ATIVIDADES DE CLASSIFICAÇÃO
 Blocos lógicos

 Material de sucata

 Comparar e separar por algum critério – tamanho, cor, forma, textura, quantidade, qualidade - pessoas,
animais, frutas, brinquedos, roupas, figuras geométricas, objetos do ambiente escolar, etc

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SEQUENCIAÇÃO

 É fazer suceder a cada elemento um outro

qualquer;
 Considera as diferenças de natureza qualitativa
(forma, cor, tamanho, etc);
 Não permite a ordenação crescente ou
decrescente.

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 ATIVIDADES DE SEQUENCIAÇÃO

 Montagem de bandeiras de festa

junina;
 Montagem de colar;

 Peças de dominó “em pé” uma

após a outra;
 Colocar objetos em fila de acordo
com algum motivo/padrão.

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 SERIAÇÃO OU ORDENAÇÃO

 A sucessão se dá obedecendo a uma ordem

preestabelecida;

 Propriedade antissimétrica: Cada elemento se compara

com seu antecessor ou sucessor, pois se invertermos a
ordem da fila, a ordem de comparação também se
inverterá.

 Propriedade transitividade: estabelece relação entre

um elemento de uma série e o seguinte e deste com o
posterior.

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ATIVIDADES DE SERIAÇÃO

 Materiais de encaixe;

 Construção de escadas;

 Fila por ordem de tamanho (série utilizando o corpo);

 Ordenação de barras cuisenaire ou semelhantes.

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ORDENAR DA MAIOR ÁRVORE PARA A MENOR

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 A segunda árvore é menor do que a primeira, a terceira é
menor do que a segunda e assim por diante.

Propriedade transitiva: Se a terceira árvore é menor do que

segunda, e a segunda é menor do que a primeira, sabemos
da relação entre a primeira e a terceira.

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Propriedade assimétrica: se invertermos a ordem, a
ordem de comparação também se inverterá.

A segunda é maior do que a primeira, a terceira é

maior do que a segunda e assim por diante.

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SERIAÇÃO E A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE NÚMERO:

▪ A série numérica é o resultado da seriação

de classes de conjuntos;

▪ A “classe do 3” estará depois da “classe do

2” e antes da “classe do 4”;

▪ A relação entre a primeira classe e a

segunda, ou entre a segunda e a terceira, é
“+1”, se ordem decrescente, “-1”.

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INCLUSÃO HIERÁRQUICA

 Operação lógica que permite separar o todo em partes e juntar as partes para voltar ao todo.

 Exemplos: Incluir as ideias de..

 Laranjas e de bananas em frutas;
 Meninos e meninas em crianças;
 Cachorro, gato e papagaio em animais;
 Losangos, retângulos e trapézios em quadriláteros

 Nesse saber já estão presentes as noções de pertinência (elemento pertence ao conjunto), de abrangência

do conjunto, de comparação (semelhanças e diferenças) e de classificação.

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ATIVIDADE DE INCLUSÃO HIERÁRQUICA

 “Você têm mais laranjas ou frutas? Como você sabe? ”

 “Se você me entregar todas as frutas, o que ficará com

você? ”

 “E se eu lhe der todas as frutas o que ficará comigo? ”

 “Eu vou ficar com todas as laranjas e você vai ficar

com todas as frutas. Quem vai ficar com mais figuras?
Como você sabe? ”.

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 INCLUSÃO E A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE NÚMERO

 “[...] a capacidade de perceber que o um está

incluído no “dois” e o “dois” no “três” e assim
sucessivamente” (PIAGET, 1975);

 As crianças concebem o 5 completamente

distinto e independente do 4, mas elas
Fonte: Kamii (1988)
precisarão perceber que não existe a
quantidade 5 sem a 4, o 4 está incluído no 5;

 Envolve a conexidade: todos os números

consecutivos estão conectados pela operação
de “+1”.

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 CONSERVAÇÃO

 Ato de perceber que a quantidade não depende da arrumação, da forma

ou da posição.
 Formação sólida deste saber a partir de 7 anos.
 Exemplos:
 Um copo largo e outro estreito, ambos com a mesma quantidade de água;
 Uma roda grande e outra pequena, ambas formadas com a mesma quantidade de
crianças;
 Dois pedaços de barbante de mesmo comprimento, um em linha reta, o outro em
linha curva.
[Sem domínio do processo de conservação, o que, provavelmente, a criança irá
dizer em relação aos tamanhos dos barbantes?]
 Diante de dois conjuntos de fichas, cada um com sete, sendo um deles apresentado
em fila, uma ficha encostada na outra, e outro também em fila, mas com espaços
entre as fichas. Qual conjunto tem mais fichas para uma criança que não domina o Fonte: Toledo (2010)
processo de conservação de quantidades?

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 CONSERVAÇÃO E A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE NÚMERO
 Fundamental para o desenvolvimento do conceito de reversibilidade (capacidade de fazer e desfazer uma ação);

 2x3, 3+3 e 6 representam a mesma quantidade;

 Decomposição de figuras planas e de números:

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ATIVIDADES DE CONSERVAÇÃO
Onde tem mais?
Onde tem mais?
Dois copos com a mesma quantidade de água, depois passa a água de
Cada grupo receberá copos de capacidades diferentes e um dos copos para um recipiente de forma diferente.
um litro de água. Perguntar: Onde tem mais água, em copo A ou copo C?

Fonte: Lorenzato (2018)

Qual tem maior quantidade de massinha? A verde ou a vermelha?

• “Onde tem mais copos? Por quê?”;

• “Onde tem menos copos? Por quê?”;
• “Quantos copos têm de cada tamanho?”;
• “Onde tem mais água? Por quê?”

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REFERÊNCIAS

LEONARDO, Pamela Paola. Construção do conceito de número: Um caderno didático-pedagógico para Professores. Produto Educacional.
Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências, Matemática e Tecnologias. Joinville, SC, 2017.

LORENZATO, S. Educação infantil e a percepção matemática. Campinas: Autores Associados, 2018.

KAMII, Constance. A criança e o número: implicações educacionais da teoria de Piaget para a atuação junto a escolares de 4 a 6 anos. Trad.
Regina A. de Assis. – 14ª. Ed. Campinas: Papirus, 1992.

PIAGET, J; SZEMINSKA, A. A gênese do número na criança. Rio de Janeiro. Zahar, 1975.

TOLEDO, Marília Barros de Almeida. Teoria e Prática de matemática: como dois e dois. 1 ed. São Paulo: FTD, 2010.

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