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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Instituto de Ciências Humanas e Sociais

Departamento de História e Relações Internacionais

TRABALHO CONTEMPLANDO TESE

Outras faces do abolicionismo em Minas Gerais: rebeldia escrava e ativismo de mulheres


(1850-1888)

DISCIPLINA: TH554 – HISTÓRIA DO BRASIL II

DOCENTE: ADRIANA BARRETO DE SOUZA

DISCENTE: BEATRIZ BAHIENSE TAVARES, PEDRO LUCAS CUZATIS E LUIS


FELIPE SANTIAGO

SEROPÉDICA

2022.1
Neste presente trabalho, será feita uma análise e apresentação da tese de doutorado “
Outras faces do abolicionismo em Minas Gerais: rebeldia escrava e ativismo de mulheres
(1850-1888)” desenvolvido por Fabiana Francisca Macena. A autora é mineira, graduada pela
Universidade Federal de Viçosa e seguiu sua trajetória de formação acadêmica na
Universidade de Brasília. Atualmente ela é professora da Secretaria de Estado de Educação
do Distrito Federal e tem experiência na área de História com temas como: Brasil Império,
práticas abolicionistas, resistência escrava, história das mulheres, gênero e ensino de História.
Cabe aqui explanar sobre sua tese que debate sobre resistência escrava e ativismo de
mulheres no abolicionismo de Minas Gerais.

Dentro das primeiras páginas da tese, Macena explica os dois objetivos para seu
estudo. O primeiro se percebe em mostrar e desmontar a construção historiográfica da
ausência de tensões e conflitos, do clima de “plena paz” em que teria ocorrido a abolição da
escravidão na província mineira. Já o segundo diz respeito ao desejo da autora de conferir
visibilidade e dizibilidade à atuação abolicionista de outros atores sociais, com destaque para
as mulheres escravizadas e livres, quebrando o silêncio discursivamente construído em torno
de suas ações.

Logo, o texto se constrói a partir da problemática do silenciamento de outras


narrativas, como a de resistência e protestos de grupos minoritários, frente a escravidão e a
abolição desta. Essa inviabilização vem de uma tradição da historiografia de apontar que a
abolição da escravatura no Brasil foi um “conjunto de políticas públicas que aos poucos levou
à extinção da escravidão”. A escolha de uma explicação dessas leva ao holofote figuras
políticas do século XIX que eram homens, ricos e brancos e os atribui a um papel de
benevolência e principalmente, protagonismo desse momento histórico. E,
consequentemente, retira a agência das pessoas que de fato sofreram com a escravidão e
lutaram para o fim dela e adquirir sua liberdade.

O estudo de Macena se insere no debate historiográfico… (aqui vou falar do debate


do escravo submisso e escravo rebelde que tá no livro do Flávio Gomes da aula de ontem)
Agora, serão evidenciados dois tipos diferentes de fontes utilizadas pela autora ao
decorrer das argumentações da tese. Primeiramente, as notícias do Jornal Sul de Minas e, em
seguida, os relatórios provinciais. Ambas as fontes possuem individualidades e riquezas que
ao se unirem a metodologia e teoria, produzem uma possibilidade de análise mais eloquente
ao estudo e compreensão ao recorte histórico escolhido.

Os periódicos são os mais chamativos e constantes na tese, pois em suas entrelinhas é


percebido a cultura política daquele período.

Os periódicos nos compraram devida atenção e curiosidade, pois neles percebe-se


tamanha a cultura política que já estava em curso na nação. O fato de os jornais evidenciarem
e transmitirem as notícias das revoltas e a colocação desta fonte na narrativa faz com que a
compreensão se tornasse muito mais significativas. explicar essa parte melhor tá muito
jogado e sem conexão com a parte seguinte do “portanto” Portanto, ao observar o periódico
nota-se o fato de que mesmo que a escrita defendesse o fim da escravatura, há a retomada da
ideia de que os africanos eram os inimigos natos da nação.

Em contrapartida, no relatório provincial encontra-se uma outra face descrita do movimento


abolicionista, que retrata a não ocorrência de agitações no entorno do assunto. Os relatórios
detalham que tanto a população livre de Minas quanto os escravizados seriam totalmente
pacíficos revertendo totalmente a compreensão dos fatos, mas possibilitando por meio da
análise de cruzamento de fonte uma maior compreensão. ?

A autora analisa em sua tese os diferentes debates historiográficos sobre a abolição da


escravidão na província de Minas Gerais. Também apresenta como era omitido pelo governo
os verdadeiros atores sociais e a tensão que ocorreu durante todo o processo. Para obter os
resultados de sua pesquisa, ela analisou diversos tipos de fontes, livros, artigos provinciais,
legislações, jornais entre outros, o que a possibilitou uma leitura coerente e de maior
compreensão e interpretação das fontes.

Sendo assim, presentemente serão tratadas duas fontes específicas: o relatório dirigido
ao presidente de Minas Gerais, Luiz Eugenio Horta Barbosa em 1888, e o artigo do Jornal Sul
de Minas, publicado em 7 de setembro de 1859. As duas fontes denotam escritos sobre a
abolição e todo o seu processo de acontecimento como quem foram os responsáveis e os
diversos impactos que esta ação poderia trazer para a vida dos senhores.
A pesquisadora Fabiana Francisca apresenta através das fontes dos relatos provinciais
em seu trabalho e principalmente as fontes aqui citadas. A intenção dos governantes da
província de Minas Gerais era excluir os verdadeiros protagonistas sociais e a tensão que
ocorreu durante o processo de abolição na região, mostrando assim seu principal problema
que constitui a pesquisa. E é exatamente isso que ela vai tentar desmistificar para a sociedade
oitocentista, que a abolição não foi advinda de “generosos brasileiros” e da princesa Isabel,
quebrando a narrativa de um processo pacífico.

No entanto, utilizando dos periódicos, Fabiana Francisca realiza o cruzamento de


fonte dos fatos daquele período e descobre em sua pesquisa uma ambiguidade. Se os
relatórios carregavam informações de uma província ambientada pela tranquilidade porque
nos jornais caracterizava as escravizadas como “inimigos natos” e violentos e expressavam
nas páginas dos periódicos os motivos para temer a violência e zelar da segurança que a
qualquer momento poder ser quebrada aos senhores. pontuar essa frase gigante e dar mais
coerência por favor não entendi nada

Com essa conclusão, a autora vai construir seu argumento: Se os escravizados carregavam
tanto a imposição do medo, por que nos relatórios provinciais os mesmos indicavam a
ocorrência de uma sociedade que lidava com a abolição de modo gradual e pacífico?

Dessa forma, Fabiana Francisca mostra através das formas ambíguas que as fontes
apresentam é que ao tentar passar uma imagem de superioridade e conciliação da província
mineira, o governo provincial acabou omitindo a intensa luta das pessoas escravizadas em
Minas Gerais. Diversas fontes como relatórios, artigos de periódicos da época apresentam
que ao contrário da ocultação feita pelos relatórios provinciais, houve sim muita rebelião e
crimes cometidos pelos escravizados que tanto lutaram e fizeram presença no processo de sua
própria liberdade.
BIBLIOGRAFIA

Eugênio Horta Barbosa ao installar-se a primeira sessão da vigésima sétima legislatura em 1º.
De Junho de 1888. Ouro Preto: Typ. De J.F. de Paula Castro, 1888. p.51. Mantivemos em
todas as citações das fontes a grafia e pontuação original. (Disponível
em:http://ddsnext.crl.edu/titles/171#?c=0&m=95&s=0&cv=50&r=0&xywh=-
620%2C684%2C3251% 2C1785)

MACENA, Fabiana Francisca. Outras faces do abolicionismo em Minas Gerais: rebeldia


escrava e ativismo de mulheres (1850-1888). 2015. 294 f. Tese (Doutorado em História
Social) – UNB, Brasília, 2015. CRL. FALLA que à Assembléia Provincial de Minas Gerais
dirigiu o Exm. O Sr. O Dr. Luiz

SIAAPM. COMMUNICADOS. O Paiz. O Sul de Minas. Cidade de Campanha, 7 de


setembro de 1859.Anno I, nº 08. p.03, (Disponível em:
http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/jornais/brtacervo.php?cid=4848)

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