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PROCESSUAL
DO TRABALHO
Nulidades no Processo do Trabalho,
Exceções, Audiências
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Nulidades no Processo do Trabalho, Exceções, Audiências
Priscila Margarido
Sumário
Nulidades no Processo do Trabalho. Exceções. Audiências................................................... 3
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
1. Nulidades no Processo do Trabalho. . ....................................................................................... 3
1.1. Princípios das Nulidades no Processo do Trabalho........................................................... 6
1.2. Momento de Arguição.............................................................................................................. 9
2. Exceções...................................................................................................................................... 10
2.1. Exceção de Impedimento e de Suspeição.......................................................................... 10
2.2. Exceção de Incompetência....................................................................................................12
3. Audiências....................................................................................................................................16
3.1. Princípios da Audiência Trabalhista.....................................................................................16
3.2. Realização das Audiências................................................................................................... 20
3.3. Ausência das Partes à Audiência Inicial............................................................................ 22
3.4. Ausência das Partes à Audiência em Prosseguimento.................................................. 26
3.5. Ata de Audiência..................................................................................................................... 27
3.6. Procedimento da Audiência.. ................................................................................................ 28
3.7. Atraso das Partes e do Juiz à Audiência. . ............................................................................31
4. Revelia......................................................................................................................................... 32
4.1. Efeitos da Revelia................................................................................................................... 35
4.2. Hipóteses de não Aplicação dos Efeitos da Revelia....................................................... 36
Resumo............................................................................................................................................. 39
Questões de Concurso.................................................................................................................. 43
Gabarito............................................................................................................................................ 72
Referências...................................................................................................................................... 73
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EXEMPLO
Sentença já transitada em julgado, mas que foi proferida por juiz absolutamente incompetente.
A sentença tem um defeito que a torna nula, mas que não foi reconhecido ainda e, por isso, a
sentença existe no mundo e está produzindo efeitos. Ela possui validade e eficácia até que seja
desconstituída por um acórdão proferido pelo TRT em sede de ação rescisória.
As nulidades processuais podem ser absolutas, relativas e, ainda, o ato pode ser conside-
rado inexistente. Há, também, as chamadas meras irregularidades processuais, que não acar-
retam nulidade.
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Nulidade absoluta ocorre quando são violadas normas de ordem pública e interesse
social. O ato será nulo. As nulidades absolutas podem ser declaradas de ofício pelo juiz e não
estão sujeitas à preclusão. Seria o caso do exemplo dado acima: sentença proferida por juiz in-
competente em razão da matéria. O vício é tão grave que não haverá preclusão e mesmo após
o trânsito em julgado poderá ser questionado por meio de ação rescisória.
Nulidade relativa é aquela em que a norma violada é “menos importante”, por não ser
norma de ordem pública (a norma violada atende mais aos interesses da parte que ao próprio
desenvolvimento do processo). O ato é anulável. E para que seja anulado depende da iniciativa
da parte, não podendo ser anulado de ofício pelo juiz. Em relação ao ato anulável ocorre pre-
clusão, ou seja, não poderá mais ser alegado o vício se a parte não o fizer na primeira oportu-
nidade que tiver de falar nos autos após a prática do ato defeituoso.
EXEMPLO
A incompetência territorial é relativa. Assim, se for ajuizada ação em local diverso de onde o
empregado trabalhou, mas a reclamada não opuser exceção de incompetência no prazo opor-
tuno, será considerado competente o juízo onde foi ajuizada a ação (operou-se a preclusão).
E o juiz não pode reconhecer de ofício a incompetência territorial, pois se trata de nulidade
relativa.
EXEMPLO
Citação nula. Processo se desenvolve normalmente após a citação, até o trânsito em julgado
da ação. Após, se verifica que o réu não foi citado; quem foi citado foi um homônimo (pessoa
com nome idêntico). Caberá a ação declaratória de inexistência do ato processual para anular
todo o processo desde a citação.
Irregularidade violação de norma que não traz nenhuma consequência para o processo.
Como não influi em nada, não há sanção. Simplesmente o ato foi praticado de forma diferente
daquela prevista em lei, mas não influencia em nada no processo e o resultado é o mesmo.
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EXEMPLO
Sempre citado pela doutrina: quando o juiz extrapola o prazo previsto em lei para a prática
de algum ato processual (para proferir sentença, por exemplo). O ato não será nulo em razão
desse excesso de prazo. O ato continuará válido e o juiz poderá ser punido administrativamen-
te, mas não haverá qualquer consequência dentro do processo. Em razão disso, diz-se que
houve mera irregularidade.
Outro exemplo: O art. 813 da CLT diz que as audiências devem ser realizadas das 8h às 18hs.
Se a audiência ultrapassar às 18h, será mera irregularidade.
• O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende (até
aqui, correto. Art 797, CLT). A nulidade do ato NÃO prejudicará todos SENÃO os atos
posteriores ao ato nulo QUE DELE DEPENDAM OU SEJAM CONSEQUÊNCIA (ART. 798).
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• Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando re-
sultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes. CORRETO. Art. 794, CLT.
• O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se
faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua
decisão. CORRETO. Art. 795, § 2º, CLT.
• As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais de-
verão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. Deverá,
entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro. Nesse
caso, serão considerados nulos os atos decisórios. CORRETO. Art. 795, caput e § 1º, CLT.
Letra d.
Feita essa introdução (que não difere do que você já deve ter estudado sobre nulidades em
processo civil), vamos ao estudo dos princípios das nulidades (princípios, sempre eles... Não
há como fugir... rsrs).
Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando
resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.
EXEMPLO
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Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deve-
rão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.
§ 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro.
Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios.
§ 2º - O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se faça
remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua decisão.
É importante fazer uma leitura atenta do § 1º: o que está tratado ali é a incompetência em
razão da matéria e não em razão do lugar. A palavra foro pode até dar a ideia de que está
tratando do lugar de propositura da ação. Mas não é isso. Foro está no sentido de foro cível,
criminal, trabalhista, etc. Como já vimos, a competência em razão da matéria é absoluta e
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pode ser declarada de ofício pelo juiz. Já a competência em razão do local é relativa e precisa
ser alegada pela parte.
EXEMPLO
Se a parte for ilegítima, não existe convalidação nem saneamento da nulidade. Não há como
o processo prosseguir.
Art. 798 - A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam
consequência.
Art. 797 - O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.
PRINCÍPIO DO INTERESSE Por este princípio, somente possui interesse para arguir a nu-
lidade a parte que tenha sido prejudicada e desde que NÃO tenha sido ela quem deu causa
àquela nulidade.
Isso está previsto expressamente na alínea b do art. 796 da CLT: “A nulidade não será pro-
nunciada: [...] b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa.”
Este princípio não traz nenhuma novidade. Trata-se da aplicação do princípio geral de direi-
to segundo o qual ninguém pode se valer da própria torpeza.
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O PULO DO GATO
Como você já sabe, as nulidades absolutas e os atos inexistentes podem ser decretados até
mesmo de ofício pelo juiz. Portanto, pode-se dizer que o princípio do interesse só se aplica às
nulidades relativas, as quais devem ser arguidas pela parte que sofreu o prejuízo.
Esses são os princípios que regem as nulidades no processo do trabalho, você deve ter
percebido que a doutrina traz inúmeras nomenclaturas, mas, a bem da verdade, todos os prin-
cípios estudados contêm basicamente a ideia de aproveitamento do ato defeituoso, desde que
não haja prejuízo à parte que não lhe deu causa.
2. Exceções
A matéria é curtinha e simples no processo do trabalho. E já tivemos um primeiro contato
com ela quando estudamos suspeição e impedimento, e, posteriormente, quando estudamos
competência territorial. Hoje estudaremos a matéria de forma mais completa.
Como bem explica Mauro Schiavi: “As exceções são defesas dirigidas contra o processo,
e não contra o mérito, não visam à improcedência do pedido, mas sim a trancar o curso do
processo, provocando sua extinção sem resolução de mérito, ou a dilatação do seu curso”.1
1
SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 17ª edição. Editora Jus Podivm. 2021, p. 694.
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As exceções são cabíveis no processo do trabalho quando a parte pretende alegar a exis-
tência de suspeição, impedimento ou incompetência relativa. A CLT trata da matéria no art. 799:
Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com sus-
pensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.
§ 1º - As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa.
§ 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se termi-
nativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso
que couber da decisão final.
Sobre o procedimento das exceções de impedimento e suspeição, dispõe o art. 802 da CLT:
Art. 802 - Apresentada a exceção de suspeição, o juiz ou Tribunal designará audiência dentro de 48
(quarenta e oito) horas, para instrução e julgamento da exceção.
§ 1º - Nas Juntas de Conciliação e Julgamento e nos Tribunais Regionais, julgada procedente a ex-
ceção de suspeição, será logo convocado para a mesma audiência ou sessão, ou para a seguinte, o
suplente do membro suspeito, o qual continuará a funcionar no feito até decisão final. Proceder-se-á
da mesma maneira quando algum dos membros se declarar suspeito.
§ 2º - Se se tratar de suspeição de Juiz de Direito, será este substituído na forma da organização
judiciária local.
A doutrina majoritária entende que o referido dispositivo não foi recepcionado pela Consti-
tuição Federal, pois não há como o próprio juiz marcar audiência e decidir se ele é impedido ou
suspeito. Isso viola completamente o princípio da imparcialidade.
Assim, deve-se aplicar o Código de Processo Civil (art. 146) e quem deve julgar a suspeição
ou impedimento de juiz do trabalho é o TRT (e não o próprio juiz). Dispõe o art. 146 do CPC:
Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impe-
dimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fun-
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damento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de
testemunhas.
§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará imediata-
mente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em aparta-
do da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documen-
tos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.
§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente for
recebido:
I – sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;
II – com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente.
§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for recebido
com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal.
§ 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal rejeitá-la-á.
§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal conde-
nará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão.
§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz
não poderia ter atuado.
§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo de
impedimento ou de suspeição.
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nos autos, não sofrem preclusão. O que isso quer dizer? Quer dizer que mesmo que a parte não
alegue na primeira oportunidade, poderá suscitar a matéria posteriormente, a qualquer tempo,
mesmo após o trânsito em julgado (por meio de ação rescisória). O mesmo não ocorre com a
suspeição, a qual, se não alegada na primeira oportunidade, é abarcada pela preclusão.
A decisão que julga uma exceção de suspeição ou uma exceção de impedimento tem natureza
interlocutória e, portanto, não é cabível nenhum recurso de imediato (o processo segue e a
questão só será discutida ao final, quando for o momento de apresentação de recurso ordiná-
rio para discutir o próprio mérito da causa).
A incompetência relativa não pode ser suscitada de ofício pelo juiz e está sujeita à preclusão,
caso não seja suscitada pela parte no momento oportuno (como veremos a seguir, deve ser
alegada no prazo de 5 dias após a notificação). A incompetência absoluta pode ser conhecida
de ofício pelo juiz e não se sujeita à preclusão.
Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com sus-
pensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.
§ 1º - As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa.
§ 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se termi-
nativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso
que couber da decisão final.
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Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da noti-
ficação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o proce-
dimento estabelecido neste artigo.
§ 1º Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se refere
o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção.
§ 2º Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os
litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias.
§ 3º Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o di-
reito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este
houver indicado como competente.
§ 4º Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a desig-
nação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo competente.
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JURISPRUDÊNCIA
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias
não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional
do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do
Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que
acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal
Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto
no art. 799, § 2º, da CLT.
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e) A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada em peça apartada que sina-
lize explicitamente a existência da exceção, antes da audiência, no prazo de 5 dias, contados
do recebimento da notificação pela reclamada. Protocolada a petição de exceção, o processo
será suspenso até que se decida o incidente.
3. Audiências
Este tema será o mais extenso da nossa aula de hoje. Mas, sem dúvidas, o mais interes-
sante também.
O processo do trabalho é, essencialmente, um processo de audiência. Isso porque os prin-
cipais acontecimentos da fase de conhecimento se dão em audiência. É na audiência que o
juiz tem contato, pela primeira vez, com a inicial (lembre-se que quando o processo é distribu-
ído, quem faz a notificação inicial é o servidor e, na mesma notificação, já informa a data da
audiência. O juiz, em regra, tomará contato com o processo apenas na data designada para
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audiência. É claro que existem exceções, como, por exemplo, quando há exceção de incompe-
tência – nesse caso o juiz decidirá a exceção antes da audiência de mérito).
É também em audiência que o juiz tenta a conciliação; discute os incidentes do processo;
discute a causa com as partes e os advogados; fixa os pontos controvertidos sobre os quais
será necessária produção de prova; colhe as provas (no processo do trabalho as provas são,
em sua maioria, testemunhais) e julga a causa.
Achou que escaparia dos princípios? Rsrs. Vamos estudar agora os princípios da audiência
trabalhista.
Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, in-
dependentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias
Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sin-
dicato de sua categoria.
§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que
tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.
§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível
ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que
pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
§ 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser empregado da parte reclamada.
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tença será prolatada em gabinete e as partes serão notificadas do julgamento. O que se chama
de audiência de julgamento não é propriamente uma audiência, mas a publicação da sentença.
No entanto, pode ser que após a colheita das provas orais ainda reste alguma medida a ser
tomada (por exemplo: realização de perícia, envio de algum ofício para esclarecer algum ponto
controvertido, etc.), e, nesse caso, será designada uma audiência de encerramento, nas quais
as partes e advogados são dispensados de comparecimento (devem comparecer apenas se
desejarem fazer mais algum apontamento ao juiz). A audiência de encerramento é designada
para que haja um marco temporal onde todas as providências já estejam encerradas e o pro-
cesso seja remetido ao juiz para julgamento.
A CLT trata da possibilidade de fracionamento da audiência no art. 849 da CLT: “A audiência
de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la
no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida,
independentemente de nova notificação.”
Embora o art. 849 fale em “força maior” como motivo justificador do adiamento/partição
da audiência, a jurisprudência é unanime no sentido de que o juiz pode fracionar a audiência
sempre que entender necessário, seja para melhor conhecer a causa, possibilitar tempo ade-
quado às partes para melhor exercício do contraditório e ampla defesa, ou para organizar a
dinâmica de sua Vara do Trabalho.
Portanto, não há qualquer nulidade no fracionamento da audiência, embora a regra geral
seja de que a audiência deve ser una.
• Publicidade: Este princípio encontra assento no inciso IX, do art. 93, da CF, segundo o
qual todos os atos e julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, exceto
quando o sigilo for necessário para assegurar o direito à intimidade da parte.
Como ato processual, as audiências deverão ser públicas, isto é, realizadas com portas
abertas e permitido o ingresso de qualquer pessoa que desejar acompanhar o ato. A audiência
trabalhista somente não será pública se houver sido decretado segredo de justiça no processo.
E quando será decretado segredo de justiça? A matéria está tratada no art. 189 do CPC:
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I – em que o exija o interesse público ou social;
II – que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação,
alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III – em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV – que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confi-
dencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
§ 1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certi-
dões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da
sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.
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O segredo de justiça pode ser requerido pela parte ou decretado de ofício pelo juiz.
EXEMPLO
De casos que exigem a decretação de segredo de justiça no processo do trabalho: empregado
dispensado por ser portador de doença contagiosa (ex. HIV); discussão sobre assédio sexual
ocorrido na empresa; causa em que se discuta violação a segredo da empresa (ex. patente).
• Oralidade: Como já vimos na aula sobre princípios, a oralidade é um dos princípios basi-
lares do processo do trabalho.
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JURISPRUDÊNCIA
MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO À HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO
A homologação de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo
tutelável pela via do mandado de segurança.
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to acarretará revelia e confissão quanto à matéria de fato. Se a audiência for una, já consta tam-
bém na notificação inicial que a parte deverá comparecer acompanhada de suas testemunhas.
O reclamante também é notificado da audiência inicial, ficando ciente de que se não com-
parecer, o processo será arquivado e ele terá de arcar com o pagamento das custas.
A audiência será marcada para a primeira data desimpedida, observado o interregno mí-
nimo de 5 dias entre a notificação e a data de realização de audiência, para que o reclamado
possa preparar a sua defesa.
Dispõe o art. 841 da CLT:
Como vimos na aula passada, o Ministério Público tem prazo em dobro (art. 180 do CPC), de
sorte que se o MPT estiver no polo passivo da ação, o prazo entre a notificação e a data da
audiência deve ser de, no mínimo, 10 dias. Se figurar no polo passivo a União, os Estados, o
Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público, o
prazo mínimo entre a notificação e a audiência deve ser de 20 dias (DL n. 779/69, art. 1º, II: fala
em prazo em quádruplo). A notificação do MPT e da Fazenda Pública deve ser feita de forma
pessoal (por oficial de justiça) (arts. 180 e 247, III, CPC).
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Art. 813 - As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede
do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não po-
dendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente.
§ 1º - Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das audiências, median-
te edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas.
§ 2º - Sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências extraordinárias, observado o
prazo do parágrafo anterior.
Art. 816 - O juiz ou presidente manterá a ordem nas audiências, podendo mandar retirar do recinto
os assistentes que a perturbarem.
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Há uma divisão doutrinária quanto ao referido dispositivo. Parte da doutrina entende que
o representante comparece apenas para justificar a ausência e requerer o adiamento da audi-
ência. Contudo, a doutrina majoritária defende que se fosse apenas para justificar a ausência
e pedir o adiamento, o advogado mesmo poderia fazê-lo, não sendo necessário o compareci-
mento do representante. Prevalece, assim, o entendimento de que estando presente outro em-
pregado que represente o reclamante impossibilitado de comparecer, a audiência deve prosse-
guir normalmente.
Se o reclamante, por duas vezes, der causa ao arquivamento da ação, ocorrerá a peremp-
ção, prevista no art. 732 da CLT:
Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se apresentar, no
prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo,
incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça
do Trabalho.
Art. 732 - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes segui-
das, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.
Como se extrai dos dispositivos acima, a perempção (perda do direito de propor a ação) no
processo do trabalho é temporária. Decorrido o prazo de seis meses após o segundo arquiva-
mento, o reclamante poderá ajuizar novamente a ação.
Não se aplica ao processo do trabalho a perempção prevista no art. 486 do CPC (perda
total do direito de propor a ação), uma vez que a CLT possui regramento específico.
O não comparecimento do reclamado acarretará revelia e confissão quanto à maté-
ria de fato.
O reclamado deve comparecer pessoalmente à audiência ou nomear preposto para repre-
sentá-lo, cujas declarações obrigarão o proponente (Art. 843, § 1º, CLT). Desde a reforma tra-
balhista não há mais exigência de que o preposto seja empregado da empresa (Art. 843, §
3º, CLT). Pode ser qualquer pessoa que tenha conhecimento dos fatos (o conhecimento dos
fatos pode ter se dado diretamente, por ter presenciado; ou pode ter tomado conhecimento por
terceiros). Se o preposto alegar desconhecimento dos fatos, também será aplicada a pena de
confissão ficta.
O advogado do reclamado não pode cumular a função de preposto, uma vez que isso con-
traria o Código de Ética da OAB.
Como vimos, se o reclamante for ausente, haverá o arquivamento do processo. Para o re-
clamado (que normalmente é o empregador) a penalidade é mais severa: revelia e confissão
ficta. Essa diferença de tratamento entre as partes se justifica pelo princípio protetivo do pro-
cesso do trabalho.
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Inovação trazida pela reforma trabalhista Se o reclamado não comparecer à audiência ini-
cial, mas juntar contestação (e documentos, se houver) e o seu advogado estiver presente à
audiência, o juiz analisará a defesa do reclamado.
Dispõe o § 5º do art. 843 da CLT:
§ 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação
e os documentos eventualmente apresentados.
O PULO DO GATO
Não confunda com a ausência do reclamante. Se o reclamante faltar à audiência, mas seu
advogado estiver presente, mesmo assim o processo será arquivado. O processo só seguirá
se o reclamante estiver presente à audiência inicial (ou mandar um outro empregado que o
represente, caso esteja impossibilitado de comparecer).
Se uma das partes não puder comparecer ou permanecer na audiência em razão de motivo
relevante, a audiência poderá ser adiada. O que é motivo relevante? Qualquer motivo que torne
a realização ou continuação da audiência inviável ou desaconselhável (ex. alagamento do fó-
rum; a parte passar mal na audiência; audiência extremamente longa e que já expôs as partes,
os advogados e o juiz a cansaço extremo, etc.)
Dispõe, ainda, o art. 849:
Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força
maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira de-
simpedida, independentemente de nova notificação.
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O PULO DO GATO
Se o reclamante ou o reclamado comparecerem, mas o advogado não comparecer, a audiência
não será adiada, uma vez que há o jus postulandi e a parte pode prosseguir sozinha. Mas, lem-
bre-se que o jus postulandi é aplicável apenas ao empegado e empregador, então o processo,
para seguir, deve ser baseado em relação de emprego (e não de trabalho). Se for relação de
trabalho, a audiência deverá ser adiada.
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Obs.: É poderá e não deverá, pois existe também a possibilidade de apresentar defesa oral
em audiência.
d) Errada. Terminada a instrução, terão as partes, para aduzir razões finais, o prazo comum
de 10 (dez) minutos PARA CADA UMA. (Art. 850, CLT). Se fosse prazo comum, as duas partes
falariam ao mesmo tempo. Obviamente isso não pode acontecer, então é prazo de 10 minutos
para uma parte e depois 10 minutos para outra.
e) Certa. É exatamente o que diz o art. 847 da CLT.
Letra e.
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JURISPRUDÊNCIA
SÚMULA 9
AUSÊNCIA DO RECLAMANTE
A ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contestada a ação em audi-
ência, não importa arquivamento do processo.
SÚMULA 74, I
Aplica-se a pena de confissão à parte que, expressamente intimada com aquela comina-
ção, não comparece à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor.
DICA
A confissão que decorre da ausência é chamada de confissão
ficta. É diferente da confissão real, que é quando a parte chega
em audiência e conta fatos contrários ao seu interesse.
Art. 851 - Os tramites de instrução e julgamento da reclamação serão resumidos em ata, de que
constará, na íntegra, a decisão.
§ 1º - Nos processos de exclusiva alçada das Juntas, será dispensável, a juízo do presidente, o re-
sumo dos depoimentos, devendo constar da ata a conclusão do Tribunal quanto à matéria de fato.
§ 2º - A ata será, pelo presidente ou juiz, junta ao processo, devidamente assinada, no prazo impror-
rogável de 48 (quarenta e oito) horas, contado da audiência de julgamento, e assinada pelos juízes
classistas presentes à mesma audiência.
Conforme se observa, deverá constar da ata o resumo dos principais ocorridos da audiên-
cia, tais como depoimentos das partes e testemunhas, juntada de documentos e requerimen-
tos das partes. Se for proferida decisão na audiência, deverá constar a íntegra dela na ata.
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O § 2º não tem muita aplicação prática, uma vez que no processo eletrônico é dispensada
a assinatura dos presentes, bastando a assinatura digital do juiz (conforme dispõe o art. 23
da Resolução 185/2017 do CSJT). Contudo, se for celebrado acordo e não for possível assinar
imediatamente o arquivo eletrônico, a parte pode requerer que a ata seja impressa e assinada
manualmente pelas partes e pelo juiz e, após, digitalizada e inserida no PJE (art. 23, § 3º, Res.
185/2017 do CSJT).
Embora o § 2º tenha quase nenhuma aplicação prática, a matéria ainda tem sido objeto de
questionamento em concurso, então vamos estudá-la:
De acordo com o referido § 2º, a ata de audiência deve ser juntada ao processo no prazo de
48 horas. O que acontece se a ata não for juntada ao processo no referido prazo de quarenta e
oito horas? O TST tem Súmula dizendo que, nesse caso, o prazo para recurso não será contado
da data da audiência (mesmo que as partes tenham comparecido e já saído da audiência inti-
madas da sentença); mas sim da data em que a parte receber a intimação da sentença. Isso
porque sem o acesso à decisão, fica difícil a parte conseguir fazer o seu recurso. É essa a ideia
que deu origem à Súmula 30 do TST:
JURISPRUDÊNCIA
INTIMAÇÃO DA SENTENÇA
Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, contadas da audiência de julga-
mento (art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para recurso será contado da data em que a parte
receber a intimação da sentença.
O PULO DO GATO
As partes podem gravar a audiência, mesmo sem autorização judicial? Majoritariamente, sim,
uma vez que se trata de ato público. Contudo, a questão não é pacífica e existem julgados no
sentido de que é necessária a comunicação prévia a todos os envolvidos no processo, em res-
peito aos princípios da lealdade processual e da boa-fé.
Art. 815 - À hora marcada, o juiz ou presidente declarará aberta a audiência, sendo feita pelo secre-
tário ou escrivão a chamada das partes, testemunhas e demais pessoas que devam comparecer. (É
O CHAMADO PREGÃO)
Parágrafo único. Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou presidente não houver
comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das
audiências.
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Iniciada a audiência, o juiz fará a primeira proposta de acordo (art. 846 da CLT).
Se for firmado acordo, este será reduzido a termo e o processo será encerrado com reso-
lução do mérito, sendo a decisão irrecorrível (caberá apenas ação rescisória). A decisão que
homologa o acordo é irrecorrível pelas partes, afinal, o acordo é uma solução encontrada pelas
próprias partes. No entanto, poderá haver recurso do INSS, com a finalidade de discutir as con-
tribuições que lhe são devidas. De acordo com o art. 831 da CLT:
Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação.
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível,
salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas.
Se não houver acordo, pela CLT, deve-se passar à leitura da inicial e posteriormente à apre-
sentação de defesa oral pelo tempo máximo de vinte minutos. No entanto, na prática não é
adotado tal procedimento, sendo que a defesa já é introduzida no PJE, antes da audiência, de
forma escrita.
Pausa para uma observação importante: observe que coexistem as duas possibilidades
de defesa o reclamado pode apresentar sua defesa de forma oral, em audiência, no prazo
de 20 minutos (art. 847, CLT), OU juntar a defesa escrita ao PJE até a audiência (art. 847, pa-
rágrafo único, CLT).
Voltando ao procedimento da audiência Após a tentativa frustrada de acordo, o juiz
abre prazo ao reclamante para manifestação sobre a defesa e marca audiência de instrução
para nova data.
No entanto, se for seguido o rito da audiência una, o juiz concederá prazo em audiência
para que o reclamante se manifeste sobre a contestação e, em seguida, passa aos depoimen-
tos pessoais das partes e oitiva de testemunhas.
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Não há ordem estabelecida na CLT acerca da oitiva de partes e testemunhas, de sorte que
fica a critério do juiz a escolha da ordem, não havendo qualquer nulidade caso opte por ouvir
o reclamado antes do reclamante ou as testemunhas do reclamando antes das testemunhas
do reclamante.
De acordo com o art. 820 da CLT, quem faz as perguntas às partes e às testemunhas é o
juiz. As perguntas feitas pelos advogados devem ser dirigidas ao juiz, que as refaz à parte ou
testemunha que está prestando depoimento. Vejamos:
Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiri-
das, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus representantes ou advogados.
O TST, por meio do art. 11 da IN 39/2016, tornou expresso que “Não se aplica ao Processo
do Trabalho a norma do art. 459 do CPC, no que permite à inquirição direta das testemunhas
pela parte”. Portanto, continua sendo aplicável ao processo trabalhista o art. 820 da CLT.
Também é na audiência que o juiz faz o saneamento do processo, decidindo, sempre que
possível, as questões preliminares ou prejudiciais. Em audiências as partes fazem os requeri-
mentos que entenderem necessários e o juiz já os defere ou indefere. Além disso, em audiên-
cia é fixado o ônus da prova, com a possibilidade de ser aplicada a inversão do ônus da prova
(conforme será estudado em aula sobre provas).
Depois de encerrada a instrução processual (colheita das provas), as partes terão dez mi-
nutos sucessivos para apresentação de razões finais (art. 850 da CLT). Para agilizar a pauta
de audiência, muitos juízes concedem prazo para que as partes apresentem as razões finais
por escrito.
Por fim, o juiz faz uma nova tentativa de acordo. Se as partes não aceitarem, o juiz profere
imediatamente a decisão (isso se for seguir à risca a audiência una; o que na prática raramente
acontece). Na prática, os juízes encerram a audiência de instrução e proferem a decisão em ga-
binete, designando uma nova audiência (audiência de julgamento) que se restringe à publica-
ção da sentença, dela ficando cientes as partes (não ocorre uma audiência propriamente dita).
Outra possibilidade que pode ocorrer, na prática, é o juiz entender que ainda há necessida-
de de mais alguma diligência após a oitiva das partes (ex. perícia, envio de algum ofício etc.),
e marcar data para audiência de encerramento, que é o marco em que as diligências devem
estar concluídas e o processo deve seguir para julgamento, que será proferido em gabinete. É
dispensado o comparecimento das partes e dos advogados à audiência de encerramento (no
entanto, se o advogado da parte entender que é preciso fazer mais algum esclarecimento ao
juiz antes do julgamento, pode comparecer à audiência de encerramento para o fazê-lo).
Repetindo, para melhor compreensão e fixação se após a colheita das provas orais (fei-
ta em audiência de instrução), for preciso realizar mais alguma providência (ex. perícia, envio
de ofício, etc.), o juiz não vai seguir aquele procedimento de encerrar a instrução imediatamen-
te e encaminhar o processo para julgamento. O que ele fará? Marcará uma outra audiência: a
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audiência de encerramento. Na realidade, não ocorre de fato uma audiência, pois é dispensado
o comparecimento das partes e advogados (só comparecem se quiserem fazer mais algum
apontamento ao juiz). Trata-se, a bem da verdade, apenas de uma data estipulada para que o
processo esteja completo e o juiz possa declarar encerrada a instrução e encaminhar o pro-
cesso para julgamento.
A partir do encerramento da instrução (que ocorre quando o juiz declara encerrada a instru-
ção na audiência de instrução ou na audiência de encerramento, se houver), começa a contar
o prazo para que o juiz profira a sentença. Se não respeitar o prazo (de 30 dias), o juiz poderá
sofrer penalidade administrativa, mas não há nulidade no processo.
JURISPRUDÊNCIA
REVELIA. ATRASO. AUDIÊNCIA.
Inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte na audiência.
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É claro que o juiz deverá agir com razoabilidade e bom-senso na análise de cada caso concreto.
4. Revelia
De acordo com o art.844 da CLT, a revelia é o não comparecimento do reclamado à audi-
ência (Art. 844 – (...) o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão
quanto à matéria de fato). No processo trabalhista à revelia sempre foi definida como a ausên-
cia injustificada do reclamado, regularmente notificado, à audiência em que poderia apresen-
tar resposta.
Já no processo civil, à revelia é a ausência de resposta/defesa (art. 344, CPC: Art. 344. Se
o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações
de fato formuladas pelo autor.).
Portanto, tradicionalmente, à revelia do processo do trabalho sempre foi diferente da reve-
lia no processo civil.
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Retirado do https://professorepitacio.fandom.com/wiki/Organograma_da_Audi%C3%AAncia_Trabalhista, em 8/9/2021.
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Embora o caput do art. 844 da CLT continue tendo a mesma redação (e, portanto, possa-
mos continuar dizendo que no processo do trabalho a revelia decorre da ausência do reclama-
do à audiência), houve uma mudança importante com a reforma trabalhista.
Desde a implantação do PJE a contestação pode ser apresentada antes da audiência. Isso
já dificulta aquela definição que fizemos acima, de que a revelia é a ausência à audiência em
que o reclamado poderia apresentar resposta. Passamos a conviver com a possibilidade de o
reclamado contestar a ação e depois não comparecer à audiência. Já começou aí a discus-
são quanto às consequências de tal comportamento: mesmo com a defesa, haveria revelia?
A reforma trabalhista mudou ainda mais o cenário. A Lei 13.647/2017 acrescentou o § 5º ao
art. 844, estabelecendo que mesmo ausente o reclamado à audiência, devem ser analisados a
contestação e os documentos juntados.
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Existe uma segunda corrente, defendida por Mauro Schiavi, segundo a qual a revelia é a
ausência de ânimo de defesa. E se o reclamado constituiu advogado, que juntou defesa aos
autos e compareceu à audiência, houve ânimo de se defender, ainda que ele – o reclamado –
não tenha comparecido à audiência. Portanto, a apresentação de defesa e comparecimento
do advogado inibiria à revelia.
Meu amigou ou minha amiga que está estudando para concurso, essa briga é boa e traz
vários desdobramentos. Para facilitar a sua vida, vou te dizer uma coisa: o caput do art. 844 da
CLT é claro ao dizer que revelia é o não comparecimento do reclamado à audiência. E o § 5º
não diz que a apresentação de defesa e comparecimento do advogado inibe a revelia. Então,
para prova objetiva, é esse o conhecimento que você deve ter. Numa discussão mais aprofun-
dada, eu te diria que fico com a corrente do Bezerra Leite (que é exatamente o texto do 844
da CLT). Continua existindo revelia e surgem daí consequências: ex. pode haver o julgamento
antecipado da lide e o indeferimento da produção de outras provas.
REPETINDO (a repetição é a chave da memorização) REGRA GERAL O réu que não
comparece à audiência é revel e confesso quanto à matéria de fato. EXCEÇÃO se tiver sido
apresentada contestação e o advogado estiver presente à audiência, serão analisados a defe-
sa e os documentos do reclamado no processo (o que não quer dizer que não houve a revelia).
Se o revel tem advogado constituído, ótimo. O processo segue com ele e o patrono será
intimado normalmente dos atos processuais. Mas se o reclamado não comparece e não cons-
titui advogado, não será intimado de nada, exceto da sentença. Estabelece o art. 852 da CLT:
Art. 852 - Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu represen-
tante, na própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida
no § 1º do art. 841.
Por sua vez, dispõe o mencionado § 1º do art. 841 da CLT:
§ 1º - A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao
seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou
no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.
Portanto, o revel deve ser notificado pessoalmente (por correio, em comunicação com avi-
so de recebimento) da sentença. Apenas se não for encontrado ou criar embaraços é que se
fará a notificação por edital.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Não se aplica ao processo do trabalho o art. 72 do CPC, se-
gundo o qual será nomeado curador especial ao revel preso ou citado por edital.
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EXEMPLO
O reclamante pede horas extras, adicional noturno e adicional de insalubridade. O reclamado
é revel e há aplicação da pena de confissão ficta. O juiz considerará que a jornada de trabalho
alegada na inicial é verdadeira. Contudo, em relação ao pedido de adicional de insalubridade
não há como deferi-lo de plano, uma vez que depende de conhecimento técnico especializado.
Assim, somente o perito poderá dizer se o ambiente é insalubre ou não, não havendo presun-
ção de que o ambiente é insalubre em razão da revelia do reclamado. Portanto, o juiz marcará
perícia e somente após a apresentação do laudo pericial proferirá a sentença.
Mesmo sendo o reclamado revel, o reclamante não poderá alterar o pedido ou a causa de pedir
sem promover nova notificação do reclamado.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Nulidades no Processo do Trabalho, Exceções, Audiências
Priscila Margarido
EXEMPLO
O reclamante ajuizou reclamação contra a empresa prestadora de serviços de limpeza que o
contratou e contra a União, que era tomadora dos serviços da empresa prestadora. A empre-
sa é revel. 1) Se a União contesta apenas para dizer que nunca firmou contrato com a referida
empresa, as defesas não são comuns e as alegações da União não aproveitam à empresa.
Assim, não foram afastados os efeitos da revelia. 2) Agora, se a União contesta dizendo, por
exemplo, que o reclamante nunca trabalhou em horas extras, que esteve afastado do serviço
durante todo o período imprescrito da ação, etc., a defesa aproveitará à empresa prestadora e
não lhe serão aplicados os efeitos da revelia.
II – Se o litígio versar sobre direitos indisponíveis: Dispõe o art. 392, caput, do CPC: “Não
vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.”
Se o direito é indisponível, ainda que tenha ocorrido revelia não haverá confissão ficta quan-
to a tal direito.
EXEMPLO
Cuidadora ajuíza reclamação trabalhista dizendo que a empregadora se comprometeu a não
sair de casa, exceto para ir ao médico, mas que agora está querendo ir ao supermercado e à
farmácia, o que implica em nulidade do contrato. Se a reclamada for revel, não haverá confis-
são ficta, pois o direito de locomoção é indisponível.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Nulidades no Processo do Trabalho, Exceções, Audiências
Priscila Margarido
EXEMPLO
Podemos citar como documento essencial a juntada de certidão de nascimento dos filhos
quando há pedido de salário-família.
JURISPRUDÊNCIA
PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA DEFICIENTE
Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o indeferi-
mento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de documento indispensável
à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é cabível se, após
intimada para suprir a irregularidade em 15 (quinze) dias, mediante indicação precisa do
que deve ser corrigido ou completado, a parte não o fizer (art. 321 do CPC de 2015).
Se mesmo com a concessão do prazo não for juntado o documento essencial, o processo
deverá ser extinto sem julgamento do mérito (art. 330, IV, do CPC).
IV – As alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em
contradição com prova constante dos autos:
EXEMPLO
O reclamante alega que trabalhava 20 horas por dia, com intervalo de 30 minutos. É humanamen-
te impossível fazer tal jornada por um período considerável de tempo. Assim, tendo em vista que
a alegação foge à razoabilidade, não dá para considerá-la verdadeira tão somente em razão da
revelia do reclamado, devendo o juiz determinar que o reclamante faça prova de suas alegações.
• Há mais uma hipótese em que não se aplicam os efeitos da revelia: em sede de ação
rescisória. É o que estabelece a Súmula 398 do TST:
JURISPRUDÊNCIA
AÇÃO RESCISÓRIA. AUSÊNCIA DE DEFESA. INAPLICÁVEIS OS EFEITOS DA REVELIA
Na ação rescisória, o que se ataca é a decisão, ato oficial do Estado, acobertado pelo
manto da coisa julgada. Assim, e considerando que a coisa julgada envolve questão de
ordem pública, a revelia não produz confissão na ação rescisória.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Nulidades no Processo do Trabalho, Exceções, Audiências
Priscila Margarido
Por fim, é importante mencionar que se a Fazenda Pública for revel, sofrerá normalmente os
efeitos da revelia. Não se pode alegar que Fazenda Pública defenda interesse público e por isso
não lhe são aplicáveis os efeitos da revelia. Nem todos os interesses defendidos pela Fazenda
Pública são indisponíveis. E, não sendo direito indisponível, aplicam-se os efeitos da revelia.
Portanto, em relação à Fazenda Pública seguem-se as regras normais: se for questão de
direito disponível, aplicam-se os efeitos da revelia. Se for direito indisponível, não haverá os
efeitos da revelia, não por ser Fazenda Pública, mas porque é isso que diz o art. 844, § 4º, II, da
CLT, para qualquer pessoa. Em síntese diferença nenhuma para Fazenda Pública.
O TST firmou esse entendimento na OJ 152 da SDI-1 do TST:
JURISPRUDÊNCIA
REVELIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. APLICÁVEL. (ART. 844 DA CLT)
Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à revelia prevista no artigo 844 da CLT.
O tema revelia encerra a nossa aula de hoje (mas ainda nos encontraremos nos exercícios,
não é? Lembre-se da enorme importância de resolvê-los com atenção). Para encerrar o tema,
vou colocar aqui, novamente, ideias chaves para que você não as esqueça:
• no processo do trabalho, revelia é a ausência do reclamado à audiência;
• revelia e confissão ficta não são a mesma coisa. A confissão ficta (que é a presunção de
veracidade dos fatos alegados na inicial) é um dos efeitos da revelia;
• se o reclamado não comparecer à audiência, mas apresentar contestação e o advogado
comparecer, continuará havendo revelia, mas a defesa e os documentos serão analisa-
dos pelo juiz;
• se o reclamado comparece à audiência inicial, ele não é revel. Se, depois, faltar à audi-
ência de instrução (para a qual tenha sido intimado com a cominação expressa de que
iria depor e de que a ausência implicaria em confissão ficta), não será declarada revelia,
mas apenas aplicada a pena de confissão ficta.
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Nulidades no Processo do Trabalho, Exceções, Audiências
Priscila Margarido
RESUMO
1. Nulidades: a nulidade só será declarada se implicar em prejuízo ao direito de uma das
partes. E é imprescindível, no processo do trabalho (tal qual no processo civil) que a nulidade
do ato processual seja declarada, pois todo ato processual é válido e produz efeitos normal-
mente, até que seja reconhecida e decretada sua nulidade.
Nulidade absoluta ocorre quando são violadas normas de ordem pública e interesse
social. O ato será nulo. As nulidades absolutas podem ser declaradas de ofício pelo juiz e não
estão sujeitas à preclusão.
Nulidade relativa é aquela em que a norma violada é “menos importante”, por não ser
norma de ordem pública (a norma violada atende mais aos interesses da parte que ao próprio
desenvolvimento do processo). O ato é anulável. Depende da iniciativa da parte, não podendo
ser anulado de ofício pelo juiz. Ocorre preclusão.
Ato inexistente ocorre quando falta um pressuposto processual de existência. O defeito
é tão grande que o ato não pode continuar existindo, podendo ser reconhecido o defeito inde-
pendentemente de ação rescisória. A parte pode se valer da ação declaratória de inexistência
do ato processual.
Irregularidade violação de norma que não traz nenhuma consequência para o processo.
Como não influi em nada, não há sanção.
Princípios das nulidades: 1) princípio do prejuízo ou transcendência (se o ato não causar
prejuízo a nenhuma das partes, não deve ser anulado); 2) princípio da instrumentalidade das
formas ou da finalidade: (se o ato processual atingiu sua finalidade e produziu os efeitos pro-
cessuais previstos na lei, deve ser mantido); 3) princípio da convalidação: (o ato inicialmente
inválido se torna válido por não ter sido reconhecida no momento oportuno a sua invalidade)
Aplicado apenas à nulidade relativa); 4) princípio da renovação dos atos processuais viciados
ou princípio da economia processual: (deve-se buscar o máximo proveito dos atos processuais
defeituosos, sem a necessidade de declaração da nulidade); 5) princípio do aproveitamento ou
conservação dos atos processuais praticados: (a declaração da nulidade deve atingir apenas o
defeituoso e aqueles que sejam diretamente decorrentes); 6) princípio do interesse: (somente
possui interesse para arguir a nulidade a parte que tenha sido prejudicada e desde que NÃO
tenha sido ela quem deu causa àquela nulidade).
1. Exceções: As exceções são cabíveis no processo do trabalho quando a parte pretende
alegar a existência de suspeição, impedimento ou incompetência relativa.
Exceção de impedimento e de suspeição: No processo do trabalho o impedimento e a sus-
peição devem ser apresentados por meio de exceção, mas seguindo-se, no que couber, o art.
146 do CPC. A exceção será julgada pelo TRT.
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Nulidades no Processo do Trabalho, Exceções, Audiências
Priscila Margarido
O que o juiz faz quando recebe a exceção? 1º - ele pode verificar que a parte tem razão e
se dar realmente por impedido ou suspeito, ficando afastado do caso e remetendo os autos ao
seu substituto legal. 2º - se o juiz não concorda, não se enxerga como impedido ou suspeito,
deverá apresentar suas razões em 15 dias. Com as razões, o juiz deve remeter o processo ao
Tribunal para julgamento da exceção.
A exceção de suspeição ou impedimento pode ser arguida tanto pelo reclamante quanto
pelo reclamado, e deve ser feita assim que a parte tomar conhecimento do motivo que carac-
terize um impedimento ou suspeição.
Exceção de incompetência: Apenas a incompetência relativa (no caso do processo do tra-
balho, a competência relativa é a competência territorial), deve ser alegada pela parte por meio
de exceção de incompetência. A incompetência absoluta deve ser alegada na própria contes-
tação, como matéria preliminar.
A parte que apresenta exceção de incompetência em razão do lugar é sempre o reclamado,
pois o reclamante, ao ajuizar a ação, já optou pela localidade.
Se a incompetência territorial não for suscitada no momento processual oportuno (5 dias
contados da notificação, ou seja, 5 dias contados da data em que a parte foi cientificada da
ação ajuizada em seu desfavor), prorroga-se a competência (e aí o processo continuará trami-
tando no juízo que inicialmente era incompetente em razão do lugar).
Se for rejeitada a exceção de incompetência ou se for acolhida e o processo for remetido
para outra Vara para dar continuidade ao processo, não cabe recurso de imediato. Só caberá a
discussão disso lá na frente, quando a parte for recorrer da decisão final de mérito. No entanto,
existe uma exceção: se o juiz acolher a exceção de incompetência e remeter os autos à Vara
do Trabalho vinculada a outro TRT, caberá recurso de imediato (Súmula 214/TST).
3. Audiências: Princípios das audiências: 1) Presença obrigatória das partes; 2) Audiência
una ou concentração dos atos processuais numa única audiência (mas, na prática, a audiência
costuma ser fracionada); 3) Publicidade (exceto se for decretado segredo de justiça); 4) Orali-
dade; 5) Imediatidade ou imediação; 6) Conciliação.
No processo do trabalho, o recebimento da petição inicial é feito pelo diretor ou outro ser-
vidor da secretaria. O servidor recebe a inicial e já designa data para audiência, notifica a parte
reclamada informando a referida data e, ainda, que o não comparecimento acarretará revelia
e confissão quanto à matéria de fato. Se a audiência for una, já consta também na notificação
inicial que a parte deverá comparecer acompanhada de suas testemunhas.
O reclamante também é notificado da audiência inicial, ficando ciente de que se não com-
parecer, o processo será arquivado e ele terá de arcar com o pagamento das custas.
A audiência será marcada para a primeira data desimpedida, observado o interregno míni-
mo de 5 dias entre a notificação e a data de realização de audiência (MPT no polo passivo – 10
dias. Fazenda Pública no polo passivo – 20 dias).
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Depois de encerrada a instrução processual (colheita das provas), as partes terão dez mi-
nutos sucessivos para apresentação de razões finais (art. 850 da CLT). Para agilizar a pauta
de audiência, muitos juízes concedem prazo para que as partes apresentem as razões finais
por escrito.
Por fim, o juiz faz uma nova tentativa de acordo. Se as partes não aceitarem, o juiz profere
imediatamente a decisão (isso se for seguir à risca a audiência una; o que na prática raramente
acontece). Na prática, os juízes encerram a audiência de instrução e proferem a decisão em ga-
binete, designando uma nova audiência (audiência de julgamento) que se restringe à publica-
ção da sentença, dela ficando cientes as partes (não ocorre uma audiência propriamente dita).
Outra possibilidade que pode ocorrer, na prática, é o juiz entender que ainda há necessida-
de de mais alguma diligência após a oitiva das partes (ex. perícia, envio de algum ofício etc.),
e marcar data para audiência de encerramento, que é o marco em que as diligências devem
estar concluídas e o processo deve seguir para julgamento, que será proferido em gabinete. É
dispensado o comparecimento das partes e dos advogados à audiência de encerramento (no
entanto, se o advogado da parte entender que é preciso fazer mais algum esclarecimento ao
juiz antes do julgamento, pode comparecer à audiência de encerramento para o fazê-lo).
De acordo com o art. 815 da CLT, é tolerado o atraso de 15 minutos para o juiz. Em relação
às partes ou advogados não há qualquer tolerância.
4. Revelia: De acordo com o art.844 da CLT, a revelia é o não comparecimento do reclama-
do à audiência.
A Lei 13.647/2017 acrescentou o § 5º ao art. 844, estabelecendo que mesmo ausente o
reclamado à audiência, devem ser analisados a contestação e os documentos juntados. Nes-
se caso, continua existindo revelia e surgem daí consequências: ex. pode haver o julgamento
antecipado da lide e o indeferimento da produção de outras provas.
Efeitos da revelia: 1) desnecessidade de intimação do revel acerca dos atos do processo,
salvo se tiver advogado constituído nos autos; 2) julgamento antecipado da lide, salvo se hou-
ver necessidade de produção de prova pericial; 3) confissão ficta (presunção de veracidade
dos fatos alegados pelo reclamante).
Hipóteses de não aplicação dos efeitos da revelia: 1) havendo pluralidade de reclamados,
alguns deles contestar a ação; 2) Se o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 3) Se a petição
inicial não estiver acompanhada de documento essencial; 4) As alegações de fato formuladas
pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos;
5) em sede de ação rescisória.
Se a Fazenda Pública for revel, sofrerá normalmente os efeitos da revelia.
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QUESTÕES DE CONCURSO
004. (GUALIMP/PREFEITURA DE AREAL - RJ/PROCURADOR MUNICIPAL/2020) Nas nulida-
des no processo do trabalho, as mesmas deverão ser declaradas ex officio quando fundadas:
a) Em incompetência de foro.
b) Em elemento externo a relação processual que lhe tiver dado causa.
c) Em nulidades relativas.
d) Em elementos que não prejudicarem atos posteriores que dela dependam ou sejam
consequência.
a) Certa. De acordo com o § 1º, do art. 795 da CLT, deve ser declarada de ofício pelo juiz a
incompetência de foro. Como vimos na aula, a incompetência de foro mencionada no dispo-
sitivo não se refere à localidade, mas sim à matéria (foro trabalhista, foro cível, etc.). Portanto,
trata-se de competência absoluta (competência material) que pode ser conhecida de ofício
pelo juiz.
b) Errada. O juiz não pode se basear em elementos que não estejam nos autos.
c) Errada. As nulidades declaradas de ofício pelo juiz são as nulidades absolutas.
d) Errada. A declaração de nulidade deve atingir apenas o ato defeituoso e aqueles que sejam
diretamente decorrentes dele, não se estendendo aos atos validamente praticados.
Letra a.
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De acordo com o § 1º, do art. 795, da CLT, deve ser declarada de ofício pelo juiz a incompetên-
cia de foro. Isso porque se trata de incompetência absoluta (incompetência material).
Art. 795 – As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais de-
verão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.
§ 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro.
Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios.
Errado.
007. (CIEE/TRT - 10ª REGIÃO (DF E TO)/ESTAGIÁRIO - DIREITO/2019) Acerca das nulidades
e exceções no processo do trabalho, analise as seguintes proposições.
I – Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando
resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.
II – A nulidade fundada em incompetência de foro deverá ser declarada ex officio.
III – Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com sus-
pensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.
Está(ão) correta(s):
a) III, apenas.
b) I, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I, II e III.
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a) Certa. Art. 795, § 1º, CLT (por se tratar de incompetência absoluta, será declarada ex officio).
Você percebeu que esse dispositivo é muito cobrado em concursos, né? Então, para não es-
quecer: ao falar em incompetência de foro, o dispositivo está tratando de foro trabalhista, foro
cível, foro criminal etc. Portanto, o artigo dispõe sobre incompetência em razão da matéria, que
é de natureza absoluta (e por isso pode ser reconhecida de ofício pelo juiz).
b) Errada. NÃO será pronunciada quando arguida por quem lhe tiver dado causa (art. 796, b, CLT).
c) Errada. NÃO será pronunciada quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato (art.
796, a, CLT).
d) Errada. Apenas as nulidades absolutas serão declaradas independentemente de provoca-
ção das partes. As nulidades relativas dependem de provocação.
e) Errada. Não há exigência de que as nulidades sejam arguidas em incidente próprio. Podem
ser suscitadas nos próprios autos.
Letra a.
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Apenas as nulidades absolutas são declaradas de ofício pelo juiz, sendo que as relativas de-
vem ser alegadas pela parte.
Errado.
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a) Certa. Dispõe o § 2º do art. 851 da CLT que a ata de audiência deve ser juntada ao pro-
cesso no prazo de 48 horas (já vimos que isso não tem aplicação prática com o PJE; mas é
o que diz a CLT):
Se a ata não for juntada ao processo no referido prazo de quarenta e oito horas, o prazo para
recurso não será contado da data da audiência (mesmo que as partes tenham comparecido e
já saído da audiência intimadas da sentença); mas sim da data em que a parte receber a inti-
mação da sentença. Isso porque sem o acesso à decisão, fica difícil a parte conseguir fazer o
seu recurso.
Nesse sentido, a Súmula 30 do TST:
JURISPRUDÊNCIA
INTIMAÇÃO DA SENTENÇA
Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, contadas da audiência de julga-
mento (art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para recurso será contado da data em que a parte
receber a intimação da sentença.
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b) Certa. O MPT tem prazo em dobro (art. 180 do CPC). Considerando que o prazo mínimo en-
tre a notificação e a audiência é de 5 dias e que o MPT tem prazo em dobro, deverá existir um
lapso temporal mínimo de dez dias entre a ciência do MPT (que deve ser pessoal, por oficial de
justiça) e a data da audiência.
c) Certa. Art. 371 do CPC (aplicável ao processo do trabalho, como veremos na aula sobre
provas):
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver
promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
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c) Certa.
d) Errada. A regra é que realmente a audiência seja contínua (una) mas é possível o fraciona-
mento e isso não implica em nulidade.
Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força
maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira de-
simpedida, independentemente de nova notificação.
Letra c.
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Com certeza o juiz deverá arquivar a reclamação e, ainda, condenar José ao pagamento das
custas, pois jogo de futebol não é um motivo legalmente justificável para a ausência. Se José
pagar as custas, poderá ajuizar novamente a ação.
Letra c.
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a) Errada. Se, por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não
for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro
empregado que pertença à mesma empresa PROFISSÃO, ou pelo seu sindicato.
O empregado deve pertencer à mesma profissão e não à mesma empresa (ART. 843, § 2º, CLT).
b) Errada. Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das
custas, salvo se for AINDA QUE SEJA beneficiário da justiça gratuita, SALVO SE COMPROVAR,
NO PRAZO DE QUINZE DIAS, QUE A AUSÊNCIA OCORREU POR MOTIVO LEGALMENTE JUSTI-
FICÁVEL. (Art. 844, § 2º, CLT)
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c) Errada. A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de
força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou o presidente marcará a sua continuação para
a primeira desimpedida, sendo obrigatória nova notificação INDEPENDENTEMENTE DE NOVA
NOTIFICAÇÃO. (Art. 849, CLT)
d) Errada. A revelia proveniente da ausência do reclamante na audiência não produzirá efeitos
se o litígio versar sobre direitos disponíveis INDISPONÍVEIS. (Art. 844, § 4º, CLT)
e) Certa. É exatamente o que diz o art. 850 da CLT.
Letra e
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e) Errada. Se o juiz entender necessária a produção de prova oral, designará audiência, garan-
tindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no
juízo que este houver indicado como competente. Art. 800, § 3º, CLT.
Letra c.
DICA
Quando a questão estiver falando apenas em “audiência”, é
porque está se referindo à audiência una, que é a regra na CLT.
Então não precisa ficar divagando se é audiência inicial ou de
instrução. E, perceba: faltar a audiência una ou audiência ini-
cial é a mesma coisa (mesma consequência).
Certo.
Enquanto não se decidir a competência, o juiz supostamente incompetente não pode fazer
nada. Primeiro precisa ser confirmada sua competência para atuar naquele processo. Só de-
pois o juiz poderá realizar audiências e os demais atos do processo.
Certo.
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024. (CIEE/TRT - 10ª REGIÃO (DF E TO)/ESTAGIÁRIO - DIREITO/2019) No que tange às au-
diências no processo do trabalho, assinale a alternativa correta.
a) As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão realizadas entre 7 e 17 horas.
b) As audiências na Justiça do Trabalho não poderão ultrapassar 5 horas seguidas, salvo quan-
do houver matéria urgente.
c) Na audiência de julgamento é defeso ao empregador fazer-se substituir pelo gerente ou
qualquer outro preposto, ainda que tenha conhecimento do fato.
d) Aberta a audiência de julgamento, os advogados proporão a conciliação.
a) Errada. As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão realizadas entre 7 e 17 horas
8 e 18 HORAS.Art. 813, CLT.
b) Certa. Art. 813, CLT.
c) Errada. Na audiência de julgamento é defeso FACULTADO ao empregador fazer-se substituir
pelo gerente ou qualquer outro preposto, ainda que DESDE QUE tenha conhecimento do fato.
Art. 843, § 1º, CLT.
d) Errada. Aberta a audiência de julgamento, os advogados proporão O JUIZ PROPORÁ a con-
ciliação (quem preside a audiência é o juiz). Art. 846, CLT.
Letra b.
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a) Errada. Desde a reforma trabalhista (Lei 13.467/2017) o preposto não precisa mais ostentar
a condição de empregado. Art. 843, § 3º, CLT.
b) Certa. Desde a reforma trabalhista (Lei 13.467/2017) o preposto não precisa mais ostentar
a condição de empregado. Art. 843, § 3º, CLT.
c) Errada. De acordo com o Código de Ética da OAB, o advogado não pode acumular a função
de preposto.
d) Errada. As declarações do preposto sempre obrigam o proponente, por isso é que deve ser
alguém que tenha conhecimento dos fatos. Se não tiver conhecimento, será aplicada a pena
de confissão ficta. Portanto, o proponente está sempre obrigado pelo que diz ou deixa de dizer
o preposto.
e) Errada. O advogado não pode cumular a função de preposto. Além disso, o preposto não
precisa ostentar a condição de empregado.
Letra b.
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a) Errada. Não podem ultrapassar 3 (três) 5 (CINCO) horas seguidas, salvo quando houver ma-
téria urgente. (Art. 813 da CLT).
b) Errada. Sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências extraordinárias, ob-
servando-se a antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) 24 (VINTE E QUATRO) horas. (Art.
813, §§ 1º e 2º da CLT).
c) Errada. Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das audiên-
cias, mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 48
(quarenta e oito) 24 (VINTE E QUATRO) horas. (Art. 813, § 1º da CLT).
d) Certa. Art. 813, §§ 1º e 2º, CLT.
e) Errada. Não podem ultrapassar 4 (quatro) 5 (CINCO) horas seguidas, salvo quando houver
matéria urgente. (Art. 813 da CLT).
Letra d.
A apresentação de razões finais deverá ser feita no prazo de até 10 minutos após o encerra-
mento da instrução processual (ou seja, após a colheita das provas). Na prática, muitos juízes
concedem prazo para que as partes apresentem razões finais escritas (por memoriais).
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de
10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de concilia-
ção, e não se realizando esta, será proferida a decisão.
Letra a.
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A decisão que homologa o acordo é irrecorrível pelas partes, afinal, o acordo é uma solução
encontrada pelas próprias partes. No entanto, pode haver recurso do INSS, com a finalidade de
discutir os recolhimentos previdenciários.
Art. 831 – A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação.
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível,
salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas.
Letra d.
JURISPRUDÊNCIA
REVELIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. APLICÁVEL. (ART. 844 DA CLT)
Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à revelia prevista no artigo 844 da CLT.
Errado.
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a) Certa.
b) Errada. O preposto deve estar presente desde o início da audiência para que não seja decre-
tada a revelia e confissão ficta.
c) Errada. O juiz não “deverá” afastar os efeitos da revelia e confissão aplicados à Reclamada.
Excepcionalmente o juiz até poderá afastar a revelia e a confissão se entender que o motivo é
suficientemente justo para o atraso. Mas não há essa previsão em lei, então não se pode dizer
que o juiz “deverá” fazê-lo.
d) Errada. Como vimos na aula, existe divergência em relação ao assunto: parte da doutrina
e jurisprudência entende que o comparecimento do advogado e apresentação de defesa de-
monstram o interesse da parte em se defender, então não haveria revelia. Mas a corrente ma-
joritária é no sentido de que continuará havendo revelia e confissão; e apenas haverá a análise
da defesa e dos documentos para contrapor, se possível, as alegações da inicial.
e) Errada. Não existe previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte
na audiência, sendo aplicados os efeitos da revelia e confissão à Reclamada (ATÉ AQUI ESTA-
VA LINDO). ERROU AQUI: ainda, que presente a advogada, não serão aceitos a contestação e
os documentos apresentados O CERTO É: SE ESTIVER PRESENTE A ADVOGADA, SERÃO ACEI-
TOS A CONTESTAÇÃO E OS DOCUMENTOS APRESENTADOS.
Letra a.
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Sempre que o reclamante não comparece à audiência inicial ou una o processo é arquivado,
independentemente do comparecimento ou não do reclamado. No caso da questão, o recla-
mado estava representado por preposto (que não precisa ser empregado) e o reclamante não
compareceu, portanto, era mesmo caso de arquivamento.
Certo.
Desde a reforma trabalhista (Lei 13.467/2017) o preposto não precisa ser empregado da em-
presa reclamada (art. 843, § 3º, CLT).
Letra d.
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Art. 815 - À hora marcada, o juiz ou presidente declarará aberta a audiência, sendo feita pelo secre-
tário ou escrivão a chamada das partes, testemunhas e demais pessoas que devam comparecer.
Parágrafo único. Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou presidente não houver
comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das
audiências.
Letra d.
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O § 5º, do art. 844, da CLT dispõe: “§ 5 Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado
na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados”.
Portanto, ainda que o juiz entendesse que o reclamado era revel, deveria ter recebido a contes-
tação e os documentos.
Certo.
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Não houve revelia, pois após a reforma trabalhista o preposto não precisa mais ser empregado
da empresa reclamada.
Art. 843, § 3º: “§ 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser empregado da
parte reclamada.”
Errado.
O advogado presente não anexará ao processo apenas os documentos pertinentes, mas tam-
bém a defesa.
Errado.
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III – Os prazos processuais serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e
inclusão do dia do vencimento, não sendo mais contínuos e irreleváveis.
IV – O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins lucrativos,
empregadores domésticos, entidades filantrópicas, microempreendedores individuais, empre-
sas em recuperação judicial, microempresas e empresas de pequeno porte.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) II e IV.
c) I, II e IV.
d) I, III e IV.
e) I e III.
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a) Errada. A pena de perempção na Justiça do Trabalho (perda do direito de propor a ação pelo
prazo de 6 meses) somente é aplicada após o segundo arquivamento. Então, se Claudio pagar
as custas do processo arquivado, poderá ajuizar novamente a ação.
b) Errada. Ocorrerá o arquivamento da ação, que implica em extinção sem julgamento do mé-
rito. Não haverá improcedência dos pedidos (que seria extinção com julgamento do mérito).
c) Errada. A revelia é aplicada apenas ao reclamado. Claudio era o reclamante e, portanto, sua
ausência implica em arquivamento da ação.
d) Certa.
Letra d.
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c) não deve ser aplicada à revelia, em razão da presunção de legitimidade dos atos da admi-
nistração pública.
d) deve ser aplicada à revelia, desde que haja requerimento expresso na petição inicial do autor.
e) não deve ser aplicada à revelia, pois embora ausente pode apresentar a contestação ilidindo
à revelia.
A revelia deve ser aplicada normalmente, pois não se trata de caso em que a Fazenda Pública
esteja defendendo direito indisponível. O TST firmou esse entendimento na OJ 152 da SDI-1
do TST:
JURISPRUDÊNCIA
REVELIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. APLICÁVEL. (ART. 844 DA CLT)
Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à revelia prevista no artigo 844 da CLT.
Letra b.
a) Errada. Se a reclamada for a Fazenda Pública e os direitos forem disponíveis, opera-se nor-
malmente a revelia (OJ 152, citada acima).
b) Errada. Não importa o que a parte tenha juntado de provas com a inicial, pois as provas se-
rão produzidas essencialmente na audiência. Apenas se faltar documento que a lei diga que é
indispensável à propositura da ação, aí sim não se aplicará a revelia.
c) Certa. Art. 844, § 4º, I, CLT.
d) Errada. Não ocorrerá a revelia se a petição inicial não estiver acompanhada de documentos
INDISPENSÁVEIS à prova das alegações. Art. 844, § 4º, III, CLT. No processo do trabalho, os
fatos são provados essencialmente em audiência. Portanto, somente não haverá a revelia se a
inicial não estiver acompanhada de algum documento que a lei determine como indispensável
(e não simplesmente hábil a provar o fato. Se não houver documento hábil, a parte pode provar
de outra maneira. Agora, se faltar documento indispensável, aí não tem jeito).
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e) Errada. Não se aplicará à revelia se as alegações de fato forem inverossímeis OU não ESTI-
VEREM em contradição com a prova constante dos autos. Art. 844, § 4º, IV, CLT.
Letra c.
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GABARITO
4. a 28. c
5. c 29. d
6. E 30. a
7. d 31. d
8. a 32. E
9. a 33. e
10. b 34. e
11. d 35. a
12. E 36. a
13. d 37. C
14. c 38. d
15. C 39. d
16. c 40. a
17. a 41. C
18. c 42. E
19. c 43. C
20. e 44. E
21. c 45. e
22. C 46. E
23. C 47. d
24. b 48. b
25. c 49. c
26. b 50. a
27. b
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REFERÊNCIAS
_____Consolidação das Leis Trabalhistas. Brasília: Senado Federal, 1943.
_____LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 17ª edição. Edi-
tora Saraiva. 2019.
______SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 17ª edição. Editora Jus Po-
divm. 2021
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Formada em Direito pela Universidade Católica Dom Bosco (2005). Pós-graduação em Direito do Trabalho
e Processo do Trabalho pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal
(Uniderp). Juíza do Trabalho – Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região –, ocupando o cargo de
Presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 24ª Região. Professora universitária da
Faculdade Unigran Capital. Autora do livro A Vaga é Sua, sobre como se preparar para concursos.
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