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CIÊNCIAS DOS

MATERIAIS
Capítulo V
Ligas metálicas

Prof. Dr. André Carlos Silva


Universidade Federal de Catalão
Fotografia mostrando vários estágios na fabricação de uma lata de alumínio. A lata é
formada a apartir de uma única folha de uma liga de alumínio. Operações de
produção incluem desenho, formação da cúpula, limpeza, decoração, e formação do
pescoço e da flange.
1. INTRODUÇÃO
⚫ Ligas metálicas, em virtude de sua
composição, são às vezes grupadas em
duas classes - ferrosas e não-ferrosas.

⚫ As ligas ferrosas são aquelas nas quais o


ferro é o principal constituinte e incluem aços
e ferros fundidos.
1. INTRODUÇÃO
⚫ Muitas vezes um problema de materiais é
selecionar o material que tem a correta
combinação de características para uma
aplicação específica.

⚫ Portanto, as pessoas envolvidas na tomada


de decisão deveriam ter algum conhecimento
das opções disponíveis.
1. INTRODUÇÃO
⚫ Esta apresentação (extremamente resumida)
fornece uma visão geral de algumas ligas
metálicas comerciais, suas propriedades e
suas limitações.
2. LIGAS FERROSAS
⚫ As ligas ferrosas (das quais o ferro é o
constituinte principal) são produzidas em
maiores quantidades do que de qualquer
outro de metal.

⚫ Elas são especialmente importantes como


materiais de construção de engenharia.
2. LIGAS FERROSAS
⚫ O seu uso largamente difundido é devido a
três fatores:
⚫ Compostos contendo ferro existem em
quantidades abundantes na crosta terrestre;

⚫ O ferro metálico e aços podem ser produzidos


usando técnicas relativamente econômicas de
extração, de refino, de adição de elementos de
liga e de fabricação;
2. LIGAS FERROSAS
⚫ O seu uso largamente difundido é devido a
três fatores:
⚫ Ligas ferrosas são extremamente versáteis, no
sentido de que elas podem ser elaboradas sob
medida para ter uma larga faixa de propriedades
mecânicas e físicas.
2. LIGAS FERROSAS
⚫ A principal desvantagem de muitas ligas
ferrosas é sua susceptibilidade à corrosão.

⚫ Um esquema de classificação para as várias


ligas ferrosas é apresentado a seguir.
Ligas
metálicas

Não-
Ferrosas
ferrosas

Ferro
Aço
fundido

Baixo
Cinzento
carbono

Médio
Nodular
carbono

Alto
Branco
carbono

Maleável

Grafita
compacta
Esquema de classificação para as várias ligas ferrosas
2.1. AÇOS
⚫ Aços são ligas de ferro-carbono que podem
conter apreciáveis concentrações de outros
elementos de liga (existem milhares de ligas
que têm diferentes composições e/ou
tratamentos térmicos).

⚫ As propriedades mecânicas dos aços são


sensíveis ao teor de carbono, que é
normalmente menor do que 1,0% em peso.
2.1. AÇOS
⚫ Alguns dos aços mais comuns são
classificados de acordo com a concentração
de carbono, isto é, em tipos com baixo-
carbono, médio-carbono e alto-carbono.

⚫ Também existem sub-classes dentro de cada


grupo de acordo com a concentração de
outros elementos de liga.
2.1. AÇOS
⚫ Aços-carbono comuns contém apenas
concentrações residuais de impurezas outras
que não o carbono.

⚫ Para aços-liga, elementos de liga são


intencionalmente adicionados em
concentrações específicas.
2.1.1. Aços Baixo-Carbono
⚫ De todos os diferentes tipos de aços, aqueles
produzidos nas maiores quantidades caem
dentro da classificação baixo-carbono.

⚫ Estes geralmente contém menos que 0,25%


em peso de C e não respondem aos
tratamentos térmicos que para a formação de
martensita; o endurecimento é realizado por
um trabalho a frio (como será visto).
2.1.1. Aços Baixo-Carbono
⚫ A microestrutura deste tipo de aço consiste
de ferrita e perlita.

⚫ Como uma conseqüência, estas ligas são


relativamente macias e fracas, mas têm
grande ductilidade e tenacidade. Em adição,
elas são usináveis, soldáveis e, de todos os
aços, são os de produção mais barata.
Aço carbono com grão visível de grande maciês. Composto basicamente de ferrita
(grande quantidade) e de perlita (pequena quantidade) com cementita na estrutura
Aço carbono após tratamento térmico com grãos menores (impossível vê-los
individualmente). Estrutura básica do aço é de muita perlita com cementita na estrutura
e alguma ferrita.
2.1.1. Aços Baixo-Carbono
⚫ Suas aplicações típicas incluem
componentes do corpo de automóveis,
formas estruturais (vigas I,cantoneiras de
ferro em U e em L), e chapas que são
usadas em tubulações, edifícios, pontes e
latas de estranho.
2.1.1. Aços Baixo-Carbono
⚫ Eles tipicamente têm um limite de
escoamento de 40.000 psi (275 MPa),
resistência à tração entre 60.000 e 80.000
psi (415 e 550 Mpa) e uma ductilidade de
25% EL (EL = elongação).
2.1.1. Aços Baixo-Carbono
⚫ Outro grupo de aços de baixo carbono são
os chamados aços de baixa-liga e alta
resistência mecânica (HSLA, em inglês).

⚫ Eles contém outros elementos de liga tais


como cobre, vanádio, níquel e molibdênio,
em concentrações combinadas de até 10%
em peso, o que confere ao aço maior
resistência mecânica do que os aços-
carbono de baixo-carbono.
2.1.1. Aços Baixo-Carbono
⚫ Muitos destes aços podem ser endurecidos
por tratamento térmico, fornecendo
resistência à tração maior do que 70.000 psi
(480 Mpa).

⚫ Estes aços são dúcteis, conformáveis e


usináveis.
2.1.1. Aços Baixo-Carbono
⚫ Em atmosferas normais, os aços HSLA são
mais resistentes à corrosão do que os aços-
carbono comuns, os quais foram substituídos
pelos aços HSLA em muitas aplicações onde
a resistência estrutural é crítica (por exemplo,
pontes, torres, colunas de suporte em
edifícios de alta-elevação e vasos de
pressão).
2.1.1. Aços Baixo-Carbono

Composições de cinco aços-carbono de baixo-carbono, três aços de baixa-liga e


alta resistência mecânica.
2.1.1. Aços Baixo-Carbono

Características mecânicas de materiais laminados a quente e aplicações típicas para


vários aços-carbono de baixo-carbono e aços de baixa-liga e alta resistência mecânica.
2.1.1. Aços Baixo-Carbono

Aço HSLA com adição de vanádio.


2.1.2. Aços Médio-Carbono
⚫ Os aços médio-carbono têm concentrações
de carbono entre 0,25 e 0,60% de C em
peso.

⚫ Estas ligas podem ser tratadas termicamente


por austenitização, têmpera e, a seguir,
revenimento para melhorar suas
propriedades mecânicas.
2.1.2. Aços Médio-Carbono
⚫ Eles são muitas vezes utilizados na condição
revenida, tendo microestruturas de
martensita revenida.

⚫ Revenido ou Revenimento é um tratamento


térmico utilizado no aço para corrigir
inconvenientes decorrentes da têmpera,
sendo, portanto, sempre aplicado
posteriormente a ela.
2.1.2. Aços Médio-Carbono
⚫ Os aços-carbono de médio-carbono têm baixas
temperabilidades e só podem ser tratados
termicamente com sucesso em seções muito finas e
com taxas de resfriamento muito grandes.

⚫ Adição de cromo, níquel e molibdênio melhora a


capacidade destas ligas de serem tratadas
termicamente, dando origem a uma variedade de
combinações de resistência mecânica-ductilidade.
2.1.2. Aços Médio-Carbono
⚫ Estas ligas tratadas termicamente são mais fortes
do que os aços de baixo-carbono, mas mediante
um sacrifício da ductilidade e da tenacidade.

⚫ Aplicações incluem rodas de trens, trilhos de


ferrovia, engrenagens, eixos virabrequins e outras
partes de máquinas e componentes estruturais de
alta resistência mecânica requerendo uma
combinação de alta resistência mecânica,
resistência à abrasão e tenacidade.
2.1.2. Aços Médio-Carbono
⚫ A Sociedade dos Engenheiros
Automotivos (SAE), o Instituto Americano
de Ferro e Aço (AISI) e a Sociedade
Americana para Teste e Materiais (ASTM)
são responsáveis pela classificação e
especificação de aços bem como de outras
ligas.
2.1.2. Aços Médio-Carbono
⚫ A designação AISI/SAE para estes aços é
um número de quatro dígitos, composto da
seguinte forma:
⚫ Os dois primeiros dígitos indicam o teor dos
elementos de liga;
⚫ Os dois últimos, a concentração de carbono.
2.1.2. Aços Médio-Carbono
⚫ Para aços-carbono comuns, os dois
primeiros dígitos são 1 e 0; aços-liga são
designados por outras combinações de dois
dígitos iniciais (por exemplo, 13, 41, 43).

⚫ Os terceiro e quarto dígitos representam a


porcentagem em peso de carbono
multiplicado por 100. Por exemplo, um aço
1060 é um aço-carbono comum contendo
0,60%C em peso.
2.1.2. Aços Médio-Carbono
⚫ As composições de vários destes aços
médio-carbono ligados estão apresentadas
na tabela a seguir.
a A concentração percentual de carbono, em peso vezes 100, é inserida no lugar
do “xx” pra cada aço específico.

b Exceto para ligas 13xx, concentração de manganês é menor que 1,00 wt%.
Exceto para ligas 12xx, concentração de fósforo é menor que 0,35 wt%.
Exceto para ligas 11xx e 12xx, concentração de enxofre é menor que 0,04 wt%.
Exceto para ligas 92xx, concentração de silício varia entre 0,15 e 0,35 wt%.
2.1.2. Aços Médio-Carbono
⚫ Um sistema unificado de numeração ("UNS",
em inglês) é usado para indexação uniforme
tanto de ligas ferrosas quanto de ligas não-
ferrosas.

⚫ Cada número UNS consiste de um prefixo de


uma única letra seguido por um número de 5
dígitos.
2.1.2. Aços Médio-Carbono
⚫ A letra é indicativa da família de metais à
qual uma liga pertence.

⚫ A designação UNS para estas ligas começa


com um G, seguido pelo número AISI/SAE, o
quinto dígito é zero. A tabela a seguir contém
as características mecânicas e aplicações
típicas de vários destes aços, que foram
temperados e revenidos.
2.1.2. Aços Médio-Carbono

a Classificado como aço de alto-carbono.


2.1.3. Aços Alto-Carbono
⚫ Os aços alto-carbono, normalmente tendo
teores de carbono entre 0,60 e 1,4% em
peso são os mais duros, os mais fortes e
ainda os menos dúcteis os aços-carbono.

⚫ Eles são quase sempre usados temperados


e revenidos e, como tal, são especialmente
resistentes à abrasão e capazes de manter
uma aresta cortante pontiaguda.
2.1.3. Aços Alto-Carbono
⚫ Os aços para ferramentas e matrizes são
aços alto-carbono, usualmente contendo
cromo, vanádio, tungstênio e molibdênio.

⚫ Estes elementos de liga se combinam com o


carbono para formar compostos de carbeto
(ou carboneto) muito duros e muito
resistentes ao desgaste (por exemplo, Cr23C6
, V4C3 e WC).
2.1.3. Aços Alto-Carbono
2.1.3. Aços Alto-Carbono
⚫ Estes aços são utilizados como ferramentas
de corte e matrizes para transformação
mecânica e conformação de materiais, bem
como em facas, navalhas, lâminas de serra,
molas e fios de alta resistência mecânica.

⚫ Algumas composições de aços-ferramentas


e suas aplicações estão listadas na tabela a
seguir.
Designações, composições e aplicações para seis aços-ferramentas

a A balanço da composição é o ferro. Concentração de manganês entre 0,1 e 1,4


wt%, dependendo da liga; concentração de silício entre 0,2 e 1,2 wt%, dependendo
da liga.
2.1.4. Aços Inoxidáveis
⚫ Os aços inoxidáveis são altamente
resistentes à corrosão (enferrujamento)
numa variedade de ambientes,
especialmente o atmosférico.

⚫ Seu elemento de liga predominante é o


cromo; uma concentração de pelo menos
11% de Cr em peso é requerida para um aço
ser considerado inox.
2.1.4. Aços Inoxidáveis
⚫ A resistência à corrosão do aço também
pode ser melhorada pela adição de níquel e
de molibdênio.

⚫ Aços inoxidáveis são divididos em três


classes com base na fase predominante
constituinte da microestrutura: martensítico,
ferrítico ou austenítico.
2.1.4. Aços Inoxidáveis
⚫ Uma larga faixa de propriedades mecânicas
combinadas com excelente resistência à
corrosão torna os aços inoxidáveis muito
versáteis em sua aplicabilidade.

⚫ A tabela a seguir lista vários aços


inoxidáveis, por classe, juntamente com sua
composição, propriedades mecânicas típicas
e aplicações.
2.1.4. Aços Inoxidáveis
⚫ Também incluído na tabela há um aço
inoxidável de resistência mecânica ultra-alta
(17-7 PH) que é usualmente forte e
resistente à corrosão.
2.1.4. Aços Inoxidáveis
⚫ Aços inoxidáveis martensíticos são capazes
de ser térmicamente tratados de tal maneira
que a martensita é o microconstituinte
principal.

⚫ Para aços inoxidáveis austeníticos, o campo


da fase austenita (ou γ) é estendido até à
temperatura ambiente.
2.1.4. Aços Inoxidáveis
⚫ Aços inoxidáveis ferríticos são compostos
pela fase ferrita-α (CCC).

⚫ Aços inoxidáveis austeníticos e ferríticos são


endurecidos e fortalecidos por meio de
trabalho a frio, isso porque eles não são
susceptíveis a tratamento térmico.
2.1.4. Aços Inoxidáveis
⚫ Os aços inoxidáveis austeníticos são os mais
resistentes à corrosão por causa dos altos
teores de cromo e também das adições de
níquel, sendo estes tipos de aço os
produzidos nas maiores quantidades.

⚫ Tanto os aços inoxidáveis martensíticos


quanto os aços inoxidáveis ferríticos são
magnéticos, já o aço inoxidável austenítico
não é.
2.1.4. Aços Inoxidáveis
⚫ Alguns aços inoxidáveis são freqüentemente
usados a elevadas temperaturas e em ambientes
severos porque eles resistem à oxidação e mantém
sua integridade mecânica sob tais condições; o
limite superior de temperatura em atmosferas
oxidantes é cerca de 1.000º C (1.800 ºF).

⚫ Equipamentos empregando estes aços incluem


turbinas a gás, caldeiras de vapor de alta
temperatura, fornos de tratamento térmico,
aeronaves, mísseis e unidades de geração de
energia nuclear.
2.1.4. Aços Inoxidáveis
⚫ Fortalecimento deste tipo de aço é realizado
por tratamentos térmicos de endurecimento
por precipitação.
2.2. Ferro fundido
⚫ Genericamente, os ferros fundidos são uma
classe de ligas ferrosas com teores de
carbono acima de 2,1% em peso.

⚫ Na prática, entretanto, muitos ferros fundidos


contém entre 3,0 e 4,5% de C em peso e, em
adição, outros elementos de liga.
2.2. Ferro fundido
⚫ Um re-exame do diagrama de fases ferro-
carboneto de ferro revela que ligas dentro
desta faixa de composição se tornam
completamente líquidas em temperaturas
entre aproximadamente 1.150 e 1.300 ºC
(2.100 e 2.350º F), que é consideravelmente
inferior àquela de fusão dos aços.
2.2. Ferro fundido
⚫ Assim eles podem ser facilmente fundidos e
são susceptíveis à fundição.

⚫ Além disso, alguns ferros fundidos são


frágeis e a fundição é a técnica de fabricação
mais conveniente.
2.2. Ferro fundido
⚫ Para a maioria dos ferros-fundidos, o
carbono existe como grafita e tanto a
microestrutura quanto o comportamento
mecânico dependem da composição e do
tratamento térmico.

⚫ Os tipos mais comuns de ferros fundidos


são: cinzento, nodular, branco, maleável e
grafita compacta.
2.2.1. Ferro fundido cinzento
⚫ Os teores de carbono e de silício de ferros
fundidos cinzentos variam entre 2,5 e 4,0%
em peso e entre 1,0 e 3,0% em peso,
respectivamente.

⚫ Para a maioria destes ferros fundidos, a


grafita existe na forma de flocos (similares
aos flocos de milho), que são normalmente
circundados por uma matriz de ferrita-α ou
de perlita.
2.2.1. Ferro fundido cinzento
⚫ A microestrutura de um ferro fundido
cinzento típico é mostrada na figura a seguir.

⚫ Por causa destes flocos de grafita, uma


superfície fraturada toma uma aparência
cinza, donde provem o seu nome.
Fotomicrografias óticas de vários ferros fundidos
(a) Ferro fundido cinzento: os flocos escuros de grafita estão embutidos numa
matriz de ferrita-α. 500x.
(b) Ferro fundido nodular (dúctil): os nódulos escuros de grafita estão circundados
por uma matriz de ferrita-α. 200x.
Fotomicrografias óticas de vários ferros fundidos
(c) Ferro fundido branco: as regiões claras de cementita estão circundadas por
perlita, que tem uma estrutura em camadas de ferrita-cementita. 400x.
(d) Ferro fundido maleável: rosetas (carbono de revenimento) escuras de grafita
numa matriz de ferrita-α. 150x.
Fotomicrografias óticas de vários ferros fundidos
(e) Ferro fundido grafita compacta: partículas de grafita escura com formato de
vermes embebidas em uma matriz de ferrita-α. 100x.
2.2.1. Ferro fundido cinzento
⚫ Mecanicamente o ferro fundido cinzento é
comparativamente franco e frágil à tração
como conseqüência da sua microestrutura.

⚫ As pontas dos flocos de grafita são


pontiagudas e dirigidas e podem servir como
pontos de concentração de tensão quando
uma tensão externa de tração for aplicada.
2.2.1. Ferro fundido cinzento
⚫ Já a resistência mecânica e ductilidade
destes são muito maiores para cargas de
compressão.

⚫ Ferros fundidos cinzentos têm algumas


características desejáveis e, de fato, são
utilizados extensivamente.
2.2.1. Ferro fundido cinzento
⚫ Eles são muito eficientes no amortecimento
de energia vibracional; isto é representado
na figura a seguir, que compara as
capacidades relativas de amortecimento do
aço e do ferro fundido cinzento.

⚫ Estruturas basais para máquinas e


equipamentos pesados que são expostos a
vibrações são freqüentemente construídas
deste material.
2.2.1. Ferro fundido cinzento

Comparação das capacidades relativas de amortecimento de vibração


do (a) aço e (b) ferro fundido cinzento.
2.2.1. Ferro fundido cinzento
⚫ Em adição, ferros fundidos cinzentos exibem
uma alta resistência ao desgaste.

⚫ No estado líquido eles têm uma alta fluidez à


temperatura de fundição, que permite a
fundição de peças tendo formas intrincadas,
sendo a contração de fundição normalmente
baixa.
2.2.1. Ferro fundido cinzento
⚫ Finalmente, e talvez o mais importante,
ferros fundidos cinzentos são os mais
baratos dos materiais metálicos.
Anilha da marca Jaguar de 3kg fabricada em ferro fundido cinzento
2.2.2. Ferro fundido dúctil
⚫ A adição de uma pequena quantidade de
magnésio e/ou cério no ferro fundido
cinzento antes da fundição produz uma
microestrutura e conjunto de propriedades
mecânicas distintamente diferentes.

⚫ A grafita ainda se forma, mas como nódulos


ou partículas esféricas em vez de flocos.
2.2.2. Ferro fundido dúctil
⚫ A liga resultante é chamada ferro fundido
nodular (ou também chamado ferro fundido
dúctil), sendo sua microestrutura típica
mostrada na figura a seguir.

⚫ A fase matriz que circunda estas partículas é


de perlita ou de ferrita, dependendo do
tratamento térmico.
2.2.2. Ferro fundido dúctil
⚫ Para uma peça no estado bruto de fundição
ela é normalmente uma perlita.

⚫ Entretanto, um tratamento térmico durante


várias horas a cerca de 700ºC (1.300ºF)
fornecerá uma matriz de ferrita.
Ferro fundido nodular (dúctil): os nódulos escuros de grafita estão circundados por
uma matriz de ferrita-α. 200x.
2.2.2. Ferro fundido dúctil
⚫ As peças fundidas são mais fortes e muito
mais dúcteis do que no caso de ferros
fundidos cinzentos.

⚫ De fato, o ferro fundido dúctil tem


características mecânicas que se aproximam
do aço.
2.2.2. Ferro fundido dúctil
⚫ Por exemplo, ferro fundido dúctil ferrítico tem
resistência à tração variando entre 55.000 e
70.000 psi (380 e 480 Mpa) e ductilidades
(como porcentagem de elongação) de 10 a
20%.

⚫ Aplicações típicas deste material incluem


válvulas, corpos da bomba, eixos
virabrequins, engrenagens e outros
componentes automotivos e de máquinas.
2.2.3. Ferro fundido branco
⚫ Para ferros fundidos de baixo teor de silício
(< 1,0% de Si em peso) e altas taxas de
resfriamento, a maioria do carbono existe
como cementita em vez de grafita.

⚫ Uma superfície de fratura desta liga tem uma


aparência branca e assim é denominado
ferro fundido branco.
2.2.3. Ferro fundido branco
⚫ Uma fotomicrografia ótica mostrando a
microestrutura de ferro fundido branco é
apresentada na figura a seguir.

⚫ Seções espessas podem ter apenas uma camada


superficial de ferro fundido branco que foi arrefecida
(resfriamento brusco e profundo) durante o
processo de fundição; ferros fundidos cinzentos se
formam nas regiões interior, que se resfriam mais
lentamente.
Ferro fundido branco: as regiões claras de cementita estão circundadas por
perlita, que tem uma estrutura em camadas de ferrita-cementita. 400x.
2.2.3. Ferro fundido branco
⚫ Como conseqüência da grande quantidade da fase
cementita, o ferro fundido branco é extremamente
duro, mas também muito frágil, ao ponto de ser
virtualmente não-usinável.

⚫ Seu uso está limitado a aplicações que necessitam


de uma superfície muito dura e resistente ao
desgaste e sem um alto grau de ductilidade, por
exemplo como rolos em moinho de rolos.
2.2.4. Ferro maleável
⚫ Geralmente o ferro fundido branco é usado
como um intermediário na produção de um
outro ferro fundido, o ferro fundido
maleável.
2.2.4. Ferro maleável
⚫ O aquecimento de ferro fundido branco até
temperaturas entre 800 e 900ºC (1.470 e
1.650ºF) durante um prolongado período de
tempo à temperatura do tratamento e numa
atmosfera neutra (para prevenir a oxidação)
causa a decomposição da cementita,
formando grafita, que existe na forma de
cachos ou rosetas circundadas por uma
matriz de ferrita ou de perlita, dependendo da
taxa de resfriamento.
2.2.4. Ferro maleável
⚫ Uma fotomicrografia de um ferro fundido
maleável é apresentada a seguir.

⚫ A microestrutura é similar àquela de um ferro


fundido nodular, o que explica a resistência
mecânica relativamente alta e a apreciável
ductilidade (ou maleabilidade).
Ferro fundido maleável: rosetas (carbono de revenimento) escuras de grafita
numa matriz de ferrita-α. 150x.
2.2.4. Ferro maleável
⚫ Aplicações deste aço incluem hastes de
conexão, engrenagens de transmissão e
caixa diferencial para industria automotiva e
também flanges, conexões de tubos e partes
de válvulas para linha férrea, marinha e
outros serviços pesados.
2.2.5. Ferro fundido grafita compacta

⚫ Uma adição recente à família dos ferros


fundidos é o ferro fundido de grafita
compacta (ou CGI).

⚫ Como nos ferros fundidos cinza, dúcteis e


maleáveis, o carbono existe como grafita,
sendo sua formação promovida pela
presença de sílica.
2.2.5. Ferro fundido grafita compacta

⚫ A concentração de sílica para este ferro


fundido se situa entre 1,7 e 3,0 wt%,
considerando que a concentração de
carbono está entre 3,1 e 4,0 wt%.

⚫ A microestrutura da grafita nas ligas CGI


possuem a forma de vermes (ou forma
vermicular), como mostrado na figura a
seguir.
Ferro fundido grafita compacta: partículas de grafita escura com formato de vermes
embebidas em uma matriz de ferrita-α. 100x.
2.2.5. Ferro fundido grafita compacta

⚫ Em comparação com outros ferros fundidos,


as características desejáveis do CGI incluem:
⚫ Alta condutividade térmica;
⚫ Melhor resistência ao choque térmico (isto é,
fraturas resultantes de mudanças bruscas de
temperaturas);
⚫ Menor oxidação à temperaturas elevadas.
2.2.5. Ferro fundido grafita compacta

⚫ Ferros fundidos de grafita compacta estão


começando a serem usados em importantes
aplicações, que incluem: blocos de motores a
diesel, coletores de exaustores, caixas de
câmbio, discos de freios para trens de alta
velocidade e volantes.
3. LIGAS NÃO-FERROSAS
⚫ Aços e outras ligas ferrosas são consumidas
em grandes quantidades porque possuem
uma larga faixa de propriedades mecânicas,
podem ser fabricadas com relativa facilidade
e são economicamente viáveis.

⚫ Entretanto, elas possuem algumas


limitações, tais como:
3. LIGAS NÃO-FERROSAS
⚫ Massa específica relativamente alta;

⚫ Comparativamente baixa condutividade elétrica e

⚫ Inerente susceptibilidade à corrosão em alguns


ambientes comuns.
3. LIGAS NÃO-FERROSAS
⚫ Assim, para muitas aplicações, é vantajoso
(ou mesmo necessário) o uso de outras ligas
tendo uma combinação mais apropriada de
propriedades.

⚫ Os sistemas de ligas são classificados quer


de acordo com o metal base quer de acordo
com alguma característica específica que um
grupo de ligas compartilham.
3.1. Cobre e suas ligas
⚫ Cobre e as ligas à base de cobre, possuindo
uma combinação desejável de propriedades
físicas, têm sido utilizado em várias
aplicações desde a antigüidade.

⚫ Um cobre não ligado é tão macio e dúctil que


é difícil de usinar, tendo uma capacidade
quase ilimitada de ser trabalhado a frio.
3.1. Cobre e suas ligas
⚫ Além disso, o cobre é altamente resistente à
corrosão em diversos ambientes incluindo o
ambiente atmosférico, a água do mar e
alguns produtos químicos industriais.

⚫ As propriedades mecânicas e de resistência


à corrosão do cobre podem ser melhoradas
por elementos de liga.
3.1. Cobre e suas ligas
⚫ Muitas ligas de cobre não podem ser
endurecidas ou fortalecidas por
procedimentos de tratamento térmico,
conseqüentemente, trabalho a frio e o
estabelecimento de soluções sólidas por
adição de elementos devem ser utilizados
para melhorar tais propriedades mecânicas.
3.1. Cobre e suas ligas
⚫ As ligas de cobre mais comuns são os latões
para os quais o elemento de liga
predominante é o zinco (impureza
substitucional).

⚫ Como pode ser observado no diagrama de


fase cobre-zinco, a fase α é estável para
concentrações de aproximadamente 35% de
Zn em peso.
O diagrama de fase cobre-zinco
3.1. Cobre e suas ligas
⚫ Esta fase tem uma estrutura cristalina CFC e
os latões α são relativamente macios e
facilmente trabalhados a frio.

⚫ Ligas de latão tendo um maior teor de zinco


contém as fases tanto α quanto β' à
temperatura ambiente.
3.1. Cobre e suas ligas
⚫ A fase β' tem uma estrutura cristalina CCC e
é mais dura e mais forte do que a fase α.

⚫ Conseqüentemente, ligas α + β' são


geralmente trabalhadas a quente.
3.1. Cobre e suas ligas
⚫ Alguns dos latões comuns são latões
amarelos, navais e de cartucho, metal de
"muntz" e metal de douração.

⚫ As composições, propriedades e usos típicos


de várias destas ligas estão listadas na
tabela abaixo.
3.1. Cobre e suas ligas
⚫ Alguns dos usos comuns para ligas de latão
incluem jóias de vestuário, caixas de
cartuchos, radiadores de automóvel,
instrumentos musicais e moedas.
3.1. Cobre e suas ligas
⚫ Os bronzes são ligas de cobre e vários
outros elementos, incluindo estanho,
alumínio, silício e níquel.

⚫ Estas ligas são mais fortes do que os latões,


e possuem um alto grau de resistência à
corrosão.
3.1. Cobre e suas ligas
⚫ Geralmente elas são utilizadas quando é
necessária a resistência a tração em adição
à resistência à corrosão.
Espelho de bronze com 2.200 anos de idade da dinastia Han
3.1. Cobre e suas ligas
⚫ Uma geração recente de ligas de cobre de
alta resistência são cobres de berílio.

⚫ Elas possuem uma destacável combinação


de propriedades de resistências à tração tão
altas quanto 200.000 psi (1.400 MPa),
excelentes propriedades elétricas e
resistência à corrosão.
3.1. Cobre e suas ligas
⚫ Elas podem ser fundidas, trabalhadas a
quente, ou trabalhadas a frio.

⚫ Altas resistências mecânicas são atingidas


por tratamentos de endurecimento por
precipitação.
3.1. Cobre e suas ligas
⚫ Estas ligas são caras por causa das adições
de berílio, que variam entre 1,0 e 2,5% em
peso.

⚫ Aplicações incluem mancais e buchas do


elementos de aterrissagem de aviões a jato,
molas, instrumentos cirúrgicos e dentais.
3.2. Alumínio e suas ligas
⚫ Alumínio e suas ligas são caracterizados por uma
massa específica relativamente baixa (2,7 g/cm3
quando comparada com 7,9 g/cm3 para o aço), altas
condutividades elétrica e térmica e uma alta
resistência à corrosão em alguns ambientes,
incluindo o ambiente atmosférico.

⚫ Muitas destas ligas são facilmente conformadas em


virtude da alta ductilidade, isto é evidenciado pela
fina folha da lâmina de alumínio em que o material
relativamente puro pode ser laminado.
3.2. Alumínio e suas ligas
⚫ Uma vez que o alumínio tem uma estrutura
CFC, sua ductilidade é retida mesmo em
muito baixas temperaturas.

⚫ A limitação principal do alumínio é o seu


baixo ponto de fusão 660 ºC (1.220 ºF), que
restringe a temperatura máxima na qual este
pode ser usado.
3.2. Alumínio e suas ligas
⚫ Algumas das aplicações mais comuns de
ligas de alumínio incluem partes estruturais
de aeronaves, latas de refrigerantes,
carroceria de ônibus e partes automotivas
(blocos de motor, pistões e tubos de
distribuição).

⚫ A composição, propriedades e aplicações de


várias ligas trabalhas mecanicamente e
fundidas estão contidas na tabela a seguir.
3.3. Magnésio e suas ligas
⚫ Talvez a característica mais destacada do
magnésio seja a sua massa específica (1,7
g/cm3), que é a mais baixa de todos os
metais estruturais.

⚫ Portanto suas ligas são usadas onde o peso


é uma consideração importante (por
exemplo, em componentes de aeronaves).
3.3. Magnésio e suas ligas
⚫ O magnésio tem uma estrutura cristalina HC,
é relativamente macio e tem um baixo
módulo elástico, 6,5.106 psi (45 GPa).

⚫ À temperatura ambiente o magnésio e suas


ligas são difíceis de deformar; de fato,
apenas pequenos graus de trabalho a frio
podem ser impostos sem recozimento.
3.3. Magnésio e suas ligas
⚫ Conseqüentemente, a maioria das
fabricações é feita por fundição ou por
trabalho a quente a temperaturas entre 200 e
350ºC (400 a 650ºF).

⚫ O magnésio, tal como o alumínio, tem um


baixo ponto de fusão (651ºC ou 1204ºF).
3.3. Magnésio e suas ligas
⚫ Quimicamente, o magnésio e suas ligas são
relativamente instáveis e especialmente
susceptíveis à corrosão em ambientes
marinhos.

⚫ Por outro lado, as resistências à corrosão e


oxidação são relativamente boas na
atmosfera normal.
3.3. Magnésio e suas ligas
⚫ Pós finos de magnésio entram em ignição
facilmente quando aquecidos ao ar;
conseqüentemente, cuidados deveriam ser
tomados quando se estiver manuseando-o
neste estado.
3.3. Magnésio e suas ligas
⚫ Estas ligas são também classificadas como
fundidas ou como trabalhadas
mecanicamente e algumas delas são
termicamente tratáveis.

⚫ Alumínio, zinco, manganês e algumas terras


raras são os principais elementos de liga.
3.3. Magnésio e suas ligas
⚫ Os elementos químicos denominados como
terras raras são: Lantânio, Cério,
Praseodímio, Neodímio, Promécio, Samário,
Európio, Gadolínio, Térbio, Disprósio,
Hólmio, Érbio, Túlio, Itérbio, Lutécio,
Escândio e Ítrio.
3.3. Magnésio e suas ligas
3.3. Magnésio e suas ligas
⚫ A tabela a seguir lista várias ligas de
magnésio comuns, suas composições,
propriedades e aplicações.

⚫ Estas ligas são usadas em aplicações de


aeronaves e mísseis, bem como bagagem e
rodas de automóveis.
Composições, propriedades mecânicas e aplicações típicas para seis
ligas de magnésio comuns
3.3. Magnésio e suas ligas

Suspensão Proshock E100R


Monobloco em magnésio
Haste em liga de alumínio de ultra-alta
resistência com anodização dura
Peso: 1830 g
Preço: R$ 479,00
3.4. Titânio e suas ligas
⚫ Titânio e suas ligas são materiais de
engenharia relativamente novos que
possuem uma extraordinária combinação de
propriedades.

⚫ O metal puro tem baixa massa específica


(4,5 g/cm3), alto ponto de fusão (1668ºC ou
3035ºF) e um módulo de elásticidade de
15,5.106 psi (107 GPa).
3.4. Titânio e suas ligas
⚫ Ligas de titânio são extremamente fortes;
resistência à tração à temperatura ambiente
são tão altas quanto 200.000 psi (1,4 GPa)
são atingíveis, fornecendo destacáveis
resistências mecânicas específicas.

⚫ Além disso, as ligas são altamente dúcteis e


facilmente forjadas e usinadas.
3.4. Titânio e suas ligas
⚫ A maior limitação do titânio é a sua
reatividade química com outros materiais a
elevadas temperaturas.

⚫ Esta propriedade obrigou o desenvolvimento


de técnicas não convencionais de refino,
fusão e fundição; conseqüentemente, ligas
de titânio são caras.
3.4. Titânio e suas ligas
⚫ A pesar desta reatividade à alta temperatura,
a resistência à corrosão de ligas de titânio às
temperaturas normais é alta; elas são
virtualmente imunes aos ambientes
atmosférico, marinho e uma variedade de
ambientes industriais.

⚫ Elas são comumente utilizadas em estruturas


de aeronaves, veículos espaciais e nas
indústrias de petróleo e química.
SR-71 Blackbird
F117 Nighthawk stealth
3.4. Titânio e suas ligas
⚫ A tabela a seguir apresenta várias ligas de
titânio com suas propriedades e aplicações
típicas.
3.4. Titânio e suas ligas
3.5. Metais refratários
⚫ Metais que têm temperaturas de fusão
extremamente altas são classificados como
metais refratários.

⚫ Incluídos neste grupo estão o nióbio (Nb), o


molibdênio (Mo), o tungstênio (W) e o tântalo
(Ta).
3.5. Metais refratários
⚫ As temperaturas de fusão variam de 2468ºC
(4474ºF) para o nióbio até 3410ºC (6170ºF), a
temperatura de fusão mais alta de qualquer metal,
para o tungstênio.

⚫ A ligação interatômica destes metais é


extremamente forte, o que explica as altas
temperaturas de fusão, e, em adição, grandes
módulos elásticos, altas resistências mecânicas e
altas durezas, tanto à temperatura ambiente quanto
à elevadas temperaturas.
3.5. Metais refratários
⚫ As aplicações destes metais são variadas.
Por exemplo, tântalo e molibdênio são
ligados com aço inoxidável para melhorar
sua resistência à corrosão.

⚫ Ligas de molibdênio são utilizadas para


matrizes de extrusão e partes estruturais em
veículos espaciais.
3.5. Metais refratários
⚫ Filamentos de lâmpadas incandescentes,
tubos de raio-X e eletrodos de soldagem
empregam ligas de tungstênio.

⚫ Tântalo é imune ao ataque químico por


virtualmente todos os ambientes à
temperaturas inferiores a 150ºC e é
freqüentemente usado em aplicações que
requerem um tal material resistente à
corrosão.
3.6. Superligas
⚫ As superligas têm superlativas combinações
de propriedades.

⚫ A maioria delas é usada em componentes de


turbinas de aeronaves, que devem suportar
exposição aos ambientes severamente
oxidantes e altas temperaturas para
razoáveis períodos de tempo.
3.6. Superligas
⚫ Integridade mecânica sob estas condições é
crítica; neste sentido, densidade é uma
importante consideração porque as tensões
centrífugas são diminuídas em membros
rotativos quando a densidade é reduzida.

⚫ Estes materiais são classificados de acordo


com o metal predominante na liga, que pode
ser cobalto, níquel ou ferro.
3.6. Superligas
⚫ Outros elementos de liga incluem os metais
refratários (Nb, Mo, W, Ta), cromo e titânio.

⚫ Em adição a aplicações para turbinas, estas


ligas são utilizadas em reatores nucleares e
equipamentos petroquímicos.
4. Fabricação de ligas
metálicas
⚫ Ocasionalmente, quem dita se um material é
adequado para uma aplicação é a facilidade
da produção na forma desejada e o custo
envolvido.

⚫ Técnicas de fabricação de metais são os


métodos pelos quais metais e suas ligas são
conformados ou manufaturados em produtos
úteis.
4. Fabricação de ligas
metálicas
⚫ Elas são precedidas por refino, por adição de
elementos de liga e às vezes por processos
de tratamento térmico que produzem ligas
com as características desejadas.
Fabricação de
metais

Conformação Fundição Diversas

Metalurgia do
Forjamento em areia

Laminação em matriz Soldagem

de
Extrusão
investimento

espuma
Estiramento
perdida

continua

Esquema de classificação de técnicas de fabricação de metais


4.1. Conformação
⚫ Operações de conformação são aquelas nas
quais a forma de uma peça de metal é
mudada por deformação plástica.

⚫ Naturalmente, a deformação deve ser


induzida por força ou tensão externa, a
magnitude da qual devendo exceder o limite
de escoamento do material.
4.1. Conformação
⚫ Muitos materiais metálicos são
especialmente susceptíveis a estes
procedimentos, sendo pelo menos
moderadamente dúcteis e capazes de
alguma deformação permanente sem o
surgimento de trincas ou fraturas.
4.1. Conformação
⚫ Quando a deformação é realizada em uma
temperatura acima daquela na qual ocorre
recristalização, o processo é denominado
trabalho a quente, do contrário é
denominado trabalho a frio.
Deformação de metal durante (a) forjamento, (b)
laminação, (c) extrusão e (d) estampagem.
4.1.1. Forjamento
⚫ É realizado por martelamento sobre uma
única peça de metal.

⚫ Uma força é aplicada sobre duas metades de


uma matriz tendo a forma acabada, de tal
forma o metal é deformado na cavidade entre
as duas referidas metades de matriz.
4.1.1. Forjamento
⚫ Peças forjadas têm estruturas de grão que
se destacam e a melhor combinação de
propriedades mecânicas.

⚫ Chaves de boca, rodas de trens e


virabrequins de automotivos são artigos
típicos conformados usando esta técnica.
4.1.2. Laminação
⚫ É o processo de deformação mais
amplamente utilizado.

⚫ Consiste em passar uma peça de metal entre


dois rolos.

⚫ Uma redução na espessura resulta das


tensões compressivas exercidas pelos rolos.
4.1.2. Laminação
⚫ A laminação a frio pode ser usada na
produção de chapa, tira e lâmina com alta
qualidade de acabamento superficial.

⚫ Formas circulares bem como vigas em I e


trilhos de ferrovia são fabricados usando
rolos ranhurados.
4.1.3. Extrusão
⚫ Uma barra de metal é forçada através de um
orifício numa matriz por uma força
compressiva que é aplicada a um êmbolo
percutor; a peça extrusada que emerge tem
a forma desejada e uma área de seção reta
reduzida.
4.1.3. Extrusão
⚫ Produtos de extrusão incluem hastes e
tubulações que têm geometrias de seção
reta bastante complicadas, tubulação sem
costura pode também ser extrusada.
4.1.4. Estiramento
⚫ É o puxamento de uma peça de metal
através de uma matriz que tem um furo
cônico por meio de uma força de tração que
é aplicada no lado da saída.

⚫ Resulta em uma redução da seção reta, com


um correspondente aumento em
comprimento.
4.1.4. Estiramento
⚫ A operação total de estiramento pode
consistir de um número de matrizes numa
seqüência em serie.

⚫ Hastes, fios e tubulações são comumente


fabricados desta maneira.
4.2. Fundição
⚫ É um processo de fabricação no qual um
metal inteiramente liquefeito é vazado na
cavidade de um molde de forma desejada e
quando este se solidifica assume a forma do
molde, mas experimenta alguma contração.
4.2. Fundição
⚫ Técnicas de fundição são empregadas
quando:
⚫ A forma acabada é tão grande ou complicada que
qualquer outro método seria impraticável;
⚫ Qualidade e resistência não são considerações
importantes (isto é, é aceito que a inevitável
existência de defeitos internos e uma estrutura de
grão menos desejável conduz a características
mecânicas pobres);
4.2. Fundição
⚫ Técnicas de fundição são empregadas
quando:
⚫ Uma liga em particular é de ductilidade tão baixa
que a conformação por trabalho seria difícil;

⚫ Em comparação a outros processos de


fabricação a fundição é a mais econômica.
4.2.1. Fundição em areia
⚫ É provavelmente o método mais comum,
onde comum areia é usada como material do
molde.

⚫ Um molde em duas peças é formado pela


compactação da areia ao redor de um
modelo que tem a forma da peça fundida
desejada.
4.2.1. Fundição em areia
⚫ Além disso, um sistema de alimentação é
usualmente incorporado no molde para
acelerar o escoamento do metal líquido para
dentro da cavidade e minimizar os defeitos
internos de fundição.

⚫ Partes fundidas em areia incluem blocos de


cilindros de automotivos, hidrantes de
incêndio e grandes conexões de tubos.
4.2.2. Fundição em matriz
⚫ Na fundição em matriz, o metal líquido é
forçado para dentro de um molde sob
pressão e numa velocidade relativamente
alta, e deixado solidificar-se com a pressão
mantida.

⚫ Um molde (ou matriz) permanente de aço em


duas peças é usado e quando grampeadas
juntas, as duas peças formam a forma
desejada.
4.2.2. Fundição em matriz
⚫ Quando completa solidificação tiver sido
alcançada, as peças da matriz são abertas e
a peça fundida ejetada.

⚫ Altas taxas de fundição são possíveis,


tornando este um método barato, além disso
um único conjunto de matrizes pode ser
usado em milhares de fundições.
4.2.2. Fundição em matriz
⚫ Entretanto, esta técnica presta-se apenas
para peças relativamente pequenas e a ligas
de zinco, alumínio, chumbo e magnésio, que
têm baixas temperaturas de fusão.
4.2. Fundição
⚫ Para fundição de investimento (às vezes
chamada fundição de cera perdida), o
modelo é feito de uma cera ou de um plástico
que tem baixo ponto de fusão.

⚫ Ao redor do modelo é vazado uma lama


fluida, que forma um molde sólido (ou
investimento), sendo usualmente usado
gesso.
4.2. Fundição
⚫ O molde é então aquecido, de tal maneira
que o modelo se funde e é queimado,
deixando para trás uma cavidade de molde
tendo a forma desejada.

⚫ Esta técnica é empregada quando alta


precisão dimensional, reprodução de detalhe
fino e um excelente acabamento são
requeridos, como por exemplo, na joalheria e
nas coroas e implantes dentários.
4.2. Fundição
⚫ Para a fabricação de lâminas (os pás) para
turbinas a gás e propulsores de motores a
jato é também usada a fundição de
investimento.
4.3. Metalurgia do pó
⚫ Outra técnica de fabricação envolve a
compactação do pó de um metal, seguida
por um tratamento térmico para produzir uma
peça mais densa.

⚫ A metalurgia do pó torna possível produzir


uma peça virtualmente não-porosa tendo
propriedades quase equivalentes àquelas do
material matriz inteiramente denso.
4.3. Metalurgia do pó
⚫ Este método é especialmente adequado para
metais tendo baixa ductilidade, uma vez que
apenas pequenas deformações plásticas das
partículas do pó tendem a ocorrer.

⚫ Metais com alta temperatura de fusão são de


difíceis fusão, fundição e fabricação podem
ser facilmente trabalhados usando metalurgia
do pó.
4.3. Metalurgia do pó
⚫ Além disso, partes que requerem tolerâncias
dimensionais muito estreitas (por exemplo,
buchas e engrenagens) podem ser
produzidas economicamente usando esta
técnica.
4.3. Soldagem
⚫ Na soldagem duas ou mais partes metálicas
são unidas para formar uma única peça
quando a fabricação como uma única parte é
cara ou inconveniente.

⚫ Metais tanto similares quanto dissimilares


podem ser soldados juntos.
4.3. Soldagem
⚫ A ligação para ajuntamento é metalúrgica
(envolvendo alguma difusão) em vez de
unicamente mecânica, como ocorre com o
rebitamento ou a junção com parafuso e
porca.

⚫ Existe uma variedade de métodos de


soldagem, incluindo soldagem a arco e
soldagem a gás, bem como brazagem e
soldagem com solda branca.

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