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Clínica I, 2º Semestre:
Relatório Parcial
São Paulo
2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 3
2. CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS 5
3. CONCEITUAÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO 6
3.1. Doutrina de Proteção Integral e Prioridade Absoluta 7
3.2. Melhor Interesse da Criança 8
3.3. Destituição do Poder Familiar 10
4. RESULTADOS 13
4.1. Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça 13
4.2. Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal 13
5. CONCLUSÃO 14
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 15
2
1. INTRODUÇÃO
1
BRASIL. Código de Processo Civil. Brasília, DF, Presidência da República, 16 mar. 2015. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 28 nov. 2023.
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contemporâneas. Em outras palavras, se a perspectiva do(a) Ministro(a) para definição do
maior interesse da criança ao caso concreto está amparada pelos fundamentos da legislação e,
em certa medida, se a margem para tal discricionariedade, oriunda da carência de
especificação do conceito, poderiam corroborar para sua desvirtuação.
4
2. CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS
5
3. CONCEITUAÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO
2
ROSSATO, Luciano Alves; LÉPORE, Paulo Eduardo; CUNHA, Rogério Sanches. Estatuto da Criança e do
Adolescente: Lei n. 8.069/90 - Comentado artigo por artigo. Publicação de: Saraivajur. Brasil, 2018. 10ª edição,
cap. 1, p. 60-61.
3
COLUCCI, Camila Fernanda Pinsinato. Princípio do melhor interesse da criança: construção teórica e
aplicação prática no direito brasileiro. Dissertação (Mestrado em Direito Civil) - Faculdade de Direito,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. Publicação de: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP.
cap. 2, p. 29. doi: 10.11606/D.2.2014.tde-25022015-083746. Disponível em:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2131/tde-25022015-083746/publico/Camila_Fernanda_Pinsinato_C
olucci_completa.pdf. Acesso em: 28 nov. 2023.
4
ROSSATO, op. cit., cap. 1, p. 60-61.
6
Ainda, tem-se que o ECA foi redigido em prol da assistência integral da “pessoa até
doze anos de idade incompletos”5 e “aquela entre doze e dezoito anos de idade”6, instituindo,
para isso, direitos e deveres a eles relativos com foco em seu desenvolvimento seguro e
saudável. Sendo assim, a família, a sociedade e o Estado, sendo solidariamente responsáveis,
devem proporcionar-lhes respeito aos seus direitos fundamentais de cidadãos e de pessoas em
desenvolvimento, tais quais direito à vida e à saúde, direito à liberdade, ao respeito e à
dignidade, direito à convivência familiar e comunitária, direito à educação, à cultura, ao
esporte e ao lazer e direito à profissionalização e à proteção no trabalho.7
5
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, DF. Presidência da República, 13 jul. 1990.
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 28 de nov. 2023.
6
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, DF. Presidência da República, 13 jul. 1990.
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 28 de nov. 2023.
7
GUEDES, Silmara Regina; ACOSTA, Matheus Vinicios; COSTA, Luciano Lima. Cartilha Direitos & Deveres.
Publicação de: Secretaria de Estado de Justiça, Família e Trabalho. Cense Santo Antônio da Platina. Paraná,
ago. 2020. Disponível em:
https://coronavirus.tjpr.jus.br/documents/116858/36369873/Cartilha+Direitos+e+Deveres.pdf/ad8dc559-eef2-80
52-5bb3-4795c84069f3. Acesso em: 28 nov. 2023.
7
enfim, tem reconhecida a dignidade inerente e os direitos iguais e
inalienáveis de todos os membros da família humana”8
8
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. A Família na Travessia do Milênio: Anais do II Congresso Brasileiro de Direito
de Família. Publicação de: Livraria Del Rey. Belo Horizonte, 2000. cap. 4, p. 203. Disponível em:
https://ibdfam.org.br/_img/congressos/anais/69.pdf. Acesso em: 28 nov. 2023.
9
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, DF. Presidência da República, 13 jul. 1990.
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 28 de nov. 2023.
10
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, DF. Presidência da República, 13 jul. 1990.
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 28 de nov. 2023.
8
que o operador do direito, por meio de sua discricionariedade, interpreta esse ideal da forma
que lhe for pertinente.
Sendo assim, essa carência de especificidade permite sua aplicação a diferentes
contextos, o que, consequentemente, torna-o adaptável aos diferentes perfis, intervalos de
tempo e espaços. Por outro ângulo, tal característica, no que tange à discricionariedade de
decisores, pode propiciar que eles, valendo-se dessa ampla margem interpretativa, imponham
suas próprias convicções, inclusive sobre o interesse superior da criança. Todavia, apesar de
sua elasticidade e conteúdo indeterminado, tem-se que esse conceito não pode ser colocado
aleatoriamente, incumbindo-lhe a obediência aos princípios constitucionais e as garantias por
eles previstos, dado que, se assim não o for, oportuniza-se a distorção de seu objetivo
superior, que é a proteção da criança e do adolescente. Ou seja, seu núcleo conceitual deve,
invariavelmente, ser fundamentado por valores atrelados “à estabilidade de condições de
vida, às relações afetivas e o ambiente físico e social da criança e do adolescente”11.
Além disso, como uma representação do avanço relativo ao direito da criança e do
adolescente no Brasil, o princípio do melhor interesse atuou para a substituição do Código de
Menores (Lei n. 6.697/79), “aplicado apenas aos menores que se encontrassem em ‘situação
irregular’”12, pelo ECA que, por sua vez, defendia a salvaguarda integral do grupo
infantojuvenil, isto é, sua primazia quando da existência de interesses antagônicos.
9
quando de sua aplicação, são hipóteses viáveis o conflito entre interesses de crianças e de
terceiros; o conflito entre dois interesses fundamentais da criança; e, ainda, quando se deve
deliberar sobre os interesses individuais de uma criança específica. Em suma, tal conceito se
torna imperativo não somente para a solução de divergências, mas também para promover
que os juízos que o tenham como suporte se façam valer.
15
HARTUNG, Pedro Affonso Duarte. Levando os Direitos das Crianças a Sério: a absoluta prioridade dos
direitos fundamentais e melhor interesse da criança. Tese (Doutorado em Direito do Estado) - Faculdade de
Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019. Publicação de: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações
da USP. cap. 5, p. 413. doi:10.11606/T.2.2019.tde-04092020-174138. Disponível em:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2134/tde-04092020-174138/publico/5953955_Tese_Original.pdf.
Acesso em: 30 de nov. 2023.
16
HARTUNG, op. cit., cap. 5, p. 413.
10
convívio familiar. Assim, consoante a Hartung17, as principais razões para a extinção do
núcleo familiar dizem respeito, nesta ordem, à negligência dos pais e/ou responsáveis, à
dependência química/alcoolismo dos pais e/ou responsáveis, ao abandono dos pais e/ou
responsáveis, à violência doméstica e ao abuso sexual praticado pelos pais e/ou responsáveis.
Assim sendo, haja vista que o ECA foi o responsável por positivar
infraconstitucionalmente o princípio do melhor interesse, tem-se, em seus artigos 98 e 100, as
medidas de proteção à criança e ao adolescente que se baseiam em “I - condição da criança e
do adolescente como sujeitos de direito; II - proteção integral e prioritária; III -
responsabilidade primária e solidária do poder público; IV - interesse superior da criança e do
adolescente; [...] VII - intervenção mínima; [...] IX responsabilidade parental; X -
prevalência na família [...]”19, sendo elas “aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos
nesta Lei forem ameaçados ou violados: I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; III - em razão de sua conduta”20.
Portanto, a suspensão do vínculo familiar pela autoridade competente para proteção
da criança inclui medidas de prestação de serviços de assistência social, de saúde, e de
educação que, por sua vez, preveem o acolhimento institucional e a inclusão em programas
17
HARTUNG, op. cit., cap. 5, p. 417.
18
HARTUNG, op. cit., cap. 5, p. 417.
19
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, DF. Presidência da República, 13 jul. 1990.
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 28 de nov. 2023.
20
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, DF. Presidência da República, 13 jul. 1990.
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 28 de nov. 2023.
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de acolhimento familiar. Não obstante, trata-se de “medidas provisórias e excepcionais”21, já
que a prevalência na família (prevalência às medidas que mantenham ou reitegrem a criança
na sua família natural); a intervenção mínima (autoridades e instituições devem intervir
somente quando sua ação for indispensável à efetiva promoção dos direitos e proteção da
infância e da adolescência); e o interesse superior (intervenção deve atender prioritariamente
aos interesses da criança e do adolescente) não apenas são critérios definidos por lei, mas
também atuam como princípios que devem orientar quaisquer decisões relativas à criança e
ao adolescente, sobretudo aquelas que discorrem sobre uma interferência tão expressiva como
é a destituição do vínculo da família. Daí se infere que tal hipótese, por sua gravidade, deve
ser cogitada como última possibilidade de garantia ao melhor interesse infantojuvenil.
21
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, DF. Presidência da República, 13 jul. 1990.
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 28 de nov. 2023.
12
4. RESULTADOS
13
5. CONCLUSÃO
14
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Código de Processo Civil. Brasília, DF, Presidência da República, 16 mar. 2015.
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm.
Acesso em: 28 nov. 2023.
ROSSATO, Luciano Alves; LÉPORE, Paulo Eduardo; CUNHA, Rogério Sanches. Estatuto
da Criança e do Adolescente: Lei n. 8.069/90 - Comentado artigo por artigo. Publicação de:
Saraivajur. Brasil, 2018. 10ª edição, cap. 1, p. 60-61.
GUEDES, Silmara Regina; ACOSTA, Matheus Vinicios; COSTA, Luciano Lima. Cartilha
Direitos & Deveres. Publicação de: Secretaria de Estado de Justiça, Família e Trabalho.
Cense Santo Antônio da Platina. Paraná, ago. 2020. Disponível em:
https://coronavirus.tjpr.jus.br/documents/116858/36369873/Cartilha+Direitos+e+Deveres.pdf
/ad8dc559-eef2-8052-5bb3-4795c84069f3. Acesso em: 28 nov. 2023.
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HARTUNG, Pedro Affonso Duarte. Levando os Direitos das Crianças a Sério: a absoluta
prioridade dos direitos fundamentais e melhor interesse da criança. Tese (Doutorado em
Direito do Estado) - Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.
Publicação de: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP. cap. 5, p. 413 e 417.
doi:10.11606/T.2.2019.tde-04092020-174138. Disponível em:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2134/tde-04092020-174138/publico/5953955_T
ese_Original.pdf. Acesso em: 30 de nov. 2023.
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