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Tutela provisória inibitória (art. 497) – para que a parte não pratique o ilícito.

Tutela de remoção do ilícito – para que a parte remova o ilícito


Zeno Veloso – autor referência em sucessões – namoro qualificado (não tem o affectio
familiae) – Caso Luiza Brunet.
Escrever sobre espécies de tutela provisória no direito de família.
Plausibilidade x probabilidade do direito.
O CPC/15 dispensa a prova inequívoca para a conceção de tutela provisória. O art. 273
do CPC/73 falava em prova inequívoca, mas o legislador do CPC/15 dispensou essa
necessidade.
Elementos x prova.
Momento processual: Incidental ou antecedente.
Na tutela em caráter antecedente, há a possibilidade de estabilização da tutela provisória
(que não pode se confundir com coisa julgada).
Possibilidade de reconhecimento do dano processual em tutela provisória e
responsabilidade pelo prejuízo (material e moral) que a tutela provisória causou à parte
contrária (responsabilidade objetiva).
Danos pessoais de cunho patrimonial ou moral decorrente da tutela provisória.
Juiz pode exigir uma caução real ou fidejussória, que pode ser dispensada quando a
parte for hipossuficiente.

Probabilidade do direito: antecipada e cautelar


Perigo de dano: antecipada e cautelar
Risco ao resultado útil do processo: cautelar

FPPC enunciado 419: não é absoluta a vedação à tutela provisória diante da


irreversibilidade da medida (irreversibilidade inversa)
Enunciados 497 e 498.
Estabilização da tutela antecipada em processos contenciosos de família? IBDFAM
admite a possibilidade (escrever artigo migalhas) se não houver impugnação da parte
contrária.
Turma de Direito Privado do STJ entende que não necessariamente exige-se a
interposição de agravo de instrumento (pesquisar a respeito). Qualquer irresignação
vale.
Turma de Direito Público do STJ entente de modo diferente.
No âmbito do direito de família, deve prevalecer o entendimento da Terceira Turma, de
Direito Privado.
Tutela cautelar é conservativa de direitos.
Estudar melhor o tema das tutelas antecipadas e cautelares (assistir novamente os blocos
11 e 12 da aula 1).

Tutela de evidência (rol não é exaustivo?)


Tutela de evidência após a contestação, quando o réu não apresenta argumentos e fatos
extintivos ou modificativos do direito do autor (abuso do direito de defesa).
Prova documental ou documentada.
A prova suficiente do inc. IV é documental (não bastando a documentada).
Divórcio como direito potestativo (o que é? Pesquisar) – Maria Berenice Dias

Acesso à Justiça – Kleber Francisco Alves


Há nova pesquisa mundial sobre acesso à justiça, convocada por Bryan Garth, com
participação de brasileiros.

Gratuidade é direito personalíssimo: a condição financeira do responsável legal ou valor


do pedido da prestação de alimentos não impede a concessão de gratuidade para os
filhos menores.
Revista de Formas Consensuais de Solução de Conflitos – Djanere Leite – Mediação
Transformativa.

AULA 2

A produção de provas no âmbito dos processos familiares costuma gerar muitos


problemas, que culminam para a interposição de recursos.
Dicotomia entre verdade real e verdade formal não faz nenhum sentido.
É diferente de falarmos em o que aceitaremos como verdade no processo, que se
constrói no processo a partir do contraditório e tem a ver com forte probabilidade de que
determinado fato tenha acontecido.
O fato incontroverso, por exemplo, é aceito como verdade, mesmo que não seja. Assim
como as presunções de veracidade.
As partes têm direito de produzir prova que é uma manifestação do próprio
contraditório = direito constitucional à prova.
Direito de produzir prova é direito de participar do processo e exercer influência no
resultado.
O juiz não é O destinatário da prova, mas um dos destinatários da prova. A prova
também se destina às partes (art. 381 do CPC). E quando se fala no juiz, nesse caso, é o
Estado-juiz, não o sujeito juiz.

O ônus da prova incumbe a quem alega = regra geral.


O sistema processual permite que haja redistribuição do ônus da prova (legal, judicial e
convencional)
Em direito de família há redistribuição legal: presunção de paternidade do filho de
mulher casada.
Em exame de paternidade com pai gêmeo idêntico pode dar no máximo 50%.
Presunção relativa nada mais é do que uma regra geral de redistribuição do ônus da
prova.
A redistribuição judicial do ônus da prova era só em consumidor. Com o CPC/15 abriu-
se para todas as outras matérias.
Em direito de família isso é fundamental, especialmente diante do protocolo de
julgamento com perspectiva de gênero (estudar sobre isso e escrever artigo migalhas
voltado ao direito de família).
A União Europeia já tem esse protocolo em aplicação (Corte Europeia).
O Brasil foi o quarto país a criar esse protocolo (2021). Inspirou-se no mexicano, que é
considerado o melhor do mundo. A observância se tornou obrigatória em março de
2023.
Dworking sobre igualdade (a virtude soberana).
Alimentos em divórcio por dois anos, sem considerar-se que a mulher ficará com a
guarda dos filhos, e toda a responsabilidade com os cuidados e acompanhamento das
crianças.
Partilha de bens quando a mulher não tem conhecimento sobre a realidade do
patrimônio da família.
A evolução do Direito é mais lenta do que o ritmo da sociedade, mas tem que ser,
porque precisa ser refletido e amadurecido.

→ TESE FAUSTO SANTOS DE MORAES, SOBRE A PONDERAÇÃO DE ALEXY


E AS DECISÕES DO STF.

Meios típicos e atípicos de prova (desde que lícitos)


Comportamento da parte que se recusa a participar da perícia, em geral, continua sendo
um meio atípico de prova. Contudo, o caso específico da recusa do exame de DNA
acabou se tornando típico pela previsão no CC.

A inspeção realizada pelo auxiliar da justiça, como o oficial, por exemplo, é meio
atípico. O que está previsto é a inspeção judicial, e não pelo auxiliar.

Prova de informações também é meio atípico de prova (não é prova documental, porque
a prova documental deve ser pré-constituída). Quando as informações são prestadas por
uma pessoa física, é prova testemunhal. Agora, se a informação estiver em dados de
pessoa jurídica, por exemplo, o juiz oficiará e a pessoa jurídica enviará a resposta. Essa
resposta não é prova documental, mas prova de informações. É uma prova casual
(criada para servir de prova no processo).

Gravação de conversa telefônica usada por um dos interlocutores: é lícita, desde que não
exista causa legal de sigilo ou reserva da conversação (por exemplo, consulta com
psicólogo, com advogado etc.).

Ônus da prova da exoneração de alimentos do filho maior de idade é do próprio filho,


que deve provar que ainda precisa dos alimentos.

Quando se alega direito estrangeiro, o juiz manda produzir a prova, porque ele não é
obrigado a conhecer o direito estrangeiro.

Escuta da criança em grau recursal com base na Convenção de Nova York dos interesses
da criança [e adolescentes] (art. 12) – Oitiva da criança pelo juiz é diferente do
depoimento especial/ escuta especializada, que é prova pericial.

O psicólogo pode se recusar a depor sobre o conteúdo das sessões com a criança, mas
não pode se recusar a falar sobre o progresso da criança. É um direito dos pais e decorre
do próprio poder familiar.

Atribuir a guarda unilateral não tem efeitos jurídicos práticos, porque não afeta o poder
familiar. É um fenômeno mais psicológico do que jurídico.
Ler o trabalho da Professora Elisa Cruz.

Acórdão Nancy Andrighi, Leading case do abandono afetivo: afeto não é obrigação,
mas cuidado, sim.

Artigo Câmara: processo reestruturante de família (LER).

Processo contrajurisdicional = para proteção do indivíduo contra o Estado [Câmara].


Processo como condição de possibilidade do exercício democrático do Direito.

Mudar a realidade do Direito pelo processo, pela realização de direitos fundamentais.

Código modelo para processo de família Iberoamérica (jornadas de Porto Alegre –


pesquisar).

Produção probatória em direito de família com registros em redes sociais (comprovação


de união estável, por exemplo).

Não pode postar vídeo descrevendo o processo quando há segredo de justiça.

Produção antecipada de provas:

É fundamental porque ajuda a parte a decidir se ajuizará ou não a ação e mesmo para
instigar a autocomposição.

Provas em espécie: tem sido bastante usada a ata notarial nos conflitos de família. A
dificuldade é que nem sempre se consegue chamar o notário para registrar. O que se tem
usado nesses casos é o blockchain. Já tem empresa especializada em prestar serviço a
escritório de advocacia. Faz um vídeo, por exemplo, colhendo a prova e registra em
blockchain e garante a integridade do documento.

Já há cartórios no Rio e em SP registrando ata notarial em blockchain.


ASPECTOS PROCESSUAIS DO RECONHECIMENTO DE PARENTALIDADE

O ônus da prova é de quem alega, excetuada a presunção relativa do casamento (art.


1597, CC). Se o homem provar sua esterilidade, a presunção é afastada.

O exame de DNA não foi criado para investigação de paternidade ou para revelação de
material genético em investigações. Foi criado por cientistas ingleses, nos anos 50, para
averiguação de compatibilidade para evitar rejeição em transplante de órgãos.

São usadas as mesmas tabelas até hoje. Ainda assim, é um exame confiável, mesmo a
partir de probabilidade (é 99,9999999% de precisão), desde que o exame seja feito de
forma correta (há protocolo para isso). Com o resultado, alcança-se o que se chama de
“verdade científica”.

STF decidiu por 6 a 5 que não se pode forçar ninguém ao fornecimento de material
genético para o DNA.

Enunciado 301 da Súm./STJ – presunção relativa de paternidade pela recusa à


realização do exame de DNA.

Lei 8.560/92 – lei de investigação de paternidade

A legitimidade para a propositura da ação de investigação de paternidade é do próprio


suposto filho e também do MP, quando criança ou adolescente. É uma legitimidade
extraordinário concorrente, de modo que é possível a formação de litisconsórcio ativo,
facultativo e unitário.

A legitimidade passiva é do suposto pai. Em caso de falecimento, a legitimidade passiva


é dos herdeiros, não do espólio (art. 1601, parágrafo único, CC).
A substituição processual, quando versa questões patrimoniais, deve ser promovida em
face do espólio.

Mas no caso de questões pessoais, deve ser movida contra os herdeiros.


Caso haja o desejo de alteração do registro do filho, com a retirada do nome do pai de
registro (e não multiparentalidade), este último deve ser parte no processo, em
litisconsórcio passivo necessário.

Litisconsórcio eventual no reconhecimento de paternidade: é possível, mas não tão


recomendável (inclusive do ponto de vista dos honorários de sucumbência). Melhor
seria uma produção antecipada de provas contra os dois supostos pais, para, então, com
o resultado em mãos, promover-se a ação de reconhecimento de paternidade.

A competência territorial para a ação de reconhecimento de paternidade é o domicílio


ou residência do “alimentando”, ainda que não envolva pedido de alimentos (Súm.
1/STJ). Nesse caso específico, a mudança de endereço do autor não altera a
competência, diferentemente da grande maioria das ações versando interesses de menor,
cuja competência é absoluta e a mudança de endereço altera a competência.

A cumulação de alimentos com reconhecimento de paternidade é um exemplo clássico


de cumulação sucessiva (o segundo pedido [alimentos] somente é analisado se
procedente o primeiro [reconhecimento de paternidade]). De todo modo,
independentemente de formulação do pedido, reconhecida a paternidade, os alimentos
devem ser fixados independentemente de pedido, isto é, mesmo de ofício. Mas é
importante formular o pedido para que haja a instrução.

Exceptio plurium concubentium: quando a genitora tem fama de ter se relacionado


intimamente com várias pessoas. É argumento de defesa válido quando não se tem um
resultado de DNA conclusivo.

A sentença é declaratória e tem eficácia retroativa, inclusive para efeitos de herança.

O reconhecimento de paternidade é imprescritível, mas a petição de herança tem o prazo


de 10 anos. A 4.ª Turma diz que é 10 anos da abertura do inventário, independentemente
do reconhecimento de paternidade.
A 3.ª Turma diz que é 10 anos contados do trânsito em julgado da sentença que
reconhece a paternidade. Mas isso torna a petição de herança virtualmente
imprescritível.

Para o Câmara, o correto é se pensar como marco inicial o momento em que o direito de
herança do filho é violado. O termo inicial do prazo é o momento em que ocorre a
preclusão das últimas declarações. Até esse momento, o filho pode ser incluído. Depois,
não pode mais. Segue-se a mesma lógica da ação de sonegados.
A propriedade se transfere para o herdeiro no momento da abertura da sucessão.

Julgado do STF de 2011/2012 – relativização da coisa julgada em investigação de


paternidade quando não foi possível, ao tempo do julgamento do caso original, a
realização do teste de DNA.

Guarda e convivência como litígios reestruturantes - ler textos do Câmara.

São estruturas familiares que se desorganizaram. São litígios complexos, multipolares,


prospectivos.
Controle dos resultados práticos da decisão, verificando se os efeitos estão sido
alcançados ou não. Nisso, é proferida outra decisão, para implementação de novas
alterações ou definição de que a estrutura já se reorganizou (decisões em cascatas).
Casos de alienação parental precisam de reconstrução de vínculo.
O magistrado pode enviar para Câmaras Privadas de Mediação credenciadas ao tribunal.

Divórcio liminar: com base em quê? A tutela da evidência precisa ser lastreada em lei.
Cancelamento de averbação de divórcio é contra a lei.

Conflitos sucessórios também podem se caracterizar como conflitos estruturais.


O inventariante judicial pode ser uma solução para a reestruturação (ler Rodrigo
Mazzei).

TEORIA GERAL DOS RECURSOS - ANTONIO GAIO

Excesso de recursos em espécie é uma falácia ideológica. O problema não é o número


de recursos. O Brasil não tem muito mais recursos do que outros países como Portugal
(13), Itália (16) etc.
O problema é a quantidade de vezes que se pode recorrer em um mesmo e único
processo.
Antonio Gaio: processo como melhoria de qualidade de vida, como instrumento de
desenvolvimento social.
Preâmbulo da CF: o desenvolvimento é um dos objetivos essenciais da Constituição.
Sistema legal como estruturante para as atividades econômicas.

STJ divulgou um julgado explicando o que é jurisprudência dominante.


O problema é que não temos certeza sobre o que vincula e o que não vincula.
O Judiciário também é um óbice ao desenvolvimento social, porque o cidadão comum
não tem acesso aos entendimentos dos Tribunais Superiores. É difícil estabelecer
relações sólidas com estabilidade para fomentar os investimentos no país. Há muitas leis
esparsas.
Problemas de segurança jurídica.
Castelar Pinheiro: as quatro propriedades para um sistema jurídico que funcione
adequadamente.
Duração razoável do processo, de tal modo capaz de gerar o desenvolvimento e que
propicie um processo justo.
O problema do crédito no Brasil é muito sério. A ONU faz uma análise de países a cada
3 anos sobre a qualidade do sistema judiciário e chama isso de índice de felicidade
pública e concluiu que, na América Latina, dos países analisados, o Brasil está em 15ª
posição.
Em Portugal, começou a haver problema em relação aos agentes de execução nas
execuções extrajudiciais em razão de propina.

PACTOS PATRIMONIAIS – ROLF MADALENO

O que pode ser incluído em um pacto pós-nupcial? Hoje há um pouco mais de liberdade
do que antigamente. Contudo, em tese, não tempos essa opção, apenas o pré-nupcial.

Sucessão Anômala – beneficiário na previdência privada e outras questões não inseridas


no livro de sucessões do Código Civil. A jurisprudência tem entendido que, quando os
valores burlarem a legítima, precisa trazer para o inventário. Quando estiver dentro dos
limites legais, não precisa entrar no inventário.
Ações envolvendo direitos reais: no polo ativo, precisa haver necessariamente o
consentimento do cônjuge, exceto no regime de separação absoluta de bens. No polo
passivo, é litisconsórcio necessário.

Contrato de cessão de direitos hereditários de bens imóveis tem que ser realizado por
escritura pública, que é a forma prescrita em lei, sob pena de nulidade.
O art. 170 do Código Civil permite a conversão do negócio jurídico nulo, se tiver os
requisitos de outro negócio, o sistema permitir e se depreender que as partes queiram
essa conversão.
Por exemplo: venda de imóvel por instrumento particular, sem escritura pública. O
contrato é nulo e não vale como escritura, mas é possível converter em promessa de
compra e venda. O negócio em si não produz efeitos, mas ele é convertido em outro que
produz.
Venda a non domino = ação declaratória de nulidade = quando o cônjuge vende a parte
do outro sem anuência.
STJ = não é obrigatória a outorga uxória para união estável em relação a bens
particulares. Se for bem comum, a venda sem autorização é venda non domino.
STJ Súm. 332 = a fiança prestada sem anuência de um dos cônjuges acarreta a
ineficácia da garantia. Tem que ingressar com embargos de terceiro. Os tribunais estão
agora fazendo um temperamento da súmula, exigindo a boa-fé do fiador. A súmula só se
aplica para fiança e não para aval.

REsp 1382170 – fala sobre os regimes de bens.


Súmula 380 – Sociedade de fato e partilha de bens.

DIREITO SUCESSÓRIO

Junção de propriedade e família.

União estável é ato-fato (Paulo Neto Lobo e doutrina majoritária – eventual contrato é
só elemento contundente de prova. Tem que ter também todos os elementos essenciais)
ou é ato jurídico compósito (doutrina minoritária: se escreveu, firmou que tem união
estável)? Segundo doutrina majoritária, mesmo que haja contrato, é possível que ele seja
contestado em inventário e que a união estável seja afastada.

Maurício Bunazar – nulidade do planejamento sucessório – ato simulado.


Casamento é negócio jurídico e representa um elo de segurança. A segurança jurídica é
diferente da união estável (em que se está no âmbito da liberdade e é ato-fato).

É possível estabelecer modulações no regime de bens. Não há necessidade de separação


total para tudo ou renúncia antecipada de herança (ele entende que é nula).

Quinhões diferentes para herdeiros vulneráveis/ direito de moradia no imóvel (algo que
se tem construído).

Venda de imóvel de incapaz ou curatelado sem autorização judicial é nula.

Abertura da sucessão:

Princípio da saisine.
A sucessão é aberta no exato instante do óbito, transmitindo-se a herança (e não apenas
o domínio e a posse, como dizia o código anterior).

Herança significa todo o patrimônio e complexo de direitos do titular.

Art. 1.784 – legitimação possessória para todos os herdeiros adotarem todas as medidas
para proteção do patrimônio – princípio da saisine: titular do domínio e da posse.

Sucessão aberta vai até a decisão da partilha e tem natureza jurídica de bem imóvel (art.
43, III, CC).

Quando se abre a partilha, há um todo unitário indivisível, em regime de condomínio.

Considerando-se a natureza jurídica de bem imóvel, para renúncia de herança, mesmo


sendo comunhão parcial, precisa de outorga uxória.

Não pode haver patrimônio de ninguém, porque viola a função social. O Direito criou
uma ficção jurídica, que é o princípio da saisine.
A lei vigente na abertura da sucessão é que disciplina as regras de (1) ordem de vocação
hereditária, (2) qualidade de herdeiro necessário e (3) base de cálculo fiscal.

O herdeiro recolhe sua a herança ainda que por um instante – princípio da coexistência.

Questão fiscal: a hipótese de incidência do imposto é o momento de abertura (valor


atualizado do lançamento fiscal bem no tempo da abertura da sucessão).

Valor do lançamento fiscal do bem no ano do óbito, divide pelo fesp do ano do óbito e
multiplica pelo fesp atual, tendo o valor do bem atualizado (além das multas). Mas
assim é em SP. Precisa ver em cada estado federado.

Entre comorientes não há sucessão recíproca.

Legitimação é aptidão específica para determinado ato em relação à posição que se está
naquele negócio jurídico.

Atos patrimoniais x existenciais


Os atos patrimoniais têm conteúdo oneroso, equivalência e correspondente para ter algo
em troca, bastando uma declaração simples (consciência e espontaneidade), salvo
quando a causa for determinante para o negócio. Mas nas questões patrimoniais, no
mundo contemporâneo, passamos a ter uma tutela da confiança, dentro de um dever
anexo de conduta, que é a boa-fé. A justa expectativa cria a crença de confiança de que
o negócio será efetivado e cumprido – tutela específica das obrigações (p.ex.
compromisso de compra e venda quitado, com pedido de tutela específica para suprir o
consentimento). A declaração de vontade pode ocorrer no momento da contratação.

Nas questões existenciais, a lógica é a gratuidade. Não prevalece a correspectividade,


não há equivalência, não basta uma declaração simples, sendo necessária uma
declaração qualificada de vontade e no momento da execução.

Possível artigo: capacidade e legitimidade para recolher herança.


Nascituro, embriões congelados, separação de fato etc.
Flávio Tartuce, a partir de 2019.
Espécies de sucessão:
Quanto à fonte: legítima e testamentária.
Quanto à forma: universal e singular.
Sucessão anômala: as que a sucessão não segue a regra comum, disciplinada por normas
particulares.

O herdeiro recebe todo o patrimônio ou fração ideal do patrimônio (universal).


Receber a título singular significa receber de forma individualizada, singularizando
certos ou determinados bens ou direitos (testamento deixando bens específicos para
pessoas específicas). Quem recebe a título singular é o legatário.

Pode ter herdeiro em testamento, instituindo-se o herdeiro testamentário.

O regime jurídico do legatário é totalmente diferente do regime jurídico dos herdeiros.


Quando se tem dívida, primeiro se tira dos herdeiros. Só se faltar, é que se mexe nos
legados.

Planejamento sucessório no agronegócio: tema importante, porque a maior parte está


nas mãos de pessoas físicas.

O problema do inventário é se ele pode correr até o final, os herdeiros continuam em


condomínio, tendo que entrar com uma ação de dissolução de condomínio.

Não se defere de imediato a posse do bem na pessoa do legatário. Ele precisa solicitar
ao juiz.
O legatário tem direito aos frutos e rendimentos dos bens que lhe foram deixados. O
inventariante deve depositar em uma conta à disposição do juiz.
Direito das Sucessões – Des. Neide Belamar.
Despesas do espólio devem ser pagos com recursos da herança. Cuidar porque os juízes
tendem a determinar que o inventariante adiante todas as despesas.
Ler Rodrigo Mazzei - Comentários ao CPC - decisão parcial de mérito em inventário
(aula 6).
Art. 647, par. Único.
Enunciados do FPPC dizem que a disposição também se aplica a legatário.
Antes do pagamento antecipado do legado, precisa averiguar a legítima e a existência de
dívidas.
É possível movimentar o inventário, conforme se trate de legado ou legítima, de modo a
extrair soluções mais efetivas, antecipando a parte do legado e retirando ele do
inventário.
Escrever artigo sobre isso.
Ver Câmara e Mazzei.
O problema é que, para averiguar legítima e fazer partilha específica, além da
organização inicial pelo juiz, tem que fazer avaliação do bem, com custas e imposto, e
isso vai na conta do réu, tendo que se advertir por escrito o cliente, mediante
documentação por ele assinada.

Precisa dar a oportunidade ao herdeiro de escolha do quinhão, sob pena de nulidade


(HTJ).
O Código autoriza, inclusive, a escolha por sorteio.
Dá para, em negociação, oferecer para um formular o quinhão e o outro escolher, ou o
contrário.
Art. 731, parágrafo único, do CPC.
Art. 551, parágrafo único, CC: se houverem dois legatários e um pré-morrer, se não
houver ressalva na doação, acresce no do outro - sucessão anômala regular.
Cláusula de incomunicabilidade sobre a legítima, precisa de justificativa.
Nos cartórios, o que se tem feito é informar que é da parte disponível.

(17) 982078589 – telefone do Prof. Marcelo Truzzi.

Possibilidade de adjudicação de quinhões no divórcio para apuração dos valores da


diferença.
Indenização/prestação compensatória caso um dos dois fique com a empresa, por
exemplo.
Paulo Neto Lobo = veículos, mesmo que de valores diferentes, são bens de uso pessoal.

Sucessão legítima = ausência de testamento, testamento inválido, testamento válido,


porém, com disposições que caducaram (pré-morte de um legatário).
Se o testamento não abranger a totalidade do patrimônio, os bens remanescentes vão
para a sucessão legítima.

Concubinato é todo relacionamento envolvendo pessoas impedidas para o casamento.

Herdeiro necessário é o que só será afastado com indignidade ou deserdação, mas não
significa que necessariamente irá receber, porque deve respeitar a ordem de vocação
hereditária.
Legítima é de 50% (os outros 50% é parte disponível).
Sobre a legítima não cabe ônus e restrições.
É possível dar 50% para um único herdeiro necessário e ele também concorrer com os
demais na legítima.

Montemor – dívidas e despesas funerárias = montepartilha (50% legítima e 50%


disponível).

Redução de doação inoficiosa e colação.


Inoficiosa porque viola o ofício de pai no cuidado com os filhos.
Nulidade imprópria = deve-se reduzir aos 50%.
A ação pode ser proposta em vida e tem prazo prescricional, devendo o bem retornar ao
patrimônio do doador.
Vale no momento da doação, considerando-se todo o patrimônio do doador.
Isso vale tanto para doações a terceiros quanto a herdeiros.

Livro Pablo = contrato de doação. Ler também o Simão.

O prêmio do seguro não pode ser inventariado e nem suscetível às dívidas do


inventariado.
A previdência complementar aberta se baseou nisso para aplicar também. Mas o STJ
tem entendido que enquanto não cumprido o programa de previdência, caso tenha
recebido o benefício, vai partilhar no divórcio ou em inventário.

Nenhum instituto jurídico pode fraudar lei. Se através de doações sequenciadas, eu violo
a legítima, ofende-se a lei.
A doação inoficiosa serve para preservar a legítima. A colação serve para igualar a
legítima.
Terceiros não são obrigados a igualar nada (nem mesmo netos), apenas quem herda por
cadeira.
Na colação, o bem entra diretamente na parte indisponível (opinião do Prof. Marcelo,
não é pacífica – pesquisar STJ) – possível artigo.

O instituto da colação é diferente do instituto da conferência. É possível que, no


momento da doação, conste na escritura a dispensa da colação.

Cônjuge/companheiro é herdeiro? Havia entendimento majoritário dizendo que não,


poque não constava no elenco legal. O STF mandou o companheiro para o 1829, mas
não está na sucessão (Mário Delgado). Outros autores entenderam que não há meia
igualdade (Rolf, Tartuce, Simão).
Contudo, o STJ já vem colocando o companheiro como herdeiro necessário (possível
artigo).
Isso impacta fortemente em planejamento sucessório, porque não dá para afastar
cônjuge e companheiro, de modo que ambos foram para a legítima.

Há 2 meses para iniciar inventário, sob o risco de pagar multa.


Possibilidade de cláusulas escalonadas para famílias e sucessões (ler contrato de
convivência do Cahali).

Prazo de condomínio: 5 anos, para evitar litígios (é um direito potestativo).

O valor de avaliação dos bens é para fins de inventário e pagamento de imposto. Acabou
o inventário, pode fazer nova avaliação para nova ação para fins de venda do bem e
extinção do condomínio.

Se eu quiser que a liberalidade feita saia da parte disponível (tanto na doação quanto no
testamento), preciso necessariamente escrever e, sendo uma liberalidade, que a pessoa
está dispensada da colação. Caso contrário, sendo doado de ascendente para
descendente ou de um cônjuge para outro, presume-se que é adiantamento de herança.
Partilha existencial = vinculação pessoal com os bens da herança e preferência (livro
Luiza Mayer Nevares, Função promocional do testamento) = critério qualitativo.

Sucessão anômala irregular: por força de lei, afasta-se a ordem de vocação hereditária.
Seguro de vida, previdência privada = vai para beneficiário. Se não tiver beneficiário
indicado, metade para cônjuge/companheiro e metade para os descendentes.
Doação para casal: se morre um, vai para o outro.

Abertura da sucessão e administração dos bens

Sucessão aberta: natureza de imóvel, regra de condomínio e indivisível.


Administração de bens = diz respeito à totalidade do patrimônio.

As dívidas vão até a força da herança, mas, uma vez aceita a herança, é irretratável. O
ônus da prova da extensão do patrimônio é do herdeiro, que deverá demonstrar sob o
risco de confusão patrimonial. Daí a importância de fazer inventário negativo.

A aceitação pode ser presumida.

Se o herdeiro não abrir inventário, o credor do espólio (não do herdeiro) tem


legitimidade para requerer a abertura do inventário.

Aceitação tácita: atos compatíveis com aceitação = contratar advogado, abrir inventário,
pagar imposto. Pagar o funeral é ato voluntário, não significa aceitação tácita e torna
quem pagou credor no inventário.

Aceitação presumida: o herdeiro não se manifesta, mas alguém tem interesse em saber
se o herdeiro vai ou não aceitar, notificando-o. Se ele nada disse, a lei presume a
aceitação.

Renúncia/repúdio é ato expresso e formal (escritura pública ou termo nos autos). A


escritura, uma vez lavrada, opera ineditamente seus efeitos. Leva-se ao processo de
inventário apenas para informação. Quanto feita por termo nos autos, há uma
divergência. Há uma divergência na doutrina que entende que o juiz tem que homologar.
Mas a lei não faz essa exigência. O termo é lavrado pelo juiz e assinado pela parte, que
deve peticionar solicitando isso.

Herdeiro que tem credores pode renunciar a herança, desde que tenha patrimônio para
saldar a dívida. Caso não tenha, a lei diz que o credor do herdeiro pode se habilitar no
inventário para receber seu crédito dentro do quinhão do herdeiro, retornando o
remanescente para ser dividido entre os demais. A renúncia permanece sendo válida e
irretratável.

A renúncia e a aceitação não podem ser parciais.


Mas há títulos diferentes: sucessão legítima é um título e sucessão testamentária é outro.
Eu posso aceitar um título e repudiar o outro, por exemplo, aceitando a legítima e
repudiando a disponível, pois é um todo indivisível até a partilha.

Enunciado 271 das Jornadas: é possível repudiar o direito de habitação e repudiar a


legítima e a recíproca é verdadeira, porque se entende que o direito de habitação é um
legado ex lege.

O direito de habitação é um legado que decorre da lei e que não precisa de registro.

Via de regra, os direitos reais ficam registrados na matrícula do bem. Mas o direito de
habitação do cônjuge não precisa de registro. Se for comprar um imóvel vindo de
inventário, é importante verificar se lá não está residindo a viúva/viúvo meeira.

Não vale terceiro de boa-fé. A viúva tem que assinar renúncia ao direito de moradia ou
ingressar com anulação do negócio jurídico.

Também tem que cuidar com aquisição de imóvel quando tem união estável. É bom que
o vendedor declare que não vive em união estável.

Se a parte não ficar com o imóvel a que tenha direito de habitação, é fundamental que
renuncie o direito de habitação.

A renúncia afasta o renunciante da sucessão, que passa a ser considerado inexistente. A


cota parte do renunciante acresce a dos demais herdeiros de mesma classe e, na falta,
aos da classe subsequente. Não há representação de herdeiro renunciante. Afasta-se o
renunciante e toda a prole dele.
Deserdação e indignidade não afasta a representação pelos herdeiros. O mesmo não
acontece com a renúncia. Exceto quando for o único herdeiro da sua classe ou quando
todos da classe renunciarem. Mas vai para os dependentes por cabeça e não por
representação.
Não há representação na sucessão testamentária. O que há é substituição.

Renúncia e planejamento sucessório:


Cônjuge é herdeiro de terceira classe, mas privilegiada, porque concorre com os de
classes anteriores. Mas, para Eduardo Leite, é de primeira classe. Se se assim se
entender, a renúncia pelos filhos para diluir a cota parte do cônjuge do ascendente
falecido, casados em separação total de bens, pode ser arriscado.

A representação acontece quando tem diferença de classe de herdeiros. Caso contrário,


herda por cabeça.

Representação na linha transversal ocorre apenas quando os sobrinhos concorrerem com


outro irmão do de cujus.

Não se paga custas e impostos sobre meação. Apenas sobre o que está sendo
inventariado.
Se houver justo fundamento, o juiz do inventário pode assinar a dispensa de cobrança de
multa e juros. Por exemplo, quando se estiver em discussão a existência ou não de união
estável e, portanto, de meação.

Não se pode renunciar a termo e a morte é um evento a termo. Portanto, ainda que não
haja pacta corvina na renúncia, é contra legem (art. 1.808, CC). Precisaria alterar a lei
(ler José Fernando Simão e João Aguirre [nem todo sonho chega à terra prometida]).

A tendência hoje é que o STJ repute nula a renúncia antecipada.

Não existe mais a renúncia translativa (em favor de alguém). Ela é sempre abdicativa. O
CC atual trouxe a cessão de direitos hereditários, extinguindo a renúncia translativa.
Dicas para cessão: colocar que, independentemente da extensão do patrimônio, o fulano
se dá por satisfeito recebendo tal bem.

MÁRIO LUIZ DELGADO

Discussão sobre a possibilidade de a inteligência artificial reconstruir imagem e voz de


quem já morreu tem sido um tema em voga: direito da personalidade x direitos
sucessórios: quando os filhos autorizam a utilização da imagem de quem faleceu. Os
filhos autorizam a reprodução da imagem (tal como um filho autoriza para fins de
direitos autorais) = a imagem entra na classificação de um direito sucessório que possa
ser disposto pelo sucessor? (possível artigo)
A princípio, não. Trata-se de direito da personalidade que perdura mesmo depois da
morte, não obstante a personalidade civil se extinga com o falecimento. São
intransmissíveis (art. 11 do CC). Consequências econômicas podem ser transmitidas.
Mas o próprio direito, não pode.

Legitimação para requerer a proteção dos direitos da personalidade de quem já morreu:


cônjuge/companheiro e qualquer parente (até o 4º grau). Não é concorrente. É
subsidiária.

Herança digital: o que iremos fazer com determinados bens que só existem no ambiente
virtual e que não têm conteúdo econômico. As criptomoedas, por exemplo, possuem um
conteúdo econômico e se transmitirão por força da sucessão. Mas outros ativos, como as
redes sociais, entram em discussão. A conta da rede social transmite aos sucessores
(sucessão testamentária x sucessão legítima). Mário Delgado entende que, em se
tratando de direito da personalidade e acesso de conteúdo da imagem e da voz, apenas
na sucessão testamentária pode transmitir, porque é um ato de disposição da vontade
(ler sobre o legado digital). Na legítima, não, pois não se sabe se é o ato da vontade.
A questão é saber o que é direitos da personalidade e o que é direito sucessório, de
modo a se saber o que pode ou não ser transmitido aos sucessores.

Como ficam as redes sociais monetizadas?


O único negócio jurídico que pode versar sucessão é o testamento.
A instituição de herdeiro no contrato de facebook, por ora, é uma disposição nula, pois
não há autorização para disposição testamentária em contrato.
Os contratos de redes e canais não podem autorizar a sucessão, portanto.
Legitimidade x capacidade

Quem não tem legitimidade ou não tem capacidade, não pode herdar. A capacidade
pressupõe a legitimidade.
Legitimidade. Art. 1.798, CC (pessoas já nascidas ou já concebidas na data da
sucessão).
Capacidade: A pessoa vai ter capacidade se tiver o título sucessório (está na ordem
hereditária da sucessão legítima ou está no testamento [sucessão testamentária]).

Há, além disso, requisitos legais para que a pessoa possa herdar.

Na sucessão testamentária, têm capacidade para testar, os maiores de 16 anos, que


tenham pleno discernimento para o ato, independentemente de estar ou não submetido a
um processo de curatela/interdição.

E quem não tem capacidade para receber a herança é quem foi excluído por indignidade
ou deserção (tem legitimidade, mas não tem capacidade).

Legitimidade ativa:
Pode ser autor da sucessão/testador somente as pessoas naturais.

Legitimidade passiva:
Legitimidade para ser herdeiro. Tanto na legítima quanto na testamentária, aplica-se o
princípio da coexistência.
Na legítima, o herdeiro precisa, em regra, existir na data da abertura da sucessão.
Pessoas naturais e vivas, ainda que não tenha ainda nascido (já concebidas).

Na sucessão testamentária, além das pessoas naturais e vivas, também podem herdar as
pessoas jurídicas (fundações, associações, p. ex.) e as pessoas futuras (concepturo –
prole eventual). Os animais, portanto, não podem receber herança ou legado. O que se
costuma fazer é atribuir o patrimônio a uma pessoa natural/jurídica, com encargo de
cuidar do animal.
Pessoa futura: é o concepturo, não o nascituro. O embrião congelado é ou não
nascituro?
Diferenças entre embrião formado e apenas material genético, sem inseminação. Há
distinção em termos de legitimidade se a inseminação acontecer após a abertura da
sucessão?
Para indicar a pessoa futura como herdeiro ou legatário, é preciso indicar quem são os
pais, que deverão estar vivos na abertura da sucessão. Mas esta regra convive com
outra. O art. 1.800, § 4.º, diz que a criança tem que ser concebida até 2 anos após a
abertura da sucessão, o que faz com que, a depender do caso, isso não seja possível.
O juiz nomeia um curador especial que administra o patrimônio até a concepção e
nascimento do futuro herdeiro, que normalmente é o próprio pai ou mãe da criança que
será concebida. No planejamento sucessório, é possível “escapar” desse prazo. A
alternativa é o fideicomisso ou a substituição fideicomissária. Coloca-se que o fiduciário
receberá o patrimônio, para que depois de determinado período ou verificada
determinada condição, ele transmita ao beneficiário final, que é o fideicomissário. Só é
possível se estabelecer a substituição fideicomissária em favor da pessoa futura. Não se
aplica o prazo, porque o patrimônio não fica sem dono. O fiduciário recebe a posse e a
propriedade do bem, mas é uma propriedade resolúvel.
Há uma discussão sobre até quando ele deve aguardar. Entende-se, de modo geral, que,
se o fideicomissário não for concebido, a propriedade se consolida na pessoa do
fiduciário.

É possível colocar condições? Por exemplo, a origem, a forma de concepção, casamento


heterossexual, religião professada pelos pais (Enunciado 268 da Jormadas). Tem que se
avaliar caso a caso, no limite da iniquidade. Verificar se não estampa algum tipo de
preconceito inconstitucional, por exemplo, empregando-se a ponderação.

ITBI e ITCMD (impostos)

Trust = instituto anglo-saxão, onde uma instituição recebe o patrimônio e faz a


distribuição justa.

O fiduciário pode ser uma pessoa jurídica. O autor da herança pode, inclusive, colocar
como condição que o filho só receba as cotas da empresa depois de determinada idade e
com determinada formação e experiência para administrar a empresa. Mas isso apenas
em relação à disponível. Em relação à legítima, a saída são as disposições de Direito
Societário.

Escrever artigo sobre fideicomisso no planejamento sucessório.


O risco é que o fiduciário dilapide o patrimônio. Daí a importância de se clausular os
bens a serem transmitidos, especialmente com inalienabilidade, impenhorabilidade e
incomunicabilidade, visto que a posse e a propriedade serão do fiduciário, ainda que de
forma resolúvel.

Os frutos acompanham os bens que serão transmitidos, salvo disposição ao contrário em


testamento. Deverão, portanto, ser guardados para que sejam entregues ao destinatário.

O testamento pode abranger 100% do patrimônio. O que não se pode é atribuir mais de
50% para quem não é herdeiro necessário. Porém, se no testamento, estiver
contemplando o herdeiro necessário dentro daquilo que inclui a legítima, não há
problema. Chama-se preenchimento da legítima (art. 2.014). A clausulação da legítima
também é possível em testamento.

Na sucessão legítima não há mecanismos para contemplação de pessoa futura.


É uma discussão que envolve biodireito e bioética: material genético x embrião x
nascituro.
A única regra do CC que trata de reprodução assistida é o 1.597.
A Lei diz que os havidos por fecundação artificial homóloga (com material genético do
próprio cônjuge), mesmo que falecido o marido, é considerado filho. Neste caso, não há
exigência de autorização expressa para presunção da paternidade.
A regulamentação do conselho federal de medicina e administrativas do CNJ sobre o
tema, exige, para registro, a autorização do outro cônjuge. Trata-se, porém, de normas
deontológicas para registro direto.
Para presunção de paternidade, a lei não se exige. Mesmo sendo filho, posso retirar dele
o direito sucessório, com o argumento de que ele não foi concebido antes? Em se
tratando de reprodução homóloga, a discussão é se ele, mesmo sendo filho, tem
legitimidade para ser herdeiro. Será que viola o princípio da isonomia atribuir direito
sucessório a um filho e não a outro?
A violação do princípio da isonomia é o critério da desigualação. Se eu tiver um
argumento suficientemente forte, o tratamento desigual é constitucional. Se não, é
inconstitucional.

*Livro Celso Bandeira de Mello sobre conteúdo jurídico da isonomia.


Em relação ao filho adotivo, a depender do estágio do processo de adoção, entende-se
que o falecimento não obsta a conclusão do processo.

Também se presumem filhos aqueles havidos a qualquer tempo quando se tratar de


embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga. Ou seja,
havendo a transferência para o útero a qualquer tempo, mesmo após a abertura da
sucessão, é considerado filho. A lei presume a autorização.

Também se considera filho, a criança havida por inseminação artificial heteróloga


(quando não é material genético do marido), desde que tenha prévia autorização do
marido/companheiro. Caso contrário, não há presunção de paternidade.

O filho genético tem direito de saber sua origem, inclusive para fins de impedimentos
(p. ex., casamento entre consanguíneos). Mas não haverá direitos sucessórios.

A lei não disciplina a forma de autorização. Mas pode assumir formas infinitas, como
escritura pública, contrato com a clínica prevendo o destino dos embriões etc. (há
decisão contrária do STJ, proibindo a implantação sem escritura pública).

Testamento genético – instrumento mais adequado para autorizar o uso do material


genético.
Codicilo = podem ser consideradas declarações digitadas para essa finalidade?
Mensagem de whatsapp, por exemplo? Discussão importante (pensar em artigo).

Desbiologização da paternidade = pai é o autor do projeto parental.

Situações em que o herdeiro tem legitimidade, mas perde a capacidade: excluído por
indignidade e deserdação. Ambos constituem a sanção pela prática de atos que são
repudiados pelo ordenamento jurídico. A vítima pode ser tanto o autor da herança
quanto outros parentes.

Indignidade:

Próprio para a sucessão legítima, muito embora ele possa vir a receber algum legado na
sucessão testamentário.
Deserdação:
Instituto exclusivo da sucessão testamentária.

O fundamento sociológico é a presunção de que a ordem da vocação hereditária


pressupõe vínculo de afetividade entre o herdeiro e o sucedido. Os efeitos são sempre
pessoais. Não excedem a pessoa do indigno. Os bens que ele receberia podem ser
transmitidos para seus sucessores.

Ainda que o ato tenha sido praticado muito tempo antes, o pedido de exclusão por
indignidade apenas pode ser formulado após a abertura da sucessão - riscos da não
formalização do perdão, que precisa ser expresso nos casos de indignidade.
Outro requisito é a sentença transitada em julgado proferida numa ação de indignidade,
salvo na hipótese em que já houver sentença criminal condenatória transitada em
julgado (nesse caso, não precisa de ação própria, pois a exclusão é automática).

É preciso que a parte pratique um dos atos elencados no art. 1.814 do Código Civil (rol
taxativo ou meramente explicativo?). O rol é taxativo. Contudo, é preciso fazer o
enquadramento dos fatos nessas hipóteses do rol taxativo = questão da tipicidade (quais
condutas estão efetivamente abarcadas nesse rol?) – Ver julgamento do STJ. 1943848 –
rol taxativo, mas tipicidade aberta, o que não significa a ampliação do rol.

Atos de indignidade:

1) Homicídio consumado ou tentado, praticado contra o autor da herança,


cônjuge/companheiro, ascendente ou descendente.

Não se exige prévia condenação criminal. Mas a sentença absolutória criminal obsta a
ação cível (enquanto a condenatória dispensa a propositura). A ação cível pode ser
proposta mesmo que o crime já tenha sido prescrito.
Discussão sobre se a eutanásia poderia ser excluída desse elenco ou não (Mario Delgado
entende que, aplicando-se a intepretação teleológico finalística da lei [quebra do afeto],
essa hipótese não está inserida no elenco).
Havendo dúvida quanto à autoria, é recomendado que se aguarde a apuração na esfera
criminal, para evitar decisões conflitantes.
Pode se excluir a meação em casos de indignidade? A exclusão da sucessão diz respeito
à herança, não da meação. Dependendo do regime de bens, haverá meação, mesmo em
casos de feminicídio.

Há um Projeto de Lei tramitando, em que se discute a exclusão da meação em caso de


indignidade. O problema é que a meação é um direito próprio.

2) Acusação caluniosa em juízo do autor da herança ou incorrerem em crime contra


a sua honra (calúnia, injúria ou difamação), ou de seu cônjuge ou companheiro

Se a parte fizer um B.O., já é suficiente? Além disso, precisa ser em ação penal ou pode
ser no juízo cível (p. ex., alienação parental)?

Como o legislador empregou a expressão “incorrer em crime”, o STJ entende que


precisa haver sentença penal condenatória nesse caso. O Prof. Mario Luiz Delgado não
concorda.

Ler o livro de Mario Luiz Delgado.

3) Impedir, por violência ou fraude, de que o autor não disponha livremente em sua
herança.

A hipótese de fraude mais comum diz respeito a um testamento já feito (p. ex., a
violação do lacre do testamento cerrado).
Há ações de nulidade testamento público em que se contesta a higidez da assinatura ou
mesmo a sanidade mental do testador no momento da elaboração do ato.
Outros atos de planejamento sucessório (p. ex., doação, holding etc.) estariam incluídas
nessa disposição legal? Refletir sobre.
Exige-se que o ato seja doloso. O objetivo é proteger a liberdade testamentária, que é o
principal eixo da sucessão testamentária.

São legitimados para a ação ordinária de exclusão por indignidade (salvo no caso de
sentença penal condenatória transitada em julgado, essa ação é imprescindível): os
demais co-herdeiros, o Ministério Público (na hipótese dos crimes dolosos contra a
vida, não nos crimes contra a honra).
Sendo o autor do ato de indignidade o único herdeiro, o Município que será beneficiário
da herança vacante, pode propor a ação de exclusão por indignidade? A princípio, ele
não estará legitimado, pois o Poder Público não é herdeiro. Só são herdeiros os que
estão elencados no rol da ordem de vocação hereditária. O Poder Público é um sucessor
anômalo. Teria que provocar o MP.

Também há a discussão sobre a possibilidade de o próprio autor da herança, ainda em


vida, ingressar com a ação de exclusão. O Prof. Delgado entende que não. Contudo,
considerando que pode ter um lapso temporal muito grande entre a conduta e a abertura
da sucessão, é possível o manejo de ação de produção antecipada de provas ou ação
declaratória (escrever pequeno artigo).
Legitimidade passiva: somente o indigno.

Caso de ação de exclusão por indignidade proposta por filhos contra o pai, em relação à
pensão da falecida esposa, em caso de feminicídio: o tribunal entendeu que a ação de
indignidade versa somente sobre herança e não pensão. E somente o herdeiro pode
figurar no polo passivo da ação.

Se o filho indigno for filho único e sem descendentes, segue-se a ordem de vocação
hereditária.

O prazo para propositura é decadencial (direito potestativo) e se extingue em 4 anos


após a abertura da sucessão. A doutrina critica esse prazo por sua extensão.

Efeitos da exclusão:
Efeitos pessoais – os herdeiros do excluído herdam por representação, não podendo o
excluído exercer o usufruto e administração dos bens dos filhos menores. Se o
cônjuge/par parental não puder exercer, nomeia-se um curador especial.

Se o excluído fizer uma alienação/cessão de direitos hereditários, o ordenamento


protege o terceiro de boa-fé. Os demais herdeiros podem pleitear perdas e danos do
excluído. Também deverá devolver os frutos e rendimentos do bem.

O indigno pode ser perdoado. Mas, para isso, é preciso um ato expresso e formal (por
escritura pública ou testamento) do autor da herança. Não cabe o perdão pelos demais
herdeiros. Não adianta o perdão tácito.
DESERDAÇÃO – a única forma do autor da herança, por ato de vontade, excluir da sua
sucessão um herdeiro necessário. É exclusivo da sucessão testamentária.

Legítimo exercício da autonomia privada da vontade do testador.

Priva apenas da legítima, porque a deserdação só faz sentido para privar da legítima.
As causas de indignidade podem ser anteriores ou posteriores à abertura da sucessão. Já
a deserdação apenas pode se fundar em causas anteriores à abertura da sucessão.
Somente o autor da herança tem legitimidade para deserdar.

Tanto na indignidade quanto na deserdação, os descendentes do excluído herdam por


representação.

Há uma omissão do Código Civil em relação ao cônjuge na deserdação, muito embora


ele também seja herdeiro necessário, muito embora, se houvesse, teria pouca
aplicabilidade prática. Somente há previsão de deserdação de ascendente para
descendente e vice-versa.

Hipóteses de deserdação:

1) Todas as hipóteses de indignidade (exceto homicídio consumado);


2) Ofensa física (lesão corporal);
3) Injúria grave (ofensa física que não causa lesão corporal) – críticas a essa
restrição. Quem tem que classificar o grau de injúria é o ofendido, privilegiando-
se a liberdade do testador. E a interpretação jurisprudencial tende a ser bastante
ideológica, decidindo, na maior parte das vezes, a favor do herdeiro deserdado.
4) Relações ilícitas com companheiro/companheira do autor da herança. O que é
ilicitude das relações quando a traição conjugal não é mais crime?
Possivelmente será retirado na reforma.
5) Desamparo do ascendente ou descendente em caso de enfermidade grave.
a. Possível interpretação mais ampliativa no sentido de extensão da
possibilidade ao filho que abandona o genitor em casas de repouso.
6) Proposta legislativa de incluir o abandono afetivo.

Arbitragem testamentária (possibilidade de incluir no testamento o envio à arbitragem)


– discussão sobre a possibilidade e a convenção de arbitragem, que precisa ser aceita
por todas as partes: como obrigar o herdeiro a se submeter á arbitragem? Mário Luiz
Delgado entende ser possível quando se coloca a arbitragem como encargo, mas apenas
em relação à parte disponível = escrever artigo sobre!!!!
A retirada do cônjuge do rol de herdeiros necessários já está em consenso.
Possivelmente isso acontecerá com a reforma do Código Civil. Também está em
discussão a retirada dos ascendentes.

Quanto aos descendentes, é mais complicado, porque se teme que haja, na prática,
ofensa ao princípio da igualdade.

Substituição pupilar e quase pupilar – instituição contida nas Ordenações Filipinas, que
não foram adotadas pelo Código Civil – os pais/curadores podem fazer o testamento
pelos filhos menores de 16 anos ou os incapazes. A Comissão pensa em propor a
introdução dessa possibilidade na reforma.

Um testamento somente pode ser revogado por outro testamento. Se o testador, após a
elaboração do testamento, tornar-se incapaz (alienação mental), não poderá alterar ou
revogar o testamento. É a única hipótese de irrevogabilidade/inalterabilidade do
testamento.

Somente com expressa declaração da causa é que a deserdação pode ser efetivada em
testamento.

A ação de deserdação é a ação para a prova da justa causa: de que o fato efetivamente
ocorreu e de seu enquadramento nas hipóteses de deserdação autorizada em lei.
Somente algum dos co-herdeiros, depois da abertura da sucessão, dentro do prazo
decadencial de 4 anos, pode ajuizar a ação de deserdação. Sem ela, a deserdação não se
concretiza, ainda que registrada no testamento.

A ação de deserdação é uma questão prejudicial do inventário. Não se pode concluí-lo


antes da decisão final na ação de deserdação. Discute-se a possibilidade de prosseguir
com o inventário e fazer a partilha, com reserva de quinhão. Seja como for, o que não
pode é partilhar entre os demais herdeiros o quinhão do possível deserdado sem a
conclusão da ação de deserdação.

É uma ação autônoma = questão de alta indagação.

Possibilidade de ingresso de ação de produção antecipada de provas para demonstração


da justa causa, pelo próprio testador, pois não se trata de ingressão da própria ação de
deserdação antes da abertura da sucessão. Nesse caso, a produção antecipada não pode
ser proposta pelos co-herdeiros, pois ainda, para eles, não há o direito concreto à
herança. O direito é do testador, que tem o direito de testar conforme a sua vontade.

O possível deserdado, tendo conhecimento da deserdação, também pode propor uma


ação declaratória negativa sobre a inexistência do fato enquadrável nas causas de
deserdação.
Outra possibilidade são as declarações extrajudiciais de testemunhas sobre a causa da
deserdação ou mesmo a elaboração de ata notarial com mensagens de whatsapp = há
julgados admitindo.

O deserdado pode simplesmente aceitar a deserdação, transmitindo-se diretamente o


quinhão a seus sucessores por direito de representação. Nesse caso, dispensa-se a
necessidade do ingresso da ação de deserdação. E não se trata de confissão do fato, mas
apenas de aceitação da deserdação.

O perdão na deserdação, diferentemente do que se passa na indignidade, não precisa ser


expresso. Pode tanto ser expresso quanto tácito. A modificação do testamento, sem a
previsão da deserdação, implica o perdão. Ainda, quando, em testamento, o autor
contempla o deserdado, reconhece-se o perdão tácito. O mesmo se aplica quando,
mesmo sem testamento, o autor pratica atos evidenciem a modificação da vontade e o
perdão tático, ainda que o testador não modifique o testamento: adiantamento de
legítima ao deserdado, codicilo etc. (exemplos do Pontes de Miranda).

Lei aplicável ao testamento: na sucessão legítima, aplica-se a lei vigente na data da


abertura. Na testamentária, depende. As questões formais (capacidade, legitimidade
etc.), aplica-se a lei vigente na data em que elaborado. Já as questões de conteúdo
material submetem-se à lei vigente na data em que o testamento se torna efetivo, ou
seja, quando da abertura.

PROF. FABIANA

Possibilidade de cumulação de inventários - art. 672 do CPC.

Modos de suceder: 1) Direito próprio; 2) Direito de representação.


Transmissão: momento de aceitar ou renunciar a herança.
Modos de partilhar a herança:
Ler Antonio Schereiber

Sucessão por cabeça: entre os descendentes, os de grau mais próximo excluem os mais
remotos, ressalvado o direito de representação.
Se todos os herdeiros forem do mesmo grau, elimina-se uma linha e todos sucedem por
cabeça. Não tem direito de representação e se torna direito próprio.
A partilha é por cabeça quando todos recebem partes iguais.

Único herdeiro: adjudicação.

Sucessão por estirpe:

Na sucessão em linha colateral, o irmão bilateral recebe mais do que o unilateral.


Polêmica: não fere o princípio da igualdade entre os filhos? Não há
inconstitucionalidade, porque não se está falando dos filhos, mas dos irmãos do
falecido. (Eduardo Leite, Tepedino). Escrever artigo sobre.
Contudo, se todos são unilaterais, divide igualmente.
A mesma regra de aplica aos irmãos afetivos: quem reconheceu... foram ambos ou
apenas um? Não há previsão a respeito, mas o afeto se sobressai ao biológico. Pesquisar.

Cláusula de substituição testamentária e direito de representação:

Não tem direito de representação na sucessão testamentária.


O autor do testamento precisa indicar quem substituirá caso o legatário não possa ou
não queira receber o legado.
Importante constar no testamento. Se não tiver, retorna ao monte e é objeto de partilha.
Chama-se substituição vulgar.
O advogado não pode ser legatário e fazer o testamento. Fica impedido de receber.
Substituição conjunta é quando há previsão de substituição de vários legatários por uma
só.
Art. 1.950: substituição recíproca. Quando não se fala a proporção, divide-se em partes
iguais
Tem que constar o direito de acrescer para redistribuição dos quinhões entre os
legatários caso um falte ou não possa receber. Caso contrário, volta para o monte o
quinhão do pré-morto. Se não tiver outros herdeiros (nem mesmo colaterais), discute-se
se o quinhão vira vacante ou acresce mesmo sem a previsão.

PROFESSOR SANDRO GASPAR – SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA

Princípio Saisine (Sasina) = origem germânica, que se instalou na França na idade


média e fez parte do Código Napoleônico. Já existia no Código Civil de 2016 e se
manteve no CC de 2002.

Os sucessores continuam a sua posse. É obrigatória a continuação da posse nas mesmas


condições da posse original. Se a posse for de má-fé, ela continua de má-fé na sucessão.
Se for propriedade, ela segue como propriedade (Sasina).

A sucessão é um fato consumado no momento de sua abertura - aplica-se a norma em


vigor nesse exato momento.

Na adoção plena, o filho adotado tem os mesmos direitos que o filho consanguíneo. Na
adoção simples, o filho adotado não tem os mesmos direitos sucessórios. Essa
modalidade de adoção, antigamente, era obrigatória essa modalidade de adoção quando
houvesse filhos consanguíneos. Segundo os valores da época, “não se podia prejudicar
os filhos de verdade”.

Nos anos 70-80, fazia-se o testamento cerrado para contemplar filhos adotivos ou filhos
fora do testamento, que não eram contemplados na época. Nesse tempo, o quinhão do
filho “ilegítimo” era metade do quinhão dos filhos “legítimos”.

José Maria Leone sobre a incorreção da aplicação, pelo STF, acerca da aplicação e
manutenção da norma que autoriza o tratamento diferenciado entre filhos. A tese ao
contrário, fundamenta-se na regra da época, mas que, contudo, não foi recepcionada na
CF/88, porque ofende a isonomia/igualdade.

Ler acórdão STF sobre duas uniões estáveis (uma hetero e outra homoafetiva) e a
divisão de pensão.
O Código Civil admite os efeitos do casamento, havendo boa-fé (p. ex., em caso de
bigamia, quando a segunda esposa estiver de boa-fé). Divergências entre os Ministros
do STF sobre a possibilidade de extensão a união estável em relacionamento
homoafetivo, a respeito do direito à divisão de pensão.

“A vida é e tem que ser maior do que o Direito” (Cristiano Chaves).

Art. 10 LINDB.

MODOS DE SUCEDER:
Princípio tempus regis actum: o tempo rege o ato.
Mas o lugar também produz impactos: a sucessão tem que ser aberta no lugar do último
domicílio, obedecendo a lei do país.
Se a pessoa tiver domicílio fora do país, mas possuir bens no Brasil, apenas os bens aqui
situados serão inventariados sob a nossa jurisdição.
Aplicação da lei mais benéfica ao herdeiro brasileiro.
Até 1990, eram os estados da federação que ficavam com a herança vacante. Após 1990,
passou a ficar com os municípios.

Herança na comunhão é o patrimônio total menos a meação do cônjuge. No Código de


16, o cônjuge recebia apenas e tão somente a meação. Isso mudou com o CC/02.
Havia, na época, o usufruto vidual: 25% de usufruto. Esse usufruto era cancelado com
novo casamento. Isso era para comunhão parcial. Na comunhão universal, ela tinha
direito real de habitação.

Ler Leone.

Filhos “legitimados” da legislação anterior.


Filho expúrio – aqueles que jamais poderiam ser legitimados.
Até 1957, não se podia adotar antes dos 50. A partir da mudança legislativa que se
promoveu com a lei n. 3.133/57, alterou-se para 30 anos.

GRUPOS PARENTAIS QUE HERDAM – ATÉ 4º GRAU COLATERAL


São convocados à sucessão os herdeiros de grau mais próximo.
Herda-se por direito próprio, quando se está exatamente na classe em que pertence.
Partilha por cabeça.
Herda-se por representação, quando se herda no lugar de outro. Partilha por estirpe –
art. 1854, CC. Se todos forem da mesma classe, contudo, partilha por cabeça.
Descendente nunca partilha por linha. É por cabeça. Só partilha por estirpe se tiver
descendente de grau mais distante concorrendo com descendente de grau mais próximo.
1. Descendentes: 1.º filhos; 2.º netos; 3º bisnetos e por aí vai.
2. Ascendentes: se não tiver ascendentes
3. Cônjuge sobrevivente: herda por concorrência, desde que haja vida em comum,
no momento do óbito. Questionamento importante: como fica no caso de
violência doméstica. Privá-la da herança, quando separada de fato por conta de
sofrer violência doméstica, não seria uma revitimização?

Exemplo de partilha e herança comunhão parcial de bens:


Patrimônio comum = 12 milhões
Meação = 6 milhões
Bens particulares = 8 milhões.
Total da herança = 8 milhões + 6 milhões = 14 milhões

Movimento legislativo dos anos 80 para dignificar o cônjuge, que ficava marginalizado.

Comunhão universal: não há herança, mas meação de tudo (bens particulares e bens
comuns).
P. ex.: patrimônio de 20 milhões = 10 milhões são da sobrevivente. Os outros 10 serão
divididos entre os demais herdeiros, excluindo a cônjuge sobrevivente.
Exceção: cláusula de inalienabilidade (Súmula 49 STF – a cláusula de inalienabilidade
produz incomunicabilidade) – propriedade exclusiva. Neste caso, a cônjuge
sobrevivente não terá direito à meação, concorrendo com os descendentes na partilha
apenas deste imóvel (Luiz Paulo e julgado do STJ).
Art. 544 – doação para cônjuge também é adiantamento de herança.
Não é possível fazer doação entre cônjuges em relação aos bens comuns – art. 499, CC.
É possível compra e venda entre condôminos, mas a meação não é condomínio, pois
ambos têm 100% de propriedade.
Se cônjuge recebe em doação bem particular, precisa colacionar no inventário.
Na doação inoficiosa, o contrato não é nulo. O que é nulo é o excesso. No inventário, o
donatário deve repor o excesso.
Como é nulo, não convalesce com o tempo. Não é decreto de nulidade, é declaração de
nulidade.
Simulação é negócio jurídico nulo.

Doação para netos, de filho vivo, vão para o 549 do CC.

Se não houver menção expressa na escritura de doação de ascendente para descendente,


no sentido de que a doação integra a parte disponível, presume-se que é adiantamento
de legítima.

Enunciado 270 das Jornadas.

Art. 1.829, I, CC.


Há concorrência na herança nos regimes de separação convencional de bens. Também
há na comunhão parcial e na participação final de aquestros, quando houver bens
particulares.

A concorrência fica restrita aos bens particulares, não atingindo os bens comuns.

Zeno Veloso = ler artigos sobre meação e concorrência.

Não existe ultratividade do regime de bens. É um efeito do casamento. Com o seu fim,
não há mais efeitos. Não se aplica a norma de regime de bens após a morte.

Separação obrigatória – Não tem herança e, portanto, não tem concorrência com
herdeiros. Mas é possível haver a meação dos bens conjuntos adquiridos no curso do
casamento. Súmula 377 STF, Súmula 655 STJ. Informativo 192 do STJ.

Tem que estar no nome dos dois ou haver prova de colaboração conjunta. Presunção
relativa de incomunicabilidade na separação legal. Apenas na separação convencional é
que a presunção é absoluta.
Doação remuneratória não é contrato gratuito, é contrato oneroso e não é considerado
liberalidade, logo não cai na colação.

Cônjuge sucede por concorrência: ou seja, não partilha nem por cabeça, nem por
representação. Partilha por quota hereditária. E não é da herança toda, mas apenas dos
bens particulares.
Cônjuge não se iguala a quinhão de descendente que participa por estirpe, mas apenas
do quinhão do descendente que partilhar por cabeça, em relação aos bens particulares.
A quota do cônjuge não pode ser inferior a ¼ (25%) dos bens particulares, quando for
ascendente de todos os co-herdeiros.
Filiação híbrida não garante esse direito.

Petição de herança – para herdeiros que não fizeram parte da partilha.

HERANÇA ASCENDENTES

Não havendo descendentes, chama-se a segunda classe, que são os ascendentes, na


ordem de grau de parentesco. Art. 1.836, § 2.º. Partilha por linha: metade para a linha
paterna e metade para a linha materna.
Se um deles não estiver vivo, 100% vai para o ascendente vivo, mesmo que o avô do
lado do ascendente falecido estiver vivo. Não há herança por representação entre
ascendentes.
Quando só há avós, partilha por linha, sendo metade para cada linha, podendo não haver
uma divisão igual. Por exemplo: havendo avô e avó paternos vivos e apenas avó
materna viva, a linha paterna recebe 50%, ficando 25% para cada um, e a linha materna
recebe os outros 50%, ficando com toda a porcentagem.

Havendo cônjuge, ela concorre com os ascendentes, independentemente do regime de


bens, por quota fixa (art. 1.837, CC).

Se houve pai, mãe e cônjuge, cada um recebe 1/3. Se só houver um ascendente vivo e
cônjuge, cada um recebe ½. Se não houver ascendente de primeiro grau, o cônjuge
recebe metade, independentemente de quantos avós/bisavós vivos.

Congresso Nacional trata de um projeto de lei para permitir casamentos exclusivamente


heteroafetivos.
Casamentos celebrados antes nem eram considerados nulos. Eram inexistentes.

Na Constituição, não havia essa previsão, porque as uniões homoafetivas eram


invisibilizadas.

A interpretação do STF decorreu da disposição constitucional de que todos os


brasileiros e brasileiras possuem os mesmos direitos civis.

Nosso Código Civil é binário, cistêmico e heteronormativo. Mas a vida é maior do que a
ordem jurídica (Cristiano Chaves).

Positivismo de combate: utilizar o texto positivado contra o texto positivado.

Enunciado 676 da IX Jornada de Direito Civil - a herança por linha não deve ser
compreendida necessariamente como linha paterna e materna, mas como linhas
ascendentes. Evita-se, com isso, situações como 50% da herança ser direcionada aos
pais homoafetivos e os outros 50% ser direcionada para o Município.

Novas famílias. Enunciado 642 das Jornadas: havendo 2 pais e 1 mãe, por exemplo,
divide-se por igual em quantos preencherem a linha ascendente.

O cônjuge, mantém intocada sua quota hereditária. Concorrendo com ascendentes de


primeiro grau, terá seu 1/3 garantido.
Deixando cônjuge e ascendentes, o cônjuge concorre independentemente do regime de
bens.

Art. 1.831 do CC/02 – Direito real de habitação.


Exemplo: José e Maria, casados na comunhão parcial, sem filhos, tinham 1 imóvel
adquirido na constância do casamento. Com o falecimento de José, e considerando que
ele tinha a mãe viva, Maria fica com a meação e os outros 50%, como não havia filhos,
são divididos entre Maria e a sogra. Ao final, Maria fica com 75% (meação + herança).
Quando não há descendentes, o cônjuge meeiro herda.
O direito real de habitação, nesse caso, fica com o cônjuge.
Se desejar vender, Maria apresenta a proposta recebida à sogra. Se ela não quiser pagar
a parte correspondente à porcentagem de Maria e também não quiser assinar a venda, a
única solução é mover uma ação de extinção de condomínio, com o imóvel indo a
leilão.

Nesse caso, não dá para aplicar a divisão dos bens, o bem tem que ir ao leilão. Se
houver direito real de habitação, a solução é a extinção de condomínio.

Súmula 377.

Todas as normas do usufruto, aplicam-se ao direito real de habitação, desde que


compatíveis.
Quem fica com o direito real de habitação, precisa arcar com todas as despesas do
imóvel, desde despesas de manutenção até condomínio, imposto etc.

Composse: enquanto o novo marido estiver casado com a viúva, ele exerce a composse.

O direito real de habitação não é sucessível, transferível nem alienável, terminando com
o falecimento. Mesmo que haja filhos com o novo marido, com o falecimento da viúva,
os filhos do primeiro marido podem pedir o despejo de ambos, porque a propriedade se
consolida plena.

O Código Civil de 2002 não reproduziu a norma do código anterior que extinguia o
direito real de habitação com novo matrimônio.
Qualquer que seja o regime de bens, há o direito real de habitação.

Sucessões abertas antes do CC/02, não aplica o direito real de habitação, mas o usufruto
vidual – ficar atenta para a data de abertura da sucessão e a legislação aplicável.

Se o imóvel não estiver sendo bem conservado, é possível empregar a norma que
extingue o usufruto por esse fundamento ao direito real de habitação.

Moradia não é direito patrimonial, é direito social.


Sede do afeto não é propriedade, é lar. Propriedade é outra coisa.
Decisão do STJ, no sentido de que a extinção forçada de condomínio não pode ser
realizada enquanto perdurar o direito real de habitação. O Prof. Sandro entende que essa
decisão não está correta, pois, se o usufruto permite a alienação, a mesma regra se aplica
ao direito real de habitação.

Outro ponto importante: o direito real de habitação não atinge, em tese, os bens móveis.
Logo, os bens que guarnecem a residência poderiam, num primeiro momento, serem
retirados pelos herdeiros. Contudo, segundo Leone, não basta a lei não impedir. Aplica-
se a regra da impenhorabilidade do bem de família, relativos à vida digna.

SUCESSÃO DO CÔNJUGE

Se não houver descendente ou ascendente, apenas o cônjuge herda, independentemente


do regime de bens. Não existe concorrência com colaterais.
Problema: art. 1.830, CC, apresenta duas exceções:
separação judicial ou extrajudicial (dissolve a sociedade conjugal, sem extinguir o
casamento). Não haverá sequer direito real de habitação.

Separação de fato: o art. 1.830 exige separação de fato de dois anos para extinção do
direito sucessório.
Atenção: há possibilidade de afastar isso quando se demonstrar que a mulher não deu
causa ao rompimento (p. ex. casos de violência doméstica).

Doutrina divide-se entre serem os companheiros herdeiros necessários ou não. O STF


afirmou categoricamente que não se posicionou sobre isso.

Enunciado 525 das Jornadas - Concorrência de herança entre cônjuge separado de fato
que não teve responsabilidade no rompimento e companheiro sobrevivente.
Até o início da união estável, os bens adquiridos onerosamente, vão para a cônjuge.
Direito hereditário da companheira, apenas em relação aos bens onerosamente
adquiridos no curso da união estável.
Os bens adquiridos gratuitamente durante a união estável, vão para a cônjuge. E os bens
adquiridos onerosamente durante a constância da união, serão divididos entre a cônjuge
e a companheira.
Supremacia do casamento em relação à união estável. Esse entendimento foi superado
pelo julgamento do STF e pelo Informativo 622 do STJ.
Atribuir a herança para as duas não é tratar a companheira com dignidade. Julgamento
pelo STF, em 2020.

SUCESSÃO COLATERAL

Não havendo descendentes, cônjuge/companheiro ou ascendentes, herdam os parentes


em linha colateral.
Se forem todos irmãos bilaterais, todos herdam igual. O mesmo se passa se todos os
irmãos forem unilaterais.
Agora, se houver irmãos bilaterais e irmãos unilaterais, os bilaterais recebem 2x e os
unilaterais 1x.
Não é inconstitucional, porque a Constituição apenas proíbe a discriminação de
descendentes.
Além disso, a herança a parentes colaterais é facultativa. Se a pessoa não quiser deixar
nada para ninguém, está autorizada pela lei.
Não existe linha para o colateral, só para o ascendente.
No caso de algum irmão pré-morto, podem seus filhos sucederem por representação.
Ascendente não pode ser sucedido por representação, mas irmãos podem. Ou seja,
sobrinhos podem herdar por representação.
Se nenhum irmão estiver vivo, herda por cabeça, mas seguindo a mesma discriminação
dos filhos de irmãos bilaterais e unilaterais.
Se algum sobrinho for pré-morto, não haverá direito de representação para seus filhos.
Apenas filhos de irmãos podem exercer direito de representação.

Não havendo parentes colaterais até o quarto grau, vai para vacância.
Não tem inventário e não tem herdeiro.
Nomeia-se curador. Quando for ultimada a arrecadação, o curador continua
administrando o bem.
Após isso, passa-se à segunda fase do processo, que é a publicação de editais para
convocação de interessados (p. ex., credores para que se habilitem, herdeiros, meeiros).
São publicados no sitio eletrônico do tribunal onde estiver tramitando e no site do CNJ.
Esse edital permanece publicado por 1 mês, com intervalo de 3 meses entre um e outro,
até fechar o período de um ano.
Feito isso, o juiz profere uma sentença de vacância.
Não pode se prolatada essa sentença enquanto houver dúvida (jacência). Se for
prolatada a sentença, sem o respeito ao prazo ou com habilitação pendente, ela será nula
por error in procedendo.
Se o juiz deferir o pedido de habilitação, ocorre a conversão do procedimento de
jurisdição voluntária em jurisdição contenciosa.

Com o deferimento do pedido de habilitação, ele é convertido em inventário.

O indeferimento de todos os pedidos de habilitação já pode ser realizado no próprio


corpo da sentença, quando completado o prazo de um ano.

O credor e a meação não mudam a natureza do procedimento. Apenas o deferimento de


habilitação de herdeiro é que gera a conversão.

Se a sentença transitar em julgado, não tem mais o que fazer. Eventual pedido de
meação, deverá ser feito em reivindicatória (art. 746, § 2.º, CPC). Se for credor, deve
formular pedido junto à Fazenda Pública. Sendo herdeiro, terá que formular petição de
herança, que prescreve, neste caso específico, em cinco anos (art. 1.822, CC),
diferentemente das outras hipóteses, que prescrevem em 10 anos.
Isso acontece porque o réu é a Fazenda Pública.

O prazo para a petição de herança começa a correr da data da abertura da sucessão (art.
1.822).

Ente público não é herdeiro legítimo e não pode ser herdeiro por testamento. É herdeiro
lato sensu, de modo que a propriedade dele só vem com a herança de vacância.

Se o prazo prescricional aquisitivo da usucapião antes da sentença de vacância, o imóvel


pode ser objeto de usucapião, porque ainda não é bem público. Apenas se torna bem
público, com a sentença de vacância. Se vencer depois do prazo para usucapião, não
tem como usucapir, porque será bem público.

Não pode haver sucessão por representação em sucessão testamentária. Tem que haver a
previsão de substituição vulgar.
PROFESSOR RODRIGO DA CUNHA E PROFESSORA MARIA BERENICE DIAS –
RELAÇÕES AFETIVAS, LIBERDADE CONTRATUAL E RESPONSABILIZAÇÃO

O Direito de Família está cada vez mais contratualizado. Insere-se na liberdade das
pessoas de contratar em suas relações privadas. Valorização da autonomia privada.
Sujeito de direito enquanto sujeito de “desejo”.

Matrimônio não é sinônimo de casamento. Matrimônio é sacramento. Não se deve usar


na doutrina.

Comunhão plena de vida é uma falácia. Não existe isso, na prática. Apenas ocorre no
útero materno.

O Estado não tem que regular certas coisas em matéria de casamento, como, por
exemplo, a fidelidade. A justificativa é a presunção de paternidade.

Antigamente, a ausência de virgindade da mulher constituía erro de fato para anulação


do casamento.
O exame de DNA deslocou a investigação de paternidade de um eixo moral para um
eixo científica.

Maria Berenice defende a igualdade entre cônjuge e companheiro, inclusive em relação


à presunção de paternidade.

Prof. Rodrigo entende que não, que companheiro não deve ser herdeiro necessário,
porque deve haver alguma diferença entre casamento e união estável. Porque, caso
contrário, tudo vira casamento.

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