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Legenda:
TA – Taxa de
Aquecimento
TR – Taxa de
Resfriamento
Ti – Temperatura inicial
Tf – Temperatura final
Tp – Tempo de patamar
Uma das maneiras de se minimizar essas tensões, ou seja, aliviá-las, é pela utilização do
tratamento térmico de alívio de tensões (TTAT) que, como o próprio nome já sugere, consiste na
operação de aquecimento da peça de trabalho após a operação de soldagem.
A peça soldada deve ser aquecida a uma temperatura inferior à temperatura crítica de
transformação do material, ou seja, antes que ocorra alguma mudança de fase. Depois de
atingida essa temperatura, a peça é mantida aquecida durante um determinado tempo,
denominado tempo de patamar ou de encharque.
Segue-se então o resfriamento uniforme e controlado da peça, geralmente a uma taxa pequena,
não superior a 150°C/h. A figura 1 contempla as principais etapas operacionais do alívio de
tensões.
Quanto maior for a temperabilidade do aço, maiores são as chances de se ter a formação de
microestrutura frágil, como martensita, na ZF (Zona Fundida) e, principalmente, na ZTA (Zona
Termicamente Afetada). A presença desse tipo de microestrutura confere ao aço alta dureza e
baixa ductilidade, aumentando a tendência de fissuração por hidrogênio. Nesse caso, o alívio de
tensões atua revenindo a microestrutura martensítica.
São exemplos de aços com elevado teor de elementos de liga os aços temperados e revenidos,
os aços resistentes a fluência ligados ao cromo e ao molibdênio e os aços com alto teor de
carbono, como o ABNT 4140.
Um outro exemplo pode ser dado para o aço ASTM A335 P1. A norma ASME seção VIII divisão
1 determina que, para espessuras de até 50mm, a temperatura e o tempo de patamar devem
ser de 595°C e 1h p/ cada 25mm (mín. 15min), respectivamente. Já para espessuras superiores
a 50mm, a temperatura e o tempo de patamar devem ser de 595°C e 2h + 15 min para 25mm
adicional.
Por exemplo, o metal depositado com um eletrodo revestido de classificação E7018 pode
apresentar um limite de resistência de 500 MPa na condição como soldado. Contudo, após a
aplicação de um alívio de tensões, esse limite de resistência pode diminuir para 450 Mpa. Dessa
forma, as propriedades mecânicas do metal de solda, assim como as do metal de base, devem
ser avaliadas.
Eletrodos revestidos contendo cromo e molibdênio, tais como o E8018-B2 e E9018-B3, são
classificados pela norma AWS A5.5 na condição após Tratamento Térmico de Alívio de
Tensões. O eletrodo E8018-B2, por exemplo, tem um requisito de limite de resistência mínimo
de 550 MPa após alívio de tensões a 690°C por uma hora. Contudo, na condição como soldado,
o limite de resistência pode chegar até 825 Mpa.