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Estudo de caso 2

A ONU se propõe, ao longo da sua formação e existência, auxiliar os povos,


em sentido global, a resolver seus problemas, especialmente em função do
período pós-guerras, entendendo que o mundo necessita de instituições
capazes de mediar conflitos, por esse motivo a ONU se coloca com esta
função e entende que se faz necessário promover o Estado de Direito para que
haja justiça acessível a todos. O Brasil, bem como todos os países “sub-
desenvolvidos”, trava uma batalha contra a desigualdade porém, conforme a
ONU aponta, a desigualdade pode ser sustentada pela injustiça, quando a lei
não vale para “os amigos”. Veja esta reportagem encontrada em
<https://istoe.com.br/ricos-nao-ficam-presos/> acesso em 20/04/2022:

“Réu na Justiça Federal do Rio de Janeiro pelos crimes de corrupção ativa,


lavagem de dinheiro e organização criminosa, o empresário Eike Batista, que já
ostentou o título de homem mais rico do Brasil, foi preso em janeiro num dos
desdobramentos da operação Lava-Jato. Por decisão de Gilmar Mendes,
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Eike voltou para casa no dia 30
de abril. Está solto.”

Enquanto isso, o noticiário está cheio de casos de pequenos roubos,


castigados com prisões que contabilizam vários anos de pena. O motivo de o
outro estar solto, conforme a revista, é que a lei considera que o crime
financeiro não foi executado “com violência ou ameaça à pessoa...” dessa
forma, os “colarinhos brancos” e amigos quase sempre escapam. Uma injustiça
que promove desigualdade.

O papel da defensoria pública teria que ser diminuir a injustiça e com isso,
atendendo tanto o menos favorecido quanto o mais favorecido, operar justiça,
equilibrar os pesos, fortalecer as instituições em detrimento do crime, porém o
que vemos é uma tentativa frustrada pelos casos de crimes que parecem não
causar “ameaça”, entretanto, causam carências em várias áreas como saúde,
educação e segurança, e favorecem o desatendimento de vulneráveis bem
como a sociedade como um todo.

Outra noticia alarmante:

Por ano, são mais de 50 mil mortes no país. E os casos em que os assassinos
são punidos não chegam sequer a 8%.

<https://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2014/04/maioria-dos-crimes-no-
brasil-nao-chega-ser-solucionada-pela-policia.html > acesso em 20/04/2022.

Nessa notícia vemos que muitos crimes estão impunes, gerando uma
sensação de insegurança e outra de impotência frente à violência. Mas o que
isso tem haver com a desigualdade? Normalmente quem tem mais recursos
para fugir ou esconder o crime entra na estatística da impunidade, quem não
tem condições acaba preso. Seria este outro exemplo em que a justiça trabalha
em favor da desigualdade social?

Ijuí possui um fórum de atendimento regional, aliás, a cidade é um pólo na


região noroeste do Estado do RS e por isso possui muitas demandas a nível
intermunicipal. Possui delegacia de atendimento a mulher, uma grande
conquista, defensoria pública e uma vasta rede de escritórios de advocacia, o
que demonstra um atendimento diferencial na área da justiça. No entanto
vemos problemas com tráfico de drogas, assassinatos em volta do assunto
narcóticos, violência contra mulher, estupros e também casos onde o dinheiro
livra criminosos. Normal. Mesmo tendo uma vasta e ampla área jurídica,
defensoria e bons advogados, a preocupação com o atendimento justo,
acessível ao necessitado, a vítima e ao pobre, também é deficitária.

A discussão trazida pela ONU na agenda 2030 através dos ODs, é pertinente,
é real e precisa engajamento social, global, no entanto a efetivação de todo o
processo é oneroso, exige dedicação, exige um trabalho de convencimento e
antes de tudo urgência.

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