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UNIFOA – Centro Universitário de Volta Redonda

BEATRIZ BAHIENSE TAVARES – 202010794


CASOS CONCRETOS DE DIREITO CIVIL I

SITUAÇÃO DO NASCITURO
Caso I: Ana Maria e o acidente de bicicleta.

No caso de Ana Maria, o juiz procede o pedido em relação de Ana Maria e nega em relação ao
nascituro. Tal situação do presente caso concreto, consiste-se em uma questão controvertida no
meio do Direito Civil. Existem 3 teorias que tratam da chamada situação jurídica de um nascituro:
natalista, concepcionista e condicionalista. Ao negar a ação de responsabilidade civil ao nascituro, o
juiz agiu de acordo com a teoria natalista, com fundamento na lei do Art. 2 em sua primeira parte,
afirma a personalidade civil apenas com início no nascimento com vida. Logo, segundo a teoria e o
julgamento do juiz, o nascituro não pode sofrer dano moral por ainda não ser uma pessoa.
Entretanto, por ser um assunto controvertido, o juiz poderia ter se usado da luz das outras duas
teorias restantes: concepcionista e condicionalista. A primeira admite que se adquire personalidade
desde antes do nascimento, sendo assim, indo de acordo com o Art.2 em sua segunda parte e
também com o Art.1, que diz que toda pessoa tem direitos. Se o juiz do caso concreto resolvesse se
utilizar dessa ramificação da situação jurídica do nascituro, provavelmente, a responsabilidade civil
seria confirmada. A segunda confirma que o nascituro se evidencia como uma pessoa em condição,
assim, necessita cumprir uma concessão suspensiva, ou seja, nascer com vida e dessa forma, tenha o
direito patrimonial a indenização.

INCAPACIDADE
Caso concreto 1: Mélvio

Não assiste razão a Tício, filho de Mélvio, querer que seu pai por ser idoso tenha um curador para
realizar seus negócios jurídicos. Apenas ser idoso não confere incapacidade, uma vez que o art. 4°
do Código Civil não os coloca nessa posição. A relativa incapacidade de um indivíduo de mais
idade é apenas confirmada após avaliações com profissionais especializados em avaliar o
discernimento, num processo de curatela. Sendo assim, como não há documentação alguma da
relativa incapacidade de Mélvio, Tício não está correto em querer anular a negociação por esse
motivo.

Caso concreto 2: Lelé da Cuca

Por se tratar de um caso controvertido, existem três caminhos para a solução. Primeiro, pode-se ir
na linha de raciocínio que fora utilizada por Esperto, filho de Lelé, que possui um efeito retroativo
(ex tunc). Nessa ideia, a sentença apenas confirma uma patologia mental já existente, ou seja, só
possui uma natureza declaratória. Assim, todas as negociações desde o início da doença, seriam
anuladas.
O segundo caminho, que representa o que Tonto defende, assume que a incapacidade de Lelé só
existe a partir do momento que a sentença foi registrada, ou seja, após sua negociação consigo.
Sendo assim, a sentença se evidencia como constitutiva da doença e só poderia anular algum
negócio jurídico após ela (ex nunc). Dessa forma, a transação entre Tonto e Lelé não seria anulada
uma vez que não havia sentença registrada que confirmasse a incapacidade de Lelé em fazer o
negócio.
O terceiro caminho, seria assumir que, de fato, após uma sentença registrada da necessidade de
curatela, todas as negociações após ela, devem ter a presença do curador para a realização efetiva.
Depois, analisar caso a caso das negociações antes da sentença. Para confirmar a anulação, seria
necessário confirmar a exteriorização da doença mental que fere o discernimento. Pois apenas dessa
maneira, seria possível reconhecer a má-fé daquele que fez a negociação. Hipoteticamente, se fosse
deferida a falta de boa-fé, por ferir o princípio de eticidade do Código Civil, o contrato seria
anulado. Entretanto, no caso de Lelé, não havia exteriorização da doença mental. Tonto foi capaz de
recolher provas testemunhais e um laudo médico que afirmava que a doença não era exterior no
período da negociação. Logo, o terceiro caminho assiste razão a Tonto.

FIM DA PERSONALIDADE
Caso 1: Namorados na Itália

Não se aplica a comoriência nesse caso. Pois, Maurício e Elaine apesar de terem morrido em
ocasiões similares (acidente de trânsito) e o art.8 do CC postular: “Se dois ou mais indivíduos
falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos
outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos”, eles eram apenas namorados. Sendo assim, não há
vínculo sucessório e nenhum dos dois foi herdeiro um do outro.

DIREITOS DA PERSONALIDADE
1-
Não, os direitos não são taxativos e sim exemplificativos. Isso porque eles tem como tutela a
dignidade da pessoa, que é postulada no Art. 5° da Constituição Federal. As características desse
instituto podem ser citadas como: intransmissíveis, inatos, relativamente indisponíveis (a renúncia
dos direitos do titular possuem caráter relativo, desde que não ofenda a dignidade),
extrapatrimoniais (os direitos da personalidade não possuem conteúdo patrimonial direto, aferível
objetivamente) e vitalícios (os direitos da personalidade são inatos e permanentes, acompanhando a
pessoa desde seu nascimento até sua morte).

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