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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DA PARAÍBA

CENTRO DE EDUCAÇÃO
ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO CABO BRANCO
CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS

CAD PM 1º ANO VALENTIM                                      MATRÍCULA: 531.273-6

DISCIPLINA: HISTÓRIA DA PMPB DATA: 14/04/2021


DESCRIÇÃO: Estudo dirigido sobre as circunstâncias social, política e econômica em
que se deu a Revolta do Quebra Quilos, do mesmo modo a participação da PMPB no
movimento, na manutenção da ordem pública na Província da Parahyba do Norte.
Sob a perspectiva das obras do Cel. João Batista( A Briosa) e do autor Luciano
Mendonça( Derramando Susto: Os escravos e o Quebra Quilos em Campina Grande), percebe-
se que a revolta do Quebra quilos, ocorrida em meados de 1870 na região do município de
Campina Grande( o início se deu nas imediações do atual município de Fagundes) se deu num
contexto de abalos sociais, econômicos e políticos tanto no âmbito nacional quanto no da, à
época, região norte.

As principais motivações para esse cenário foram: O desgaste do Império devido à questão
religiosa, as leis de caráter abolicionistas que causavam efeitos diversos no cenário social
nacional (destaca-se o tráfico negreiro dentre as províncias), a crescente perda de força
econômica da área que compreende o atual Nordeste e a mudança do sistema métrico( foi uma
espécie de estopim para o movimento).

Diante de toda essa realidade, grupos de revoltosos quebraram sistemas de medidas, invadiram
cadeias, queimaram papéis de caráter documental e realizaram outras diversas ações, inclusive
com o uso da violência contra proprietários e autoridades públicas. A obra de Luciano de
Mendonça retrata esse contexto sob um viés historiográfico crítico que considera a atuação da
população escrava nessa revolta, destacando sua participação no movimento, tanto obedecendo
às ordens dos seus senhores, quanto lutando pela liberdade, fatos esses que eram
sistematicamente omitidos pela historiografia do século XIX e XX.

Na obra do Cel. João Batista discorre-se, de maneira mais apurada, sobre a atuação da “Polícia
Militar” no decorrer da revolta. A partir do trecho do livro que trata sobre essa participação,
percebe-se que a “Polícia Militar” agiu de formas diferentes de acordo com as ocasiões que
foram surgindo. Nesse sentido, vale citar a invasão à cidade de Ingá, na qual estava sediada uma
tropa com quantitativo de 50 homens e, mesmo assim, nada puderam fazer diante da situação. Já
em outros momentos, pequenos destacamentos lutaram bravamente contra os revoltosos.

Essas diferenças na atuação dos destacamentos refletem a forma como cada um deles estava
ligado à comunidade, ao ideário da revolta, entre outros fatores sociais que influenciaram a
tomada de decisão dessas tropas, além da pouca capacidade para reprimir o movimento em
todas as suas vertentes.

Por fim, sabe-se que com a atuação da “Briosa”, da tropa de 1ª linha, guarda nacional e outras
forças locais, chegara-se ao fim do movimento e foi dado início às apurações relativas aos
envolvidos na revolta.

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