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AULA 4

Introdução aos Estudos Linguísticos


Profa. Dra. Camila Witt Ulrich
Lista de tarefas do dia

• Retomada da aula anterior


• Variação linguística
• Norma linguística

Artigo “Variação linguística e ensino de gramática nas escolas”, de Görski e Coelho (2009)

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Diferenças entre fala e escrita

EM QUE TEMPO
ONDE ACONTECE
COMO ACONTECE
O QUE ACONTECE
QUEM ESTÁ
O QUE É USADO
QUEM É USADO
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Como escrever algumas palavras?

SOM ≠ LETRA
FONÉTICA ESCRITA
FONOLOGIA ORTOGRAFIA

CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA

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A Linguística tem por finalidade
elucidar o funcionamento da
linguagem humana, descrevendo e
explicando a estrutura e o uso das
diferentes línguas faladas no mundo.
Esse é o seu objeto empírico.
OBJETOS DA LINGUÍSTICA

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Universais da linguagem
Operações cognitivas
Diferenças entre línguas
Variação no espaço
Variação situacional ou social
Mudança linguística e evolução
Aquisição da linguagem
Sistema formal
Unidades maiores do que a frase
OBJETOS TEÓRICOS

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Que fatores linguísticos
podem causar variação?
DEBATE
Que fatores sociais
podem causar variação?
DEBATE

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VARIAÇÃO
FONÉTICO-FONOLÓGICA

SONS
VARIAÇÃO
LEXICAL

PALAVRAS
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VARIAÇÃO
MORFOSSINTÁTICA

PALAVRAS E PERÍODOS
Motivações da variação

• Variações diatópicas (geográficas)


• Variações diastráticas (grupos sociais)
• Variações diafásicas (formal x informal)
• Variações diacrônicas (históricas)

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Variação
histórica

(diacrônica)

14
Variação
geográfica EXEMPLOS

(diatópica)

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Variação geográfica (diatópica) + social
Variação
social classes

(diastrática)

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Variação social
(diastrática)
Variação
estilística formalidade

(situacional)
Depende do assunto discutido, do ambiente, do canal, dos interlocutores -
CONTEXTO
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“Caio finge sotaque?” VÍDEO

https://www.instagram.com/p/CLp1SPohmdS/
https://www.bbc.com
/portuguese/geral- .

56697071
GÖRSKI &
“Variação linguística e COELHO,
ensino de gramática” 2009
(UFSC)
Vamos resumir as principais
ideias do texto?

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Vamos resumir as principais
ideias do texto?
a língua como atividade social, o valor social das formas variantes
as variedades linguísticas o preconceito linguístico
a questão da norma o ensino de gramática

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“A variação é constitutiva das línguas humanas,
ocorrendo em todos os níveis. Ela sempre existiu e
sempre existirá, independentemente de qualquer
ação normativa. Assim, quando se fala em ‘Língua
Portuguesa’ está se falando de uma unidade que
se constitui de muitas variedades. [...]”
(BRASIL, 1998a, p. 29).

PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais

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Nossas referências (!)

Gramáticas normativas atuais: herança de uma tradição clássica greco-


romana (concepção de língua homogênea, tida como um padrão abstrato que
existe independente dos indivíduos que a falam.

• A língua, em geral, é vista como um sistema homogêneo, portanto histórica e


socialmente descontextualizada; e a gramática é tida como um repositório
de regras de bem escrever e falar.

• Resultado: reprodução do modelo sociocultural dominante que enfatiza as


desigualdades sociais.
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Nossas referências (!)

Gramáticas normativas atuais: herança de uma tradição clássica greco-


romana (concepção de língua homogênea, tida como um padrão abstrato que
existe independente dos indivíduos que a falam.

• A língua, em geral, é vista como um sistema homogêneo, portanto histórica e


socialmente descontextualizada; e a gramática é tida como um repositório
de regras de bem escrever e falar.

• Resultado: reprodução do modelo sociocultural dominante que enfatiza as


desigualdades sociais.
dialeto da elite
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Enquanto isso, em documentos oficiais...

a) ler e escrever conforme seus propósitos e demandas sociais;


b) expressar-se adequadamente em situações de interação oral
diferentes daquelas próprias de seu universo imediato;
c) refletir sobre os fenômenos da linguagem, particularmente
os que tocam a questão da variedade linguística, combatendo
a estigmatização, discriminação e preconceitos relativos ao
uso da língua (BRASIL, 1998b, p. 59).

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A língua é concebida como uma atividade social.
E é papel da escola fornecer ao aluno condições
favoráveis à apropriação de mecanismos
linguísticos, sejam discursivos (os diferentes
gêneros, por exemplo), sejam gramaticais (o
domínio da norma culta), de forma a
instrumentalizá-lo para interagir socialmente em
diferentes instâncias.

RESULTADO

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A língua é historicamente situada e
heterogênea, isto é, está sujeita a
variações e mudanças
no espaço e no tempo

A LÍNGUA COMO ATIVIDADE SOCIAL: UM FENÔMENO HETEROGÊNEO

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Também chamada de variação regional ou diatópica.

Diferenças entre PE e PB:


exemplos:
- sons do /t/ e do /d/ antes de /i/: “t”ia x “tch”ia
- transformação do /l/ final de sílaba: ma”l” x ma”u”
- uso de gerúndio: estava a brincar; estava brincando;
- uso de pronomes: eu vi-o na rua x eu vi ele na rua
- uso de palavras diferentes: guria x rapariga

Variação geográfica
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Dentro do português brasileiro,
temos exemplos parecidos?

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Diferenças no PB:
exemplos:
- sons do /e/ e do /o/: coração x córação
- diminutivo: painho x paizinho
- negação: eu não vou x eu vou não
- escolhas de palavras: pandorga, pipa, papagaio
- interjeições: bah, mermão, oxe

Variação geográfica
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Também conhecida como variação diastrática.

Depende da organização socioeconômica e cultural da


comunidade: a classe social, o sexo, a idade, o grau de
escolaridade, a profissão do indivíduo.

Ex. os informantes mais escolarizados,


independentemente da idade, preservam mais as marcas
dos verbos.

Variação social

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Também chamada de variação contextual ou de registro.
Contextos socioculturais que exigem maior formalidade:
linguagem mais cuidada e elaborada
Situações familiares e informais: linguagem coloquial

É regulada pelos domínios em que se dão as práticas sociais


(escola, igreja, lar, trabalho, etc), pelos papéis sociais envolvidos
(professor-aluno, pai-filho, patrão-empregado, etc), pelo tópico
(religião, esporte, etc).

exemplo:
Ex. relações assimétricas – “seu” / simétricas – “teu”
Variação estilística

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