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TRABALHO 1

DIREITO CONSTITUCIONAL
Profa Gabrielle Bezerra Sales Sarlet

Informações relevantes

Trabalho em duplas (não será admitido mais integrantes)


Data da entrega – 05 de setembro (horário da aula)
Entrega do trabalho – Impresso
Mínimo 05 laudas e máximo 07 laudas (não contando com capa e com as referencias)
Vale zero a um ponto da nota da avaliação 1

Passo 1- Assistir a aula/palestra


Passo 2- Ler sobre o tema
Passo 3- Refletir sobre o tema e discutir com o colega
Passo 4- Relatoriar a aula, destacar pontos principais
Passo 5- Fazer correlações com a CF/88 e com as leituras que fizestes sobre o tema,
bem como com o conteúdo das aulas
Passo 6- Relatoriar/ escrever o resultado da pesquisa

Não será admitida copia e tampouco plagio


Cuidado para referenciar adequadamente

Aula Aberta ABDConst | Princípios e a teoria dos direitos fundamentais, por Ana Paula
de Barcellos

Acesso em: https://www.youtube.com/watch?v=S_K4R5XB41U

Alguns pontos de atenção durante a aula. Para pensar:

1. Direitos fundamentais são oponíveis apenas contra o Estado? Por quê?


2. De que forma o protagonismo do Judiciário fez com que a teoria dos princípios
ganhasse relevância e passasse a ser, inclusive, mal interpretada?
3. O que são e qual a função dos princípios jurídicos?
4. Cite os princípios fundamentais da ordem jurídica brasileira e, nesse sentido,
destaque um deles para tratar com mais profundidade, sobretudo por meio de
exemplos de sua aplicação na pratica constitucional

     Os princípios dentro do conceito normativo existem há muitos anos -


presentes inclusive das culturas gregas da antiguidade, como no caso do mito
de antígona que traz o confronto entre normas jurídicas e normas morais - e,
assim pontuado por Ana Paula de Barcellos em sua aula aberta, eram
remetidos a um conceito de homogeneidade de valores e decisões de quem
estava no poder. Desta forma, até a metade do século 20 os princípios
desenvolviam a função de resolver problemas de omissão - isto é, a antiga  lei
de introdução ao código civil implicava que na ausência de uma norma
específica, o juiz decidirá de acordo com analogias, costumes e princípios
gerais do direito - e também interpretar as normas do direito positivo que
direcionaram para os fins sociais das próprias normas e do bem comum (logo,
uma função integrativa e uma eficácia interpretativa, presentes ainda nos dias
atuais, porém complexificadas). Ademais, cabe ressaltar que os princípios
gerais do direito não eram especificados pela norma, uma vez que era
pressuposto que os valores eram comuns e genéricos (não necessariamente
para o povo, mas sim para aqueles que ocupavam cargos de liderança e que
tinham em suas mãos o poder da decisão) e inclusive, por sua amplitude e
vago desenvolvimento, os princípios eram usados como fundamentos
específicos para decisões, -não apenas em situações de omissão - e assim,
por vezes eram utilizados para a restrição de direitos fundamentais.
     Todavia, com a ampliação do direito ao voto aumentou consideravelmente o
número de eleitores - mais especificamente em 1932, com a criação da Justiça
Eleitoral pelo Decreto 21.076 que permitiu o sufrágio feminino, adaptação da
idade e, por fim com a constituição federal de 1988, analfabetos - e, em
consequência, a diversidade de opiniões. Por conseguinte, aquela visão
homogênea dos princípios foi sendo deixada para trás, principalmente dentro
do parlamento, e a complexificação dos valores, questionamento do intuito das
leis e de o que seria o bem comum foram instaurados. Ademais, o momento
pós Segunda Guerra Mundial foi decisivo para mudanças na interpretação das
leis e de suas garantias, afinal, se o direito não impediu as atrocidades
advindas do autoritarismo (nazismo e facismo, por exemplo) protegesse os
cidadãos antes, quais medidas teriam que ser tomadas para limitar o poder do
Estado perante os direitos fundamentais? Assim, as constituições passaram
por importantes adaptações: no ponto de vista brasileiro, a Constituição
Federal tornou-se rígida e permissiva de controle de constitucionalidade (em
outras palavras, permite alterações desde que passem por um processo
rigoroso e os atos serão balizados conforme a constituição, que é soberana na
hierarquia jurídica), o que é essencial para a garantia da democracia e
adaptação das leis com os valores junto ao passar dos anos. 
     Outrossim, adentramos em outro ponto debatido por Ana Paula de Barcellos
que é a relação entre o Estado e os direitos fundamentais: os princípios e os
direitos foram desenvolvidos para a soberania constitucional dentro do contexto
moderno (ainda remetente às revoluções e também aos vestígios do
pensamento iluminista que clama por “igualdade, liberdade e fraternidade”).
Entretanto, a atualidade vivencia o pensamento pós-moderno, com larga escala
de pontos de vista, opiniões, questionamentos e relativismos. Portanto, é
conflituosa a relação de imposição a uma nação do que seria correto, quais
seriam as finalidades das leis e qual é o conceito de bem comum a uma
sociedade tão difusa e com tanto acesso à informação, assim citado na própria
aula aberta “A constituição tem uma pretensão moderna em uma realidade
pós-moderna”. Além disso, essa variedade de pontos de vista implica em uma
variedade de interpretação de leis, princípios e direitos por parte do Estado -
detalhe: permissivas pela própria lei - o que intensifica a variedade de decisões
que podem ser fundamentadas para a resolução dos conflitos e também o
poder do judiciário (principalmente do Supremo Tribunal Federal e a maior
demanda de casos que começam a ser resolvidos por essa ala, que não
seriam anteriormente). Portanto, essa quantidade de interpretações coloca em
conflito princípios e direitos para a resolução de um mesmo caso, inicialmente,
os direitos fundamentais foram desenvolvidos para barrar o poder do Estado e
evitar sua opressão (assim desenvolvido anteriormente nos casos de regimes
totalitários no período pós segunda guerra) e certificar aos cidadãos que suas
dignidades permaneceriam invioladas. Todavia, observou-se que os
governantes não eram os únicos perigos, mas que agentes de fora também
têm o potencial opressor dos direitos fundamentais - os poderes econômico,
sociais e características da própria sociedade também influenciam diretamente
a condição de vida dos sujeitos - e, assim, o  Estado começa a atuar
simultaneamente como protetor em relações não individuais, como é o caso
dos direitos trabalhistas e sociais (ao mesmo tempo que pode ser nocivo Às
liberdades do povo, protege-o de ataques de relações privadas, tendo como
intuito a proteção dos mais fracos em situações desbalanceadas e prestação
de serviços para a sociedade progredir). Por fim, outra dimensão dissecada na
aula aberta é a reinterpretação dos direitos fundamentais e o impacto que a
garantia destes ocasionam nas demais áreas envolvidas, em outras palavras,
há uma complexificação na análise de ação e consequência que a realização
de um direito implica: não apenas a relação entre Estado-indivíduo e a garantia
de um direito é posta em pauta, mas também os reflexos que isso teria na
esfera pública e então, são feitas escolhas proporcionais e adequadas para
aquela realidade.
     Por conseguinte, é inserida na aula o tópico da compreensão e motivação
dos princípios jurídicos: os princípios são a base do ordenamento jurídico, visto
que influenciam a criação das leis e dão coesão à legislação, eles expressam
os valores de determinada sociedade e precisão ter aplicação prática - não são
apenas enfeites constitucionais ou vagos, como em seu uso antigo explicado
anteriormente, eles fundamentam as regras, mas ordenam que alguma ação
deve ser comprida na maior medida possível. Em contraste, as regras podem
ser compridas ou não, sem meio-termo: são exatas em sua especificação do
que é permitido e proibido e sua quebra direciona a uma sanção também
determinada. Diferentemente dos princípios (que podem coexistir mesmo em
conflitos, com a possibilidade de ponderação para decisões), as regras, não se
inibem.

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