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Introdução:
A estruturação do SUS passava pela reorientação do modelo assistencial. A proposta
era abrangente e de certo modo ousada, mas a direção a seguir já estava definida. O
caminho era a Atenção Primária à Saúde (APS). Vamos estudar como foi elaborado
este conceito e como ele foi discutido e formatado na Conferência Internacional da
OMS em 1978. Vamos entender como a Atenção Primária a Saúde (APS) se posiciona
na Rede de Atenção.
Contextualizando:
Na década de 1970, o mundo estava dividido entre duas grandes correntes ideológicas
que imprimiam seu domínio sobre a parte capitalista ou sobre a parte socialista. Em
épocas de “muro de Berlim”, invasões ao Vietnã, espionagem e contra-espionagem, os
cidadãos de diversos países estavam sem qualquer assistência à saúde e ainda reféns
dos interesses bélicos e econômicos de sua potencia dominadora. Nesta condição
estava o Brasil em toda a América latina, a maioria dos países Asiáticos e a Europa
oriental. Analfabetismo, desemprego, pobreza, opressão, doença e desassistência.
Diante deste quadro, a OMS resolveu discutir uma estratégia que pudesse
proporcionar aos cidadãos o acesso aos serviços de saúde, através de uma
estruturação de serviços e sistematização das ações que pudessem impactar nos
indicadores de saúde das populações.
A conferência aconteceu em Alma-Ata no Cazaquistão, república que fazia parte da
então URSS, em 1978. A escolha pelo local da conferência foi uma maneira de permitir
que o bloco soviético participasse, porque os representantes da saúde socialista não
tinham permissão para se deslocar aos outros países.
A estratégia que estava sendo discutida foi chamada de Atenção Primária à Saúde
(APS) ou “PrimaryCare” - termo em inglês, constante nos artigos internacionais. Seu
conceito foi definido pela conferência como um“conjunto integrado de ações básicas,
articulado a um sistema de promoção e assistência integral à saúde (OMS, 1978).
A conferência estabeleceu um lema que ao longo dos anos, tornou-se meta, “saúde
para todos no ano 2000” e também elencou as ações que seriam consideradas
prioritárias :
Tratamento das doenças
Provisão de medicamentos
Métodos de prevenção de doenças
Imunização
Combate às endemias
Educação em Saúde
Alimentação
Abastecimento de água
Saneamento Básico
Políticas de emprego e renda
Integração ao Sistema Nacional de Saúde;
Divisão do Sistema de Saúde em Níveis de atenção;
Políticas de distribuição de Renda aos desassistidos;
Participação e controle da Sociedade.
Pesquisa
Este modelo de atenção vem sendo aplicado com muito sucesso no Canadá e
em Cuba, além de outros países da Europa. Que tal pesquisar sobre como acontece a
APS nesses lugares?
Recomendo que você faça duas leituras muito interessantes. A primeira , o capítulo
“o nascimento do hospital” do livro Microfísica do poder – Michel Foucault . Pode ler o
livro inteiro se quiser. Em seguida, o artigo UTOPIA/ATOPY de Luis David Castiel. Você
vai gostar.
http://www.nodo50.org/insurgentes/biblioteca/A_Microfisica_do_Poder_-
_Michel_Foulcault.pdf
https://periodicos.ufsc.br/index.php/interthesis/article/viewFile/1807-
1384.2012v9n2p62/23515
Trocando Ideias
Quantas vezes você já precisou ser internado em um grande hospital? Por quantas
cirurgias você já passou? A maioria das pessoas vai responder que nunca foi internada
ou que foi apenas uma vez na vida, principalmente se você tiver até 40 anos de idade.
Porém acredito que você já usou diversos serviços de Atenção primária, como também
sua família. Converse com seus colegas sobre os serviços de APS que você já usufruiu.
Síntese
Estudamos hoje os conceitos de atenção primária à Saúde e sua
abordagem inovadora.
Entendemos que a APS é tão eficaz que tem inserção nos melhores e
mais estáveis países do mundo, porém as populações pobres são as que
usufruem benefícios desta abordagem.
É uma estratégia para o acompanhamento e desenvolvimento de saúde
das pessoas em sua comunidade, trazendo também desenvolvimento
econômico às nações, a custo de acordo com as possibilidades do país.
É porta de entrada do sistema de saúde, coordenadora de cuidados e
assume responsabilidade continua pelo cuidado com o paciente.