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RESENHA CRÍTICA

1. REFERÊNCIA

OLIVEIRA, Fernando de. Introdução ao Novo Testamento. Patrocínio: Instituto Bíblico


Eduardo Lane, 2022. 121 p. (Apostila xerografada).

2. CREDENCIAIS DO AUTOR

Fernando de Oliveira é professor de Novo Testamento no Instituto Bíblico Eduardo


Lane (IBEL), professor da rede pública estadual e evangelista em uma congregação da Igreja
Presbiteriana do Bairro Constantino, localizada no distrito de São João da Serra Negra, em
Patrocínio/MG.

3. RESUMO

O autor principia informando que após o exílio, os judeus voltaram ao monoteísmo,


distinguindo assim o judaísmo das demais religiões. Sem o templo, surgem as sinagogas, local
de estudo da Lei (Torá) e oração. O rabino, responsável pelo ensino nas sinagogas, torna-se
mais importante que o sacerdote. Com a reconstrução do templo, as sinagogas continuam a
ser frequentadas por aqueles que não podiam participar das atividades no templo. A Bíblia
cita Jesus, seus discípulos e o apóstolo Paulo, dentre outros, como seus frequentadores.
A aristocracia da sociedade judaica era composta pelas famílias dos sacerdotes e dos
rabinos, mas a maioria do povo era pobre. Embora houvesse homens ricos entre os membros
do Sinédrio, a igualdade moral colocava todos os níveis sociais no mesmo patamar e impedia
a opressão dos ricos sobre os mais pobres.
As regiões litorâneas do Mediterrâneo eram férteis e serviam tanto para a agricultura,
quanto para a pecuária. Como não havia produção de mercadorias e utensílios domésticos em
escala industrial, eram produzidos de forma artesanal pelos próprios indivíduos ou importadas
de centros especializados.
As principais moedas eram o denário a libra. Uma libra equivalia a quarenta denários.
Um denário era o salário de um dia de trabalho. Não havia ligação entre o Estado e o sistema
bancário. Tendo em vista as altas taxas de juros, emprestar dinheiro era um meio comum de
aumentar a fortuna.
A construção de estradas pelos Romanos facilitavam tanto o domínio deles sobre suas
províncias, pois ligavam as principais cidades do império, facilitando a movimentação das
tropas, quanto o transporte de pessoas em veículos particulares e mercadorias. As pessoas
também percorriam essas estradas a pé ou montadas em animais. Ao longo dessas estradas
haviam hospedarias. O escoamento de mercadorias também dava-se principalmente por água.
O principal porto era o de Alexandria. O apóstolo Paulo quando sofreu naufrágio viajava em
um navio de Alexandria.
O primeiro templo de Jerusalém foi destruído pelas tropas babilônicas em 586 a.C. O
segundo templo foi construído entre 537 a.C. e 516 a.C., mas foi saqueado e profanado por
Antíoco Epífanes. Mais tarde, Judas Macabeu purificou-o e reparou-o. Crasso, contudo, o
despojou de seus tesouros em 54 a.C. No ano 37 a.C., quando Herodes tomou a cidade de
Jerusalém, algumas partes do templo foram incendiadas, mas o edifício principal não sofreu
grandes danos. Entre 20 e 19 a.C. Herodes reconstruiu o templo e se mostrou cuidadoso para
perturbar o culto o mínimo possível. A reforma e reconstrução do tempo só foi concluída em
62 ou 64 d.C. Os judeus tinham autorização dos Romanos para que um corpo de guardas
policiasse o templo com o objetivo de guardar e manter a ordem no local.
O templo era o principal local de culto de Jerusalém. Jesus e seus apóstolos ensinaram
no templo. Alguns membros da igreja primitiva continuaram a frequentar o templo e praticar
as ordenanças legais. Somente com o crescimento das igrejas gentílicas cessou a ligação entre
o templo e o Cristianismo. Embora a separação entre judeus e cristãos já fosse mais nítida, a
destruição do templo contribuiu para que os judeus cristãos rompessem de vez com as práticas
judaicas. O templo era o local de celebração de algumas das festas judaicas, como a Páscoa (a
mais importante de todas), por exemplo.
A educação consistia na perpetuação das convicções nacionais dos judeus. Não havia,
como nos dias de hoje, uma educação geral obrigatória, mas as crianças eram instruídas para
serem capazes de ler os livros da lei (Torá). Embora a instrução fosse limitada, era completa.
Antes de ser ingressar na escola a criança deveria aprender em casa o credo judaico (shema),
passagens da Torá, alguns provérbios e Salmos. O estudo da lei ocupava lugar central.
Na educação vocacional os jovens homens judeus eram ensinados a trabalhar com suas
próprias mãos para se sustentar, para tornarem-se independentes. As moças eram educadas em
suas próprias casas e, em geral, não frequentavam as escolas das sinagogas.
Os judeus davam muita importância ao estudo da Torá, dedicando boa parte do seu
tempo para o estudo da Lei, pois para eles era a voz de Deus. Essa convicção foi mantida
pelos cristãos, o que contribuiu para a formação da Bíblia como a temos hoje.
Devido a importância da função de mestre da Lei (rabino), surgiram o rabinato e as
escolas rabínicas, responsáveis por dar a interpretação e a aplicação da Lei. Daí, advém a
tradição dos judeus, a saber, a codificação dos ensinos e sua interpretação, primeiro de forma
oral e depois escrita. A tradição tinha, para os fariseus, a mesma autoridade da Lei, ao passo
que os saduceus a rejeitavam. A coleção dessas tradições, com os comentários feitos pelos
rabinos constituem o Talmud, que é composto das partes oral (Mishna) e escrita (Gemara), e
podem, ainda, ser de dois tipos, a Halakah (interpretação da Lei) e a Haggadah (homilética).
Além disso, existe o Talmud Palestino (de Jerusalém) e o Babilônico. O judaísmo ortodoxo
utiliza o Talmud até os dias atuais como interpretação da Torá.
Por fim, Oliveira apresenta a geografia da Palestina, que pode ser dividida em cinco
regiões de acordo com suas características físicas. Os distritos administrativos localizados a
oeste do Jordão, eram, ao norte, a Galileia; no centro, a Samaria; ao sul, a Judéia (onde estava
localizada Jerusalém). A leste do Jordão havia um conjunto de pequenas cidades governadas
por Herodes Filipe, com destaque para Cesaréia de Filipe, também a região de Decápolis e de
Peréia. Na hidrografia destacam-se os mares Morto e da Galileia, bem como o rio Jordão.

4. CONCLUSÃO DO AUTOR

O judaísmo, embora ainda rejeite Jesus como o Messias, foi instrumento de Deus para
manter a identidade étnica e religiosa, além de preservar as Escrituras.

5. REFERENCIAL TEÓRICO

A abertura das sinagogas, demonstram não só a importância para a educação do povo


judeu, em um primeiro momento, mas é prenúncio de sua utilização, por Jesus, por seus
discípulos e apóstolos para a pregação do evangelho.

6. APRECIAÇÃO

O trabalho de Oliveira resume uma extensa pesquisa e serve de referência para quem
deseja se aprofundar no estudo dos assuntos apresentados, como por exemplo, de como e
quando exatamente surgiram as sinagogas.

7. INDICAÇÃO DA OBRA

A obra é indicada para uma visão geral a respeito do surgimento das sinagogas, um
breve estudo a respeito do templo de Jerusalém, a distinção entre a Torá e a Tradição dos
Anciãos e o conhece o que é Talmud.

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