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Mário Maestri

BREVE HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO SUL!


da Pré-História aos dias atuais

Segunda Edição

FCM Editora
Porto Alegre
2021

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Sumário

I. A Ocupação do Território –

1. A ocupação luso-brasileira do atual RS


2. A pré-história nos atuais territórios do Rio Grande do Sul
3. Os Sete Povos Missioneiros
4. Tropas e tropeiros no sul do Brasil
5. A escravidão no Rio Grande do Sul
6. Escravidão, fazenda e charqueada
7. Escravidão e luta de classes no Rio Grande do Sul
8. Camponeses europeus proprietários no Rio Grande do Sul

II. O Império –

9. A independência e o Rio Grande do Sul


10. O Primeiro Reinado, a abdicação e o Rio Grande do Sul
11. A Guerra Farroupilha-A insurreição dos grande estancieiros
12. O sentido social da Guerra Farroupilha
13. O Rio Grande do Sul após a Guerra Farroupilha
14. Da guerra contra o Paraguai à desescravização do Rio Grande do Sul
15. Imigração Colonial Camponesa Italiana

III. A República Velha – 1889-1930

16. A República no Rio Grande do Sul


17. 1893: a guerra civil federalista
18. O sentido histórico do castilhismo
19. O Rio Grande do Sul na República Velha
20. Rio Grande do Sul: a industrialização na República Velha
21. O nascimento do movimento operário no Rio Grande do Sul
22. O Rio Grande do Sul, o tenentismo e a rebelião de 1923
23. O Rio Grande do Sul e a Revolução de 1930

IV. Do Estado Novo aos Dias Atuais

24. RS: Da Revolução de 1930 ao Fim do Estado Novo,


25. A Deposição de Flores da Cunha e o Estado Novo no RS
26. Estado Novo e o Movimento Social
27. 1945-1964: A Crise do Nacional-Desenvolvimentismo e o RS

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28. O Rio Grande do Sul Durante a Ditadura Militar: 1964 - 1984
29. O Rio Grande do Sul de 1985-2002: Política e Sociedade
30. A Economia Rio-Grandense – 1930-2002

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Explicações necessárias
Breve história do Rio Grande do Sul: da Pré-história aos dias atuais
constitui-se com o conteúdo dos cursos de História do Rio Grande do Sul I e II
apresentados aos alunos de graduação em História da Universidade de Passo
Fundo, em 1996-2009. Publicado em 2010, ele pretendeu apresentação geral
sintética da história dos atuais territórios sulinos nos mais de 340 anos que
separam a fundação de Sacramento, em 1680, nas margens do Prata, aos dias
atuais. As fronteiras geográficas do estudo são, portanto, os limites políticos do
Rio Grande atual, superados quando imprescindível à compreensão de temas
abordados. Um recorte arbitrário, em região como o extremo-sul do Brasil,
determinado e inserido na história da bacia do rio da Prata, o que exigiria
narrativa unitária supra-nacional da formação dessa região.
Antes da presente edição consolidada, publicamos quatro breves ensaios
sobre a história sul-rio-grandense, como cadernos e, a seguir, livros. O presente
trabalho mantém a divisão político-cronológica original: ocupação do território;
Império; República Velha; Revolução de 1930 até os dias atuais. O primeiro
capítulo apresenta leitura sintética do processo geral de ocupação dos territórios
sulinos, da Pré-História às décadas finais do Império. Procura, sobretudo, visão
geral de cenários abordados a seguir em forma mais sistemática e detalhada. A
essa primeira parte, seguem-se as abordagens da pré-história; das missões
guaranítico-espanholas; dos caminhos tropeiros sulinos; da econômica pastoril-
charqueadora escravista; da chegada dos colonos-camponeses de língua alemã.
A apresentação do período imperial no Sul aborda mais amplamente a
independência no Brasil, em 1822, procurando apresentação compreensível da
inserção sulina naquele evento e de suas influências regionais. A continuidade
da ordem pastoril-charqueadora escravista, após 1822, permitiu enfatizar a
análise político-social do período imperial no Sul, com destaque para a guerra
liberal-separatista de 1835-45. Com a abordagem da imigração colonial-
camponesa italiana, a partir de 1875, destacou-se importante base da superação
econômica do meridião pelo setentrião sulino, na qual se assentaria o Rio
Grande republicano.
A recente consciência do caráter dominantemente escravista da antiga
formação social sulina enfatiza ainda mais o desequilíbrio entre o conhecimento
da história político-social do Império em favor da história da República Velha,
no Rio Grande do Sul. É paradoxal a ausência de história categorial-sistemática
geral da produção pastoril rio-grandense, como possuímos para o Uruguai e a
Argentina. Sobre esses hiatos se levantam os mitos fundadores e apologéticos
da sociedade sulina, cuidadosamente cultuados e defendidos. Um melhor
conhecimento da crise do escravismo sulino lançará luzes novas sobre a história
política do fim do Império no Rio Grande do Sul.
A consolidação da República federalista permitiu a reorganização
fortemente autonomista do Rio Grande, interpretada singularmente pelo

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republicanismo rio-grandense, de clara orientação antioligárquica, singularidade
em todo o Brasil, onde seguiram dominando as oligarquias agrárias. Realidade
que entrou em crise no final da República Velha (1889-1930). A abordagem da
Revolução de 1930 e do Estado Novo no Sul exigiu referência mais extensa à
história nacional, à qual o Rio Grande se subsumiu em forma crescente, em
condições decrescentemente favoráveis. Este último e mais próximo período
histórico é pouco estudado, em relação à República Velha. Talvez porque
registre o fracasso fragoroso das classes dominantes regionais em acaudilharem
a sociedade sulina.
Faltam-nos estudos sistemáticos sobre importantes momentos históricos,
como as tentativas de relançamento regional do Rio Grande pelos governos de
Flores da Cunha (1930-1937) e de Leonel Brizola (1958-1962), seus objetivos,
bases sociais, razões de seus fracassos. Também faltam-nos estudos detidos
sobre o Rio Grande durante a ditadura militar (1964-1985) e após ela, com
destaque para o governo de Antônio Britto, que iniciou a liquidação da longa
obra regional autonomista impulsionada pelo castilhismo-borgismo e mais
tarde, por Leonel Brizola.
Por trinta anos, até 2010, investigamos, de forma sistemática, algumas
das importantes questões abordadas no presente trabalho. Na sua redação,
somos profundamente devedores de autores mais ou menos conhecidos. Devido
ao caráter desse nosso trabalho, eles foram, em geral, apenas arrolados na
bibliografia final, pequena parte da valiosa produção sobre a sociedade sulina,
que se tem espraiado portentosamente, no que diz respeito à história, sociologia,
arquitetura, economia, literatura, linguística, antropologia, etc. A ausência de
citação direta dos autores nos quais nos apoiamos não deve sugerir
originalidade nossa, quanto a muitas interpretações mesmo centrais
apresentadas.
É patente no presente trabalho a ausência de abordagem da língua,
literatura, música, teatro, arquitetura, como registros, expressões e elementos
constituintes do desenvolvimento histórico-social sulino. Ela se deve,
sobretudo, à assinalada confecção inicial do presente trabalho, como material do
Curso História do Rio Grande do Sul I e II, necessariamente limitado.
Registrem-se o caráter exploratório e certamente imperfeito de nosso
estudo, ainda mais no contexto do avanço da historiografia regional nos últimos
dez anos. Com o rápido esgotamento da edição de 2010, nos propusemos suprir
alguns dos hiatos assinalados e realizar revisão e atualização do texto.
Entretanto, o adágio diz que “O homem põe e deus dispõe”. Um ano antes
daquela publicação, empreendi, por uma década, estudo sobre os Estados da
bacia do rio da Prata e a Guerra da Tríplice Aliança contra a República do
Paraguai, sobre a qual escrevi uma história geral. Devido à atual pandemia,
terminei mais de um ano preso em Gênova, na Itália, longe das bibliotecas e
centros de documentação sulino. Aproveitando a reclusão, empreendi entre
outros trabalhos, a presente segunda reedição, sem atualização do corpo do

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texto, fora considerações rápidas sobre os últimos anos, para edição virtual, com
eventual atualização e expansão futura.
***
Breve história do Rio Grande do Sul: da pré-história aos dias atuais
descreve os pouco mais de três séculos de história sulina, tendo dois grandes
fios condutores: primeiro, a luta dos explorados e submetidos de ambos os
sexos — nativos, cativos, caboclos, posseiros, colonos, artesãos, operários, etc.;
segundo, o processo de dependência colonial e semi-colonial sulino, durante os
períodos luso-brasileiro e imperial, enfatizando-se o esforço pela autonomia
regional, durante a República Velha, com a submissão dos trabalhadores, e
quando dos governos de Flores da Cunha e Leonel Brizola, com a submissão-
associação das classes operárias.
A partir dos anos 1937, trincou-se a autonomia regional relativa
alcançada quando da República federativa. Deste então, o Rio Grande sofreu
crescente subjugação pelo capital nacional hegemônico e, a seguir, mundial.
Isso, no contexto da incapacidade-pusilanimidade das classes dominantes
regionais de acaudilharem a emancipação regional, e o fracasso das classes
trabalhadoras regionais-nacionais de as substituirem naquele processo.
Vivemos hoje a agonia final da autonomia regional, no contexto da
submissão de toda a nação, com salto de qualidade após o golpe propiciado, em
2021, pelo imperialismo e pelo grande capital, em processo de consolidação.
Realidade que descrevemos, com maiores detalhes em nosso livro Revolução e
contra-revolução no Brasil: 1530-2019.

Gênova, 20 de maio de 2021

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I

A ocupação do território

Da luta pelo território à hegemonia da sociedade !


pastoril-charqueadora escravista

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1. A ocupação luso-brasileira do atual Rio Grande do Sul
O quadro geográfico

Apesar da história do Rio Grande do Sul não ser produto do seu


meio geográfico, ele agiu fortemente sobre as comunidades humanas
que ali viveram nos últimos milênios. Nesse sentido, há
determinações e permanências geoecológicas que atuaram e atuam
poderosamente sobre as comunidades humanas que ocuparam e
ocupam esses territórios. No Rio Grande do Sul, como em qualquer
outra região do mundo, a relação entre história e geografia foi e é
mediada pelo nível de desenvolvimento das forças produtivas
materiais e pelas relações sociais de produção em que as comunidades
em questão inserem-se.
Os territórios sulinos fazem parte de um espaço geográfico mais
amplo, o Cone Sul da América Meridional, em geral, e a bacia
oriental do rio da Prata, em especial. Aproximadamente, essa última
sub-região é delimitada pelos rios Paraná e Uruguai, ao oeste; pelo rio
da Prata, ao sul; pelo oceano Atlântico, ao leste. Podemos dividir os
territórios sulinos em quatro grandes regiões geoecológicas: a Planície
Litorânea, ao longo da costa atlântica; o Planalto Meridional
brasileiro, ao norte e ao noroeste; o Escudo Sul-Rio-Grandense, no
Centro-Sul, e a Depressão Central.
A Planície Litorânea, formada pela acumulação de sedimentos
arenosos, com mais de seiscentos quilômetros de extensão, batida
pelos ventos, sem enseadas e baías que protejam e facilitem a
navegação, estreita-se ao norte, comprimida pelo mar e pelas altas
escarpas do Planalto. No centro e no sul, quando a Planície Litorânea
alarga-se, dominam a paisagem monótonas planícies de terras pobres
e de praias de dunas de areias brancas. No século 18, as regiões da

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Planície Litorânea, entre o mar e as lagoas, ao norte do Rio Grande,
eram denominadas de Estreito.
O Planalto Meridional brasileiro alcança sua altura máxima – uns
1 400 m. – nas proximidades do oceano Atlântico e decresce à medida
que se aproxima da fronteira com a atual Argentina, onde se funde
com o pampa sul-rio-grandense. A região tem clima frio e seco,
muitos rios, profundos vales e alguns vastos campos abertos. Quando
da chegada dos colonizadores europeus, possuía densa cobertura
florestal subtropical, dominada pelo pinheiro-do-paraná e pelos ervais.
As Encostas Superior e Inferior do Planalto Rio-Grandense realizam a
transição entre a Depressão Central e o Planalto Meridional.
A Depressão Central, de clima mais quente e mais úmido, com
coxilhas baixas, é formada pelos vales de grandes rios – Jacuí,
Vacacaí, Ibicuí etc. – que recebem as águas trazidas pelos seus
afluentes das regiões mais elevadas. Nos anos 1500, os vales desses
rios encontravam-se cobertos por importantes florestas em galeria.
Desde tempos recuados, a Depressão Central foi importante eixo de
comunicação entre o litoral, o Planalto e o Escudo Sul-Rio-
Grandense.
Finalmente, dominam o Escudo Sul-Rio-Grandense as ondulações
das coxilhas e dos coxilhões e as alturas mais abruptas dos cerros, que
chegam a ultrapassar os quinhentos metros de altura. Essa região – o
pampa – é coberta por tapetes de gramíneas e por vegetação rasteira.
Ela faz parte de uma vasta extensão de campos com coxilhas
contínuas que se estende além mesmo dos rios da Prata e Uruguai.

Partição do mundo
Segundo o Tratado de Tordesilhas (1494) – Capitação da Partição
do Mar Oceano –, os atuais territórios sulinos caberiam à coroa
espanhola. No sul do atual Brasil, a linha divisória imaginária passava

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próxima à ilha de Santa Catarina ou à atual cidade de Laguna. Porém,
apenas tardiamente essas regiões interessaram as Coroas ibéricas.
Despreocupação devida a múltiplos fatores. A longa e inóspita costa –
620 km. – e a própria plataforma continental dificultavam a
navegação e penetração a partir do litoral. Com dificuldades, os
navios aportavam em apenas três pontos da costa – as fozes do rio
Mampituba, do rio Tramandaí e, sobretudo do rio Grande. Porém,
após vencida a barra do rio Grande, o complexo lagoas-rio Jacuí
constituía bom eixo de comunicação com parte das terras do interior.
Os atuais territórios sulinos não possuíam minas de minerais
valiosos e eram povoados por comunidades relativamente escassas,
considerando-se as vastidões territoriais – estima-se que na época da
chegada dos europeus uns cem mil nativos vivessem nessa região. Os
territórios eram pouco próprios à produção da cana-de-açúcar e
encontravam-se distantes dos mercados europeus. Portanto, essas
paragens inseriam-se dificilmente nos esquemas mercantis coloniais
de ocupação e de exploração das Américas. Enquanto outras regiões
do continente eram conquistadas pelas Coroas ibéricas, para
estabelecer fazendas escravistas, encomiendas, explorações minerais,
etc., os atuais territórios sulinos permaneceram dominados por, grosso
modo, por três grandes complexos civilizacionais nativos americanos.
No Planalto Meridional e na Serra viviam comunidades jês de
caçadores, coletores e horticultores incipientes que exploravam
ativamente a caça e a coleta do pinhão. Por muito tempo, elas
habitaram aldeias de casas subterrâneas, substituídas, mais tarde, por
cabanas. Os pampas eram os territórios de caçadores, coletores,
pescadores e horticultores incipientes caracterizados pelas
boleadeiras, pela funda e pelas grandes lanças. O nome genérico
desses povos – charruas – era também o de um dos seus dois grandes
braços – charruas e minuanos.

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No litoral, nas margens das lagoas, nos vales dos rios Uruguai,
Jacuí e Ijuí viviam comunidades guaranis de caçadores, pescadores,
coletores e horticultores de floresta tropical e subtropical,
tecnologicamente mais desenvolvidas. Os guaranis teriam eliminado
ou absorvido grupos de caçadores, coletores e pescadores
especializados na exploração dos recursos da orla atlântica sul-rio-
grandense e introduzido, na região, as técnicas horticultoras.
Tratavam-se, portanto, de comunidades domésticas não classistas.
Essas comunidades americanas realizaram o primeiro processo de
ocupação do atual Rio Grande do Sul, desbravando e explorando os
territórios; descobrindo os vaus dos rios, os boqueirões das serras, as
fontes de água potável; eliminando animais selvagens; aclimatando
plantas agricultáveis etc. A ocupação européia subseqüente foi
preparada, facilitada, apoiada e condicionada por essa domesticação
territorial pioneira. A importância da toponímia sulina de origem
guarani registra essa contribuição – rios Taquari, Jacuí, Vacacaí; lagoa
dos Patos, Mirim etc. A ocupação lusitana do Sul constituiu processo
duplamente conflituoso. Os colonizadores lusitanos e espanhóis,
organizados em sociedades estatais e de classe, disputaram o controle
desses territórios entre si c com as comunidades nativas domésticas,
destruídas, submetidas, absorvidas.
Concentrada na exploração e na proteção das minas de Prata do
vice-reinado do Peru, a coroa espanhola entregou à Companhia de
Jesus a tarefa de reunir, em reduções, missões ou povos, as populações
nativas de imensas regiões dos territórios sul-americanos que lhes
pertenciam, segundo o tratado de Tordesilhas. As missões jesuíticas
espanholas da América Meridional serviriam como uma espécie de
escudo contra a expansão lusitana em direção da estratégica foz do rio
da Prata e, sobretudo, das cobiçadas minas de Prata andinas .
Esperava-se que as missões permitissem a consolidação do domínio

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mercantil da Coroa hispânica sobre esses territórios, inserindo essas
comunidades na sociedade de classes articulada no contexto do
império hispânico.
Os diversos territórios missioneiros dividiam-se em províncias
submetidas a um provincial jesuíta. As diversas províncias possuíam
suas reduções, com suas instalações urbanas, plantações, estâncias,
invernadas, ervais, etc. As comunidades missioneiras submetiam-se,
civilmente, às autoridades coloniais hispano-americanas e, no
eclesiástico, ao padre geral da Companhia de Jesus, que dependia
diretamente do papa. As populações missioneiras pagavam uma
capitação ao soberano espanhol, que assinalava a dependência direta
ao chefe do Estado. No sul da América, as missões jesuíticas
ensejaram a formação de modo de produção e sociedade singular,
imbricada e subordinada ao império espanhol.

Guaranis e jesuítas
Em 1610, criou-se a grande província jesuítica do Paraguai. De
1610 a 1637, os jesuítas espanhóis fundaram as províncias
guaraníticas do Itatim, Guairá, Paraguai e Uruguai. As reduções do
Tape, pertencentes à província do Uruguai, localizavam-se na margem
oriental do rio Uruguai, no noroeste do atual Rio Grande do Sul, no
Planalto e ao longo dos rios Ibicuí e Jacuí. A província do Tape tinha
dezoito reduções. A primeira, San Nicolás, foi fundada em maio de
1626, por jesuítas e missioneiros escapados dos ataques dos
mamelucos paulistas às reduções de Itatim e Guairá. Logo, reduções
foram organizadas no vale do Caí, do Jacuí, do rio Pardo e do rio
Paradinho.
De 1580 a 1640, durante a Unificação Ibérica, o reino de Portugal
viveu sob a suserania de soberanos espanhóis. Devido a esse fato, a
Coroa espanhola permitia a penetração dos seus súditos portugueses

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nas possessões hispano-americanas, com destaque para Buenos Aires.
Nesse então, os Países Baixos eram as mais ricas possessões
hispânicas na Europa. A Unificação Ibérica envolveu Portugal e suas
colônias na guerra de independência nacional das Províncias Unidas,
que ensejou a libertação daquelas adiantadas regiões, vanguarda da
revolução burguesa na Europa [Holanda].
A partir de 1626, os mamelucos paulistas atacaram, saquearam,
destruíram e reduziram à escravidão parte da população das reduções
jesuíticas do Guairá e do Itatim. Em 1630, os holandeses
conquistaram a capitania de Pernambuco e, a seguir, importantes
portos negreiros lusitanos na África – Gabão, Rio Real, Fernando Pó,
São Jorge da Mina, Cabo Lopo Gonçalves, etc. –, causando falta de
trabalhadores africanos escravizados aos escravistas luso-brasileiros.
O desenvolvimento do mercado de americanos escravizados
impulsionou o destruidor assalto dos mamelucos paulistas às missões
jesuíticas espanholas.
Talvez vinte mil missioneiros foram levados do Sul para a
capitania de São Paulo e, a seguir, muitos deles, para outras regiões
do Brasil, para labutar duramente como cativos nas plantações
açucareiras, roças, vilas, etc. No Sul, antes da viagem para a capitania
de São Paulo, os caciques e os guerreiros mais combativos eram
mortos, para não organizarem movimentos de resistência. O mesmo
ocorria com os velhos e as crianças que atrasavam a marcha. Esse
verdadeiro genocídio tem sido apresentado pela historiografia
nacional-patriótica brasileira como obra meritória. No Brasil, em
geral, e no Estado de São Paulo, em particular, praças, ruas, redes de
televisão etc. foram e são batizados com o nome de “bandeirante”.
Em 1969, importante centro militar paulista de informação, tortura e
extermínio de resistentes à ditadura militar foi batizado como
Operação Bandeirantes.

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Em fins de 1636, o português Antônio Raposo Tavares entrou com
bandeira de cento e cinqüenta luso-brasileiros e mil e quinhentos tupis
na província do Tape e acampou às margens do rio Taquari,
devastando a região. A redução de Jesus-Maria foi arrasada após
resistir por cinco dias ao ataque escravizador. As missões de Santana,
San Cristóbal e San Joaquín também teriam sido rapinadas. Em 1637
e 1638, outras duas expedições atacaram os povos missioneiros
localizados nessas paragens. Estima-se que as missões do Tape
tivessem uns trinta e cinco mil habitantes, uma população
considerável para a realidade demográfica da época, mesmo européia.
A reconquista portuguesa de portos escravistas nas costas
africanas em mãos holandesas contribuiu para o fim das operações
dos mamelucos paulistas de caça ao homem em territórios
missioneiros espanhóis, já que se regularizou o abastecimento de
trabalhadores africanos escravizados, diminuindo o mercado de
nativos feitorizados. A partir de 1640, com o início da guerra de
independência de Portugal da coroa espanhola, os luso-brasileiros que
penetraram na América Espanhola foram recebidos como inimigos.
Até então, a Coroa espanhola tolerava os ataques preadores dos
mamelucos paulistas às missões, já que proviam de braços
escravizados a produção das colônias luso-brasileiras, alimentando as
rendas reais hispânicas.

Vitória missioneira
Em 1641, uma bandeira de quatrocentos paulistas e três mil tupis,
comandada por Jerônimo Pedroso de Barros, chegou ao Tape. Após
violentos combates, os escravizadores foram batidos, em 25 de março
de 1641, nas barrancas do rio M´Bororé, afluente do rio Uruguai, por
quatro mil missioneiros que portavam, além das armas tradicionais,
arcabuzes e rústicos canhões de bambus gigantes, reforçados com

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couros, confeccionados sob instrução jesuítica. Os invasores foram
perseguidos até se perderem nos matos da região. Conta a tradição
que assaltantes foram devorados, pelos vencedores, que, apesar de
cristianizados, rememoraram os banquetes antropofágicos cerimônias
que se seguiam tradicionalmente aos combates, na tradição tupi-
tupinambá.
A vitória missioneira pôs fim às incursões dos mamelucos
paulistas. Nesses combates, destacou-se o chefe guarani-missioneiro
Inácio Abiaru. Em 1636-8, para se proteger dos ataques vicentinos, os
guaranis missioneiros do Tape transferiram-se para a margem direita
do rio Uruguai. As razias dos bandeirantes e a conseqüente migração
das reduções para regiões a oeste do rio Uruguai determinaram
importante desorganização das reduções jesuíticas e despovoamento
relativo dos atuais territórios sul-rio-grandenses. A mão de obra nativa
escravizada fortaleceu porém a economia mercantil e escravista luso-
brasileira.
Em 1634, os povos da margem oriental do rio Uruguai
receberam, cada um, lote de umas cem cabeças de gado para formar
seus rebanhos. A criação animal – gado vacum, cavalar, muar, ovino –
era essencial atividade da economia missioneira nas ricas pastagens
naturais sulinas. Desconhecedores da economia pastoril, as
comunidades guaranis eram mais facilmente conquistadas para
reagrupamento em pueblos, que negara e superava a organização
doméstica tradicional, já que lhes garantisse farta dieta de proteína
animal, colheitas mais abundantes e segurança relativa diante dos
encomenderos espanhóis e dos escravizadores lusitanos.
Quando da retirada para a outra margem do rio Uruguai, os
guaranis missioneiros deixaram os gados nos atuais territórios do Rio
Grande do Sul, nas margens meridionais do rio Jacuí, para que se
reproduzissem. Como as condições ambientais dessas regiões eram

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excelentes para a multiplicação natural dos rebanhos, os animais
reproduziram-se rapidamente. Nos anos 1611-17, os espanhóis
levaram igualmente gados, em balsas, para a ilha do Vizcaíno, na
desembocadura do rio Negro, e em terra firme, próximo da barra do
rio San Salvador, na Banda Oriental do rio Uruguai [futuro Uruguai],
para que se propagassem. Animais dispersos teriam cruzado
incessantemente da margem direita do rio Uruguai, ao longo desses
anos.
As manadas guaraníticas reproduziram-se e expandiram-se para o
litoral, alcançando a orla atlântica e avançando para o sul. As
vaquerías del Mar [vacarias do Mar] foram formadas pela confluência
da expansão dos rebanhos missioneiros, dos gados introduzidos na
Banda Oriental, dos animais chegados através do rio Uruguai . Essas
vacarias ocupavam as pastagens que iam da margem direita do rio
Jacuí até o rio Negro, no atual Uruguai, superando a seguir essa
barreira em direção ao sul. Com a formação das vacarias, os atuais
territórios sulinos passavam a possuir considerável riqueza. Devido à
distância dos centros consumidores, o couro e as carnes dos animais
tardaram a serem aproveitados sistematicamente por espanhóis e
portugueses.
As importantes manadas de gados selvagens localizadas entre os
rios Negro, Camaquã, Jacuí e o litoral – as vacarias do Mar – eram
mantidas como uma espécie de reserva estratégica pelas Missões. Os
vaqueiros missioneiros atravessavam periodicamente o rio Uruguai
para extraírem rebanhos das vacarias. Os territórios da Campanha –
cinqüenta mil km2 – constituíam enorme hacienda trilhada
continuamente pelos vaqueiros missioneiros e habitada pelas
comunidades charruas, sobretudo, que se especializaram igualmente
na caça predatória desses animais.

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Crise lusitana
Em fins do século 17, após a expulsão dos holandeses do
Nordeste, a fundação de colônias açucareiras pelas grandes potências
européias – Inglaterra, Holanda e França – sobretudo nas Antilhas e
no Caribe, determinou profunda crise na economia mercantil e
colonial portuguesa, que passou a colocar com dificuldade os açúcares
das capitanias luso-americanas na Europa. A Coroa portuguesa
procurou fazer frente às dificuldades relançando a procura das minas,
ensaiada nos primeiros anos da ocupação territorial, antes da
organização da produção açucareira escravista, e desenvolvendo
projetos coloniais mercantis alternativos.
Durante a Unificação Ibérica [1580-1640], sobretudo
comerciantes cristãos novos de judeus lusitanos tiveram acesso à
bacia do Prata, onde se estabeleceram e desenvolveram uma rica
atividade comercial, trocando, em Buenos Aires (1580), por Prata
andina e couros, sobretudo africanos escravizados, bens da costa do
Brasil [açúcar, cachaça, fumo, algodão, etc.] e produtos
manufaturados, principalmente ingleses. Nesse então, os mercadores
portugueses, devido à decadência do mercantilismo lusitano,
transformavam-se já em correia de transmissão da produção
manufatureira inglesa. Apesar da obrigação de exportar sua produção
e importar o que necessitavam pelo oceano Pacífico, via Porto Belo,
os proprietários bonaerenses e da região utilizavam-se do contrabando
no rio da Prata para tais fins. Em 1640, com a Restauração lusitana, o
mercado platino fechou-se para os lusitanos, com graves seqüelas
também para as classes proprietárias do Plata, carentes sobretudo de
mão-de-obra escravizada, devido à escassa população nativa regional.
Em 20 de janeiro de 1680, os portugueses fundaram a colônia do
Santíssimo Sacramento, na margem oriental do Prata, nos atuais
territórios uruguaios, diante de Buenos Aires. A colônia localizava-se

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em territórios indiscutivelmente pertencentes à Espanha, segundo o
Tratado de Tordesilhas. Os espanhóis haviam ocupado a margem
ocidental do rio da Prata e despreocuparam-se com a margem oriental,
chamada também de Banda dos Charruas, pois dominada por aquelas
comunidades. Nos primeiros tempos, esses territórios eram utilizados
apenas para extração de madeiras, levadas para Buenos Aires. Com a
cidadela de Sacramento, a Coroa portuguesa pretendia vender cativos
e outros produtos aos espanhóis e nativos e extrair, direta e sobretudo
indiretamente, couros dos gados selvagens, das riquíssimas vacarias
da Banda Oriental. Com o contrabando, obteria-se a cobiçada Prata
chegada do vice-reinado do Peru.
Desde fins século 17, uma extração episódica de couro, sebo e
língua dos gados era feita, sobretudo nas margens das lagoas, por
espanhóis e portugueses que ali chegavam em barcas e lanchões. Com
a fundação da colônia do Sacramento, essa produção de couros
intensificou-se fortemente na Banda Oriental. Devido às carcaças dos
animais mortos e, portanto, à farta carne abandonada no local,
cachorros chimarrões e animais selvagens multiplicaram-se
abundantemente.
A Coroa espanhola não podia aceitar a intrusão e o contrabando
lusitanos na região. A feitoria fortificada foi cercada e, em agosto de
1680, por mais de duas centenas de soldados espanhóis apoiados por
três mil guerreiros missioneiros atacaram e apoderaram-se de
Sacramento, morrendo mais de cem portugueses nos duros combates.
Porém, em 1681, a colônia foi recuperada, diplomaticamente, pelos
lusitanos. Sobretudo a partir de 1689, a Colônia conheceu importante
desenvolvimento econômico, produzindo trigo, charque e, sobretudo
couro, no contexto de um ativo contrabando. A extração de couro e a
própria colônia de Sacramento declinaria apenas com a fundação de
Montevidéu pelos espanhóis, em 1726, que ensejou um melhor

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controle da campanha. Até 1777, Sacramento foi o grande ponto de
atrito entre as Coroas ibéricas, na América Meridional, passando das
mãos portuguesas para as espanholas, e vice-versa, por inúmeras
vezes – agosto de 1680, janeiro de 1683, março de 1705, novembro de
1716, outubro de 1762, dezembro de 1763, maio de 1777.
Os espanhóis responderam prontamente à ambiciosa expansão
lusitana no sul da América. Em 1682, dois anos após a fundação de
Sacramento, guaranis missioneiros começaram a atravessar o rio
Uruguai para fundar novas reduções no noroeste dos atuais territórios
rio-grandenses. Formavam os Sete Povos da Banda Oriental do rio
Uruguai as reduções de São Miguel (capital), São Nicolau, São Borja,
São Luiz Gonzaga, São Lourenço, São João Batista, Santo Ângelo.

Nação missioneira
A nova ocupação estendeu o controle dos Sete Povos – mais ou
menos legal e efetivo – sobre grande parte dos atuais territórios do
Rio Grande do Sul e da Banda Oriental [futuro Uruguai]. No Planalto,
os gados missioneiros ocuparam os campos e os ervateiros
missioneiros exploraram parte das matas da região. Nos pampas, já
em 1683, os vaqueiros da missão de São Miguel chegaram até os
territórios da atual cidade de Bagé. Porém, em 1688, a oposição dos
nativos locais, refratários ao projeto missioneiros, devido a menor
nível de desenvolvimento civilizatório do que os guaranis, determinou
o fracasso da missão de Santo André dos Guenoas e barrou a
ocupação da região por missioneiros e portugueses até meados do
século 18.
Os Sete Povos possuíam administração própria e permitiam
melhor gestão dos recursos econômicos pastoris, agrícolas, ervateiros
etc. da região e melhor proteção desse flanco do vice-reinado do Peru,
ameaçado com a fundação da colônia do Sacramento pelos luso-

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brasileiros, em 1680. No início do século 18, as Missões Ocidentais e
Orientais do rio Uruguai possuíam trinta povos e uns cento e vinte mil
habitantes. Os Sete Povos teriam trinta mil habitantes, sobretudo
guaranis, ainda que ali vivessem nativos charruas, minuanos, etc. –
população significativa, considerando-se a realidade demográfica da
época, como também assinalado. Então, a população de Portugal
ultrapassaria apenas um milhão e meio de habitantes.
As missões jesuíticas espanholas eram poderosa arma contra a
expansão lusitana em direção ao Prata. Elas serviam de proteção das
povoações hispânica dos ataques de comunidades nativas
independentes e como guarda pretoriana quando de eventuais
movimentos de insubordinação, contra o regime e as autoridades
coloniais, das classes subalternizadas e proprietárias criollas.
Requisitadas pelos governadores de Buenos Aires, as tropas
missioneiras participaram ativamente do longo esforço militar
espanhol pela posse da colônia do Sacramento. As missões sofreram
as desgastantes seqüelas dessas mobilização, já que os guerreiros
missioneiros eram os agricultores, pastores, ervateiros, etc. armados.
As Missões incorporavam também esses vastos territórios ao espaço
econômico colonial hispânico, já que exportavam couros, erva-mate,
mulas, etc. sobretudo para pagar os impostos de capitação e adquirir o
que não produziam.
Em 1675, os lusitanos fundaram a vila de Desterro (atual
Florianópolis) e, após levantarem a colônia de Sacramento, em 1680,
estabeleceram a povoação de Santo Antônio dos Anjos da Laguna [c.
1684], para apoiar aquela cidadela. Laguna demarcava o limite
meridional da ocupação luso-brasileira nas Américas, antes da
distante colônia do Sacramento. Por longas décadas, o atual litoral
sul-rio-grandense constituiu uma espécie de terra de ninguém entre
Laguna e Sacramento, já que os guaranis missioneiros ocupavam,

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controlavam e exploravam as regiões das Missões, do Alto-Uruguai e
boa parte da Depressão Central e do Escudo Sul-Rio-Grandense,
desinteressados no litoral.
Como era habitual na época, as comunicações entre o Rio de
Janeiro, a ilha de Santa Catarina e Laguna eram feitas essencialmente
por mar. Não temos notícias precisas sobre quando foi estabelecida a
comunicação, por terra, pelo litoral, entre Laguna e Sacramento.
Conhecida como o “Caminho do Mar” ou “Caminho da Praia”, essa
rota, trilhada pelas comunidades nativas havia séculos, teria sido
aberta por desertores ou retirantes de Sacramento, a partir de 1683.
Até inícios do século 18, os lusitanos limitavam-se a trilhar,
periodicamente, os atuais litorais uruguaio, sulino e catarinense, indo
e vindo de Sacramento e de Laguna, sem se interessarem igualmente
por essa regiões.

Primeiros lusitanos no Sul


Era mais antigo o conhecimento dos atuais territórios sulinos
pelos luso-brasileiros. Na segunda metade do século 16, como já
assinalado, embarcados em lanchões, os vicentinos penetravam pela
barra do rio Grande e escambavam cativos, cera, caça, alimentos etc.,
por produtos manufaturados, com os guaranis que vinham pescar,
mariscar e caçar nas costas das lagoas. Tratava-se, porém, de
atividade de pouco sentido econômico, para ambas as partes. Um
século mais tarde, no litoral e nas margens das lagoas, lusitanos e
espanhóis caçavam gado missioneiro bravio das vacarias do Mar para
extrair couros, línguas e sebo e produzir algum charque. Os espanhóis
que obtinham licença dos jesuítas e do cabildo de Buenos Aires para
tais atividades eram chamados de “corambreros”; os que se
dedicavam a elas clandestinamente, segundo parece em maior
número, eram conhecidos como “changadores” – étimo talvez

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originado da palavra jangada, que usavam para atravessar o rio
Uruguai com suas montarias .
A exploração dos gados das vacarias do Mar por corambreros e
changadores era prática extrativista-mercantil de caráter pré-
capitalista, de baixo desenvolvimento técnico, organizada por
capitalistas lusitanos e espanhóis, realizada sobretudo com a mão de
obra livre, paga com salários, couros e animais. Não era incomum o
uso marginal de cativos nessa produção. As manadas eram
perseguidas por cavaleiros armados com longas lanças de taquara com
lâminas em forma de meia-lua. Imobilizados pelo corte do garrão, os
animais eram mortos por peões ou cativos, que extraíam a língua, o
couro e o sebo e produziam, eventualmente, algum charque. Com o
passar dos anos, cavaleiros nativos pampianos foram utilizados nessas
atividades.
Nos anos 1695, a descoberta pelos paulistas das “Minas Gerais do
Ouro”, nas regiões do rio das Velhas, entre as atuais cidades mineiras
de Sabará e Caetés, poria fim ao desinteresse lusitano pelos atuais
territórios sulinos, devido à possibilidade de exploração dos gados dos
territórios do atual Rio Grande do Sul. Com o desenvolvimento da
economia mineradora, cresceu enormemente a necessidade de animais
para a alimentação e, sobretudo, para o transporte. No Brasil Central,
as mulas passaram a ser utilizadas intensamente para levar e trazer
cargas através da Serra, em direção ao litoral. No Sul, os Sete Povos
criavam mulas, que eram em parte vendidas em Buenos Aires,
Assunção e nas minas andinas. A partir de 1703, devido ao novo
mercado consumidor, os luso-brasileiros começaram a levar sobretudo
muares, pelo litoral, da colônia do Sacramento para Laguna, pelo
caminho da Praia. Em 1705, a colônia de Sacramento caiu em mãos
espanholas. Então, gados começaram a ser retirados das vacarias do
Mar. Em 1716, a colônia de Sacramento voltou ao domínio lusitano.

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Desde 1769, após a fundação da comandância de Rio Grande, em
1737, como veremos a seguir, o Rio Grande do Sul luso-brasileiro foi
aquinhoado com o direito exclusivo de criar e exportar “bestas
muares” para o resto do Brasil, monopólio suspendido apenas quando
da Regência [1831-1840]. O privilégio constituiu esforço da
administração lusitana de garantir atividade econômica que facilitasse
a ocupação dos territórios sulinos, estratégicos para a defesa da
colônia do Sacramento. Talvez em 1702, os administradores dos Sete
Povos, sabedores da existência de grandes campos no nordeste do
Planalto, protegidos – ao norte, sul e leste – por densos pinheirais,
enviaram vaqueiros para introduzir gados na região, a fim de criar
reservas de animais. Ao se propagarem, os animais deram origens à
vacaria dos Pinhais ou Campos da Vacaria, nas duas margens do rio
Pelotas, mais tarde também explorada pelos lusitanos.
Em 1723, uma expedição partiu de Laguna para o Rio Grande,
portando presentes para conquistar o apoio dos nativos minuanos,
tradicionais inimigos dos guaranis missioneiros. Alguns caciques,
agraciados com nomes portugueses e título de “cabo-mor” e de
“capitão”, comprometeram-se com a defesa dos portugueses, de
Laguna e da colônia do Sacramento. Em 1725, obedecendo a
instruções da administração colonial portuguesa, a fim de organizar e
facilitar a extração de gados e a defesa de Sacramento, partiu de
Laguna expedição luso-brasileira de 31 homens, entre eles diversos
cativos africanos. A “frota de João de Magalhães” chegou até a
margem setentrional da barra do Rio Grande e estabeleceu currais no
Estreito, iniciando o primeiro movimento luso-brasileiro de ocupação
territorial dos atuais territórios sul-rio-grandenses.

Caminho do Mar

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Inicialmente, os gados chegados da colônia de Sacramento ou
retirados dos atuais territórios do Rio Grande do Sul eram levados,
pela costa, até Laguna, onde eram embarcados ou charqueados. As
carnes produzidas eram enviadas para Santos, Rio de Janeiro,
Salvador, etc. As dificuldades dessa rota eram muitas. Os animais
atravessavam a nado os canais, descansando nos bancos-de-areia da
assoreada barra do Rio Grande; a seguir, venciam, também a nado, os
rios Tramandaí, Mampituba e Araranguá, ocasião em que muitos deles
eram arrastados para o mar, afogando-se. Em 1740, a Fazenda Real
portuguesa cobrava cem réis para passar uma cabeça de gado para a
margem Norte. Em 1780, ela possuía duas embarcações capazes de
atravessar umas quarenta cabeças de gado cada vez.
Em 1727, os animais começaram a subir do litoral para o planalto
pelo morro dos Conventos, nas proximidades de Laguna, depois de
trilharem o perigoso litoral. Esse caminho ficou conhecido como a
“Estrada da Serra” ou “Estrada dos Conventos”. Após vencerem a
serra, as tropas uniam-se aos gados que seguiam para o norte pelo
caminho tropeiro do Planalto, onde havia muito se criavam animais. A
nova rota determinou a decadência de Laguna como centro
intermediário entre o Sul e as regiões mais ao norte. Desde os anos
1730, os animais chegados dos campos de Viamão subiram a Serra,
tomando a direção do rio Rolante (afluente do rio dos Sinos). Essa
rota foi conhecida como o “Caminho de Viamão”. Após alcançarem
os campos de Cima da Serra e atravessarem o rio Pelotas, vencerem
coxilha Rica, os gados embocavam o caminho de Curitiba, em direção
à feira de Sorocaba, a uns cem quilômetros da vila de São Paulo.
Fundada em 1654, a povoação de Sorocaba foi elevada, em 1661,
à situação de vila. A seguir, cresceu com o comércio de animais e, a
partir de 1750, como posto de recolhimento de impostos sobre os
animais comerciados. Para taxar a passagem dos gados pelo caminho

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de Viamão, a Coroa organizou, bem mais ao sul, o registro da Guarda
[Velha] de Viamão, nas proximidades da qual nasceria a povoação e
futura vila de Santo Antônio da Patrulha. O caminho de Viamão ligou
os territórios sulinos a mais antiga rota boiadeira Curitiba/Sorocaba/
São Paulo/Minas Gerais. Uns mil e quinhentos quilômetros
separavam a Guarda [Velha] de Viamão de Sorocaba. Em geral, esse
caminho era constituído por uma sucessão de campos, com fartas
pastagens e abundantes aguadas. Ao alcançarem o sertão de Lages, os
tropeiros conduziam as tropas por trezentos quilômetros, por estreitos
caminhos, varando rios, brejos, matas. Quando das primeiras viagens,
ao subirem a Serra, os tropeiros descobriram as vacarias dos Pinhais,
formada pelos guaranis missioneiros no início do século 18, como
visto. Desde então, levaram animais da vacaria para Sorocaba. Mais
tarde, tropas muares trazidas dos atuais territórios argentinos foram
contrabandeadas para Sorocaba, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais.
A extração sistemática dos gados sulinos determinou a formação
de estâncias – inicialmente locais de descanso para os gados – nos
campos de Viamão e no Estreito. Inicialmente, as estâncias eram
humildes ranchos de adobe, cobertos de palha, com uma roça de
subsistência e alguns currais para os gados, povoadas pelos
estancieiros e alguns cativos e peões. Mais tarde, o esgotamento das
vacarias do Mar e dos Pinhais determinou a formação dos primeiros
criatórios na região. Apenas então o termo “estância” tornou-se
sinônimo de fazenda pastoril.

Primeiras sesmarias
A partir dos anos 1730, foram concedidas as primeiras sesmarias
no litoral norte e no Estreito – Torres; Tramandaí [1732]; Osório,
campos de Viamão [1740], Gravataí etc. Em 1734, assinalavam-se 27

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estâncias entre Tramandaí e Rio Grande. Habitualmente, a sesmaria
consistia de “três léguas em quadro”, ou seja, pouco mais de treze mil
hectares, constituindo doação gratuita e plena, sem qualquer ônus, a
não ser o dízimo de Cristo, sob a obrigação dos sesmeiros de ocupá-
las e explorá-las. Era comum que os sesmeiros explorassem, havia
alguns anos, as terras que requeriam à Coroa. No Sul, para obterem
uma sesmaria, os requerentes declaravam, comumente, condições de
povoar as terras em gados e trabalhadores, em geral escravizados.
Tratava-se de reprodução do padrão latifundiário, escravista e
mercantil da ocupação e exploração da terra comum no resto da
colônia. Para proteger e apoiar essas atividades, fundaram-se os
povoados de Nossa Senhora da Conceição de Viamão, próximo ao rio
Guaíba, e um reduto fortificado, a tranqueira [estacada para fortificar]
de Santo Amaro, na bacia do Jacuí. Nos campos de Viamão, desde os
primeiros tempos, plantavam-se também cana-de-açúcar e mandioca,
igualmente com o braço escravizado.
O alto preço dos salários do trabalho do homem livre pobre na
época, em geral, e na região, em especial, devido à possibilidade de se
dedicarem a explorações de subsistência, e a baixa rentabilidade da
atividade pastoril-tropeira, determinavam que, desde os primeiros
tempos, as estâncias fossem povoadas com alguns trabalhadores
escravizados, fato que explica, ao lado das práticas agrícolas, o
registro precoce de cativos nos primeiros mapas estatísticos da região.
O alto preço dos cativos e a baixa acumulação ensejada pela atividade
pastoril-tropeira e pela agricultura praticada na região contribuíram à
lentidão inicial do povoamento dos atuais territórios sul-rio-
grandenses.
Até 1737, luso-brasileiros e hispano-americanos dividiram-se
informalmente, sem confrontos significativos, o domínio dos atuais
territórios sulinos. Os luso-brasileiros ocupavam as regiões a leste da

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lagoa dos Patos e do rio Guaíba – os campos de Viamão e o Estreito.
Nesse então, as terras ao norte da barra do Rio Grande dependiam da
capitania de São Paulo. Os guarani-missioneiros dominavam as
Missões, o Alto-Uruguai, e grande parte dos pampas meridionais – a
Campanha. O Planalto Médio e os campos de Cima da Serra eram
terras controladas, mais ou menos efetivamente, pelas guaranis
missioneiros e habitadas por comunidades nativas. Com o
estabelecimento do caminho de Viamão, o nordeste sul-rio-grandense
passou a ser trilhado e dominado por por tropeiros luso-brasileiros.
As lagoas, o rio Jacuí e a Serra serviam como fronteira natural
entre os territórios controlados pelos luso-brasileiros e pelos hispano-
missioneiros, afastando fisicamente os oponentes ibéricos. Ao menos
em teoria, tal divisão garantia à Coroa espanhola a proteção do vice-
reino do Peru, ainda que não lhe garantisse uma defesa efetiva da
expansão lusitana em direção às regiões do rio da Prata, em virtude do
controle lusitano de fato do atual litoral sul-rio-grandense.
Em fevereiro de 1737, a Coroa portuguesa rompeu o equilíbrio
regional, fundando o forte e presídio [sede de presidência] de Jesus-
Maria-José, na margem Meridional do rio Grande. A seguir, foi
instituída a Comandância Militar do Rio Grande de São Pedro,
dependente do Rio de Janeiro, com sede na povoação e com
autoridade sobre as terras ao sul da barra do Rio Grande. Os campos
de Viamão e o Estreito dependiam administrativamente da capitania
de São Paulo, como visto. Em 1751, a povoação de Rio Grande foi
elevada ao status de vila, instalando-se a primeira Câmara Municipal,
com autoridade sobre todas as possessões portuguesas na região.

A conquista do pampa
O brigadeiro José da Silva Pais [1679-1760] comandou a
expedição que, após socorrer a colônia de Sacramento, sitiada desde

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1735 por espanhóis e missioneiros, fundou a futura vila de Rio
Grande, onde, a seguir, estabeleceriam-se colonos chegados do Rio de
Janeiro, de Laguna, de Sacramento e das ilhas dos Açores. Duzentos
nativos foram trazidos de São Paulo para trabalhar na organização da
nova povoação. A fundação de Rio Grande apoiou-se em grande parte
no trabalho dos nativos que participaram das construções das
fortificações do porto, do Estreito, de São Miguel etc. O salário,
alimentação e tratamento seriam tão precários que, já em janeiro de
1738, 34 nativos e quatro nativas desertavam do trabalho das
fortificações de Rio Grande. Acordos entre o comando militar e
comunidades minuanas facilitaram o abastecimento dos recém-
chegados, sobretudo em gado, alimento fundamental para os
povoadores. A ocupação lusitana dessas regiões deu-se através da
aculturação, escravização, combate e extermínio das comunidades
nativas, processo ainda não objeto de estudos historiográficos
sistemáticos.
Em Rio Grande, estabeleceu-se poderoso regimento de seiscentos
soldados Dragões, tropas portuguesas de elite. O oficial máximo do
corpo ganhava 80$000 réis mensais; os soldados, 27 vezes menos –
3$000. As deserções eram freqüentes, devido ao atraso dos soldos e às
difíceis condições de trabalho e de existência. Com a nova cidadela,
os luso-brasileiros realizavam o segundo grande movimento de
ocupação dos atuais territórios sulinos. A vila-porto de Rio Grande
permitia que os lusitano-brasileiros apoiassem a sitiada colônia de
Sacramento e explorassem as regiões da Campanha próximas à
povoação, estabelecendo igualmente uma importante extração de
couros dos animais selvagens dos campos mais próximos.
Para povoar os novos territórios, casais chegados sobretudo de
Sacramento e de Laguna alojaram-se em Rio Grande e terras
próximas da aglomeração foram distribuídas sobretudo para aqueles

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que tivessem condições de povoá-las, com animais e trabalhadores
escravizados, como visto. Fazendas e currais foram levantados nas
pastagens circunvizinhas para apoiar as tropas, produzir couro, sebo,
língua, carne verde e algum charque. Nas vizinhanças da vila,
organizaram-se roças e plantações de trigo, centeio, cevada, milho,
feijão, ervilha etc., sobretudo para o abastecimento da povoação e
alguma exportação.
Inicialmente, os trigos sulinos alimentavam as guarnições da
região. A seguir, foram exportados, sobretudo para o Rio de Janeiro,
mas também para a Bahia, Pernambuco e Portugal. Com as novas
plantações, apoiadas em grande parte no trabalho escravizado, os
colonos recém-chegados punham fim às atividades produtivas
sustentadas sobretudo na caça predatória dos gados pelo couro,
praticada intensamente, enquanto abundou o gado, após 1737. A
produção triticultora garantia uma maior rentabilidade do que as
tropas, permitindo a fixação de um maior número de luso-brasileiros,
que se apoiaram na mão de obra escravizada, como assinalado.
Porém, a ocupação da região ficou no geral restrita às proximidades
de Rio Grande.

Tratado de Madrid
Em 1750, iniciou-se grande movimento expansionista luso-
brasileiro nos atuais territórios sulinos. O Tratado de Madrid,
pactuado entre Portugal e Espanha, em 13 de janeiro daquele ano,
constituiu tentativa de solução pacífica global das desavenças
territoriais ibéricas na América do Sul. No relativo à América
Meridional, o acordo determinava a passagem de Sacramento ao
domínio da coroa espanhola e a entrega aos lusitanos dos territórios
missioneiros ao oriente do rio Uruguai. Nesses anos, decaíra a
produção andina de Prata e, portanto, o interesse de portugueses e dos

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espanhóis por aquela região. Os espanhóis recebiam também as
Filipinas e as Molucas na troca.
Com o tratado, os espanhóis garantiam-se o domínio do Prata e
despreocupavam-se olimpicamente com a sorte e com os direitos das
populações missioneiras, que eram expropriadas de suas vilas, de suas
terras, de seus ervais, de suas estâncias e de enorme parte dos
rebanhos. O artigo XVI do tratado dizia: “Das povoações ou aldeias
que cede sua Majestade Católica na margem oriental do rio Uruguai,
sairão os missionários com todos os móveis e efeitos, levando consigo
os índios para os aldear em outras terras de Espanha [...]; se
entregarão as povoações à Coroa de Portugal, com todas as suas
casas, igrejas e edifícios e a propriedade e posse do terreno [...].” Em
1751, tratado secreto acertou o uso conjunto das forças militares
ibéricas no caso de resistência missioneira.
Os missioneiros deveriam se agasalhar na Banda dos Charruas
[Uruguai] ou na outra margem do rio Uruguai, já fortemente ocupadas
por comunidades missioneiras, o que determinaria fome, miséria e
morte para milhares de habitantes dos Sete Povos. Dos atuais
territórios sulinos, apenas os terrenos nas margens meridionais do rio
Ibicuí permaneceriam com a Espanha. Ali se encontravam algumas
das mais ricas estâncias missioneiras. Para colonizar as Missões, a
Coroa portuguesa mandara vir mais de quinhentos casais das ilhas
atlânticas, sobretudo das ilhas dos Açores e da Madeira, sob a
promessa de terras, ferramentas, sementes, ajuda de custo etc. A cada
casal seriam entregues 272 hectares de terra – “um quarto de légua em
quadra”. Logo, novos imigrantes chegados das ilhas juntaram-se aos
iniciais. Até 1754, uns três mil açorianos estabeleceram-se no Rio
Grande do Sul – dois terços da população luso-brasileira da região de
então.

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A proposta de ocupação de importantes regiões do sul do Brasil
com pequenos proprietários provenientes das ilhas foi a primeira
tentativa da administração lusitana de desenvolver na região uma
economia camponesa que facilitasse o domínio dos territórios,
produzisse braços para os exércitos coloniais e meios de subsistência
para as tropas locais. A iniciativa estava fadada ao fracasso devido à
inexistência de mercados para o escoamento de uma produção
policultora. Ao chegar ao Rio Grande, o general de batalha português
Gomes Freire de Andrade [1757-1817], comissário lusitano da
expedição demarcadora, concedeu sesmarias no Chuí, em Viamão, em
Cima da Serra, no vale do rio dos Sinos, no Jacuí, no Caí, no rio das
Antas, na vacaria dos Pinhais, incentivando fortemente a extensão da
ocupação latifundiária, mercantil e escravista do território pelos luso-
brasileiros.
Em setembro de 1752, os responsáveis pela demarcação dos
limites sul das colônias ibéricas encontraram-se em Castilhos Grande
e, em inícios de outubro, punham o primeiro marco divisório. Além
de militares, a expedição luso-espanhola comportava astrônomos,
diplomatas, engenheiros e geógrafos. Ela foi barrada por tropas
missioneiros comandadas por José Tyarajú – Sepé –, alferes real de
São Miguel, na coxilha de São Sebastião, no atual município de Bagé,
já em territórios daquela redução. Diante da vontade de resistência e
do forte inverno, os ibéricos assinaram armistício com as tropas
missioneiras em 14 de novembro de 1754, voltando os portugueses
para Sacramento e os espanhóis para Montevidéu [1726].

Guerra Guaranítica
Finalmente, em 16 de janeiro de 1756, após marchas e
contramarchas, um exército hispano-lusitano de 2.600 homens,
poderosamente armado e artilhado, reuniu-se nas cabeceiras do rio

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Negro, de onde partiu para as Missões. Em inícios de fevereiro, em
um dos primeiros confrontos entre as tropas ibéricas e missioneiras,
caiu morto em combate “um índio de grande valor chamado Sepé”.
Apesar do antagonismo histórico, os missioneiros foram apoiados por
combatentes charruas, minuanos, guenoas e outros, chamados,
segundo parece, ao desconhecimento dos jesuítas. Entretanto, não
houve o apoio efetivo dos povos da margem direita do rio Uruguai,
aos missioneiros do Tape, nem mesmo acordo profundo entre estes
últimos, na condução da resistência aos ibéricos.
Em 10 de fevereiro de 1756, nos campos de Caaibaté, 1 800
missioneiros, armados de lanças, arcos e flechas e algumas peças de
artilharia “feitas de madeira e forradas de couro”, tentaram abrir
negociações e impedir o avanço das tropas ibéricas, que contavam
com mais de 3 700 combatentes e dezenove canhões. De forma
coordenada, as artilharias portuguesa e espanhola abriram fogo,
desorganizando os missioneiros. A seguir, mais de mil missioneiros
teriam sido perseguidos e massacrados. Em 16 de maio de 1756, após
refregas menores, os ibéricos entravam triunfantes em San Miguel,
encerrando a Guerra Guaranítica [1753-6].
Devido às decisões do Tratado de Madrid [1750], a Comissão
Demarcadora fundara, em 1752, entre os rios Jacuí e Pardo, a
fortificação de Jesus-Maria-José, para onde foram transferidos
soldados Dragões de Rio Grande. Por décadas, a “tranqueira do Rio
Pardo” foi a fronteira extremo-oeste das possessões lusitanas, visitada
por coreadores espanhóis e local de partida de expedições para caçar
animais pelo couro na Banda Oriental. Colonos açorianos foram
estabelecidos em caráter precário, em terras tidas como devolutas,
entre o rio Pardo e o rio Jacuí. Nos arredores da povoação, que se
encontrava em territórios missioneiros, plantou-se trigo e produziram-
se charque e couros, fortemente apoiado na mão-de-obra escravizada.

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A aglomeração conheceu uma importante contribuição com o
estabelecimento, na sua parte norte, da aldeia de índios de São Nicou,
com guaranis retirados das missões, como veremos oportunamente.
A resistência guaranítica às tropas ensejou que os missioneiros,
mesmo derrotados, permanecessem em seus pueblos, ainda por bem
mais de meio século, o que impediu que os colonos açorianos apenas-
chegados partissem para as Missões. Em 1752, o estabelecimento de
algumas dezenas de casais nas margens do arroio Dilúvio, no porto do
Dornelles, e a seguir, na região norte da península [futura rua da
Praia], onde era maior a profundidade e, portanto, melhor a
navegabilidade do rio, consolidou-se a formação da futura
aglomeração urbana de Porto Alegre.
Muito logo, o pequeno arraial cresceu rapidamente, em razão das
qualidades evidentes da localização: encontrava-se na encruzilhada
das regiões então dominadas pelos luso-brasileiros e possuía um
ótimo porto de águas profundas e um sítio elevado de fácil defesa.
Essas características contribuíram para que a povoação se tornasse, a
partir de 1773, sede da capitania e, a seguir, da província e do estado
do Rio Grande do Sul. Nos primeiros cinqüenta anos, o
desenvolvimento de Porto Alegre assentou-se sobremaneira na
plantação e exportação do trigo. Durante o século 19, a aglomeração
constituiu o principal centro de distribuição de mercadorias da
Depressão Central. Em 1824, a localização de colonos alemães nas
suas proximidades fortaleceu o dinamismo econômico da
aglomeração, à margem da acumulação econômica ensejada pela
produção pastoril-charqueadora, na Campanha e no litoral sul..

Afluxo populacional
Em 1757, por causa da demora na demarcação das novas
fronteiras, da não-evacuação dos missioneiros dos Sete Povos e

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temendo-se ofensiva hispânica, as tropas lusitanas recuaram para Rio
Pardo. Na retirada, arrastaram consigo alguns milhares de guaranis
missioneiros, que foram levados para as povoações de São Nicolau de
Rio Pardo, São Nicolau de Cachoeira (do Sul) e para a Aldeia de
Nossa Senhora dos Anjos (Gravataí). Sob o jugo lusitano, os
missioneiros foram obrigados a trocar seus nomes guaranis por
portugueses. A ação visava fornecer mão-de-obra para as classes
dominantes sul-rio-grandenses e debilitar as forças militares
hispânicas que recorriam sistematicamente aos missioneiros em suas
operações antilusitanas. A obrigação de tomar nome português
almejava e viabilizava a destruição da forte identidade guarani-
missioneira.
O controle de parte das populações missioneiras permitiu que os
proprietários luso-brasileiros minorassem a enorme falta e carestia de
trabalhadores a serem explorados nas fazendas, nas plantações, nas
roças, nas vilas, etc., realizadas fortemente com o trabalho
escravizado africano, de custo relativamente elevado. Nos anos
seguintes, os guaranis missioneiros foram intensamente utilizados na
produção mercantil regional. Esse significativo deslocamento
populacional, essencial à formação do sul luso-brasileiro, foi
praticamente desprezado pela historiografia sulina tradicional, como
importante composição do núcleo básico da formação da população
sul-rio-grandense.
Em 1781, o cartógrafo, engenheiro-militar e brigadeiro Francisco
João Roscio (1733-1805), comandante militar e governador da
capitania de São Pedro em 1801-3, referiu-se aos habitantes da aldeia
de Gravataí registrando a visão das classes dominantes da época sobre
essa população subalternizada: “Este povo é bastante bisonho e falto
de indústria e capricho. São fortes e sofredores de trabalho com
bastante aptidão e habilidade. Servem de grande socorro a este

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Continente em todos os trabalhos grosseiros e fortes: mas são
inconstantes e acostumados a fugir tanto homens como mulheres
[...].” Registre-se a ênfase na resistência dos ex-missioneiros às
condições de trabalho a que eram submetidos através da fuga, que
denotava as relações semi-servis a que estavam submetidos. A grande
migração dos missioneiros derrotados deu-se em direção à Banda
Oriental do Uruguai. Acredita-se que alguns milhares de missioneiros
estabeleceram-se no atual Uruguai, guaranitizando profundamente a
região, onde se empregaram, nos campos, como peões, e, em
Montevidéu [1724], como chacareiros, artífices etc. Guaranis
missioneiros incorporaram-se igualmente aos toldos charruas e
minuanos do pampa uruguaio. Ainda que decaída, permaneceu
importante a população de origem guarani nas missões, até, como
veremos oportunamente, ao grande êxodo de 1828, também em
direção à Banda Oriental.
Em 1760, o Rio Grande passou a capitania, com sede na vila
homônima, independente de Santa Catarina e dependente do Rio de
Janeiro. A subalternidade determinava que as concessões de sesmarias
fossem feitas pelo governador do Rio de Janeiro. Em inícios de 1761,
o Tratado de El Pardo, entre Portugal e Espanha, anulou o Tratado de
Madrid, de 1750, mantendo as fronteiras anteriores no sul da América
entre as possessões de Portugal e de Espanha – as missões
continuaram espanholas e Sacramento português. No mesmo ano, a
Espanha, a França, Nápoles e a Sicília, sob o reino dos Bourbons,
uniram-se contra a Inglaterra e, conseqüentemente, contra Portugal,
seu pequeno e tradicional aliado-subalterno.

Grande ofensiva
Os espanhóis aproveitaram a Guerra dos Sete Anos [1756 e 1763]
para uma grande ofensiva no Prata. Em outubro de 1762, as tropas

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castelhanas e missioneiras assaltaram e apoderaram-se da colônia de
Sacramento. Em 19 de abril de 1763, o forte de Santa Teresa, na
fronteira sul da capitania de Rio Grande, caía, sem resistência. Mais
grave ainda, e, em 24 do mesmo mês, a vila e o porto de Rio Grande e
o Norte eram entregues, também praticamente sem luta aos
castelhanos, obrigando a administração luso-brasileira e grande parte
da população da vila e dos arredores a recuar para os campos de
Viamão. Colonos açorianos presos em Rio Grande foram levados para
Maldonado [1755], no sudeste da Banda Oriental, onde se
estabeleceram, muitos deles definitivamente.
Nessa época, a vila de Rio Grande teria 1 500 habitantes; a futura
Porto Alegre, quinhentos; a aldeia de Nossa Senhora dos Anjos
(Gravataí), mil guaranis missioneiros; e a tranqueira do Rio Pardo,
umas duzentas famílias. As populações de Viamão e de Santo Amaro
eram ainda menores. Ao todo, o Rio Grande luso-brasileiro possuiria
umas quatrocentas fazendas de gado, oitenta delas no Estreito. Em 10
de fevereiro 1763, em virtude da assinatura do tratado de Paris entre
os beligerantes, a colônia do Sacramento foi devolvida aos lusitanos,
permanecendo, porém, os espanhóis no domínio da vila de Rio
Grande e, portanto, comandando a entrada e saída para as terras do
interior. Em julho de 1767, os jesuítas espanhóis foram expulsos dos
Sete Povos, e de todas as possessões hispânicas, que passaram à
administração secular espanhola, acelerando-se a decadência em que
já viviam. Em 1774, para consolidar a conquista da Campanha, os
espanhóis construíram o forte de Santa Tecla, a poucos quilômetros da
atual cidade de Bagé.
Com Rio Grande em mãos espanholas, a sede da capitania fora
transferida para a capela de Viamão, elevada à situação de vila e, em
1773, para a freguesia de São Francisco dos Casais. Apesar da nova
dignidade, a futura Porto Alegre só foi elevada ao status de vila em

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1810 e, de cidade, em 1822. Foi também devido à ocupação de Rio
Grande pelos espanhóis que São José do Norte desenvolveu-se como
principal ponto de defesa lusitana do Estreito. Em razão do domínio
espanhol, muitos açorianos vivendo nas adjacências de Rio Grande
retiraram-se da região, estabelecendo-se nas terras mais férteis da
Depressão Central, sobretudo ao longo da mais protegida margem
esquerda do rio Jacuí, sob a proteção da tranqueira de Rio Pardo. Nas
novas regiões, prosseguiram a plantação de cereais, sempre apoiados
na força de trabalho familiar e de trabalhadores escravizados. Os
capitais obtidos nos trigais foram investidos na compra de cativos
para a criação animal e para a produção de charque. As terras eram
obtidas como sesmarias ou compradas a muito baixo preço.
O status quo regional desequilibrara-se claramente em detrimento
dos luso-brasileiros. A perda de Rio Grande e do Norte impedia o
ingresso marítimo ao interior da capitania. Em 6 de julho de 1767, o
Norte foi reconquistado pelos portugueses, garantindo um porto
marítimo com contato com o interior. Porém, apenas em 26 de março
de 1776, o forte de Santa Tecla , e no dia 1º de maio do mesmo ano,
Rio Grande e a Campanha foram retomados aos espanhóis, por
poderoso exército luso-brasileiro de mais de sete mil homens – o
maior jamais enviado pela Coroa portuguesa à América, o que registra
a importância daquela operação. Em resposta, uma poderosa
expedição espanhola assaltou e apoderou-se facilmente da ilha de
Santa Catarina, em fevereiro, e da Colônia, em junho de 1777. Dessa
feita, os espanhóis desmantelaram a fortaleza de Sacramento.

Viradeira lusitana
A morte de dom José I de Portugal, em inícios de 1777, e a
ascensão ao trono de sua filha, dona Maria I, permitiram a viradeira
que depôs o poderoso marquês do Pombal [1699-1782] e seu projeto

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reformista-ilustrado, entregando novamente o controle direto do
governo e do Estado lusitano à grande aristocracia terratenente. Um
dos primeiros resultados da nova acomodação do poder foi a
assinatura, em 1º de outubro de 1777, do Tratado Santo Ildefonso, que
reconhecia a soberania espanhola sobre a colônia de Sacramento e
sobre as Missões, em troca da retirada espanhola de Santa Catarina. O
forte de Santa Tecla e os territórios do meridião sulino passaram,
novamente, ao domínio espanhol.
O tratado instituiu os Campos Neutrais na fronteira entre os
territórios meridionais de Espanha e Portugal. Doravante, as terras
entre a lagoa da Mangueira e a lagoa Mirim e a costa atlântica não
poderiam ser ocupadas por nenhuma das Coroas ibéricas. Entre os
objetivos da decisão encontrava-se a vontade de demover o
contrabando luso-brasileiro com o Prata. Essa verdadeira terra de
ninguém tornaria-se verdadeira pátria dos contrabandistas. A
reconquista de Rio Grande e o Tratado de Santo Ildefonso, garantindo
a posse da campanha aos lusitanos, permitiram a efetiva ocupação de
grande parte dos pampas rio-grandenses. Após a reconquista do porto
marítimo de Rio Grande, muitos dos oficiais chegados para a
campanha militar contra os espanhóis receberam ou simplesmente
apoderaram-se de importantes sesmarias nos pampas, onde
organizaram fazendas pastoris. Em pouco tempo, as terras acessíveis
esgotaram-se completamente.
Nos anos 1780, a produção mercantil sulina centrava-se na
triticultura, na exportação de muares e na produção de couros, já
fortemente produzida em estâncias pastoris, definidas comumente
como fazendas chimarras, devido ao domínio nas mesmas dos gados
selvagens. Como vimos, nos anos 1750, os ilhéus chegados ao Sul
destinados a ocupar as Missões fundaram ou fortaleceram povoações
em Viamão, no litoral, no Estreito [Torres, Mostardas, Bojuru,

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Gravataí] e ao longo da margem setentrional do Jacuí [Porto Alegre,
Triunfo, Taquari, Santo Amaro, Rio Pardo]. Com a imigração
açoriana, a Coroa pretendia organizar economia camponesa
policultora que fornecesse filhos e alimentos para as tropas militares
da região, como assinalado. Por diversas razões, com o passar dos
anos, boa parte dos ilhéus abandonaria a produção agrícola pela
criação animal. Inicialmente, a produção pastoril alimentava o
mercado local com carne, produzia couros e exportava tropas,
sobretudo de muares.
Em fins do século 18, a decadência da produção mineradora no
Brasil Central determinou a retração do consumo de mulas sulinas.
Então, a produção triticultura e, sobretudo, a atividade charqueadora
[1780] impediram que a produção mercantil escravista sul-rio-
grandense se deprimisse ainda mais. Nos anos 1830, a exportação
muar para Sorocaba, em São Paulo, retomou fôlego, com as novas
necessidades nascidas da produção cafeicultora, então em forte
expansão. O café era levado do vale do Paraíba do Sul para o litoral
em bolsas de couro transportadas por milhares de mulas.
Os trigais sulinos foram plantados nas proximidades da lagoa dos
Patos, ao longo dos rios Jacuí e Taquari e nas cercanias de Rio Pardo.
A produção era comercializada e embarcada no porto de Porto Alegre
e exportada para o Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Portugal,
tendo contribuído significativamente para primeira expansão
econômica de Porto Alegre. De 1813 a 1816, o Rio Grande do Sul
chegou a exportar, em média, anualmente, mais de dez mil e
quinhentas toneladas de trigo ao ano. A atividade permitiu uma
primeira introdução sistemática de mão-de-obra escravizada no Sul e
financiou o estabelecimento de charqueadas e a construção de
embarcações de cabotagem. A importação significativa de cativos
africanos novos era apoiada pela proibição, desde meados do século

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18, da escravização de nativos, que continuaram sendo, não raro,
reduzidos, nos fatos, a condições semi-servis de trabalho.

A Corte no Rio de Janeiro


Em inícios de 1808, a transferência do aparato administrativo do
império português para o Rio de Janeiro e a conseqüente liberalização
do comércio internacional, sem uma proteção aduaneira pertinente,
determinaram que a exportação tritícola sulina sofresse, nas restantes
províncias, a dura concorrência do trigo estadunidense. Este último
passou a pagar, a partir de 1827, como as outras mercadorias, apenas
quinze por cento de taxa alfandegária. A mesma depressão conheceria
a produção artesanal e pequena mercantil da colônia, diante dos
produtos manufaturados importados, sobretudo ingleses. O que
fortaleceu a economia escravista e as relações de produção e de
dominação pré-capitalistas. A partir de 1811, com a ocupação
temporária luso-brasileira da Banda Oriental, a expansão dos
criadores sulinos em direção àqueles territórios e o saque dos rodeios
orientais favoreceram a explosão da produção pastoril-charqueadora
rio-grandense, contribuindo para a frustração definitiva da triticultura.
Diversas causas contribuíram para que o trigo sulino fosse alijado
do mercado do Brasil e mundial: a incidência da ferrugem (1811); as
dificuldades dos transportes; a carestia da mão-de-obra livre e
escravizada; o escasso desenvolvimento das técnicas produtivas; a
inadequação da triticultora à produção escravista; a produtividade
irregular do produto; a concorrência do trigo estadunidense.
Sobretudo o desenvolvimento da produção charqueadora tornou ainda
mais rentável a criação animal, concentrando os capitais regionais
disponíveis,. Em 1822, o Rio Grande alimentava-se com o trigo
trazido do exterior.

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Foi a produção pastoril-charqueadora escravista que consolidou a
economia mercantil sulina e, portanto, o Rio Grande do Sul luso-
brasileiro. Antes mesmo da ocupação do litoral, a partir dos anos
1720, praticava-se uma produção artesanal de charque e de couros no
Estreito e nas margens das lagoas, alimentada pelos gados selvagens
abundantes na região. A partir da segunda metade do século 18,
charqueava-se ativamente no vale do Jacuí. A atividade saladeiril
sulina foi impulsionada pelas grandes secas de 1777-8 e 1791-2 no
nordeste do Brasil. Elas facilitaram o desenvolvimento da produção
escravista de carnes salgadas sulina, ao dizimarem os gados daquelas
regiões, que alimentavam a produção do Ceará e do Piauí, tradicionais
fornecedores de carne-de-sol para o resto do Brasil. 1 As pastagens
mais abundantes e o clima mais benigno e regular do sul da América
permitiam uma produção pastoril significativamente mais rentável em
relação à nordestina.
Com a expulsão dos espanhóis do porto e da vila de Rio Grande,
em 1776, os territórios vizinhos a essa povoação foram rapidamente
ocupados por fazendas pastoris. Então, uma importante atividade
saladeiril organizou-se, sobretudo nas margens do arroio Pelotas,
dando origem à importante povoação de São Francisco de Paula,
futura vila de Pelotas, que se distinguiria como grande centro
charqueador e escravista do Rio Grande do Sul. Charqueadas
surgiram também nas margens das lagoas, no rio Jacuí, no rio Guaíba,
etc. Até os anos 1830, Rio Pardo abasteceu a capital com charque. A
localização das charqueadas nas margens das vias aquáticas nascia da
necessidade do escoamento da produção.
As condições de trabalho na produção saladeiril eram muito duras,
determinando que funcionasse quase inteiramente com mão-de-obra
escravizada. Nesse então, no Rio Grande e no Brasil, a escassa

1 Ver e colocar Villa

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população livre conseguia sobreviver, nem que fosse como pequeno
posseiro, devido à abundância relativa de terras, sem assalariar-se sob
condições draconianas. Por décadas, as charqueadas, com de sessenta
a cem cativos financiaram o ingresso de grandes quantidades de
trabalhadores africanos escravizados no Sul. Sobretudo, ensejaram a
rápida ocupação dos pampas do Rio Grande do Sul e do norte do
Uruguai por fazendas pastoris latifundiárias voltadas à criação de
animais para o abate, em grande parte apoiada no trabalho
escravizado. Em 1785, 64,22% das 841 propriedades sulinas
recenseadas tinham mais de mil hectares.

Terra ocupada
A produção charqueadora, grande eixo articulador das atividades
econômicas das classes dominantes sulinas, sofreu sempre a dura
concorrência das carnes salgadas do rio da Prata, de campos mais
produtivos e, inicialmente, exportadas pelo porto de Montevidéu .
Desde 1780, o Estado colonial hispano-americano concedera a
liberdade comercial para aquelas regiões, no contexto do império
hispânico, que, a seguir, também não pagariam direitos sobre o
ingresso do sal e sobre a exportação do charque.
A superioridade dos charques platinos devia-se à melhor
qualidade dos campos, dos gados e da mão-de-obra trabalhadora livre
empregada nas charqueadas do Uruguai e da Argentina. Era
igualmente significativa a melhor qualidade do porto de Montevidéu e
de Buenos Aires em relação a Rio Grande. O Prata conheceria,
igualmente, fortes investimentos de capitais ingleses. Em geral, as
charqueadas sulinas prosperaram sobretudo quando crises políticas
tumultuaram a produção do Prata, através do saque dos rebanhos
orientais pelos criadores sulinos; cerco do porto de Montevidéu e
Buenos Aires, etc.

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Estudos arqueológicos e históricos registram a pobreza relativa
de muitas fazendas sulinas ainda em início do século 19. A sede, o
galpão, as senzalas teriam construção e acabamento rústicos; seus
primeiros ocupantes alimentavam-se sobretudo de carne; erma e eram
poucos os manufaturados importados, etc. Sobretudo a partir de 1830,
o charque sulino encontrou um mercado em forte expansão em razão
do desenvolvimento da produção escravista de café. A carne salgada
era um tradicional alimento do trabalhador escravizado e da
população pobre, ainda que consumido com parcimônia. Os homens
ricos alimentavam-se com, com a carne de animais apenas abatidos –
“carne verde”. Nesse contexto, com o impulso da produção
charqueadora escravista sulina a partir de 1780, os pampas sulinos
foram totalmente ocupados por fazendas pastoris, em boa parte a
partir do uso da mão-de-obra escravizada, como assinalado.
O desenvolvimento e integração da atual região norte do Rio
Grande do Sul conheceu um processo diverso. Nos anos 1753-6, a
derrota missioneira pelas tropas luso-espanholas despovoou
relativamente os Sete Povos. Muitos missioneiros foram massacrados,
dispersos, transferidos para povoações portuguesas. Outros cruzaram
o rio Uruguai e mudaram-se para a Banda Oriental. As Missões
prosseguiram sua decadência, sob administração laica espanhola, após
a expulsão dos jesuítas, em 1767. Parte das terras missioneiras foi
entregue a colonos espanhóis e alguns criadores luso-brasileiros
insinuaram-se na região. Porém, bem ou mal, as populações
missioneiras detinham ainda o controle de importantes fazendas
coletivas.
Em inícios de 1801, aproveitando as hostilidades entre os reinos
espanhol e português, devido às guerras napoleônicas, os Campos
Neutrais, até o rio Jaguarão, foram incorporados ao Brasil. Em agosto,
tropas irregulares luso-brasileiras, apoiadas por comunidades

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missioneiras descontentes com a administração civil espanhola,
apoderaram-se dos Sete Povos e, em novembro de 1801, de São
Borja. Então, o Rio Grande do Sul assumiu praticamente sua
conformação atual. O capitão João de Deus Mena Barreto
[1769-1849] foi nomeado governador civil das Missões.
A administração portuguesa aprofundou os desmandos do
governo civil espanhol. Como prêmio, oficiais luso-brasileiros
receberam sesmarias nos campos conquistados. Após prestar serviços
por cinco anos nas Missões, os militares tinham direito de requerer
sesmarias. Iniciava-se, assim, a povoação luso-brasileira daquelas
regiões, em detrimento das antigas fazendas coletivas missioneiras,
que, em poucas décadas, desapareceriam completamente. Entretanto,
até no mínimo 1828, a ocupação dessas regiões pelos criadores luso-
brasileiros teria sido lenta.
Em 1810, a crise colonial no Prata, com a Revolução de Maio,
em Buenos Aires, ensejou movimento independista no Paraguai, de
onde o governador espanhol Velasco pediu socorro à Coroa lusitana,
que propunham colocar o vice-reinado sob a guarda de Carlota
Joaquina, irmão do rei espanhol Fernando 7º, prisioneiro de Napoleão.
Em maio de 1811, o tenente José de Abreu Mena Barreto [1770-1827]
foi enviado a Assunção pelo capitão-geral do Rio Grande, para acertar
secretamente o apoio militar à repressão dos patriotas paraguaios.
Fortes tropas luso-brasileiras foram colocadas à disposição de Velasco
em São Borja.
A intervenção contra-revolucionária no Paraguai não prosperou.
As tropas luso-brasileira partira do Rio Grande do Sul em direção da
Banda Oriental, igualmente a pedido do vice-rei Francisco Élio,
encurralado em Montevidéu pelas tropas patrióticas orientais de José
Artigas (1764-1850) e de Buenos Aires. Em 21 de julho de 1911, um
Exército de Pacificação da Banda Oriental luso-brasileiro, com

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quatro mil soldados, cavalaria e artilharia, ingressou na região e
ocupou Melo, a fortaleza de Santa Teresa, Rocha e Maldonado,
enquanto a armada espanhola, sediada em Montevidéu, bloqueava o
porto de Buenos Aires.
A oligarquia comercial portenha Aires, na direção da Junta
Revolucionária, negociou a devolução da Banda Oriental ao vice-rei
espanhol Francisco Élio, em troca do fim do bloqueio do porto de
Buenos Aires. A traição da autonomia oriental levou ao abandono das
tropas luso-brasileiras da Banda Oriental e ao início da ruptura de
José de Artigas e dos patriotas orientais com a direção unitarista
portenha. A intervenção militar luso-brasileira de 1811 propiciou o
início de forte expansão dos criadores rio-grandenses em direção a
territórios orientais.
o
Em 1 de julho, antes de penetrar profundamente na Banda
Oriental, o comandante das tropas luso-brasileiras fundou a povoação
de Bagé. A apelação da aglomeração deveria-se ao nome de cacique
charrua [Ibage/Ipage] que se estabelecera, com sua gente, nas
margens do arroio, nas fraldas de um cerro próximo. Outros redutos
militares levantados na fronteira originariam novas povoações –
Alegrete, Quaraí etc. − que articulavam constelações de estâncias
pastoris.
Em 1816, chamados novamente pelos grandes proprietários de
Montevidéu e de Buenos Aires, poderosa tropa luso-brasileira
retornaria à Banda Oriental para pôr fim, após duríssima resistência
patriótica oriental de quatro anos, à revolução independista
capitaneada por José Artigas na Banda Oriental e no Prata. Na época,
o caudilho oriental avançava a unidade federalista das províncias do
Plata, contra o projeto exclusivista de Buenos Aires, e amplo
programa de democratização da propriedade da terra, em implantação
desde 1814.

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À cabeça da Banda Oriental e da Liga Federal, reunindo a
Banda Oriental, Córdoba, Corrientes, Entre Ríos, Santa Fé, Misiones,
Artigas reconhecera a propriedade da terra aos pequenos e médios
donatários, detentores e ocupantes e distribuíra estâncias entre os
gaúchos, changadores, negros, charruas, etc. que combatiam nas
tropas orientais − os donatários artiguistas. No final do século 18,
inícios do século 19, o caudilho secundara Félix de Azara na
implementação da distribuição de pequenas estâncias pastoris − em
uns dois mil hectares, em geral − para a população pobre da
campanha
Esse projeto − “arreglo de los campos” − pretendia por limites à
expansão das fazendas escravistas luso-rio-grandenses ao norte do
Rio Negro. Ele fracassara devido à oposição dos grandes proprietários
de Buenos Aires, de Montevidéu e, sobretudo, à ofensiva militar luso-
rio-grandense de 1801. Em 1816-1828, a ocupação militar luso-
brasileira da Banda Oriental ensejaria a proliferação de fazendas
pastoris escravistas de sulinos, com destaque para as regiões da Banda
Norte.
Apoiada pelos grandes proprietários de Montevidéu e Buenos
Aires, a ação luso-brasileira constituiu intervenção contra-
revolucionária que abortou o mais elevado projeto democrático
quando da independência do vice-reinado do Prata. Sua vitória
ensejou a expansão da produção pastoril-escravista e pôs fim à
enorme pressão social que aquele movimento já motivava no Rio
Grande do Sul, sobretudo através da fuga de cativos para irem se
arrolar nas tropas artiguistas.

Caminho Novo da Vacaria


A ocupação das Missões – quarenta km2 – permitiu, nos anos
1816, que se estabelecesse o chamado “Caminho Novo da Vacaria” ou

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“Estrada das Missões”, que ligava os campos de Vacaria, no nordeste
do Rio Grade do Sul, a Santo Ângelo, importante local de criação
muar, nas Missões. Esse caminho nativo, conhecido e percorrido
habitualmente pelos tropeiros e ervateiros missioneiros no século 18,
escoaria igualmente as tropas muares contrabandeadas da atual
Argentina. Mais tarde, diversas povoações surgiram ao longo do
Caminho Novo da Vacaria – Cruz Alta (1821), Passo Fundo (1827),
Carazinho, Lagoa Vermelha etc. A nova rota determinou a decadência
relativa do caminho de Viamão e do nordeste sulino.
Desde 1816, o cabildo dos povos missioneiros e administradores
luso-brasileiros dos Sete Povos vendiam, a preços mínimos, ou
concediam, gratuitamente, terras missioneiras e não-missioneiros,
ensejando que militares, tropeiros e criadores, chegados sobretudo de
São Paulo, Curitiba, Lages e Laguna, organizassem fazendas
criatórias nas antigas estâncias missioneiras. Segundo o comerciante
francês Nicolau Dreys, que teria vivido no Rio Grande do Sul em
1817-28, e publicou, em 1839, sua Notícia descritiva da Província do
Rio Grande de São Pedro do Sul, a população missioneira caíra de
vinte mil habitantes, em 1801, para oito mil, em 1814. O
despovoamento maciço dessa região por minuanos e sobretudo
guaranis daria-se no fim da guerra de independência da Banda
Oriental.
Em 1828, após ocupar e sequer as Missões, Fructuoso Rivera
convencera a população missioneira a acompanhá-lo com talvez
quatrocentas mil cabaças de gado retirados da região, para
estabelecerem-se no noroeste do atual Uruguai, onde muito logo
seriam reprimidos, escravizados plena e parcialmente e massacrados.
Em seu “Relatório ao Conselho Geral” de dezembro de 1830, o
presidente da província sulina, o pernambucano Caetano Lopes
Gama, visconde de Maranguape [1795-1864], escrevia: “Os Sete

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Povos [...] estão quase extintos. Santo Ângelo, São João, São Luiz e
São Nicolau não têm um só índio. São Borja, São Lourenço e São
Miguel, apenas 38.”
Expropriadas de suas estâncias coletivas, boa parte da população
missioneira, emergiria no Plata como gaúchos, empregando-se
ocasionalmente como trabalhadores pastoris, ou seja peões, nas
fazendas do Rio Grande, Uruguai, Entre Rios, Corrientes, etc. O
vocábulo peão/peón provém do latim vulgar pedone, ou seja,
pedestre. Na península Ibérica, designava-se como peão/peón o
homem que andava ou combatia a pé. A palavra era igualmente usava
para referir o trabalhador braçal não especializado. No sul do Brasil e
no Prata, o termo peón/peão [pião, no Rio Grande] passou a designar
sobretudo o trabalhador pastoril contratado para trabalhar montado no
trato dos animais. Não raro, o termo “peão” é tido como sinônimo de
“gaúcho”, o que pode induzir a engano. O gaúcho nem sempre
trabalhava como peão e o peão não era, necessariamente, um gaúcho.
Nos pampas da Argentina, do Uruguai e, secundariamente, no Rio
Grande do Sul, a apropriação oficial ou de fato das terras e dos gados
selvagens pelas classes dominantes, ensejou a formação de população
dispersa, comumente sem raízes fixas, formada por europeus pobres,
por mestiços, por guaranis, minuanas e charruas aculturados e semi-
aculturados, sem acesso de fato à terra. Dominando a montaria e o
manejo do gado, essa população masculina livre, era denominada no
Prata de gauchos e, no Rio Grande, de “gaúchos”. Não há feminino
para o nome, sendo a mulher do gaúcho conhecido por china, como
veremos. Era comum que o gaúcho se empregasse ocasionalmente nas
fazendas pastoris como peão.
Não se conhece com certeza a origem etimológica da palavra
“gaúcho-gaucho”. Acredita-se que provenha de vocábulo americano.
Huachu ou huakcho, em quíchua, importante idioma andino, significa

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“órfão”, “vagabundo”, “sem raízes”. Na língua araucana, falada no sul
do Chile e da Argentina pelos mapuches, huaso descreve o habitante
do campo e gatchu, “amigo” ou “parceiro”. “Guasca”, ou seja, tira de
couro, palavra utilizada no Rio Grande como sinônimo de gaúcho,
origina-se do quíchua – uaskha. O domínio das comunidades nativas
pelas classes dominantes regionais era também justificado pela
pretensa excelência racial dos luso-brasileiros. Os guaranis
missioneiros, os charruas, os minuanos, os caingangues aculturados
eram tidos como etnicamente inferiores. A expropriação de suas terras
comunitárias era compreendida como decorrência inevitável de uma
superioridade racial, religiosa e de civilização. A china, o guasca, o
bugre, o gaúcho eram profundamente desprezados pelas chamadas
“elites” sul-rio-grandenses.

Trabalhadores Solteiros
O mercado de trabalho na produção pastoril era escasso. As
grandes propriedades pastoris exigiam limitada mão-de-obra. Um
capataz e uns dez peões eram suficiente para levar adiante uma
fazenda pastoril extensiva de treze mil hectares, com cinco mil
cabeças de gado. A apropriação latifundiária e a destinação das terras
nativas à produção pastoril extensiva determinaram o baixo
desenvolvimento demográfico, superado, mais tarde, no norte do Rio
Grande do Sul, pelo advento da imigração e da exploração agrícola
colonial-camponesa.
Temendo que os trabalhadores criassem raízes e reivindicassem a
posse da de terra, os latifundiários permitiam apenas que os cativos,
capatazes e posteiros – responsáveis pelo controle das divisas da
fazenda – se casassem e levantassem um casebre nas terras da
propriedade. As fazendas não eram igualmente capazes de utilizarem
as esposas e filhos de seus trabalhadores que deveriam ser

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alimentados. Em geral trabalhadores solteiros, os peões dormiam nos
galpões, sobre os pelegos e arreios, aproximando-se e afastando-se do
fogo segundo a estação. Trabalhavam pela comida, moradia e algum
salário monetário, no contexto de relações de produção claramente
pré-capitalistas. Era habitual que, quando se aborreciam, pedissem as
contas para perderem-se nos campos indivisos ou refluir para a nesga
de terra que ocupavam em geral com a família.
O crescimento da população cativa nas estâncias seria fenômeno
valorizado mas não incentivado pelos estancieiros, ao menos durante
o período de tráfico transatlântico livre de trabalhadores escravizados.
Efetivamente, os criadores privilegiavam a compra de cativos
homens, devido ao caráter masculino da produção pastoril. Apenas
começamos a conhecer essa realidade devido a estudos recentes sobre
os territórios sulinos e as estâncias de rio-grandenses do norte do
Uruguai, exploradas com cativos, em verdadeira continuação sócio-
econômica dos campos da Campanha e da fronteira do Rio Grande do
Sul.
Os levantamentos populacionais registram expansão da população
escravizada no Rio Grande, mesmo após a abolição do tráfico
internacional, em 1850. Os dados pontuais conhecidos sugerem
expansão positiva da população cativa nas fazendas pastoris, talvez
favorecido pela forma de produção e pela alimentação, e crescimento
negativo nas charqueadas e nas aglomerações urbanas, onde a
reposição da mão-de-obra escravizada seria garantida pelo tráfico
internacional, interprovincial e intermunicipal.
Em inícios do século 19, como assinalado, ainda que a
incorporação das terras do Alto-Uruguai, das Missões e dos Campos
Neutrais aos territórios sul-rio-grandenses não tenha sido seguida, em
muitos casos, por uma exploração econômica intensiva, o Rio Grande
do Sul luso-brasileiro assumia, grosso modo, sua atual conformação

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político-geográfica. Nas décadas seguintes, um movimento expansivo
interno, realizado sobretudo nas encostas do Planalto Rio-Grandense,
concluiria a definitiva conformação político, social, demográfica e
econômica do setentrião rio-grandense, aprofundando suas relações
com o resto do país, no contexto da forte autonomia regional que o
país conheceria até os anos 1930.

Ocupação colonial-camponesa
Desde inícios dos anos 1730, manadas de gados eram extraídas da
vacaria dos Pinhais, no nordeste do Planalto Rio-Grandense, e levadas
para Sorocaba, em São Paulo, e, dali, sobretudo para Minas Gerais e
Rio de Janeiro. Mais tarde, quando decaiu a mineração andina, tropas
muares foram trazidas dos atuais territórios argentinos pelo Caminho
Novo da Vacaria, no Planalto, como visto. Quando da Independência,
em 1822, apesar de integradas economicamente pela economia
tropeira, eram difíceis os contatos do Planalto, sobretudo com as
regiões ocidentais da Depressão Central, devido aos sertões da
Encosta Inferior e Superior do Planalto, semi-controlados por
comunidades nativas.
De julho de 1824 até o início da Guerra Farroupilha, em 1835,
chegaram levas de colonos de língua alemã atraídas pela concessão
gratuita de sementes, ferramentas, animais, auxílio monetário inicial
e, sobretudo, colônias de 78 hectares. O assentamento de colonos-
camponeses na Encosta Inferior do Planalto, em São Leopoldo
[1824], São Hamburgo, São Sebastião do Caí [1848], Santa Cruz do
Sul [1849], Estrela [1853] etc., destinava-se a fornecer braços para os
exércitos dos Braganças; abastecer a capital sulina em gêneros
alimentícios; facilitar os contatos entre a Depressão Central e o
Planalto; diminuir o desequilíbrio demográfico entre a população livre
e a escravizada; valorizar os territórios. Nos primeiros trinta anos de

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imigração, uns oito mil imigrantes entraram no Rio Grande do Sul. O
crescimento dessa população deveu-se sobretudo à forte expansão
demográfica endógena, impulsionada pela necessidade dos dos pais
do trabalho familiar para a exploração das colônias.
A existência de um mercado seguro para a produção colonial
contribuiu fortemente para o sucesso da colonização colonial-
camponesa germânica. Porto Alegre, com doze mil habitantes, em
1830, consumia e reexportava a produção colonial para outros centros
distribuidores – Rio Pardo, Rio Grande, etc. Por sua vez, a produção
colonial apoiou significativamente o desenvolvimento da capital
sulina, pouco articulada com a produção pastoril e charqueadora da
Campanha, escoada através de Pelotas e Rio Grande. A colonização
dessas regiões e o estabelecimento de contatos seguros e mais fáceis
entre Porto Alegre, o Planalto Médio e os campos de Cima da Serra
foram completados, desde 1875, com a chegada de milhares de
colonos-camponeses do nordeste da Itália. Devido a lei de Terras, de
1850-54, eles foram obrigados a comprar glebas financiadas, de uns
vinte hectares, em média, na Encosta Superior do Planalto –
inicialmente, nas atuais Caxias, Bento Gonçalves, Garibaldi. A
colônia de Silveira Martins foi instalada com braços italianos nas
proximidades de Santa Maria, na Depressão Central. A Lei de Terras
punha fim à distribuição gratuita de terras aos imigrantes. Ela fora
promovida pelos grandes proprietários escravistas, angustiados com o
fim do tráfico transatlântico de trabalhadores escravizados, em 1850.
Assim, esperava-se que os novos-chegados fossem obrigados, no
mínimo, a trabalhar por alguns anos nos latifúndios, para obter meios
para adquirir a sonhada propriedade.
A consolidação e expansão da sociedade colonial-camponesa em
importantes regiões do Rio Grande do Sul, geográfica e
ecologicamente impróprias à produção pastoril latifundiária, foi

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impulsionada pelo Estado imperial, em detrimento da vontade e dos
interesses dos grandes criadores sulinos. Por longos anos, as
sociedades articuladas a partir desse modo de produção voltado para a
produção dos meios de subsistência e mercantilização dos excedentes,
viveu sob a hegemonia e domínio dos estancieiros e da produção
pastoril-charqueadora escravista. Mais tarde, elas integrariam o bloco
político-social que disputaria a direção política e econômica da
sociedade regional aos antigos senhores do Rio Grande do Sul.
Concomitantemente à ocupação, a partir de 1824, da Encosta
Inferior do Planalto por colonos-camponeses de língua alemã,
expandia-se a ocupação territorial das regiões das Missões, do Alto-
Uruguai e do Planalto Médio, dificultada nas décadas anteriores pelas
escarpas da Serra, ao sul, e pelo caudaloso rio Uruguai e suas
abundantes florestas em galeria, ao norte e ao oeste. O planalto sul-
rio-grandense fora sempre mais acessível desde as capitanias do norte,
de onde chegaram, no século 17, os bandeirantes preadores de cativos
que dizimaram as reduções do Tape . Mais tarde, seguindo os mesmos
caminhos, criadores paulistas ocupariam os campos de Curitiba, de
Guarapuava, de Lages, de Vacaria, de Passo Fundo, de Cruz Alta.
Apesar de concessões de sesmarias nessas regiões, ao contrário da
Campanha e da Depressão Central, a ocupação do Planalto não foi
movimento oficial organizado pela administração, dando-se sobretudo
através da posse dos campos e da compra de terras, sucessivamente
legalizadas, sobretudo a partir 1850. De 1822, quando da
Independência, até 1850, quando da aprovação da Lei de Terras, vigeu
interregno no qual a apropriação privada de terras devolutas deu-se
nos fatos através da ocupação e posse, uma indiscutível concessão do
centralismo político bragantino às classes proprietárias provinciais,
que se literalmente se banquetearam com as terras reúnas. A Lei de
Terras permitiria que os posseiros legalizassem as grandes

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propriedades que haviam ocupado nos anos anteriores e subseqüentes
a 1850.

A ocupação do norte
À exclusão do nordeste do Planalto – Lagoa Vermelha e Vacaria –,
ligado mais estreitamente com Porto Alegre e a Depressão Central,
pelo antigo “caminho de Viamão”, quando da Independência, em
1822, o Planalto Médio estava ainda parcialmente ocupado por
comunidades nativas e por descendentes dos mamelucos.
Comunidades caingangues (coroados), chegadas do norte em meados
do século 18, após a crise dos Sete Povos, estabeleceram-se em
regiões florestais do Planalto, de onde atacavam os tropeiros,
sobretudo na passagem dos matos Castelhano e Português.
Nos anos 1820, enquanto colonos-camponeses de língua alemã
ocupavam a Encosta Inferior do Planalto, os administradores das
Missões vendiam e concediam propriedades nos campos de pastagens
dos territórios missioneiros e não missioneiros – nas Missões, no
Alto-Uruguai e no Planalto Médio – a militares, tropeiros e criadores.
Esse movimento, acelerado com a migração missioneira de 1828 em
direção ao Uruguai,, facilitou a apropriação privada latifundiária não
sesmeira dessas regiões, em detrimento das comunidades nativas e
caboclas. Como parte desse processo, fazendeiros instalaram-se nos
campos de Cruz Alta, ensejando que a freguesia do Divino Espírito
Santo de Cruz Alta, criada em 1821, fosse transformada, em 1834, em
vila e sede do município homônimo, com sessenta mil quilômetros
quadrados – vinte por cento do território sulino na época. Em 1827-8,
fundava-se Passo Fundo, elevado à condição de freguesia em 1847 e,
de município, em 1857.
As vilas de Cruz Alta, Palmeira das Missões e Passo Fundo
localizaram-se em regiões de campo aberto, próprias à economia

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pastoril. A expansão das fazendas criatórias nos descampados
determinou a dizimação e expulsão das comunidades nativas para o
interior das matas da região. Até os anos 1890, a atividade econômica
no Planalto Médio, no Alto-Uruguai e nas Missões articulou-se
sobretudo em torno da criação animal, da produção ervateira e da
pequena produção agrícola cabocla de subsistência.
Nos campos de pastagens, dominavam as grandes propriedades,
dedicadas à criação e à exportação de mulas. Segundo o historiador
Paulo Zarth, em 1851, os animais cavalares e muares representavam
mais de sessenta por cento da população das fazendas do Planalto,
contra apenas uns 37% de animais vacuns. A importância de cavalares
devia-se à necessidade de éguas para a produção de mulas. Em 1854,
Cruz Alta exportava para Sorocaba umas oitenta mil mulas anuais,
criadas ou invernadas no município. O comércio muar começou a
decair em 1860 e, a partir de 1880, com a generalização das ferrovias
no Centro-Sul, entrou em agonia. Então, a ocupação vacum das
fazendas da região, em torno de cinqüenta por cento em 1880,
alcançou noventa por cento no início da década seguinte. Com o
declínio da era muar e consolidação do transporte ferroviário, as
tropas vacuns passaram a ser enviadas em grande quantidade para as
charqueadas.
Os trabalhadores pastoris das fazendas do Planalto eram sobretudo
descendentes de nativos e de cativos, com clara diferença com a
população gaúcha dos territórios meridionais. Era também
significativa a população escravizada nas fazendas pastoris da região.
Os mais ricos fazendeiros possuíam uns trinta trabalhadores
escravizados. Havia, porém, fazendas sem cativos. Os trabalhadores
escravizados levantavam cercas de pedra, trabalhavam nas olarias,
transportavam lenha, plantavam roças, trabalhavam na produção da
erva-mate e nas lides pastoris – cativos campeiros. Os trabalhos

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domésticos eram monopólio das mulheres. Em 1857, o município de
Passo Fundo, com 8 200 habitantes, possuía 1 692 cativos (21%).

Riqueza pública
Os ervais das terras devolutas eram considerados propriedade
pública e as Câmaras Municipais regulavam, taxavam e atribuíam sua
exploração. Em 1850, as taxas sobre os ervais eram a principal renda
municipal de Cruz Alta, então principal pólo econômico e capital
política do Planalto. O extrativismo da erva-mate dava-se com a
exploração das árvores espalhadas pelas florestas, que, de refúgio das
comunidades nativas, passaram a ser ocupadas por uma população
cabocla que raramente ascendeu à posse legal das nesgas de terra nas
quais plantava suas roças, das quais extraíam boa parte dos bens
necessários à subsistência. Nesse então, as terras florestais eram
desprezadas pelos criadores.
A produção ervateira, empreendida pelos caboclos em favor de
empresários, no contexto de relações claramente pré-capitalistas, era
realizada com instrumentos e métodos rudimentares que não se
modificaram até inícios do século 20. Como vimos, os ervateiros
produziam grande parte dos seus meios de subsistência em suas
explorações e eram pagos pela produção da erva com mercadorias,
que podiam também ser retiradas nos armazéns dos seus
empregadores. O beneficiamento da erva-vate era comumente feito
por trabalhadores escravizados. A erva-mate era transportada, com
grandes dificuldades, em carretas, até os portos fluviais de Rio Pardo,
para ser expedida pelo rio Jacuí, ou de Itaqui, pelo rio Uruguai.
Nos anos 1860, sem campos de pastagens para se expandir, os
criadores passaram a apropriar-se das regiões florestais, expulsando as
comunidades caboclas, obrigadas a procurar terras em regiões mais
distantes ou a se empregar como peões nas fazendas da região. O fim

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do tráfico transatlântico e a expansão da cafeicultura, ensejavam forte
alta do preço do cativo no Centro-Sul, para onde eram enviados os
trabalhadores escravizados do RS e de todo o Brasil. Nas décadas
seguintes, a população cabocla pobre trabalharia também na
preparação da infra-estrutura que permitiu a ocupação colonial-
camponesa de territórios da região [estradas, desmatamento,
demarcação de terras etc.], sem porém participar na repartição das
terras.
O processo de expansão dos latifúndios foi facilitado pela Lei de
Terras, votada em setembro de 1850 e regulamentada em 1854, que
proibia a distribuição gratuita de terras e facilitava a legitimação, com
ônus baixo para os grandes proprietários, das posses, caminhos
trilhados pelos potentados da região para legalizar e expandir suas
propriedades e se apoderar dos antigos ervais coletivos,. Algumas
vezes, os comerciantes de erva-mate e as câmaras municipais
defenderam os ervateiros para não prejudicar seus negócios e não
perder os direitos sobre os ervais. Quando necessário, os latifundiários
eliminaram fisicamente os ervateiros que se mobilizavam em defesa
de suas terras. Apesar de derrotada, a população cabocla lutou pela
posse da terra, o que jamais ocorreu de forma tão enfática no meridião
rio-grandense.
O crescimento demográfico das populações colonial-camponesas
alemãs, italianas, polonesa, etc. e o esgotamento das terras das
Colônias Velhas impulsionaram significativamente o mercado e o
valor das terras no norte do Rio Grande . A partir de 1890, com a
implantação da estrada-de-ferro São Paulo-Rio Grande, companhias
colonizadoras compraram terras florestais aos novos detentores, para
serem loteadas e vendidas aos imigrantes. A ocupação por colonos-
camponeses das terras florestais do Alto-Uruguai, das Missões e do
Planalto Médio completaria a ocupação dos territórios sulinos. Desde

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então, a solidez da estrutura latifundiária determinou que a expansão
da fronteira agrícola impulsionada pelo pequeno proprietário se desse
para fora dos territórios sulinos, transformando o Rio Grande de
importador e exportador de mão-de-obra e capitais. O primeiro
questionamento dessa realidade se daria, quando do governo de
Leonel Brizola [1958-61] e conheceria modificação muito parcial com
a retomada da luta pela terra nos últimos anos da ditadura militar, em
1979, nessas regiões, pelo movimento que daria origem ao
Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).

A segunda edição da Breve História do Rio Grande do Sul, já está disponível no


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