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Direito Internacional Público – questões

1. Os princípios fundamentais são normas absolutas que não preveem


exceções?

Falso. Os princípios fundamentais consagrados no artigo 2º da CNU (Carta das


Nações Unidas) possuem exceções. Nomeadamente, o princípio da proibição do uso
da força (artigo 2º, nº 4), que possui a sua exceção no artigo 51º da mesma carta,
permitindo o recurso à legítima defesa, e o princípio da proibição de ingerência da
ONU nos assuntos internos de um Estado (artigo 2º, nº 7), que tem as suas exceções
estabelecidas nos artigos 41º e 42º da CNU.

2. A expulsão de membros depende de parecer favorável do Conselho de


Segurança e aprovação da Assembleia Geral?

Art. 6º CNU – A expulsão de membros é realizada pela Assembleia Geral,


mediante recomendação do Conselho de Segurança.

Os novos membros, para serem eleitos, precisam da aprovação do


Conselho de Segurança?

Art. 4º CNU – A admissão de qualquer Estado será efetuada por uma decisão
da Assembleia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança.

3. O aman traduzia-se na incorporação dos infiéis no Islão, através da


suspensão da guerra santa e dos efeitos desta?

Não. O aman traduz-se na concessão de segurança do qual resulta a suspensão


da Guerra Santa e dos efeitos desta por um certo período. (Pág. 60 do livro Direito
Internacional Público do prof. Doutor Vladimir Brito)

4. Pelo muwada’a autoriza-se a celebração de tratado com infiéis sempre que


seja necessário e útil e por um período limitado de tempo?

Sim. (Pág. 60)

5. Tanto nas questões procedimentais como nas questões não procedimentais,


existe direito de veto dos membros não permanentes?
Não. O direito de veto é apenas exercido pelos “permanent five”, os membros
permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, Estados Unidos,
França, Rússia e Reino Unido.

6. Tanto as questões procedimentais como as questões não procedimentais


são aprovadas com o voto afirmativo de 9 membros?

Sim. (Pág. 381).


7. O fundamento sociológico do Direito Internacional Público assenta nos
seguintes vetores/diretrizes:
Soberania, guerra e relações sócio - económicas internacionais. (Págs. 19 a 25)

8. A Santa Aliança inspirada pelo Czar da Rússia e nela participaram a Rússia,


a Prússia, a Áustria e, mais tarde, a França e a Inglaterra mantêm e
asseguram o status quo (status quo significa “o estado que as coisas se encontravam
antes da guerra”) do saído do Congresso de Viena?

Não. A Santa Aliança vai, posteriormente, desaparecer. (Pág. 46)

9. A Paz de Westfália pôs termo à Guerra dos 30 anos?

Sim. (Pág. 41)

10. O Tratado de Utrech foi celebrado entre a Suécia e a Rússia e pôs fim à
hegemonia Sueca no Báltico?

Não. O Tratado de Utrech (Pág.42) pôs fim à guerra de sucessão do trono espanhol.

11. Explique resumidamente a importância da Paz de Westfália, indicando a


data em que foi celebrado o tratado que pôs termo aos conflitos bélicos
entre os Estados europeus de diferentes religiões.

A Paz de Westfália, tratado celebrado em 1648, surge como um importante


marco no quadro político europeu na medida em que consagra a coexistência entre os
Estados protestantes e católicos e em que irá permitir o célebre princípio do equilíbrio
europeu.

12. No mundo bizantino a sacra ou pragmática eram as cartas credenciais que


os Imperadores dotavam os seus enviados especiais?

Sim. (Pág. 39)

13. A Paz de Westfália foi celebrado antes dos Descobrimentos portugueses e


tinha como objetivo estabelecer a paz entre o mundo cristão e o mundo
árabe, consagrando a coexistência entre a teoria da soberania e a fé
religiosa?

Não. Os Descobrimentos portugueses ocorreram entre 1415 e 1543 e a Paz de


Westfália foi celebrada em 1648. Entretanto, o objetivo da Paz de Westfália

14. A dimma é a suspensão da guerra santa para se reconhecer aos cristãos e


aos judeus do privilégio de celebrar tratados com respeito pelos cânones
do Islão?
Não. A dimma traduz-se na incorporação dos infiéis no Islão mediante o pagamento de
um tributo. (Pág. 60)
15. Para Suarez a guerra justa é aquela que tem por objetivo repor a justiça
violada e é um dever do estado fazê-la?

Sim. (Pág. 71)

16. Francisco Suarez não participou nas negociações da paz de Westfália, mas
defendeu a guerra preventiva desde que seja feita para assegurar a paz?

Correto.

17. As normas jus cogens só podem ser derrogadas por outras normas com a
mesma natureza?

Sim. (Pág. 249)

18. Para Vitória o direito das gentes é um direito exclusivo do mundo Cristão?

Não. Vitória define o direito das gentes como um direito comum ao género humano.
(Pág. 67)

19. Para Francisco Vitória a guerra justa é aquela que assegura exclusivamente
a paz entre os príncipes da Respublica Christina?

Não. Para Vitória, a guerra justa deve estar submetida aos princípios do direito
e defende que toda a guerra justa deve ser defensiva e ofensiva desde que seja feita
para assegurar a paz a toda a comunidade internacional. (Pág. 69)

20. A síntese grociana leva ao aparecimento da escola positivista?

Sim. (Pág. 78)

21. Para Binershoek no campo do direito marítimo a soberania estatal pode


impor-se o mesmo onde não é efetiva?

Não. Bynershoek vai defender, no campo do direito marítimo, que a soberania estatal
não pode impor-se onde não é efetiva. (Pág. 78)

22. Para Moser, no quadro do positivismo, devemos perguntar aos Estados


como devem comportar-se entre si e nunca dizer quais são as regras que
observam nas suas relações?

Não. Para Moser, o Direito Internacional não tem de perguntar como devem
comportar-se os Estados entre si, mas dizer quais são as regras que observam nas suas
relações. (Pág. 78)
23. Vychinsky critica a teoria da cooperação e luta para caracterizar a realidade
internacional?

Não. Vychinsky vai lançar a ideia de cooperação e luta, para caracterizar a realidade
internacional e para, com base nela, definir o Direito Internacional como um conjunto
de normas que regulam as relações entre os Estados no processo de luta e de
cooperação entre estes. (Pág. 81)

24. Grócio e Puffendorf fazem parte da Escola Hespanhola do Direito


Internacional?

Não. Apenas Grócio (pg 72), Puffendorf é um catedrático de Direito Natural e das
Gentes (pg 77).

25. Explique sucintamente em 30 linhas a teoria jusnaturalista do filósofo


inglês Hobbes sobre o pacto que permite o homem sair do estado da
natureza, que era o bellum omnium contra omnes, e criar através desse
pacto a sociedade política.

Segundo Hobbes, o Estado da Natureza é um estado de guerra e de amargura


permanente. É um Estado onde reina a bellum omnium contra omnes (traduzindo: a
guerra de todos contra todos), por todos os homens serem iguais por natureza e dessa
igualdade resultar a desconfiança e o egoísmo, que leva a que cada um pense só no
seu bem-estar e na sua autoconservação. Assim, os homens, para a sua
autoconservação, necessitam da paz e da segurança, que só podem encontrar se entre
eles estabelecerem um pacto através do qual transferem para o Estado certos direitos
por forma a que ele possa garantir a paz e a segurança. Deste modo, de forma
a concretizar estes objetivos, Hobbes acredita que a humanidade opta por um
contrato social, abdicando de certas liberdades em troca de uma convivência
pacífica em sociedade. (Pág. 76)

26. Explique sucintamente em 30 linhas a diferença da teoria de Hobbes acima


indicada com a de Puffendorf.

Por outro lado, Puffendorf defende, ao contrário de Hobbes, que o Estado de


Natureza é um estado pacífico. Para o filósofo, são motivações egoístas que levam à
criação de um Estado, através de três pactos: um que põe fim ao Estado Natureza e
cria a sociedade para melhor conseguir a segurança e a paz; outro seria o pacto que
estabeleceria a forma de governo; e o terceiro é o que estabelece a submissão dos
homens ao soberano.

27. Descreva em 400 palavras a teoria de Francisco Vitória sobre a guerra e diga que
questões formula nessa teoria e como responde às mesmas

Francisco Vitória, na sua teoria da guerra,


28. Responda em 400 palavras a diferença da teoria de Hobbes com a de Puffendorf

Por um lado, Hobbes defende que o Estado de Natureza é um estado de guerra e de


amargura permanente, um Estado onde reina a bellum omnium contra omnes
(traduzindo: a guerra de todos contra todos),devido ao facto de todos os homens
serem iguais por natureza e dessa igualdade resultar a desconfiança e o egoísmo, que
leva a que cada um pense apenas no seu bem-estar e na sua autoconservação.
Assim, os homens, para a sua autoconservação, necessitam da paz e da segurança,
que só podem encontrar se entre eles estabelecerem um pacto através do qual
transferem para o Estado certos direitos por forma a que ele possa garantir a paz
e a segurança. Deste modo, de forma a concretizar estes objetivos, Hobbes
acredita que a humanidade opta por um contrato social, abdicando de certas
liberdades em troca de uma convivência pacífica em sociedade. Por outro lado,
Puffendorf defende que o Estado de Natureza é um estado pacífico. Para o filósofo,
são motivações egoístas que levam à criação de um Estado, através de três pactos: um
que põe fim ao Estado Natureza e cria a sociedade para melhor conseguir a segurança
e a paz; outro seria o pacto que estabeleceria a forma de governo; e o terceiro é o que
estabelece a submissão dos homens ao soberano.

29. Explique sucintamente a teoria da guerra justa defendida por Francisco Vitória e a sua
posição sobre o ius in bello

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