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Resenha Crítica "Escafandro e a Borboleta".

É um filme dirigido por Julian Schnabel, baseado na autobiografia do jornalista


francês Jean-Dominique Bauby. A história narra a vida de Bauby, que sofre um
acidente vascular cerebral que o deixa com a síndrome do encarceramento, uma
condição na qual ele fica totalmente paralisado, exceto pelo movimento do olho
esquerdo.

A abordagem cinematográfica de Schnabel é notável e cativante. O diretor utiliza


uma série de técnicas visuais e narrativas para capturar a perspectiva de Bauby e
transmitir sua experiência de estar preso em seu próprio corpo. O uso da câmera
subjetiva, que nos coloca no lugar de Bauby, e a edição ágil e imaginativa, que
reproduz o fluxo de pensamento do protagonista, são recursos que enriquecem a
narrativa e aumentam a empatia do espectador com o personagem.

A atuação de Mathieu Amalric como Bauby é brilhante e convincente. Mesmo com


sua incapacidade de se movimentar, Amalric consegue transmitir uma ampla gama
de emoções e expressões através do movimento sutil de seu olho. É um
desempenho verdadeiramente impressionante, que transmite tanto a frustração e a
angústia quanto a esperança e a determinação de Bauby.

No entanto, apesar das qualidades técnicas e das performances fortes, "Escafandro


e a Borboleta" pode parecer um tanto lento e introspectivo para alguns
espectadores. A natureza contemplativa do filme, que nos convida a mergulhar nos
pensamentos e memórias de Bauby, pode tornar a experiência um tanto arrastada
em certos momentos. Além disso, a falta de um enredo tradicional e a ênfase na
experiência subjetiva podem fazer com que o filme não agrade a todos os gostos.

Apesar dessas ressalvas, "Escafandro e a Borboleta" é uma obra cinematográfica


poderosa e comovente. Ele nos faz refletir sobre a fragilidade da existência humana,
a importância da comunicação e a capacidade de superar adversidades. A
abordagem única de Schnabel e a atuação excepcional de Amalric elevam o filme e
o tornam uma experiência cinematográfica notável. É um retrato impressionante da
resiliência e da força do espírito humano.
Embora não haja uma exploração detalhada dos métodos específicos de fisioterapia
utilizados no filme, é possível observar a presença de profissionais de saúde, como
fisioterapeutas, que trabalham em conjunto com a equipe médica para auxiliar
Bauby em seu processo de recuperação. Vemos cenas em que o personagem é
submetido a exercícios físicos, estimulação e mobilização dos membros, visando
minimizar o enrijecimento muscular e a atrofia.
Além disso, o filme também retrata a importância da motivação e do incentivo por
parte dos terapeutas para que o paciente se engaje nas atividades propostas. A
presença constante da equipe de reabilitação, sua paciência e encorajamento são
essenciais para que Bauby não desista e continue a lutar pela sua recuperação.

Embora o foco principal do filme seja a perspectiva pessoal e emocional de Bauby, o


papel da fisioterapia e de outros profissionais de saúde é sugerido como parte
integrante do processo de reabilitação. O filme nos lembra que a fisioterapia
desempenha um papel crucial na recuperação de pacientes com deficiências físicas,
fornecendo-lhes suporte e técnicas terapêuticas para ajudá-los a recuperar a
funcionalidade e a qualidade de vida.

No entanto, é importante ressaltar que "Escafandro e a Borboleta" não aprofunda os


aspectos técnicos ou científicos da fisioterapia, nem explora as diferentes
abordagens e métodos utilizados na prática clínica. O filme é mais centrado na
experiência subjetiva do paciente do que na representação detalhada do trabalho
dos profissionais de fisioterapia.

Em resumo, "Escafandro e a Borboleta" oferece um vislumbre da importância da


fisioterapia no processo de reabilitação de pacientes com incapacidades físicas,
destacando o papel dos profissionais de saúde na busca pela funcionalidade e
independência. Embora não seja uma análise aprofundada da fisioterapia, o filme
reconhece a contribuição desses profissionais para a recuperação dos pacientes.

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