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FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA BAHIA

INTODUÇÃO A CIÊNCIA DO DIREITO

JERUSA SANTOS DE ALMEIDA

ANÁLISE DO LIVRO O EXPLORADOR DE CAVERNAS

VALENÇA

2023
Jerusa Santos de Almeida

ANÁLISE DO LIVRO O EXPLORADOR DE CAVERNAS

Trabalho solicitado pelo professor Rodrigo


Silveira da disciplina Introdução à Ciência do
Direito do curso de direito da Faculdade de
Educação da Bahia.

VALENÇA
2023
1. Decida o caso sob o enfoque da realidade(direito) brasileira.
Segundo o ordenamento jurídico pátrio é indelegável um dos juízes se absteve de
julgar, o magistrado Tatting disse:” recuso-me a participar da decisão deste caso”.
Mesmo sendo esse um caso omisso, em que não exista uma norma específica para
o caso em julgamento, deveria o caso ser julgado por analogia, como determina o art.
4.º da Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro: “quando a lei for omissa, o
juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios
gerias de direito”. Atribuir ao executivo a função de decisão do caso no Brasil é
inconstitucional. No ordenamento jurídico brasileiro, conforme o artigo 2° da
Constituição Federal, os poderes da União (Executivo, Legislativo e judiciário) são
harmônicos e independentes entre si. Como diz o juiz Keen: “A primeira delas consiste
em saber-se se a clemência executiva deveria ser concedida aos réus caso a
condenação seja confirmada. Esta é, porém, segundo o nosso sistema constitucional,
uma questão da competência do chefe do Poder Executivo e não nossa. Desaprovo,
portanto, aquela passagem do voto do presidente deste Tribunal em que ele
efetivamente dá instruções ao chefe do Poder Executivo acerca do que deveria fazer
neste caso e sugere alguns inconvenientes que adviriam se tais instruções não
fossem atendidas. Isto é uma confusão de funções governamentais - uma confusão
em que o judiciário deveria ser o último a incorrer”. previsto no art. 5.º, XXXV, da
CF/88:
"se ao Legislativo não se pode impor a obrigação de legislar, ao Judiciário se
impõe, sim, a obrigação de julgar. É proibido, no âmbito do Judiciário, a
formulação daquele juízo de non liquet, de não resolver a causa. O juiz de
qualquer instância, o Tribunal de qualquer natureza tem que solver a questão,
liquidar a questão para corresponder a esse prestígio máximo que a
Constituição lhes deu ao dizer que a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito" .Outra questão é quando um dos juízes
sugere que o promotor de justiça não instaure o processo contra os réus, no Brasil o
Ministério público não pode desistir da ação penal quando existe indícios e provas
criminais, como prevê o art.42 do CPP e o art. 576 do CPP:” Art. 576: “o Ministério
Público não poderá desistir de recurso que haja interposto”.
2. Decida o caso do ponto de vista essencialmente moral.
O que fica claro é se a luta pela sobrevivência em que um grupo de
espeleólogos em estado de inanição, presos sem saber quanto tempo levaria
para serem resgatados, com informações externas e técnicas que não
sobreviveriam mais que 10 dias e de comum acordo deliberaram que um deles
seria morto para que servisse de alimento para os demais para que
continuassem vivos decisão essa tirada na sorte do jogo de dados. Aplicando-
se o princípio do jusnaturalismo que foi o que regeu o acordo dos espeleólogos,
em que diz que o direito é universal estabelecido pela natureza, firmou-se um
tratado social. ele foi o escolhido para ser sacrificado em prol de um bem maior.
Sendo os espeleólogos dotados de senso do bem e do mal, os exploradores
eram conhecedores as consequências de seus atos. Quando foram colocados
em situação de escassez a necessidade de preservação da vida tornou-se
imediata, porém a racionalidade para decisões ainda foi mantida, ou seja, foi
acordado que um iria ser sacrificado para servir de suprimento alimentar para
os demais e a decisão foi unânime. Em Seguida Whetmore quis tornar nulo o
acordo. Os demais não consideraram justo desfazerem o acordo. Então
seguiram como o acordo anteriormente firmado conforme o combinado entre
as partes envolvida. A sorte foi tirada no jogo de dados em que quem seria
sacrificado, e foi Whetmore. Isso de explica com a Doutrina do Duplo Efeito de
São Tomás de Aquino, ela discorre situações em que é permitido tomar uma
ação tendo ao mesmo tempo finalidades positivas e negativas (ou seja, um
duplo efeito). Existem pré-requisitos para que uma ação possa ser moralmente
legítima mesmo causando um mal menor: O bem deve ter maior efeito que o
mal cometido. No caso dos espeleólogos, o efeito mau (sacrificar um dos
componentes da expedição para suprir a nutrição dos demais) é o que discorre
a Doutrina do Duplo efeito como uma prática sem intenção de causar mal por
si só, e sim fazer um bem maior para o maioria dos que se encontravam em
situação de risco isolados do mundo nos escombros daquela caverna sem
saber quando seriam resgatados e se sairiam vivos de lá. A morte Wheltmore
foi o efeito mal, ainda que decidida em comum acordo em benefício do demais.
5 - No mesmo cenário da questão anterior, supondo-se que Whetmore tivesse
conseguido defender-se e, ao fazê-lo, matasse Smith, e, este, por sua vez, fosse
a fonte de subsistência para os sobreviventes, quais seriam os desdobramentos
em termos de Processo?
A defesa de Whetmore alegaria de legítima defesa. Uma pessoa que age em legítima
defesa não age “premeditadamente”, ela apenas se defende para a preservação da
sua integridade física e de sua própria vida. Sendo ele sido agredido por Smith favor
da legítima defesa, simplesmente, como tem sido aplicada pela lei: ou seja, é aplicada
para casos de resistência a uma ameaça agressiva à vida da pessoa. matar em
legítima defesa é uma escusa para a punição. Essa alegação valeria tanto para o
homicídio como para o canibalismo uma vez que não tipificação penal, este seria por
analogia qualificado como Lesão corporal (art. 129 caput do CP) ou lesão corporal de
natureza grave (art. 129, §§ 1º e 2º do CP) ou lesão corporal seguida de morte (art.
129, § 3º do CP), poderia ser alegado também estado de necessidade (Incluído pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual,
que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio,
cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida
de um a dois terços.
Cícero definia dentro da corrente positivista que a legitima defesa como uma categoria
prévia à lei, inerente à natureza e à conduta humana, é uma forma legitima de
preservação da vida. No direito positivo homicídio é crime salvo sob se a vida do
executor ou mesmo terceiro esteja ameaçada conforme trata o Art. 25 – ”Entende-se em
legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão,
atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.”

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