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ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE ENSINO

FACULDADE GUILHERME GUIMBALA


CURSO DE PSICOLOGIA

BRUNO POMOCENO ODELLI

ANÁLISE DO FILME: BICHO DE SETE CABEÇAS

JOINVILLE
2020
Análise do filme: BICHO DE SETE CABEÇAS

O filme no qual será feito uma breve análise foi baseado em um livro
autobiográfico escrito por Austregésio Carrano Bueno (1990), adaptado e dirigido por
Laís Bodanzky e com roteiro de Luiz Bolognesi, estreou em nos anos 2000, tendo por
gênero drama.
O longa conta a história de um jovem que chamado Neto (Rodrigo Santoro), que
é internado em um hospital psiquiátrico após seu pai Wilson (Othon Bastos) encontrar
um cigarro de maconha em sua jaqueta. Durante a internação, o filme retrata o drama
vivenciado por Neto e os abusos causados pelo tratamento no qual ele esteve sujeito a
passar.
Durante o filme, são retratados a forma com que os pacientes eram tratados, os
ambientes nos quais viviam, o uso exacerbado da medicação e seus supostos efeitos, o
eletrochoque como uma forma de domínio e como toda essa vivencia resultou na vida
do personagem Neto.
Foucault (2015) descreve o processo de nascimento do hospital e como ele foi
trocando de perspectiva e atuação ao longo dos séculos, em meados do século XVIII, a
centralidade do poder enquanto figura de autoridade no hospital torna-se o médico, o
processo de organização começa a ser cada vez mais rígido, visando um melhor
resultado para com o paciente. Entretanto, com esse rigor à disciplina (vestimenta,
limpeza, cronograma, localidade dos cômodos), o processo de cuidado torna-se cada vez
mais distante da humanização – o usuário é tido como doença e não portador da mesma.
O resultado é uma atuação cada vez mais mecânica, a disciplina relatada por Foucault é
a técnica, a eficácia no processo de cura.
Com a análise do texto e as aulas tidas até então, percebe-se o processo que o
hospital chegou até onde está, não pelo fato das ações serem tão diretivas, mas como ele
estruturou sua organização ao longo do tempo, tendo marcos significativos que
contribuíram para as mudanças realizadas.
O filme apresenta as diretrizes que eram tomadas para com os usuários dos
serviços, onde eram internados a força e por vezes não eram ao menos analisados
humanamente, como é o caso do personagem Neto.
REFERÊNCIAS

BICHO DE SETE CABEÇAS. Dirigido por Laís Bodanzky. Rio de Janeiro: Globo
Filmes, 2000.

BUENO, Austregésio Carrano. Conto dos malditos. Rocco: Rio de Janeiro, 1990.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 2° ed. São Paulo: Paz e Terra, 2015.

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