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TEORIAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS I - 2017.

27 DE OUTUBRO DE 2017

RESENHA 5
WIGHT, Martin (1946). A Política do Poder.
Capítulo 10: A Sociedade Internacional, p. 97-105.

A política internacional se difere da doméstica pela condição da anarquia internacional


(ausência de um governo comum), que condiciona a existência das relações internacionais, seja por
cooperação ou conflito, existindo um sistema diplomático, de direito internacional e instituições
internacionais, com valores, normas e objetivos comuns, que valem da existência de um sistema de
Estados soberanos, e assim, da Sociedade Internacional.
A Sociedade Internacional é caracterizada por: Estados; o número destes é variável ao longo
dos processos históricos, desde a Paz de Westfália; são considerados heterogêneos (território,
posição, recursos, população, cultura, sociedade); e podem existir por muito tempo (sobrevivência).
O Direito Internacional rege-se sobre/entre a sociedade de Estados soberanos, sendo o
direito interno composto por regras, direitos e deveres que moldam as características internas de um
Estado. Assim: os objetos do Direito Internacional são os Estados (personalidade internacional);
definindo os direitos e deveres comuns entre eles; formando, assim, o direito costumeiro entre as
partes envolvidas (tratados, convenções, costumes); não existindo uma legislação internacional, mas
a presença de tratados que podem comportar dois ou mais Estados com interesses gerais ou em
comum e a criação de órgãos internacionais para aqueles que os aceitarem; sendo executados pelos
próprios Estados; e, não possuindo uma jurisdição compulsória.
No âmbito internacional, considera-se a condição de direito da guerra, justa e injusta. No
século XVIII, o Direito Internacional passou a reconhecer a guerra como uma situação legítima
entre Estados, sendo considerada justa para cada parte. Mas, com a Convenção da Liga das Nações,
o direito da guerra foi modificado: qualquer ameaça/guerra era interesse para toda a Liga (art. 11),
sendo considerada perturbação da paz mundial, devendo ser impedida; e, os membros da Liga
deviam resolver seus conflitos através de meios pacíficos pois, se desrespeitassem a Convenção, era
considerado como recorrer a guerra contra todos eles e como falta de solidariedade moral.
O Pacto de Briand-Kellog (1928), foi assinado pela maioria das grandes potências
(mundiais) e, diante do direito da guerra, era a renúncia a esta como um instrumento de política
nacional. Essa condição não tornava toda a guerra ilegal, pois diante do Pacto de Paris, a guerra
ainda era considerada um ato de política internacional, para autodefesa (meio de legitimar a guerra).
Mas, quando os alemães descumpriram o Pacto de Briand-Kellog, a alegação dessa natureza diante
do Tribunal de Crimes de Guerra de Nuremberg foi rejeitada, sendo culpados por uma guerra
agressiva. Essa situação ocorreu pois o julgamento foi imposto/realizado pelos vencedores sobre os
vencidos da guerra (o que determina as partes interessadas, as autoridades diante da situação).
As instituições da Sociedade Internacionais têm diferente naturezas. A diplomacia negocia,
as alianças visam o interesse comum, o arbitramento resolve divergências, e a guerra é a decisão
final diante das divergências.

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