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Maquinas Motrizes

Tratores – Os tratores produzem energia necessária para tracionar ou empurrar


quase todas as máquinas operatrizes.

É uma máquina básica da terraplenagem. Podem ser montadas sobre esteiras


ou rodas pneumáticas.

Trator de esteira – indicados para trabalhos pesados. Baixa velocidade –


máxima 10 km/h

Trato de pneus – mais leves – indicados para serviços de pavimentação,


Velocidade -60-70 km/h.

Pressão da esteira no solo

0,5 a 0,8 kg/cm2

Desvantagem – baixa velocidade

Pressão de roda

3,0 a 6,0 kg/cm2

Características

Dados que interessam na avaliação da capacidade, rendimento e operação das


maquinas. Em geral constam nos catálogos:

1- Peso total, em toneladas (P)


2- Número de marchas
3- Velocidade em cada marcha (km/h)
4- Potencia na barra de tração (Hp)
5- Força de tração (F) em cada marcha (kg).

Os valores dos catálogos valem até 900 m acima do nível do mar. Para
altitudes maiores, há uma redução de 3% cada 300 m.

6 – Fator de rendimento (R) em kg/ton.

F ( força de tração)
Rend = em kg/ton
P( peso total)
Rendimento é a força de tração por unidade de peso.

7 – Rampa máximas (imax) em %, dependem:


→ Superfície do terreno
→ Fator de rendimento (força de tração por unidade de peso)
→ Sistema de tração.
Em subida

Rend−r
is=
10

Em descida

r
id=
10
F
Rend = (kg/ton) → rendimento
P
r → resistência do terreno ao deslocamento (kg/ton). → tabelado
is → rampa de subida
id → rampa de descida

Tratores – Resistência do terreno ao deslocamento em kg/ton (r)

Tipo de superfície Sobre Sobre pneus de Sobre pneus de


esteiras alta pressão com baixa pressão
mancais de com mancais de
rolamento rolamento
Concreto uniforme 27,5 71,5 22,5
Terra compactada, 28 22 20
superfície regular
Macadame 32,5 32,5 27,5
Terra solta, seca 40 35 35
Terreno sem arar 55 75 40
Terreno arado, seco 65 95 45
Estrada de terra sulcada 80 105 90
ou lamacenta
Areia de cascalho, soltos 90 138 120
Estrada muito lamacenta, 112 174 160
com superfície irregular e
pegajosa
Relação tração na barra x velocidade
Retardador → Dispositivo de frenagem hidráulica usado em rampas
descendentes longas para poupar os freios normais das rodas das maquinas.
Consiste num conjunto de palhetas (rotor) fixadas no eixo da turbina colocada
numa carcaça fechada que possui outro conjunto de palhetas em volta do eixo
motriz.
Por um comando do operador, abre-se a válvula que permite o enchimento da
câmara de óleo. O rotor através de suas palhetas impulsiona o óleo que
encontra resistência nas palhetas da carcaça, limitando a velocidade do
equipamento nas descidas.
Apenas limita a velocidade de descida a uma velocidade compatível com a
segurança.

Locomoção dos Equipamentos de Terraplenagem

Para sua movimentação, nos mais variados tipos de terreno, nas mais variadas
condições de altitude e inclinação do terreno, as maquinas devem vencer
resistências que se opõem ao movimento
Para a movimentação de um equipamento para frente em uma trajetória
retilínea, sobre um terreno plano:

Er – ΣR = m x a (2ª lei de Newton)

Er → esforço trator na roda motriz

ΣR → somatória das resistências que opõem ao movimento

m → massa da maquina

a → aceleração

Podem ocorrer três hipóteses

dv
→Er – ΣR = m x a > 0 a= > 0 aceleração
dt

dv
→Er – ΣR = m x a = 0 a= = 0 velocidade uniforme e máxima
dt

dv
→Er – ΣR = m x a < 0 a= < 0 desaceleração
dt

Na primeira, aceleração da máquina, aumento da velocidade;

Na segunda velocidade constante (movimento uniforme) e atingira o valor


máximo (Vmax) e temos Er – ΣR = m x a = 0 → Er = ΣR é quando os esforços
resistentes são iguais a força motriz.
Na terceira as forças resistentes superam a força motriz, temos uma
desaceleração (frenagem).

As resistências que se opõem ao movimento são:

→ Resistencia ao rolamento

→ Resistencia de rampa

→ Resistencia de inercia

→ Resistencia do ar

Resistencia ao rolamento

É a menor força horizontal que pode iniciar o movimento, sobre uma superfície
plana, horizontal, continua e indeformável.

Essas forças resistentes são:

- Atrito interno gerado nos mancais ou rolamentos dos eixos

- Atrito nos dentes das engrenagens das transmissões

Ou seja, resistências internas

No caso dos veículos temos ainda;

- Atrito gerado na superfície de contato (pneu x terreno), devido a


deformação das paredes laterais causadas pela flexibilidade da borracha.

Para o cálculo dessa resistência consideramos duas parcelas:

a) A primeira leva em conta a força horizontal mínima que provoca a


movimentação da máquina, montada sobre pneus. É estimada em 2%
do peso total da maquina

2% P = 0,02 P

b) A segunda leva em conta as deformações do terreno


É estimada em 0,6% do peso total da máquina para cada centímetro de
afundamento (e)
0,6% x P x e = 0,006 P x e

Podemos escrever:

Rr = 0,02 x P + 0,006 x P x e
0,02 é associado a 20 kg/ton.
0,006 é associado a 6 kg/ton.

Rr = 20 x P + 6 x P x e
Rr = P (20 + 6 x e)
Rr → resistência ao rolamento (kg)
P → peso total do equipamento (t)
e → afundamento (cm)

(20 + 6 x e) = K → coeficiente que é função do afundamento e

Rr = P (20 + 6 x e)

Rr = P x K

Coeficiente de rolamento para vários tipos de terreno e maquinas de


pneus

Superfície do terreno Afundamento e Coef. de


(cm) rolamento(kg/ton)
maquinas de pneus (K)
Revestimento em asfalto ou 0 20
concreto
Terra seca e firme 1,6 30
Terra seca, solta 3,2 ≈ 6,7 40 ≈ 60
Terra seca, arada 10 80
Aterros sem compactação 10 80
Areia seca e solta 13,3 100
Terra muito úmida e mole 23,3 160
Terra argilosa muito úmida 26,6 180

Na pratica não se considera resistência ao rolamento para tratores de esteira

Resistencia de rampa (Rp)

É a componente da força peso total da máquina, na direção e sentido contrário


ao movimento, quando a máquina sobe uma rampa.
Para pequenas inclinações senα ≈ tgα

i
Rp = P x tgα = P x
100

Sendo P em ton.
i em %
Rp em kg

i
Rp = 1000 x P x
100

Rp = ± 10 x P x i

- Em aclive o sinal da resistência de rampa será positivo


- Em declive terá sinal negativo, significando uma força ativa
denominada assistência de rampa.

Resistencia de inercia (Ri)

A resistência de inercia surge toda vez que o veículo sofre uma variação de
velocidade (ΔV) num certo intervalo de tempo (t).

Ri = m x a

m = massa do corpo

a = aceleração

Sendo ΔV → a variação da velocidade

t = tempo em que é feita

ΔV
a=
t
P=mxg

Temos então

P ΔV
Ri = ×
g t

Para;

P em ton.

ΔV em km/h

t em seg.

g = 9,8 m/seg2

1000 m
ΔV ΔV
Ri = 1000 kg (P) 3600 seg = 28,3 × P ×
× t
9 , 8 m/seg 2(g) seg (t )

ΔV
Ri = ± 28,3 × P ×
t

(+) ΔV = V2 – V1 > 0 → V2> V1 (aceleração)

(-) ΔV = V2 – V1 < 0 → V2 < V1 (desaceleração)

Resistencia do ar (Rar)

É dada pela expressão:

K'
Rar = × S × V2
13

Onde: K’ → coeficiente de forma, sensivelmente constante na faixa de o a 150


km/h

K’ entre 0,02 e 0,07

Para máquinas K’ = 0,07

S → área da seção normal a direção do movimento (m2)

V → velocidade de deslocamento (km/h)


Rar → resistência do ar (kg).

Exemplo: Calcular a resistência ao movimento, para uma máquina que pesa 30


toneladas, em movimento uniforme de 50 km/h, numa rampa i = + 10%, em
terreno que provoca afundamento de 3 cm. Projeção normal da máquina de 3,0
m2

Solução:

ΣR = Rr + Rp + Ri + Rar

Condições de Movimento

Para que as máquinas se movimentem, é preciso que se tenha as duas


condições de movimento

1ª Condição:

Er ≥ ΣR

Veículo parado, para iniciar movimento

Er > ΣR

Veículo em movimento

Er = ΣR

Veículo em movimento uniforme

2ª Condição

Er < Fa = Pm × f (se Fa > Er a máquina patina)

Pm → peso na roda motriz

f → coeficiente de atrito.

As duas condições podem ser representadas

ΔV K '
K × P ± 10 × P ×i± 28 , 3 × P × + × S ×V2 = ΣR ≤ Er < f× Pm
t 13

ΣR ≤ Er < f× Pm → Condições de movimento


Valores de aderência – atrito (f) Caterpillar - Brasil

Natureza da pista Coef. de aderência (f) Coef. de aderência (f)


Pneus (t/t) esteira (t/t)
Pavimento de concreto 0,90 0,45
Terra firme seca 0,55 0,90
Terra solta 0,45 0,60
Terra firme úmida 0,45 0,70
Areia seca e terra seca 0,20 0,30
úmida
Areia úmida 0,40 0,50

Natureza da pista Coef. de aderência (f) entre pneu e


(segundo Gabay) – (kg/ton).
Pavimento de concreto 880 – 1000
Argila seca 500 – 580
Argila molhada 400 – 490
Pavimento asfáltico seco 600
Pedregulho 360
Areia seca 200 - 350
Macadame seco 700
Pavimento úmido (inicio de chuva) 250
Pavimento lavado por água 400
Pavimento com óleo 200

Tratores – Resistência do terreno ao deslocamento em kg/ton. (f)

Tipo de superfície Sobre Sobre pneus de alta Sobre pneus de baixa


esteiras pressão com pressão com mancais
mancais de de rolamento
rolamento
Concreto uniforme 27,5 71,5 22,5
Terra compactada, 28,0 22,0 20,0
superfície regular
Macadame 32,5 32,5 27,5
Terra solta, seca 40,0 35,0 35,0
Terreno sem arar 55,0 75,0 40,0
Terreno arado, seco 65,0 95,0 45,0
Estrada de terra sulcada 80,0 105,0 90,0
ou lamacenta
Areia de cascalho, soltos 90,0 138,0 120,0
Estrada muito lamacenta, 112,0 174,0 160,0
com superfície irregular e
pegajosa
Diagrama tração x velocidade

Sem entrar no mérito quanto aos estudos mecânicos das maquinas


que para nós tem pouco interesse, tiramos dos catálogos das
maquina a representação do esforço trator, em função da
expressão:

No× ɳ
Er = 270 × V (No em Cv) ou

No× ɳ
Er = 274 × V (No em Hp)

Er → esforço trator em kg

No → potência no volante que passa às rodas (Hp ou Cv)

ɳ → coeficiente de rendimento mecânico

V → velocidade de deslocamento (km/h)

Estes diagramas tração x velocidade são importantes porque


permitem determinar a velocidade das maquinas, desde que seja
conhecida a somatória das resistências.
Exemplo: 1) qual a marcha que deverá ser usada num motoscrper
CAT 621, para uma rampa de 20%, num solo argiloso solto?

K = 50 kg/ton.

ɣs = 1,40 t/m3

Dados:

Peso próprio = 33,5 ton.

Carga coroada = 23 m3

Diagrama tração x velocidade

Peso próprio + peso da carga = Peso total (Pt)

Pt = 33,5 + 23 x 1,4 = 65,7 ton.

Peso na roda motriz = 53% do peso total.

ΔV = 0 (velocidade constante)

Solução dos exercícios


Aderência

Até agora admitimos aderência perfeita e vimos que para iniciar o


movimento precisamos vencer as resistências que se opõem ao
movimento e que haja aderência entre as rodas motrizes (ou
esteiras) e a superfície de rolamento (para que a máquina não
patine).

Admitindo-se:

Aplicando-se um esforço Er no ponto O, desenvolve-se no ponto C


um esforço igual e de sentido contrário E’r.

Essas forças iguais e contrarias geram o binário motor Cm, pois


sendo Er = E’r a resultante é nula.

Sendo ΣR a somatória das resistências que se opõem ao


movimento a primeira condição é que:

Er > ΣR → 1ª condição de movimento.

Por outro lado, o esforço E’r gera uma resistência Fa tangencial à


superfície e que é igual a E’r (oposta)

O conjugado [Cm] = [Er × r] = [Fa × r]

Aumentando Cm → aumenta Er para r constante.

Chamando de f o coeficiente de atrito (aderência) entre rodas e


superfície de rolamento temos:

Fa
Fa = f x Pm ou f = Pm onde:

Pm → peso sobre a roda motriz

f → coeficiente de atrito
Assim sempre que Er > Fa a máquina patina (2ª condição de
movimento), portanto

Er < Fa = f x Pm → 2ª condição de movimento

Assim temos:

1ª Condição:

Er > ΣR

2ª Condição

Er < Fa = P m × f

Portanto:

ΣR ≤ Er < Fa = Pm × f

Distribuição das cargas nos equipamentos de pneus

Esses dados são fornecidos pelos fabricantes, nas especificações


técnicas (máquina vazia e carregada)

Exemplos;

Moto scraper com rebocador de um eixo (CAT 631)

Vazio P1 = 67% Pm

P2 = 33%

Carregado P1 = 53% Pm

P2 = 47%

Moto scraper com motor traseiro (CAT 627)

Vazio P1 = 59% Pm

P2 = 41%

Carregado P1 = 48% Pm
P2 = 52%

Caminhão fora de estrada (CAT 769)

Vazio P1 = 49,6%

P2 = 50,4% Pm

Carregado P1 = 33,3% Pm

P2 = 66,7% Pm

Na falta de dados do fabricante, pode-se admitir, com o veículo


carregado:

2
P1 ou P2 = Pm = 3 do peso total

Exercício: Sendo dados de uma máquina

Peso total da máquina → 50 ton.

Rampa ascendente → 20%

Área da seção transversal → 6 m2

Velocidade → 40 km/h

Coeficiente de rolamento → K = 40 kg/ton.

Pede-se: Qual o esforço trator mínimo a ser desenvolvido pela


máquina para manter o movimento uniforme?

Solução:

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