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QUESTÃO 1.
Segundo Michel Foucault, “as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos XVII e XVIII as
fórmulas gerais da dominação”. Tais fórmulas diferem da escravidão, “pois não se fundamentam
numa relação de apropriação dos corpos”. Elas consistem num “trabalho sobre o corpo, uma
manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus comportamentos”.
FOUCAULT, M. Os corpos dóceis. In: FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 164.
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QUESTÃO 2.
Mas se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é.
Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele é e de
lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. E, quando dizemos que o homem é
responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela sua restrita
individualidade, mas que é responsável por todos os homens.
SARTRE, Jean-Paul. “O existencialismo é um humanismo”. Trad. Vergílio Ferreira. Lisboa: Presença, 1970. Apud
ARANHA, M. L. de Arruda e MARTINS, M. H. Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2016, p. 193.
(Fragmaneto)
a) o conceito de existência.
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b) o conceito de responsabilidade.
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QUESTÃO 3.
Zaratustra desceu sozinho pela montanha, sem deparar com ninguém. Chegando aos bosques,
porém, viu subitamente um homem velho, que havia deixado sua cabana sagrada para colher raízes
na floresta. E assim falou o velho a Zaratustra:
- Não me é estranho esse andarilho: por aqui passou há muitos anos. Chamava-se Zaratustra; mas
está mudado. Naquele tempo levavas tuas cinzas para os montes: queres agora levar teu fogo para
os vales?
NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra. São Paulo: Editora Martin Claret, 2003.
RELACIONE as “cinzas” e o “fogo” do trecho acima à transmutação dos valores defendida por
Nietzsche.
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QUESTÃO 4.
“Com Copérnico o homem deixou de estar no centro do universo. Com Darwin o homem deixou de
ser o centro do reino animal. Com Marx o homem deixou de ser o centro da história (que aliás não
possui um centro). Com Freud o homem deixou de ser o centro de si mesmo.”
Eduardo Prado Coelho (In.) ARANHA, M. L. de Arruda e MARTINS, M. H. Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São
Paulo: Moderna, 2016.
EXPLIQUE porque a noção de incosciente, na estrutura da mente humana proposta por Freud, fez
com que o homem deixasse de ser o centro de si mesmo.
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Resposta sugerida para a Questão 1.
Foucault difere a dominação moderna daquela que vigorou na Idade Média ou em sociedades
escravocratas. A moderna dominação disciplinar, estabelece dispositivos como a vigilância, a
regulação e a hierarquia, capazes de docilizar dos corpos, por meio do controle sutil sobre o
comportamento dos indivíduos. Essa forma de dominação difere da dominação do senhor sobre o
escravo, pois esta última se fundamenta na posse do corpo do escravo pelo senhor e pelo uso de
técnicas explicitas de controle e violência física. Já a dominação disciplinar se dá através de
mecanismos sutis, que são subjetivados pelos próprios indivíduos. Assim, o poder é exercido a partir
de mecanismos que possibilitam vigiar os corpos para controlá-los, e, dessa forma, discipliná-los,
como ocorre no caso do panóptico.
b) Sartre entende que o indivíduo, na sua liberdade de escolha, afeta a si e a outros indivíduos,
o que implica em responsabilidade. Para o filósofo, não há nada que possa eximir o homem da sua
condição de liberdade e, como consequência, de sua responsabilidade diante das suas escolhas e
dos seus atos. Se o ser humano é livre para fazer escolhas, as escolhas que faz no uso de sua
liberdade são de sua completa e única responsabilidade. Como não possui essência, a liberdade de
escolha e a responsabilidade sobre ela gera, nos indivíduos, angústia, pois a escolha é a afirmação
daquilo que se escolhe, o que implica em responsabilidade. Com efeito, ao escolher algo e,
consequentemente, afirmar o seu valor, o indivíduo torna-se responsável não só por si, mas também
por suas escolhas diante dos outros indivíduos.
A compreensão da mente humana elaborada por Sigmund Freud tirou o homem do centro de si
mesmo, porque o pensador afirma que a parte consciente de nossa mente representa apenas uma
pequena fração de seu total. Aliado a isso, a teoria freudiana diz que parte de nossas preferências e
escolhas é condicionada por nosso inconsciente, ou seja, o ser humano, que já se considerou o
centro do universo, não é capaz de controlar nem a si próprio, de acordo com Freud.