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GRELHA DE TÓPICOS DE CORREÇÃO

TIPO DE PROVA: Exame de Recurso DATA: 14/07/2021 18 h

ANO LETIVO: 2020 / 2021 2.º SEMESTRE

1.º CICLO EM Direito

UNIDADE CURRICULAR: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO - 1.º ANO

Duração da prova: 1h00 (sem tolerância)

OBSERVAÇÕES

Deve ler atentamente todo o enunciado da prova antes de começar a responder.


A ponderação da prova é de 100 % para a parte escrita.

I
(5 valores)

Assinale com um círculo a afirmação que considera correta:

1 – De acordo com a Carta das Nações Unidas:


a) Os Princípios fundamentais não são normas absolutas; (1 valor- correta)
b) Os novos membros, para serem eleitos, não precisam da aprovação do Conselho de
Segurança;
c) A expulsão e suspensão de membros pode não depender de parecer favorável do
Conselho de Segurança.

2 - Na história do Direito Internacional:

IMP.GE.92.0
a) Francisco Suarez não participou nas negociações da paz de Westfália, apesar de ter
defendido a guerra preventiva desde que seja feita para assegurar a paz; (1 valor- correta)
b) Grócio defendeu a doutrina do mare clausum;
c) Francisco Vitória defendeu o conceito de Guerra Justa.

3 – O costume internacional é uma fonte de Direito Internacional que:


a) É composta por um “corpus” (prática geral, reiterada e uniforme) e um “animus”
(convicção de que tal prática não é obrigatória);
b) Não passou por momentos de crise internacional, dando lugar a uma preferência ao
direito convencional.
c) O costume começa a vigorar a partir do momento em que se forma a opinio iuris e
deixa de vigorar quando se perde o convencimento da sua obrigatoriedade. (1 valor-
correta)

4 - Mundo Bizantino, Mundo Arábe, Paz de Wesfália


a) No mundo bizantino a sacra ou pragmática eram as cartas credenciais que os
Imperadores dotavam os seus enviados especiais;
b) Pelo muwada’a autoriza-se a celebração de tratado com infiéis sempre que seja
necessário e útil e por um período limitado de tempo. (1 valor- correta)
c) A Paz de Westfália foi celebrado antes dos Descobrimentos portugueses e tinha como
objectivo estabelecer a paz entre o mundo cristão e o mundo árabe, consagrando a
coexistência entre a teoria da soberania e a fé religiosa.

5 - As normas de jus cogens:


a) se forem contrariadas por um tratado não geram a nulidade desse tratado.
b) se forem contrariadas por um tratado geram a ineficácia desse tratado;
c) só podem ser derrogadas por outras normas com a mesma natureza; (1 valor- correta)

IMP.GE.92.0
II
(6 valores)

No quadro das invalidades dos Tratados, indique, os tipos de invalidades correspondentes a


cada vício e, de seguida, relacione os efeitos das invalidades com a sanação dos diferentes
vícios.
Resposta:

O aluno deve elaborar um texto que foque no seguinte:


- Identificação e caracaterização dos tipos de invalidades (2,5 valores)
▪ Vícios formais: Ratificações imperfeitas, Excesso de poder do representante do Estado
▪ Vícios substanciais: erro, dolo, corrupção e a coerção
- Relação dos efeitos das invalidades com a sanação dos diferentes vícios (2,5 valores)
- Utilização adequada de artigos da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (1
valor)

III
(9 valores)

Os Estados A, B e C celebraram um tratado de aliança para defesa comum.

Verificando-se um ataque do Estado E ao Estado A, este solicita aos demais Estados

partes nesse tratado auxílio para repelir esse ataque de E.

O Estado C recusa auxiliar o Estado A, não colaborando na defesa deste Estado.

O Estados B colabora na defesa de A e o ataque é repelido.

A pretende a responsabilização de E por recurso à força e este contesta dizendo que,

com esse recurso pretendia levar A a cumprir as obrigações que para ele decorriam de

um tratado em vigor entre os dois Estados; e também a responsabilização de C por não

ter colaborado na sua defesa, ao que este responde não ter cometido qualquer ilícito.

IMP.GE.92.0
A questão da possível responsabilização do Estado E é levada ao Conselho de

Segurança, onde é apresentada à votação um projeto de resolução. A votação conseguiu

10 votos favoráveis (entre os quais, os da China, da Rússia e da França), 4 abstenções

(entre as quais as dos Estados Unidos da América e a do Reino Unido da Grã-Bretanha

e Irlanda do Norte) e um voto contra.

Diga, justificando sucintamente a sua resposta, se:

a. O Estado E tem razão na sua argumentação e qual instituto jurídico em causa;

-indicar que o Estado E não tem legitimidade (1valor)


- Explicar que o não cumprimento de uma obrigação internacional não justifica o
recurso à força. Só a legítima defesa constitui uma exceção ao princípio do uso da força
e por isso o recurso à força neste caso é ilícito. (1valor)
- indicar os Artigo 52.º, e 2.º n.º 4 CNU (1valor)

b. O projeto de resolução do Conselho de Segurança foi aprovado ou não;

-indicar que o Projeto foi aprovado (1 valor)


- indicar a maioria necessária (1 valor)
- indicar disposições CNU (1 valor)

c. Com a sua recusa em auxiliar o Estado A o Estado C cometeu algum ilícito.


- Os três Estados são partes de um tratado de aliança para defesa comum. Trata-se
de uma obrigação essencial ao próprio tratado. Deste modo, se A é atacado, C
era obrigado a prestar este apoio. Temos o exemplo do Tratado Nato, que obriga
os Estados membros a auxiliar o Estado membro atacado. O não cumprimento
do dever de auxílio constitui assim a violação de uma obrigação internacional,
prevista num tratado, que dá lugar à responsabilidade do Estado por factos
internacionalmente ilícitos. (2 valores)
- Indicar artigos PARI(1 valor)

IMP.GE.92.0

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