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ANEXO 2 – MODELO DO RESUMO EXPANDIDO

LEI LUCAS: CAPACITAÇÃO DA EQUIPE PEDAGÓGICA PARA ATUAR EM CASOS


DE PRIMEIROS SOCORROS NO AMBIENTE ESCOLAR

Douglas Miranda Barbosa 1, Grasielle Santos Laurett 2, Jamily Bortolozo Godoy 3, Luis
Filipe Viana Rezende 4, Poliana Calmon Dos Santos Pontes 5 ,Rosália Maria Do Sacrario 6,
Livia Perasol Bedin 7
ENFERMAGEM, 2º PERÍODO, MATUTINO.
1. RESUMO
Crianças e adolescentes passam a maior parte do dia na escola, onde são suscetíveis de sofrer
lesões acidentais diante do grande número de atividades desenvolvidas. Visto isso, de acordo
com a Lei Lucas, profissionais que atuam no ambiente escolar, sejam eles professores ou
funcionários, devem receber treinamentos formais e continuados para enfrentar as emergências.
Desenvolver uma ação de treinamento com ênfase na lei Lucas para o ensino de primeiros
socorros em ambiente escolar com foco na atuação da equipe pedagógica. Projeto de extensão,
com abordagem participativa, realizado em duas escolas de ensino básico, sendo uma localizada
em Cariacica e outra em Marechal Floriano, ambas no estado do Espírito Santo, onde os
profissionais atuantes da educação tiveram seus conhecimentos avaliados com simulações de
acidentes que são comuns em um ambiente escolar. Foram realizados treinamentos com
profissionais das duas escolas de ensino fundamental da rede pública municipal, totalizando 19
participantes de ambos os sexos. Concluiu-se que o ensino de primeiros socorros é de suma
importância para profissionais do ambiente escolar, bem como a necessidade de incluir esse
ensino como aprendizado base da rotina da equipe pedagógica.
Palavras-chave: Primeiros Socorros, Serviços de Saúde Escolar, Emergências.

1. INTRODUÇÃO
Crianças e adolescentes passam a maior parte do dia na escola, onde são suscetíveis de sofrer
lesões acidentais diante do grande número de atividades (CALANDRIN et al; 2017). Visto isso,
os profissionais que atuam no ambiente escolar, sejam eles professores ou funcionários, devem
receber treinamentos continuados para enfrentar as emergências que podem acontecer nesse
local.
De acordo com Oliveira, Silva e Toledo (2013) os acidentes no ambiente escolar são bastante
comuns, sendo de responsabilidade dos profissionais dessas áreas terem conhecimento para atuar
em situações que necessitem de atendimento de primeiros socorros. Sendo estes cuidados
capazes de salvar vidas e evitar que condições mais graves ocorram.
Segundo Souza (2013), os primeiros socorros são procedimentos e cuidados de urgência,
prestados de imediato a uma pessoa ou vítima, em situações de acidentes ou mal súbito no lugar
onde o caso está acontecendo. Todavia, para realização de tal deve ter ciência de como e quando
manusear as técnicas (FILLHO et. al, 2015).
Souza e outros (2013) defende ser ideal que toda a população escolar consiga saber ao menos os
princípios básicos dos primeiros socorros, uma vez que no cotidiano desse ambiente a ocorrência
de acidentes e situações de risco, quando a assistência e o uso de manobras de primeiros socorros
se fazem necessários, são altas.
Com o advento da Lei 13722/18 (Lei Lucas), a qualificação e reciclagem de professores para
atuar em situações de risco a vida dos alunos tornou-se obrigatória, e ela tem o intuito e
alavancar no sistema educacional preparando o grupo de profissionais para garantir maior
segurança aos escolares dentro das instituições de ensino (BRASIL, 2018).
Trata-se de uma Lei Federal, aprovada no senado em 04 de outubro de 2018, oriunda de de uma
fatalidade na qual, Lucas Zamora, uma criança de 10 anos veio a óbito em um passeio escolar
em Campinas/SP depois de se engasgar com um pedaço de salsicha de cachorro-quente e não
receber um atendimento rápido e adequado (AYUB, 2019).
A Lei Lucas propõe que creches e escolas do ensino fundamental e médio, e estabelecimentos de
recreação, ofereçam para seus professores e funcionários cursos de treinamento em primeiros
socorros. Sendo ela uma ação preventiva em situações de urgência e emergência até que o
suporte especializado seja possível (ANDRES, 2019).
A aplicação da Lei, colabora para maior segurança dos estudantes, professores e funcionários,
garantindo mais tranquilidade aos pais e responsáveis (ANDRES, 2019). Dessa forma, o
vereador Wanderley Paulo (2021) reconheceu a relevância e municipalidade da Lei, bem como a
fiscalização e método utilizado para aplicação.
A Lei de n°13.722 de 04 de outubro de 2018 estabelece em seus artigos a obrigatoriedade de
capacitação em noções básicas de primeiros socorros de professores e funcionários de
instituições públicas e privadas de ensino e educação, bem como os profissionais que atuam com
recreação infantil (BRASIL, 2018).

Art. 1º Os estabelecimentos de ensino de educação básica da rede pública,


por meio dos respectivos sistemas de ensino, e os estabelecimentos de ensino
de educação básica e de recreação infantil da rede privada deverão capacitar
professores e funcionários em noções de primeiros socorros.

Essa diretriz visa sobre a capacidade de prestar amparo e atendimento imediato a acidentes que
tutores educacionais devem ser habilitados para correta atuação dentro do ambiente no qual
trabalha. Sendo, de acordo com o
disposto no Art. 1°:
§ 3º A responsabilidade pela capacitação dos professores e funcionários dos
estabelecimentos públicos caberá aos respectivos sistemas ou redes de ensino.
Diante disso, com intuito de alavancar no sistema educacional, e desenvolver uma ação de
treinamento, com base no desenvolvimento de competência, em primeiros socorros com ênfase
na Lei Lucas, o referido trabalho com foco na capacitação da equipe pedagógica para garantir
maior segurança aos escolares dentro das instituições de ensino.
Desenvolver competências como a capacidade de deslumbramento, a resolução
de problemas, aprendizagem individual ou em grupo, pensamento crítico, gestão
de informação, criatividade, pesquisa e investigação são as principais
ferramentas utilizadas para alcançar um aprendizado com base no estilo de vida
(TOBÓN, 2010).
O estudo apresentado, ressalta a necessidade de levar treinamento a profissionais da educação
acerca de primeiros socorros pautados pela Lei Lucas. Uma vez que se tem como necessidade a
qualificação da equipe pedagógica para atuação adequada em caso de riscos iminentes à saúde
dentro do ambiente escolar.

2. METODOLOGIA
Projeto de extensão desenvolvido entre agosto e dezembro de 2022, onde foi realizado
capacitação prática de duas equipes pedagógicas acerca da atuação em casos de primeiros
socorros no ambiente escolar. Sendo elas a EMEF Tiradentes localizada no município de
Cariacica/ES e a EMEF Jacomo Borgo localizada em Marechal Floriano/ES.
Projeto de abordagem participativa, no qual tem a finalidade de incentivar a colaboração e a
participação dos docentes através da participação e construção de conhecimento, com base no
desenvolvimento de competência. Os profissionais atuantes da educação, foram divididos em
grupos e estimulados a simular situações de acidentes que são comuns dentro do espaço
educacional.
Para apresentação, foi seguido um roteiro separado em momentos, e preparado pelos autores:
(momento 1) apresentação do grupo e instituição; (momento 2) abordagem Lei Lucas; (momento
3) abordagem Primeiros Socorros; (momento 4) distribuição dos grupos e temas; (momento 5)
apresentação dos temas pelos profissionais e considerações do grupo; (momento 6)
Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP); (momento 7) Finalização e preenchimento da ficha de
satisfação e sugestões.
Ao serem separados os grupos, foi entregue aleatoriamente temas referentes a acontecimentos
que necessitem de atendimento de primeiros socorros: desmaios, fraturas e entorses,
sangramento nasal, convulsão, cortes, ferimentos leves e engasgos. A abordagem de RCP foi
exclusiva dos pesquisadores. Em seguida, foi solicitado que eles apresentassem o que eles
entendiam e como agiriam em determinada situação.
A partir das simulações apresentadas, os pesquisadores buscaram desenvolver um pensamento
crítico acerca das situações apresentadas, com o intuito de fomentar uma discussão temática com
toda a equipe, e ao final de cada tema abordado foi pontuada a forma correta de ação para cada
simulação.
Foi confeccionado uma cartilha educativa, disponibilizada através de um QR-Cod, demonstrando
como agir em casos de acidentes, telefones úteis, informando quando e para quem acionar,
garantindo a sobrevida até a chegada de um atendimento especializado. Teve base teórica e
visual de fácil compreensão para melhor assimilação dos participantes sobre a correta execução
das técnicas de Suporte Básico de Vida.
Passou-se para escola um kit básico de primeiros socorros contendo matérias indispensáveis para
um atendimento eficaz: Luva de procedimento, gases, ataduras, clorexidine degermante, álcool
70%, micropore, tesoura sem ponta. No fim da apresentação do projeto foi dado um certificado
de participação de treinamento, assinado e emitido pela professora orientadora.

3. RESULTADOS ALCANÇADOS
Participaram do treinamento profissionais de duas escolas de ensino fundamental da rede pública
municipal, totalizando 19 participantes de ambos os sexos, sendo 10 participantes da escola
Tiradentes composto por 3 profissionais do serviço gerais, 1 da cozinha, 2 seguranças e 4
professores. Na escola Jacomo Borgo participaram 9 professores, sendo este o efetivo completo.
Inicialmente, o grupo entrou em contato com os diretores de cada escola para apresentar a
proposta da atividade desenvolvida, agendar uma data e para que a instituição preparasse um
ambiente adequado para o treinamento proposto.
Foi observado uma dificuldade nessa primeira etapa, pois ambas as instruções não conseguiam
vaga na agenda para receber o treinamento, devido às atividades que fazem parte da rotina do
ambiente em questão. Com isso, pode ser observado o grau de importância e necessidade com
que a administração escolar tinha acerca do tema.
Após o agendamento, o treinamento se deu de igual forma em ambas as escolas, seguindo um
roteiro descrito na metodologia. A participação da equipe pedagógica foi satisfatória, podendo
ser observado no decorrer das atividades as interações que eles apresentaram, bem como o
entusiasmo em sanar as dúvidas que foram surgindo.
Com a metodologia de ensino abordada para a capacitação, notou-se que entre os participantes
havia conhecimentos empíricos acerca dos temas e como agir caso necessário. Cada participante
(P) colaborou com a construção da aprendizagem, seja com as dúvidas que foram surgindo ou
com relatos que presenciaram ou viveram.
Em seguida ao treinamento, foi entregue aos participantes uma pesquisa de satisfação individual
e de caráter não identificável, com três parâmetros de avaliação (satisfeito, indiferente e não
satisfeito) da atividade realizada, que demonstrou 100% dos participantes.
O preenchimento da folha de sugestões foi de livre escrita, onde os envolvidos das dus escolas
descreveram suas opiniões acerca do treinamento:
P1: Muito bom. E precisamos muito, ter esse conhecimento. gostaria que volta-se, mais vezes no
ano.
P2: Gostei aprendi um pouco de cada coisa.
P3: Foi muito bom é o que acontece no dia a dia. Foi muito importante saber.
P4: Adorei a formação. Muito produtiva e satisfatória. Profissionais capacitados e atenciosos
P5: Parabéns. aprendemos bastante, principalmente a parte de sangramento nasal.
Ao final, foi entregue para cada escola um kit básico de primeiros socorros contendo materiais
indispensáveis para um atendimento eficaz: Luva de procedimento, gases, ataduras, clorexidine
degermante, álcool 70%, micropore, tesoura sem ponto. Além disso, foram disponibilizados
informativos de parede com o QR-code de acesso a cartilha, por fim um certificado de
participação do treinamento emitido pelo UniSales.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto desenvolvido possibilitou que profissionais que atuam diretamente com a educação
tivessem capacitação sobre primeiros socorros, bem como o entendimento da obrigatoriedade
desse feito, que só foi possível com a sanção da Lei 13722/18, denominada Lei Lucas.
No ambiente escolar é imprescindível que toda equipe pedagógica tenha noções básicas de
atendimento de primeiros socorros, fato esse relatado por esses profissionais que por muitos se
viram perdidos, e sem o que fazer quando se depararam com situações que demandam desse
atendimento.
Diante disso, observou-se que é de suma importância a adequação da Lei, que é de nível Federal,
para o nível municipal, uma vez que deficiências foram encontradas na aplicabilidade da
legislação. Visto ainda que essas dificuldades são decorrentes da falta oportunidades e tempo
disponível que esse grupo de profissionais apresentam.
Em ambas instituições, foi analisada a aderência e o quão dispostos os participantes estavam de
fazer parte das atividades, sendo unânime a empolgação com os assuntos abordados, apesar dos
percalços por eles apresentados.
Visto isso,
Dessa forma, levando em consideração as aplicações do projeto em locais totalmente diferentes
(Cariacica- Grande Vitória e em Marechal Floriano- Interior do Estado), foi possível observar de
forma nítida que em partes distantes dos grandes centros como por exemplo em Marechal, a
equipe treinada apresenta maior envolvimento. Tal fator pode ser justificado pelo
distanciamento dessa população de oportunidades de treinamento com frequência como
acontece em Vitória.

5. REFERÊNCIAS
Lei nº 13.722 de 04 de outubro de 2018. Jusbrasil – Legislação>. Acesso em 18

Ago. 2022.
OLIVEIRA, M. A. J; SILVA C. J. J.; TOLEDO E. M. O Conhecimento em Pronto-

Socorrismo de Professores da Rede Municipal de Ensino do Ciclo I de Cruzeiro-SP.

2013. Rev. Educação, Cultura e Comunicação. Disponível em:

http://www.publicacoes.fatea.br/index.php/ecc om/article/viewFile/591/421>. Acesso

em: 27 Ago. 2022.


SOUZA, C. R. Primeiros Socorros no EnsinoFundamental. Universidade de Brasília,

2013. (Licenciatura) Faculdade UnB Planaltina>. Acesso em 20 Ago. 2022.


CALANDRIM F.L. Primeiros socorros na escola: treinamento de professores e
funcionários. 2013. Disponível em:
https://www.redalyc.org/journal/3240/324053754002/html/. Acesso: 24 de novembro de
2022
COELHO.L.S.P.J. Ensino de primeiros socorros nas escolas e sua eficácia. 2015.
Disponível em: https://assets.unitpac.com.br/arquivos/Revista/76/Artigo_7.pdf. Acesso
em: 24 de novembro de 2022.

SANTOS.S.N. Percepção dos alunos do ensino médio sobre primeiros socorros. 2021.
Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/15465. Acesso: 24 de
novembro de 2022.

ANDRE.Z. Regulamentação da Lei Lucas é tema de PL e da vereadora Zila Andres.


2019. Disponível em: https://www.camarasa.rs.gov.br/regulamentacao-da-lei-lucas-e-
tema-de-pi-da-vereadora-zila-andres. Acesso: 24 de novembro de 2022.
KULLER.A.J at al. Uma metodologia de desenvolvimento de competência. 2012.
Disponível em: https://www.bts.senac.br/bts/article/view/171/156. Acesso: 24 de
novembro de 2022.

AYUB.R. Presidente sanciona a Lei Lucas, que obriga a capacitação de funcionários de


escolas em primeiros socorros. 2019. Disponível em:
https://www.erechim.rs.leg.br/institucional/noticias/presidente-sanciona-a-lei-lucas-que-
obriga-a-capacitacao-de-funcionarios-de-escolas-em-primeiros-socorros. Acesso: 24 de
novembro de 2022.
6. VÍDEO:

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