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•Direito Processual Penal

•Aplicação da lei processual penal

•Alexandre Zamboni

Francisco Magalhaes Damasceno Junior - magalhaesjunior2009@hotmail.com - CPF: 049.199.623-39


Aplicação da lei processual penal no espaço e no tempo.

No espaço:

Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código,
ressalvados:

I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;


II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos
crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal
Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100);
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17);
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130)
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V,
quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
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- O CPP consagra a adoção do princípio da territorialidade (locus regit
actum). Com isto, teremos a aplicação da lei processual penal brasileira para os
crimes ocorridos em território nacional e com relação aos atos processuais
praticados em território brasileiro.

- Cuidado:

a) para os crimes militares, aplica-se o CPPM.


b) para os crimes de responsabilidade praticados pelo Presidente da República,
ministros de Estado (nos crimes conexos com os do Presidente da República) e
dos ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplica o CPP.
c) não se aplica o CPP nos casos onde há imunidade diplomática ou consular.
d) o CPP não se aplica de forma extraterritorial.
e) o CPP tem aplicação subsidiária em ritos processuais previstos em leis penais
especiais.
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Como isto já foi cobrado em prova?

• (VUNESP - PC/BA – DELEGADO) Aplicar-se-á a lei processual


penal, nos estritos termos dos arts. 1o , 2o e 3o do CPP, aos processos de
competência da Justiça Militar.

• GABARITO: ERRADO

• (CESPE – STJ – ANALISTA) O Código de Processo Penal será


aplicado a todas as ações penais e correlatas que tiverem curso no
território nacional, nelas inclusas as destinadas a apurar crime de
responsabilidade cometido pelo presidente da República.

• GABARITO: ERRADO
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• (FAPEMS – PC/MS – DELEGADO) A lei processual penal tem aplicação aos
processos em trâmite no território brasileiro, contudo, uma hipótese de exclusão da
jurisdição pátria é a imunidade dos agentes diplomáticos e seus familiares que com
eles vivam.

• Gabarito: CERTO

• (NUCEPE – SEJUS/PI) O processo penal da competência da Justiça Militar não


será regulado pelo Código de Processo Penal.

• GABARITO: ERRADO

• (CESPE – PC/GO – DELEGADO) O princípio da extraterritorialidade adotado pelo


direito processual penal brasileiro não ofende a soberania de outros Estados, já que
os ordenamentos jurídicos de todas as nações convergem para o combate às
condutas delitivas.

• GABARITO: ERRADO
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• (CESPE – PC/PE – AGENTE) A lei processual penal brasileira adota o
princípio da absoluta territorialidade em relação a sua aplicação no
espaço: não cabe adotar lei processual de país estrangeiro no
cumprimento de atos processuais no território nacional.

• GABARITO: CERTO

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No tempo:

“Art. 2º: A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem


prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei
anterior.”

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- Consagra-se a adoção, entre nós, do princípio da aplicação imediata (ou princípio
do efeito imediato) da lei estritamente processual. Portanto, no processo penal,
vigora a regra do tempus regit actum, de onde podemos extrair duas consequências:

a) a nova lei processual penal aplica-se imediatamente;


b) os atos processuais já realizados na vigência da lei revogada são considerados
válidos. Exemplo: caso nova lei processual estabeleça novas regras para a citação
do acusado, as citações já efetuadas pelo regramento antigo serão consideradas
válidas, sendo a nova regra aplicada às citações a serem posteriormente
realizadas. (sistema de isolamento dos atos processuais)

- Com relação a alteração de prazo recursal por lei nova, o novo prazo somente se
aplica caso o prazo da lei antiga não tenha começado a fluir.

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- Normas mistas: são aquelas que apresentam duplicidade de conteúdo, vale dizer,
incorporam tanto um conteúdo processual quanto um conteúdo penal. Neste caso,
havendo sucessão de leis, segue-se o regramento estudado no Direito Penal, ou seja, caso
a nova lei, em qualquer aspecto, seja maléfico para o réu, ela não poderá retroagir (não
poderá se aplicar a fotos ocorridos antes de sua entrada em vigor).

Exemplo: o art. 366 do CPP dispõe que, se o acusado, citado por edital, não
comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo
prescricional. Este dispositivo possui dois conteúdos distintos: No aspecto em que
determina a suspensão do processo ao réu que, citado por edital, não compareceu
pessoalmente e nem nomeou defensor, o conteúdo é nitidamente processual, pois relativo
ao fluxo procedimental. No aspecto relativo à suspensão do prazo prescricional, o
conteúdo é material. Basta ver que o instituto da prescrição não é regulado no âmbito do
Código de Processo Penal, mas sim no Código Penal, sendo neste diploma previstas,
também, as causas interruptivas (art. 117) e suspensivas (v.g., art. 116, I) do lapso
prescricional.

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Como isto já foi cobrado em prova?

• (CESPE - TJ/BA – JUIZ) Em razão da sucessão de leis genuinamente


processuais penais, será observado, nos processos em andamento, o sistema
do isolamento dos atos processuais.

• GABARITO: CERTO

• (VUNESP – TJ/RS – CARTÓRIO) Imagine que, no curso de uma ação


penal, nova lei processual extinga com um recurso que era exclusivo da
defesa, antes da prolação da decisão anteriormente recorrível. A esse respeito,
é correto afirmar que poderá ser manejado o recurso, pois o processo se
iniciou sob a vigência da regra estabelecida pela lei anterior.

• GABARITO: ERRADO

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• (VUNESP – PC/SP – DELEGADO) Tício está sendo processado pela prática
de crime de roubo. Durante o trâmite do inquérito policial, entra em vigor
determinada lei, reduzindo o número de testemunhas possíveis de serem
arroladas pelas partes no procedimento ordinário. A respeito do caso descrito,
é correto afirmar que a lei que irá reger o processo é a lei do momento em
que foi praticado o crime, à vista do princípio tempus regit actum.

• GABARITO: ERRADO

• (CESPE – TJ/CE – JUIZ) Aos processos em curso, a lei processual penal será
aplicada imediatamente, mantendo-se, todavia, os atos praticados sob a égide
da lei anterior.

• GABARITO: CERTO

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• (VUNESP – PC/BA – DELEGADO) Aplicar-se-á a lei processual
penal, nos estritos termos dos arts. 1o , 2o e 3o do CPP, retroativamente,
mas apenas quando favorecer o acusado.

• GABARITO: ERRADO

• (CESPE – STJ - ANALISTA) Uma nova norma processual penal terá


aplicação imediata somente aos fatos criminosos ocorridos após o início
de sua vigência.

• GABARITO: ERRADO

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• (CESPE – PC/MA – AGENTE) O Brasil adota, no tocante à aplicação da lei
processual penal no tempo, o sistema da unidade processual.

• GABARITO: ERRADO

• (CESPE – PC/MA – AGENTE) Em caso de normas processuais materiais —


mistas ou híbridas —, aplica-se a retroatividade da lei mais benéfica.

• GABARITO: CERTO

• (CESPE – STJ - ANALISTA) Uma nova norma processual penal terá


aplicação imediata somente aos fatos criminosos ocorridos após o início de
sua vigência.

• GABARITO: ERRADO
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• (CESPE – PC/MA – DELEGADO) Na esfera da legislação processual penal,
a repristinação somente se aplicará se houver expressa determinação legal.

• GABARITO: CERTO

• (CESPE - PC/MT – DELEGADO) Quando da entrada em vigor da Lei n.º


9.099/1995, que dispõe sobre os juizados especiais cíveis e criminais, foi
imposta como condição de procedibilidade a representação do ofendido nos
casos de lesão corporal leve ou culposa. Nas ações em andamento à época, as
vítimas foram notificadas a se manifestar quanto ao prosseguimento ou não
dos feitos. Nesse caso, o critério adotado no que se refere às leis processuais
no tempo foi o da retroatividade.

• GABARITO: CERTO

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• (CESPE – PROCURADOR/MG) A CF prevê expressamente a
retroatividade da lei processual penal quando esta for mais benéfica ao
acusado.

• GABARITO: ERRADO

• (CESPE – PC/GO – DELEGADO) A lei processual penal tem aplicação


imediata e é aplicável tanto nos processos que se iniciarem após a sua
vigência, quanto nos processos que já estiverem em curso no ato da sua
vigência, e até mesmo nos processos que apurarem condutas delitivas
ocorridas antes da sua vigência.

• GABARITO: CERTO

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• (CESPE – DEPEN – AGEPEN) Considere que, diante de uma sentença
condenatória e no curso do prazo recursal, uma nova lei processual penal
tenha entrado em vigor, com previsão de prazo para a interposição do recurso
diferente do anterior. Nessa situação, deverá ser obedecido o prazo
estabelecido pela lei anterior, porque o ato processual já estava em curso.

• GABARITO: CERTO

• (CESPE – TJDFT – TÉCNICO) Nova lei processual que modifique


determinado prazo do recurso em processo penal terá aplicação imediata, a
contar da data de sua vigência, aplicando-se inclusive a processo que esteja
com prazo recursal em curso quando de sua edição.

• GABARITO: ERRADO

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Interpretação e integração da Lei Processual Penal.

“Art. 3º. A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e


aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais
de direito.”

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Interpretação extensiva: ocorre quando o intérprete detecta que
a letra escrita da lei encontra-se abaixo da mens legis, ou seja, o
legislador não disse tudo o que pretendia dizer, sendo preciso
estender o alcance da norma para que se possa chegar ao seu
verdadeiro significado.

Exemplo: as causas de suspeição do juiz (art. 254, CPP), também


devem ser aplicadas aos jurados, no Tribunal do Júri.

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Aplicação analógica: pode ocorrer, como exemplo, de se aplicar
o NCPC em um processo penal, desde que haja silêncio do CPP
a respeito.

Exemplos: o artigo 219 do NCPC (contagem de prazos) não se


aplica à contagem de prazo nos processos penais, pois o CPP tem
sua própria norma a respeito (artigo 798); lado outro, o Código de
Processo Penal nada dispõe sobre o incidente de resolução de
demandas repetitivas, como o faz o novo Código de Processo Civil,
a partir do seu art. 976. Nesta situação, nada obsta, e inclusive é
aconselhável, que se aplique o regramento da legislação processual
civil, por analogia, aos processos penais.

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