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091-91
FICHA TÉCNICA

Realização e promoção: Instituto de Direito Contemporâneo – IDC


Coordenação: Rafael Arruda Alvim Pinto e Felipe Augusto de Toledo Moreira
Conteúdo técnico: Ana Carolina de Toledo Moreira e Luiz Henrique Cezare
Revisão técnica: Ana Carolina de Toledo Moreira e Luiz Henrique Cezare
Professores convidados para o curso: Cristiane Druve, Evaristo Aragão Santos, José
Alexandre Manzano Oliani, Leonardo Ferres da Silva Ribeiro, Maria Lúcia Lins
Conceição, Nelson Luiz Pinto, Osmar Paixão, Rita Vasconcelos, Rogerio Licastro
Torres de Mello e Teresa Arruda Alvim.

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SUMÁRIO DESTE MÓDULO

2. APELAÇÃO
2.1. CONTEXTO NORMATIVO
2.2. FLUXOGRAMA
2.3. MODELOS
2.3.1. Apelação
2.3.2. Apelação com pedido de efeito suspensivo
2.3.3. Apelação com pedido de tutela antecipada no âmbito recursal
2.3.4. Apelação adesiva
2.3.5. Apelação com preliminar contra decisão interlocutória indeferindo
provas

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2. APELAÇÃO

2.1. Contexto normativo

NCPC Arts. 1.009 a 1.014


V. também: arts. 101; 331; 332, §3º; 485, §7º; 702, §9º; 706, §2º; 724; 941, §2º; 994, I.

ENUNCIADOS DA SÚMULA DO STF


Súmula 708: “É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único
defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro”.
Súmula 705: “A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor,
não impede o conhecimento da apelação por este interposta”.
Súmula 428: “Não fica prejudicada a apelação entregue em cartório no prazo legal, embora
despachada tardiamente”.
Súmula 320: “A apelação despachada pelo juiz no prazo legal não fica prejudicada pela demora da
juntada, por culpa do cartório”.
Súmula 242: “O agravo no auto do processo deve ser apreciado, no julgamento da apelação, ainda que
o agravante não tenha apelado”.

ENUNCIADOS DA SÚMULA DO STJ


Súmula 553: “Nos casos de empréstimo compulsório sobre o consumo de energia elétrica, é
competente a Justiça estadual para o julgamento de demanda proposta exclusivamente contra a
Eletrobrás. Requerida a intervenção da União no feito após a prolação de sentença pelo juízo estadual,
os autos devem ser remetidos ao Tribunal Regional Federal competente para o julgamento da apelação
se deferida a intervenção”.
Súmula 331: “A apelação interposta contra sentença que julga embargos à arrematação tem efeito
meramente devolutivo”.
Súmula 317: “É definitiva a execução de título extrajudicial, ainda que pendente apelação contra
sentença que julgue improcedentes os embargos”.

Enunciados do FPPC (Carta de Florianópolis/SC)


Enunciado nº 7: “(art. 85, § 18; art. 1.026, § 3º, III) O pedido, quando omitido em decisão judicial
transitada em julgado, pode ser objeto de ação autônoma”. (Grupo: Ordem dos Processos no Tribunal,
Teoria Geral dos Recursos, Apelação e Agravo).
Enunciado nº 22: “(art. 218, § 4º; art. 1.003) O Tribunal não poderá julgar extemporâneo ou
intempestivo recurso, na instância ordinária ou na extraordinária, interposto antes da abertura do
prazo”. (Grupo: Ordem dos Processos no Tribunal, Teoria Geral dos Recursos, Apelação e Agravo).
Enunciado nº 82: “(art. 932, parágrafo único; art. 938, § 1º) É dever do relator, e não faculdade,
conceder o prazo ao recorrente para sanar o vício ou complementar a documentação exigível, antes de
inadmitir qualquer recurso, inclusive os excepcionais”. (Grupo: Ordem dos Processos no Tribunal,
Teoria Geral dos Recursos, Apelação e Agravo).
Enunciado nº 84: “(art. 935) A ausência de publicação da pauta gera nulidade do acórdão que decidiu
o recurso, ainda que não haja previsão de sustentação oral, ressalvada, apenas, a hipótese do §1º do art.
1.024, na qual a publicação da pauta é dispensável”. (Grupo: Ordem dos Processos no Tribunal,
Teoria Geral dos Recursos, Apelação e Agravo).
Enunciado nº 97: “(art. 1.007, § 4º) É de cinco dias o prazo para efetuar o preparo”. (Grupo: Ordem

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dos Processos no Tribunal, Teoria Geral dos Recursos, Apelação e Agravo).
Enunciado nº 99: “(art. 1.010, §3º) O órgão a quo não fará juízo de admissibilidade da apelação”.
(Grupo: Ordem dos Processos no Tribunal, Teoria Geral dos Recursos, Apelação e Agravo).
Enunciado nº 100: “(art. 1.013, § 1º, parte final) Não é dado ao tribunal conhecer de matérias
vinculadas ao pedido transitado em julgado pela ausência de impugnação”. (Grupo: Ordem dos
Processos no Tribunal, Teoria Geral dos Recursos, Apelação e Agravo).
Enunciado nº 102: “(arts. 1.013, §2º; 117 e 326, parágrafo único) O pedido subsidiário ou alternativo
não apreciado pelo juiz é devolvido ao tribunal com a apelação”. (Grupo: Ordem dos Processos no
Tribunal; redação revista no VIII FPPC-Florianópolis pelo Grupo: Recursos (menos os repetitivos)).
Enunciado nº 104: “(art. 1.024, § 3º) O princípio da fungibilidade recursal é compatível com o CPC e
alcança todos os recursos, sendo aplicável de ofício”. (Grupo: Ordem dos Processos no Tribunal,
Teoria Geral dos Recursos, Apelação e Agravo).
Enunciado nº 207: “(arts. 988, I, 1,010, § 3º, 1.027, II, ‘b’) Cabe reclamação, por usurpação da
competência do tribunal de justiça ou tribunal regional federal, contra a decisão de juiz de 1º grau que
inadmitir recurso de apelação”. (Grupo: Ordem dos Processos nos Tribunais e Recursos Ordinários).
Enunciado nº 217: “(arts. 1.012, § 1º, V, 311) A apelação contra o capítulo da sentença que concede,
confirma ou revoga a tutela antecipada da evidência ou de urgência não terá efeito suspensivo
automático”. (Grupo: Ordem dos Processos nos Tribunais e Recursos Ordinários).
Enunciado nº 218: “(art. 1.026) A inexistência de efeito suspensivo dos embargos de declaração não
autoriza o cumprimento provisório da sentença nos casos em que a apelação tenha efeito suspensivo”.
(Grupo: Ordem dos Processos nos Tribunais e Recursos Ordinários).
Enunciado nº 243: “(art. 85, § 11). No caso de provimento do recurso de apelação, o tribunal
redistribuirá os honorários fixados em primeiro grau e arbitrará os honorários de sucumbência
recursal”. (Grupo: Advogado e Sociedade de Advogados. Prazos).
Enunciado nº 293: “(arts. 331, 332, § 3º, 1.010, § 3º) Se considerar intempestiva a apelação contra
sentença que extingue o processo sem resolução de mérito ou julga liminarmente improcedente o
pedido, não pode o juízo a quo retratar-se”. (Grupo: Petição inicial, resposta do réu e saneamento;
redação revista no VIII FPPC-Florianópolis).
Enunciado nº 355: “(arts. 1.009, §1º, e 1.046) Se, no mesmo processo, houver questões resolvidas na
fase de conhecimento em relação às quais foi interposto agravo retido na vigência do CPC/1973, e
questões resolvidas na fase de conhecimento em relação às quais não se operou a preclusão por força
do art. 1.009, §1º, do CPC, aplicar-se-á ao recurso de apelação o art. 523, §1º, do CPC/1973 em relação
àquelas, e o art. 1.009, §1º, do CPC em relação a estas”. (Grupo: Direito intertemporal e disposições
finais e transitórias).
Enunciado nº 356: “(arts. 1.010, § 3º, e 1.046) Aplica-se a regra do art. 1.010, § 3º, às apelações
pendentes de admissibilidade ao tempo da entrada em vigor do CPC, de modo que o exame da
admissibilidade destes recursos competirá ao Tribunal de 2º grau”. (Grupo: Direito intertemporal e
disposições finais e transitórias).
Enunciado nº 390: “(arts. 136, caput, 1.015, IV, 1.009, §3º) Resolvida a desconsideração da
personalidade jurídica na sentença, caberá apelação”. (Grupo: Litisconsórcio e intervenção de
terceiros).
Enunciado nº 432: “(art. 496, §1º) A interposição de apelação parcial não impede a remessa
necessária”. (Grupo: Impacto do novo CPC e os processos da Fazenda Pública).
Enunciado nº 559: “(art. 995; art. 1.009, §1º; art. 1.012) O efeito suspensivo ope legis do recurso de
apelação não obsta a eficácia das decisões interlocutórias nele impugnadas”. (Grupo: Recursos (menos
os repetitivos) e reclamação).
Enunciado nº 662: “(art. 1.009, §1º) É admissível impugnar, na apelação, exclusivamente a decisão
interlocutória não agravável”. (Grupo: Recursos (menos os repetitivos)).

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2.2. Fluxograma

APELAÇÃO
(NCPC, art. 1.009 a 1.014)

Protocolo do recurso
contra
sentença (art. 1.009, caput)

Intimação do apelado para


apresentar contrarrazões
em 15
dias (art. 1.010,
§1º)

Protocolo de apelação Apresentação de Contrarrazões à


adesiva (art. 1.010, §2º) Contrarrazões com
apelação (art. 1.010,
questões resolvidas na
fase de conhecimento que §2º)
não comportam agravo de
instrumento (art. 1.009,
§1º)

Intimação para
apresentação de
contrarrazões à apelação
adesiva em 15 dias
Intimação do apelante para
apresentar manifestação
sobre as questões suscitas
em contrarrazões no prazo
de 15 dias (art. 1.009, §2º)

Remessa ao tribunal

(independentemente de juízo de
admissibilidade – art. 1.010, §3º)

Recebido o recurso, o Elaboração de voto pelo


relator poderá decidi-lo relator para julgamento do
monocraticamente nas recurso pelo órgão
hipóteses do art. 932, colegiado (art. 1.011, II)
incisos III a V (art. 1.011, I)

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2.3. Modelos
2.3.1. APELAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR. JUIZ DE DIREITO DA (…) VARA CÍVEL DO FORO


DA COMARCA DE (…) DO ESTADO DE (…)

(Apelante), (qualificação da Apelante), por seus procuradores abaixo assinados, nos da


ação revisional movida em face de (Apelado), (qualificação do Apelado), com fundamento nos
artigos 1.009 do Código de Processo Civil, vem a presença de V. Exa. interpor o presente
RECURSO DE APELAÇÃO, em face da r. sentença de fls. ___, conforme as razões anexas.

O Apelante requer a intimação da Apelada para que apresente suas contrarrazões, no


prazo legal, e independentemente de juízo de admissibilidade1, requer a remessa dos autos
para o Egrégio Tribunal de Justiça, para o processamento e julgamento do presente recurso, nos
termos do art. 1.010, §§ 1º e 3º, do Código de Processo Civil.

Finalmente, nos termos do art. 1.007, do CPC, o Apelante requer a juntada dos inclusos
comprovantes de recolhimento do devido preparo recursal e das custas relacionadas ao porte de
remessa e retorno.

Eventualmente, na hipótese de os autos serem eletrônicos:

(Finalmente, nos termos do artigo 1.007, § 3º, do CPC, o Apelante deixa de recolher as
custas referentes ao porte de remessa e retorno, tendo em vista a transmissão integralmente
eletrônica dos autos entre a 1ª e 2ª instância, recolhido na íntegra, contudo, o preparo recursal,
conforme comprovante anexo).

Termos em que,
Pede deferimento.

Local e data.
Advogado (OAB).

1
Enunciado n. 99 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: O órgão a quo não fará juízo de
admissibilidade da apelação.

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Egrégio Tribunal de Justiça (…)
Razões de Recurso de Apelação.

Apelante: (…)
Apelada: (…)
Origem: (…)

Egrégio Tribunal
Colenda Câmara
Eminente Relator
Ínclitos Julgadores

I – Exposições dos fatos e do direito (art. 1.010, inciso II, CPC)

Em síntese, a Apelada moveu ação revisional de aluguel por meio da qual a pleiteia a
revisão dos alugueis previstos em contrato de locação firmado com a Apelante, em razão de
supostas benfeitorias feitas no imóvel.

Devidamente citada, a Apelante apresentou contestação, alegando, em suma, a


impossibilidade de revisão dos alugueres com base nas supostas benfeitorias, pugnando,
portanto, pela improcedência da demanda.

A despeito da fundamentação trazida pela Apelante, o D. Juízo de primeiro grau


entendeu por bem julgar procedente a demanda revisional, fixando-se os alugueis no valor de
R$ xx.xxx,xx (xxxxxxxxx), nos termos requeridos na Exordial, considerando, expressamente, as
supostas benfeitorias realizadas pela Apelada no imóvel da Apelante.

Em apertada síntese, estes são os fatos relevantes para a compreensão da controvérsia.

II – As razões do pedido de reforma ou da invalidação da decisão (art. 1.010, inciso


III, CPC).

Com o devido respeito ao entendimento exarado pelo do D. Juízo de primeiro grau, o r.


decisum vergastado merece reforma pois está em descompasso com a jurisprudência do Egrégio
Superior Tribunal de Justiça e com o entendimento da doutrina especializada.

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Inicialmente, é preciso relembrar que, conforme dispõe o art. 19, da Lei 8.245/91, a
ação revisional tem o condão de assegurar o equilíbrio contratual nas relações locatícias,
mantendo o aluguel ao nível de mercado. Confiram-se, a seguir, as lições da doutrina
especializada de Sylvio Capanema de Souza:

A ação revisional, como se verá no momento oportuno, quando sobre ela discorremos, é o mecanismo
que assegura a comutatividade do contrato, mantendo o aluguel ao nível do mercado, ora o elevando,
ora o reduzindo, segundo suas oscilações, e não sendo possível a celebração de acordo, o que é sempre
mais recomendável.
O objetivo da ação revisional é ajustar o aluguel ao nível do mercado, restabelecendo-se o equilíbrio
inaugural do contrato. Logo, não há limites percentuais para a elevação do locativo, que dependerá da
realidade do mercado, à época da ação.
As correções legais e/ou contratuais, verificadas no curso do triênio, não inibem a ação revisional, a não
ser que tenham sido suficientes para manter o aluguel atualizado, o que, em geral, não tem ocorrido2.

Estabelecida essa premissa, sublinhe-se que a Apelada pretende, com a presente


demanda revisional, a fixação de novo valor dos aluguéis, sob o argumento de que teria
realizado benfeitorias (construção de um galpão anexo) no imóvel objeto do contrato de
locação.

Ocorre, D. Julgador, que, conforme orientação uníssona do Colendo Superior Tribunal


de Justiça, a ação revisional não é o veículo correto para revisão de alugueres sob o fundamento
de realização de benfeitorias, que deverão ser consideradas para valoração dos aluguéis, apenas,
por ocasião da renovação do contrato locatício. Senão, vejamos:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. TEMPESTIVIDADE RECONHECIDA EM


SEGUNDO GRAU. SUBSTABELECIMENTO SEM RESERVAS. PRAZO EM DOBRO. LOCAÇÃO NÃO
RESIDENCIAL. AÇÃO REVISIONAL DE ALUGUEL. ÁREA NOVA CONSTRUÍDA PELO LOCATÁRIO.
ACESSÃO. CÁLCULO DO NOVO ALUGUEL. OMISSÕES NÃO VERIFICADAS. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO. JULGAMENTO EM MESA. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DA EMBARGANTE.
NULIDADE DESCARACTERIZADA.
1. Verificada a efetiva cisão na representação das rés, passando a ter advogados distintos, caracteriza-se
o direito ao prazo em dobro (art. 191 do CPC), sendo tempestivos os embargos de declaração opostos na
origem.
2. Omissões não caracterizadas, tendo em vista que o acórdão recorrido enfrentou as questões jurídicas
apresentadas pelas partes, havendo o necessário prequestionamento, implícito ou explícito.
3. O julgamento dos embargos de declaração independe de publicação de pauta, inexistindo nulidade
que deva ser decretada.
4. A ação revisional não se confunde com a renovatória de locação. Na revisão, as acessões realizadas
pelo locatário não devem ser consideradas no cálculo do novo valor do aluguel, para um mesmo

2
SOUZA, Sylvio Capanema de. A Lei do Inquilinato Comentada. 9ª edição. Rio de Janeiro: Forense,
2014, p. 100-101.

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contrato. Tais acessões, porém, poderão ser levadas em conta na fixação do aluguel por ocasião da
renovatória, no novo contrato.
5. Recurso especial improvido.3 – Sublinhamos.
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. LOCAÇÃO URBANA. AÇÃO REVISIONAL DE ALUGUEL PROPOSTA
PELOS LOCADORES. BENFEITORIAS E ACESSÕES. NOVO ALUGUEL. RETROATIVIDADE À
CITAÇÃO. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. BASE DE CÁLCULO.
PROVIMENTO PARCIAL.
1. A ação revisional não se confunde com a renovatória de locação. Na revisional, as benfeitorias e as
acessões realizadas pelo locatário, em regra, não devem ser consideradas no cálculo do novo valor de
aluguel, para um mesmo contrato. Tais melhoramentos e edificações, no entanto, poderão ser levadas
em conta na fixação do aluguel por ocasião na renovatória, no novo contrato. Precedente da QUARTA
TURMA.
2. Nos termos do art. 69, caput, da Lei n. 8.245/1991, a condenação da ré nos valores retroativos à data
da citação deve observar, em seu cálculo, a diferença entre “os alugueres provisórios satisfeitos” e o
arbitrado judicialmente.
3. Sucumbência recíproca caracterizada, tendo em vista que o aluguel foi arbitrado judicialmente em
valor equidistante do aluguel em vigor quando iniciada a demanda e da importância desejada pelos
autores, cabendo destacar que a ré postulava a improcedência da ação.
4. A sentença que julga procedente, ainda que somente em parte, a ação revisional de aluguel proposta
pelo locador tem natureza constitutiva condenatória, incidindo a norma do § 3º do art. 20 do CPC/1973
para efeito de arbitramento dos honorários advocatícios.
5. Considerando que a ação revisional se destina igualmente, quando for o caso, a reduzir o valor do
aluguel ao preço de mercado (cf. arts. 19 e 68, II, “b”, da Lei n. 8.245/1991), também o locatário poderá
manejá-la a cada três anos (36 meses).
6. Em tal contexto, aplicados o § 3º do art. 20 e o caput do art. 21 do CPC/1973, defere-se aos patronos
dos recorrentes, a título de honorários advocatícios, o equivalente a 5% (cinco por cento) sobre a
diferença entre o valor do aluguel na data da citação e o valor do novo aluguel fixado na sentença,
multiplicando-se tal importância pelo período de 36 (trinta e seis) meses.
7. Recurso especial parcialmente provido.4 – Sublinhamos.

Além disso, mesmo que o procedimento adotado pela Apelada fosse correto, o D. Juízo
a quo não considerou a cláusula XX, do contrato de locação firmado pelas partes, no momento
de análise da presente controvérsia.

Isso porque, com a devida vênia, a referida cláusula contratual coloca uma pá de cal na
infundada pretensão revisional aviada pela Apelada, na medida em que estabelece,
expressamente, a vedação de realização de quaisquer benfeitorias no imóvel sem o prévio e
expresso consentimento do locador, o que não aconteceu no caso vertente.

3
Recurso Especial nº 1.411.420/DF, 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, Rel. Min. Antonio Carlos
Ferreira, julg. em 19.05.2015, disponível na internet em <www.stj.jus.br>, arquivo capturado em
__.__.____.
4
Recurso Especial nº 1.193.926/RS, 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, Rel. Min. Antonio Carlos
Ferreira, julg. em 03.05.2016, disponível na internet em <www.stj.jus.br>, arquivo capturado em
__.__.____.

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Dispõe a cláusula XX do contrato ora analisado o seguinte:
Ao LOCATÁRIO é expressamente vedado realizar quaisquer benfeitorias no imóvel ora locado, sejam
úteis, necessárias ou voluptuárias, salvo expresso e prévio consentimento do LOCADOR que se reserva
no direito de negá-la. As benfeitorias introduzidas pelo LOCATÁRIO, ainda que úteis ou necessárias,
ficarão desde logo incorporadas ao imóvel, sem que lhe assista direito de retenção ou indenização ao
final deste contrato – Sublinhamos.

Ou seja, o pacto firmado pelas partes é plenamente válido, visto estar em consonância
com as garantias constitucionais, certo ainda que tinha a Apelada conhecimento das regras
contratuais, especialmente daquela que vedava o direito à indenização pelas benfeitorias
introduzidas no imóvel, com a qual aderiu livre e voluntariamente.

Ademais, ao contrário do alegado pela Apelada e erroneamente acatado pela r. sentença


recorrida, não há qualquer vedação de cláusula de renúncia à indenização por benfeitorias
realizadas no imóvel objeto de locação, sendo aceita, inclusive, pelo Colendo Superior Tribunal
de Justiça, por meio do entendimento sumulado nº 335: “Nos contratos de locação, é válida a
cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção”.

Portanto, Exa., resta claramente demonstrada a improcedência dos pedidos formulados


pela Apelada na origem, visto que, além de adotar a via equivocada (ação revisional, quando, na
verdade, seria a ação renovatória), é clara a cláusula XX, constante no contrato formulado entre
as partes, que veda expressamente a possibilidade de realização de benfeitorias no imóvel
locado, sem autorização do Apelante, sendo que, caso houvesse a realização, a Apelada
renunciaria a respectiva indenização.

III – Do pedido de nova decisão (art. 1.010, inciso IV, do CPC).

Diante do exposto, o Apelante requer seja recebido e processado o presente recurso de


Apelação, para que, no mérito, seja integralmente provido, para o fim de reformar a r. sentença
recorrida, nos termos da fundamentação contida neste arrazoado, rejeitando-se a pretensão
revisional da Apelada, sob o fundamento de realização de benfeitorias, visto que há expressa
cláusula contratual vedando sua pretensão, invertendo-se o ônus sucumbencial5.

Finalmente, requer-se a majoração dos honorários fixados pela r. sentença recorrida, à


luz dos critérios estabelecidos nos §§ 2º ao 6º, do artigo 85, do Código de Processo Civil.

5
Enunciado n. 243 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: No caso de provimento do recurso de
apelação, o tribunal redistribuirá os honorários fixados em primeiro grau e arbitrará os honorários de
sucumbência recursal.

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Termos em que,
Pede deferimento.

Local e data.
Advogado (OAB).

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2.3.2. APELAÇÃO COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR. JUIZ DE DIREITO DA (…) VARA CÍVEL DO FORO


DA COMARCA DE (…) DO ESTADO DE (…)

(Apelante), (qualificação da Apelante), por seus procuradores abaixo assinados, nos da


ação de obrigação de fazer c/c indenização movida em face de (Apelado), (qualificação do
Apelado), com fundamento nos artigos 1.009 do Código de Processo Civil, vem a presença de
V. Exa. interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO, em face da r. sentença de fls. ___,
conforme as razões anexas.

O Apelante requer a intimação da Apelada para que apresente suas contrarrazões, no


prazo legal, e independentemente de juízo de admissibilidade1, requer a remessa dos autos
para o Egrégio Tribunal de Justiça, para o processamento e julgamento do presente recurso, nos
termos do art. 1.010, §§ 1º e 3º, do Código de Processo Civil.

Finalmente, nos termos do art. 1.007, do CPC, a Apelante requer a juntada dos inclusos
comprovantes de recolhimento do devido preparo recursal e das custas relacionadas ao porte de
remessa e retorno.

Eventualmente, na hipótese de os autos serem eletrônicos:

(Finalmente, nos termos do artigo 1.007, §3º, do CPC, a Apelante deixa de recolher as
custas referentes ao porte de remessa e retorno, tendo em vista a transmissão integralmente
eletrônica dos autos entre a 1ª e 2ª instância, recolhido na íntegra, contudo, o preparo recursal,
conforme comprovante anexo)

Termos em que,
Pede deferimento.

Local e data.
Advogado (OAB).

1
Enunciado n. 99 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: O órgão a quo não fará juízo de
admissibilidade da apelação.

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Egrégio Tribunal de Justiça (…)

Razões de Recurso de Apelação.

Apelante: (…)
Apelada: (…)
Origem: (…)

Egrégio Tribunal
Colenda Câmara
Eminente Relator
Ínclitos Julgadores

I – Exposições dos fatos e do direito (art. 1.010, inciso II, CPC)

O Apelado moveu ação de obrigação de fazer c/c indenização em face da Apelante, a


fim de obter tutela jurisdicional para fazer cessar as postagens em redes sociais supostamente
realizadas pela Apelante, com suposto cunho ofensivo, somado à indenização por danos morais.

Realizada a citação e designada a audiência prevista no art. 334, do CPC, na qual a


tentativa de conciliação restou infrutífera, a Apelante apresentou contestação, alegando, em
apertada síntese, que não teria sido a responsável pelas postagens que, sequer, seriam ofensivas,
motivo pelo qual a demanda deveria ser julgada integralmente improcedência.

Diante disso, o D. Juízo de primeiro grau entendeu por bem julgar antecipadamente a
lide, haja vista que não teria mais provas a serem produzidas, acolhendo-se os pedidos
formulados pelo Apelado, condenando a Apelante ao pagamento de indenização fixado em R$
10.000,00 (dez mil reais).

Em apertada síntese, são os fatos relevantes.

II – As razões do pedido de reforma ou da invalidação da decisão (art. 1.010, inciso


III, CPC).

Respeitada a convicção do D. Juízo de primeiro grau, a r. sentença de mérito recorrida


merece reforma, na medida em que não foi analisada à luz dos argumentos e do arcabouço

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probatório carreado aos autos, tampouco à luz da jurisprudência do Colendo Superior Tribunal
de Justiça e dos tribunais pátrios.

Com efeito, a pretensão do Apelado está calcada em diversas manifestações feitas por
consumidores do Apelado, em um grupo virtual estabelecido em uma rede social, criado pela
Apelante, cujos conteúdos direcionavam-se a fazer críticas aos serviços prestados pelo Apelado.

Ocorre, D. Julgador, que, em primeiro lugar, ao contrário do que foi decidido em


primeiro grau, a Apelante não tinha qualquer ingerência nas declarações feitas pelos integrantes
do grupo virtual, de modo que os integrantes (que, inclusive, eram consumidores) faziam
críticas aos serviços prestados pelo Apelado, sem qualquer estímulo ou interferência por parte
da Apelante.

Ou seja, atribuir à Apelante a responsabilidade por declarações que sequer teve


ingerência na reprodução em ambiente virtual, evidentemente deixa de cumprir um dos
pressupostos da responsabilidade civil, isto é, o nexo de causalidade. Não há qualquer relação
entre a conduta da Apelante (criação do grupo virtual em uma rede social) e as manifestações
críticas dos integrantes do grupo.

Nesse sentido, impende relembrar as lições de Sérgio Cavalieri Filho, para quem nexo
de causalidade consiste no “elemento referencial entre a conduta e o resultado. É através dele
que poderemos concluir quem foi o causador do dano”2.

Por outro lado, é importante registrar que as declarações críticas dos consumidores,
mesmo que em sentido negativo aos serviços prestados pelo Apelado, consistem na prática do
legítimo direito constitucional de livre manifestação de pensamento, contemplado no art. 5º,
inciso IV, da Constituição Federal.

Nesse sentido, conforme uníssono entendimento jurisprudencial do Colendo Superior


Tribunal de Justiça, ao sopesar eventual ofensa à honra e o direito de manifestação da
coletividade, deve-se prestigiar o direito de livre expressão:

CIVIL E CONSUMIDOR. INTERNET. RELAÇÃO DE CONSUMO. INCIDÊNCIA DO CDC.


PROVEDOR DE CONTEÚDO. SITE DE RELACIONAMENTO SOCIAL. VERIFICAÇÃO PRÉVIA E DE
OFÍCIO DO CONTEÚDO POSTADO POR USUÁRIOS. DESNECESSIDADE. MENSAGEM
VIOLADORA DE DIREITO AUTORAIS. RISCO NÃO INERENTE AO NEGÓCIO. CIÊNCIA DA
EXISTÊNCIA DE CONTEÚDO ILÍCITO. RETIRADA DO AR EM 24 HORAS. DEVER, DESDE QUE
INFORMADO O URL PELO OFENDIDO. DISPOSITIVOS LEGAIS ANALISADOS: ARTS. 5º, IV, IX,
XII, E 220 DA CF/88; 14 DO CDC; E 927, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CC/02.
1. Ação ajuizada em 03.12.2009. Recurso especial concluso ao gabinete da Relatora em 12.09.2013.

2
CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2012, p.
67.

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2. Recurso especial em que se discute os limites da responsabilidade dos provedores de hospedagem de
sites de relacionamento social pelo conteúdo das informações postados por cada usuário, notadamente
aquelas violadoras de direitos autorais.
3. A exploração comercial da Internet sujeita as relações de consumo daí advindas à Lei nº 8.078/90.
Precedentes.
4. A verificação de ofício do conteúdo das mensagens postadas por cada usuário não constitui atividade
intrínseca ao serviço prestado pelos provedores de sites de relacionamento social, de modo que não se
pode reputar defeituoso, nos termos do art. 14 do CDC, o site que não exerce esse controle.
5. A violação de direitos autorais em material inserido no site pelo usuário não constitui risco inerente à
atividade dos provedores de conteúdo, de modo que não se lhes aplica a responsabilidade objetiva
prevista no art. 927, parágrafo único, do CC/02.
6. Não se pode exigir do provedor de site de relacionamento social a fiscalização antecipada de cada
nova mensagem postada, não apenas pela impossibilidade técnica e prática de assim proceder, mas
sobretudo pelo risco de tolhimento da liberdade de pensamento. Não se pode, sob o pretexto de dificultar
a propagação de conteúdo ilícito ou ofensivo na web, reprimir o direito da coletividade à informação.
Sopesados os direitos envolvidos e o risco potencial de violação de cada um deles, o fiel da balança
deve pender para a garantia da liberdade de criação, expressão e informação, assegurada pelo art. 220
da CF/88, sobretudo considerando que a Internet representa, hoje, importante veículo de comunicação
social de massa.
7. Ao ser comunicado de que determinada mensagem postada em site de relacionamento social por ele
mantido possui conteúdo potencialmente ilícito ou ofensivo a direito autoral, deve o provedor removê-lo
preventivamente no prazo de 24 horas, até que tenha hábil para apreciar a veracidade das alegações do
denunciante, de modo a que, confirmando-se, exclua definitivamente o vídeo ou, tendo-as por infundadas,
restabeleça o seu livre acesso, sob pena de responder solidariamente com o autor direto do dano em
virtude da omissão praticada.
8. O cumprimento do dever de remoção preventiva de mensagens consideradas ilegais e/ou ofensivas fica
condicionado à indicação, pelo denunciante, do URL da página em que estiver inserido o respectivo
conteúdo.
9. Recursos especial provido. – Sublinhamos3.

Portanto, diante do exposto, resta claramente demonstrado que a Apelante não pode ser
responsabilizada pelas manifestações reproduzidas pelos integrantes do grupo por ela criado,
haja vista a manifesta ausência de nexo de causalidade, bem como o legítimo exercício do
direito constitucional de livre manifestação de pensamento, motivo pelo qual a r. sentença
recorrida deve ser reformada, rejeitando-se integralmente a pretensão da Apelada.

III – Do Requerimento de Concessão de Antecipação de Tutela Recursal – Efeito


Suspensivo (art. 1.012, §§ 3º e 4º, do CPC).

Nos termos do art. 1.012, §§ 3º e 4º, do CPC, o Relator designado está autorizado a
conceder pedido de concessão de efeito suspensivo, desde que for demonstrado a probabilidade
de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave
ou de difícil reparação.

3
Recurso Especial nº 1.396.417/MG, Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julg. em 07.11.2013, disponível na internet em <www.stj.jus.br>, arquivo capturado em
__.__.____.

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Acerca da possibilidade da concessão de efeito suspensivo ao recurso de apelação,
comentam Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart e Daniel Mitidiero:

Efeito suspensivo ope judicis. Nas hipóteses em que a sentença é passível de imediato cumprimento (art.
1.012, §§ 1.º e 2.º, CPC), pode o apelante postular a outorga de efeito suspensivo ao apelo justamente
para inibir a eficácia da sentença. Nesse caso, o apelante tem o ônus de formular o pedido na forma dos
§§ 3.º e 4.º do art. 1.012, CPC. A concessão de efeito suspensivo ope judicis à apelação depende da
demonstração da probabilidade de provimento do recurso e da existência de perigo na demora4.

Portanto, considerando que restou amplamente demonstrado neste arrazoado a


probabilidade do provimento do recurso pela Apelante (manifesta ausência de nexo de
causalidade entre a sua conduta e do suposto dano reclamado pelo Apelado), bem como a
existência de possível risco de dano grave ou de difícil reparação (iminente exclusão de
manifestações reproduzidas por consumidores da Apelante, causando prejuízos a sua reputação
e sua marca), a concessão de efeito suspensivo ao presente recurso de apelação, que, em tese,
será recebido apenas no efeito devolutivo por força de concessão de tutela provisória em
sentença, é medida que se impõe, motivo pelo qual a Apelante requer desde já.

IV – Do pedido de nova decisão (art. 1.010, inciso IV, do CPC).

Diante do exposto, a Apelante requer a V. Exa.:

i) Seja, inicialmente, deferida a concessão de efeito suspensivo ao presente recurso, nos


termos do art. 1.012, §§ 3º e 4º, do CPC, a fim de suspender os efeitos da r. sentença recorrida,
visto que preenchidos os requisitos da probabilidade de provimento recurso e risco de dano
grave ou de difícil reparação.

ii) Ao final, seja conhecido e provido o presente recurso, a fim de reformar a r.


sentença recorrida, nos termos da fundamentação contida neste arrazoado, julgando-se
improcedente todos os pedidos formulados na Exordial, invertendo-se o ônus sucumbencial5,
bem como a majoração dos honorários fixados pela r. sentença recorrida, à luz dos critérios
estabelecidos nos §§ 2º ao 6º, do artigo 85, do Código de Processo Civil.

Termos em que,
Pede deferimento.

4
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso de
processo civil. São Paulo; Editora Revista dos Tribunais, 2015, p. 943.
5
Enunciado n. 243 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: No caso de provimento do recurso de
apelação, o tribunal redistribuirá os honorários fixados em primeiro grau e arbitrará os honorários de
sucumbência recursal.

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Data.
Advogado (OAB).

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2.3.3. APELAÇÃO COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA NO ÂMBITO RECURSAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR. JUIZ DE DIREITO DA (…) VARA CÍVEL DO FORO


DA COMARCA DE (…) DO ESTADO DE (…)

(Apelante), (qualificação da Apelante), por seus procuradores abaixo assinados, nos da


ação monitória movida em face de (Apelado), (qualificação da Apelada), com fundamento nos
artigos 1.009 e seguintes do Código de Processo Civil, vem a presença de V. Exa. interpor o
presente RECURSO DE APELAÇÃO, em face da r. sentença de fls. ___, conforme as razões
anexas.

A Apelante requer a intimação do Apelado para que apresente suas contrarrazões, no


prazo legal, e independentemente de juízo de admissibilidade1, requer a remessa dos autos
para o Egrégio Tribunal de Justiça, para o processamento e julgamento do presente recurso, nos
termos do art. 1.010, §§ 1º e 3º, do Código de Processo Civil.

Finalmente, nos termos do art. 1.007, do CPC, a Apelante requer a juntada dos inclusos
comprovantes de recolhimento do devido preparo recursal e das custas relacionadas ao porte de
remessa e retorno.

Eventualmente, na hipótese de os autos serem eletrônicos:


(Finalmente, nos termos do artigo 1.007, § 3º, do CPC, a Apelante deixa de recolher as
custas referentes ao porte de remessa e retorno, tendo em vista a transmissão integralmente
eletrônica dos autos entre a 1ª e 2ª instância, recolhido na íntegra, contudo, o preparo recursal,
conforme comprovante anexo)

Termos em que,
Pede deferimento.

Local e data.
Advogado (OAB).

1
Enunciado n. 99 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: O órgão a quo não fará juízo de
admissibilidade da apelação.

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Egrégio Tribunal de Justiça (…)
Razões de Recurso de Apelação.

Apelante: (…)
Apelado: (…)
Origem: (…)

Egrégio Tribunal
Colenda Câmara
Eminente Relator
Ínclitos Julgadores

I – Exposições dos fatos e do direito (art. 1.010, inciso II, CPC)

A Apelante ajuizou a presente ação monitória em face do Apelado, objetivando o


recebimento de seu crédito no valor de R$ XX.XXX,XX (xxxxxxxxxxxxxxx) representado por
dois cheques, cuja prescrição já incidiu, cada um no valor de R$ XX.XXX,XX (xxxxxxxxxxxx)
e que, conforme alegado na origem, foram sustados sem qualquer justificativa.

Devidamente citado, o Apelado apresentou embargos à ação monitória alegando, em


apertada síntese, que a Apelante não teria indicado, na Petição Inicial, a causa subjacente do
título de crédito, bem como que os cheques teriam sido sustados em razão do estabelecimento
da Apelante estar fechado por determinação do Poder Público, motivo pelo qual não teria
efetuada a retirada da mercadoria.

Diante disso, o D. Magistrado de primeiro grau entendeu por bem acolher os embargos
e julgar improcedente a demanda monitória, com apreciação de mérito nos termos do art. 487,
inciso I, do Código de Processo Civil.

II – As razões do pedido de reforma ou da invalidação da decisão (art. 1.010, inciso


III, CPC).

A despeito do inequívoco conhecimento jurídico do D. Magistrado de primeiro grau,


data maxima venia, a r. sentença apelada merece reparo por estar em descompasso com
entendimento jurisprudencial do Colendo Superior Tribunal de Justiça e do melhor direito
aplicável ao caso sub judice.

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Inicialmente, registre-se que, conforme a melhor doutrina, não restam quaisquer dúvidas
acerca da admissão da ação monitória para emprestar força executiva ao cheque já acobertado
pela prescrição:

A prescrição da pretensão cambiária e executiva do cheque não impede o emprego da ação monitória.
Essa controvertida questão recebeu solução favorável, no âmbito da doutrina especializada,
posteriormente transformada no verbete n. 299, do STJ, in verbis: “É admissível a ação monitória
fundada em cheque prescrito”. […] No sentido da doutrina majoritária, vide Francisco Fernandes de
Araújo, Ação Monitória, p. 45; Flávia Machado da Silva, Análise sistemática da ação monitória no
direito brasileiro, p. 36; Antônio Raphael Silva Salvador, Da ação monitória e da tutela jurisdicional
antecipada, p. 21; Elaine Harzheim Macedo, Do procedimento monitório, n. 7.3, p. 135; Eduardo
Talamini, Tutela monitória, p. 262-269; José Rodrigues de Carvalho Netto, Da ação monitória, p. 71;
José Rogério Cruz e Tucci, Ação Monitória, p. 61; Celso Anicet Lisboa, A utilidade da ação monitória, p.
46; Antonio Carlos Marcato, O processo monitório brasileiro, n. 13.2.2, p. 65; Ernane Fidélis dos
Santos, Ação monitória, n. 30, p. 692.

Ademais, D. Julgador, note que, conforme entendimento jurisprudencial do Colendo


Superior Tribunal de Justiça, tomado em sede de recurso repetitivo, a ação monitória fundada
em cheque prescrito é dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão do título.
Senão, vejamos:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C


DO CPC. AÇÃO MONITÓRIA APARELHADA EM CHEQUE PRESCRITO. DISPENSA DA MENÇÃO À
ORIGEM DA DÍVIDA.
1. Para fins do art. 543-C do CPC: Em ação monitória fundada em cheque prescrito, ajuizada em face
do emitente, é dispensável menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
2. No caso concreto, recurso especial parcialmente provido.3 - Sublinhamos

Por se tratar de entendimento uníssono e consolidado pela Corte Uniformizadora do


Direito Infraconstitucional, é que foi editada a súmula nº 531/STJ com a seguinte redação: “Em
ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é dispensável a
menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula”.

Com essa premissa em mente, D. Julgador, a despeito de ser possível a discussão da


causa debendi em sede de embargos monitórios, é cediço que o Apelado deveria, no entanto, se
desincumbir de provar a alegada inexigibilidade do título, nos termos do art. 333, inciso II, do
Código de Processo Civil; o que, a toda evidência, não restou comprovado nestes autos.

2
ASSIS, Araken de. Manual da Execução. 13 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010, p. 191.
3
Recurso Especial nº 1.094.571/SP, 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça, Rel. Min. Luís Felipe
Salomão, julg. em 04.02.2013, disponível na internet em <www.stj.jus.br>, arquivo capturado em
__.__.____.

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Em outras palavras, em nenhum momento o Apelado demonstrou suas alegações,
limitando-se, apenas, a instruir os embargos monitórios com meros documentos societários que
em nada contribuem para salvaguardar a tese de defesa.

Portanto, restando as alegações do Apelado infundadas e levianas, sem qualquer suporte


probatório constante nos autos, o D. Magistrado deveria ter julgada procedente a presente
demanda monitória, nos termos dos requerimentos contidos na Exordial, invertendo-se o ônus
de sucumbência em desfavor do Apelado.

III – Do Requerimento de Concessão de Antecipação de Tutela Recursal – Efeito


Ativo (art. 932, inciso II, do CPC).

Nos termos do art. 932, inciso II, do CPC, o Relator está autorizado a apreciar pedido de
tutela provisória formulado pelo recorrente no âmbito recursal, inclusive deferir, total ou
parcialmente, a pretensão recursal.

Portanto, considerando que os fundamentos veiculados nestas razões recursais estão


pautados em tese firmada no julgamento do REsp nº 1.094.571/Sp, sob o regime de recursos
repetitivos, pelo Superior Tribunal de Justiça, a concessão da tutela recursal impõe-se
fundada na evidência, nos termos do art. 311, inciso II, do CPC.

Nesse sentido, a concessão de antecipação da tutela recursal fundada, tanto na urgência,


quanto na evidência, é corroborada pela doutrina de Fredie Didier Jr. e Leonardo Carneiro
da Cunha: “O relator pode conceder a tutela antecipada recursal, fundando-se na urgência
ou só na evidência. Nesse sentido, o enunciado 423 do Fórum Permanente de Processualistas
Civis: ‘Cabe tutela de evidência recursal’”4. – Sublinhamos.

III – Do pedido de nova decisão (art. 1.010, inciso IV, do CPC).

Diante do exposto, a Apelante requer a V. Exa.:

i) Seja, inicialmente, deferida a antecipação de tutela recursal, nos termos do art. 932,
inciso II, do CPC, para o fim de acolher a pretensão monitória formulada na origem;

ii) Ao final, seja conhecido e provido o presente recurso, a fim de reformar a r.


sentença recorrida, nos termos da fundamentação contida neste arrazoado, julgando-se

4
DIDIER JR, Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da. Curso de direito processual civil: o processo nos
tribunais, recursos, ações de competência originária de tribunal e querela nullitatis. Salvador: Ed.
JusPodivm, 2016, p. 239.

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procedente a presente ação monitória, invertendo-se o ônus sucumbencial5, bem como a
majoração dos honorários fixados pela r. sentença recorrida, à luz dos critérios estabelecidos nos
§§ 2º ao 6º, do artigo 85, do Código de Processo Civil6.

Termos em que,
Pede deferimento.

Data.
Advogado (OAB).

5
Enunciado n. 243 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: No caso de provimento do recurso de
apelação, o tribunal redistribuirá os honorários fixados em primeiro grau e arbitrará os honorários de
sucumbência recursal.
6
Enunciado n. 243 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: No caso de provimento do recurso de
apelação, o tribunal redistribuirá os honorários fixados em primeiro grau e arbitrará os honorários de
sucumbência recursal.

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2.3.4. APELAÇÃO ADESIVA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR. JUIZ DE DIREITO DA (…) VARA CÍVEL DO FORO


DA COMARCA DE (…) DO ESTADO DE (…)

(Apelante), (qualificação da Apelante), por seus procuradores abaixo assinados, nos da


ação declaratória de inexistência de débito c/c pedido indenizatório movida em face de
(Apelado), (qualificação do Apelado), com fundamento nos artigos 1.009 e 997, §1º, do Código
de Processo Civil, vem a presença de V. Exa. interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO
ADESIVA, em face da r. sentença de fls. ___, conforme as razões anexas.

A Apelante requer a intimação do Apelado para que apresente suas contrarrazões, no


prazo legal, e independentemente de juízo de admissibilidade1, requer a remessa dos autos
para o Egrégio Tribunal de Justiça, conjuntamente com o recurso principal, para o seu
processamento e julgamento.

Finalmente, nos termos do art. 1.007, do CPC, a Apelante requer a juntada dos inclusos
comprovantes de recolhimento do devido preparo recursal e das custas relacionadas ao porte de
remessa e retorno.

Eventualmente, na hipótese de os autos serem eletrônicos:


(Finalmente, nos termos do artigo 1.007, § 3º, do CPC, o Apelante deixa de recolher as
custas referentes ao porte de remessa e retorno, tendo em vista a transmissão integralmente
eletrônica dos autos entre a 1ª e 2ª instância, recolhido na íntegra, contudo, o preparo recursal,
conforme comprovante anexo)

Termos em que,
Pede deferimento.

Local e data.
Advogado (OAB).

1
Enunciado n. 99 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: O órgão a quo não fará juízo de
admissibilidade da apelação.

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Egrégio Tribunal de Justiça (…)
Razões de Recurso de Apelação.

Apelante: (…)
Apelado: (…)
Origem: (…)

Egrégio Tribunal
Colenda Câmara
Eminente Relator
Ínclitos Julgadores

I – Exposições dos fatos e do direito (art. 1.010, inciso II, CPC)

A ora Apelante moveu ação declaratória de inexistência de débito c/c pedido


indenizatório em face do ora Apelado, em razão da inscrição indevida em cadastro de proteção
ao crédito por suposta dívida contraída pela prestação de serviços de telefonia.

Com a citação realizada, o D. Juízo de primeiro grau designou audiência de conciliação,


prevista no art. 334, do CPC, a qual restou infrutífera, com a consequente apresentação de
contestação.

Após a manifestação da ora Apelante sobre a Contestação apresentada pela Apelada, o


D. Juízo de primeiro grau entendeu por bem julgar antecipadamente o mérito, nos termos do art.
355, inciso I, do CPC, reconhecendo a inexistência da dívida e os danos morais suportados pela
Apelante em razão da inscrição indevida, fixando-se o valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

Em apertada síntese, são os fatos ocorridos nestes autos.

II – As razões do pedido de reforma ou da invalidação da decisão (art. 1.010, inciso


III, CPC).

Com o devido acatamento ao entendimento do D. Juízo a quo, a r. sentença recorrida


merece parcial reforma, especificamente no capítulo em que fixou o valor dos danos morais em
R$ 8.000,00 (oito mil reais) pelo ato ilícito praticado pela ora Apelada por ter inscrito

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indevidamente a Apelante no cadastro de inadimplentes, por se tratar de valor menor daquele
que a jurisprudência vem aplicando em casos análogos.

A despeito do acertado entendimento quanto ao reconhecimento da inexigibilidade do


débito discutido nestes autos, o r. decisum não valorou os danos morais suportados pela
Apelante conforme a entendimento jurisprudencial dos tribunais pátrios e do Colendo Superior
Tribunal de Justiça.

Note-se, D. Julgador, que os tribunais pátrios, ao analisarem outras demandas que


versaram exatamente o mesmo contexto fático apresentado nestes autos, isto é, inexigibilidade
de débito c/c pedido indenizatório, o quantum indenizatório fixado foi superior daquele fixado
pelo D. Juízo de primeiro grau:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM CADASTRO DE PROTEÇÃO
AO CRÉDITO. QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO EM R$ 10.000,00. PROPORCIONALIDADE
E RAZOABILIDADE. SENTENÇA MANTIDA NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO. Fixado o
montante indenizatório em valor adequado, mantém-se a sentença que o estabeleceu2 – Sublinhamos.

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Prestação de serviços. Fornecimento de energia


elétrica. SENTENÇA de procedência para condenar a ré a pagar para a autora indenização por danos
morais no valor R$ 7.800,00, com incidência de correção monetária e juros de mora, ambos contados da
sentença, imponto à vendida o pagamento das custas e despesas processuais além dos honorários
advocatícios, que foram arbitrados em 15% do valor da condenação. APELAÇÃO da ré, que visa à
reforma da sentença para o decreto de improcedência, pugnando subsidiariamente pela redução do
“quantum” indenizatória. REJIÇÃO. Comprovada a relação contratual entre as partes, a inscrição
indevida e as solicitações feitas pela autora para cortar o fornecimento de energia ao imóvel invadida.
RECURSO ADESIVO da autora, pugnando pela elevação da indenização moral. ACOLHIMENTO
PARCIAL. Indenização que comporta elevação para R$ 10.000,00, ante as circunstâncias do caso
concreto e os critérios da razoabilidade e da proporcionalidade. Incidência de correção monetária a
contar do arbitramento e dos juros moratórios a contar da citação, por versar a questão
responsabilidade civil contratual. Aplicação da Súmula 362 do STJ e do artigo 405 do Código Civil.
Sentença parcialmente reformada. RECURSO DA RÉ NÃO PROVIDO. RECURSO DA AUTORA
PARCIALMENTE PROVIDO3.

Por outro lado, registre-se que o Colendo Superior Tribunal de Justiça já se pronunciou,
em caso análogo ao presente, no sentido de que o quantum indenizatório fixado no valor de R$
10.000,00 (dez mil reais), por inclusão indevida nos cadastros de proteção ao crédito, mostra-se
correto. Senão, vejamos:

2
Apelação Cível nº 0811421-84.2013.8.12.002, 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Mato Grosso
do Sul, Rel. Des. Sérgio Fernandes Martins, julg. em 18.08.2015, disponível na internet em
<www.tjms.jus.br>, arquivo capturado em __.__.____.
3
Apelação Cível nº 4009642-15.2013.8.26.0602, 27ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de
São Paulo, Rel. Des. Daise Fajardo Nogueira Jacot, julg. em 20.09.2016, disponível na internet em
<www.tjsp.jus.br>, arquivo capturado em __.__.____.

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AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CESSÃO DE CRÉDITO. AÇÃO
DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM PEDIDO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS CONFIGURADOS. QUANTUM INDENIZATÓRIO
RAZOÁVEL. REVER A CONCLUSÃO DO ACÓRDÃO. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA N. 7/STJ. AGRAVO INTERNO IMPROVIDO.

1. O Colegiado estadual delineou a controvérsia dentro do universo probatório dos autos, consignado a
inexistência da relação jurídica entre as partes e o consequente dever de indenizar o agravado por sua
inscrição indevida em cadastro de inadimplentes. Dessa forma, não há como desconstituir essa
conclusão na via do especial, tendo em vista que tal procedimento exigiria o reexame de matéria fática, o
que encontra óbice na Súmula n. 7 do STJ.
2. Esta Corte possui jurisprudência pacífica no sentido de que o valor estabelecido pelas instâncias
ordinárias a título de indenização por danos morais pode ser revisto nas hipóteses em que a condenação
se revelar irrisória ou exorbitante, distanciando-se dos padrões de razoabilidade, o que não se evidencia
no presente caso. Em vista de tal circunstância, não se mostra excessiva a fixação em R$ 10.000,00
(dez mil reais) a título de reparação moral das hipóteses de inclusão indevida em órgãos de restrição ao
crédito.
3. Agravo interno improvido4 – Sublinhamos.

Nesse sentido, diante do reiterado e uníssono entendimento jurisprudencial acerca do


valor indenizatório adequado em casos de inclusão indevida do consumidor em cadastros de
inadimplentes, é preciso destacar o teor do art. 926, do CPC, que dispõe que: “Os tribunais
devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente”.

Sobre o citado dispositivo, Teresa Arruda Alvim Wambier, Maria Lúcia Lins da
Conceição, Leonardo Ferres da Silva e Rogerio Licastro Torres de Mello, ensinam que
“trata-se de dispositivo que nada mais faz do que enunciar, em forma de regra norteadora de
conduta dos magistrados, o princípio da isonomia, prestigiado pela Constituição Federal
Brasileira e pelos Estados de Direitos Democráticos, em geral”5.

Assim sendo, a reforma da r. sentença recorrida, no capítulo do quantum


indenizatório, é medida que se impõe, tendo em vista a necessária observância do entendimento
jurisprudencial dos tribunais pátrios e do Colendo Superior Tribunal de Justiça sobre o tema.

III – Do pedido de nova decisão (art. 1.010, inciso IV, do CPC).

4
AgInt no Agravo em Recurso Especial nº 934.930/SP, 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, Rel.
Min. Marco Aurélio Bellizze, julg. em 22.09.2016, disponível na internet em <www.stj.jus.br>, arquivo
capturado em __.__.____.
5
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; CONCEIÇÃO, Maria Lúcia Lins; RIBEIRO, Leonardo Ferres da
Silva; MELLO, Rogerio Licastro Torres de. Primeiros comentários ao novo código de processo civil:
artigo por artigo. São Paulo: RT, 2016, p. 1456.

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Diante do exposto, o Apelante requer seja recebido e processado o presente recurso de
apelação adesiva, para que, no mérito, seja integralmente provido, para o fim de reformar o
específico capítulo da r. sentença recorrida relacionada à quantia indenizatória, nos termos da
fundamentação contida neste arrazoado, majorando-se o valor fixado para a reparação dos danos
morais suportados pelo Apelante, em razão de inscrição indevida nos cadastros de
inadimplentes, com a consequente redistribuição do ônus de sucumbência.
Finalmente, requer-se a majoração dos honorários fixados pela r. sentença recorrida, à
luz dos critérios estabelecidos nos §§ 2º ao 6º, do artigo 85, do Código de Processo Civil6.

Termos em que,
Pede deferimento.

Local e data.
Advogado (OAB).

6
Enunciado n. 243 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: No caso de provimento do recurso de
apelação, o tribunal redistribuirá os honorários fixados em primeiro grau e arbitrará os honorários de
sucumbência recursal.

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2.3.5. APELAÇÃO COM PRELIMINAR CONTRA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
INDEFERINDO PROVAS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR. JUIZ DE DIREITO DA (…) VARA CÍVEL DO FORO


DA COMARCA DE (…) DO ESTADO DE (…)

(Apelante), (qualificação da Apelante), por seus procuradores abaixo assinados, nos da


ação de obrigação de fazer c/c indenização movida em face de (Apelado), (qualificação da
Apelado), com fundamento nos artigos 1.009 do Código de Processo Civil, vem a presença de
V. Exa. interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO, em face da r. sentença de fls. ___,
conforme as razões anexas.

O Apelante requer a intimação da Apelada para que apresente suas contrarrazões, no


prazo legal, e independentemente de juízo de admissibilidade1, requer a remessa dos autos
para o Egrégio Tribunal de Justiça, para o processamento e julgamento do presente recurso, nos
termos do art. 1.010, §§ 1º e 3º, do Código de Processo Civil.

Finalmente, nos termos do art. 1.007, do CPC, o Apelante requer a juntada dos inclusos
comprovantes de recolhimento do devido preparo recursal e das custas relacionadas ao porte de
remessa e retorno.

Eventualmente, na hipótese de os autos serem eletrônicos:


(Finalmente, nos termos do artigo 1.007, §3º, do CPC, o Apelante deixa de recolher as
custas referentes ao porte de remessa e retorno, tendo em vista a transmissão integralmente
eletrônica dos autos entre a 1ª e 2ª instância, recolhido na íntegra, contudo, o preparo recursal,
conforme comprovante anexo)

Termos em que,
Pede deferimento.

Local e data.
Advogado (OAB).

1
Enunciado n. 99 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: O órgão a quo não fará juízo de
admissibilidade da apelação.

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Egrégio Tribunal de Justiça (…)
Razões de Recurso de Apelação.

Apelante: (…)
Apelada: (…)
Origem: (…)

Egrégio Tribunal
Colenda Câmara
Eminente Relator
Ínclitos Julgadores

I – Exposições dos fatos e do direito (art. 1.010, inciso II, CPC)

O Apelante moveu ação de obrigação de fazer c/c indenização em face da Apelada,


fundada no direito de vizinhança, objetivando a reparação nos danos estruturais causados na
unidade do Apelante em razão dos defeitos de vazamentos originados da unidade da Apelada.

Realizada a citação e designada a audiência prevista no art. 334, do CPC, da qual a


tentativa de conciliação restou infrutífera, a Apelada apresentou contestação, alegando, em
síntese, a ausência de responsabilidade e prática de ato ilícito.

Intimados a se manifestarem sobre a necessidade de produção probatória, a Apelada


manifestou-se no sentido da dispensa de produção de provas e, por outro lado, o Apelante
requereu a produção de prova pericial.

Diante disso, o D. Juízo de primeiro grau rejeitou o requerimento de produção de prova


pericial e julgou improcedente a demanda, rejeitando os pedidos formulados na Exordial, com a
consequente condenação nas custas e honorários advocatícios.

Em apertada síntese, são os fatos relevantes.

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II – Preliminar de Apelação – Questões Resolvidas na Fase de Conhecimento (art.
1.009, § 1º, CPC).

Inicialmente, registre-se que a decisão que resolve sobre a produção de prova pericial
não está inserida no rol do art. 1.015, do CPC, isto é, não desafia recurso de agravo de
instrumento, razão pela qual não são acobertadas pela preclusão e são passíveis de impugnação
em oportuna preliminar de apelação, conforme preceitua o art. 1.009, §1º, do CPC.

Sobre esse tema, ensinam Teresa Arruda Alvim Wambier, Maria Lúcia Lins
Conceição, Leonardo Ferres da Silva Ribeiro e Rogerio Licastro Torres de Mello o
seguinte:

De rigor, a preclusão, em relação à possibilidade de impugnar tais decisões ocorre em relação à


apelação, ou seja, a oportunidade de que essas decisões sejam impugnadas é a apelação ou as
contrarrazões de apelação. Não havendo impugnação neste momento e por este instrumento, incide a
preclusão. Nesta medida, é que se deve entender o que consta do dispositivo ora comentado: “Não ficam
cobertas pela preclusão2.

Assim sendo, respeitada a convicção do D. Juízo de primeiro grau, a r. decisão


interlocutória, ora impugnada, que indeferiu o requerimento de produção de prova merece
reforma, eis que ofendeu, frontalmente, o princípio da ampla defesa.

Com efeito, a matéria ora analisada – responsabilidade e dever de indenizar em razão de


abalo na estrutura da unidade do Apelante advindo dos defeitos do apartamento da Apelada, e
todos os danos morais e materiais causados, recai exclusivamente em análise técnica para o
adequado deslinde da presente controvérsia.

Não há dúvidas, D. Julgador, que para a escorreita análise da pretensão formulada pelo
Apelante, a prova pericial se mostra imprescindível, tendo em vista que, a despeito do
arcabouço probatório acostado aos autos com a Exordial, os danos causados pela estrutura
defeituosa do apartamento da Apelada e a determinação da realização dos reparos no
apartamento do Apelante, são facilmente constatados à luz de uma análise técnica.

Nesse sentido, nossos tribunais já decidiram pela necessidade de produção de prova


pericial em casos análogos ao ora analisado:

Direito de vizinhança – Ação de indenização por danos materiais e morais – Sentença de improcedência
– Fundamento de que a empresa autora deixou precluir o prazo para produção das provas por ela tidas
como necessário – Anulação do julgado – Necessidade – Cerceamento de defesa – Ocorrência – Autora

2
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; CONCEIÇÃO, Maria Lúcia Lins; RIBEIRO, Leonardo Ferres da
Siva; MELLO, Rogerio Licastro Torres de. Primeiros comentários ao novo código de processo civil:
artigo por artigo. São Paulo: RT, 2016, p. 1599.

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que requereu a produção de prova documental, pericial e testemunhal, a fim de demonstrar que o réu
rebaixou a guia e a calçada, de forma irregular – Feito, no entanto, julgado antecipadamente –
Produção de provas requeridas pela autora, indispensáveis ao deslinde da controvérsia –
Reconhecimento – De rigor o retorno dos autos à origem para regular instauração da fase instrutória3.

Diante do exposto, restou claramente demonstrado que, para o adequado deslinde da


presente controvérsia, a prova pericial se mostra imprescindível a fim de demonstrar que os
danos existentes no apartamento do Apelante são resultados dos defeitos estruturais da unidade
da Apelada, razão pela qual a r. decisão que rejeitou a produção de prova técnica merece
reforma.

III – As razões do pedido de reforma ou da invalidação da decisão (art. 1.010,


inciso III, CPC).

Respeitada a convicção do D. Juízo de primeiro grau, o r. decisum de mérito vergastado


merece reforma pois não foi analisado à luz dos argumentos e do arcabouço probatório carreado
aos autos, tampouco à luz da jurisprudência do Colendo Superior Tribunal de Justiça e dos
tribunais pátrios.

Com efeito, a despeito da ausência de instrução probatória no presente feito, fato é que
o Apelante carreou aos autos provas suficientes que evidenciam que os danos causados à sua
unidade são decorrentes da desídia do Apelado com o seu apartamento, situado imediatamente
acima da residência do Apelante.

Isso porque, D. Julgador, o Apelante demonstrou que, em razão da má estrutura e


cuidados do Apelado com o seu apartamento, resultou em rachaduras visíveis no quarto do
Apelante (conforme atestam as fotos juntadas às fls. __/__), bem como umidade extrema e
mofos nas paredes (fls. __/__), causando risco à sua saúde e seus familiares que ali residem.

Além disso, conforme depoimento do próprio síndico do condomínio edilício que as


partes residem (acostado aos autos às fls. ___/___), esses danos causados na unidade do
Apelante resulta de uma obra mal realizada no apartamento do Apelado que, instado diversas
vezes a realizar os reparos, quedou-se inerte, alegando ausência de responsabilidade dos efeitos
do acúmulo de água em seu apartamento.

Assim sendo, Exa., não restam dúvidas acerca da necessidade de condenação do


Apelado em proceder com os reparos aos danos causados na unidade do Apelante em razão de
obra mal sucedida em seu apartamento, o que resultou inúmeros danos à estrutura e à
salubridade do apartamento do Apelante.

3
Apelação Cível nº 0027242-56.2011.8.26.0451, 30ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de
São Paulo, Rel. Des. Marcos Ramos, julg. em 21.09.2016, disponível na internet em www.tjsp.jus.br,
arquivo capturado em __.__.____.

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Por outro lado, além da condenação em realizar os devidos reparos na unidade da
Apelante, forçoso concluir pelo dever da Apelada indenizar o Apelante pelo sofrimento
psicológico e risco à saúde que foi submetido pela situação que seu apartamento ficou,
principalmente o dormitório, com rachaduras, mofos e infiltrações nas paredes.

A esse respeito, registre-se entendimento jurisprudencial do Colendo Superior Tribunal


de Justiça e dos tribunais pátrios acerca da configuração de danos indenizáveis em situação
idêntica a ora analisada:

INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. CONDENAÇÃO. DIREITO DE VIZINHANÇA. DANOS EM


APARTAMENTO INFERIOR PROVOCADOS POR INFILTRAÇÃO EM APARTAMENTO SUPERIOR.
DURAÇÃO POR LONGO TEMPO RESULTADO CONSTANTE E INTENSO SOFRIMENTO
PSICOLÓGICO. DESÍDIA DE RESPONSÁVEL EM REPARAR A INFILTRAÇÃO.
1.- Condena-se ao pagamento de indenização por dano moral o responsável por apartamento de que se
origina infiltração não reparada por longo tempo por desídia, provocadora de constante e intenso
sofrimento psicológico ao vizinho, configurando mais do que mero transtorno ou aborrecimento.
2.- Recurso Especial provido4 - Sublinhamos.

APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER, CUMULADA COM INDENIZATÓRIA


POR DANOS MORAIS. AUSÊNCIA DE CALHA PARA ESCOAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS EM
TELHADO DE ESCOLA ESTADUAL QUE CAUSOU INFILTRAÇÕES EM IMÓVEL VIZINHO DE
PROPRIEDADE DOS AUTORES. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA PARCIAL DOS PEDIDOS, PARA
DETERMINAR AO RÉU A REALIZAÇÃO DE OBRAS DE REPARO DAS INFILTRAÇÕES
CAUSADAS NO IMÓVEL DOS AUTORES, ALÉM DO PAGAMENTO DE VERBA
INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS, ARBITRADA EM R$ 10.000,00 (DEZ MIL REAIS), A
SER PAGA A CADA UM DOS DEMANDANTES. IRRESIGNAÇÃO DE AMBAS AS PARTES.
RESPONSABILIDADE DO RÉU QUE RESTOU INCONTROVERSA. PRETENSÃO DO DEMANDADO
QUE SE RESTRINGE A AFASTAR SUA CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR
DANO MORAL. EVIDENTE ANGÚSTIA DOS AUTORES QUE SE VIRAM OBRIGADOS A
CONVIVER, DIUTURNAMENTE, COM UMIDADE E MOFO, COM RISCOS À SUA PRÓPRIA
SAÚDE, O QUE NÃO PODE SER CONSIDERADO COMO MERO ABORRECIMENTO, MAS SIM
EVIDENTE PREJUÍZO À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. VERBA INDENIZATÓRIA
ARBITRADA EM CONFORMIDADE COM OS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA
PROPORCIONALIDADE. TERMO INICIAL DOS JUROS MORATÓRIOS. DATA DO EVENTO
DANOSO. REPARO, DE OFÍCIOS, NA SENTENÇA, NA REFORMA DA SÚMULA 161 DESTA CORTE,
PARA QUE SEJA OBSERVADO O ARTIGO 1º-F DA LEI Nº 9.494/97, COM AS INOVAÇÕES
TRAZIDAS PELA LEI Nº 11.960/09. RECURSOS CONHECIDOS. DESPROVIMENTO DO RECURSO
DO RÉU. PARCIAL PROVIMENTO DO RECURSO DOS AUTORES, PARA DETERMINAR A
FLUÊNCIA DOS JUROS MORATÓRIOS DESDE A DATA DO EVENTO DANOSO5 – Sublinhamos.

Diante do exposto, restou claramente demonstrada a configuração dos danos causados


pelo Apelado ao Apelante, em virtude de obras mal sucedidas em seu apartamento, e que

4
Recurso Especial nº 1.313.641/RJ, Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, Rel. Min. Sidnei
Beneti, julg. em 26.06.2012, disponível na internet em <www.stj.jus.br>, arquivo capturado em
__.__.____.
5
Apelação Cível nº 04197061820088190001, Décima Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio
de Janeiro, Rel. Des. Fernando Cerqueira Chagas, julg. em 30.04.2013, disponível na internet em
<www.tjrj.jus.br>, arquivo capturado em __.__.____.

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causaram enormes e insustentáveis transtornos pessoais ao Apelante e estruturais ao seu
apartamento, razão pela qual a r. sentença recorrida deve ser reformada, pelo mérito, acolhendo-
se integralmente os pedidos formulados na Exordial.

IV – Do pedido de nova decisão (art. 1.010, inciso IV, do CPC).

Diante do exposto, o Apelante requer a V. Exa.:

i) Seja, inicialmente, conhecido e provido o presente recurso, acolhendo-se a


preliminar acima suscitada, a fim de reformar a r. decisão interlocutória que indeferiu a
produção de prova pericial, anulando-se a r. sentença apelada, e determinando-se a remessa dos
autos ao D. Juízo de origem para que proceda a devida e indispensável instrução probatória, e
decida novamente a lide, à luz das provas realizadas.

ii) Caso a preliminar acima suscitada seja rejeitada, o Apelante requer seja conhecido e
provido o presente recurso, pelo mérito, a fim de reformar a r. sentença recorrida, nos termos da
fundamentação contida neste arrazoado, julgando-se procedente a presente ação de obrigação de
fazer c/c pedido indenizatório, invertendo-se o ônus sucumbencial6, bem como a majoração dos
honorários fixados pela r. sentença recorrida, à luz dos critérios estabelecidos nos §§ 2º ao 6º, do
artigo 85, do Código de Processo Civil.

Termos em que,
Pede deferimento.

Data.
Advogado (OAB).

6
Enunciado n. 243 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: No caso de provimento do recurso de
apelação, o tribunal redistribuirá os honorários fixados em primeiro grau e arbitrará os honorários de
sucumbência recursal.

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