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Física de aceleradores
versão 2008.2
109
Aceleradores eletrostáticos
Cockcroft-Walton
110
Van de Graaff
111
+++++ +
+ +
+ V +
+
+ +
+ Fonte de ions
+
+
+
+
+
+
correia
Tubo do acelerador
(com aneis equipotenciais)
Vs
112
Há uma variedade enorme de maneiras disponíveis para acelerar partículas
carregadas, e os métodos utilizados para uma aplicação específica dependem do tipo da
partícula, sua energia, intensidade, e viabilidade econômica. Daremos aqui ênfase no
acelerador de 1.7 MV do LaCAM.
A energia final da partícula carregada depende diretamente da voltagem aplicada.
1- Fonte de Íons
I- = I+Sη-
Onde I+ é a corrente de íons positivos de Césio que incide sobre o catodo, S é a razão de
íons que são emitidos por sputtering dada em função do íon positivo utilizado e η- a
probabilidade de produção de íons negativos que esta ligada a função trabalho W do
material do catodo. Esta probabilidade atinge o valor Maximo quando a função trabalho é
mínima, o que ocorre quando a superfície é coberta por uma camada de césio da ordem
de uma camada atômica .
113
Fig. 1 – Esquema da fonte SNICS
Cs+
Ti-
O-
Cs
114
250
200
P(Watts)
150
100
50
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Io (A)
2 - Filtro de Wien
115
Fig. 5 – O filtro de Wien do acelerador tandem de 1.7 MV
Da Fig. 6 temos:
r r
Fe = qE
r r r
Fb = qv × B
r r r
para que a partícula não seja defletida: Fe + Fb = 0 , ou seja
v = E/B
Fe
E
q
B
v
Fb
116
100
80 RX%=m/∆mX%
% Altura do Pico
60
40
20
∆m5%
m
∆m10%
∆m50%
2.0
-2
Voltage (arbitrary units)
1.5
1.0
0.5
0.0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Mass(atomic units)
117
O feixe de íons negativos produzido na fonte é acelerado a uma energia Eo entre 10-40
keV antes de ser injetado no acelerador. O feixe entra no primeiro estágio de aceleração
conhecido como região de baixa energia (LE), cuja entrada está aterrada. Os íons
negativos (X-) são em seguida pós-acelerados para o centro do acelerador (terminal) que
está a alta tensão VT de até 1,7 MV, ganhando energia Eo +eVT. No terminal, um
trocador de cargas constituído por um alvo gasoso (stripper) faz com que uma vez
interagindo com o gás, as partículas do feixe possam perder um ou mais elétrons.
Perdendo um elétron o projétil torna-se neutro (X), perdendo mais de um elétron torna-se
positivamente multicarregado (Xq+) . No segundo estágio (HE) a extremidade também é
aterrada, de forma que os íons positivos serão novamente acelerados saindo do acelerador
com energia final Eo +(1+q)eVT. Os íons neutros percorrem o segundo estágio com
velocidade constante deixando o acelerador com energia final Eo +eVT . Os íons
negativos que não trocaram de carga no terminal, são desacelerados e saem do acelerador
com a energia que entraram Eo. O vácuo residual no acelerador medido nas extremidades
é mantido abaixo de 10-8 Torr pelo bombeamento de duas bomba turbo-moleculares
situadas nestas extremidades.
stripper
LE HE
N2
X- X- + X + Xq+
VT
118
O 5SDH é mantido dentro de um tanque que contém SF6 a alta pressão (80 psi)
necessária para operação com altas tensões. O processo de obtenção de alta tensão no
terminal baseia-se no principio de indução eletrostática. Basicamente, tem-se uma correia
segmentada onde cada segmento metálico possui pquenas esferas metálicas (pellets)
isoladas por uma base de nylon, que são carregadas por um processo de indução
mostrado na figura 10. Um eletrodo indutor negativo (até – 50 kV) carrega positivamente
as esferas metálicas. As esferas ao passar pelo indutor, perdem o contato com a roldana
guia que está aterrada e adquirem carga positiva. A correia transporta estas cargas até o
terminal de alta voltagem, onde o processo reverso ocorre. Ao chegar ao terminal a
correia passa por um eletrodo supressor carregado positivamente que previne que
ocorram descargas a medida que as esferas carregadas se aproximam da roldana do
terminal. Ao deixarrm o supressor, as esferas depositam a carga positiva na roldana do
terminal que está ligada ao terminal de alta voltagem. Algumas configurações de
aceleradores tipo pelletron utilizam um sistema reverso de indução-supressão para as
esferas que retornam a roldana guia, dobrando a capacidade de carregamento da corrente.
O sistema utilizado pelos acelerador pelletron da NEC para obtenção de alta
voltagem através da indução de esferas metálicas isoladas produz uma excepcional
estabilidade do terminal de alta voltagem. Este sistema é uma evolução das cintas
utilizadas nos aceleradores Van de Graaff que sofriam de dificuldades operacionais como
instabilidade no terminal e poeira acumulada na cinta que necessitava ser limpa
freqüentemente.
Os tubos aceleradores LE e HE são compostos por 3 seções que alternam anéis
metálicos com anéis de cerâmica ligados por um processo especial. Cada seção do tubo é
capaz de suportar alto gradiente de voltagem mantendo vácuo abaixo de 10-8 Torr. Os
anéis metálicos são conectados por resistores de 3 GΩ, a idéia sendo de repartir o campo
elétrico entre o terminal e as extremidades por spark gaps com intuito de uniformizar o
campo elétrico, optimizando a qualidade ótica dos íons e ganhando portanto em
transmissão. Estas três seções são conectadas por tubos metálicos que contituem regiões
sem campo, o mesmo acontecendo entre as seções e os extremos do acelerador. Com 1,7
MV no terminal teríamos uma corrente de 8,6 µA em cada uma das colunas resistivas LE
e HE. A monitoração destas correntes é uma ferramenta de diagnostico importante na
operação do 5SDH.
O trocador de carga consiste em um alvo gasoso de comprimento de 470 mm,
diâmetro interno de 5 mm e aberturas laterais de 5 m. O gás injetado no centro do
trocador de cargas por um tudo de ¼ de polegada de polietileno de alta densidade (capaz
de suportar uma pressão interna de 400 psi) é bombeado pelas duas bombas turbo
moleculares nas extremidades LE e HE do acelerador. Diversos gases podem ser usados,
mas o gás padrão fornecido pelo fabricante é o N2, cujo cilindro tem o controlador de
pressão ajustado a 150 psi. Quando outros gases são usados, a pressão no controlador
deve ser ajustada de acordo com a rigidez dielétrica do gás para evitar que, quando o
terminal estiver operando com alta tensão, haja descargas no tubo. Como o trocador de
cargas esta localizado no terminal de alta tensão, a válvula que admite gás no trocador é
controlada externamente por uma barra isolante ligada a um motor de passo.
119
Fig. 10 – Esquema de funcionamento de um pelletron
120
+++++++
+++++++ Rint Rext
Fig. 12 – O tanque do acelerador possui uma capacitância intrínseca que dependa da geometria e é da
ordem de centenas de pF.
T=mv2/2
θ
Fig. 12-
121
B (arbitrary units) 0.20
0.15
0.10
0.05
2
0.00
0 1 2 3 4
2
mE/q (arbitrary units)
Este grupo iniciou suas atividades com a compra de um betratron de 25,4 MeV da
Companhia Allis Chalmers efetuado em 1948 pelo Prof. Marcelo Damy de Souza Santos.
O acelerador foi adquirido completamente ‘nu’ e seus sistemas de controle e pesquisa
desenvolvido no Brasil. Ele entrou em operação em 1952 após superado inúmeros
problemas de infra-estrutura como umidade excessiva, etc..
O Betratron operou até meados da década de 60, quando foi conseguido a doação
do acelerador linear Mark II da Universidade de Stanford pelo Prof. José Goldemberg.
Embora classificado na época pelo proóprio Prof. Goldemberg como semi-obsoleto, este
instrumento, com energia máxima de 35 MeV tem agregado um grupo ativo de físicos,
que tem desenvolvido proveitosa linha de pesquisas.
Com modificações do sistema de vácuo e a adição de um segundo klytron
permitiu dobrar a energia máxima desta máquina com um considerável melhoramento no
seu desempenho.
122
Este grupo iniciou seu trabalho com a volta do Prof. Oscar Sala dos Estados
Unidos pertode 1950, onde trabalhou com aceleradores Van de Graaff, principalmente na
Universidade de Wisconsin. Iniciou-se então a construção do primeiro acelerador
brasileiro, um acelerador Van de Graaff de 3,5 MeV. Esta máquina começou a operação
efetiva em 1945/55, e para ter uma idéia das dificuldades encontradas naquela época
podemos citar o fato que entre 1952 e 1954 conseguiu-se importar exatamente uma base
para fotomultiplicador e mais nada. Uma conseqüência destas dificuldades é que as
primeiras pesquisas em Física Nuclear propriamente dito foram realizados somente em
1958, quando uma verba concedida pela fundação Rockefeller permitiu adquirir
instrumentação adequda.
No fim da década de 60, este grupo iniciou estudos para instalação de um
acelerador mais moderno que resultou na inauguração em 1972 do primeiro acelerador
Pelletron fabricado pela National Electrostatics Corp.
Embora este acelerador incorporasse importantes melhoramentos técnicos em
compoaração com outros aceleradores eletrostáticos existentes naquela época, e tem tido
excepcional aceitação mundial depois de sua instalação em São Paulo. Mesmo assim, este
pioneirismo acarretou em vários anos de dificuldades técnicas que limitou seriamente sua
produtividade, até que poderia atingir seu estágio atual em que foi classificado com o
acelerador Pelletron com maior número de horas operacionais no ano de 1981 e o de
maior gradiente de tensão no tubo acelerador.
As principais linhas de pesquisa desenvolvidas em torno do Pelletron são
associados com reações com íons pesados. Várias aplicações de interesse tecnológico
também tem sido desenvolvidos (PIXE, RBS, etc..)
CBPF
123
Na década de 60, a PUC-RIO, por iniciativa do Padre Francisco Roser, S. J., adquiriu um
acelerador Van de Graaff de 4 MeV fabricado pelo High Voltage Engineering Co.
Embora na época a PUC contasse com poucos físicos nucleares experimentais e completa
falta de infraestrutura, conseguir instalar esta máquina, que iniciou operação em 1973 e
começar a criação do seu atual grupo de pesquisas.
Atualmente este grupo trabalha em estudos de física atômica e molecular, e
projetos aplicados como RBS.
CICLOTRONS
Referências:
1- Ashok Das e Thomas Ferbel, Introduction to Nuclear and Particle Physics.
2- E. Segrè, Nuclei and Particles, second edition, W. A. Benjamin, Inc. 1977.
3- H. Luna, Tese de Doutorado, IF-UFRJ (2001)
4- F. Zappa, Tese de Doutorado, IF- UFRJ (2003)
5- A. Barros, Tese de Doutorado, IF-UFRJ (2004)
6- A. C. F. Santos, S. D. Magalhaes e N. V. de Castro-Faria, NIM B (2007)
7- D. A. Sinflorio. P. Fonseca, L. F. S. Coelho, A. C. F. Santos, Phys. Ed. (2006)
8- J. D. Rogers, A História dos Aceleradores no Brasil, In Técnicas e Aplicações da
Radiação Sícrotron, SBF, Rio de Janeiro, 1983.
Exercícios
3 – Mostre ainda que m/∆m= qBl2/2sv, onde l é o comprimento das placas paralelas e s a
largura da fenda de saída.
5- Para selecionar um feixe de p+ de 1,0 MeV para uma beamline utilizamos um imã
seletor (switching magnet) com campo magnético B igual 1,91 kG (kiloGauss). Qual
deve ser o campo para selecionarmos um feixe de C2+ de 1,5 MeV?
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6- Para selecionar um feixe de H+ de 20 keV num filtro de Wien aplicamos uma tensão
de 50 volts. Qual deve ser a tensão para selecionarmos o feixe de C2+ de 40 keV?
7- Qual deve ser a tensão do terminal do acelerador tandem (o do LaCAM) para obter
um feixe de O2+ de 0,5 MeV se a tensão do catodo é –5,0 kV e a extração é –15 kV?
8- Qual deve ser a tensão do terminal do acelerador tandem (o do LaCAM) para obter um
feixe de C3+ de 1,0 MeV se a tensão do catodo é –5,0 kV e a extração é –15 kV?
Procedimento:
No painel do acelerador
Varie a tensão no filtro de Wien e verifique que a corrente no copo 1 varia passando por
máximos e por mínimos. Faça uma tabela com V (filtro) × I (copo) para os valores
correspondentes aos máximos e mínimos. Faça um gráfico.
125
Objetivo: calibrar o imã seletor
3- Esperar estabilizar
4- Para 3 valores de energias de prótons diferentes(400 keV, 500 keV, 100 keV),
anote o valor do imã e da corrente do imã de forma a maximizar a corrente no
copo 3.
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