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CENTRO EDUCACIONAL E CULTURAL DA AMAZÔNIA – CECAM
CNPJ 03.431.159/0001-59
Recredenciada pela PORTARIA MINISTERIAL n° 905, de 6 de julho de 2012
DOU N° 131, de 09 de julho de 2012, seção 1, p.25-27
Princípios constitucionais aplicáveis ao Direito de Família: entre a Constituição
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AO DIREITO CIVIL
AUTOR: THOMAZ MUYLAERT DE CARVALHO BRITO
BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO
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Rua Gamaliel nº 11– Jardim Marilucy – CEP 68459-490 – Tucuruí – Pará
Fone: 0800 580 0603
FACULDADE DE TEOLOGIA, FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS GAMALIEL –
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No mesmo ínterim, na obra atualizada de Caio Mário da Silva Pereira (2014, p. 62),
argumenta-se que a família como instituição cede lugar a uma forma pela qual a família é
estruturada com um escopo determinado, qual seja, o de desenvolvimento da personalidade
daquelas que abrange, haja vista a observância à dignidade da pessoa humana. O princípio
em tela é, portanto, norteador do sistema jurídico e é relacionado aos anseios democráticos.
3. PRINCÍPIO DA IGUALDADE
isonomia entre o homem e a mulher. Desse modo, houve uma busca pela igualdade material
(substancial), visto que o homem não poderia mais subjugar a mulher no plano familiar. É
possível, ressalte-se, que seja concedido um tratamento diferenciado em algumas
circunstâncias. Quando os fatos forem os mesmos nas relações familiares, o tratamento
jurídico a ser atribuído a homem e mulher será idêntico.
Os autores citam, ainda, o artigo 219 do Código Civil de 1916, o qual estabelecia a
possibilidade de anulação do casamento pelo marido caso a mulher tivesse sido deflorada
por outrem, o que configuraria erro. Atualmente, conforme aduzem os doutrinadores,
apresentam-se decisões, no bojo de ações de alimentos, nas quais se julga improcedente o
pedido em razão do exercício de profissão pela mulher. Ademais, constatam-se provimentos
favoráveis às mulheres quando tenham se dedicado exclusivamente aos filhos e ao lar, uma
vez que a Carta Magna de 1988 prima pela igualdade substancial entre os cônjuges e
companheiros.
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Consoante preleciona Maria Berenice Dias (2015, p. 44), a Constituição foi repetitiva
com relação à igualdade entre homem e mulher com uma finalidade positiva: a
demonstração da igualdade de direitos e deveres de ambos no que pertine à sociedade
conjugal, na forma do art. 226, §5 . Não pode haver, além disso, discriminação entre filhos
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provenientes ou não de casamento e adotivos. Com fulcro nos arts. 1.565 § 2 do Estatuto 0
recaíram sobre o casal. O poder público deve, contudo, propiciar condições de que os
direitos, como de saúde, sejam exercidos. Qualquer dos nubentes pode adotar o sobrenome
do outro (art. 1.565,§ 1 ), o que reforça a ideia de igualdade. Se não alcançam um acordo,
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4. PRINCÍPIO DA AFETIVIDADE
O princípio da afetividade, para Pablo Stolze Gagliano (2014, p. 73), comporta o afeto,
o amor, os quais têm muitos aspectos e regem as relações da vida. A partir do principio sob
análise, o autor dissertou sobre as uniões homoafetivas, cujo nome não se pautou na
orientação sexual dos seus componentes, mas priorizou o afeto responsável pela união entre
pessoas do mesmo sexo.
Os laços de afeto, nesse diapasão, são considerados em sua essência com o fim de
aferir as peculiaridades dos casos concretos, o que implica um afastamento da subsunção
automática da lei a situações fáticas. Mencionam-se, como fundamentos desse postulado, os
arts. 28, do Estatuto da Criança e do Adolescente e 1.584, da Lei Civil de 2002. São
reconhecidas, logo, as relações filiais independentes dos atributos biológicos. Caio Mário da
Silva Pereira (2014, p. 66) afirma que o principio em epigrafe não se encontra positivado no
texto constitucional, todavia, o reconhece pela interpretação do art. 5, § 2 da Carta da 0
República.
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O princípio da solidariedade familiar insculpe-se nos arts. 3º, I, 226, 227 e 230 da
Constituição Federal. Na compreensão de Caio Mário da Silva Pereira (2014, p. 65), o
indivíduo deve ser pensado no corpo social. A coexistência, dessa maneira, justifica a
solidariedade diante da proteção às famílias, aos idosos e a crianças e adolescentes. Os
membros da família compartilham afetos e têm direitos e obrigações uns com os outros.
Pablo Stolze Gagliano (2014, p. 76) exemplificou, no que diz respeito ao princípio da
solidariedade familiar, uma decisão do Superior Tribunal de Justiça na qual o dever de
prestar alimentos se aplicou a uma união estável estabelecida antes de entrar em vigor a Lei
8.971 de 1994, sob o argumento de que o diploma abarca normas de ordem pública.
Portanto, o aludido postulado explica a obrigação alimentar entre parentes, cônjuges e
companheiros, além do poder familiar em face dos filhos menores.
A família tutelada pelo Estado, com as modificações trazidas pelo texto constitucional,
passou a englobar qualquer outra manifestação afetiva, como a família monoparental e a
união estável. Os diversos arranjos familiares merecem, nesse viés, a proteção estatal.
Segundo os autores, a família é necessária ao desenvolvimento da personalidade de seus
membros, à transmissão de cultura e à formação da pessoa humana digna. O art. 226, caput,
da Carta Magna de 1988, o explicita. O Supremo Tribunal Federal enquadrou as uniões
homoafetivas como entidades familiares, merecedoras de proteção estatal. A referência das
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Caio Mário da Silva Pereira (2014, p. 65) percebe o postulado como o princípio do
melhor interesse da criança, o qual deve constituir a concepção no sentido de que a criança
é uma pessoa em desenvolvimento, motivo pelo qual a função econômica da família foi
substituída gradativamente pelo afeto. O melhor interesse da criança e do adolescente não
pode se pautar somente nessas pessoas no presente, mas deve considerá-las no âmbito
futuro.
1996 não foi inteiramente revogada pelo Código Civil de 2002, porquanto, caso contrário,
teria havido retrocesso no concernente às disposições de união estável.
11. CONCLUSÃO
e sobre o seu alcance. Interpreta-se, com fulcro nos estudos advindos do presente ensaio,
pela aplicação dos princípios constitucionais atinentes ao Direito de Família quanto em
cotejo a normas infraconstitucionais, posto que os princípios em comento buscam uma
concretização mais precisa dos direitos dos membros da família.
A interpretação dos princípios constitucionais pode levar a uma proteção maior dos
membros da família, a qual precisa ser perfilhada no estudo em apreço. O conceito de
família, com o advento da Carta Magna de 1988, sofreu alterações e se tornou mais amplo.
Os princípios da Constituição são capazes, diante disso, de reforçar as mudanças trazidas
pela mutação constitucional, bem como por uma interpretação conforme a Constituição.
12. BIBLIOGRAFIA
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias – 10ª ed., São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2015.
GAGLIANO, Pablo Stolze. FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil, Direito de
Família: As famílias em perspectiva constitucional – 4ª ed., Saraiva, 2014.
GONÇALVES, Carlos Roberto - Direito Civil Brasileiro - Volume VI - Direito de Família - 11ª ed.,
São Paulo: Saraiva, 2014.
PEREIRA, Caio Mario da Silva - Instituições de Direito Civil - Volume V - Direitos De Família -
Rio de Janeiro: Forense, 2014.
MONTEIRO, Washington Barros; DA SILVA, Regina Beatriz Tavares. Curso de Direito Civil:
Direito de Família. 42ª Ed., São Paulo: Saraiva, 2012.
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