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Beira
2020
I
FELITA LENA COMATIPORTE SITOE
Orientador:
Msc. Manuel Carlitos
___________________
Beira
2020
II
ÍNDICE
ÍNDICE DE TABELAS ........................................................................................................... VI
ÍNDICE DE FIGURAS .......................................................................................................... VII
DEDICATÓRIA ....................................................................................................................... IX
AGRADECIMENTOS .............................................................................................................. X
LISTA DE ABREVIATURAS................................................................................................. XI
RESUMO ............................................................................................................................... XII
ABSTRACT .......................................................................................................................... XIII
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1
1.1 Introdução ......................................................................................................................... 1
1.2 Justificativa ....................................................................................................................... 2
1.3 Relevância da Pesquisa ..................................................................................................... 2
1.4 Objectivos ......................................................................................................................... 3
1.5 Definição do Problema ..................................................................................................... 4
1.6 Perguntas de pesquisa ....................................................................................................... 4
1.7 Limitações do Estudo........................................................................................................ 5
1.8 Delimitação do Estudo ...................................................................................................... 5
1.9 Organização da Pesquisa ............................................................................................. 6
CAPÍTULO 2: REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................... 7
2.1 Introdução ......................................................................................................................... 7
2.2 Revisão da Literatura Teórica ........................................................................................... 7
2.2.1. A Contabilidade......................................................................................................... 7
2.2.1.1. Conceito de Contabilidade ..................................................................................... 7
2.2.1.2. Evolução Histórica da Contabilidade ..................................................................... 8
2.2.1.3. Funções da Contabilidade .................................................................................... 10
2.2.2. Controlo Interno ...................................................................................................... 10
2.2.2.1. Conceito de Controlo Interno ............................................................................... 11
2.2.2.2. Objectivos do Controlo Interno ............................................................................ 11
2.2.2.3. Tipos de Controlo Interno .................................................................................... 12
2.2.3. Sistema de Controlo Interno .................................................................................... 13
2.2.3.2. Características de Sistema de Controlo Interno ................................................... 13
2.2.3.3. Limitações do Sistema de Controlo Interno ......................................................... 14
2.2.4. Avaliação do Sistema de Controlo Interno ............................................................. 15
III
O Controlo Interno em Moçambique ................................................................................ 16
Autarquias Locais .............................................................................................................. 18
2.3 Revisão da Literatura Empírica ...................................................................................... 18
2.3.2. Sistema de Controlo Interno na Administração Central do Estado: o caso dos
organismos do Ministério das Finanças ............................................................................ 19
2.3.3. Sistema de Controlo Interno na Administração Central do Estado: o caso dos
organismos do Ministério das Finanças ............................................................................ 19
2.3.4. Contabilidade das Autarquias Locais e o Sistema de Controlo Interno: Estudo de
Caso da Câmara Municipal do Porto Novo ....................................................................... 19
2.4 Revisão da Literatura Focalizada ............................................................................... 20
2.4.1. Avaliação do Sistema de Controlo Interno Sobre as Receitas Próprias da
Universidade Eduardo Mondlane: o caso da Faculdade de Veterinária............................ 20
2.4.2. Avaliação da Eficácia da Operacionalidade do Sistema de Controlo Interno no
Âmbito dos Pagamentos: o caso do Conselho Municipal de Maputo ............................... 20
2.4.3. Sistema de Controlo Interno Sobre a Gestão de Tesouraria: o caso Aeroportos de
Moçambique, E.P .............................................................................................................. 21
2.4.4. Avaliação do Controlo Interno como Factor Impulsionador da Eficácia: Estudo de
Caso – CFM Sul ................................................................................................................ 21
CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................. 22
3.1 Introdução ....................................................................................................................... 22
3.2 Desenho da Pesquisa .................................................................................................. 22
3.3 População em Estudo ................................................................................................. 24
3.4 Processo de Amostragem ........................................................................................... 25
3.5 Método de Colecta de Dados ..................................................................................... 26
3.6 Análise de Dados ....................................................................................................... 30
3.7 Duração de cada Entrevista........................................................................................ 31
CAPÍTULO 4: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS .............................................. 32
4.1 Introdução .................................................................................................................. 32
4.2 Introdução .................................................................................................................. 32
4.2. Breve Caracterização da Autarquia da Beira ................................................................. 32
4.3. Historial do Conselho Autárquico da Beira ................................................................... 33
4.1 Perfil dos Entrevistados ............................................................................................. 36
4.3. Resultados do Questionário ........................................................................................... 41
4.4. Informações sobre os Serviços Administrativos ............................................................ 44
4.5. Informações sobre o Sistema de Controlo Interno ......................................................... 44
IV
4.6. Pagamentos por fundo fixo ............................................................................................ 46
4.6. Pagamentos por via Bancos ........................................................................................... 46
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES DA PESQUISA ........................... 48
5.1 Introdução .................................................................................................................. 48
5.2 Conclusões da Pesquisa ............................................................................................. 48
5.3 Recomendações ......................................................................................................... 50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 52
V
ÍNDICE DE TABELAS
VI
ÍNDICE DE FIGURAS
VII
DECLARAÇÃO
A Autora
Felita Lena Comatiporte Sitoe
__________________
Julho de 2020
O Orientador
Msc. Manuel Carlitos
__________________
Julho de 2020
VIII
DEDICATÓRIA
IX
AGRADECIMENTOS
X
LISTA DE ABREVIATURAS
Corresponde a amostra
É o universo populacional
Significa a margem de erro (erro amostral)
AL Autarquia Local
AM Assembleia Municipal
Art.º Artigo
CAB Conselho Autárquico da Beira
CI Controlo Interno
CMB Conselho Municipal da Beira
COSO Comunidade de Organizações Patrocinadoras da Comissão Treadway
DAF Departamento de Administração e Finanças
DMF Direcção de Serviço Municipal de Finanças
DP Departamento de Património
N.º Número
OE Orçamento do Estado
OLE Órgãos Locais do Estado
RP Receitas Próprias
RT Repartição do Tesouro
SCI Subsistema de Controlo Interno
SISTAFE Sistema de Administração Financeira do Estado
TA Tribunal Administrativo
UGEA Unidade Gestora Executora de Aquisições
UZ Universidade Zambeze
XI
RESUMO
XII
ABSTRACT
This work has as its theme "Accounting Assessment and the Internal Control System
Implemented in the Municipality of Beira for the Guarantor of Own Revenues in the period
from 2014 to 2018". Due to the nature and objectives for which the Local Authorities were
created, there is an urgent need to evaluate Accounting and the Internal Control System as one
of the means that helps in the capture, provisioning and application of revenues for the
implementation of the electoral manifestos translated into Governance programs and Budget.
It intends to evaluate Accounting and the Internal Control System implemented by the
Municipal Council of Beira if it guarantees the integrity of its own revenues. The main
motivation for the study of this theme is, in arousing attention not only to public fund
managers, but also to professionals in all areas of science, the need to implement an Internal
Control System that can adapt and guarantee the reach of the objectives of public institutions
and so that there is no expenditure and misallocation of public funds in order to satisfy the
needs of individuals. In order to satisfy the intended objectives, the work was mainly based on
bibliographic research to identify the characteristics and types of internal control, and internal
control measures in local authorities. Also, a field study was carried out at the Municipal
Council of Beira, through a documentary research, followed by an interview questionnaire,
seeking to identify and describe the accounting and internal control procedures implemented
in it, and finally, it was done an analysis of these, observing those prescribed in the
Mozambican legislation in force and in the manuals.
XIII
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
1.1 Introdução
As autarquias locais são pessoas colectivas públicas, dotadas de órgãos representativos
próprios, que visam a prossecução dos interesses das respectivas populações, sem prejuízo
dos interesses nacionais e da participação do Estado, e foram criadas pela Lei n.º 2/97, de 18
de Fevereiro. Estas são uma forma do poder local, conforme definido em título próprio na
Constituição da República.
Pela natureza e objectivos para qual as autarquias foram criadas, urge a necessidade de avaliar
a contabilidade e o sistema de controlo interno como um dos meios de captação,
aprovisionamento e aplicação das receitas para a implementação dos manifestos eleitorais
traduzidos em Programa de Governação e Orçamento. Visto que, estas têm autonomia
financeira e diante da sua importância na dinâmica social, torna-se importante analisar a
Contabilidade e o Sistema de Controlo Interno implementado nesta, por forma a compreender
se a mesma garante a integridade das suas receitas próprias.
Sendo a contabilidade a ciência que regista, controla e estuda os actos e factos administrativos
e económicos operados no património público duma entidade, ela possibilita a geração de
informações, variações e resultados. A mesma pode servir de ferramenta de apoio à gestão das
receitas próprias, na medida em que a informação prestada sirvia de auxílio para a tomada de
decisões dos gestores e contabilistas públicos.
De acordo com ATTIE, (1998: 112), um sistema contabilístico fiável deve assentar num
sistema de controlo interno adequado, para que haja confiabilidade na informação por ele
gerada. Isto é, informações contabilísticas distorcidas podem levar a conclusões erradas e
consequentemente tomadas de decisões danosas para a organização.
O controlo interno tem em vista assegurar que todas as actividades da entidade se realizem de
forma pretendida e contribuam para a consecução dos objectivos da entidade.
A utilização de informações fornecidas pela contabilidade é uma forma de contribuir para a
melhoria da gestão, servindo de base para auxiliar os gestores na tomada de decisões.
A presente pesquisa descreve a avaliação da Contabilidade e o Sistema de Controlo Interno
implementado na Autarquia da Beira como uma forte ferramenta no auxílio do desempenho
dos gestores de modo que estes consigam alcançar os resultados pretendidos com uma boa
gestão.
1
Para tal, a presente pesquisa divide-se em cinco (5) capítulos, a destacar: a Introdução,
Revisão da Literatura, Metodologia da Pesquisa, Análise e Interpretação de Dados e a
Conclusão e Recomendações da Pesquisa.
1.2 Justificativa
Sem a informação contabilística as organizações teriam pouquíssimas chances na busca de
seus objectivos e não alcançariam resultados satisfatórios. O papel da Contabilidade na sua
função é adequar de forma clara e resumida, sobre os seus eventos, validar factos ocorridos e
proporcionar uma perspectiva de melhoria económica.
A escolha deste tema prende-se com o facto do mesmo ser referente à Contabilidade Pública e
sendo, a autora, funcionária duma instituição que tem como uma das atribuições o controlo
das despesas públicas (Tribunal Administrativo Provincial de Sofala), tornou-se importante o
presente estudo, visto que em sede das fiscalizações às entidades públicas com autonomia
financeira a nível da Província de Sofala, tem-se notado um elevado número de entidades com
um sistema de controlo interno frágeis e com frequentes erros involuntários, fraudes,
desperdícios, infracções financeiras e dispêndios desordenados das despesas públicas. Assim
sendo acha-se que o mesmo estudo pode contribuir teoricamente para a eficácia do uso da
Contabilidade e do Sistema de Controlo Interno, e pode consolidar, ainda mais, as
competências teóricas, relativamente ao uso destas ferramentas.
2
1.3.2. Relevância Científica
A pesquisadora pretende com o tema contribuir com a produção da literatura em
Moçambique.
Não existe muita bibliografia focalizada publicada que aborda a avaliação da Contabilidade e
o Sistema de Controlo implementado nas Autarquias. E com isso que este estudo pode
demonstrar que a Contabilidade, também, pode ser utilizada como ferramenta de apoio à
gestão das receitas próprias, sendo esta uma ciência que visa demonstrar, medir e analisar os
dados sobre as situações económicas e patrimoniais das Entidades, com o objectivo de prestar
informações para o auxílio no processo de tomada de decisão.
Este estudo, pode, ainda, contribuir teoricamente para o aperfeiçoamento do uso da
Contabilidade nas instituições do Estado e demonstrar a importância e os benefícios
alcançados com a implementação de um Sistema de Controlo Interno adequado, visto que,
uma das principais funções deste é a de assegurar que todas as actividades da entidade se
realizem de forma pretendida, por forma a contribuir para a consecução dos objectivos da
entidade.
1.4 Objectivos
Segundo LAKATOS & MARCONI, (2010) toda pesquisa deve ter um objectivo determinado
para saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar. O objectivo torna explícito o
problema, aumentando o conhecimento sobre determinado assunto. Nesta pesquisa os
objectivos podem ser divididos em finais ou intermediários, ou geral e específico.
3
1.5 Definição do Problema
LAKATOS & MARCONI, (2010) definem o problema como sendo “uma dificuldade, teórica
ou prática, no conhecimento de alguma coisa de real importância, para a qual se deve
encontrar uma solução”.
As autarquias locais são pessoas colectivas públicas, dotadas de órgãos representativos
próprios, com autónima administrativa, financeira e patrimonial, com função executiva que
visa a prossecução do interesse publico, com uma organização bem estruturada com o intuito
da satisfação dos munícipes conducente ao cumprimento no preceituado no seu manifesto
eleitoral que irá ser transformado em pauta pública.
A contabilidade e o controlo constituem uma das bases da administração, de tal forma que a
inexistência destas, ou as suas deficiências apresenta reflexos directos e negativos na
instituição, uma vez que, é esta área encarregue na planificação das receitas a colectar,
avaliação, monitoria e implementação da política fiscal.
Todavia, sem arrecadação das receitas por parte daquela instituição impossibilitaria o
funcionamento da mesma e a satisfação das necessidades colectivas como objectivo principal
da Administração Pública.
É neste contexto que este trabalho tem em vista responder a seguinte questão:
• Até que ponto a Contabilidade e o Sistema de Controlo Interno implementado na
Autarquia da Beira, garante a integridade das suas receitas?
4
1.7 Limitações do Estudo
Como limitações do estudo pode-se referir o facto de a pesquisa envolver informações
contabilísticas e financeiras de uma instituição real, o que originou a morosidade na
disponibilização de informações que dependia da autorização dos superiores hierárquicos.
Outra limitação a destacar é a exiguidade de estudos focalizados relacionados com o tema,
falta de bibliografia relacionadas com o tema que auxiliariam na elaboração da pesquisa.
Existem alguns autores que abordam questões relacionadas com a auditoria externa e interna,
mas poucos falam sobre o Controlo Interno de maneira específica, dificultando, de certa
forma, um debate mais profundo.
Um outro factor limitativo foi o facto de existirem muitos manuais em línguas estrangeiras
que versam sobre esta matéria, o que criou algumas dificuldades, pois foi necessário recorrer-
se aos programas de tradução.
Uma outra limitação foi o facto de muitos documentos da entidade em estudo se encontrarem
em estado degradado, pelo facto de terem sido afectados pelo Ciclone Idai, o que, também,
dificultou, de certa forma, uma análise mais crítica e rigorosa do estudo em causa.
O tempo para a elaboração deste trabalho foi muito limitado o que contribuiu de uma forma
negativa.
5
Sistema de Controlo. De referir que este trabalho tem em vista desenvolver capacidades de
pesquisas com propósitos académicos.
6
CAPÍTULO 2: REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Introdução
Neste capítulo, pretende-se em primeiro lugar trazer a definição de alguns conceitos
considerados básicos para a pesquisa em torno do tema. Ainda na Revisão da Literatura, serão
abordadas diversas teorias que possam contribuir para melhor compreensão dos conteúdos
abordados.
De acordo com Quepe, et al. (2018), a revisão da literatura visa “definir termos, a ciência lida
com conceitos, isto é, com termos que sintetizam as coisas e os fenómenos perceptíveis na
natureza e na sociedade.
Assim sendo, neste capítulo serão apresentados os conceitos relevantes e a importância da
Contabilidade e do Sistema de Controlo Interno
2.2.1. A Contabilidade
Um dos objectivos da contabilidade é gerar informações para a tomada de decisões. Por isso,
é fundamental a existência de ferramentas que possibilitem conhecer a real situação e atender
a esta missão. Compete à Contabilidade registar os actos e factos administrativos e produzir
informações que possibilitem ao administrador planear e controlar suas acções, para traçar os
objectivos da entidade.
Todas as empresas nascem com uma finalidade. A grande maioria das empresas visa
resultados financeiros; outras buscam resultados sociais; outras buscam expansão. Mas no
final, todas buscam atingir os objectivos traçados.
Ciro Bachtold, (2011) considera “a Contabilidade como uma ciência social que através da
execução de serviços técnicos, controla, organiza, estuda e avalia o património de uma
entidade.
7
Na óptica de BORGES, (1995), “a contabilidade é um processo de recolha, análise, registo e
interpretação de tudo o que afecta a riqueza das unidades económicas é, sem dúvidas, um dos
mais poderosos e suportes de informação para a gestão”.
Segundo RIBEIRO (1997), “Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas
técnicas, manter um controle permanente do património da empresa”.
Hilário Franco (1997), refere ainda que “a Contabilidade é a ciência que se destina a registar,
estudar, controlar e interpretar os fenómenos ocorridos no património das entidades, com o
objectivo de fornecer informações e orientação sobre o estado desse património e suas
variações”.
Este autor, ainda, define a Contabilidade como “a ciência que estuda e pratica, controla e
interpreta os factos ocorridos no património das entidades, mediante o registo, a demonstração
expositiva e a revelação desses factos, com o fim de oferecer informações sobre a composição
do património, suas variações e o resultado económico decorrente da gestão da riqueza
económica.
De acordo com Isabel Lourenço, et al. (2015), “a contabilidade é um sistema de recolha,
processamento e relato de informação financeira sobre o negócio, que torna possível a tomada
de decisões económicas fundamentadas. A contabilidade é, assim, um instrumento de
monitorização do andamento dos negócios e de análise da situação financeira da empresa.
Diz-nos onde se ganha e onde se perde dinheiro e onde se gera e onde se gasta o dinheiro no
âmbito do negócio”.
FABRETTI (1997), salienta que a contabilidade é a ciência que estuda, regista e controla o
património e as mutações que nele operam os actos e fatos administrativos, demonstrando no
final de cada exercício social o resultado obtido e a situação económico-financeira da
entidade.
8
descoberta da capacidade do homem de armazenar bens, nasceu a necessidade de controlo
desses bens. Há evidências históricas de registos contabilísticos nas civilizações dos sumérios,
babilónios, assírios, egípcios, hebreus, gregos, etc.
Já nos primeiros registos da escrita, por volta de 3.000 a.C., percebe-se a existência de um
primitivo controlo de riqueza e posses na civilização suméria, o mesmo povo a quem se
credita a autoria do calendário e dos números decimais. Sendo a escrita uma sucessão de
símbolos com significados, a probabilidade de registo de bens ser anterior ao surgimento da
escrita é muito grande. Há quem defenda que os primeiros registos contabilísticos tenham
ocorrido a mais de 6.000 anos atrás.
António Lopes de Sá, (1997) um dos maiores escritores sobre a contabilidade, no livro
História Geral e das Doutrinas da Contabilidade comenta que os primeiros registos foram
feitos em tábuas de argila, na Suméria. Para saber o movimento de um dia, os registos eram
anotados em uma tábua maior, surgindo o diário. Ao classificar as tábuas da mesma natureza,
surgiu a razão.
Admite-se que foram os sumérios e babilónios os autores do sistema de débito e crédito,
baseado na identificação mental do que é meu e do que é seu. As contas, como instrumentos
de registos, já haviam nascido como primeiras manifestações inteligentes do homem, mesmo
antes que esse tivesse inventado a escrita ou soubesse calcular.
Encontra-se na Bíblia, mais especificamente no livro de Jó, capítulo 1, versículo 3, a
descrição do património do homem, chamado Jó: “Possuía sete mil ovelhas, três mil camelos,
quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era também muito numeroso o pessoal ao
seu serviço, de maneira que este homem era o maior de todos os do Oriente”.
9
negativos. Esta obra representa o marco básico na evolução da contabilidade. Paccioli
é considerado, portanto o pai dos autores de contabilidade.
• Contabilidade do Mundo Moderno – período que vai de 1494 até 1840, com o
aparecimento da obra “La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e
Pubbliche”, de Francesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na
história da Contabilidade.
. FABRETTI, (1997) descreve que uma outra função fundamental da Contabilidade é sem
dúvida a função de fornecer elementos para a correcta gestão do negócio, permitindo a
tomada de decisões eficazes.
O Controlo Interno é um tema que conta já com várias décadas de existência. No entanto,
ultimamente, tem despertado um maior interesse pelo mundo inteiro. Toda esta atenção
acrescida advém das crises económicas e dos casos de fraudes financeiras nos últimos anos.
10
2.2.2.1. Conceito de Controlo Interno
Segundo COSTA (2017), “o controlo interno é um conceito que engloba todas as operações
da organização”. São várias as definições de Controlo Interno que ao longo dos anos foram
surgindo. Dos conceitos de Controlo Interno, podemos destacar os seguintes:
MORAIS et al. (1999:17), define “o Controlo Interno como a forma levada a cabo pelo
Conselho de Administração, Direcção e outros membros da organização com o objectivo de
proporcionar um grau de confiança razoável na concretização dos seguintes objectivos:
eficácia e eficiência dos recursos; fiabilidade da informação financeira; e cumprimento das
leis e normas estabelecidas”.
Para ATTIE (2010), o Controlo Interno, “compreende todos os meios planeados numa
empresa para dirigir, restringir, governar e conferir suas várias actividades com o propósito de
fazer cumprir os seus objectivos”.
A COSO (1994:13), define” o controlo interno como um processo levado a cabo pelo
Conselho de Administração, Direcção ou outros membros da entidade com o objectivo de
proporcionar um grau de confiança razoável na realização dos seguintes objectivos: eficácia e
eficiência dos recursos; fiabilidade da informação; cumprimento das leis e normas
estabelecidas”.
De acordo com ATTIE (2010), o “Controlo Interno tem quatro objectivos básicos:
• A salvaguarda dos interesses da empresa; o que significa que este tem como a
finalidade à protecção do património contra quaisquer perdas e riscos devido a erros
ou irregularidades. Sendo que, os principais meios de suporte necessário aos interesses
da empresa são: a segregação de funções; sistema de autorização e aprovação;
determinação de funções e responsabilidade; rotação de funcionários; carta de fiança;
manutenção de contas de controlo; seguro; legislação; diminuição de erros e
desperdícios; contagens físicas independentes; alçadas progressivas;
• A precisão e a confiabilidade dos relatórios contabilísticos, financeiros e operacionais;
este compreende a geração de informações adequadas e oportunas, necessárias para
administrar e compreender os eventos realizados na empresa;
11
• O estímulo à eficiência operacional; este tem em vista prover os meios necessários à
condução das tarefas, de forma a obter entendimento, aplicação e acção tempestiva e
uniforme. Os principais meios para este objectivo são os seguintes: selecção;
treinamento; plano de carreira; relatório de desempenho; relatório de horas
trabalhadas; tempos e métodos; custo-padrão; manuais internos e instruções formais; e
• Aderência às políticas existentes; este tem como objectivo assegurar que os desejos da
administração, definidos através de suas políticas e indicados por meios dos seus
procedimentos, sejam adequadamente seguidos pelo pessoal. Os principais meios são:
supervisão; auditoria interna; sistema de revisão e aprovação.
De acordo com SALES (1996), os controlos internos podem ser, duma maneira geral, de pré-
acção, de processo e de pós acção. Em sentido restrito, pode-se caracterizar o controlo interno
em administrativo e contabilístico.
O controlo de pré-acção é exercido sobre os factos de produção antes de entrarem no processo
de produção, com o propósito de se assegurar da sua qualidade, já diferente o controlo de
processo é exercido sobre o sistema enquanto decorre o processo de produção, com o
propósito de se assegurar da respectiva qualidade, ou seja, que o sistema produza bens
materiais com qualidades e serviços sem defeitos.
No que tange, ao controlo de pós-acção, este é exercido sobre os bens materiais e serviços,
após a sua produção ou preparação, com o propósito de se assegurar da sua qualidade, antes
de serem fornecidos aos clientes, daí resultando que os produtos defeituosos são corrigidos ou
mesmo deitados fora.
12
Controlo interno administrativo é aquele que inclui o plano de organização e os
procedimentos e registos que se relacionam com os processos de decisão e que conduzem à
autorização das transacções pela administração.
Controlo interno contabilístico é aquele que se relaciona com a salvaguarda dos activos e com
a confiança que inspiram os registos contabilísticos, de modo a certificar-se que, as
transacções são: executadas de acordo com autorização da gestão; e registadas de modo a
permitir a preparação de demonstrações financeiras, manter o controlo sobre os activos;
permitir o acesso aos activos, apenas de acordo com a autorização de gestão; e comparar
periodicamente os registos contabilísticos dos activos com esses mesmos activos.
Relativamente ao termo Sistema de Controlo Interno tem que se começar por referir, que na
literatura, os termos CI e SCI são usados de forma indiscriminada, sendo a diferenciação do
seu uso efectuada pelo contexto da utilização, ou seja, quando se fala em acções concretas o
termo e significado utilizado é o CI, e quando se refere a um conjunto de acções concebidas
como um todo, o termo e significado é o SCI.
13
• Sistema de autorização e procedimentos de escrituração adequados, que proporcionem
controlos eficientes sobre o activo, passivo, receitas, custos e despesas;
• Observação das práticas salutares no cumprimento dos deveres e funções de cada um
dos departamentos da organização; e
• Pessoal com adequada qualificação técnica e profissional, para a execução das suas
atribuições.
O controlo interno inclui, portanto, controles que podem ser peculiares tanto a contabilidade
como a administração que são:
✓ Plano de organização e todos os métodos e procedimentos
directamente relacionados, com a salvaguarda do património e
✓ Fidedignidade dos registos contabilísticos.
Incluem os seguintes controlos:
Controles Contabilísticos
✓ Sistema de autorização e aprovação;
✓ Separação das funções de escrituração e elaboração dos relatórios
contabilísticos e
✓ Controlo físicos sobre estes valores.
✓ Plano de organização e todos os métodos e procedimentos que
dizem respeito à eficácia operacional e
✓ Decisão política traçada pela administração
Controles Administrativos ✓ Relaciona de forma indirecta aos registos financeiros.
✓ Abrangem análises estatísticas, estudos de tempo e movimentos,
relatórios de desempenho, programas de treinamento e controle de
qualidade.
14
• Erros de julgamento: em resultado de informações inadequadas, limitações temporais,
pressões, etc., o órgão de gestão e os trabalhadores podem efectuar erros de
julgamento em processos de tomada de decisão ou na realização de tarefas rotineiras;
• Conluio: indivíduos agindo em conjunto podem ultrapassar a segregação de funções
para efectuarem e ocultarem irregularidades;
• Não realização dos controlos: em resultado da não compreensão das instruções, fadiga,
distracções, descuido ou ignorância, os controlos implementados pela entidade podem
não ser efectuados.
ATTIE, (2011), afirma ainda que a avaliação do SCI visa então o alcance de dois grandes
objectivos finais: determinação do grau de confiança no SCI e determinação da profundidade
dos procedimentos a efectuar.
15
De forma resumida, a avaliação do SCI pode ser dividida em duas fases:
• Avaliação Preliminar, a qual se inicia na fase de planeamento global da auditoria e se
baseia na identificação dos tipos de operações mais relevantes, dos principais fluxos
de processamento das operações e das áreas-chave do controlo; e
• Avaliação definitiva, que só poderá ser realizada após o auditor obter a descrição
detalhada e fidedigna dos procedimentos da entidade, por forma a identificar os pontos
fortes e fracos do controlo, permitindo-lhe aferir sobre o alcance ou não dos objectivos
estipulados para o CI.
Estes autores concordam que a avaliação é essencial para a elaboração de um programa de
auditoria, pois esta é a base para a definição dos procedimentos a realizar, bem como para a
definição do alcance e profundidade dos testes a efectuar na auditoria. O controlo interno
exerce assim uma grande influência nos trabalhos de auditoria, uma vez que lhe serve de
ponto de partida.
No domínio das Autarquias Locais, a lei estabelece que o envio das contas destes ao Tribunal
Administrativo deve processar-se com o conhecimento do órgão de tutela que superintende a área
das finanças, o qual deve produzir um relatório que é igualmente enviado ao Tribunal
Administrativo. E esse órgão é a Inspecção-Geral de Finanças. Isto é expresso claramente no n.º 3
16
do artigo 81 da Lei n.º 11/97, de 31 de Maio, que define e estabelece o regime jurídico-legal das
finanças e do património das autarquias.
No que concerne ao Controlo Interno, é importante referir que, com a criação do Sistema de
Administração Financeira do Estado (SISTAFE), através da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro,
houve a necessidade de estabelecer os instrumentos atinentes à sua operacionalização, facto que
se concretizou com a aprovação do respectivo regulamento pelo Decreto n.º 23/2004, de 20 de
Agosto.
Para garantir o funcionamento do subsistema, o Regulamento criou um Conselho Coordenador,
composto pelo Inspector-Geral de Finanças, o Inspector-Geral da Administração Pública e por
todos os inspectores-gerais sectoriais, ao qual são dadas as competências constantes do artigo 30.
De acordo com a lei do SISTAFE as principais figuras do Controlo Interno no ordenamento
jurídico moçambicano são:
a) O Inspector do Estado – Com vista a assegurar o correcto funcionamento dos órgãos do poder
de Estado a todos os níveis, garantindo-se desse modo a efectiva implementação dos
programas definidos a nível central, sentiu-se a necessidade de criar mecanismos que
permitissem o estabelecimento de uma estreita ligação entre os órgãos centrais e locais.
Ao Inspector do Estado, nos termos do Artigo 13 do Decreto n.º 5/96, de 10 de Junho,
compete, de entre outras prerrogativas, assistir o Presidente da República na verificação do
respeito pela Constituição e Legalidade, deslocar-se a diversos locais para verificar e controlar
a implementação de decisões do Presidente da República e outras situações pontuais, por
determinação do Chefe do Estado, verificar o cumprimento atempado das orientações do
Presidente da República e do Conselho de Ministros, reunir periodicamente com os
Inspectores-Gerais dos Ministérios para uma análise global dos trabalhos de inspecção no
País, propor ao Presidente da República as providências que julgar convenientes para a
regularidade e eficiência dos serviços de inspecção, e realizar outras tarefas determinadas pelo
Presidente da República.
Deste rol de competências, é possível determinar o posicionamento do Inspector do Estado no
quadro das funções de Controlo Interno em Moçambique, em que este aparece numa situação
de proeminência relativamente aos demais órgãos.
b) A Inspecção-Geral de Finanças – Com a aprovação do Estatuto Orgânico da Inspecção-Geral
de Finanças, e o correspondente Regulamento Interno, pelo Decreto n.º 40/99, de 29 de Junho,
e o Diploma Ministerial n.º 57/2000, de 21 de Junho, respectivamente, deu-se mais um passo
17
no fortalecimento do Controlo Interno em Moçambique, uma vez que a função de zelar pela
observância rigorosa da disciplina financeira do Estado e outros entes públicos já fora
conferida ao órgão acima referenciado pelo próprio Estatuto Orgânico do Ministério das
Finanças.
Autarquias Locais
2.2.5.1. Atribuições
De acordo com o art.º 6 da Lei n.º 2 do art.º 1 da Lei n.º 2/97, de 18 de Fevereiro, são
atribuições das Autarquias Locais a representação dos interesses próprios comuns e
específicos das populações respectivas e designadamente: Desenvolvimento económico e
social local; meio ambiente, saneamento básico e qualidade de vida; abastecimento público;
saúde; educação; cultura, tempos livres e desporto; polícia da autarquia; urbanização,
construção e habitação.
Segundo o art.º 6 da Lei n.º 2 do art.º 1 da Lei n.º 2/97, de 18 de Fevereiro as autarquias locais
gozam de autonomia administrativa, financeira e patrimonial.
18
Destes há que destacar os seguintes:
MONTEIRO, (2015), apresentou na sua Dissertação como exigência parcial para a obtenção
do grau de Mestre em Economia na Faculdade de Economia do Porto um estudo detalhado
com o tema “Avaliação do Sistema de Controlo Interno: o contributo do auditor externo e o
seu papel na gestão empresarial”. Esta pesquisa foi elaborada em Portugal, e tinha como
principal objectivo avaliar o Sistema de Controlo Interno e o papel do auditor externo na
gestão empresarial.
O trabalho realizado por ÉVORA, (2012) na sua monografia apresentada ao Instituto Superior
de Ciências Económicas e Empresariais, como requisito para a obtenção do grau de
Licenciatura em Contabilidade e Administração, apresentou um estudo com o tema
“Avaliação do Sistema de Controlo Interno no Âmbito da Auditoria Interna: Caso Correios de
Cabo Verde” e tinha como objectivo central avaliar o dispositivo de controlo interno dos
Correios de Cabo Verde, no contexto da auditoria.
19
principal objectivo verificar se a Autarquia Portonovense estava dotada dos instrumentos de
contabilidade e de controlo interno existentes e, analisar a conformidade dos procedimentos e
contas com a legislação vigente.
Os estudos realizados pelos autores indicaram que existe um sistema de controlo interno,
facto que foi constatado na instituição em estudo no presente trabalho.
20
adequacidade do sistema de controlo interno de pagamentos implementado pelo Conselho
Municipal de Maputo.
Após verificar os estudos acima, notou-se que o Controlo Interno é encarado de forma
diferente pelas organizações, visto que algumas optam pelo controlo interno como factor
impulsionador da eficácia e outras para garantir a eficiência na gestão, apesar de reconhecer a
importância desta prática para as suas organizações.
21
CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DA PESQUISA
3.1 Introdução
O presente capítulo ilustra as técnicas e métodos usados durante a pesquisa, onde assenta a
estrutura dos procedimentos relativos ao desenho da pesquisa a população em estudo, o
processo de amostragem, método de colecta de dados, com intuito de fornecer procedimentos
que permitiram a pesquisadora conduzir o seu trabalho e atingir os objectivos traçados.
LAKATOS & MARCONI, (2010) descrevem que a escolha do método de pesquisa justifica-
se pela necessidade de expandir o problema da pesquisa.
22
b) Quanto aos objectivos
Durante a pesquisa usou-se o método qualitativo com carácter essencialmente exploratório.
RAMOS & NARANJO, (2014) citou que:
Os estudos exploratórios efectuam-se normalmente, quando o objectivo é examinar um tema
ou problema de investigação pouco estudado ou que não foi abordado antes.
Para GIL (2008:43), este tipo de pesquisa “tem como principal finalidade desenvolver,
esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista, a formulação de problemas mais
precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores”. De todos os tipos de pesquisa,
estas são as mais que apresentam menos rigidez no planeamento. Habitualmente envolvem
levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudos de casos”.
Esta pesquisa permitiu explorar os diferentes factos relacionados com o tema de pesquisa, o
que possibilitou a recolha de dados credíveis relativamente ao tema em destaque.
c) Procedimentos Técnicos
No que concerne aos procedimentos técnicos, foi usada a pesquisa bibliográfica e estudo de
caso.
Na óptica de GIL (2008:60), pesquisa bibliográfica “é aquela que é elaborada a partir de
material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e
actualmente com material disponibilizado na internet”.
Deste modo, compreende-se como pesquisa bibliográfica aquela que é realizada mediante
obras publicadas, sejam impressas ou electrónicas, mas sempre com um conteúdo
comprovado cientificamente.
A recolha de dados foi fundamental e o uso da análise documental, isto é, a exploração de
documentos ora publicados (Pesquisa Bibliográfica) que abordam a matéria ligada ao tema
em estudo, entrevistas e pesquisa documental, o que permitiu o estudo da institução em
análise.
As entrevistas foram do tipo semi-estruturadas e elaboradas com o objectivo de obter
informações de o que as pessoas fazem, pensam, verificam factos, opiniões e planos de
acções. Basicamente para a pesquisa usou-se a literatura relacionada nos livros, Internet e
trabalhos científicos.
Quanto ao estudo de caso, GIL (2008:60), define como sendo “o estudo profundo ou
exaustivo de um ou poucos objectos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado
conhecimento.”
23
Assim, entende-se como estudo de caso, o estudo realizado de forma exaustiva ou extensa de
modo a colher dados que expressam detalhes da realidade em estudo.
Estes dois tipos de pesquisa ajudaram no fornecimento de dados sobre os escritos
relacionados ao tema em estudo e as informações relacionadas a realidade da instituição em
estudo.
KUMAR & al, (2007) diz que população é constituída por elementos e objectos que contém
informação necessária para a pesquisa.
Assim sendo, dentro do contexto do tema “Avaliação da Contabilidade e o Sistema de
Controlo Interno”, a população em estudo foram funcionários do Conselho Autárquico da
Beira, afectos ao ao Sector de Vereação de Plano e Finanças, Departamento Municipal de
Plano, Finanças e Cooperação Serviço Municipal de Contabilidade, susceptíveis de serem
entrevistados. Segundo os dados fornecidos pelos Recursos Humanos, o número de
funcionários afectos a estes departamentos é de 271 funcionários.
24
Tabela 1: Membros de Direcção e Vereação da Administração e Finanças do CMB
IT Descrição Homens Mulheres Total
1 Membros de Direcção 76 22 98
2 Sector de Vereação de Plano e Finanças 6 3 9
Departamento Municipal de Plano, Finanças
3 67 60 127
e Cooperação
4 Serviço Municipal de Contabilidade 4 5 9
Departamento Municipal de
5 13 7 20
Desenvolvimento Humano e Institucional
6 UGEA 4 4 8
26
LAKATOS & MARCONI, (2010) citou que:
A observação é a técnica de colecta de dados para conseguir informações utilizando os
sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Disse ainda que, não
consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar factos ou fenómenos menos
que se deseja estudar (p.275).
BORBA, BOCCHI, AGUERO, & MACEDO, (2004) argumentaram que:
A observação se origina no sentir, no olhar e no escutar. É o modo exclusivo pelo qual
se dá a apreensão da realidade que origina o saber como senso comum, ou saber
popular. No entanto, se estiver instrumentalizado em procedimentos científicos, tanto
tecnicamente como teoricamente, ela pode ser uma rica fonte de dados e informações
a respeito do objecto de pesquisa.
Nesta pesquisa o método de observação foi usado durante a análise dos documentos da
instituição, concretamente, prestações de contas, guias de receitas, Mapas de Receitas,
Relatórios e Anexos dos Orçamentos e despesas.
A entrevista teve como objectivo obter informações indispensáveis, e foi conduzida pela
pesquisadora. Através das Entrevistas pretendeu-se tornar as questões colocadas fáceis de
responder facilitando deste modo o alcance dos objectivos: as questões abertas pretenderam-
se colher informações e opiniões pessoais dos gestores sobre determinados aspectos
relativamente à tomada de decisões.
a) O questionário:
De acordo com PRODANOV & FREITAS (2013:108), o questionário “é uma série ordenada
de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante. Se a sua confecção for
feita pelo pesquisador, o seu preenchimento será realizado pelo informante ou respondente.”.
Para a colecta de dados, neste estudo, foi elaborado um questionário, composto por (03)
secções e contendo perguntas fechadas, com várias opções, que foi dirigido aos funcionários,
devidamente seleccionados.
27
GIL, (2008) citou que:
A entrevista é seguramente a mais flexível de todas as técnicas de colecta de dados de que
dispõem as ciências sociais. Podem ser definidos diferentes tipos de entrevista, em função
de seu nível de estruturação. As entrevistas mais estruturadas são aquelas que
predeterminam em maior grau as respostas a serem obtidas, ao passo que as menos
estruturadas são desenvolvidas de forma mais espontânea, sem que estejam sujeitas a um
modelo preestabelecido de interrogação (p111).
Na presente pesquisa, aplicou-se a entrevista formalizada, pois GIL, (2008) citou que:
A entrevista formalizada é tão livre quanto a anterior, todavia, enfoca um tema bem
específico. O entrevistador permite ao entrevistado falar livremente sobre o assunto, mas,
quando este se desvia do tema original, esforça-se para a sua retomada. Este tipo de
entrevista é bastante empregado em situações experimentais, com o objectivo de explorar a
fundo alguma experiência vivida em condições precisas... Nestes casos, o entrevistador
confere ao entrevistado ampla liberdade para expressar-se sobre o assunto. A entrevista
focalizada requer grande habilidade do pesquisador, que deve respeitar o foco de interesse
temático sem que isso implique conferir-lhe maior concentração (p. 112).
De acordo com MARCONI & LAKATOS (2003:222), entende-se por entrevista “a
conversação realizada face a face, de maneira metódica que proporciona ao entrevistador,
verbalmente, a informação necessária”.
Com base nesta técnica colectou-se opiniões sobre como a Contabilidade e o Sistema de
Controlo Interno, implementado na Autarquia da Beira garante a recolha das suas receitas
próprias, no período em estudo.
sA Técnica de Entrevista foi dirigida à Directora do Departamento do Plano Financeiro e ao
Chefe de Contabilidade do Conselho Autárquico da Beira, de modo a obter-se informações
necessárias para a materialização desta pesquisa que de uma forma geral esclareceu sobre os
procedimentos utilizados na organização.
As variáveis que se apresentam aqui são qualitativas e quantitativas, sendo que para a
interpretação dos dados procurou-se sincronizar-se os dados da pesquisa bibliográfica,
entrevistas e pesquisa documental e análise descritiva através da modelagem Estatistica SPSS.
As entrevistas a esses gestores, foram registadas em gravações através de celular SAMSUNG
GALAXY A7 (2018) e posteriormente procedeu-se a sua transcrição, a partir das sucessivas
leituras realizadas e da constante audição do material colectado emergiram as categorias para
melhor compreensão. Devido algumas características das questões colocadas nas entrevistas
recorreu-se a digitalização dos dados no Software Microsoft Word de modo a organizar e
28
lançar as respostas que foram obtidas através das questões das Entrevistas. Assim esta análise
serviu de base para fundamentar as conclusões e recomendações da pesquisa.
A colecta de dados secundários foi feita em diversas fontes, através da pesquisa bibliográfica
constituída por literaturas diversas disponíveis na Biblioteca da Unizambeze-FCSH,
publicações, artigos científicos relacionados com o tema em pesquisa, documentos e artigos
seleccionados através do Google académico, análise dos Relatórios de Prestação de Contas e
relatórios semanais, mensais, trimestrais e anuais já elaborados pela instituição, o que
permitiu na obtenção das respostas às perguntas de pesquisa. Após a recolha, foram
seleccionadas as informações necessárias para a elaboração da pesquisa.
30
3.7 Duração de cada Entrevista
Visto que se tratou de uma Pesquisa Qualitativa e Quantitativa, não se havia definido o
número de entrevistas por se efectuar, mais para a conclusão do projecto foram necessárias
quatro (4) entrevistas. De realçar que cada entrevista teve a duração de 30 minutos, no qual se
esperou obter o máximo proveito possível.
31
CAPÍTULO 4: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
4.1 Introdução
Segundo Marconi & Lakatos (1996), a análise dos dados é uma das fases mais importantes da
pesquisa, pois, a partir dela, é que serão apresentados os resultados e a conclusão da pesquisa,
conclusão essa que poderá ser final ou apenas parcial, deixando margem para pesquisas
posteriores.
Na análise dos dados, foi utilizado software SPSS Statistic que permitiu na criação da base de
dados para a inserção da informação colectada e Excel que possibilitou a análise e
interpretação dos dados, traduzidos em gráficos e tabelas, para melhor facultar a sua
percepção.
4.2 Introdução
Neste capítulo pretende-se proceder ao processamento dos dados obtidos durante o processo
de pesquisa através da Entrevista e Questionário com objectivo de obter uma ideia clara sobre
a forma como a CMB utiliza a sua informação financeira no processo de tomada de decisões
de gestão. Sendo assim, esta etapa é de crucial importância, pois através desta foi possível
obter respostas sobre o tema pesquisado.
32
A cidade da Beira apresentou, durante anos, um lento progresso, dada a debilidade da rede de
estradas. Esta foi, no século XX, frequentemente suspensa e, por vezes, destruída, devido não
só à Guerra da Independência do Zimbabwe, no final dos anos 70, como também ao
Movimento Nacional Moçambicano, no início dos anos 80. Só na década de 90, as vias de
comunicação da região começaram a desenvolver-se. Assim, o porto de mar tornou-se uma
saída vital para o Malawi e para o Zimbabwe, enquanto os caminhos-de-ferro e as estradas
aceleraram as ligações com os países vizinhos, principalmente, com o Zimbabwe, cujo
percurso ficou conhecido por "Corredor da Beira", o que atraiu investimentos consideráveis
para a região. As principais transacções económicas concentram-se na exportação de ferro,
cobre, citrinos, camarões e na importação de petróleo proveniente dos países árabes, depois
conduzido para o Zimbabwe. A exploração das açucareiras, das madeireiras e do gás natural
do Búzi estão ainda desaproveitadas, podendo atingir níveis bastante elevados de
desenvolvimento e de rendimento económico.
A nível turístico, a autarquia, com poucos pontos de interesse, apresenta uma diversidade de
estilos arquitetónicos que surgiram, essencialmente, das influências indianas, coloniais
britânicas e portuguesas.
Outrora, a cidade da Beira, era considerada como a segunda cidade do país, conforme a
classificação administrativa.
Na Figura 1 é possível ver as instalações da organização, assim como os seus dados.
33
Figura 1: Vista Frontal do Conselho Autárquico da Beira
Designação: Conselho Autárquico da Beira
Situa-se na Cidade da Beira, com Sede na Rua Governador Augusto Castilho; Praça do
Município, Cidade da Beira.
34
Nesta época, as prestações de contas de gerência do CMB, era feita de forma sumária aos
cidadãos. Os balanços de actividades após o seu exercício e a prestação de conta vertical
consistiam na apresentação dos resultados alcançados no decurso das suas actividades à
Assembleia Municipal.
Neste processo de Municipalização, ainda, nota-se dificuldades na arrecadação de receitas,
devido ao princípio de gradualismo, vislumbrado na Lei n.º 2/97, de 18 de Fevereiro, que
preconiza a descentralização gradual. Por via disto, as competências da gestão municipal é
tidas como um dos impasses conducentes aos conflitos de interesse na cobrança de impostos
que algum deles encontra-se sob a gestão do governo central que isso, de algum modo, pode
influenciar negativamente no desenvolvimento local.
Segundo os dados fornecidos pelos Recursos Humanos, o Conselho Autárquico da Beira
possui 2477 funcionários, e de acordo com o organigrama esta instituição tem a seguinte
estrutura orgânica:
35
Figura 3: Localização geográfica da Cidade da Beira
Por meio da observação foi possível constatar que o CMB tem um Organigrama que vai de
acordo com a sua actividade embora ainda não tenham sido criados alguns.
A definição de autoridade e consequentes responsabilidades são claras e satisfazem
plenamente as necessidades da organização. Existe segregação de funções, apesar das
instruções não estarem devidamente formalizadas e existe um controlo sobre as transacções.
36
1. Qual é o número de funcionários no Conselho Autárquico da Beira?
Para a presente questão o E1 respondeu que: “O CAB possui 2477 colaboradores.” Deu para
perceber que o chefe de Contabilidade tem conhecimento sobre o assunto em questão, este
ainda acrescentou “a instituição é tão vasta e muito complexa. Para o caso da Vereação de
Administração e Finanças e Membros de Direcção, há 271 funcionários dos quais 170
homens e 101 mulheres.”
37
Tabela 2: Receitas arrecadadas e despesas suportadas entre 2014 à 2018
Ano Receitas Despesas Variação
2014 581.422.712,54 583.843.221,18 -2 420 508,64
2015 619.061.614,23 636.282.891,91 -17 221 277,68
2016 655.729.063,56 614.623.350,32 41 105 713,24
2017 703.341.014,44 669.171.328,76 34 169 685,68
2018 737.062.140,26 842.431.024,27 -105 368 884,01
Total 3.296.616.545,03 3.346.351.816,44 -49.735.271,41
Fonte: Adaptado pela Autora através de Entrevista (2020)
Analisando a resposta do E1 tanto como o E2, percebeu-se que o impacto das receitas tem
sido suficientemente satisfatório para cobrir as despesas, pois só entre 2015 e 2016 é que a
variação foi positiva. Em termos globais, isto é, de 2014 à 2018 a variação entre as receitas
colectadas e despesas efectuadas foi negativa.
2. Quais são as fontes das receitas próprias que a autarquia possui? (Enumere todas as
fontes de receitas próprias da autarquia)
Em resposta a presente questão os E1 e o E2 declararam que “As receitas próprias que a
autarquia possui estão divididas em dois grupos: Receitas fiscais e Receitas não fiscais. Dizer
que as Receitas Fiscais - são aquelas plasmadas na lei como por exemplo, os impostos que
são de carácter coativo, ou seja, obrigatórios: IPRA, IAV, Imposto Autárquico de SISA, IPA e
outros impostos. E no segundo grupo temos Receitas não fiscais que são compostos por taxas
por actividade económica, Taxa de Mercado, Recolha de Lixo, Taxa de DUAT, Publicidade e
demais taxas que ao longo do exercício da nossa actividade vamos descobrindo outras
receitas por exemplo alguém que vai buscar areia para a cidade, essas taxas são
denominadas por outras taxas”.
39
típicas do Modelo 11. E reporta a parte do Orçamento e da execução da parte de despesa. O
Modelo 17 busca as informações no modelo 18. Também a despesa mensal de janeiro a
dezembro.
Este modelo canaliza a informação para o modelo 5 que está em forma de T. Este modelo é
que nos dá os saldos.
10. São elaborados anualmente orçamentos? Quais são os tipos de orçamentos e quem são os
responsáveis para a sua elaboração? (Descrever os tipos e os responsáveis)
Os orçamentos são elaborados anualmente por uma equipa do Plano e Orçamento do CAB.
11. Quem aprova o orçamento após a sua elaboração? (Indicar, apenas a categoria ou a
função)
Os orçamentos após a sua elaboração são aprovados pela Assembleia Municipal.
12. Como são feitas as cobranças dos fundos provenientes das receitas próprias?
(Descrever os processos de cobrança)
As cobranças dos fundos provenientes das receitas próprias são feitas por via de sistema
instalado no Conselho Municipal da Beira.
13. Quantos tipos de caixa existem e quais são as suas finalidades? (Discriminar os tipos e
as suas finalidades)
Existem 4 tipos de caixa, com a finalidade de receber os valores que são cobrados no sector
da Tesouraria
40
Se sim, quais são os procedimentos que são seguidos até a realização da despesa? (Descrever
os procedimentos)
Os procedimentos que são seguidos até a realização da despesa são: Primeiro a despesa deve
estar inscrita, deve ter legalidade e cabimento orçamental e esta começa do sector onde é
pretendida a realização da despesa através de uma carta que deve ser autorizada pelo
Presidente do Conselho Autárquico e segue todos procedimentos administrativos até a
liquidação se houver a existência de fundos para o fazer.
Os resultados das entrevistas indicam que o Conselho Autárquico da Beira tem levado em
conta, no CONTROLO INTERNO e por conta disso a Avaliação da Contabilidade e do
Sistema de Controlo Interno para garantir o encaixe das receitas próprias no período em
análise mostra resultados satisfatórios.
Em jeito de fecho da entrevista, as últimas declarações dadas pela entrevistada E1, foram
concernentes às diferenças existentes entre as despesas correntes e despesas de capital,
segundo ela, nem todos têm o conhecimento da existência desses dois conceitos, “Despesas
correntes e despesas de capital. Nas despesas correntes temos a despesa com pessoal, bens e
serviços e transferências correntes e outras despesas correntes e do exercício findo. Do
exercício findo podemos dizer que é despesa do ano anterior que ocorreu e não houve
pagamento. As Despesas de capital temos: investimento fixo tais como construção de
estradas, construção de escolas”, acrescentou.
41
questões colocadas na entrevista, mais outras questões adicionais de modo a que se pudessem
obter as mesmas informações e os dados são apresentados abaixo, em tabelas e gráficos.
Na tabela a seguir, são apresentados os dados referentes ao perfil dos profissionais inqueridos.
No que diz respeito à idade, a faixa etária entre 16 e 35 anos, foi a que liderou no inquérito,
sendo que representado em 49,2%, de seguida a de 36 à 45 anos, com 28.8% e por fim a dos
18 a 25 anos, com uma percentagem de 15,3%. Dos inqueridos a faixa etária dos 46 anos em
42
diante correspondeu a 6.8% dos funcionários o que representa a mais baixa do universo
inquerido.
44
Tabela 7: Respostas do Inquérito das Informações sobre Sistema de Controlo Interno
Estatísticas descritivas
IT N Mín Máx Média
(Escala: 1-Sim; 2-Não; 3- Não Aplicável)
45
Através análise das médias pode verificar-se que os inqueridos atribuem bastante importância
a todos os parâmetros apresentados. Sendo a informação contabilística considerada como
mais importância quando se destina à avaliação do tempo necessário para fazer-se depósitos
dos fundos cobrados. Pode ˗ se notar que a maior parte respondeu positivamente no uso do
sistema de controlo interno no CMB. Para as respostas que consideram o sistema de controlo
interno como menos importante, pode se justificar pela falta de compreensão do que significa
o controlo interno por parte dos respondentes
47
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES DA PESQUISA
5.1 Introdução
Neste capítulo, são apresentadas as conclusões a respeito de cada um dos objetivos
específicos e do objetivo geral como um todo, baseando-se no que foi identificado no
capítulo anterior, assim como são apresentadas recomendações que o pesquisador julga
relevantes quer para a instituição estudada, quer para os futuros pesquisadores.
48
positivamente embora existem ainda lacunas a serem corrigidos para o seu funcionamento em
pleno. Os utilizadores internos têm o privilégio de obterem balancetes mensais das diversas
contas e os seus saldos que são comparados com os das respectivas contas de razão,
possibilitando assim efectuar reconciliações de saldos, controlo dos activos de modo a
prevenir e detectar irregularidades que possam afectar o alcance dos seus objetivos.
49
5.3 Recomendações
Nesta última secção, pretende-se deixar algumas recomendações baseando-se nas análises
efetuadas e nas conclusões retiradas. Nesta sequência, são apresentadas a seguir as
recomendações que a pesquisadora julga relevantes tanto para a CMB assim como para os
futuros pesquisadores.
5.3.1 Ao CMB
Recomenda ao Conselho Autárquico da Beira que adopte medidas de controlo interno,
elaborando manuais de procedimentos e de controlo interno que integrem todas as áreas de
actuação, estabelecendo assim um conjunto de regras definindo que as entradas (receitas) e
saídas (despesas) sejam efectuadas com base em documentos apropriados e autorizados.
Para que a instituição não incorra em riscos de existência de erros humanos e fraudes, devem
ser ainda devidamente segregadas as funções entre a Ugeas, Contabilidade e Finanças, de
modo a assegurar que possíveis erros involuntários e fraudes cometidas sejam imediatamente
detectados e corrigidos de modo a não afectar a mesma na prossecução dos seus objetivos.
Recomenda-se ainda ao CMB a continuação da planificação anual dos Orçamentos e a
elaboração da informação detalhada das suas aplicações.
Também se recomenda que haja controlos preventivos e detectivos para assegurar que não
haja possiveis desvios de Orçamentos e seu uso integral.
De modo a garantir a integridade das receitas próprias do Conselho Autárquico da Beira,
recomenda-se ainda:
• A utilização do e-SISTAFE para melhor controlo e gestão das receitas próprias;
• A uniformização dos procedimentos administrativos, de modo a que haja melhor
coordenação entre os departamentos no seio da Direcção do Serviço Municipal de
Finanças;
• A capacitação frequente dos funcionários, de modo a preparar melhor os funcionários
nesta matéria; e
• Que garantam a capacitação dos gestores das autarquias, bem como dos vereadores,
chefes de departamentos e aos funcionários em matéria de uso do fundo do hierárquico
público.
Recomenda-se ao Governo para criar mecanismos de modo que o Ministério da Economia e
Finanças:
50
• Efectue, periodicamente, acções de fiscalização, no sentido de aferir o cumprimento
da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro;
• Que seja feito um acompanhamento contínuo do Sistema de Controlo Interno;
• Que haja mais formações ou capacitações dos técnicos, no âmbito do sistema
informático de processamento e pagamento de salários; e
• Que se faça o pagamento das receitas próprias por depósito bancário para evitar o uso
de fundos na boca do cofre ou a declaração de rendimentos escaqueados.
Ao Tribunal Administrativo:
• Que se instrua sempre processos de multa, em casos dos factos que evidenciem a
existência de infracções financeiras; e
• Que se faça o acompanhamento frequente da execução do fundo proveniente das receitas
próprias; e
• Que se emane uma lei que garanta que o pagamento das receitas seja efectuado
mensalmente, o que permitirá o melhor controlo da mesma.
GLOSSÁRIO
Superavit – Resultado positivo, obtido a partir da diferença entre os ganhos e as despesas.
Deficit – Resultado negativo; carência; deficiência; escassez.
51
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no risco (2ª ed.). Lisboa, Portugal: Escolar Editora.
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Legislação
• Constituição da República de Moçambique, aprovada pela Lei nº 1/2018, de 12 de
Junho;
• Decreto n.º 23/2004, de 20 de Agosto, aprova o Regulamento do Sistema de
Administração Financeira do Estado.
• Decreto n.º 40/99, de 29 de Junho, aprova o Estatuto Orgânico da Inspecção-Geral de
Finanças;
• Decreto n.º 40/99, de 29 de Junho, aprova o Estatuto Orgânico da Inspecção-Geral do
Estado.
• Decreto n.º 51/95, de 5 de Setembro, cria a Inspecção Administrativa do Estado e
aprova o respectivo Estatuto Orgânico.
54
• Decreto Presidencial n.º 1/79, de 11 de Janeiro, cria o quadro de Inspectores de Estado
junto da Presidência da República.
• Decreto Presidencial n.º 4/96, de 10 de Junho, define a Presidência da República como
um órgão central do aparelho do Estado.
• Diploma Ministerial n.º 57/2000, de 21 de Junho, aprova o Regulamento Interno da
Inspecção-Geral de Finanças.
• Diploma Ministerial n.º 57/2000, de 21 de Junho, cria o Regulamento Interno do
Estatuto Orgânico da Inspecção-Geral de Finanças;
• Diploma Ministerial n.º 66/98, de 20 de Maio, aprova o Regulamento Interno da
Inspecção Administrativa do Estado.
• Lei n.º 11/97, de 31 de Maio, define e estabelece o regime jurídico-legal das finanças e
do património das autarquias.
• Lei n.º 13/97, de 10 de Julho, estabelece o regime jurídico da fiscalização prévia das
despesas públicas.
• Lei n.º 14/97, de 10 de Julho, define o regime jurídico da fiscalização sucessiva das
despesas públicas.
• Lei n.º 16/97, de 10 de Julho, aprova o Regimento da organização, funcionamento e
processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo.
• Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, cria o Sistema de Administração Financeira do
Estado.
• Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro, aprova o quadro jurídico-legal para a implantação das
Autarquias Locais.
55