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DIREITO

PROCESSUAL
DO TRABALHO
Nulidades no Processo do Trabalho,
Exceções, Audiências

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Nulidades no Processo do Trabalho, Exceções, Audiências
Priscila Margarido

Sumário
Nulidades no Processo do Trabalho. Exceções. Audiências................................................... 3
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
1. Nulidades no Processo do Trabalho. . ....................................................................................... 3
1.1. Princípios das Nulidades no Processo do Trabalho........................................................... 6
1.2. Momento de Arguição.............................................................................................................. 9
2. Exceções...................................................................................................................................... 10
2.1. Exceção de Impedimento e de Suspeição.......................................................................... 10
2.2. Exceção de Incompetência....................................................................................................12
3. Audiências....................................................................................................................................16
3.1. Princípios da Audiência Trabalhista.....................................................................................16
3.2. Realização das Audiências................................................................................................... 20
3.3. Ausência das Partes à Audiência Inicial............................................................................ 22
3.4. Ausência das Partes à Audiência em Prosseguimento.................................................. 26
3.5. Ata de Audiência..................................................................................................................... 27
3.6. Procedimento da Audiência.. ................................................................................................ 28
3.7. Atraso das Partes e do Juiz à Audiência. . ............................................................................31
4. Revelia......................................................................................................................................... 32
4.1. Efeitos da Revelia................................................................................................................... 35
4.2. Hipóteses de não Aplicação dos Efeitos da Revelia....................................................... 36
Resumo............................................................................................................................................. 39
Questões de Concurso.................................................................................................................. 43
Gabarito............................................................................................................................................ 72
Referências...................................................................................................................................... 73

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Nulidades no Processo do Trabalho, Exceções, Audiências
Priscila Margarido

NULIDADES NO PROCESSO DO TRABALHO,


EXCEÇÕES, AUDIÊNCIAS
Olá!!
Tenho uma ótima notícia para você: hoje nossa aula será sobre temas mais práticos e gos-
tosos de estudar. Mas não fugiremos dos princípios... rsrs
Como sempre, a matéria está reforçada e novamente discutida nos exercícios, para que
você, de tanto ler a mesma coisa, grave a matéria sem nem perceber.
Siga firme nos estudos diariamente e não se permita fugir do roteiro programado. Se por
acaso acontecer de dar uma escapada, volte o mais rápido possível para minorar os estragos...
rsrs. Não vá chutar o balde e dizer “ah, já não estudei direito ontem, nem vou estudar hoje”.
Pequenas fogueiras são mais fáceis de apagar que grandes incêndios, né? 
Saiba que é difícil para todo mundo e que é só uma fase. Quanto mais você se dedicar, maia
rápido ela passará. Mas não deixe de cultivar momentos de lazer durante a semana e fazer
exercícios físicos. É possível conciliar tudo.
Sua aprovação está próxima! Conte comigo!
Abraços.
Priscila.

1. Nulidades no Processo do Trabalho


Nulidade é quando o ato processual não produz o efeito que normalmente deveria produzir,
em razão de algum defeito na prática desse ato. A nulidade ocorre pela falta de algum requisito
que a lei prescreve como necessário para a sua validade.
A nulidade só será declarada se implicar em prejuízo ao direito de uma das partes. E é im-
prescindível, no processo do trabalho (tal qual no processo civil) que a nulidade do ato proces-
sual seja declarada, pois todo ato processual é válido e produz efeitos normalmente, até que
seja reconhecida e decretada sua nulidade.

EXEMPLO
Sentença já transitada em julgado, mas que foi proferida por juiz absolutamente incompetente.
A sentença tem um defeito que a torna nula, mas que não foi reconhecido ainda e, por isso, a
sentença existe no mundo e está produzindo efeitos. Ela possui validade e eficácia até que seja
desconstituída por um acórdão proferido pelo TRT em sede de ação rescisória.

As nulidades processuais podem ser absolutas, relativas e, ainda, o ato pode ser conside-
rado inexistente. Há, também, as chamadas meras irregularidades processuais, que não acar-
retam nulidade.

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Nulidade absoluta  ocorre quando são violadas normas de ordem pública e interesse
social. O ato será nulo. As nulidades absolutas podem ser declaradas de ofício pelo juiz e não
estão sujeitas à preclusão. Seria o caso do exemplo dado acima: sentença proferida por juiz in-
competente em razão da matéria. O vício é tão grave que não haverá preclusão e mesmo após
o trânsito em julgado poderá ser questionado por meio de ação rescisória.
Nulidade relativa  é aquela em que a norma violada é “menos importante”, por não ser
norma de ordem pública (a norma violada atende mais aos interesses da parte que ao próprio
desenvolvimento do processo). O ato é anulável. E para que seja anulado depende da iniciativa
da parte, não podendo ser anulado de ofício pelo juiz. Em relação ao ato anulável ocorre pre-
clusão, ou seja, não poderá mais ser alegado o vício se a parte não o fizer na primeira oportu-
nidade que tiver de falar nos autos após a prática do ato defeituoso.

EXEMPLO
A incompetência territorial é relativa. Assim, se for ajuizada ação em local diverso de onde o
empregado trabalhou, mas a reclamada não opuser exceção de incompetência no prazo opor-
tuno, será considerado competente o juízo onde foi ajuizada a ação (operou-se a preclusão).
E o juiz não pode reconhecer de ofício a incompetência territorial, pois se trata de nulidade
relativa.

Ato inexistente  ocorre quando falta um pressuposto processual de existência. O defeito


é tão grande que o ato não pode continuar existindo, podendo ser reconhecido o defeito inde-
pendentemente de ação rescisória. A parte pode se valer da ação declaratória de inexistência
do ato processual, a qual não tem prazo para ajuizamento (diferentemente da ação rescisória,
que deve ser ajuizada no prazo de 2 anos após o trânsito em julgado).
Embora sejam mais “graves” que os atos nulos, a consequência prática é a mesma que
vimos na nulidade absoluta: precisam ter os efeitos cassados por decisão judicial, que pode
ocorrer de ofício e não ocorre a preclusão. Como visto logo no início da aula, todos os atos pro-
cessuais produzem efeitos enquanto não forem submetidos à apreciação jurisdicional. Para
que o ato seja considerado inexistente, é necessária uma decisão judicial.

EXEMPLO
Citação nula. Processo se desenvolve normalmente após a citação, até o trânsito em julgado
da ação. Após, se verifica que o réu não foi citado; quem foi citado foi um homônimo (pessoa
com nome idêntico). Caberá a ação declaratória de inexistência do ato processual para anular
todo o processo desde a citação.

Irregularidade  violação de norma que não traz nenhuma consequência para o processo.
Como não influi em nada, não há sanção. Simplesmente o ato foi praticado de forma diferente
daquela prevista em lei, mas não influencia em nada no processo e o resultado é o mesmo.

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EXEMPLO
Sempre citado pela doutrina: quando o juiz extrapola o prazo previsto em lei para a prática
de algum ato processual (para proferir sentença, por exemplo). O ato não será nulo em razão
desse excesso de prazo. O ato continuará válido e o juiz poderá ser punido administrativamen-
te, mas não haverá qualquer consequência dentro do processo. Em razão disso, diz-se que
houve mera irregularidade.
Outro exemplo: O art. 813 da CLT diz que as audiências devem ser realizadas das 8h às 18hs.
Se a audiência ultrapassar às 18h, será mera irregularidade.

001. (GESTÃO CONCURSO/EMATER-MG/ASSESSOR JURÍDICO/2018) No que tange às nuli-


dades no Processo do Trabalho, assunto previsto na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho),
informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir.
( ) O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende. A nuli-
dade do ato prejudicará todos os atos posteriores ao ato nulo.
( ) Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando
resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.
( ) O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se faça
remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua decisão.
( ) As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deve-
rão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. Deverá, entre-
tanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro. Nesse caso, serão
considerados nulos os atos decisórios.
De acordo com as afirmações, a sequência correta é
a) (F); (F); (V); (V).
b) (V); (V); (F); (F).
c) (V); (F); (F); (F).
d) (F); (V); (V); (V).

• O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende (até
aqui, correto. Art 797, CLT). A nulidade do ato NÃO prejudicará todos SENÃO os atos
posteriores ao ato nulo QUE DELE DEPENDAM OU SEJAM CONSEQUÊNCIA (ART. 798).

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• Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando re-
sultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes. CORRETO. Art. 794, CLT.
• O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se
faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua
decisão. CORRETO. Art. 795, § 2º, CLT.
• As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais de-
verão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. Deverá,
entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro. Nesse
caso, serão considerados nulos os atos decisórios. CORRETO. Art. 795, caput e § 1º, CLT.

Letra d.

Feita essa introdução (que não difere do que você já deve ter estudado sobre nulidades em
processo civil), vamos ao estudo dos princípios das nulidades (princípios, sempre eles... Não
há como fugir... rsrs).

1.1. Princípios das Nulidades no Processo do Trabalho


PRINCÍPIO DO PREJUÍZO OU TRANSCENDÊNCIA  De acordo com o princípio do prejuízo
ou transcendência, se o ato for defeituoso mas não causar prejuízo a nenhuma das partes,
não deve ser anulado. Ou seja, o ato é mantido no processo e dele decorrem consequências
processuais como se válido fosse.
Esse princípio é aplicado tanto para os atos nulos (nulidade absoluta) quanto para os atos
anuláveis (nulidade relativa).
Você não está com uma vaga lembrança de já termos estudado isso? Estudamos recente-
mente, na aula de princípios do processo do trabalho. Lembra do princípio da instrumentalida-
de das formas? Ele dizia justamente isto: não haverá nulidade a ser declarada no processo se
do ato viciado não resultar prejuízo para nenhuma das partes. Como já vimos, o princípio da
instrumentalidade das formas está previsto no art. 794 da CLT:

Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando
resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.

Portanto, o princípio do prejuízo ou transcendência diz exatamente a mesma coisa que o


princípio da instrumentalidade das formas, apenas com enfoques diferentes  pelo princípio
da transcendência, se o ato defeituoso não trouxer prejuízo às partes, não será anulado. Pelo
princípio da instrumentalidade das formas, se o ato não trouxer prejuízo ao processo, que atin-
giu sua finalidade ainda que de outra forma, o ato não será anulado.

EXEMPLO

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De aplicação do princípio da transcendência: o reclamado é condenado em sentença a pagar


diversas verbas. Ele recorre e suscita preliminar de nulidade da sentença por cerceamento de
defesa. O tribunal, no mérito, verifica que a ação será improcedente. Nesse caso, o tribunal
poderá deixar de declarar a nulidade, uma vez que não haverá prejuízo nenhum ao reclamado.
A ação será, ao final, favorável a ele.

PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS (OU DA FINALIDADE)  como aca-


bamos de ver, por este princípio não se reconhece a nulidade ou anulabilidade de ato viciado
que não tenha causado prejuízo às partes. Portanto, se o ato processual atingiu sua finalidade
e produziu os efeitos processuais previstos na lei, deve ser mantido. Isso porque o processo
não é um fim em si mesmo, mas um instrumento de realização da justiça.
De acordo com o art. 277 do CPC: “Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz con-
siderará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.”
PRINCÍPIO DA CONVALIDAÇÃO  Convalidação é o ato inicialmente inválido se tornar
válido por não ter sido reconhecida no momento oportuno a sua invalidade. Ou seja, se passou
batido e ninguém falou nada, passou a ser válido.

O princípio da convalidação é aplicado apenas à nulidade relativa. Quando houver nulidade


relativa, ela deve ser apontada pela parte na primeira oportunidade que tiver de falar nos autos,
sob pena de preclusão (se não falar na primeira oportunidade, precluiu a chance de alegar a nu-
lidade relativa e haverá a convalidação daquela nulidade em ato válido). Agora, se for nulidade
absoluta ou ato inexistente, não há preclusão (podem ser apontados a qualquer tempo, inclusi-
ve suscitados de ofício pelo juiz), de forma que não se aplica o princípio da convalidação. Em
relação à nulidade absoluta ou ao ato inexistente, o ato produz efeitos antes de ser declarada
sua invalidade, mas isso não quer dizer que ele se tornou válido.

O princípio da convalidação está expresso no art. 795 da CLT:

Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deve-
rão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.
§ 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro.
Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios.
§ 2º - O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se faça
remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua decisão.

É importante fazer uma leitura atenta do § 1º: o que está tratado ali é a incompetência em
razão da matéria e não em razão do lugar. A palavra foro pode até dar a ideia de que está
tratando do lugar de propositura da ação. Mas não é isso. Foro está no sentido de foro cível,
criminal, trabalhista, etc. Como já vimos, a competência em razão da matéria é absoluta e

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pode ser declarada de ofício pelo juiz. Já a competência em razão do local é relativa e precisa
ser alegada pela parte.

PRINCÍPIO DA RENOVAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS VICIADOS (ou SANEAMENTO DAS


NULIDADES ou PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL)  Por este princípio, deve-se bus-
car o máximo proveito dos atos processuais defeituosos, sem a necessidade de declaração
da nulidade.
De acordo com o art. 796 da CLT: “A nulidade não será pronunciada: a) quando for possível
suprir-se a falta ou repetir-se o ato; (...).”
Este princípio se aplica tanto aos atos nulos quanto aos anuláveis. Para que ocorra a “cura”
da nulidade ou anulabilidade é preciso que não haja demora significativa para isso e que não
ocorra prejuízo a nenhuma das partes.
No caso de ato inexistente, não há como o defeito ser sanado. Mesmo que se busque ra-
pidamente corrigir o vício e aparentemente não haja prejuízo, não haverá como se corrigir ou
superar o defeito.

EXEMPLO
Se a parte for ilegítima, não existe convalidação nem saneamento da nulidade. Não há como
o processo prosseguir.

PRINCÍPIO DO APROVEITAMENTO OU CONSERVAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS PRATI-


CADOS  Este princípio nada mais é do que a aplicação daquela máxima “o útil não se vicia
pelo inútil”. Assim, a declaração da nulidade deve atingir apenas o defeituoso e aqueles que
sejam diretamente decorrentes, não se estendendo aos atos validamente praticados.
A matéria encontra previsão no art. 798 da CLT:

Art. 798 - A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam
consequência.

Por sua vez, dispõe o art. 797 da CLT:

Art. 797 - O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.

PRINCÍPIO DO INTERESSE Por este princípio, somente possui interesse para arguir a nu-
lidade a parte que tenha sido prejudicada e desde que NÃO tenha sido ela quem deu causa
àquela nulidade.
Isso está previsto expressamente na alínea b do art. 796 da CLT: “A nulidade não será pro-
nunciada: [...] b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa.”
Este princípio não traz nenhuma novidade. Trata-se da aplicação do princípio geral de direi-
to segundo o qual ninguém pode se valer da própria torpeza.

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O PULO DO GATO
Como você já sabe, as nulidades absolutas e os atos inexistentes podem ser decretados até
mesmo de ofício pelo juiz. Portanto, pode-se dizer que o princípio do interesse só se aplica às
nulidades relativas, as quais devem ser arguidas pela parte que sofreu o prejuízo.

Esses são os princípios que regem as nulidades no processo do trabalho, você deve ter
percebido que a doutrina traz inúmeras nomenclaturas, mas, a bem da verdade, todos os prin-
cípios estudados contêm basicamente a ideia de aproveitamento do ato defeituoso, desde que
não haja prejuízo à parte que não lhe deu causa.

1.2. Momento de Arguição


Bom, que a nulidade absoluta e o ato inexistente podem ser alegados a qualquer tempo,
uma vez que em relação a eles não se opera a preclusão; e que a nulidade relativa deve ser
suscitada pela parte na primeira oportunidade que tiver de falar nos autos, sob pena de pre-
clusão; você já está cansado de saber, né? Mas essa é a regra geral. Precisamos ver mais
alguns detalhes:
Se no curso do processo for proferida uma decisão que cause prejuízo à parte, mas contra
a qual ela não tenha recurso imediato (lembrando que no processo do trabalho as decisões
interlocutórias são irrecorríveis de imediato), o que a parte deve fazer? Ela deve constar seus
protestos, a fim de assegurar que já fique constando nos autos que ela não concorda com o ato
e evite, assim, a preclusão. Se o ato for praticado em audiência, na própria audiência a parte já
pede que sejam constados em ata os seus protestos.
As nulidades processuais podem ser sanadas tanto em primeiro quanto em segundo grau
de jurisdição. Contudo, não podem ser sanadas em instância extraordinária (TST), uma vez que
há a exigência do prequestionamento, ou seja, a matéria já deve ter sido discutida/resolvida no
segundo grau.

2. Exceções
A matéria é curtinha e simples no processo do trabalho. E já tivemos um primeiro contato
com ela quando estudamos suspeição e impedimento, e, posteriormente, quando estudamos
competência territorial. Hoje estudaremos a matéria de forma mais completa.
Como bem explica Mauro Schiavi: “As exceções são defesas dirigidas contra o processo,
e não contra o mérito, não visam à improcedência do pedido, mas sim a trancar o curso do
processo, provocando sua extinção sem resolução de mérito, ou a dilatação do seu curso”.1

1
SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 17ª edição. Editora Jus Podivm. 2021, p. 694.

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As exceções são cabíveis no processo do trabalho quando a parte pretende alegar a exis-
tência de suspeição, impedimento ou incompetência relativa. A CLT trata da matéria no art. 799:

Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com sus-
pensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.
§ 1º - As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa.
§ 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se termi-
nativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso
que couber da decisão final.

2.1. Exceção de Impedimento e de Suspeição


Já estudamos impedimento e suspeição, razão pela qual não repetirei toda a matéria aqui.
Mas uma coisa precisa ser relembrada: as causas de impedimento são de ordem pública, ra-
zão pela qual podem ser declaradas a qualquer tempo no processo, não ocorrendo preclusão.
Se já tiver ocorrido o trânsito em julgado da decisão, é cabível ação rescisória.
Por sua vez, as causas de suspeição devem ser alegadas na primeira oportunidade que a
parte tiver de falar nos autos após o conhecimento do fato, sob pena de preclusão.

O juiz pode, de ofício, se declarar suspeito ou impedido para julgar o processo.

Sobre o procedimento das exceções de impedimento e suspeição, dispõe o art. 802 da CLT:

Art. 802 - Apresentada a exceção de suspeição, o juiz ou Tribunal designará audiência dentro de 48
(quarenta e oito) horas, para instrução e julgamento da exceção.
§ 1º - Nas Juntas de Conciliação e Julgamento e nos Tribunais Regionais, julgada procedente a ex-
ceção de suspeição, será logo convocado para a mesma audiência ou sessão, ou para a seguinte, o
suplente do membro suspeito, o qual continuará a funcionar no feito até decisão final. Proceder-se-á
da mesma maneira quando algum dos membros se declarar suspeito.
§ 2º - Se se tratar de suspeição de Juiz de Direito, será este substituído na forma da organização
judiciária local.

A doutrina majoritária entende que o referido dispositivo não foi recepcionado pela Consti-
tuição Federal, pois não há como o próprio juiz marcar audiência e decidir se ele é impedido ou
suspeito. Isso viola completamente o princípio da imparcialidade.
Assim, deve-se aplicar o Código de Processo Civil (art. 146) e quem deve julgar a suspeição
ou impedimento de juiz do trabalho é o TRT (e não o próprio juiz). Dispõe o art. 146 do CPC:

Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impe-
dimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fun-

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damento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de
testemunhas.
§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará imediata-
mente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em aparta-
do da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documen-
tos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.
§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente for
recebido:
I – sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;
II – com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente.
§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for recebido
com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal.
§ 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal rejeitá-la-á.
§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal conde-
nará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão.
§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz
não poderia ter atuado.
§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo de
impedimento ou de suspeição.

Então, em síntese, no processo do trabalho o impedimento e a suspeição devem ser apre-


sentados por meio de exceção, mas seguindo-se, no que couber, o art. 146 do CPC. A exceção
será julgada pelo TRT.
O que o juiz faz quando recebe a exceção? 1º - ele pode verificar que a parte tem razão e
se dar realmente por impedido ou suspeito, ficando afastado do caso e remetendo os autos ao
seu substituto legal. 2º - se o juiz não concorda, não se enxerga como impedido ou suspeito,
deverá apresentar suas razões em 15 dias. Com as razões, o juiz deve remeter o processo ao
Tribunal para julgamento da exceção.
A exceção de suspeição ou impedimento pode ser arguida tanto pelo reclamante quanto
pelo reclamado, e deve ser feita assim que a parte tomar conhecimento do motivo que carac-
terize um impedimento ou suspeição. Se o reclamado já tiver conhecimento do motivo quando
for apresentar sua defesa (contestação), deverá apresentar a exceção junto com a contesta-
ção. Se não tiver conhecimento no momento da defesa, deverá arguir a exceção assim que
ficar sabendo da existência de motivo configurador da suspeição ou do impedimento. Da mes-
ma forma, o reclamante, por sua vez, deve alegar a existência de suspeição ou impedimento
na primeira oportunidade que terá para falar nos autos após o conhecimento dos fatos (art.
795 da CLT).

É importante lembrar que as hipóteses de impedimento se referem à matéria de ordem pública


e, portanto, embora devam ser alegadas na primeira oportunidade em que a parte puder falar

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nos autos, não sofrem preclusão. O que isso quer dizer? Quer dizer que mesmo que a parte não
alegue na primeira oportunidade, poderá suscitar a matéria posteriormente, a qualquer tempo,
mesmo após o trânsito em julgado (por meio de ação rescisória). O mesmo não ocorre com a
suspeição, a qual, se não alegada na primeira oportunidade, é abarcada pela preclusão.

Ao receber a exceção de suspeição ou impedimento, o juiz suspenderá o processo (art.


799 da CLT).
O juiz não poderá decidir nada antes de se verificar se procede a suspeição ou o impe-
dimento. Isso porque um juiz impedido ou suspeito não tem legitimidade para dar nenhuma
decisão válida no processo.

A decisão que julga uma exceção de suspeição ou uma exceção de impedimento tem natureza
interlocutória e, portanto, não é cabível nenhum recurso de imediato (o processo segue e a
questão só será discutida ao final, quando for o momento de apresentação de recurso ordiná-
rio para discutir o próprio mérito da causa).

2.2. Exceção de Incompetência


Apenas a incompetência relativa (no caso do processo do trabalho, a competência relativa
é a competência territorial), deve ser alegada pela parte por meio de exceção de incompetência.
A incompetência absoluta deve ser alegada na própria contestação, como matéria preliminar.
A parte que apresenta exceção de incompetência em razão do lugar é sempre o reclamado,
pois o reclamante, ao ajuizar a ação, já optou pela localidade.

A incompetência relativa não pode ser suscitada de ofício pelo juiz e está sujeita à preclusão,
caso não seja suscitada pela parte no momento oportuno (como veremos a seguir, deve ser
alegada no prazo de 5 dias após a notificação). A incompetência absoluta pode ser conhecida
de ofício pelo juiz e não se sujeita à preclusão.

Acerca do processamento da exceção de incompetência, a CLT traz regras específicas nos


artigos 799 e 800. Vejamos:

Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com sus-
pensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.
§ 1º - As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa.
§ 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se termi-
nativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso
que couber da decisão final.

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Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da noti-
ficação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o proce-
dimento estabelecido neste artigo.
§ 1º Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se refere
o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção.
§ 2º Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os
litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias.
§ 3º Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o di-
reito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este
houver indicado como competente.
§ 4º Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a desig-
nação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo competente.

Se a incompetência territorial não for suscitada no momento processual oportuno (5 dias


contados da notificação, ou seja, 5 dias contados da data em que a parte foi cientificada da
ação ajuizada em seu desfavor), prorroga-se a competência (e aí o processo continuará trami-
tando no juízo que inicialmente era incompetente em razão do lugar).
O TST disse, recentemente, que o prazo é preclusivo (ou seja, se a parte não alegar nos 5
dias após a notificação, não poderá alegar mais. Não será possível alegar depois na contesta-
ção, em audiência...).
De acordo com o § 3º, do art. 800, da CLT “o excipiente e suas testemunhas têm o direito
de serem ouvidos por carta precatória no juízo que o excipiente indicou como competente”. O
que isso quer dizer? Quer dizer que se o reclamado recebe uma notificação e entende que a
Vara do Trabalho é incompetente em razão do lugar porque o empregado não prestou serviços
naquela localidade, ele vai apresentar exceção de incompetência e o juiz pode marcar audiên-
cia para verificar se, por exemplo, o empregado nunca trabalhou mesmo na localidade. Mas o
reclamado (chamado excipiente porque foi ele quem opôs a exceção de incompetência) não
precisa comparecer à audiência em que será analisada essa questão da exceção. Ele pode ser
ouvido por carta precatória, ou seja, um juiz do local em que o reclamado/excipiente indicou
como correto irá ouvi-lo e também ouvir suas testemunhas, e depois remeterá a ata de audi-
ência ao juiz que está com o processo para que analise. A CLT tem essa previsão porque não
faria sentido o excipiente precisar se deslocar para o local que ele entende ser incompetente
para fazer prova dessa incompetência.
Se for rejeitada a exceção de incompetência (ou seja, se o juiz disser que está tudo certo e
que o processo vai seguir ali mesmo) ou se for acolhida e o processo for remetido para outra
Vara para dar continuidade ao processo, não cabe recurso de imediato (lembrando que não
cabe recurso imediato de decisão interlocutória no processo do trabalho). Só caberá a discus-
são disso lá na frente, quando a parte for recorrer da decisão final de mérito.
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No entanto, existe uma exceção. Dispõe a alínea c da Súmula 214 do TST:

JURISPRUDÊNCIA
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias
não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional
do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do
Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que
acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal
Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto
no art. 799, § 2º, da CLT.

Assim, se o juiz acolher a exceção de incompetência e remeter os autos à Vara do Trabalho


vinculada a outro TRT (por exemplo, o Juiz do Trabalho de uma das Varas do Rio de Janeiro
acolhe exceção de incompetência e remete os autos a uma das Varas do Trabalho de São Pau-
lo), caberá recurso de imediato.

002. (INSTITUTO AOCP/TRT - 1ª REGIÃO (RJ)/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁ-


RIA/2018) No que tange à exceção de incompetência territorial, no âmbito do processo traba-
lhista, assinale a alternativa correta.
a) A Exceção de Incompetência territorial deverá ser apresentada como preliminar de contes-
tação. Ao exceto será concedido prazo de 24 horas para manifestação respectiva, devendo a
decisão ser proferida na primeira audiência ou sessão que se seguir.
b) A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada em peça apartada que sinali-
ze explicitamente a existência da exceção, antes da audiência no prazo de 5 dias, contados do
recebimento da notificação pela reclamada. Protocolada a petição de exceção, ao exceto será
concedido prazo de 24 horas para manifestação respectiva, devendo a decisão ser proferida
na primeira audiência ou sessão que se seguir.
c) A Exceção de Incompetência territorial deverá ser apresentada como preliminar de contes-
tação. Ao exceto será concedido prazo de 24 horas para manifestação respectiva, devendo a
decisão ser proferida no prazo de 5 dias.
d) A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada em peça apartada que sina-
lize explicitamente a existência da exceção, antes da audiência, no prazo de 5 dias, contados
do recebimento da notificação pela reclamada. Protocolada a petição de exceção, o processo
será suspenso. O juiz intimará o exceto para manifestação no prazo de 5 dias. Da decisão que
decidir a exceção de incompetência, caberá recurso ordinário no prazo de 8 dias.

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e) A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada em peça apartada que sina-
lize explicitamente a existência da exceção, antes da audiência, no prazo de 5 dias, contados
do recebimento da notificação pela reclamada. Protocolada a petição de exceção, o processo
será suspenso até que se decida o incidente.

a) Errada. A Exceção de Incompetência territorial deverá ser apresentada em peça separada.


Deverá ser apresentada no prazo de 5 dias a contar da notificação. Apenas a incompetência
absoluta (incompetência em razão da matéria) é que deve ser apresentada como preliminar da
contestação.
b) Errada. A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada em peça apartada
que sinalize explicitamente a existência da exceção, antes da audiência, no prazo de 5 dias
contados do recebimento da notificação pela reclamada (ATÉ AQUI ESTAVA LINDO). Protoco-
lada a petição de exceção, ao exceto será concedido prazo de 24 horas 5 (CINCO) DIAS para
manifestação respectiva, devendo a decisão ser proferida na primeira audiência ou sessão que
se seguir. APENAS SE ENTENDER NECESSÁRIA A PRODUÇÃO DE PROVA ORAL É QUE O JUIZ
DESIGNARÁ AUDIÊNCIA (ART. 800, § 3º. CLT)
c) Errada. Idem letra a.
d) Errada. A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada em peça apartada
que sinalize explicitamente a existência da exceção, antes da audiência, no prazo de 5 dias,
contados do recebimento da notificação pela reclamada. Protocolada a petição de exceção, o
processo será suspenso. O juiz intimará o exceto para manifestação no prazo de 5 dias (ATÉ
AQUI FOI LINDO). SÓ ERROU AQUI NO FINAL: Da decisão que decidir a exceção de incompe-
tência, caberá recurso ordinário no prazo de 8 dias NÃO CABERÁ RECURSO DE IMEDIATO,
POR SE TRATAR DE DECISÃO INTERLOCUTÓRIA (exceção: se a decisão acolher a exceção de
incompetência e remeter os autos à Vara vinculada a outro TRT, caberá recurso de imediato).
e) Certa. Art. 800 da CLT.
Letra e.

3. Audiências
Este tema será o mais extenso da nossa aula de hoje. Mas, sem dúvidas, o mais interes-
sante também.
O processo do trabalho é, essencialmente, um processo de audiência. Isso porque os prin-
cipais acontecimentos da fase de conhecimento se dão em audiência. É na audiência que o
juiz tem contato, pela primeira vez, com a inicial (lembre-se que quando o processo é distribu-
ído, quem faz a notificação inicial é o servidor e, na mesma notificação, já informa a data da
audiência. O juiz, em regra, tomará contato com o processo apenas na data designada para

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audiência. É claro que existem exceções, como, por exemplo, quando há exceção de incompe-
tência – nesse caso o juiz decidirá a exceção antes da audiência de mérito).
É também em audiência que o juiz tenta a conciliação; discute os incidentes do processo;
discute a causa com as partes e os advogados; fixa os pontos controvertidos sobre os quais
será necessária produção de prova; colhe as provas (no processo do trabalho as provas são,
em sua maioria, testemunhais) e julga a causa.
Achou que escaparia dos princípios? Rsrs. Vamos estudar agora os princípios da audiência
trabalhista.

3.1. Princípios da Audiência Trabalhista


• Presença obrigatória das partes: consta no art. 843 da CLT que o comparecimento das
partes à audiência é obrigatório:

Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, in-
dependentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias
Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sin-
dicato de sua categoria.
§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que
tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.
§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível
ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que
pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
§ 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser empregado da parte reclamada.

Como se percebe do referido dispositivo, a ausência da parte à audiência somente é ad-


mitida em casos específicos e justificados. A obrigatoriedade de comparecimento das partes
tem por finalidade facilitar a conciliação, bem como garantir a colheita dos depoimentos pes-
soais e a melhor compreensão dos fatos pelo juiz.
• Audiência una (ou concentração dos atos processuais numa única audiência): A audiên-
cia na Justiça do Trabalho deve ser, em regra, una. Isto é, devem ser praticados na mesma
audiência a tentativa de conciliação, a instrução (colheita de provas) e o julgamento.

Contudo, na prática, muitos juízes fracionam a audiência em 3 momentos distintos: audiên-


cia inicial (tentativa de conciliação e apresentação de defesa); audiência de instrução (colheita
de provas e nova tentativa de conciliação) e audiência de julgamento (data em que a sentença
é proferida).
Em regra, o juiz não profere sentença na própria audiência. Para que possa analisar deti-
damente, com calma, todos os detalhes do processo, o juiz deixa para proferir sentença em
gabinete. Então, ao terminar a audiência de instrução e não havendo necessidade de mais
nenhuma prova, o juiz declara encerrada a instrução e remete os autos para julgamento. A sen-

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tença será prolatada em gabinete e as partes serão notificadas do julgamento. O que se chama
de audiência de julgamento não é propriamente uma audiência, mas a publicação da sentença.
No entanto, pode ser que após a colheita das provas orais ainda reste alguma medida a ser
tomada (por exemplo: realização de perícia, envio de algum ofício para esclarecer algum ponto
controvertido, etc.), e, nesse caso, será designada uma audiência de encerramento, nas quais
as partes e advogados são dispensados de comparecimento (devem comparecer apenas se
desejarem fazer mais algum apontamento ao juiz). A audiência de encerramento é designada
para que haja um marco temporal onde todas as providências já estejam encerradas e o pro-
cesso seja remetido ao juiz para julgamento.
A CLT trata da possibilidade de fracionamento da audiência no art. 849 da CLT: “A audiência
de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la
no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida,
independentemente de nova notificação.”
Embora o art. 849 fale em “força maior” como motivo justificador do adiamento/partição
da audiência, a jurisprudência é unanime no sentido de que o juiz pode fracionar a audiência
sempre que entender necessário, seja para melhor conhecer a causa, possibilitar tempo ade-
quado às partes para melhor exercício do contraditório e ampla defesa, ou para organizar a
dinâmica de sua Vara do Trabalho.
Portanto, não há qualquer nulidade no fracionamento da audiência, embora a regra geral
seja de que a audiência deve ser una.
• Publicidade: Este princípio encontra assento no inciso IX, do art. 93, da CF, segundo o
qual todos os atos e julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, exceto
quando o sigilo for necessário para assegurar o direito à intimidade da parte.

Como ato processual, as audiências deverão ser públicas, isto é, realizadas com portas
abertas e permitido o ingresso de qualquer pessoa que desejar acompanhar o ato. A audiência
trabalhista somente não será pública se houver sido decretado segredo de justiça no processo.
E quando será decretado segredo de justiça? A matéria está tratada no art. 189 do CPC:

Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I – em que o exija o interesse público ou social;
II – que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação,
alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III – em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV – que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confi-
dencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
§ 1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certi-
dões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da
sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.

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O segredo de justiça pode ser requerido pela parte ou decretado de ofício pelo juiz.

EXEMPLO
De casos que exigem a decretação de segredo de justiça no processo do trabalho: empregado
dispensado por ser portador de doença contagiosa (ex. HIV); discussão sobre assédio sexual
ocorrido na empresa; causa em que se discuta violação a segredo da empresa (ex. patente).

• Oralidade: Como já vimos na aula sobre princípios, a oralidade é um dos princípios basi-
lares do processo do trabalho.

O processo do trabalho se desenvolve de forma essencialmente oral, principalmente por-


que a maior parte dos atos ocorre em audiência. E a audiência é oral, sendo feita, é claro, a re-
dução a termo dos principais acontecimentos em ata de audiência (com a implementação das
audiências telepresenciais, em razão da pandemia, há a possibilidade de a redução a termo ser
substituída pela gravação, mas a questão ainda é polêmica).
A CLT prevê que a defesa será apresentada oralmente em audiência (art. 847, CLT), mas, na
prática, poucos advogados se valem dessa possibilidade, sendo a contestação apresentada
por escrito até a data da audiência (parágrafo único do art. 847, CLT). Da mesma forma, tam-
bém as razões finais podem ser apresentadas de forma oral em audiência, após o encerramen-
to da instrução (art. 850, CLT), entretanto, a praxe forense é que o juiz conceda prazo para que
as partes apresentem razões finais escritas (por memoriais) e posteriormente os autos sejam
conclusos para julgamento.
Embora a praxe na Justiça do Trabalho seja a apresentação de contestação e razões finais
por escrito, isso não retira a importância do princípio da oralidade. Isso porque, a apresentação
oral das referidas peças continua sendo possível e, além disso, em audiência o juiz conversará
com as partes e advogados para melhor entender a controvérsia, fixará os pontos controverti-
dos e colherá as provas orais (depoimentos pessoais e oitiva de testemunhas), que são atos
essenciais ao deslinde do processo e praticados de forma oral.
• Imediatidade ou imediação: em audiência o juiz se aproxima mais das partes, tendo
uma real dimensão do conflito e favorecendo a conciliação. Ainda, em audiência o juiz
tem contato direto com as provas que serão produzidas naquele ato e maiores condi-
ções de proferir um julgamento justo.
• Conciliação: como já estudamos lá nos princípios do processo do trabalho (você deve ter
percebido que os princípios da audiência são praticamente idênticos aos princípios do
processo do trabalho, né?), a conciliação é a busca central do processo do trabalho e isso
está previsto no art. 764 da CLT, segundo o qual: “Os dissídios individuais ou coletivos
submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação”.

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A conciliação é a melhor forma de resolver o problema, pois a solução é encontrada pelas


próprias partes, as quais sabem realmente o que se passou, as condições pessoais e financei-
ras de cada uma delas, bem como suas necessidades. Ao buscar a conciliação, o juiz deve agir
com imparcialidade e sensibilidade, pois muitas vezes as partes estão movidas mais por seus
sentimentos do que por questões efetivamente de direito.
Em audiência, o juiz deve buscar a conciliação em dois momentos: no início da audiência,
antes do recebimento da defesa (mas nada impede que o juiz leia a inicial e a defesa para só
depois tentar a conciliação, já com maiores elementos para tentar aproximar as partes); e após
as razões finais. É claro que o juiz pode tentar a conciliação sempre que entender devido, não
estando limitado a esses dois momentos previstos de forma expressa na CLT (arts. 846 e 850).
E se o juiz não fizer essas duas tentativas de conciliação, o que acontece? Boa parte da
doutrina entende que será caso de nulidade se o juiz não fizer, ao menos, a última tentativa de
conciliação, uma vez que a conciliação é da própria essência do processo do trabalho. E outra
parte da doutrina entende que não haverá qualquer nulidade, pois as próprias partes podem
buscar a conciliação a qualquer tempo.
Embora a conciliação seja a busca primordial do processo do trabalho, o juiz pode deixar
de homologar um acordo quando verificar que o acordo é extremamente desvantajoso a uma
das partes (geralmente ao empregado hipossuficiente); quando houver suspeita de fraude (ex.
conluio entre as partes para que o reclamante receba um bem do reclamado, com o nítido
propósito de fraudar um processo cível que certamente atingiria o respectivo bem); quando
o acordo for contrário à lei (ex. o empregador alega que a dispensa foi por justa causa e não
paga as verbas rescisórias, mas as partes pedem, em acordo, que o juiz o homologue e expeça
alvará para recebimento de seguro-desemprego).
Nesse sentido, a Súmula 418 do TST:

JURISPRUDÊNCIA
MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO À HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO
A homologação de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo
tutelável pela via do mandado de segurança.

Encerrados os princípios, vamos ver como se operacionaliza a audiência trabalhista.

3.2. Realização das Audiências


No processo do trabalho, o recebimento da petição inicial é feito pelo diretor ou outro servi-
dor da secretaria. Não há despacho de recebimento da inicial efetuado pelo juiz, que somente
conhecerá a inicial na data da audiência. O servidor recebe a inicial e já designa data para audi-
ência, notifica a parte reclamada informando a referida data e, ainda, que o não comparecimen-

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to acarretará revelia e confissão quanto à matéria de fato. Se a audiência for una, já consta tam-
bém na notificação inicial que a parte deverá comparecer acompanhada de suas testemunhas.
O reclamante também é notificado da audiência inicial, ficando ciente de que se não com-
parecer, o processo será arquivado e ele terá de arcar com o pagamento das custas.
A audiência será marcada para a primeira data desimpedida, observado o interregno mí-
nimo de 5 dias entre a notificação e a data de realização de audiência, para que o reclamado
possa preparar a sua defesa.
Dispõe o art. 841 da CLT:

Art. 841 - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta e


oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo
tempo, para comparecer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5
(cinco) dias.
§ 1º - A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao
seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou
no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.
§ 2º - O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclamação ou na forma do parágrafo
anterior.
§ 3º Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consenti-
mento do reclamado, desistir da ação.

Como vimos na aula passada, o Ministério Público tem prazo em dobro (art. 180 do CPC), de
sorte que se o MPT estiver no polo passivo da ação, o prazo entre a notificação e a data da
audiência deve ser de, no mínimo, 10 dias. Se figurar no polo passivo a União, os Estados, o
Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público, o
prazo mínimo entre a notificação e a audiência deve ser de 20 dias (DL n. 779/69, art. 1º, II: fala
em prazo em quádruplo). A notificação do MPT e da Fazenda Pública deve ser feita de forma
pessoal (por oficial de justiça) (arts. 180 e 247, III, CPC).

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Acerca da realização das audiências, estabelece o art. 813 da CLT:

Art. 813 - As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede
do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não po-
dendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente.
§ 1º - Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das audiências, median-
te edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas.
§ 2º - Sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências extraordinárias, observado o
prazo do parágrafo anterior.

Conforme se extrai do referido artigo, as audiências serão realizadas entre às 8h e 18 ho-


ras. Nós já vimos na aula passada que o art. 770 da CLT dispõe que os atos processuais são
realizados das 6 às 20 horas. Há incompatibilidade entre os dois artigos? Não. A regra do art.
813 é específica para audiências.
E o limite de 5 horas previsto no art. 813? Há certa divergência na doutrina, havendo quem de-
fenda que o limite máximo de 5 horas é para uma mesma audiência. No entanto, prevalece o en-
tendimento de que o limite se refere a todas as audiências da pauta. Para garantir a qualidade do
serviço, a pauta não pode se estender por mais de 5 horas seguidas. No entanto, não é raro que
as pautas ultrapassem tal limite e isso não implica em nulidade (trata-se de mera irregularidade).
O local de realização das audiências é a sede do Juízo ou Tribunal. De acordo com o § 1º
do art. 813, excepcionalmente poderá ser designado outro local para a realização das audiên-
cias, mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 24
horas. A lei fala apenas em edital, mas obviamente deve haver uma comunicação efetiva às
partes e aos advogados da alteração.
Ao presidir a audiência, o juiz exerce poder de polícia, sendo aplicável ao processo do tra-
balho o art. 360 do CPC:

Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe:


I – manter a ordem e o decoro na audiência;
II – ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente;
III – requisitar, quando necessário, força policial;
IV – tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da Defen-
soria Pública e qualquer pessoa que participe do processo;
V – registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência.

Na CLT há apenas um dispositivo que trata do assunto, de maneira genérica:

Art. 816 - O juiz ou presidente manterá a ordem nas audiências, podendo mandar retirar do recinto
os assistentes que a perturbarem.

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3.3. Ausência das Partes à Audiência Inicial


Prevê o art. 844 da CLT:

Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação,


e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
§ 1º Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova audiência.
§ 2º Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas calcu-
ladas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se
comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.
§ 3º O pagamento das custas a que se refere o § 2º é condição para a propositura de nova demanda.
§ 4º A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se:
I – havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à
prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em contra-
dição com prova constante dos autos.
§ 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação
e os documentos eventualmente apresentados.

A ausência do reclamante implica em arquivamento do processo (extinção sem julgamen-


to do mérito). O reclamante terá de arcar com o pagamento das custas.
Enquanto não houver ocorrido a prescrição, o reclamante pode ajuizar a ação novamente,
mas desde que tenha efetuado o pagamento das custas do processo arquivado. E se o recla-
mante for beneficiário da justiça gratuita? Paga as custas do mesmo jeito, ninguém mandou
faltar. O reclamante somente ficará isento do pagamento se comprovar, no prazo de 15 dias
após a audiência, que não compareceu por motivo legalmente justificado.
O pagamento das custas pelo reclamante ausente, ainda que beneficiário da justiça gra-
tuita, é uma inovação trazida pela reforma trabalhista (Lei n. 13.467/2017) e tem o objetivo de
fazer com que haja maior responsabilidade e seriedade no processo trabalhista, evitando-se
as “aventuras jurídicas”. Não se trata de violação ao direito de ação ou acesso ao Poder Ju-
diciário, pois o reclamante que comprovar motivo justo para sua ausência estará isento do
pagamento das custas.
O § 2º do art. 843 da CLT traz uma hipótese em que mesmo sem a presença do reclamante
à audiência inicial, não ocorre o arquivamento. Vejamos:

Art. 843 (...)


§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível
ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que
pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.

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Há uma divisão doutrinária quanto ao referido dispositivo. Parte da doutrina entende que
o representante comparece apenas para justificar a ausência e requerer o adiamento da audi-
ência. Contudo, a doutrina majoritária defende que se fosse apenas para justificar a ausência
e pedir o adiamento, o advogado mesmo poderia fazê-lo, não sendo necessário o compareci-
mento do representante. Prevalece, assim, o entendimento de que estando presente outro em-
pregado que represente o reclamante impossibilitado de comparecer, a audiência deve prosse-
guir normalmente.
Se o reclamante, por duas vezes, der causa ao arquivamento da ação, ocorrerá a peremp-
ção, prevista no art. 732 da CLT:

Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se apresentar, no
prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo,
incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça
do Trabalho.
Art. 732 - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes segui-
das, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.

Como se extrai dos dispositivos acima, a perempção (perda do direito de propor a ação) no
processo do trabalho é temporária. Decorrido o prazo de seis meses após o segundo arquiva-
mento, o reclamante poderá ajuizar novamente a ação.
Não se aplica ao processo do trabalho a perempção prevista no art. 486 do CPC (perda
total do direito de propor a ação), uma vez que a CLT possui regramento específico.
O não comparecimento do reclamado acarretará revelia e confissão quanto à maté-
ria de fato.
O reclamado deve comparecer pessoalmente à audiência ou nomear preposto para repre-
sentá-lo, cujas declarações obrigarão o proponente (Art. 843, § 1º, CLT). Desde a reforma tra-
balhista não há mais exigência de que o preposto seja empregado da empresa (Art. 843, §
3º, CLT). Pode ser qualquer pessoa que tenha conhecimento dos fatos (o conhecimento dos
fatos pode ter se dado diretamente, por ter presenciado; ou pode ter tomado conhecimento por
terceiros). Se o preposto alegar desconhecimento dos fatos, também será aplicada a pena de
confissão ficta.
O advogado do reclamado não pode cumular a função de preposto, uma vez que isso con-
traria o Código de Ética da OAB.
Como vimos, se o reclamante for ausente, haverá o arquivamento do processo. Para o re-
clamado (que normalmente é o empregador) a penalidade é mais severa: revelia e confissão
ficta. Essa diferença de tratamento entre as partes se justifica pelo princípio protetivo do pro-
cesso do trabalho.

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Inovação trazida pela reforma trabalhista  Se o reclamado não comparecer à audiência ini-
cial, mas juntar contestação (e documentos, se houver) e o seu advogado estiver presente à
audiência, o juiz analisará a defesa do reclamado.
Dispõe o § 5º do art. 843 da CLT:

§ 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação
e os documentos eventualmente apresentados.

O PULO DO GATO
Não confunda com a ausência do reclamante. Se o reclamante faltar à audiência, mas seu
advogado estiver presente, mesmo assim o processo será arquivado. O processo só seguirá
se o reclamante estiver presente à audiência inicial (ou mandar um outro empregado que o
represente, caso esteja impossibilitado de comparecer).

Se uma das partes não puder comparecer ou permanecer na audiência em razão de motivo
relevante, a audiência poderá ser adiada. O que é motivo relevante? Qualquer motivo que torne
a realização ou continuação da audiência inviável ou desaconselhável (ex. alagamento do fó-
rum; a parte passar mal na audiência; audiência extremamente longa e que já expôs as partes,
os advogados e o juiz a cansaço extremo, etc.)
Dispõe, ainda, o art. 849:

Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força
maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira de-
simpedida, independentemente de nova notificação.

A suspensão/adiamento da audiência também é possível por convenção entre as partes.


E se as duas partes forem ausentes à audiência inicial? O processo será arquivado.
As consequências que vimos até aqui (arquivamento em caso de ausência do reclamante
e revelia em caso de ausência do reclamado) se aplicam ao não comparecimento à audiência
inicial ou audiência una. Mas pode ocorrer de uma das partes comparecer à audiência inicial e,
depois, não comparecer à audiência de instrução. O que ocorre neste caso? As consequências
não são as mesmas da ausência à audiência inicial. No caso de não comparecimento à audi-
ência de instrução, que é o momento em que a parte iria fazer seu depoimento pessoal, o juiz
aplicará à parte ausente a pena de confissão ficta em relação à matéria fática (ou seja, será
considerada verdadeira a tese da parte contrária em relação aos fatos).

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Mas e se as duas partes compareceram à audiência inicial e ambas faltaram à audiência de


instrução? Será aplicada a pena de confissão ficta tanto ao reclamante quanto ao reclamado. E
aí o juiz resolverá o processo por meio das regras de distribuição do ônus da prova (art. 818 da
CLT e art. 373 do CPC) (ou seja, a parte que tinha o ônus de provar determinado fato será preju-
dicada em relação à matéria, pois será considerado que ela “confessou não possuir o direito”).
E se as partes faltam à audiência de instrução, mas as testemunhas comparecem? O juiz
pode dispensá-las ou ouvi-las como testemunhas do juízo. Ainda, pode determinar a realiza-
ção das provas que entender cabíveis. Tudo isso com base no art. 765 da CLT e busca da ver-
dade real. A confissão ficta impede que a parte confessa produza as provas, mas não limita
a atuação do juiz.

O PULO DO GATO
Se o reclamante ou o reclamado comparecerem, mas o advogado não comparecer, a audiência
não será adiada, uma vez que há o jus postulandi e a parte pode prosseguir sozinha. Mas, lem-
bre-se que o jus postulandi é aplicável apenas ao empegado e empregador, então o processo,
para seguir, deve ser baseado em relação de emprego (e não de trabalho). Se for relação de
trabalho, a audiência deverá ser adiada.

003. (VUNESP/CÂMARA DE NOVA ODESSA - SP/ASSESSOR JURÍDICO I/2018) Consoante


disposição legal constante da Consolidação da Leis do Trabalho (CLT), é correto afirmar que
a) o não comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria
de fato quando o litígio versar sobre direitos indisponíveis.
b) ausente o reclamado, mesmo que presente o advogado na audiência, não serão aceitos a
contestação e os documentos eventualmente apresentados.
c) a parte deverá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a
audiência.
d) terminada a instrução, terão as partes, para aduzir razões finais, o prazo comum de 10
(dez) minutos.
e) não havendo acordo, o reclamado terá 20 (vinte) minutos para aduzir sua defesa, após a
leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.

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a) Errada. O não comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à


matéria de fato quando o litígio versar sobre direitos indisponíveis DISPONÍVEIS. (Art. 844, §
4º, II, CLT).
b) Errada. Ausente o reclamado, mesmo que MAS presente o advogado na audiência, não SERÃO
aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados. (Art. 844, § 5º, CLT).
c) Errada. A parte deverá PODERÁ apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial
eletrônico até a audiência. (Art. 847, parágrafo único, CLT).

 Obs.: É poderá e não deverá, pois existe também a possibilidade de apresentar defesa oral
em audiência.

d) Errada. Terminada a instrução, terão as partes, para aduzir razões finais, o prazo comum
de 10 (dez) minutos PARA CADA UMA. (Art. 850, CLT). Se fosse prazo comum, as duas partes
falariam ao mesmo tempo. Obviamente isso não pode acontecer, então é prazo de 10 minutos
para uma parte e depois 10 minutos para outra.
e) Certa. É exatamente o que diz o art. 847 da CLT.
Letra e.

3.4. Ausência das Partes à Audiência em Prosseguimento


Vamos ver mais uma vez esta matéria, dada a importância dela (como eu sempre te falo:
“a repetição é a chave da memorização”).
Lembra que a audiência trabalhista, apesar de ser prevista na CLT como una, pode ser fra-
cionada? Então pode ser que aconteça de o reclamante ter comparecido à audiência inicial,
mas ter faltado à audiência de instrução. E aí, o que acontece?
Não será caso de arquivamento, pois o arquivamento somente ocorre quando o reclamante
não comparece à audiência inicial. Aqui estamos falando em audiência em prosseguimento
(audiência de instrução), onde o processo já está avançado (já houve apresentação de defesa,
provavelmente tenha tido prazo para impugnação à contestação).
Se o reclamante não comparecer à audiência de instrução (que é a audiência em que pres-
tará depoimento pessoal), será aplicada a pena de confissão quanto à matéria de fato, ou seja,
serão considerados verdadeiros os fatos narrados na defesa. O reclamante já deve sair ciente
da audiência inicial de que o seu não comparecimento à audiência em prosseguimento impli-
cará em confissão quanto à matéria fática.

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O TST possui duas súmulas acerca da matéria:

JURISPRUDÊNCIA
SÚMULA 9
AUSÊNCIA DO RECLAMANTE
A ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contestada a ação em audi-
ência, não importa arquivamento do processo.
SÚMULA 74, I
Aplica-se a pena de confissão à parte que, expressamente intimada com aquela comina-
ção, não comparece à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor.

DICA
A confissão que decorre da ausência é chamada de confissão
ficta. É diferente da confissão real, que é quando a parte chega
em audiência e conta fatos contrários ao seu interesse.

Se o reclamado comparecer à audiência inicial e não comparecer à audiência de instrução,


a consequência será a mesma aplicada ao reclamante que falta à audiência de instrução: con-
fissão ficta quanto à matéria de fato. Para que a pena seja aplicada, o reclamado também
deve ter saído ciente da audiência inicial de que o seu não comparecimento acarretaria
confissão ficta.

3.5. Ata de Audiência


Consta do art. 851 da CLT:

Art. 851 - Os tramites de instrução e julgamento da reclamação serão resumidos em ata, de que
constará, na íntegra, a decisão.
§ 1º - Nos processos de exclusiva alçada das Juntas, será dispensável, a juízo do presidente, o re-
sumo dos depoimentos, devendo constar da ata a conclusão do Tribunal quanto à matéria de fato.
§ 2º - A ata será, pelo presidente ou juiz, junta ao processo, devidamente assinada, no prazo impror-
rogável de 48 (quarenta e oito) horas, contado da audiência de julgamento, e assinada pelos juízes
classistas presentes à mesma audiência.

Conforme se observa, deverá constar da ata o resumo dos principais ocorridos da audiên-
cia, tais como depoimentos das partes e testemunhas, juntada de documentos e requerimen-
tos das partes. Se for proferida decisão na audiência, deverá constar a íntegra dela na ata.

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O § 2º não tem muita aplicação prática, uma vez que no processo eletrônico é dispensada
a assinatura dos presentes, bastando a assinatura digital do juiz (conforme dispõe o art. 23
da Resolução 185/2017 do CSJT). Contudo, se for celebrado acordo e não for possível assinar
imediatamente o arquivo eletrônico, a parte pode requerer que a ata seja impressa e assinada
manualmente pelas partes e pelo juiz e, após, digitalizada e inserida no PJE (art. 23, § 3º, Res.
185/2017 do CSJT).
Embora o § 2º tenha quase nenhuma aplicação prática, a matéria ainda tem sido objeto de
questionamento em concurso, então vamos estudá-la:
De acordo com o referido § 2º, a ata de audiência deve ser juntada ao processo no prazo de
48 horas. O que acontece se a ata não for juntada ao processo no referido prazo de quarenta e
oito horas? O TST tem Súmula dizendo que, nesse caso, o prazo para recurso não será contado
da data da audiência (mesmo que as partes tenham comparecido e já saído da audiência inti-
madas da sentença); mas sim da data em que a parte receber a intimação da sentença. Isso
porque sem o acesso à decisão, fica difícil a parte conseguir fazer o seu recurso. É essa a ideia
que deu origem à Súmula 30 do TST:

JURISPRUDÊNCIA
INTIMAÇÃO DA SENTENÇA
Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, contadas da audiência de julga-
mento (art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para recurso será contado da data em que a parte
receber a intimação da sentença.

O PULO DO GATO
As partes podem gravar a audiência, mesmo sem autorização judicial? Majoritariamente, sim,
uma vez que se trata de ato público. Contudo, a questão não é pacífica e existem julgados no
sentido de que é necessária a comunicação prévia a todos os envolvidos no processo, em res-
peito aos princípios da lealdade processual e da boa-fé.

3.6. Procedimento da Audiência


De acordo com o art. 815 da CLT:

Art. 815 - À hora marcada, o juiz ou presidente declarará aberta a audiência, sendo feita pelo secre-
tário ou escrivão a chamada das partes, testemunhas e demais pessoas que devam comparecer. (É
O CHAMADO PREGÃO)
Parágrafo único. Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou presidente não houver
comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das
audiências.

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Iniciada a audiência, o juiz fará a primeira proposta de acordo (art. 846 da CLT).

Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.


§ 1º - Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos litigantes, consignando-
-se o prazo e demais condições para seu cumprimento.
§ 2º - Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá ser estabelecida a de ficar a
parte que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer integralmente o pedido ou pagar uma indeni-
zação convencionada, sem prejuízo do cumprimento do acordo.

Se for firmado acordo, este será reduzido a termo e o processo será encerrado com reso-
lução do mérito, sendo a decisão irrecorrível (caberá apenas ação rescisória). A decisão que
homologa o acordo é irrecorrível pelas partes, afinal, o acordo é uma solução encontrada pelas
próprias partes. No entanto, poderá haver recurso do INSS, com a finalidade de discutir as con-
tribuições que lhe são devidas. De acordo com o art. 831 da CLT:

Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação.
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível,
salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas.

Se não houver acordo, pela CLT, deve-se passar à leitura da inicial e posteriormente à apre-
sentação de defesa oral pelo tempo máximo de vinte minutos. No entanto, na prática não é
adotado tal procedimento, sendo que a defesa já é introduzida no PJE, antes da audiência, de
forma escrita.
Pausa para uma observação importante: observe que coexistem as duas possibilidades
de defesa  o reclamado pode apresentar sua defesa de forma oral, em audiência, no prazo
de 20 minutos (art. 847, CLT), OU juntar a defesa escrita ao PJE até a audiência (art. 847, pa-
rágrafo único, CLT).
Voltando ao procedimento da audiência  Após a tentativa frustrada de acordo, o juiz
abre prazo ao reclamante para manifestação sobre a defesa e marca audiência de instrução
para nova data.
No entanto, se for seguido o rito da audiência una, o juiz concederá prazo em audiência
para que o reclamante se manifeste sobre a contestação e, em seguida, passa aos depoimen-
tos pessoais das partes e oitiva de testemunhas.

Não há previsão expressa na CLT de manifestação do reclamante sobre a defesa (a chamada


réplica). No entanto, é da praxe trabalhista conceder o prazo para réplica com base no CPC
(arts. 350 a 352).

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Não há ordem estabelecida na CLT acerca da oitiva de partes e testemunhas, de sorte que
fica a critério do juiz a escolha da ordem, não havendo qualquer nulidade caso opte por ouvir
o reclamado antes do reclamante ou as testemunhas do reclamando antes das testemunhas
do reclamante.
De acordo com o art. 820 da CLT, quem faz as perguntas às partes e às testemunhas é o
juiz. As perguntas feitas pelos advogados devem ser dirigidas ao juiz, que as refaz à parte ou
testemunha que está prestando depoimento. Vejamos:

Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiri-
das, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus representantes ou advogados.

O TST, por meio do art. 11 da IN 39/2016, tornou expresso que “Não se aplica ao Processo
do Trabalho a norma do art. 459 do CPC, no que permite à inquirição direta das testemunhas
pela parte”. Portanto, continua sendo aplicável ao processo trabalhista o art. 820 da CLT.
Também é na audiência que o juiz faz o saneamento do processo, decidindo, sempre que
possível, as questões preliminares ou prejudiciais. Em audiências as partes fazem os requeri-
mentos que entenderem necessários e o juiz já os defere ou indefere. Além disso, em audiên-
cia é fixado o ônus da prova, com a possibilidade de ser aplicada a inversão do ônus da prova
(conforme será estudado em aula sobre provas).
Depois de encerrada a instrução processual (colheita das provas), as partes terão dez mi-
nutos sucessivos para apresentação de razões finais (art. 850 da CLT). Para agilizar a pauta
de audiência, muitos juízes concedem prazo para que as partes apresentem as razões finais
por escrito.
Por fim, o juiz faz uma nova tentativa de acordo. Se as partes não aceitarem, o juiz profere
imediatamente a decisão (isso se for seguir à risca a audiência una; o que na prática raramente
acontece). Na prática, os juízes encerram a audiência de instrução e proferem a decisão em ga-
binete, designando uma nova audiência (audiência de julgamento) que se restringe à publica-
ção da sentença, dela ficando cientes as partes (não ocorre uma audiência propriamente dita).
Outra possibilidade que pode ocorrer, na prática, é o juiz entender que ainda há necessida-
de de mais alguma diligência após a oitiva das partes (ex. perícia, envio de algum ofício etc.),
e marcar data para audiência de encerramento, que é o marco em que as diligências devem
estar concluídas e o processo deve seguir para julgamento, que será proferido em gabinete. É
dispensado o comparecimento das partes e dos advogados à audiência de encerramento (no
entanto, se o advogado da parte entender que é preciso fazer mais algum esclarecimento ao
juiz antes do julgamento, pode comparecer à audiência de encerramento para o fazê-lo).
Repetindo, para melhor compreensão e fixação  se após a colheita das provas orais (fei-
ta em audiência de instrução), for preciso realizar mais alguma providência (ex. perícia, envio
de ofício, etc.), o juiz não vai seguir aquele procedimento de encerrar a instrução imediatamen-
te e encaminhar o processo para julgamento. O que ele fará? Marcará uma outra audiência: a

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audiência de encerramento. Na realidade, não ocorre de fato uma audiência, pois é dispensado
o comparecimento das partes e advogados (só comparecem se quiserem fazer mais algum
apontamento ao juiz). Trata-se, a bem da verdade, apenas de uma data estipulada para que o
processo esteja completo e o juiz possa declarar encerrada a instrução e encaminhar o pro-
cesso para julgamento.
A partir do encerramento da instrução (que ocorre quando o juiz declara encerrada a instru-
ção na audiência de instrução ou na audiência de encerramento, se houver), começa a contar
o prazo para que o juiz profira a sentença. Se não respeitar o prazo (de 30 dias), o juiz poderá
sofrer penalidade administrativa, mas não há nulidade no processo.

3.7. Atraso das Partes e do Juiz à Audiência


Prevê o parágrafo único, do art. 815 da CLT, que “Se, até 15 (quinze) minutos após a hora
marcada, o juiz ou presidente não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, deven-
do o ocorrido constar do livro de registro das audiências”.
Há bastante controvérsia quanto ao assunto, sendo que parte da doutrina entende que a
tolerância de 15 minutos se refere ao início da pauta de audiências (o juiz deve iniciar seu dia
de audiências com, no máximo, 15 minutos de atraso). Existe também entendimento no sen-
tido de que a tolerância diz respeito à cada uma das audiências, ou seja, toda audiência deve
começar no horário marcado, com, no máximo, 15 minutos de atraso.
A verdade é que as audiências normalmente se estendem por longo período, o que acarreta
atraso das audiências posteriores. As partes e advogados costumam ser compreensivos, até por-
que se decidirem ir embora a audiência será remarcada, normalmente, para depois de alguns me-
ses e será preciso trazer novamente as testemunhas que já estavam ali aguardando a audiência.
Mas, o que você precisa saber para concurso é exatamente o que dispõe o parágrafo único
do art. 815 da CLT, e o que ele prevê é que se o juiz atrasar mais de 15 minutos os presentes
podem ir embora e o fato deverá ser registrado.
O referido artigo prevê tolerância de 15 minutos para atraso do juiz, nada dispondo acerca
de atraso das partes. E o que ocorre quando a parte atrasa? Existe entendimento no sentido de
que o parágrafo único do art. 815 da CLT deva ser aplicado também às partes, por analogia. No
entanto, é majoritário o entendimento de que a CLT não prevê tolerância para qualquer atraso
das partes, e caso o juiz tolere alguns minutos de atraso, estará agindo com imparcialidade e
prejuízo à parte que se apresentou pontualmente.
O TST editou a OJ 245 da SDI-1, dispondo que não se aplica a tolerância de 15 minutos
às partes:

JURISPRUDÊNCIA
REVELIA. ATRASO. AUDIÊNCIA.
Inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte na audiência.

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É claro que o juiz deverá agir com razoabilidade e bom-senso na análise de cada caso concreto.

4. Revelia
De acordo com o art.844 da CLT, a revelia é o não comparecimento do reclamado à audi-
ência (Art. 844 – (...) o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão
quanto à matéria de fato). No processo trabalhista à revelia sempre foi definida como a ausên-
cia injustificada do reclamado, regularmente notificado, à audiência em que poderia apresen-
tar resposta.
Já no processo civil, à revelia é a ausência de resposta/defesa (art. 344, CPC: Art. 344. Se
o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações
de fato formuladas pelo autor.).
Portanto, tradicionalmente, à revelia do processo do trabalho sempre foi diferente da reve-
lia no processo civil.

Revelia no processo do trabalho  ausência à audiência (OBS: ausência à audiência


una ou à audiência inicial; e não audiência de instrução)

Revelia no processo civil  ausência de contestação

2
Retirado do https://professorepitacio.fandom.com/wiki/Organograma_da_Audi%C3%AAncia_Trabalhista, em 8/9/2021.

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Embora o caput do art. 844 da CLT continue tendo a mesma redação (e, portanto, possa-
mos continuar dizendo que no processo do trabalho a revelia decorre da ausência do reclama-
do à audiência), houve uma mudança importante com a reforma trabalhista.
Desde a implantação do PJE a contestação pode ser apresentada antes da audiência. Isso
já dificulta aquela definição que fizemos acima, de que a revelia é a ausência à audiência em
que o reclamado poderia apresentar resposta. Passamos a conviver com a possibilidade de o
reclamado contestar a ação e depois não comparecer à audiência. Já começou aí a discus-
são quanto às consequências de tal comportamento: mesmo com a defesa, haveria revelia?
A reforma trabalhista mudou ainda mais o cenário. A Lei 13.647/2017 acrescentou o § 5º ao
art. 844, estabelecendo que mesmo ausente o reclamado à audiência, devem ser analisados a
contestação e os documentos juntados.

Art. 844 (...)


§ 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação
e os documentos eventualmente apresentados.

A partir da reforma trabalhista, muitos doutrinadores passaram a defender que a revelia no


processo do trabalho se equiparou à revelia no processo civil e, portanto, agora à revelia traba-
lhista também ocorre quando há a ausência de contestação. Ou seja, para essa parte da dou-
trina, se o reclamado não compareceu à audiência, mas contestou a ação, não haveria revelia.
No entanto, temos que observar que ainda existem diferenças entre o que dispõe a CLT e o
que prevê o CPC. Embora o processo do trabalho tenha se tornado mais próximo do processo
civil, é preciso observar que no processo do trabalho não basta a juntada de contestação no
PJE, é preciso que ao menos o advogado esteja presente à audiência para que essa contesta-
ção seja recebida pelo juiz.
Se houver contestação e presença do advogado em audiência, ainda que ausente o recla-
mado, o juiz analisará a peça de defesa quando for proferir sentença. Mas e aí, esse reclamado
é revel ou não?
Há divisão na doutrina em relação à matéria. Existem doutrinadores, como, por exemplo,
Carlos Henrique Bezerra Leite, que defendem que na hipótese do § 5º, do art. 844, da CLT, o re-
clamado ausente continua sendo revel e confesso quanto à matéria de fato, pois a CLT é clara
ao dispor que a revelia no processo do trabalho ocorre quando o reclamado não comparece à
audiência. É certo que o juiz deverá receber a contestação e os documentos apresentados pelo
advogado presente à audiência inaugural, para que sejam confrontados com os fatos alegados
pelo reclamante na petição inicial, mas isso não significa que não ocorreu a revelia. Para essa
corrente, o recebimento da defesa obviamente mitigará os efeitos da confissão ficta (que é um
dos efeitos da revelia), mas não implicará em acabar totalmente com os efeitos da revelia (ex.
pode haver o julgamento antecipado da lide e indeferimento da produção de outras provas).

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Existe uma segunda corrente, defendida por Mauro Schiavi, segundo a qual a revelia é a
ausência de ânimo de defesa. E se o reclamado constituiu advogado, que juntou defesa aos
autos e compareceu à audiência, houve ânimo de se defender, ainda que ele – o reclamado –
não tenha comparecido à audiência. Portanto, a apresentação de defesa e comparecimento
do advogado inibiria à revelia.
Meu amigou ou minha amiga que está estudando para concurso, essa briga é boa e traz
vários desdobramentos. Para facilitar a sua vida, vou te dizer uma coisa: o caput do art. 844 da
CLT é claro ao dizer que revelia é o não comparecimento do reclamado à audiência. E o § 5º
não diz que a apresentação de defesa e comparecimento do advogado inibe a revelia. Então,
para prova objetiva, é esse o conhecimento que você deve ter. Numa discussão mais aprofun-
dada, eu te diria que fico com a corrente do Bezerra Leite (que é exatamente o texto do 844
da CLT). Continua existindo revelia e surgem daí consequências: ex. pode haver o julgamento
antecipado da lide e o indeferimento da produção de outras provas.
REPETINDO (a repetição é a chave da memorização)  REGRA GERAL  O réu que não
comparece à audiência é revel e confesso quanto à matéria de fato. EXCEÇÃO  se tiver sido
apresentada contestação e o advogado estiver presente à audiência, serão analisados a defe-
sa e os documentos do reclamado no processo (o que não quer dizer que não houve a revelia).
Se o revel tem advogado constituído, ótimo. O processo segue com ele e o patrono será
intimado normalmente dos atos processuais. Mas se o reclamado não comparece e não cons-
titui advogado, não será intimado de nada, exceto da sentença. Estabelece o art. 852 da CLT:
Art. 852 - Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu represen-
tante, na própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida
no § 1º do art. 841.
Por sua vez, dispõe o mencionado § 1º do art. 841 da CLT:

§ 1º - A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao
seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou
no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.

Portanto, o revel deve ser notificado pessoalmente (por correio, em comunicação com avi-
so de recebimento) da sentença. Apenas se não for encontrado ou criar embaraços é que se
fará a notificação por edital.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Não se aplica ao processo do trabalho o art. 72 do CPC, se-
gundo o qual será nomeado curador especial ao revel preso ou citado por edital.

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4.1. Efeitos da Revelia


1) desnecessidade de intimação do revel acerca dos atos do processo, salvo se tiver advo-
gado constituído nos autos (como visto acima, o revel sempre deve ser intimado pessoalmen-
te da sentença, mas não há necessidade de intimação dos outros atos processuais, a não ser
que tenha constituído advogado);
2) julgamento antecipado da lide, salvo se houver necessidade de produção de prova pericial
(como há confissão ficta quanto à matéria de fato, em regra não há necessidade de o processo
prosseguir para colheita de novas provas e o juiz já julga o processo de imediato. No entanto,
se houver matéria que dependa da produção de prova pericial, será determinada a realização da
prova e somente após será proferida a sentença. O art. 195, § 2º, CLT, torna evidente que se hou-
ver pedido de adicional de insalubridade ou periculosidade é obrigatória a designação de perícia
técnica, sob pena de nulidade da sentença. E isso independe de o reclamado ter comparecido ou
não. A matéria demanda prova técnica e não há confissão ficta no particular. Da mesma forma,
se houver alegação de acidente do trabalho ou doença profissional, a perícia médica será indis-
pensável para constatar a existência de nexo causal e o grau de incapacidade).

EXEMPLO
O reclamante pede horas extras, adicional noturno e adicional de insalubridade. O reclamado
é revel e há aplicação da pena de confissão ficta. O juiz considerará que a jornada de trabalho
alegada na inicial é verdadeira. Contudo, em relação ao pedido de adicional de insalubridade
não há como deferi-lo de plano, uma vez que depende de conhecimento técnico especializado.
Assim, somente o perito poderá dizer se o ambiente é insalubre ou não, não havendo presun-
ção de que o ambiente é insalubre em razão da revelia do reclamado. Portanto, o juiz marcará
perícia e somente após a apresentação do laudo pericial proferirá a sentença.

3) confissão ficta (presunção de veracidade dos fatos alegados pelo reclamante).

Mesmo sendo o reclamado revel, o reclamante não poderá alterar o pedido ou a causa de pedir
sem promover nova notificação do reclamado.

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4.2. Hipóteses de não Aplicação dos Efeitos da Revelia


De acordo com o § 4º, do art. 844 da CLT:

Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação,


e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
(...)
§ 4º A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se:
I – havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à
prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em contra-
dição com prova constante dos autos.

Vamos analisar cada um dos incisos mencionados acima:


I – havendo pluralidade de reclamados, alguns deles contestar a ação: não se aplicarão os
efeitos da revelia se a matéria de defesa for comum aos litisconsortes (o que ocorre no litis-
consórcio unitário).

EXEMPLO
O reclamante ajuizou reclamação contra a empresa prestadora de serviços de limpeza que o
contratou e contra a União, que era tomadora dos serviços da empresa prestadora. A empre-
sa é revel. 1) Se a União contesta apenas para dizer que nunca firmou contrato com a referida
empresa, as defesas não são comuns e as alegações da União não aproveitam à empresa.
Assim, não foram afastados os efeitos da revelia. 2) Agora, se a União contesta dizendo, por
exemplo, que o reclamante nunca trabalhou em horas extras, que esteve afastado do serviço
durante todo o período imprescrito da ação, etc., a defesa aproveitará à empresa prestadora e
não lhe serão aplicados os efeitos da revelia.

II – Se o litígio versar sobre direitos indisponíveis: Dispõe o art. 392, caput, do CPC: “Não
vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.”
Se o direito é indisponível, ainda que tenha ocorrido revelia não haverá confissão ficta quan-
to a tal direito.

EXEMPLO
Cuidadora ajuíza reclamação trabalhista dizendo que a empregadora se comprometeu a não
sair de casa, exceto para ir ao médico, mas que agora está querendo ir ao supermercado e à
farmácia, o que implica em nulidade do contrato. Se a reclamada for revel, não haverá confis-
são ficta, pois o direito de locomoção é indisponível.

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III – Se a petição inicial não estiver acompanhada de documento essencial:

EXEMPLO
Podemos citar como documento essencial a juntada de certidão de nascimento dos filhos
quando há pedido de salário-família.

Se o reclamante não juntar o documento essencial na inicial, o juiz concederá prazo de 15


dias para que proceda à referida juntada. Nesse sentido o TST editou a Súmula 263:

JURISPRUDÊNCIA
PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA DEFICIENTE
Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o indeferi-
mento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de documento indispensável
à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é cabível se, após
intimada para suprir a irregularidade em 15 (quinze) dias, mediante indicação precisa do
que deve ser corrigido ou completado, a parte não o fizer (art. 321 do CPC de 2015).

Se mesmo com a concessão do prazo não for juntado o documento essencial, o processo
deverá ser extinto sem julgamento do mérito (art. 330, IV, do CPC).
IV – As alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em
contradição com prova constante dos autos:

EXEMPLO
O reclamante alega que trabalhava 20 horas por dia, com intervalo de 30 minutos. É humanamen-
te impossível fazer tal jornada por um período considerável de tempo. Assim, tendo em vista que
a alegação foge à razoabilidade, não dá para considerá-la verdadeira tão somente em razão da
revelia do reclamado, devendo o juiz determinar que o reclamante faça prova de suas alegações.

• Há mais uma hipótese em que não se aplicam os efeitos da revelia: em sede de ação
rescisória. É o que estabelece a Súmula 398 do TST:

JURISPRUDÊNCIA
AÇÃO RESCISÓRIA. AUSÊNCIA DE DEFESA. INAPLICÁVEIS OS EFEITOS DA REVELIA
Na ação rescisória, o que se ataca é a decisão, ato oficial do Estado, acobertado pelo
manto da coisa julgada. Assim, e considerando que a coisa julgada envolve questão de
ordem pública, a revelia não produz confissão na ação rescisória.

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Por fim, é importante mencionar que se a Fazenda Pública for revel, sofrerá normalmente os
efeitos da revelia. Não se pode alegar que Fazenda Pública defenda interesse público e por isso
não lhe são aplicáveis os efeitos da revelia. Nem todos os interesses defendidos pela Fazenda
Pública são indisponíveis. E, não sendo direito indisponível, aplicam-se os efeitos da revelia.
Portanto, em relação à Fazenda Pública seguem-se as regras normais: se for questão de
direito disponível, aplicam-se os efeitos da revelia. Se for direito indisponível, não haverá os
efeitos da revelia, não por ser Fazenda Pública, mas porque é isso que diz o art. 844, § 4º, II, da
CLT, para qualquer pessoa. Em síntese  diferença nenhuma para Fazenda Pública.
O TST firmou esse entendimento na OJ 152 da SDI-1 do TST:

JURISPRUDÊNCIA
REVELIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. APLICÁVEL. (ART. 844 DA CLT)
Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à revelia prevista no artigo 844 da CLT.

O tema revelia encerra a nossa aula de hoje (mas ainda nos encontraremos nos exercícios,
não é? Lembre-se da enorme importância de resolvê-los com atenção). Para encerrar o tema,
vou colocar aqui, novamente, ideias chaves para que você não as esqueça:
• no processo do trabalho, revelia é a ausência do reclamado à audiência;
• revelia e confissão ficta não são a mesma coisa. A confissão ficta (que é a presunção de
veracidade dos fatos alegados na inicial) é um dos efeitos da revelia;
• se o reclamado não comparecer à audiência, mas apresentar contestação e o advogado
comparecer, continuará havendo revelia, mas a defesa e os documentos serão analisa-
dos pelo juiz;
• se o reclamado comparece à audiência inicial, ele não é revel. Se, depois, faltar à audi-
ência de instrução (para a qual tenha sido intimado com a cominação expressa de que
iria depor e de que a ausência implicaria em confissão ficta), não será declarada revelia,
mas apenas aplicada a pena de confissão ficta.

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RESUMO
1. Nulidades: a nulidade só será declarada se implicar em prejuízo ao direito de uma das
partes. E é imprescindível, no processo do trabalho (tal qual no processo civil) que a nulidade
do ato processual seja declarada, pois todo ato processual é válido e produz efeitos normal-
mente, até que seja reconhecida e decretada sua nulidade.
Nulidade absoluta  ocorre quando são violadas normas de ordem pública e interesse
social. O ato será nulo. As nulidades absolutas podem ser declaradas de ofício pelo juiz e não
estão sujeitas à preclusão.
Nulidade relativa  é aquela em que a norma violada é “menos importante”, por não ser
norma de ordem pública (a norma violada atende mais aos interesses da parte que ao próprio
desenvolvimento do processo). O ato é anulável. Depende da iniciativa da parte, não podendo
ser anulado de ofício pelo juiz. Ocorre preclusão.
Ato inexistente  ocorre quando falta um pressuposto processual de existência. O defeito
é tão grande que o ato não pode continuar existindo, podendo ser reconhecido o defeito inde-
pendentemente de ação rescisória. A parte pode se valer da ação declaratória de inexistência
do ato processual.
Irregularidade  violação de norma que não traz nenhuma consequência para o processo.
Como não influi em nada, não há sanção.
Princípios das nulidades: 1) princípio do prejuízo ou transcendência (se o ato não causar
prejuízo a nenhuma das partes, não deve ser anulado); 2) princípio da instrumentalidade das
formas ou da finalidade: (se o ato processual atingiu sua finalidade e produziu os efeitos pro-
cessuais previstos na lei, deve ser mantido); 3) princípio da convalidação: (o ato inicialmente
inválido se torna válido por não ter sido reconhecida no momento oportuno a sua invalidade)
Aplicado apenas à nulidade relativa); 4) princípio da renovação dos atos processuais viciados
ou princípio da economia processual: (deve-se buscar o máximo proveito dos atos processuais
defeituosos, sem a necessidade de declaração da nulidade); 5) princípio do aproveitamento ou
conservação dos atos processuais praticados: (a declaração da nulidade deve atingir apenas o
defeituoso e aqueles que sejam diretamente decorrentes); 6) princípio do interesse: (somente
possui interesse para arguir a nulidade a parte que tenha sido prejudicada e desde que NÃO
tenha sido ela quem deu causa àquela nulidade).
1. Exceções: As exceções são cabíveis no processo do trabalho quando a parte pretende
alegar a existência de suspeição, impedimento ou incompetência relativa.
Exceção de impedimento e de suspeição: No processo do trabalho o impedimento e a sus-
peição devem ser apresentados por meio de exceção, mas seguindo-se, no que couber, o art.
146 do CPC. A exceção será julgada pelo TRT.

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O que o juiz faz quando recebe a exceção? 1º - ele pode verificar que a parte tem razão e
se dar realmente por impedido ou suspeito, ficando afastado do caso e remetendo os autos ao
seu substituto legal. 2º - se o juiz não concorda, não se enxerga como impedido ou suspeito,
deverá apresentar suas razões em 15 dias. Com as razões, o juiz deve remeter o processo ao
Tribunal para julgamento da exceção.
A exceção de suspeição ou impedimento pode ser arguida tanto pelo reclamante quanto
pelo reclamado, e deve ser feita assim que a parte tomar conhecimento do motivo que carac-
terize um impedimento ou suspeição.
Exceção de incompetência: Apenas a incompetência relativa (no caso do processo do tra-
balho, a competência relativa é a competência territorial), deve ser alegada pela parte por meio
de exceção de incompetência. A incompetência absoluta deve ser alegada na própria contes-
tação, como matéria preliminar.
A parte que apresenta exceção de incompetência em razão do lugar é sempre o reclamado,
pois o reclamante, ao ajuizar a ação, já optou pela localidade.
Se a incompetência territorial não for suscitada no momento processual oportuno (5 dias
contados da notificação, ou seja, 5 dias contados da data em que a parte foi cientificada da
ação ajuizada em seu desfavor), prorroga-se a competência (e aí o processo continuará trami-
tando no juízo que inicialmente era incompetente em razão do lugar).
Se for rejeitada a exceção de incompetência ou se for acolhida e o processo for remetido
para outra Vara para dar continuidade ao processo, não cabe recurso de imediato. Só caberá a
discussão disso lá na frente, quando a parte for recorrer da decisão final de mérito. No entanto,
existe uma exceção: se o juiz acolher a exceção de incompetência e remeter os autos à Vara
do Trabalho vinculada a outro TRT, caberá recurso de imediato (Súmula 214/TST).
3. Audiências: Princípios das audiências: 1) Presença obrigatória das partes; 2) Audiência
una ou concentração dos atos processuais numa única audiência (mas, na prática, a audiência
costuma ser fracionada); 3) Publicidade (exceto se for decretado segredo de justiça); 4) Orali-
dade; 5) Imediatidade ou imediação; 6) Conciliação.
No processo do trabalho, o recebimento da petição inicial é feito pelo diretor ou outro ser-
vidor da secretaria. O servidor recebe a inicial e já designa data para audiência, notifica a parte
reclamada informando a referida data e, ainda, que o não comparecimento acarretará revelia
e confissão quanto à matéria de fato. Se a audiência for una, já consta também na notificação
inicial que a parte deverá comparecer acompanhada de suas testemunhas.
O reclamante também é notificado da audiência inicial, ficando ciente de que se não com-
parecer, o processo será arquivado e ele terá de arcar com o pagamento das custas.
A audiência será marcada para a primeira data desimpedida, observado o interregno míni-
mo de 5 dias entre a notificação e a data de realização de audiência (MPT no polo passivo – 10
dias. Fazenda Pública no polo passivo – 20 dias).

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As audiências serão realizadas entre às 8h e 18 horas, devendo obedecer ao limite de 5


horas. O local de realização das audiências é a sede do Juízo ou Tribunal. De acordo com o §
1º do art. 813, excepcionalmente poderá ser designado outro local para a realização das audi-
ências, mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de
24 horas. Ao presidir a audiência, o juiz exerce poder de polícia.
O reclamante ausente, ainda que beneficiário da justiça gratuita, terá de pagar as custas
do processo. Somente ficará isento do pagamento se comprovar, no prazo de 15 dias após a
audiência, que não compareceu por motivo legalmente justificado.
Se o reclamante, por duas vezes, der causa ao arquivamento da ação, ocorrerá a peremp-
ção (pelo prazo de 6 meses).
O reclamado deve comparecer pessoalmente à audiência ou nomear preposto para repre-
sentá-lo, cujas declarações obrigarão o proponente. Desde a reforma trabalhista não há mais
exigência de que o preposto seja empregado da empresa.
Inovação trazida pela reforma trabalhista  Se o reclamado não comparecer à audiência
inicial, mas juntar contestação (e documentos, se houver) e o seu advogado estiver presente à
audiência, o juiz analisará a defesa do reclamado.
E se as duas partes forem ausentes à audiência inicial? O processo será arquivado.
Mas e se as duas partes compareceram à audiência inicial e ambas faltaram à audiência
de instrução? Será aplicada a pena de confissão ficta tanto ao reclamante quanto ao reclama-
do. E aí o juiz resolverá o processo por meio das regras de distribuição do ônus da prova (art.
818 da CLT e art. 373 do CPC).
Na ata de audiência deverá constar o resumo dos principais ocorridos da audiência. Se for
proferida decisão na audiência, deverá constar a íntegra dela na ata.
Se for firmado acordo, este será reduzido a termo e o processo será encerrado com reso-
lução do mérito, sendo a decisão irrecorrível (caberá apenas ação rescisória). A decisão que
homologa o acordo é irrecorrível pelas partes, afinal, no entanto, poderá haver recurso do INSS,
com a finalidade de discutir as contribuições que lhe são devidas.
Se não houver acordo, pela CLT, deve-se passar à leitura da inicial e posteriormente à apre-
sentação de defesa oral pelo tempo máximo de vinte minutos. No entanto, na prática não é
adotado tal procedimento, sendo que a defesa já é introduzida no PJE, antes da audiência, de
forma escrita.
Após a tentativa frustrada de acordo, o juiz abre prazo ao reclamante para manifestação
sobre a defesa e marca audiência de instrução para nova data.
No entanto, se for seguido o rito da audiência una, o juiz concederá prazo em audiência
para que o reclamante se manifeste sobre a contestação e, em seguida, passa aos depoimen-
tos pessoais das partes e oitiva de testemunhas.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Nulidades no Processo do Trabalho, Exceções, Audiências
Priscila Margarido

Depois de encerrada a instrução processual (colheita das provas), as partes terão dez mi-
nutos sucessivos para apresentação de razões finais (art. 850 da CLT). Para agilizar a pauta
de audiência, muitos juízes concedem prazo para que as partes apresentem as razões finais
por escrito.
Por fim, o juiz faz uma nova tentativa de acordo. Se as partes não aceitarem, o juiz profere
imediatamente a decisão (isso se for seguir à risca a audiência una; o que na prática raramente
acontece). Na prática, os juízes encerram a audiência de instrução e proferem a decisão em ga-
binete, designando uma nova audiência (audiência de julgamento) que se restringe à publica-
ção da sentença, dela ficando cientes as partes (não ocorre uma audiência propriamente dita).
Outra possibilidade que pode ocorrer, na prática, é o juiz entender que ainda há necessida-
de de mais alguma diligência após a oitiva das partes (ex. perícia, envio de algum ofício etc.),
e marcar data para audiência de encerramento, que é o marco em que as diligências devem
estar concluídas e o processo deve seguir para julgamento, que será proferido em gabinete. É
dispensado o comparecimento das partes e dos advogados à audiência de encerramento (no
entanto, se o advogado da parte entender que é preciso fazer mais algum esclarecimento ao
juiz antes do julgamento, pode comparecer à audiência de encerramento para o fazê-lo).
De acordo com o art. 815 da CLT, é tolerado o atraso de 15 minutos para o juiz. Em relação
às partes ou advogados não há qualquer tolerância.
4. Revelia: De acordo com o art.844 da CLT, a revelia é o não comparecimento do reclama-
do à audiência.
A Lei 13.647/2017 acrescentou o § 5º ao art. 844, estabelecendo que mesmo ausente o
reclamado à audiência, devem ser analisados a contestação e os documentos juntados. Nes-
se caso, continua existindo revelia e surgem daí consequências: ex. pode haver o julgamento
antecipado da lide e o indeferimento da produção de outras provas.
Efeitos da revelia: 1) desnecessidade de intimação do revel acerca dos atos do processo,
salvo se tiver advogado constituído nos autos; 2) julgamento antecipado da lide, salvo se hou-
ver necessidade de produção de prova pericial; 3) confissão ficta (presunção de veracidade
dos fatos alegados pelo reclamante).
Hipóteses de não aplicação dos efeitos da revelia: 1) havendo pluralidade de reclamados,
alguns deles contestar a ação; 2) Se o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 3) Se a petição
inicial não estiver acompanhada de documento essencial; 4) As alegações de fato formuladas
pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos;
5) em sede de ação rescisória.
Se a Fazenda Pública for revel, sofrerá normalmente os efeitos da revelia.

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QUESTÕES DE CONCURSO
004. (GUALIMP/PREFEITURA DE AREAL - RJ/PROCURADOR MUNICIPAL/2020) Nas nulida-
des no processo do trabalho, as mesmas deverão ser declaradas ex officio quando fundadas:
a) Em incompetência de foro.
b) Em elemento externo a relação processual que lhe tiver dado causa.
c) Em nulidades relativas.
d) Em elementos que não prejudicarem atos posteriores que dela dependam ou sejam
consequência.

a) Certa. De acordo com o § 1º, do art. 795 da CLT, deve ser declarada de ofício pelo juiz a
incompetência de foro. Como vimos na aula, a incompetência de foro mencionada no dispo-
sitivo não se refere à localidade, mas sim à matéria (foro trabalhista, foro cível, etc.). Portanto,
trata-se de competência absoluta (competência material) que pode ser conhecida de ofício
pelo juiz.
b) Errada. O juiz não pode se basear em elementos que não estejam nos autos.
c) Errada. As nulidades declaradas de ofício pelo juiz são as nulidades absolutas.
d) Errada. A declaração de nulidade deve atingir apenas o ato defeituoso e aqueles que sejam
diretamente decorrentes dele, não se estendendo aos atos validamente praticados.
Letra a.

005. (FAFIPA/CAGEPAR/ADVOGADO/2016) No que tange às nulidades, segundo os artigos


794 e seguintes da CLT, assinale a alternativa CORRETA.
a) Em regra, as nulidades deverão ser declaradas de ofício.
b) A nulidade será pronunciada quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato.
c) Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando re-
sultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.
d) A nulidade do ato prejudicará todos os atos do processo.

a) Errada. Depende se a nulidade é relativa ou absoluta. Apenas as nulidades absolutas deve-


rão ser declaradas de ofício pelo juiz.
b) Errada. A nulidade NÃO será pronunciada quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se
o ato.
Lembrando  Só há nulidade se houver prejuízo.
c) Certa. É exatamente o que diz o art. 794 da CLT.
d) Errada. A declaração de nulidade deve atingir apenas o defeituoso e aqueles que sejam dire-
tamente decorrentes dele, não se estendendo aos atos validamente praticados.
Letra c.

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006. (QUADRIX/CREA-TO/ADVOGADO/2019) No que diz respeito ao direito processual do


trabalho, julgue o item.
A nulidade fundada em incompetência de foro não pode ser declarada ex officio, devendo ser
arguida pela parte na primeira oportunidade.

De acordo com o § 1º, do art. 795, da CLT, deve ser declarada de ofício pelo juiz a incompetên-
cia de foro. Isso porque se trata de incompetência absoluta (incompetência material).

Art. 795 – As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais de-
verão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.
§ 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro.
Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios.
Errado.

007. (CIEE/TRT - 10ª REGIÃO (DF E TO)/ESTAGIÁRIO - DIREITO/2019) Acerca das nulidades
e exceções no processo do trabalho, analise as seguintes proposições.
I – Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando
resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.
II – A nulidade fundada em incompetência de foro deverá ser declarada ex officio.
III – Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com sus-
pensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.
Está(ão) correta(s):
a) III, apenas.
b) I, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I, II e III.

I – Certa. Art. 794, CLT.


II – Certa. Art. 795, § 1º, CLT.
III – Certa. Art. 799, CLT.
Letra d.

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008. (VUNESP/PREFEITURA DE BURITIZAL - SP/PROCURADOR JURÍDICO/2018) No


Processo do Trabalho, em relação às nulidades, dispõe a Consolidação das Leis do Traba-
lho (CLT) que
a) será declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro.
b) será pronunciada quando arguida por quem lhe tiver dado causa.
c) será pronunciada quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato.
d) serão declaradas independentemente de provocação das partes.
e) serão declaradas quando arguidas em incidente próprio.

a) Certa. Art. 795, § 1º, CLT (por se tratar de incompetência absoluta, será declarada ex officio).

Você percebeu que esse dispositivo é muito cobrado em concursos, né? Então, para não es-
quecer: ao falar em incompetência de foro, o dispositivo está tratando de foro trabalhista, foro
cível, foro criminal etc. Portanto, o artigo dispõe sobre incompetência em razão da matéria, que
é de natureza absoluta (e por isso pode ser reconhecida de ofício pelo juiz).

b) Errada. NÃO será pronunciada quando arguida por quem lhe tiver dado causa (art. 796, b, CLT).
c) Errada. NÃO será pronunciada quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato (art.
796, a, CLT).
d) Errada. Apenas as nulidades absolutas serão declaradas independentemente de provoca-
ção das partes. As nulidades relativas dependem de provocação.
e) Errada. Não há exigência de que as nulidades sejam arguidas em incidente próprio. Podem
ser suscitadas nos próprios autos.
Letra a.

009. (FCC/TRT - 15ª REGIÃO (SP)/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA/2018) A ar-


guição de incompetência territorial no processo do trabalho se dará por meio da apresentação
de exceção de incompetência, que tem regras definidas em lei, entre as quais,
a) apresentada a exceção, os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o
reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de 5 dias.
b) entendendo necessária produção de prova oral, o juízo ouvirá as testemunhas do excipiente
na própria audiência, julgando a exceção em seguida.
c) sua apresentação será feita no prazo de 10 dias a contar da notificação, antes da audiência
e em peça que sinalize a existência desta exceção.
d) sua apresentação deve ocorrer juntamente com a contestação, em peça apartada, devendo
ser analisada e decidida pelo juiz de plano, em audiência.
e) protocolada a petição, o processo será interrompido e não se realizará a audiência até que
se decida a exceção.

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a) Certa. Art. 800, § 2º, CLT.


b) Errada. Art. 800, § 3º, CLT: “§ 3º Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo de-
signará audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos,
por carta precatória, no juízo que este houver indicado como competente”.
c) Errada. Sua apresentação será feita no prazo de 10 5 (CINCO) DIAS a contar da notificação,
antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção.
d) Errada. Desde a reforma trabalhista a exceção de incompetência não é mais apresentada
junto com a contestação. Ela deve ser apresentada no prazo de 5 dias a contar da notificação.
E o juiz não a decidirá de plano, mas sim abrirá vistas à parte contrária para manifestação no
prazo de 5 dias e, se entender necessário, marcará audiência.
e) Errada. Protocolada a petição, o processo será interrompido SUSPENSO e não se realizará a
audiência até que se decida a exceção (Art. 800, § 1º, CLT).
Letra a.

010. (VUNESP/FAPESP/PROCURADOR/2018) A nulidade processual trabalhista


a) não será declarada quando a parte concordar em ressarcir o dano da parte contrária.
b) não será declarada quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato.
c) pode prejudicar os atos anteriores já praticados.
d) pode ser declarada em favor daquele que lhe deu causa.
e) deve ser declarada ex officio quando fundada na incompetência em razão do valor.

a) Errada. Não há nenhuma previsão legal nesse sentido.


b) Certa. Art. 796, a, CLT.
c) Errada. NÃO pode prejudicar os atos anteriores já praticados. Apenas os atos POSTERIORES
que dependam do ato nulo é que serão prejudicados (Art. 798 b, CLT).
d) Errada. NÃO pode ser declarada em favor daquele que lhe deu causa. (Art. 796, b, CLT).
e) Errada. Deve ser declarada ex officio quando fundada na incompetência em razão do valor
FORO. (Art. 795, § 1º, CLT). Lembrando que incompetência de foro se refere à matéria: foro
trabalhista, criminal, cível, etc.
Letra b.

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011. (IESES/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ - SC/ANALISTA JURÍDICO/2019) Sobre a Exceção


de Incompetência Territorial no processo trabalhista é INCORRETO afirmar que:
a) Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o
direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que
este houver indicado como competente.
b) O Juiz do Trabalho ao receber a exceção de incompetência territorial apresentada pelo re-
clamado dentro do prazo de cinco dias a contar da notificação, intimará o reclamante e, se
existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias. Após, decidi-
rá a exceção de incompetência territorial. O processo ficará suspenso até a decisão do Juiz
do Trabalho.
c) O Reclamado poderá apresentar a exceção de incompetência territorial no prazo de cinco
dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta
exceção, para requerer a suspensão do processo. Com esse procedimento não se realizará a
audiência designada pelo Juízo.
d) O Reclamado poderá apresentar a exceção de incompetência territorial no prazo de cinco
dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exce-
ção, para requerer a suspensão do processo. Referida suspensão do processo será apreciada
pelo Juiz somente na audiência de instrução e julgamento.

a) Certa. É exatamente o que diz o § 3º do art. 800 da CLT.


b) Certa. Art. 800, CLT.
c) Certa. Art. 800, CLT.
d) Errada. A suspensão do processo NÃO será apreciada pelo Juiz somente na audiência de
instrução e julgamento. Assim que for protocolada a petição de exceção de incompetência, o
processo será suspenso e o juiz não realizará a audiência sobre o mérito do processo (a audi-
ência normal). A única audiência que pode ser realizada é uma audiência específica – caso o
juiz entenda necessário – para analisar a questão da competência.
Letra d.

012. (CESPE/CEBRASPE/EBSERH/ADVOGADO/2018) Julgue o item seguinte, no que tange


a trabalho da mulher, segurança e higiene do trabalho, direito de greve e processo trabalhista.
No processo trabalhista, as nulidades processuais devem ser declaradas de ofício pela justiça
do trabalho em razão dos poderes instrutórios dos respectivos juízos.

Apenas as nulidades absolutas são declaradas de ofício pelo juiz, sendo que as relativas de-
vem ser alegadas pela parte.
Errado.

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013. (CONSULPLAN/PREFEITURA DE SUZANO - SP/ASSISTENTE JURÍDICO/2021) (ADAPTADA)


Em relação à tramitação dos processos e decisões, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) Quando não juntada a ata ao processo em quarenta e oito horas, contadas da audiência de
julgamento, o prazo para recurso será contado da data em que a parte receber a intimação
da sentença.
b) No que concerne ao Ministério Público do Trabalho, caso esteja no polo passivo da deman-
da, entre a ciência da data da audiência e a sua realização deve existir um lapso temporal mí-
nimo de dez dias.
c) O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver pro-
movido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
d) Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes
da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, mesmo quando a petição
inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato.

a) Certa. Dispõe o § 2º do art. 851 da CLT que a ata de audiência deve ser juntada ao pro-
cesso no prazo de 48 horas (já vimos que isso não tem aplicação prática com o PJE; mas é
o que diz a CLT):

Art. 851 (...)


§ 2º - A ata será, pelo presidente ou juiz, junta ao processo, devidamente assinada, no prazo impror-
rogável de 48 (quarenta e oito) horas, contado da audiência de julgamento, e assinada pelos juízes
classistas presentes à mesma audiência.

Se a ata não for juntada ao processo no referido prazo de quarenta e oito horas, o prazo para
recurso não será contado da data da audiência (mesmo que as partes tenham comparecido e
já saído da audiência intimadas da sentença); mas sim da data em que a parte receber a inti-
mação da sentença. Isso porque sem o acesso à decisão, fica difícil a parte conseguir fazer o
seu recurso.
Nesse sentido, a Súmula 30 do TST:

JURISPRUDÊNCIA
INTIMAÇÃO DA SENTENÇA
Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, contadas da audiência de julga-
mento (art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para recurso será contado da data em que a parte
receber a intimação da sentença.

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b) Certa. O MPT tem prazo em dobro (art. 180 do CPC). Considerando que o prazo mínimo en-
tre a notificação e a audiência é de 5 dias e que o MPT tem prazo em dobro, deverá existir um
lapso temporal mínimo de dez dias entre a ciência do MPT (que deve ser pessoal, por oficial de
justiça) e a data da audiência.
c) Certa. Art. 371 do CPC (aplicável ao processo do trabalho, como veremos na aula sobre
provas):

Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver
promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.

d) Errada. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato


constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas (ATÉ AQUI, OK),
mesmo quando EXCETO SE a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei
considerar da substância do ato.
Diz o art. 844, § 4º, III, CLT: “A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se
(...) III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispen-
sável à prova do ato”.
Letra d.

014. (CONSULPLAN/PREFEITURA DE SUZANO - SP/ASSISTENTE JURÍDICO/2021) A CLT


informa que, aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação. Caso não seja pos-
sível a composição, é correto afirmar que:
a) Os trâmites de instrução e julgamento da reclamação serão pormenorizados em ata, de que
constará, na íntegra, a decisão.
b) A parte deverá apresentar sua defesa de forma escrita pelo sistema de processo judicial
eletrônico até a audiência, sob pena de serem aplicados os efeitos da revelia.
c) Encerrada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais. Em seguida, o juiz renovará a
proposta de conciliação, e, não se realizando esta, será proferida a decisão.
d) A audiência de julgamento será contínua, sob pena de nulidade em caso de continuação
para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.

a) Errada. Os trâmites de instrução e julgamento da reclamação serão pormenorizados RESU-


MIDOS em ata, de que constará, na íntegra, a decisão (Art. 851, CLT).
b) Errada. A parte deverá apresentar sua defesa de forma escrita pelo sistema de processo
judicial eletrônico até a audiência (art. 847, parágrafo único, CLT), no entanto, a ausência de
defesa não implica em revelia. A revelia decorre da ausência do reclamado à audiência.

Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação,


e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.

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c) Certa.
d) Errada. A regra é que realmente a audiência seja contínua (una) mas é possível o fraciona-
mento e isso não implica em nulidade.

Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força
maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira de-
simpedida, independentemente de nova notificação.
Letra c.

015. (CESPE/CEBRASPE/MINISTÉRIO DA ECONOMIA/TÉCNICO DE COMPLEXIDADE IN-


TELECTUAL - DIREITO/2020) Acerca de dissídio individual na justiça do trabalho, julgue o
item seguinte, à luz da CLT.
Protocolo de arguição de incompetência territorial suspenderá o andamento do processo
e, consequentemente, da audiência designada para apresentação de defesa; nessa situa-
ção, será aberto prazo para a manifestação do reclamante e, se necessário, haverá produ-
ção de prova oral.

É exatamente isso que dispõe o art. 800 da CLT e seus parágrafos.


Certo.

016. (MÉTODO SOLUÇÕES EDUCACIONAIS/PREFEITURA DE PLANALTO DA SERRA - MT/


PROCURADOR JURÍDICO/2019) Segundo a CLT, no que diz respeito à audiência de concilia-
ção, assinale a alternativa incorreta;
a) Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação. E se houver acordo lavrar-se-á
termo, assinado pelo presidente e pelos litigantes, consignando-se o prazo e demais condi-
ções para seu cumprimento;
b) Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura
da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes;
c) Os tramites de instrução e julgamento da reclamação serão resumidos em ata, de que cons-
tará, a súmula da decisão;
d) Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de
10 (dez) minutos para cada uma, Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de con-
ciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.

a) Certa. Art. 846, § 1º, CLT.


b) Certa. Art. 847, CLT.
c) Errada. Os tramites de instrução e julgamento da reclamação serão resumidos em ata, de
que constará, a súmula da, NA ÍNTEGRA, a decisão (art. 851 da CLT).
d) Certa. Art. 850, CLT.
Letra c.

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017. (UFMT/PREFEITURA DE VÁRZEA GRANDE - MT/PROCURADOR MUNICIPAL/2018)


No tocante às normas processuais do trabalho, que regulam o rito ordinário na fase de conhe-
cimento dos dissídios individuais, assinale a afirmativa correta.
a) Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contes-
tação e os documentos eventualmente apresentados.
b) Na audiência, deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, sendo facultado à parte
reclamada fazer-se substituir por um preposto, desde que seja seu empregado.
c) Se o reclamante não comparecer à audiência, esta será redesignada para data próxima, sob
pena de arquivamento do processo e condenação ao pagamento de custas processuais.
d) O prazo para apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico é de 10
(dez) dias a contar da data da audiência.

a) Certa. Art. 844, § 5º CLT.


b) Errada. Desde a reforma trabalhista não há mais a exigência de que o preposto seja empre-
gado. Art. 843, § 3º. CLT.
c) Errada. Se o reclamante não comparecer à audiência, será arquivado o processo. Art. 844, CLT.
d) Errada. A defesa escrita poderá ser apresentada até a audiência. Art. 847, parágrafo único, CLT.
Letra a.

018. (INSTITUTO ÁGUIA/CEAGESP/ADVOGADO - TRABALHISTA/2018) José ajuizou uma


reclamação trabalhista em face da empresa “A”, sendo que na data da audiência o mesmo não
pôde comparecer, pois tinha um jogo de futebol para participar com os seus amigos. Diante da
ausência do reclamante em audiência o Juiz deverá:
a) Realizar a audiência, sem a presença de José.
b) Marcar nova data para uma segunda audiência.
c) Determinar o arquivamento da Reclamação Trabalhista, permitindo a sua redistribuição.
d) Determinar o arquivamento da Reclamação Trabalhista, impedindo a sua redistribuição.

Com certeza o juiz deverá arquivar a reclamação e, ainda, condenar José ao pagamento das
custas, pois jogo de futebol não é um motivo legalmente justificável para a ausência. Se José
pagar as custas, poderá ajuizar novamente a ação.
Letra c.

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019. (INSTITUTO ÁGUIA ÓRGÃO/CEAGESP/ADVOGADO - TRABALHISTA/2018) Caso o re-


clamante não compareça em audiência inicial, o Juiz:
a) Determinará o seu comparecimento mediante força policial.
b) Redesignará a audiência para data posterior.
c) Arquivará o processo.
d) Julgará a causa.

Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação,


e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
Letra c.

020. (CETREDE/PREFEITURA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE - CE/PROCURADOR MU-


NICIPAL/2019) Sobre a audiência de julgamento no processo do trabalho, marque a
opção CORRETA.
a) Se, por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for pos-
sível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empre-
gado que pertença à mesma empresa, ou pelo seu sindicato.
b) Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas,
salvo se for beneficiário da justiça gratuita.
c) A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força
maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou o presidente marcará a sua continuação para a pri-
meira desimpedida, sendo obrigatória nova notificação.
d) A revelia proveniente da ausência do reclamante na audiência não produzirá efeitos se o
litígio versar sobre direitos disponíveis.
e) Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de
10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou o presidente renovará a proposta de
conciliação, e, não se realizando esta, será proferida a decisão.

a) Errada. Se, por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não
for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro
empregado que pertença à mesma empresa PROFISSÃO, ou pelo seu sindicato.
O empregado deve pertencer à mesma profissão e não à mesma empresa (ART. 843, § 2º, CLT).
b) Errada. Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das
custas, salvo se for AINDA QUE SEJA beneficiário da justiça gratuita, SALVO SE COMPROVAR,
NO PRAZO DE QUINZE DIAS, QUE A AUSÊNCIA OCORREU POR MOTIVO LEGALMENTE JUSTI-
FICÁVEL. (Art. 844, § 2º, CLT)

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c) Errada. A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de
força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou o presidente marcará a sua continuação para
a primeira desimpedida, sendo obrigatória nova notificação INDEPENDENTEMENTE DE NOVA
NOTIFICAÇÃO. (Art. 849, CLT)
d) Errada. A revelia proveniente da ausência do reclamante na audiência não produzirá efeitos
se o litígio versar sobre direitos disponíveis INDISPONÍVEIS. (Art. 844, § 4º, CLT)
e) Certa. É exatamente o que diz o art. 850 da CLT.
Letra e

021. (IADES/BRB/ADVOGADO/2019) A reforma trabalhista trouxe a regulamentação procedi-


mental da Exceção de Incompetência Territorial ou Relativa, também conhecida como Exceção
Declinatória de Foro, afastando, assim, a aplicabilidade da novidade do Código de Processo
Civil de 2015, que tornou a incompetência territorial como preliminar de contestação. Quanto a
esse procedimento, assinale a alternativa correta.
a) A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada no prazo de 15 dias a contar
da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência da exceção.
b) Protocolada a petição, o processo não será suspenso e poderá ser realizada a audiência a
que se refere o art. 843 da Consolidação das Leis do Trabalho.
c) Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a de-
signação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo
competente.
d) Apresentada a exceção de incompetência, será aberta vista dos autos ao exceto, por 24
horas improrrogáveis, devendo a decisão ser proferida na primeira audiência ou sessão que
se seguir.
e) Não será possível a produção de prova oral, razão pela qual o juiz não designará audiência, já
que não está previsto procedimentalmente o direito do excipiente de ouvir testemunhas, nem
mesmo por carta precatória.

a) Errada. A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada no prazo de 15 5


(CINCO) dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência
da exceção. Art. 800, CLT.
b) Errada. Protocolada a petição, o processo não SERÁ suspenso e NÃO poderá ser realizada a
audiência a que se refere o art. 843 da Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 800, § 1º, CLT.
c) Certa. Art. 800, § 4º, CLT.
d) Errada. Apresentada a exceção de incompetência, a parte contrária será intimada para se
manifestar no prazo de 5 dias. Se o juiz entender necessária a produção de prova oral, designa-
rá audiência. Após, será proferida a decisão.

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e) Errada. Se o juiz entender necessária a produção de prova oral, designará audiência, garan-
tindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no
juízo que este houver indicado como competente. Art. 800, § 3º, CLT.
Letra c.

022. (QUADRIX/CREFITO - 4º REGIÃO (MG)/ANALISTA DE PESSOAL/2021) Em caso de


audiência trabalhista, o não comparecimento do reclamante importará no arquivamento da
reclamação.

Exatamente. A ausência do reclamante à audiência importa em arquivamento e a ausência do


reclamado importa em revelia e confissão ficta.

DICA
Quando a questão estiver falando apenas em “audiência”, é
porque está se referindo à audiência una, que é a regra na CLT.
Então não precisa ficar divagando se é audiência inicial ou de
instrução. E, perceba: faltar a audiência una ou audiência ini-
cial é a mesma coisa (mesma consequência).

Certo.

023. (CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE CAMPO GRANDE - MS/PROCURADOR MUNICI-


PAL/2019) A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir à luz da legislação proces-
sual trabalhista.
A audiência de conciliação, instrução e julgamento do processo poderá ser realizada, perante
o juízo considerado competente, somente depois de decidida a exceção de incompetência.

Enquanto não se decidir a competência, o juiz supostamente incompetente não pode fazer
nada. Primeiro precisa ser confirmada sua competência para atuar naquele processo. Só de-
pois o juiz poderá realizar audiências e os demais atos do processo.
Certo.

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024. (CIEE/TRT - 10ª REGIÃO (DF E TO)/ESTAGIÁRIO - DIREITO/2019) No que tange às au-
diências no processo do trabalho, assinale a alternativa correta.
a) As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão realizadas entre 7 e 17 horas.
b) As audiências na Justiça do Trabalho não poderão ultrapassar 5 horas seguidas, salvo quan-
do houver matéria urgente.
c) Na audiência de julgamento é defeso ao empregador fazer-se substituir pelo gerente ou
qualquer outro preposto, ainda que tenha conhecimento do fato.
d) Aberta a audiência de julgamento, os advogados proporão a conciliação.

a) Errada. As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão realizadas entre 7 e 17 horas
8 e 18 HORAS.Art. 813, CLT.
b) Certa. Art. 813, CLT.
c) Errada. Na audiência de julgamento é defeso FACULTADO ao empregador fazer-se substituir
pelo gerente ou qualquer outro preposto, ainda que DESDE QUE tenha conhecimento do fato.
Art. 843, § 1º, CLT.
d) Errada. Aberta a audiência de julgamento, os advogados proporão O JUIZ PROPORÁ a con-
ciliação (quem preside a audiência é o juiz). Art. 846, CLT.
Letra b.

025. (IBFC/PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE/PROCURADOR MUNI-


CIPAL/2019)
No que se refere à audiência e à revelia no Direito Processual do Trabalho, analise as afirmati-
vas abaixo e dê valores de Verdadeiro (V) ou Falso (F).
1. ( ) Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas,
salvo se beneficiário da justiça gratuita.
2. ( ) A ausência do reclamado à audiência importa revelia, além de confissão quanto à matéria
de fato.
3. ( ) A ausência do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) V, V, V
b) V, F, F
c) F, V, V
d) F, V, F

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1. Errada. Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das


custas, salvo se for AINDA QUE SEJA beneficiário da justiça gratuita, SALVO SE COMPROVAR,
NO PRAZO DE QUINZE DIAS, QUE A AUSÊNCIA OCORREU POR MOTIVO LEGALMENTE JUSTI-
FICÁVEL. (Art. 844, § 2º, CLT).
2. Certa. Art. 844 da CLT.
3. Certa. Art. 844 da CLT.
Letra c.

026. (VUNESP/PREFEITURA DE BARRETOS - SP/ADVOGADO/2018) Nos termos da Consoli-


dação das Leis do Trabalho, em audiência, faculta-se ao empregador fazer-se substituir
a) por preposto, desde que ostente a condição de empregado, com exceção das microempre-
sas e empresas de pequeno porte.
b) por preposto, que não precisa ostentar a condição de empregado.
c) por advogado, que poderá também acumular a função de preposto.
d) por gerente ou preposto, cujas declarações obrigarão o proponente, se tiver conhecimento
dos fatos.
e) por advogado ou preposto, desde que sejam empregados e tenham conhecimento dos fatos.

a) Errada. Desde a reforma trabalhista (Lei 13.467/2017) o preposto não precisa mais ostentar
a condição de empregado. Art. 843, § 3º, CLT.
b) Certa. Desde a reforma trabalhista (Lei 13.467/2017) o preposto não precisa mais ostentar
a condição de empregado. Art. 843, § 3º, CLT.
c) Errada. De acordo com o Código de Ética da OAB, o advogado não pode acumular a função
de preposto.
d) Errada. As declarações do preposto sempre obrigam o proponente, por isso é que deve ser
alguém que tenha conhecimento dos fatos. Se não tiver conhecimento, será aplicada a pena
de confissão ficta. Portanto, o proponente está sempre obrigado pelo que diz ou deixa de dizer
o preposto.
e) Errada. O advogado não pode cumular a função de preposto. Além disso, o preposto não
precisa ostentar a condição de empregado.
Letra b.

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027. (IESES/SCGÁS/ADVOGADO/2019) Com o advento da Reforma Trabalhista (Lei


13.467/2017) ocorreram alterações significativas no processo do trabalho. Assinale a asserti-
va INCORRETA:
a) Os prazos passaram a ser contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclu-
são do dia do vencimento.
b) A reclamação trabalhista escrita deverá conter pedido certo e determinado sob pena de
arquivamento do processo.
c) O preposto não precisa ser empregado da parte reclamada.
d) A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pre-
tensão objeto da perícia, ainda que beneficiário da justiça gratuita.

a) Certa. Art. 775 da CLT.


b) Errada. O arquivamento ocorre quando o reclamante não comparece à audiência.
Se a petição inicial não contiver pedido certo e determinado, o processo deverá ser extinto
sem julgamento do mérito (não haverá simples arquivamento, mas uma sentença terminativa,
extinguindo o processo sem julgamento do mérito).

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.


§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a
breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e
com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
§ 2º Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão
ou secretário, observado, no que couber, o disposto no § 1º deste artigo.
§ 3º Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1º deste artigo serão julgados extintos sem
resolução do mérito.

c) Certa. Art. 843, § 3º, CLT.


d) Certa. Art. 790-B, CLT.
Letra b.

028. (FCC/PREFEITURA DE CARUARU - PE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) No tocan-


te à audiência trabalhista, considere as seguintes assertivas:
I – Na hipótese de ausência do reclamante na primeira audiência em que deveria comparecer,
sem qualquer justificativa, importa no arquivamento da reclamação, bem como na condenação
em custas processuais, calculadas nos termos da lei, ainda que beneficiário da justiça gratuita.
II – Na hipótese de ausência do reclamado, na primeira audiência que deveria comparecer,
mas presente seu advogado, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente
apresentados.

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III – Somente os empregadores domésticos, os micro e os pequenos empresários poderão se


fazer substituir por preposto que tenha conhecimento dos fatos, não havendo a necessidade
de ser seu empregado.
IV – Com o sistema do processo judicial eletrônico, não há mais a faculdade do reclamado
deduzir sua defesa oralmente em 20 minutos, devendo, obrigatoriamente, apresentar contes-
tação por escrito até a audiência.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) III e IV
b) II e III.
c) I e II.
d) II e IV.
e) I e III.

I – Certa. Art. 844, § 2º, CLT.


II – Certa. Art. 844, § 5º, CLT.
III – Errada. A afirmação era verdadeira antes da reforma trabalhista. Contudo, a Lei n.
13.467/2017 introduziu o § 3º ao art. 843 da CLT, estabelecendo que o preposto não precisa
ser empregado da empresa.
IV – Errada. Continua existindo a possibilidade de o reclamado deduzir sua defesa oralmente
em 20 minutos, em audiência. Art. 847 da CLT.
Letra c.

029. (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP/ PROCURADOR/2018)


Quanto às audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho, é correto afirmar:
a) não podem ultrapassar 3 (três) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente.
b) sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências extraordinárias, observan-
do-se a antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas.
c) em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das audiências, me-
diante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 48 (quarenta
e oito) horas.
d) sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências extraordinárias, observan-
do-se a antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas.
e) não podem ultrapassar 4 (quatro) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente.

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a) Errada. Não podem ultrapassar 3 (três) 5 (CINCO) horas seguidas, salvo quando houver ma-
téria urgente. (Art. 813 da CLT).
b) Errada. Sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências extraordinárias, ob-
servando-se a antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) 24 (VINTE E QUATRO) horas. (Art.
813, §§ 1º e 2º da CLT).
c) Errada. Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das audiên-
cias, mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 48
(quarenta e oito) 24 (VINTE E QUATRO) horas. (Art. 813, § 1º da CLT).
d) Certa. Art. 813, §§ 1º e 2º, CLT.
e) Errada. Não podem ultrapassar 4 (quatro) 5 (CINCO) horas seguidas, salvo quando houver
matéria urgente. (Art. 813 da CLT).
Letra d.

030. (VUNESP/UNICAMP/PROCURADOR DE UNIVERSIDADE ASSISTENTE/2018) Nos ter-


mos da Consolidação das Leis do Trabalho, as razões finais
a) podem ser aduzidas no prazo de dez minutos após o encerramento da instrução processual.
b) devem ser aduzidas no prazo de dez minutos após a renovação da proposta de conciliação.
c) devem ser aduzidas no prazo mínimo de cinco dias após a renovação da proposta con-
ciliatória.
d) podem ser aduzidas no prazo de dez dias após frustrada a última proposta conciliatória.
e) serão remissivas ao alegado e provado pelas partes, sempre que a reclamação for no rito
ordinário.

A apresentação de razões finais deverá ser feita no prazo de até 10 minutos após o encerra-
mento da instrução processual (ou seja, após a colheita das provas). Na prática, muitos juízes
concedem prazo para que as partes apresentem razões finais escritas (por memoriais).

Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de
10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de concilia-
ção, e não se realizando esta, será proferida a decisão.
Letra a.

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031. (VUNESP/UNICAMP/PROCURADOR DE UNIVERSIDADE ASSISTENTE/2018) Na hipó-


tese de conciliação trabalhista, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível,
a) exceto se for parte a Fazenda Pública, a qual deverá ratificar o acordo no prazo alusivo
ao recurso.
b) inclusive para a Previdência Social, desde que esteja presente o representante do Ministério
Público do Trabalho.
c) exceto para a Previdência Social, que poderá interpor agravo de instrumento quanto às con-
tribuições que lhe forem devidas.
d) exceto para a Previdência Social, que poderá interpor o recurso ordinário, por meio da União,
quanto às contribuições que lhe forem devidas, se a demanda estiver na fase de conhecimento.
e) inclusive para a Previdência Social, independentemente da presença do representante do
Ministério Público do Trabalho.

A decisão que homologa o acordo é irrecorrível pelas partes, afinal, o acordo é uma solução
encontrada pelas próprias partes. No entanto, pode haver recurso do INSS, com a finalidade de
discutir os recolhimentos previdenciários.

Art. 831 – A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação.
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível,
salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas.
Letra d.

032. (CESPE/CEBRASPE/PGM - MANAUS - AM - PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) Em


relação à competência da justiça do trabalho, à revelia e às provas no processo do trabalho,
julgue o item que se segue.
Em razão da indisponibilidade do interesse público, as pessoas jurídicas de direito público não
se sujeitam à revelia no âmbito trabalhista.

OJ 152 da SDI-1 do TST:

JURISPRUDÊNCIA
REVELIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. APLICÁVEL. (ART. 844 DA CLT)
Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à revelia prevista no artigo 844 da CLT.

Errado.

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033. (VUNESP/PREFEITURA DE SOROCABA - SP/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018)


Nos termos da Consolidação das Leis do Trabalho, a defesa no sistema de processo judicial
eletrônico
a) deverá ser apresentada antes da audiência.
b) não poderá ser apresentada no prazo de 20 (vinte) minutos após a leitura da reclamação em
audiência.
c) deverá ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contados a partir da citação.
d) deverá ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias corridos, contados a partir da citação.
e) poderá ser apresentada, por escrito, até a audiência.

a) Errada. Deverá PODERÁ ser apresentada antes da audiência.


A defesa pode ser apresentada até a audiência, por escrito, ou em audiência, de forma oral. Art.
847 da CLT.
b) Errada. não PODERÁ ser apresentada no prazo de 20 (vinte) minutos após a leitura da recla-
mação em audiência. Art. 847 da CLT.
c, d) Erradas. A defesa pode ser apresentada até a audiência, por escrito, ou em audiência, de
forma oral. Art. 847 da CLT.
e) Certa. Art. 847, parágrafo único, da CLT.
Letra e.

034. (FCC/TRT - 15ª REGIÃO (SP)/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA/2018) Evan-


dro ajuizou reclamação trabalhista em face da sua empregadora, empresa Hora Certa Entregas
Ltda., e da tomadora dos serviços, empresa Crepom Distribuidora de Produtos de Papelaria
Ltda. Na audiência una designada comparecem o reclamante e a empresa Crepom, segun-
da reclamada, que, representada por preposto que não é seu empregado, apresenta defesa.
Nesse caso,
a) a audiência será redesignada para outra data, tendo em vista a ausência da primeira recla-
mada, que foi a empregadora do reclamante e é quem pode trazer as provas aos autos.
b) será decretada a revelia da primeira reclamada, que será considerada confessa quanto à
matéria de fato.
c) será decretada a revelia de ambas as reclamadas, que serão consideradas confessas quan-
to à matéria de fato, a primeira em razão do não comparecimento e a segunda por estar repre-
sentada por preposto não empregado.
d) a primeira reclamada será considerada revel, e a segunda, embora não seja revel, será con-
siderada confessa quanto à matéria de fato em razão de estar representada por preposto não
empregado.
e) a primeira reclamada, embora revel, não será considerada confessa quanto à matéria de fato
tendo em vista que a segunda reclamada contestou a ação e, em relação à segunda reclama-
da, o fato de o preposto não ser empregado não gerará revelia nem confissão.

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a) Errada. Se a reclamada faltou ela é revel e audiência segue com os presentes.


b) Certa. Art. 844 da CLT.
c) Errada. Será decretada a revelia apenas da primeira reclamada. A segunda reclamada não é
revel, uma vez que o preposto não precisa ser empregado (Art. 843, § 1º, CLT).
d) Errada. Não será aplicada a pena de confissão ficta à segunda reclamada, uma vez que o
preposto não precisa ser empregado (Art. 843, § 1º, CLT).
e) Errada.
Letra e.

035. (FCC/TRT - 2ª REGIÃO (SP)/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA/2018) Na au-


diência UNA da reclamação trabalhista movida por Ana Maria em face da empresa de laticínios
Via Láctea Ltda., o preposto chegou 20 minutos atrasado, alegando que o pneu de seu carro
havia furado a caminho do Fórum. A audiência não tinha se encerrado, sendo que a advogada
da Reclamada tinha comparecido no horário, apresentado Defesa com documentos, mas não
havia proposta para acordo, sendo que o juiz estava marcando perícia para apuração de insa-
lubridade no ambiente de trabalho. Neste momento, a advogada da Reclamada requereu que
não fossem aplicados os efeitos da revelia e confissão, tendo em vista que o preposto esteve
presente à audiência antes de seu término. Diante dos fatos narrados e, de acordo com a lei e
a orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho, é correto afirmar que
a) não existe previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte na audi-
ência, sendo aplicados os efeitos da revelia e confissão à Reclamada, entretanto, presente a
advogada, serão aceitos a contestação e os documentos apresentados.
b) assiste razão à Reclamada, tendo em vista que o preposto esteve presente à audiência
antes de seu término, razão pela qual não serão aplicados os efeitos da revelia e confissão
à empresa.
c) apesar de não existir previsão legal tolerando atrasos no horário de comparecimento da par-
te na audiência, tendo o preposto comparecido e apresentado justificativa para o seu atraso,
deverá o juiz afastar os efeitos da revelia e confissão à Reclamada.
d) assiste razão à Reclamada, mas não porque o preposto chegou atrasado antes do término
da audiência, mas, sim, porque a advogada esteve presente pontualmente.
e) não existe previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte na audi-
ência, sendo aplicados os efeitos da revelia e confissão à Reclamada, ainda, que presente a
advogada, não serão aceitos a contestação e os documentos apresentados.

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a) Certa.
b) Errada. O preposto deve estar presente desde o início da audiência para que não seja decre-
tada a revelia e confissão ficta.
c) Errada. O juiz não “deverá” afastar os efeitos da revelia e confissão aplicados à Reclamada.
Excepcionalmente o juiz até poderá afastar a revelia e a confissão se entender que o motivo é
suficientemente justo para o atraso. Mas não há essa previsão em lei, então não se pode dizer
que o juiz “deverá” fazê-lo.
d) Errada. Como vimos na aula, existe divergência em relação ao assunto: parte da doutrina
e jurisprudência entende que o comparecimento do advogado e apresentação de defesa de-
monstram o interesse da parte em se defender, então não haveria revelia. Mas a corrente ma-
joritária é no sentido de que continuará havendo revelia e confissão; e apenas haverá a análise
da defesa e dos documentos para contrapor, se possível, as alegações da inicial.
e) Errada. Não existe previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte
na audiência, sendo aplicados os efeitos da revelia e confissão à Reclamada (ATÉ AQUI ESTA-
VA LINDO). ERROU AQUI: ainda, que presente a advogada, não serão aceitos a contestação e
os documentos apresentados O CERTO É: SE ESTIVER PRESENTE A ADVOGADA, SERÃO ACEI-
TOS A CONTESTAÇÃO E OS DOCUMENTOS APRESENTADOS.
Letra a.

036. (FCC/TRT - 2ª REGIÃO (SP)/TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA/2018)


Com relação à audiência de julgamento, considere:
I – É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que
tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente, sendo que o prepos-
to não precisa ser empregado da parte reclamada.
II – Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for pos-
sível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empre-
gado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
III – Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a con-
testação e os documentos eventualmente apresentados.
IV – O não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação
além da condenação em multa variável entre 1% e 3% sobre o valor da causa, e o não compa-
recimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) III e IV.
d) I e II.
e) I, III e IV.

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I – Certa. Art. 843, §§ 1º e 3º, CLT.


II – Certa. Art. 843, § 2º, CLT.
III – Certa. Art. 844, § 5º, CLT.
IV – Errada. O não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da
reclamação e o pagamento das custas, e não de multa.
Letra a

037. (CESPE/CEBRASPE/EMAP/ANALISTA PORTUÁRIO - ÁREA JURÍDICA/2018) Se, na


audiência, a reclamada se apresentar substituída por ex-empregado seu, e a reclamante não
comparecer, abstendo-se de se manifestar nos autos, a reclamação deverá ser arquivada e a
reclamante será condenada ao pagamento das custas, ainda que seja beneficiária da justi-
ça gratuita.

Sempre que o reclamante não comparece à audiência inicial ou una o processo é arquivado,
independentemente do comparecimento ou não do reclamado. No caso da questão, o recla-
mado estava representado por preposto (que não precisa ser empregado) e o reclamante não
compareceu, portanto, era mesmo caso de arquivamento.
Certo.

038. (VUNESP/FAPESP/ PROCURADOR/2018) Em audiência trabalhista, o preposto do


empregador
a) deve ser empregado ou gerente que tenha conhecimento dos fatos.
b) deve ser empregado quando se tratar de microempresa ou empresa de pequeno porte.
c) não precisa ser empregado, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo de trabalho.
d) não precisa ser empregado.
e) não precisa ser empregado, desde que se trate de empregador doméstico.

Desde a reforma trabalhista (Lei 13.467/2017) o preposto não precisa ser empregado da em-
presa reclamada (art. 843, § 3º, CLT).
Letra d.

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039. (INSTITUTO AOCP/TRT - 1ª REGIÃO (RJ)/TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRA-


TIVA/2018) O Juiz da Vara do Trabalho do Rio de Janeiro agendou uma audiência para o dia
11 de abr. de 2018 às 15h30. Manoela, reclamante na ação trabalhista, e a empresa Gotas
de Água S.A., em face de quem Manoela ingressou com o pleito, compareceram à audiência
com seus respectivos advogados no horário agendado. O juiz, por sua vez, somente chegou à
audiência na referida data às 16h. Assinale a alternativa que apresenta como as partes devem
proceder nessa situação.
a) Ao Juiz é permitido chegar a qualquer tempo, considerando ser o mesmo quem irá presidir
a audiência, devendo as partes aguardar sua chegada.
b) Se o Juiz não houver comparecido até 20 (vinte) minutos após a hora marcada, os presentes
poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências.
c) Se o Juiz comparecer à audiência com até 30 (trinta) minutos de atraso após a hora marca-
da, as partes têm o dever de estarem aguardando o juiz para o início da audiência, devendo o
atraso constar do livro de registro das audiências.
d) Se o Juiz não houver comparecido até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, os presen-
tes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências.
e) Se o Juiz não houver comparecido até 60 (sessenta) minutos após a hora marcada, os pre-
sentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências.

A tolerância de atraso para o juiz é de 15 minutos.

Art. 815 - À hora marcada, o juiz ou presidente declarará aberta a audiência, sendo feita pelo secre-
tário ou escrivão a chamada das partes, testemunhas e demais pessoas que devam comparecer.
Parágrafo único. Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou presidente não houver
comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das
audiências.
Letra d.

040. (VUNESP/CÂMARA DE BARRETOS – SP/ADVOGADO/2017) No processo do trabalho,


de acordo com texto expresso na CLT, aberta a audiência,
a) o juiz ou presidente proporá a conciliação.
b) o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa.
c) seguir-se-á a instrução do processo, com a oitiva das testemunhas.
d) o presidente, ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, poderá interrogar os
litigantes.
e) poderá qualquer dos litigantes retirar-se, prosseguindo a instrução com o seu representante.

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a) Certa. Art. 846 da CLT.


b) Errada. Aberta a audiência, antes da apresentação de defesa (se a peça não tiver sido junta-
da por escrito), será feita a tentativa de conciliação. Art. 847 da CLT.
c) Errada. A instrução somente ocorre após a tentativa de conciliação e apresentação de defesa.
d) Errada. Sim, o presidente, ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, poderá
interrogar os litigantes. Mas isso somente ocorre após a primeira tentativa de conciliação e
apresentação de defesa.
e) Errada. As partes somente poderão se retirar após o fim do interrogatório.
Letra a.

041. (CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE BOA VISTA - RR/PROCURADOR MUNICI-


PAL/2019) (ADAPTADA) Pedro ajuizou uma reclamação trabalhista em desfavor da empresa
Alfa Ltda. Citada, a empresa reclamada fez-se representar por um ex-empregado que tinha
conhecimento do fato, devidamente acompanhado por um advogado, que apresentou defesa e
documentos; no entanto, por entender que a empresa reclamada não poderia ser representada
por um ex-empregado, o juízo declarou a sua revelia e, assim, não recebeu a contestação e os
documentos, tendo havido o registro de protesto pela reclamada.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue à luz da legislação aplicá-
vel.
Independentemente da revelia, a decisão do juízo de não receber a defesa e os documentos
foi ilegal.

O § 5º, do art. 844, da CLT dispõe: “§ 5 Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado
na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados”.
Portanto, ainda que o juiz entendesse que o reclamado era revel, deveria ter recebido a contes-
tação e os documentos.
Certo.

042. (CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE BOA VISTA - RR/PROCURADOR MUNICI-


PAL/2019) (ADAPTADA) Considerando o mesmo enunciado da questão anterior, responda se
está certo ou errado:
O juízo agiu corretamente ao decretar a revelia da parte reclamada, uma vez que o preposto
deveria ser um empregado atual da empresa.

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Não houve revelia, pois após a reforma trabalhista o preposto não precisa mais ser empregado
da empresa reclamada.

Art. 843, § 3º: “§ 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser empregado da
parte reclamada.”
Errado.

043. (QUADRIX/CREFITO-4º REGIÃO (MG)/ANALISTA DE PESSOAL/2021) De acordo com a


Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o não comparecimento do reclamado à audiência im-
porta revelia, além de confissão quanto à matéria de fato. Portanto, não basta ter a presença do
advogado da empresa, é de suma importância que o preposto conheça os fatos e esteja presente.

Art. 844 da CLT.


Se o advogado estiver presente e apresentar contestação com documentos, não ocorrerá à revelia.
Mas o ideal é que o preposto esteja presente, pois prestará depoimento pessoal em nome da empre-
sa, razão pela qual é importante que conheça os fatos.
Certo.

044. (CESPE/CEBRASPE/MINISTÉRIO DA ECONOMIA/TÉCNICO DE COMPLEXIDADE IN-


TELECTUAL - DIREITO/2020) Acerca de dissídio individual na justiça do trabalho, julgue o
item seguinte, à luz da CLT.
A ausência do reclamado em audiência importa na aplicação da revelia, ocasião em que, pre-
sente seu advogado, este poderá anexar ao processo apenas os documentos pertinentes e
consignar sua presença em ata.

O advogado presente não anexará ao processo apenas os documentos pertinentes, mas tam-
bém a defesa.
Errado.

045. (FCC/ALESE/ANALISTA LEGISLATIVO - APOIO JURÍDICO/2018) Com o advento da Lei


no 13.467/2017, que trouxe modificações à Consolidação das Leis do Trabalho, no tocante ao
processo judiciário do trabalho, considere:
I – Ainda que ausente o reclamado na audiência em que deveria comparecer, presente o advo-
gado, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados.
II – É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que
tenha conhecimento do fato, desde que este seja empregado.

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III – Os prazos processuais serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e
inclusão do dia do vencimento, não sendo mais contínuos e irreleváveis.
IV – O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins lucrativos,
empregadores domésticos, entidades filantrópicas, microempreendedores individuais, empre-
sas em recuperação judicial, microempresas e empresas de pequeno porte.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) II e IV.
c) I, II e IV.
d) I, III e IV.
e) I e III.

I – Certa. Art. 844, § 5º, CLT.


II – Errada. Desde a reforma trabalhista o preposto não precisa ser empregado. Art. 843, § 3º, CLT.
III – Certa. Art. 775, CLT.
IV – Errada.

Art. 899 (...)


§ 10. São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas
e as empresas em recuperação judicial.
Letra e.

046. (CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE MANAUS - AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018)


Em relação à competência da justiça do trabalho, à revelia e às provas no processo do trabalho,
julgue o item que se segue.
Situação hipotética: Um trabalhador requereu, por meio de reclamação trabalhista, adicional
de insalubridade, mas o reclamado não contestou esse pedido, o que importou sua revelia.
Assertiva: Nessa situação, o juiz poderá julgar procedente o pedido, independentemente de
realização de prova pericial para verificar a alegada insalubridade.

Sempre que houver pedido de insalubridade ou periculosidade haverá a necessidade de prova


técnica. Mesmo que o reclamado seja revel, não se poderá presumir verdadeira a alegação de
que o reclamante trabalhava em local insalubre, devendo ser determinada a perícia.
Errado.

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047. (INSTITUTO PRÓ-MUNICÍPIO/PREFEITURA DE MASSAPÊ - CE/ANALISTA JURÍDICO


ADMINISTRATIVO/2019) Claudio, antigo empregado da Calçados & Têxtil Ltda., ingressou
com uma ação contra a ex-empregadora com um pedido de horas extras trabalhadas, férias
não pagas e 13º salário atrasado. Na ocorrência, ainda suscitou o pedido de danos morais,
uma vez que tivera diversas contas atrasadas por não poder contar com as referidas verbas su-
pracitadas para concluir o orçamento familiar. Com audiência marcada para o dia 12/02/2019,
Claudio não compareceu em juízo, sem qualquer justificativa. Acerca dos fatos narrados, assi-
nale a opção correta:
a) Claudio não poderá ingressar com nenhuma ação na Justiça do Trabalho por um período de
6 meses, contados da data da ausência;
b) Claudio provocará automaticamente a improcedência de seus pedidos;
c) Claudio deverá ser considerado revel, uma vez que faltou a audiência em que ele mesmo deu
causa a ação;
d) Claudio terá seu procedimento arquivado e ficará obrigado a pagar custas, ainda que bene-
ficiário da Justiça Gratuita.

a) Errada. A pena de perempção na Justiça do Trabalho (perda do direito de propor a ação pelo
prazo de 6 meses) somente é aplicada após o segundo arquivamento. Então, se Claudio pagar
as custas do processo arquivado, poderá ajuizar novamente a ação.
b) Errada. Ocorrerá o arquivamento da ação, que implica em extinção sem julgamento do mé-
rito. Não haverá improcedência dos pedidos (que seria extinção com julgamento do mérito).
c) Errada. A revelia é aplicada apenas ao reclamado. Claudio era o reclamante e, portanto, sua
ausência implica em arquivamento da ação.
d) Certa.
Letra d.

048. (IBADE/PREFEITURA DE VILA VELHA - ES/PROCURADOR AUTÁRQUICO - IPVV/2020)


O Município de Vila Velha foi demandado na Justiça do Trabalho, por meio de uma reclamação
trabalhista ajuizada por um empregado de empresa interposta de conservação e limpeza, adu-
zindo que o inadimplemento de suas verbas pelo empregado principal, a empresa Lima Tudo
LTDA, acarreta a responsabilidade subsidiária do ente público. Devidamente notificados para a
audiência UNA, no procedimento ordinário, compareceu o primeiro réu, mas o Município não se
fez presente. Nesse caso, considerando a Consolidação das Leis do Trabalho e a jurisprudên-
cia consolidada do Tribunal Superior do Trabalho, é correto afirmar que:
a) o magistrado deverá remarcar a audiência, em razão do princípio do interesse público.
b) deve ser aplicada à revelia, em razão da ausência do Município.

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c) não deve ser aplicada à revelia, em razão da presunção de legitimidade dos atos da admi-
nistração pública.
d) deve ser aplicada à revelia, desde que haja requerimento expresso na petição inicial do autor.
e) não deve ser aplicada à revelia, pois embora ausente pode apresentar a contestação ilidindo
à revelia.

A revelia deve ser aplicada normalmente, pois não se trata de caso em que a Fazenda Pública
esteja defendendo direito indisponível. O TST firmou esse entendimento na OJ 152 da SDI-1
do TST:

JURISPRUDÊNCIA
REVELIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. APLICÁVEL. (ART. 844 DA CLT)
Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à revelia prevista no artigo 844 da CLT.

Letra b.

049. (VUNESP/UNICAMP/PROCURADOR DE UNIVERSIDADE ASSISTENTE/2018) No pro-


cesso do trabalho, a revelia não produz os efeitos da confissão quanto à matéria de fato se
a) a reclamada for a Fazenda Pública e os direitos forem disponíveis.
b) as alegações não forem confirmadas nem complementadas pelos documentos juntados.
c) havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação.
d) a petição inicial não estiver acompanhada de documentos hábeis à prova das alegações.
e) as alegações de fato forem inverossímeis e não estiverem em contradição com a prova
constante dos autos.

a) Errada. Se a reclamada for a Fazenda Pública e os direitos forem disponíveis, opera-se nor-
malmente a revelia (OJ 152, citada acima).
b) Errada. Não importa o que a parte tenha juntado de provas com a inicial, pois as provas se-
rão produzidas essencialmente na audiência. Apenas se faltar documento que a lei diga que é
indispensável à propositura da ação, aí sim não se aplicará a revelia.
c) Certa. Art. 844, § 4º, I, CLT.
d) Errada. Não ocorrerá a revelia se a petição inicial não estiver acompanhada de documentos
INDISPENSÁVEIS à prova das alegações. Art. 844, § 4º, III, CLT. No processo do trabalho, os
fatos são provados essencialmente em audiência. Portanto, somente não haverá a revelia se a
inicial não estiver acompanhada de algum documento que a lei determine como indispensável
(e não simplesmente hábil a provar o fato. Se não houver documento hábil, a parte pode provar
de outra maneira. Agora, se faltar documento indispensável, aí não tem jeito).

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e) Errada. Não se aplicará à revelia se as alegações de fato forem inverossímeis OU não ESTI-
VEREM em contradição com a prova constante dos autos. Art. 844, § 4º, IV, CLT.
Letra c.

050. (VUNESP/FAPESP/PROCURADOR/2018) Na hipótese de ausência do reclamante à au-


diência, a reclamação será arquivada, sendo devidas as custas,
a) ainda que o reclamante seja beneficiário da justiça gratuita.
b) salvo se o reclamante for beneficiário da justiça gratuita.
c) salvo se o reclamante comprovar, no prazo de vinte e quatro horas, que a ausência ocorreu
por motivo legalmente justificável.
d) salvo se o reclamante justificar a ausência, no prazo de dez dias.
e) ainda que o reclamante seja beneficiário da justiça gratuita, hipótese em que a lei faculta ao
juiz conceder a isenção.

a) Certa Art. 844, § 2º, CLT.


b) Errada. Mesmo que o reclamante seja beneficiário da justiça gratuita, será responsável pelas
custas em caso de arquivamento.
c) Errada. Salvo se o reclamante comprovar, no prazo de vinte e quatro horas QUINZE DIAS, que
a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.
d) Errada. Salvo se o reclamante justificar a ausência, no prazo de dez dias QUINZE DIAS.
e) Errada. Não cabe ao juiz, de forma discricionária, conceder ou não a isenção. Só haverá
isenção se o reclamante comprovar, no prazo de 15 dias, que não pode comparecer por motivo
legalmente justificável.
Letra a.

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GABARITO
4. a 28. c
5. c 29. d
6. E 30. a
7. d 31. d
8. a 32. E
9. a 33. e
10. b 34. e
11. d 35. a
12. E 36. a
13. d 37. C
14. c 38. d
15. C 39. d
16. c 40. a
17. a 41. C
18. c 42. E
19. c 43. C
20. e 44. E
21. c 45. e
22. C 46. E
23. C 47. d
24. b 48. b
25. c 49. c
26. b 50. a
27. b

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REFERÊNCIAS
_____Consolidação das Leis Trabalhistas. Brasília: Senado Federal, 1943.

_____Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Senado Federal, 1988

_____Tribunal Superior do Trabalho. Brasília: acesso em agosto e setembro/2021. Site oficial:


www.tst.jus.br

_____LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 17ª edição. Edi-
tora Saraiva. 2019.

______SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 17ª edição. Editora Jus Po-
divm. 2021

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Formada em Direito pela Universidade Católica Dom Bosco (2005). Pós-graduação em Direito do Trabalho
e Processo do Trabalho pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal
(Uniderp). Juíza do Trabalho – Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região –, ocupando o cargo de
Presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 24ª Região. Professora universitária da
Faculdade Unigran Capital. Autora do livro A Vaga é Sua, sobre como se preparar para concursos.

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