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Estudantes: Bárbara Pinheiro de Sousa e João Scarano Guerra

1) Bovero afirma que, do modo como o liberalismo avança, deixa averter a


incompatibilidade entre democracia e capitalismo. Analise essa questão e incorpore
o debate sobre as 2 feições do liberalismo e como elas colidem.

Através do texto, somos apresentados a duas definições de democracia e


liberalismo. A primeira sendo sua definição clássica, original, e a segunda, vindo como uma
redefinição de tais termos tendo em base processos históricos que afetaram a formação do
Estado. Durante o texto, trabalha-se com a redefinição dos termos e como ambos afetam as
relações entre indivíduo e Estado na sociedade pós-moderna. Além disso, trabalha-se
aspectos complementares do liberalismo, duas faces distintas que acabam se radicalizando:
a ideologia do mercado sem vínculo, em visa-se estender indefinitivamente a liberdade de
perseguir os próprios interesses do mercado, e o processo de constitucionalização do
Estado, dedicado a defender o direito de liberdade pessoal como imunidade frente a
coações arbitrárias.
Ambas as faces se juntam para formar o individualismo liberal, ideia de liberdade do
indivíduo em relação à sociedade, a qual ele se torna um protagonista absoluto fora de
qualquer vínculo social. Em contrapartida, há o agrupamento deste indivíduo com outros
semelhantes a si em busca de uma associação de indivíduos livres ao qual o indivíduo seria
o protagonista dentro de uma sociedade em que as decisões coletivas são tomadas pelos
próprios indivíduos ou seus representantes, sendo este o individualismo democrático. Tais
individualismos são divergentes, mas se colidem dentro do próprio indivíduo, que deve
buscar por um equilíbrio entre ambos a fim de não enlouquecer dentro da contradição.
Dentro da ideologia neoliberalista vemos a definição da democracia como um
obstáculo para o capitalismo, nela há a construção de direitos básicos como “benefícios”
que devem ser conquistados e não ditos como garantia para os indivíduos, mas que
encontra um empecilho que impede a implementação destes direitos pelo estado. A falta de
recurso. Nisso, há a ideia da democracia como um obstáculo direto do capitalismo.

2) Analise os modelos políticos presentes no documentário que são exemplos de


bem-estar social. Compare-as com o modelo americano de saúde privada.

Os modelos de políticas públicas de saúde universal apresentados no documentário


são de dois países, Inglaterra e Canadá. Ambos garantem, sob cuidado do Estado, o direito
inalienável de acesso à saúde gratuita e de qualidade de todo e qualquer cidadão do país.
No Canadá, é motivo de orgulho para todos os cidadãos, inclusive, para nossa surpresa, de
até cidadãos filiados ao partido conservador - o que demonstra o nível do debate
democrático de espectros divergentes politicamente.
A lógica que estes modelos de bem-estar social seguem é de proteção e cuidado,
por meio do Estado, do indivíduo - sendo de suma importância para aqueles que são mais
vulneráveis economicamente. Políticas públicas de saúde universal contribuem para o
bem-estar da sociedade como um todo, pois ao cuidar do indivíduo, cuida de todo o tecido
social, que necessita desse serviço substancial à vida humana: desde o nascimento até o
final da vida.
Por sua vez, o modelo estadunidense segue a lógica do dinheiro: cuidar de um
indivíduo é um gasto que deve ser evitado. O cidadão estadunidense, então, fica à mercê
de planos de saúde privados que impõem uma série de restrições, como não aceitar
contratos com pessoas com comorbidades, pois é um sinal de risco para as contas da
empresa. Isto é, o indivíduo é visto como parte de uma equação do lucro, e não como um
ser humano que substancialmente necessita do acesso à medicina para viver. É a
prevalência do capital em detrimento da dimensão biológica da espécie humana.

3) Pelo que vimos no documentário há procedência na afirmação dos liberais de que as


políticas de bem estar social são incompatíveis com a liberdade econômica do
Estado?

Não podemos considerar a afirmativa verdadeira visto que o objetivo maior dentro da
ideologia neoliberal é o lucro. Com isso, políticas e ações que não resultam diretamente
numa maior arrecadação de dinheiro para uso dos indivíduos não são adotadas e, além
disso, são vistas como um empecilho para o crescimento econômico do Estado.

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