Trabalho em duplas (não será admitido mais integrantes)
Data da entrega – 05 de setembro (horário da aula) Entrega do trabalho – Impresso Mínimo 05 laudas e máximo 07 laudas (não contando com capa e com as referencias) Vale zero a um ponto da nota da avaliação 1
Passo 1- Assistir a aula/palestra
Passo 2- Ler sobre o tema Passo 3- Refletir sobre o tema e discutir com o colega Passo 4- Relatoriar a aula, destacar pontos principais Passo 5- Fazer correlações com a CF/88 e com as leituras que fizestes sobre o tema, bem como com o conteúdo das aulas Passo 6- Relatoriar/ escrever o resultado da pesquisa
Não será admitida copia e tampouco plagio
Cuidado para referenciar adequadamente
Aula Aberta ABDConst | Princípios e a teoria dos direitos fundamentais, por Ana Paula de Barcellos
Alguns pontos de atenção durante a aula. Para pensar:
1. Direitos fundamentais são oponíveis apenas contra o Estado? Por quê?
2. De que forma o protagonismo do Judiciário fez com que a teoria dos princípios ganhasse relevância e passasse a ser, inclusive, mal interpretada? 3. O que são e qual a função dos princípios jurídicos? 4. Cite os princípios fundamentais da ordem jurídica brasileira e, nesse sentido, destaque um deles para tratar com mais profundidade, sobretudo por meio de exemplos de sua aplicação na pratica constitucional
Os princípios dentro do conceito normativo existem há muitos anos -
presentes inclusive das culturas gregas da antiguidade, como no caso do mito de antígona que traz o confronto entre normas jurídicas e normas morais - e, assim pontuado por Ana Paula de Barcellos em sua aula aberta, eram remetidos a um conceito de homogeneidade de valores e decisões de quem estava no poder. Desta forma, até a metade do século 20 os princípios desenvolviam a função de resolver problemas de omissão - isto é, a antiga lei de introdução ao código civil implicava que na ausência de uma norma específica, o juiz decidirá de acordo com analogias, costumes e princípios gerais do direito - e também interpretar as normas do direito positivo que direcionaram para os fins sociais das próprias normas e do bem comum (logo, uma função integrativa e uma eficácia interpretativa, presentes ainda nos dias atuais, porém complexificadas). Ademais, cabe ressaltar que os princípios gerais do direito não eram especificados pela norma, uma vez que era pressuposto que os valores eram comuns e genéricos (não necessariamente para o povo, mas sim para aqueles que ocupavam cargos de liderança e que tinham em suas mãos o poder da decisão) e inclusive, por sua amplitude e vago desenvolvimento, os princípios eram usados como fundamentos específicos para decisões, -não apenas em situações de omissão - e assim, por vezes eram utilizados para a restrição de direitos fundamentais. Todavia, com a ampliação do direito ao voto aumentou consideravelmente o número de eleitores - mais especificamente em 1932, com a criação da Justiça Eleitoral pelo Decreto 21.076 que permitiu o sufrágio feminino, adaptação da idade e, por fim com a constituição federal de 1988, analfabetos - e, em consequência, a diversidade de opiniões. Por conseguinte, aquela visão homogênea dos princípios foi sendo deixada para trás, principalmente dentro do parlamento, e a complexificação dos valores, questionamento do intuito das leis e de o que seria o bem comum foram instaurados. Ademais, o momento pós Segunda Guerra Mundial foi decisivo para mudanças na interpretação das leis e de suas garantias, afinal, se o direito não impediu as atrocidades advindas do autoritarismo (nazismo e facismo, por exemplo) protegesse os cidadãos antes, quais medidas teriam que ser tomadas para limitar o poder do Estado perante os direitos fundamentais? Assim, as constituições passaram por importantes adaptações: no ponto de vista brasileiro, a Constituição Federal tornou-se rígida e permissiva de controle de constitucionalidade (em outras palavras, permite alterações desde que passem por um processo rigoroso e os atos serão balizados conforme a constituição, que é soberana na hierarquia jurídica), o que é essencial para a garantia da democracia e adaptação das leis com os valores junto ao passar dos anos. Outrossim, adentramos em outro ponto debatido por Ana Paula de Barcellos que é a relação entre o Estado e os direitos fundamentais: os princípios e os direitos foram desenvolvidos para a soberania constitucional dentro do contexto moderno (ainda remetente às revoluções e também aos vestígios do pensamento iluminista que clama por “igualdade, liberdade e fraternidade”). Entretanto, a atualidade vivencia o pensamento pós-moderno, com larga escala de pontos de vista, opiniões, questionamentos e relativismos. Portanto, é conflituosa a relação de imposição a uma nação do que seria correto, quais seriam as finalidades das leis e qual é o conceito de bem comum a uma sociedade tão difusa e com tanto acesso à informação, assim citado na própria aula aberta “A constituição tem uma pretensão moderna em uma realidade pós-moderna”. Além disso, essa variedade de pontos de vista implica em uma variedade de interpretação de leis, princípios e direitos por parte do Estado - detalhe: permissivas pela própria lei - o que intensifica a variedade de decisões que podem ser fundamentadas para a resolução dos conflitos e também o poder do judiciário (principalmente do Supremo Tribunal Federal e a maior demanda de casos que começam a ser resolvidos por essa ala, que não seriam anteriormente). Portanto, essa quantidade de interpretações coloca em conflito princípios e direitos para a resolução de um mesmo caso, inicialmente, os direitos fundamentais foram desenvolvidos para barrar o poder do Estado e evitar sua opressão (assim desenvolvido anteriormente nos casos de regimes totalitários no período pós segunda guerra) e certificar aos cidadãos que suas dignidades permaneceriam invioladas. Todavia, observou-se que os governantes não eram os únicos perigos, mas que agentes de fora também têm o potencial opressor dos direitos fundamentais - os poderes econômico, sociais e características da própria sociedade também influenciam diretamente a condição de vida dos sujeitos - e, assim, o Estado começa a atuar simultaneamente como protetor em relações não individuais, como é o caso dos direitos trabalhistas e sociais (ao mesmo tempo que pode ser nocivo Às liberdades do povo, protege-o de ataques de relações privadas, tendo como intuito a proteção dos mais fracos em situações desbalanceadas e prestação de serviços para a sociedade progredir). Por fim, outra dimensão dissecada na aula aberta é a reinterpretação dos direitos fundamentais e o impacto que a garantia destes ocasionam nas demais áreas envolvidas, em outras palavras, há uma complexificação na análise de ação e consequência que a realização de um direito implica: não apenas a relação entre Estado-indivíduo e a garantia de um direito é posta em pauta, mas também os reflexos que isso teria na esfera pública e então, são feitas escolhas proporcionais e adequadas para aquela realidade. Por conseguinte, é inserida na aula o tópico da compreensão e motivação dos princípios jurídicos: os princípios são a base do ordenamento jurídico, visto que influenciam a criação das leis e dão coesão à legislação, eles expressam os valores de determinada sociedade e precisão ter aplicação prática - não são apenas enfeites constitucionais ou vagos, como em seu uso antigo explicado anteriormente, eles fundamentam as regras, mas ordenam que alguma ação deve ser comprida na maior medida possível. Em contraste, as regras podem ser compridas ou não, sem meio-termo: são exatas em sua especificação do que é permitido e proibido e sua quebra direciona a uma sanção também determinada. Diferentemente dos princípios (que podem coexistir mesmo em conflitos, com a possibilidade de ponderação para decisões), as regras, não se inibem.
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