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Dimensionamento de

Pavimentos Rígidos

Análise de Tráfego

Determinação do número “N”


N

Eng. DALTER PACHECO GODINHO, M.Sc.

Necessidade de se conhecer o tráfego

afetam a qualidade de pavimentos flexíveis


características do tráfego
afetam a qualidade de pavimentos rígidos

 Solicitações acima das previstas em projeto podem ocasionar degradações como


deformações permanentes, trincas e perda de material da superfície de rolamento.

 A avaliação do desempenho estrutural de pavimentos flexíveis deve considerar:


– deformações plásticas ou permanentes
 observadas nos afundamentos das trilhas de roda, ocasionados por dois
tipos distintos de solicitações, a compressão e o cisalhamento
 esforços de compressão geram o adensamento dos materiais
constituintes das camadas dos pavimentos
 esforços cisalhantes geram movimentos laterais de uma ou mais
camadas

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– deformações elásticas ou resilientes:
 ocasionadas pela repetição das cargas, que gera as trincas por fadiga.
 em condições normais, a camada de concreto asfáltico tende a voltar a
sua posição original após o término do carregamento, recuperando parte
considerável da deformação sofrida.
 entretanto, quando ocorrem deformações cíclicas sob cargas repetidas,
o concreto asfáltico sofre o fenômeno de fadiga.

 A avaliação do desempenho estrutural de pavimentos rígidos deve considerar:


– deformações plásticas ou permanentes
 Não ocorrem trilhas de roda.
 esforços de compressão geram o adensamento dos materiais constituintes
das camadas dos pavimentos, com muito menor intensidade do que nos PF.
– deformações elásticas
 em condições normais, a camada de concreto tende a voltar a sua posição
original após o término do carregamento (rigidez).
 entretanto, quando ocorrem deformações cíclicas sob cargas repetidas, o
concreto sofre o fenômeno de fadiga.

Cargas Rodoviárias e Tráfego

 Veículo padrão (CASO DE PAVIMENTOS FLEXÍVEIS)


– surgiu em virtude da heterogeneidade do tráfego
– serve de referência aos demais carregamentos
– o tráfego dos diferentes tipos de veículos pode ser expresso em termos do
número equivalente de solicitações do eixo padrão
– eixo padrão = eixo simples com rodas duplas de 8,2 tf

 Problemas para estimativa do tráfego


– falta de controle da pressão de inflação de pneus dos veículos comerciais
– pressão de inflação vigente = 80 psi = 5 62 Kgf/cm2
5,62
– pressão de inflação utilizada na prática = em torno de 100 psi = 7,03 Kgf/cm2
– a conseqüência é a alteração da distribuição de tensão, causada pelo
aumento da pressão de contato, que é admitida como igual à pressão de
inflação do pneu

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Tráfego e seus componentes
 veículos de passeio
 caminhões leves: 2 eixos simples, ambos com rodas simples
 caminhões médios: 2 eixos simples, rodas traseiras duplas
 caminhões pesados: 2 eixos, traseiro em tandem
 reboques e semi-reboques: outras combinações
 ônibus: equivalente a caminhões leves

Tipo de eixo Limite legal Configuração


(por eixo)
Simples – rodas simples
Ex.: caminhões leves
, t
6,0

Simples – rodas duplas


Ex.: caminhões médios
10,0 t

Tandem duplo
Ex.: caminhões pesados
17,0 t

Tandem triplo
Ex.: semi-reboque

25,5 t

Usual: Tandem duplo


modificado com eixo retrátil
à frente
f t ou atrás.

Outras combinações
Ex.: reboques e semi-reboques

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Classificação de
veículos adotada pelo
DNER

Características dos Veículos

– Classificação segundo o grau de divisibilidade

 Veículo unitário

 Veículo composto ou combinado

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Peso dos Veículos
– Componentes do peso de veículos
Peso total = peso do veículo + peso da carga
– Nomenclatura do Peso de Veículos Rodo-Ferroviários
P
Peso útil : peso d
da carga
Lotação (L) : peso útil máximo
Tara (T) ou Peso morto : peso do veículo sem carga, com tanque cheio e
operadores a bordo
Peso Bruto Total (PBT) : peso útil + tara de um veículo unitário
PBT máximo : lotação + tara
P
Peso B
Bruto
t TTotal
t lCCombinado
bi d (PBTC) : peso útil + soma d
das ttaras d
das
unidades da combinação
PBTC máximo : lotação + soma das taras

Peso dos Veículos

Tara = 8t

Caminhão Unitário – Lotação = 15t


Trucado
(3C)
6t 17t PBT = 23t
máx

Tara = 15t
Unitário + Reboque
( Romeu e Julieta) Lotação = 28t
(3C2)

6t 17t 10t 10t PBTC = 43t


máx

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Peso dos Veículos

Tara = 15,5t

Semi-reboque Lotação = 29,5t

(3S3)

PBTC = 45t
25,5t 17t 6t PBTC
PBTC = 45t= 48,5
máximo

Tara = 32t
Rodotrem
Lotação = 42t

6t 17t 17t 17t 17t PBTC = 74t


máx

Peso dos Veículos

Tara = 23t
Bi-trem
Lotação = 34t

17t PBTC = 57t


17t
6t 17t máx

Tara = 28t

Lotação = 46t
Bi-trem

25,5t 25,5t PBTC = 74t


17t 6t
máx

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Composição do tráfego para dimensionamento de um pavimento
 É baseada no volume diário médio (VDM) de veículos, no ano médio do período
de projeto, adicionando-se uma taxa de crescimento de tráfego
– Lembra-se que VDM é o número de veículos que circulam em uma estrada
durante um ano, dividido pelos dias do ano
 Taxa de crescimento: baseada no crescimento histórico do mesmo trecho ou
região em estudo (quando faltam dados, utilizar taxa de 5% ao ano)
 Exemplo: para um período de projeto de 10 anos, considerar o tráfego do 5º
ano, com os acréscimos anuais.

Classificação do tráfego
 Tráfego leve: menos de 50 veículos comerciais por dia
 Tráfego médio: entre 50 e 300 veículos comerciais por dia
 Tráfego pesado: de 300 a 2000 veículos comerciais por dia
 Tráfego muito pesado: acima de 2000 veículos comerciais por dia

PAVIMENTO FLEXÍVEL

 O número de solicitações é expresso por:

N  (% v) . Vt . FE v . FR

 Em que:

N = número de solicitações do eixo padrão


Vt= volume total de tráfego, no ano médio do período de projeto, em veículos/dia
(em um sentido)
% v = porcentagem do tipo de veículo
FEv = fator de eixo por tipo de veículo
FR = fator climático regional

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PAVIMENTOS RÍGIDOS E FLEXÍVEIS
 Cálculo do Tráfego (VDM)
– Crescimento linear
VDM f  VDM 0 . [ 1  ( p  1) . t / 100]
Onde
VDMf = volume diário médio de tráfego no último ano do período de
projeto (veículos/dia)
VDM0 = volume diário médio de tráfego no início do primeiro ano do
período de projeto (veículos/dia)
p = período de projeto, em anos e
t = taxa anual de crescimento do tráfego

VDM f  VDM 0 VDM 0 [ 2  ( p  1) . t / 100]


VDM m  VDM m 
2 2
volume diário médio de tráfego, no ano médio do período de projeto (veículos/dia)

Vt = volume total de tráfego, no ano médio do


período de projeto, em veículos/dia (em um sentido)
Vt  365 . p . VDM m

PAVIMENTOS RÍGIDOS E FLEXÍVEIS


– Crescimento geométrico
 No caso de crescimento geométrico, a curva que representa o
crescimento do tráfego é uma parábola que possui a seguinte forma
geral:
VDM f  VDM 0 (1  t / 100) p 1
Onde
VDMf = volume diário médio de tráfego no último ano do período de
projeto (veículos/dia)
VDM0 = volume diário médio de tráfego no início do primeiro ano do
período de projeto (veículos/dia)
p = período de projeto, em anos e
t = taxa anual de crescimento do tráfego, em %

Vt = volume total de tráfego, no ano


365 . VDM 0 [(1  t / 100) p  1]
médio do período de projeto, em Vt 
veículos/dia (em um sentido) t / 100

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PAVIMENTOS RÍGIDOS E FLEXÍVEIS

 O tráfego considerado para efeito de projeto é o da faixa mais solicitada


 Porcentagens de veículos comerciais (em relação ao tráfego comercial
nos dois sentidos) na faixa de trânsito tomada para o projeto:
– Na falta de dados mais precisos, são fornecidas as seguintes
indicações:

Estimativa de percentual de veículos na faixa de projeto

Número de faixas de tráfego % de veículos comerciais na


(dois sentidos) faixa de projeto
2 50
4 35 a 48
6 ou mais 25 a 48

PAVIMENTOS RÍGIDOS
VOLUME DE TRÁFEGO – CÁLCULO DE “N”
V0 = volume diário inicial
t = taxa anual de crescimento (exemplo: 3 % = 0,03)

p = pe
período
odo de p
projeto
ojeto
Vp = volume diário final
Vm = volume médio diário durante o período de projeto

t (taxa de crescimento) = razão da PA ou PG

PA - progressão
p g aritmética V p  V0   1   p  1   t 


PG - progressão geométrica V p  V 0  (1 + t) p 1

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PAVIMENTOS RÍGIDOS

VOLUME DE TRÁFEGO – CÁLCULO DE N

V0  Vp
Spa = soma da PA Spa  p
2

V0 (1
( + t/100))
p

1
Spg = soma d
da PG Spg 
t/100

PAVIMENTOS RÍGIDOS

VOLUME DE TRÁFEGO – CÁLCULO DE N


Exemplo Prático
V0 = 2000 veículos/dia

5%

25 %

55 %

15 %

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PAVIMENTOS RÍGIDOS

VOLUME DE TRÁFEGO – CÁLCULO DE N

t = 3 % a.a
a a em p.a.
pa

p (período de projeto) = 20 anos

Vp = 3.140 veículos/dia

Vm = 2
2.570
570 veículos/dia
í l /di …..……………(= (Vp + Vo) / 2)

Nv = 365 x p x Vm = 18.761.000 veículos

PAVIMENTOS RÍGIDOS

VOLUME DE TRÁFEGO – CÁLCULO DE N

Solicitações de eixos

N2C = 0,05 x Nv x Fe = 1.876.100

N3C = 0,25 x Nv x Fe = 9.380.500

N2S3 = 0,55 x Nv x Fe = 30.955.650

N3S3 = 0,15 x Nv x Fe = 8.442.450

NET = 50.654.700  5,1 x 107

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PAVIMENTOS RÍGIDOS

VOLUME DE TRÁFEGO – CÁLCULO DE N


Eixos Simples
N3C 2  N2 S 3 N
N2C    3S 3  30.017.600
30 017 600
2 3 3
Eixos Duplos
N3C N
 3S 3  7.504.400
2 3
Eixos Triplos
N2S 3 N
 3S 3  13.132.700
3 3
NET = 50.654.700  5,1 x 107

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