Você está na página 1de 9

Posfácio

Tema do Capítulo: O posfácio retrata sucintas modificações no pensamento de Thomas


Kuhn, graças às reações de diversos críticos que fizeram o autor reconhecer mal-entendidos e
dificuldades em suas formulações iniciais.

Resumo:

 Thomas Kuhn acredita que “muitas das dificuldades-chaves do meu (Thomas Kuhn)
texto original agrupam-se em torno do conceito de paradigma”. (KUHN, 2022, p.
218)
 O capítulo é dividido em sete subcapítulos enumerados.
o No primeiro subcapítulo, Thomas Kuhn propõe a “conveniência de desligar
esse conceito da noção de comunidade científica” (KUHN, 2022, p. 218),
indicando como isso pode ser feito e discutindo consequências dessa
separação.
o No segundo subcapítulo, Kuhn discute sobre o primeiro sentido do termo
paradigma, chamado de sociólogo.
o No terceiro subcapítulo, Thomas Kuhn se devota “aos paradigmas enquanto
realizações passadas dotadas de natureza exemplar” (KUHN, 2022, p. 218)
o Os subcapítulos quatro e cinco buscam falar sobre as “controvérsias e mal-
entendidos que o livro evocou” ao falar sobre os paradigmas em seu segundo
sentido (KUHN, 2022, p. 219).
o O subcapítulo seis examina a acusação de que a concepção de ciência
desenvolvida no livro de Kuhn é “totalmente relativista” (KUHN, 2022, p.
219)
o O último subcapítulo, sendo este o sétimo, inicia questionando se a
argumentação do autor “realmente sofre, como tem sido dito, de uma confusão
entre o descritivo e o normativo”. O subcapítulo finaliza com “observações
sumárias a respeito de um tópico merecedor de um ensaio em separado: a
extensão na qual as teses principais do livro podem ser legitimamente
aplicadas a outros campos além da ciência” (KUHN, 2022, p. 219)
 O primeiro subcapítulo, intitulado de Os paradigmas e a estrutura da comunidade,
inicia com o conceito de paradigma, sendo esse “aquilo que os membros de uma
comunidade partilham”, e com o conceito de comunidade científica, consistindo em
“homens que partilham um paradigma” (KUHN, 2022, p. 219).
 Para Kuhn, as comunidades podem e devem ser isoladas do acesso aos paradigmas
sem aviso prévio. Com isso, “esses (paradigmas) podem ser descobertos através do
escrutínio do comportamento dos membros de uma comunidade dada” (KUHN, 2022,
p. 219-220).
 De acordo com Thomas Kuhn, “uma comunidade científica é formada pelos
praticantes de uma especialidade científica” que “foram submetidos a uma iniciação
profissional e a uma educação similares, numa extensão sem paralelos na maioria das
outras disciplinas” (KUHN, 2022, p. 220).
 As comunidades científicas absorvem a mesma literatura técnica e retiram as mesmas
lições. Essas “literatura-padrão marcam os limites de um objeto de estudo científico e
em geral cada comunidade possui um objeto de estudo próprio” (KUHN, 2022, p.
220-221).
 Existem comunidades científicas que abordam um mesmo objeto de estudo, porém
seus pontos de vista são incompatíveis. Dentro das comunidades “a comunicação é
relativamente ampla e os julgamentos profissionais relativamente unânimes”.
(KUHN, 2022, p. 221).
 “Uma vez que a atenção de diferentes comunidades científicas está focalizada sobre
assuntos distintos, a comunicação profissional entre grupos é, algumas vezes, árdua”.
(KUHN, 2022, p. 221)
 Thomas Kuhn cita uma séria de temas que considera importante, como aquilo que ele
chamou de “a transição do período pré-paradigmático para o pós-paradigmático
durante o desenvolvimento dê um campo científico” (KUHN, 2022, p. 222).
 "Oque muda com a transição à maturidade não é a presença de um paradigma, mas
antes a sua natureza. Somente depois da transição é possível a pesquisa normal
orientada para a resolução de quebra-cabeças” (KUHN, 2022, p. 223).
 Um segundo tema referido nesse capítulo seria a “identificação biunívoca implícita
neste livro entre comunidades científicas e objetos de estudo científicos” (KUHN,
2022, p. 223).
 “Um paradigma governa, em primeiro lugar, não um objeto de estudo, mas um grupo
de praticantes da ciência” (KUHN, 2022, p, 224)
 Thomas Kuhn afirma que as revoluções não precisam das crises para ocorrer,
podendo serem originadas através de outros métodos, porém é algo raro de acontecer.
 O segundo subcapítulo do posfácio apresenta o título de “Os paradigmas como a
constelação dos compromissos de grupo”. Essa parte do capítulo se refere a falar do
ponto mais importante do texto de Kuhn, os paradigmas.
 Em sua obra, Thomas Kuhn menciona que uma leitora simpatizante concluiu que
existem pelo menos vinte e duas maneiras de diferentes de utilizar o termo
“paradigma”. Para o autor, “a maioria dessas diferenças é devida a incongruências
estilísticas” (KUHN, 2022, p. 226).
 Em seu texto original, Kuhn responde à pergunta de “o que explica a relativa
abundância de comunicação profissional e a relativa unanimidade de julgamentos
profissionais” entre membros de uma comunidade científica com o termo
“paradigma”. Contudo, para o autor, o termo é inapropriado, tendo como substituto o
termo “matriz disciplinar” (KUHN, 2022, p. 226).
 Para Thomas Kuhn, “todos ou quase todos os objetos de compromisso grupal” que,
em seu texto original, designa como “paradigma, partes de paradigma ou
paradigmáticos, constituem essa matriz disciplinar” (KUHN, 2022, p. 226-227).
 De acordo com o autor, “o poder de uma ciência parece aumentar com o aumento de
generalizações simbólicas que os praticantes têm ao seu dispor” (KUHN, 2022, p.
227).
 Essas generalizações se parecem com as leis da natureza, mas, para os membros do
grupo, não possuem apenas essa função.
 Thomas Kuhn diz em seu texto que “as leis podem ser gradualmente corrigidas, mas
não as definições, que são tautológicas” (KUHN, 2022, p. 228)
 Um “segundo componente da matriz disciplinar” seria os “paradigmas metafísicos”
ou “partes metafísicas dos paradigmas”. De acordo com Kuhn, os paradigmas
metafísicos “fornecem ao grupo as analogias ou metáforas preferidas ou permissíveis”
(KUHN, 2022, p. 228-229).
 “O terceiro grupo de elementos da matriz disciplinar que descreverei (Kuhn) é
constituído por valores. Em geral são mais amplamente partilhados por diferentes
comunidades do que as generalizações simbólicas ou modelos” (KUHN, 2022, p.
229).
 Esse terceiro elemento tem como grande contribuição “proporcionar aos especialistas
em ciências da natureza um sentimento de pertencerem a uma comunidade global”
(KUHN, 2022, 229).
 “Algumas vezes a aplicação dos valores é consideravelmente afetada pelos traços da
personalidade individual e pela biografia que diferencia os membros do grupo”
(KUHN, 2022, p. 230).
 Kuhn menciona um quarto elemento da matriz disciplinar, chamado por ele de
“exemplares”, sendo esse termo “as soluções concretas de problemas que os
estudantes encontram desde o Início de sua educação científica, seja nos laboratórios,
exames ou no fim dos capítulos dos manuais científicos” (KUHN, 2022, p. 232).
 O terceiro subcapítulo é chamado de Os paradigmas como exemplos
compartilhados. “O paradigma enquanto exemplo compartilhado é o elemento
central daquilo que atualmente me parece ser o aspecto mais novo e menos
compreendido deste livro” (KUHN, 2022, p. 232)
 “Os cientistas resolvem quebra-cabeças modelando-os de acordo com soluções
anteriores, frequentemente com um recurso mínimo e generalizações simbólicas”
(KUHN, 2022, p. 235)
 O subcapítulo de número quatro apresenta como título Conhecimento tácito e
intuição. Thomas Kuhn percebeu que “alguns leitores tiveram a impressão de que eu
tentava assentar a ciência em intuições individuais não-analisáveis e não sobre a
Lógica e as leis”. (KUHN, 2022, p. 237).
 Primeiramente, para o autor, essas intuições não são individuais. De acordo com
Kuhn, “São antes possessões testadas e compartilhadas pelos membros de um grupo
bem sucedido. O novato adquire-as através do treinamento, como parte de sua
preparação para tornar-se membro do grupo” (KUHN, 2022, p. 237)
 Em segundo lugar, para Kuhn, “elas não são, em princípio, impossíveis de analisar”.
(KUHN, 2022, p. 237)
 Thomas Kuhn esclarece sobre seu argumento central (KUHN, 2022, p.237):

Quando falo de conhecimento baseado em exemplares partilhados, não estou me


referindo a uma forma de conhecimento menos sistemática ou menos analisável que
o conhecimento baseado em regras, leis ou critérios de identificação. Em vez disso,
tenho em mente uma forma de conhecimento que pode ser interpretada
erroneamente, se a reconstruirmos em termos de regras que primeiramente são
abstraídas de exemplares e que a partir daí passam a substituí-los.
 Kuhn afirma que “estímulos muito diferentes podem produzir a mesma sensação; o
mesmo estímulo pode produzir sensações muito diferentes; e, finalmente, o caminho
que leva do estímulo à sensação é parcialmente determinado pela educação” (KUHN.
2022, p. 238).
 Kuhn afirma que:

“Indivíduos criados em sociedades diferentes comportam-se, em algumas ocasiões,


como se vissem coisas diferentes. Se não fôssemos tentados a estabelecer uma
relação biunívoca entre estímulo e sensação, poderíamos admitir que tais indivíduos
realmente vêem coisas diferentes.”

 Thomas Kuhn diz em seu posfácio que “nosso mundo é povoado, em primeiro lugar,
não pelos estímulos, mas pelos objetos de nossas sensações e esses não precisam ser
os mesmos de indivíduo para indivíduo, de grupo para grupo” (KUHN, 2022, p. 239).
 O autor pressupõe que membros de um mesmo grupo apresentam estímulos quase
iguais e, por isso, conseguem se comunicar e se entender quase que perfeitamente.
 Kuhn considera o uso da palavra "conhecimento” inadequada, porém, que há diversas
razões para utilizá-la. “Não temos acesso direto ao que conhecemos, nem regras ou
generalizações com as quais expressar esse conhecimento” (KUHN, 2022, p. 242)
 “O que a percepção deixa para a interpretação completar depende drasticamente da
natureza e da extensão da formação e da experiência prévias” (KUHN, 2022, p. 244)
 O subcapítulo cinco do profácio se apresenta como Exemplares,
incomensurabilidade e revoluções. Aqui, Kuhn ressalta que o subcapítulo anterior
esclarece mais um aspecto de seu livro: “minhas observações sobre a
incomensurabilidade e suas consequências para os cientistas que debatem sobre a
escolha entre teorias sucessivas.” (KUHN, 2022, p. 244)
 Thomas Kuhn afirma que “as partes que intervêm em tais debates inevitavelmente
vêem de maneira distinta certas situações experimentais ou de observação a que
ambas têm acesso”. O autor diz que “os vocabulários com os quais discutem tais
situações consistem predominantemente dos mesmos termos, as partes devem estar
vinculando estes termos de modo diferente à natureza”, o que torna a comunicação
parcial (KUHN, 2022, p. 244)
 Kuhn diz que “a superioridade de uma teoria sobre outra não pode ser demonstrada
através de uma discussão”, mas que é necessário “convencer através da persuasão”
(KUHN, 2022, p. 244).
 “Não existem algoritmos neutros para a escolha de uma teoria. Nenhum procedimento
sistemático de decisão, mesmo quando aplicado adequadamente, deve
necessariamente conduzir cada membro de um grupo a uma mesma decisão” (KUHN,
2022, p. 246)
 Kuhn afirma que quem toma as decisões efetivas não são os membros individuais,
mas sim a comunidade de especialistas.
 O autor, Thomas Kuhn (2022, p. 246) diz que:

“precisamos entender a maneira pela qual um conjunto determinado de valores


compartilhados entra em interação com as experiências particulares comuns a uma
comunidade de especialistas, de tal modo que a maior parte do grupo acabe por
considerar que um conjunto de argumentos é mais decisivo que outro.”

 “Parte das diferenças é anterior à utilização das linguagens, mas, não obstante, reflete-
se nelas” (KUHN, 2022, p. 247)
 Kuhn argumentava que, apesar de dois homens utilizarem de uma linguagem
semelhante, das mesmas palavras, que apresentam uma história comum, seria difícil e
desconfortável para eles “descobrirem muita coisa a respeito da maneira como
diferem”. Para Kuhn, “as técnicas exigidas para isso não são nem simples, nem
confortáveis, e nem mesmo parte do arsenal habitual do cientista”. O autor reflete,
dizendo que “Os cientistas raramente as reconhecem exatamente pelo que são e
raramente as utilizam por mais tempo do que o necessário para realizar uma
conversão ou convencerem-se a si mesmos de que ela não será obtida” (KUHN, 2022,
p. 248).
 “O que resta aos interlocutores que não se compreendem mutuamente é
reconhecerem-se uns aos outros como membros de diferentes comunidades de
linguagem e a partir daí tornarem-se tradutores” (KUHN, 2022, p. 248).
 Thomas Kuhn diz que é necessário buscar vocabulários comuns entre os dois grupos (ou no
interior do mesmo grupo) e usufruir dessa linguagem. Caso necessário, Kuhn também aceita o
uso da linguagem cotidiana para facilitar a comunicação.
 “Cada um terá aprendido a traduzir para sua própria linguagem a teoria do outro, bem
como suas consequências e, simultaneamente, a descrever na sua linguagem o mundo
ao qual essa teoria se aplica” (KUHN, 2022, p. 249).
 A tradução, para Kuhn, é um “instrumento potente de persuasão e conversão pois
permite aos participantes de uma comunicação interrompida experimentarem
vicariamente alguma coisa dos méritos e defeitos recíprocos”. Contudo, para o autor,
“a persuasão não necessita ser bem sucedida e, se ela o é, não necessita ser
acompanhada ou seguida pela conversão” (KUHN, 2022, p. 249).
 Kuhn (2022, p. 249) diz em seu posfácio:

“Penso que persuadir alguém é convencê-lo de que nosso ponto de vista é superior e
por isso deve suplantar o seu. Ocasionalmente chega-se a esse resultado sem
recorrer a nada semelhante à suma tradução. Na ausência dessa última, muitas
explicações e enunciados de problemas endossados pelos membros de um grupo
científico serão opacos para os membros de outro grupo.”

 Persuadir pessoas novas na profissão é mais fácil que persuadir pessoas mais velhas,
pois, por serem novas, ainda não estão adeptas ao vocabulário e diversas ideias de
diversos grupos podem adentrar em sua mente.
 Para Kuhn, existe um segundo aspecto da tradução, sendo essa “de longa data familiar
a linguistas e historiadores” e apresentando uma importância crucial. Khun diz que
“traduzir uma teoria ou visão de mundo na sua própria linguagem não é fazê-la sua” e
que, para isso, “é necessário utilizar essa língua como se fosse nossa língua materna,
descobrir que se está pensando e trabalhando — e não simplesmente traduzindo —
uma língua que antes era estranha” (KUHN, 2022, p. 250).
 “Essa transição não é daquelas que possam ser feitas ou não através de deliberações e
escolhas, por melhores razões que se tenha para desejar proceder desse modo”
(KUHN, 2022, p. 250)
 O sexto subcapítulo do posfácio é titulado de Revoluções e relativismo. Nesse
subcapítulo, o autor menciona que os críticos consideram sua perspectiva relativista.
Kuhn diz que “os defensores de teorias diferentes são como membros de comunidades
de cultura e linguagem diferentes. Reconhecer esse paralelismo sugere, em certo
sentido, que ambos os grupos podem estar certos”. Com isso, Kuhn afirma que “essa
posição é relativista, quando aplicada à cultura e seu desenvolvimento” (KUHN,
2022, p. 251).
 Thomas Kuhn fala que “quando aplicada à ciência, ela pode não sê-lo e, de qualquer
modo, está longe de um simples relativismo”. Assim, o autor argumenta que
“tomados como um grupo ou em grupos, os praticantes das ciências desenvolvidas-
são fundamentalmente indivíduos capazes de resolver quebra-cabeças” (KUHN, 2022,
p. 251).
 Kuhn (2022, p. 252) também diz que:

“Embora os valores aos quais se apeguem em períodos de escolha de teoria derivam


igualmente de outros aspectos de seu trabalho, a habilidade demonstrada para
formular e resolver quebra-cabeças apresentados pela natureza é, no caso de um
conflito de valores, o critério dominante para muitos membros de um grupo
científico. Como qualquer valor, a habilidade para resolver quebra-cabeças revela-
se equívoca na aplicação. Dois indivíduos que a possuam podem, apesar disso,
diferir quanto aos julgamentos que extraem de seu emprego.”

 O autor menciona que “o comportamento de uma comunidade que torna tal valor
preeminente será muito diverso daquela que não procede dessa forma” (KUHN, 2022, p.
252).
 Thomas Kuhn acredita que “As teorias científicas mais recentes são melhores que as mais
antigas, no que toca à resolução de quebra-cabeças nos contextos frequentemente
diferentes aos quais são aplicadas” (KUHN, 2022, p. 252-253).
 Kuhn também menciona que “uma teoria científica é considerada superior a suas
predecessoras não apenas porque é um instrumento mais adequado para descobrir e
resolver quebra-cabeças, mas também porque, de algum modo, apresenta uma visão mais
exata do que é realmente a natureza”. Ele menciona que, frequentemente, é ouvido dizer
que “teorias sucessivas se desenvolvem sempre mais perto da verdade ou se aproximam
mais e mais desta” (KUNH, 2022, p. 253).
 Contudo, Kuhn pensa que essas generalizações não se referem às “soluções de quebra-
cabeça” ou “predições concretas derivadas de uma teoria”, mas que “se referem à sua
ontologia, isto é, ao ajuste entre as entidades com as quais a teoria povoa a natureza e o
que ‘está realmente aí’” (KUHN, 2022, p. 253).
 O último subcapítulo do posfácio tem como título A natureza da Ciência. Kuhn conclui
com “uma breve discussão das duas reações frequentes ao meu texto original, a primeira
crítica, a segunda favorável, e nenhuma, no meu entender, totalmente correta” (KUNH,
2022, p. 254).
 A primeira reação ao seu texto, a crítica, se refere a Kuhn passar do descritivo ao
normativo e vice-versa. Os críticos de seu texto dizem Kuhn está “confundindo descrição
com prescrição, violando dessa forma o teorema filosófico tradicionalmente respeitado: O
‘é’ não implica o ‘deve’”. O autor argumenta que o “é” e o “deve” não estão tão
separados (KUHN, 2022, p. 254)
 Kuhn (2022, p. 254) menciona que:

“As páginas precedentes apresentam um ponto de vista ou uma teoria sobre a


natureza da ciência e, como outras filosofias da ciência, a teoria tem consequências
no que toca à maneira pela qual os cientistas devem comportar-se para que seu
empreendimento seja bem sucedido.”

 Kuhn (2022, p. 255) finaliza o posfácio respondendo a um último tipo de reação:


“Vários daqueles que retiraram algum prazer da leitura do livro reagiram assim não
porque ele ilumina a natureza da ciência, mas porque consideraram suas teses
principais aplicáveis a muitos outros campos. Percebo o que querem dizer e não
gostaria de desencorajar suas tentativas de ampliar esta perspectiva, mas apesar
disso fiquei surpreendido com suas reações.”

 Thomas Kuhn diz que seu livro “visava também apresentar uma outra proposição, que
não se apresentou de maneira tão visível para muitos de seus leitores”. Ele menciona que,
“embora o desenvolvimento científico possa assemelhar-se ao de outros domínios muito
mais estreitamente do que o frequentemente suposto, possui também diferenças notáveis”,
a ciência progredindo de forma bem diferente das outras áreas de estudo (KUHN, 2022,
p. 256).
 Assim, Kuhn finaliza seu posfácio com o seguinte pensamento: “O conhecimento
científico, como a linguagem, é intrinsecamente a propriedade comum de um grupo ou
então não é nada. Para entendê-lo, precisamos conhecer as características essenciais dos
grupos que o criam e o utilizam" (KUHN, 2022, p. 257).

Você também pode gostar