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Resenha elaborada por

Ricardo Afonso de Sousa, Espírito Santo

Helvetica
Dirigido por Gary Hustwit
Produzido por Gary Hustwit, Swiss Dots e Veer
Editado por Shelby Siegel e Laura Weinberg
Lançado em 12 Setembro de 2007
Duração de 80 minutos

Onde nós olhamos vemos tipos, ainda mais comum encontrarmos a Helvetica. É como a gravidade e o ar, está
em todo o lugar. Antes de se tornar Helvetica, seu nome inicial foi Die Neue Haas Grotesk. Eduard Hoffmann,
que foi chefe da fundição Haas quis fazer uma versão modernizada da Akzidenz Grotesk, essencialmente um
tradicional tipo alemão não serifado do século 19, e naturalmente, junto com Max Miedinger fizeram os desenhos
da Helvetica.

Quando a Helvetica surgiu já estávamos prontos para ela e era exatamente o que os designers da época pre-
cisavam, soava em alto e bom som: “moderno! “. Surge nos anos 50 num período pós-guerra, após o horror e
o cataclisma da Segunda Guerra Mundial, há um real sentimento de idealismo entre alguns designers, muitos
aliás, em todo o mundo, certamente na Europa, de que o design é parte da necessidade de reconstrução, para
reconstruir, para tornar as coisas mais abertas, fazê-las acontecer mais tranquilamente, serem mais democráti-
cas. Havia um senso real de responsabilidade social entre os designers.

Neste período que os primeiros experimentos do Movimento Moderno, começaram a ser esquematizados,
racionalizados, codificados, e ocorre a emergência do chamado estilo tipográfico internacional ou estilo suíço,
e os designers suíços dos anos 50 é que levaram isto adiante. É exatamente aí que entra a Helvetica, em 1957,
quando se sentia a necessidade de tipos racionais que pudessem ser aplicados em todas as formas de informa-
ção contemporâneas, seja um sistema de sinalização ou uma identidade corporativa e apresentar as expressões
visuais do mundo moderno ao público de uma maneira inteligível. Deve ser clara, legível e direta.

Os designers têm função importante estabelecendo conexões entre pessoas. É uma vida de luta contra a feiura,
é como uma doença e tentamos curar isso com design.
Quando se fala do seu design, o que fica em evidência é a correspondência da forma negativa, a relação figura-
-fundo, as formas entre os caracteres e dentro dos caracteres. Os suíços prestam mais atenção no fundo, para
que as partes internas e o espaço entre os caracteres conformem as letras. Mas também era aberta a ampla
interpretação, American Apparel usa Helvetica e parece provocativa, American Airlines a usa e parece séria.
E não é por causa do peso que usam, ou do espaçamento entre as letras, ou das cores. Pode significar a uma
empresa qualidades como acessível, transparente e responsável, pronto para dar suporte, mostrar e organizar.

Alguns pensam que os tipos tem de ser expressivos, outras pessoas acham que ao escrever cachorro, o tipo
deve latir, enquanto os modernistas dizem que criar ordem é tipografia. Helvetica foi um avanço real em relação
aos tipos do século 19, o mais neutro de todos. Era um pouco mais mecânico, se esquivava desses detalhes ma-
nuais e nos impressiona por ser neutra. O modernismo ama a palavra neutralidade, de forma que o significado
esteja no conteúdo do texto e não no tipo de letra. É por isso que os modernistas amam a Helvetica.

Após influência de movimentos como o Grunge, Punk e psicodelismo dos anos 70, os designers do pós-moder-
nismo estavam cansados da estética clean, reta e neutra da Helvetica, eles precisavam de algo com vitalidade.
Renovado, vivo, cheio de humor e conteúdo. Eles acreditavam que só por ser legível, não signifique que comuni-
que alguma coisa.

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