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Um pedido de indenização como este, foi feito pela atriz Maitê Proença. A ministra que
pediu vista do processo, não concedeu o pedido. Baseada em três argumentos para
fundamentar seu voto. o primeiro diz que não cabia dano moral à pessoa Maitê Proença, mas
como dano à honra profissional. desse modo, "A campanha não apresentava a atriz como
especialista e sim como leiga. Portanto não vinculava sua profissão ao produto. Tampouco
ela estimulava o consumo do medicamento, apenas apresentava a nova embalagem do
produto", registrou a ministra. O segundo vem do fato de Maitê afirmar que houve prejuízos
em sua carreira, mas não foi apresentada nenhuma prova, o que não caracterizou o dano. Em
terceiro, "Isso ocorreu num lote apenas. Segundo a norma NBR 5426, de janeiro de 1985, da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), há uma tolerância de 0,001% para
falhas na produção de remédios", concluiu a ministra.
3 O transexual que alterou o aspecto físico do seu sexo tem direito de alterar seu nome?
Se sim, a alteração deve ser pública? Deve haver ressalva sobre a operação?
No Brasil, até março de 2018, só conseguiam adequar seus nomes civis à sua expressão de
gênero após a cirurgia de transgenitalização e, ainda assim, por meio de uma decisão judicial.
No entanto, em 01 de março de 2018, em julgamento da ADI (Ação Direta de
Inconstitucionalidade) 4.275 e do RE (Recurso Extraordinário) 670.422 a questão foi
definida, com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de autorizar a pessoa trans a
mudar de nome sem cirurgia ou decisão judicial. Embora o STF ainda não tenha feito a
modulação dos efeitos da decisão, não se sabendo ainda o início da aplicação da decisão nos
cartórios, com a referida, a pessoa trans poderá se dirigir diretamente a um cartório para
solicitar a mudança e não precisará comprovar sua identidade psicossocial, que deverá ser
atestada por autodeclaração.
5 Se o marido traído descobre, pela interceptação, que a esposa sedava os filhos do casal
para ficar com o amante, estas informações assim obtidas podem ser utilizadas como
prova?
7 Se uma pessoa, por ocasião de seu nascimento, for registrada como Sandra, mas for
criada e reconhecida como Fátima, pode haver alteração do prenome?
Sim, o artigo 58º do código civil permite a substituição de apelidos notórios ao nome, como
exemplo de pessoa que fez a inclusão, a atriz e apresentadora Xuxa.
Desde que sem ser feita de forma vexatória, ridícula ou ofensiva a honra da pessoa,
configura-se como apenas dano material.,
9 A veiculação de imagem de modelo, após a vigência do contrato, sem que tenha havido
constrangimento ou vexame, gera dano moral?
O uso de imagem para fins publicitários, sem autorização, pode caracterizar dano moral se a
exposição é feita de forma vexatória, ridícula ou ofensiva ao decoro da pessoa retratada. A
publicação das fotografias depois do prazo contratado e a vinculação em encartes publicitários
e em revistas estrangeiras sem autorização não enseja danos morais, mas apenas danos
materiais.
Existem diversas situações onde somos colocados a decidir o que é mais importante o direito
de determinada pessoa ou o direito de outra, na ciência jurídica as lides envolvendo essas
circunstâncias é sua própria essência. Comuns também são as situações onde se precisa decidir
entre a prevalência de determinado direito fundamental sobre o outro, tendo em vista a
diversidade de direitos fundamentais protegidos pela nossa Constituição.
Objetivando resolver as colisões entre princípios, utiliza-se o método de ponderação entre
princípios constitucionais. Após concluir pela necessidade da ponderação, deve-se buscar no
caso concreto, os limites imanentes dos princípios envolvidos para se ter certeza da existência
real do conflito entre eles. Passada essa etapa realiza-se o sopesamento entre os valores em
questão, solucionando-se o conflito, isso ocorre através da Argumentação Jurídica
16 É possível haver afastamento do sigilo fiscal/bancário para fins que não sejam de
investigação criminal ou instrução processual criminal?
O direito ao sigilo fiscal não é absoluto, uma vez que deve ser conciliado com as atribuições
resultantes do dever de fiscalização do Estado, e tão pouco as referidas atribuições do Estado
são absolutas, visto que não podem suprimir o direito ao sigilo. No entanto, “a regra é o
respeito ao sigilo, sendo exceção a sua quebra, em face de circunstâncias que justifiquem a
atribuição de maior peso aos princípios que justificam a fiscalização que aos que protegem a
intimidade do fiscalizado”, segundo Brito Machado. Essa tese, encontra fundamento na
jurisprudência que passou a admitir a quebra do sigilo fiscal em situações excepcionais,
porém, sempre antecedida de autorização por ordem judicial, visto que esta quebra afronta
uma garantia individual fundamental constitucionalmente estabelecida
17 Há distinção entre a) uma pessoa gravar conversa telefônica de que é parte sem o
consentimento da outra e b) um terceiro gravar conversa telefônica de que não faz parte,
sem o consentimento dos demais? Fundamente.
O caso “a” pode ser utilizado como prova, por se tratar de apenas gravação, sendo parte de tal.
No caso “b”, em tese, seja pessoa jurídica ou pessoa física, não possui o direito de gravar,
nesse caso se configura interceptação, conversa de terceiros, salvo com autorização judicial
para interceptar. sem autorização judicial, qualquer crime descoberto não será utilizada como
prova a gravação, com a autorização, haverá validade nas provas.
18 Se a interceptação telefônica tiver sido autorizada para certo fim, pode-se levar em
consideração notícia sobre fato diverso?
No artigo intitulado Natureza jurídica da serendipidade nas interceptações telefônicas, o
professor Luiz Flávio Gomes explica que a Lei 9.296/96 determina que a autorização judicial
de escuta deve trazer a descrição clara da situação objeto da investigação e a indicação e
qualificação dos investigados.
Ocorre que, no curso de alguma interceptação ou no cumprimento de um mandado de busca e
apreensão, podem surgir informações sobre outros fatos penalmente relevantes, nem sempre
relacionados com a situação que estava sendo investigada, e que, como consequência,
envolvem outras pessoas.
De início, tanto o STJ quanto o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceram a orientação
de que, se o fato objeto do encontro fortuito tem conexão com o fato investigado, é válida a
interceptação telefônica como meio de prova.
23 Os herdeiros têm legitimidade para pleitear indenização por danos morais sofridos
por pessoa que, no ajuizamento da ação, já é morta?
O dever de indenizar vai além, ele busca a dor experimentada dos familiares, busca o nível
destrutivo que a ofensa causa na honra ou imagem da vítima de modo que excepcionalmente o
dano moral é presumido, ou seja, independe da comprovação do grande abalo psicológico
sofrido pela vítima.Portanto, cabível a indenização por danos morais, e nessa diapasão, a
indenização por dano moral deve representar para a vítima, na representação dos seus
herdeiros, uma satisfação capaz de atender de algum modo o abalo emocional sofrido e de
infligir ao causador sanção e alerta para que não volte a repetir o ato, uma vez que fica
evidenciado completo descaso aos transtornos causados.
O dano moral é aquele que não pode ser economicamente medido, já que provoca lesão aos
direitos personalíssimos, que são imateriais. Significa dizer que os danos morais não podem
ser mensuráveis cientificamente e dependem exclusivamente do arbitramento do juiz,
quando da liquidação.“Parece mais razoável caracterizar o dano moral pelos seus próprios
elementos; portanto, como a privação ou diminuição daqueles bens que têm um valor
precípuo na vida do ser humano e que são a paz, a tranquilidade de espírito, a liberdade
individual, a integridade individual, a integridade física, a honra e os demais sagrados
afetos; classificando-se, desse modo, em dano que afeta a parte social do patrimônio moral
(honra, reputação etc.) e dano que molesta a parte afetiva do patrimônio moral (dor, tristeza,
saudade etc.); dano moral que provoca direta ou indiretamente dano patrimonial (cicatriz
deformante etc.) e dano moral puro (dor, tristeza, etc.)”. (CAHALI, 2005, p. 22).
Ainda que o direito moral seja personalíssimo e por isso intransmissível , o direito de ação
para buscar a indenização pela violação moral transmite-se com o falecimento do titular do
direito. Portanto os seus herdeiros têm legitimidade ativa para buscar a reparação.
26 A imagem de uma pessoa morta pode ser utilizada para fins comerciais? É necessária
a autorização dos herdeiros? Se sim, até quando a imagem de uma pessoa morta não
pode ser utilizada para fins comerciais sem autorização dos sucessores? A foto cai em
domínio público? A imagem cai em domínio público?
No artigo 12, parágrafo único do Código Civil, o morto poderá sofrer violação aos direitos
inerentes à sua personalidade - direito à honra, à privacidade, à imagem. Nesse sentido, a lei
civil também afirma no art. 20. “Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da
justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra,
ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas,
a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa
fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.”
Com base no Capítulo II do Código Civil, em seu artigo 20, Parágrafo único. Em se
tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o
cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
Portanto, cabível a indenização por danos morais, e nessa diapasão, a indenização por
dano moral deve representar para a vítima, na representação dos seus herdeiros, uma
satisfação capaz de atender de algum modo o abalo emocional sofrido e de infligir ao
causador sanção e alerta para que não volte a repetir o ato, uma vez que fica evidenciado
completo descaso aos transtornos causados.
É um dos direitos da personalidade dos quais todos os seres humanos gozam facultando-lhes
o controle do uso de sua imagem, seja a representação fiel de seus aspectos físicos (fotografia,
retratos, pinturas, gravuras etc.), como o usufruto representação de sua aparência individual e
distinguível, concreta ou abstrata.
O direito de imagem é o direito assegurado a toda pessoa de ter sua imagem resguardada para
que se preserve a respeitabilidade e boa-fama, atrelando-se a questões como a honra do sujeito.
Assim, para a utilização de fotos ou imagens do empregado, o empregador deve, previamente,
obter autorização expressa daquele, sob pena dessa indesejável exposição pública violar seu
direito de imagem, sua honra, sua privacidade e intimidade, assegurados no artigo 5º, V e X,
da Constituição Federal de 1988.
Além da violação de cunho moral, a exposição indevida do funcionário poderá violar conteúdo
patrimonial. Seja porque houve enriquecimento ilícito por parte da empresa que, sozinha,
aproveitou-se economicamente das imagens divulgadas, seja porque, quando submetido à
divulgação publicitária, o trabalhador exerce função diversa daquela para a qual foi contratado.
29 Se um fotógrafo quiser exibir um retrato feito por si sobre a imagem de outra pessoa
e esta pessoa retratada não autorizar a exibição da imagem, o que deve prevalecer?
Conclui-se, portanto, que não havendo fins lucrativos, a divulgação do retrato não irá ferir os
direitos morais do autor da obra, visto que, não há intenção de denegrir sua imagem ou a
exploração economicamente de seu retrato.
32 Se, numa separação litigiosa ou num divórcio, a mulher for considerada culpada e
quiser continuar a usar o sobrenome do marido, tem direito?
O nome é um dos principais identificadores do sujeito e constitui, por isso mesmo, um dos
direitos essenciais da personalidade. A adoção do sobrenome do marido pela mulher
sempre foi uma tradição entre nós.Com a dissolução do casamento ou da união estável,
tem-se, como um dos primeiros efeitos pessoais do divórcio ou do fim da convivência, a
possibilidade de os ex-cônjuges ou ex-companheiros retomarem o uso dos nomes que
usavam antes da relação conjugal ou convivencial.Na separação judicial, a manutenção ou
perda do nome estava relacionada à discussão da culpa, e a perda do nome somente teria
lugar se vencida a mulher naquela ação.Com o código de 2002, a regra foi invertida. O
parágrafo 2º do artigo 1.571 permitiu, expressamente, a manutenção do nome de casado,
pelo cônjuge divorciado, em tutela do seu direito ao nome (direito da personalidade), seja
pelo divórcio direto, seja pelo divórcio-conversão, em inexistindo renúncia a esse direito,
salvo no caso da perda determinada por sentença judicial em face dessa última espécie de
divórcio, regulada na forma do artigo 1.578.
Esse dispositivo estabeleceu a perda condicionada do direito de uso do sobrenome pelo
cônjuge declarado culpado mediante critérios objetivamente considerados a contrario
sensu, a partir do elemento volitivo do cônjuge inocente que haveria de, expressamente,
requerer a não conservação, pelo ex-consorte, daquele direito.
A mudança de nome deve ser feita nos termos dos arts. 57 e 109 da Lei de Registros
Públicos.
Portanto, adquirido o sobrenome pelo casamento e incorporado este aos caracteres
identificadores do cônjuge na sociedade, somente a renúncia pelo que agregou o
sobrenome possibilitará a alteração do registro civil e o retorno ao nome de solteiro.
Irrelevante a perquirição de culpa.