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RESOLUÇÃO DE CASOS PRÁTICOS

Para o estudante de Direito, não é novidade nenhuma o facto de haver aquele momento
reservado, especialmente, para colocar em prática os conhecimentos ora aprendidos no
curso. A essa experiência damos o nome de resolução de casos “CASOS PRÁTICOS”.
Este último, por sua vez, em meras palavras, pode ser definida como processo de pôr em
prática tudo quanto foi aprendido no curso de Direito com vista a dar resolução a um caso
que clama por solução jurídica.
Importa salientar que este é um exercício que não segue, necessariamente, um padrão
quanto a sua resolução, isto é, uma forma pré-estabelecida para tal. Assim, cada indivíduo no
momento da resulução é livre de usar as ferramentas e mecanismos que achar necessários
para alcançar os melhores resultados possíveis face a cada problema/caso. Vale lembrar que
a cada problema/caso há, naturalmente, a devida matéria a qual o direito dá forma. Portanto,
já é notório esse carácter de heterogeneidade em relação aos métodos que podem ser usados
para o efeito da resolução de casos práticos.
Ora, o facto de a resolução de casos práticos não seguirem, necessariamente, um padrão, não
causa implicação nenhuma na sua resolução, nem tampouco compromete a existência de
procedimentos ou etapa para se chegar ao objetivo. Isto é, assim como qualquer outro
exercício carece de passos a seguir para a sua resolução, a resolução de casos práticos não
escapa a essa condição.
Nestes termos, apresentamos aqui algumas das mais comuns e famosas etapas que devem
ser seguidas ou, simplesmente, ter-se em conta caso queiramos obter êxito na resolução de
casos práticos:
1. Após uma profunda e minuciosa leitura, faz-se o ENQUADRAMENTO do caso em
causa; ou seja, neste primeiro passo faz-se o encache ou, basicamente, o
enquadramento do caso/problema à sua matéria jurídica, pois como já sabemos, cada
matéria da sociedade possui, categoricamente, a sua base jurídica. Logo, é,
crucialmente, necessário antes de nada identificar qual é o instituto ou a matéria de
direito a qual o referido caso/problema se enquadra. Este mesmo enquadramento é,
comummente, feito da seguinte forma:
 Identificação genérica; consiste num enquadramento mais âmplo ou
abrangente do caso em causa. Ex.: O referido caso remetente-nos ao campo
do Direito Público…
 Identificação específica; ao contrário da genérica, consiste, basicamente, em
procurar ser mais específico no enquadramento do referido caso. Ex.: …mais
especificamente em sede de Direito Constitucional… ou Direito
Administrativo…
2. Em função do enquadramento ora feito em relação à matéria jurídica do caso,
teremos já a ideia de quais legislações (leis) usaremos para a sua resolução. Eis,
então, o foco desse passo, IDENTIFICAÇÃO DAS LEIS necessárias e aplicáveis. Neste
passo, sucintamente, identificam-se as leis a aplicar para a resolução do respectivo
caso. Ex.: Constituição da república, Código Civil, etc.
3. Identificar e discernir as FIGURAS JURÍDICAS RELEVANTES no referido caso; os casos
práticos costumam a ser constituídos, na sua maioria, por termos técnicos e não
só…bem como alguns aspectos subjacentes que carecem de uma certa especificação
para o seu mais claro entendimento. A esses aspectos tampouco claros e termos
técnico-jurídicos, recebem o nome de figuras jurídicas relevantes e, esse passo, tem
por base discernir, tornar claro ou explicar esses mesmo elementos do caso a fim de
tornar o caso mais organizado e, sobretudo, de acessível compreensão para aqueles
que fazem parte da comunidade jurídica e não só.
4. O passo seguinte é opcional, pois dependerá muito do caso em questão, de quem
resolve e das circunstâncias em que o mesmo é resolvido; refere-se a fazer recurso à
a mecanismos como doutrina ou até mesmo noutras instâncias à jurisprudência, isto,
somente, quando for necessário. Claramente que a lei não pode faltar, todavia é como
já foi supra-salientado “não há uma forma pré-estabelecida de empregar os
diferentes tipos de mecanismos na resolução de um caso/problema, sendo que temos
a nosso dispor inúmeras ferramentas para o efeito”,logo, daí a opcionaliedade.
5. Concluir a resolução caso dando uma solução em função do nosso posicionamento
relativamente aos passos anteriormente descritos e vinculada, acima de tudo, à
base legal e, se possível, a base doutrinal; sinteticamente, este último passo consiste
em dar um remate final no caso prático, concluindo o mesmo em virtude da nossa
compreensão, mas tendo, acima de tudo, base legal na solução do problema. Ex.:
Portanto, nestes termos e nos mais de Direito, em suma, é possível inferir que com
base no artigo X da lei Y…

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