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Morávamos perto de Kalazart. Próximo das fronteiras.

Minha família sempre foi muito unida. Meu pai, Marlik contava as histórias de como cresceu
sendo um órfão Kalashtar em Thrane e sua fé na igreja da Chama Prateada o consolou pela falta
de entendimento de seu Quori. Apesar de ter encontrado em sua vida alguns outros como ele,
apenas em Cyre, durante uma missão diplomática, se sentiu verdadeiramente entendido, por
minha mãe Koratana. Mesmo com a guerra ao redor, se sentiam protegidos tendo um ao outro.
Quori do meu pai era guerreiro e foi esta vida que meu pai abraçou protegendo as fronteiras de
Cyre e criando uma família com minha mãe.

Minha mãe pintava suas visões e pesadelos

Meus pais me diziam que enquanto estavam grávidos de mim, uma grande praga assolava a
região. “Marlik chegou a sugerir que fôssemos à Thrane para sua cidade natal, mas eu sabia e
sonhava que seu nascimento ia ser milagroso, meu filho” dizia minha mãe à mim quando eu era
pequeno. Nasci em uma noite de verão e depois disso, as colheitas pareceram voltar ao normal.
Anos mais tarde, minha mãe se tornava gestante novamente, e me estarrecia de alegria com a
ideia de ter um irmão. Infelizmente, minha mãe adoeceu... e o nascimento do meu tão querido
irmão resultou na morte de Koratana. No início, eu odiava Halakosh por ter feito isso à nossa
mãe, mas eu era apenas uma criança e tinha de ajudar meu pai nesse momento difícil.

Eu o protegia e amava

Enquanto crescermos, aprendi rápido a proteger Kosh e ensina-lo tudo que minha mãe havia
me dito sobre os Quori que eram presentes em nossas vidas. Ele me lembrava muito dela. Mas
algo em mim desenvolvia. Não compreendia por completo o que Tumanako, meu Quori tentava
me mostrar terras distantes das quais não compreendia onde era. Conversava com meu pai
sobre o assunto e ele dizia que talvez fosse meu destino descobrir o que era. Halakosh era muito
novo para entender, mas fazia questão de conversar com ele sobre o espírito que convivia com
ele. Vivíamos simples, porém bem, foi quando me dei ao luxo de esquecer a guerra por um
momento, mas apenas um momento. Houve um grande ataque à Cyre por nossas fronteiras
inesperado. Haviam soltados inúmeras monstruosidades para enfraquecer as defesas antes de
entrar um exército. Corri para o campo onde Halakosh brincava, mas não fui rápido o suficiente.
Ele só tinha 9 anos.

Talvez nunca estaremos seguros...

Meu pai aos poucos juntava dinheiro para me mandar em minha viagem por meus sonhos, ele
e sua fé me davam forças para seguir. Entrei para a patrulha local da cidade e eliminávamos
qualquer monstro próximo, mas era muito raro aparecer batedores de exércitos inimigos. Me
especializei em enfrentar tais criaturas e era um orgulho de meu pai. Mas em uma manhã
mórbida de verão, próximo de meu aniversário, vimos uma luz muito forte surgindo na direção
da capital e uma névoa começou a se formar. Em nossas linhas de defesa, meu pai foi designado
à proteger a cidade e eu queria lutar ao seu lado “Lute pelos que estão desamparados, filho.
Sigam viagem e logo estarei ao seu lado”. Cuidei de levar alguns dos cidadãos pra fora da cidade
e foram inúmeros monstros como nunca aparecendo. Pensei alguns momentos que nunca mais
veria meu pai.

A luz dentre a névoa

Não havia palavras para o ataque que sofremos. Montamos acampamento próximo, e os dias se
passavam e foi se formando um vilarejo. Tentava ir aos limites de Cyre sempre que possível,
procurar sinais de meu pai. Eu só via pesadelos ao redor. Foi quando dentre a névoa, apoiado
em sua espada, vi um guerreiro sem uma perna surgindo. Era meu pai. Eu o auxiliei à chegar à
cidade e lá fiz o possível de curativos, mas ele estava gravemente ferido. Estava feliz de ve-lo
mais uma vez. Mas agora sabia que não importava meu destino, devia ajuda-lo assim como ele
sempre me ajudou a vida inteira. Sempre fomos uma dupla e não iríamos nos separar agora.

Agora a poeira abaixou

Já em Nova Cyre, anos se passaram e não acreditei que a guerra realmente havia acabado. A
comoção foi geral e quase tão grande quanto o luto que vivíamos. Meu pai aos poucos
melhorava ao passo que em meu aniversário de 24 anos, ele já estava apto a festeja-lo comigo.
Encontraria a felicidade. Mas o desejo amargo de me aventurar ainda me perturbava de tempos
em tempos em formas de sonhos com luzes ofuscantes e energias surgindo, via meu irmão e
minha mãe ao meu lado e perto deles me sentia mais forte do que nunca. Como presente de
aniversário, meu pai me deu uma bolsa de dinheiro para poder trilhar meu caminho, então assim
fiz. Deixei ele sabendo que ele poderia sobreviver com seu trabalho de ferreiro enquanto fui
seguir meu destino.

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