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TERMO DE ORIENTAÇÃO
Em muitas situações, como por exemplo pessoas em uso nocivo de álcool e/ou
outras drogas que se encontram em situação de rua, destaca-se a importância de
apreender as diversas dimensões envolvidas nestes fenômenos (saúde, assistência
social, convivência familiar e comunitária, acesso a habitação, educação, cultura etc), o
que exigirá a intervenção de equipes multidisciplinares.
É fundamental perceber que é vedado a assistentes sociais participar de ações de
caráter repressivo contra direitos da população, pois entre os deveres previstos em nosso
código de ética profissional encontra-se o “abster-se, no exercício da profissão, de
práticas que caracterizem a censura, o cerceamento da liberdade, o policiamento dos
comportamentos, denunciando sua ocorrência aos órgãos competentes.” (Artigo 3º, alínea
c). Também é vedado a assistentes sociais “exercer sua autoridade de maneira a limitar
ou cercear o direito do usuário de participar e decidir livremente sobre seus interesses”
(Artigo 6º, alínea a).
É, ainda, vedado a assistentes sociais acatar determinação institucional que fira os
princípios e diretrizes de seu Código de Ética (Artigo 4°, alínea c). Mesmo que a
instituição empregadora imponha normativas contrárias aos princípios de seu Código de
Ética é um dever de assistente social “denunciar falhas nos regulamentos, normas e
programas da instituição em que trabalha” (Art. 8º, alínea b). Quando necessário, tais
denúncias podem ser feitas anonimamente a instâncias do poder público, nacionais e
internacionais, e ao próprio Conselho Regional de Serviço Social.
Ressaltamos que o Código de Ética Profissional prevê como nossos direitos:
a) garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas, estabelecidas na Lei de
Regulamentação da Profissão e dos princípios firmados no Código de Ética Profissional
do Assistente Social;
b) o livre exercício das atividades inerentes à profissão, com autonomia em seu exercício,
o que implica não sendo obrigado a prestar serviços profissionais incompatíveis com suas
atribuições, cargos ou funções.
Em consequência, este Conselho, órgão de normatização, orientação e fiscalização
do exercício profissional de assistentes sociais, conforme a Lei Federal nº 8662/93,
conclui ser uma violação do Código de Ética profissional a participação de assistentes
sociais em abordagens de rua que promovam repressão aos direitos de usuários ou que
caracterizem “higienização urbana”, que visa apenas a remoção de pessoas dos espaços